Ceja Ed Fisic Fasc 1 Unid 2

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Educação Física e

Corporeidades

Fascículo 1
Unidade 2
Educação Física
e Corporeidades
Para Início de Conversa...

“Corpo também é gente”

A famosa máxima “Penso, logo existo.” implica uma concepção que permeia

todo o conhecimento e os valores ocidentais, e que tem duas características

muito definidas: a de que corpo e mente são opostos, e a de que o corpo é um

mero suporte para as nobres atividades mentais. Essa concepção, na escola, se

materializa como a crença de que só se aprende com a mente.

Por que estabelecemos uma

“hora” para cada atividade? Será que

todo mundo tem fome junto? Quem

diz que é hora de dormir? Além disso,

por que propomos determinadas

atividades e não outras? Temos, na

escola, uma hora para dançar? E para

fazer aquilo de que se tem vontade?

Para Maturana (2001), o

conhecimento não é representativo,

não está gravado na mente humana,

mas é corpóreo – está gravado em

nossos corpos, o que inclui outras


Figura 1: Corpo como suporte da mente: pre-
dimensões que não só a mente valece na sociedade a ideia de que o ser hu-
mano está dividido em corpo e mente, sendo
racional humana: inclui as sensações o corpo entendido apenas como um suporte
para a mente, única construtora de conhe-
corporais e os sentimentos cimentos. Vamos refletir sobre isso? Somos
estes seres humanos fragmentados? Será
vivenciados. No entanto, estamos possível agir sem pensar?

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inseridos em uma cultura que enfatiza o conflito mente/corpo, e a escola acaba reproduzindo esta dualidade em suas

estruturas curriculares e em suas rotinas.

Há uma grande valorização do intelecto, já que a sociedade em que vivemos tende a ignorar tudo aquilo que

nos identifica como animais. Relegando o corpo a um segundo plano, ficam também esquecidos outros canais de

expressão, entre eles as sensações físicas, as emoções, os afetos, os desejos.

Fontes: Aconchegando o corpo na escola: as perspectivas. Pensando o lugar do corpo na escola. In Salto para o Futuro. O Corpo na
escola. Ano XVIII boletim 04 - Abril de 2008 Alexandra Pena, Isabel C. Bogéa e Leonor Pio Borges.

Objetivos de aprendizagem
ƒƒ Reconhecer o corpo como uma construção sociocultural, compreendendo a indissociabilidade entre corpo e
mente e as múltiplas corporeidades;

ƒƒ Analisar criticamente a presença das mídias na constituição dos modelos corporais que circulam na sociedade
contemporânea;

ƒƒ Identificar diferentes sentidos e significados expressos nas práticas corporais cotidianas.

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Seção 1
Corpo, cultura e sociedade

Figura 2: Pluralidade dos corpos: vivemos num país multicultural em que as manifestações e expressões corporais se constro-
em a partir de uma vasta pluralidade histórica, social, econômica e cultural.

O corpo é atravessado pelas vibrações que o cercam; daí, desliza, se transforma, escapa, muda de forma,

contagia, afeta e é afetado. Ele é, no mundo, passivo e ativo paradoxalmente. A todo esse movimento transformacional

do corpo-no-mundo; a todas essas derivas e desdobramentos que lhe são possíveis, chamamos de corporeidade! Tal

corporeidade atua na (re)criação de sentidos, e não apenas os aloja corporalmente. É, portanto, “veículo produtor de

sentidos”. As corporeidades expressam, assim, a capacidade que o corpo tem de ser o “motor” da construção de novas

subjetividades e sensibilidades; de novas e diferentes maneiras de se ser sujeito.

(Fonte: Disponível em: http://nuvic.com.br/2012/03/sobre-corpo-e-corporeidade/Texto: Rogério Machado Rosa. Acesso em


29/10/2013.)

Cada gesto que fazemos, a forma como nos sentamos, a maneira como caminhamos, os costumes com o

corpo da gestante (a mensagem hoje é que ela se movimente, ao contrário de poucos anos atrás), os cuidados com

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o bebé... tudo é específico de uma determinada cultura, que não é melhor nem pior que qualquer outra. A forma de

lutar, os cuidados higiênicos com o corpo, os esportes que se praticam numa determinada época e num determinado

local são influenciados pela cultura. As brincadeiras, os tipos de ginástica, os cuidados estéticos com o corpo... enfim,

tudo é influenciado pela cultura. Numa multidão, podem-se notar certos comportamentos corporais comuns, que

caracterizam e padronizam um determinado povo. Aliás, como relata RODRIGUES (1987), pode-se reconhecer um

brasileiro num outro país pela sua forma de andar e gesticular, sua postura, seus movimentos corporais. Duas seleções

de voleibol, jogando com as mesmas regras e técnicas, e com sistemas táticos similares, possuem estilos diferentes,

um jeito característico de praticar o voleibol ou o futebol, que reflete tradições culturais distintas.

(Fonte: Os significados do corpo na cultura e as implicações para a Educação Física. Jocimar Daólio. Revista Movimento. Ano 2 –
N.2 – Junho/ 1995.)

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O multiculturalismo expresso nos corpos: o corpo como produto e produtor de cultura.

Observe e analise criticamente as imagens abaixo, identificando marcas políticas, his-

tóricas, culturais e sociais nos corpos. Você pode fazer este exercício utilizando as diferentes

linguagens (oral, escrita e/ou corporal). Exerça sua criatividade!

Verbete
MULTICULTURALISMO: é o reconhecimento das diferenças e da individualidade de cada um. Daí
então surge a confusão: se o discurso é pela igualdade de direitos, falar em diferenças parece uma
contradição. Mas não é bem assim. A igualdade de que se fala é igualdade perante a lei, é igual-
dade relativa aos direitos e deveres. As diferenças às quais o multiculturalismo se refere são dife-
renças de valores, de costumes etc., posto que se trata de indivíduos de raças diferentes entre si.

(Fonte: Disponível em: http://www.infoescola.com/sociologia/multiculturalidade/. Acesso em


29/10/2013.)

Educação Física 43
Seção 2
As mídias e os modelos corporais

Atualmente, com a difusão global e intensa da informação, a imagem corporal vem sofrendo inter-
venções variadas, que estão mais ligadas ao marketing do que à própria estrutura étnica de cada
grupo. Fronteiras sociais e padrões estéticos anteriormente estabelecidos perderam seus limites. Em
um passado não muito remoto, a identidade grupal era mais facilmente preservada, pois a distância
geográfica mantinha os grupos relativamente isolados. Não vivíamos em uma aldeia global, já pre-
conizada por Marshall McLuhan.

PITANGUY, 2009, p. 79.

Certamente, a evidência do corpo não é do corpo em si, considerado na sua especificidade, mas a evidência de

um modelo de corpo. Esse modelo de corpo entra em pauta nos discursos midiáticos da sociedade contemporânea,

que, via publicidade e propaganda, forma estereótipo e reproduz e veicula imagens de representação de um dado

padrão de corpo vigente. E esse corpo, tomado como referência da cultura contemporânea e veiculado pela mídia

via publicidade, é um corpo “bonito por dever”, um corpo que se pauta pelo culto a certo padrão de beleza ocidental

disseminado pelo restante do mundo.

Cabe ressaltar que as concepções de corpo edificadas historicamente pela civilização ocidental a que nos
referimos referem-se à padronização dos conceitos de beleza, fundados no corpo magro ou musculoso,
ancorada pela necessidade de consumo criada pelas novas tecnologias e homogeneizada pela lógica
da produção. São essas a que nos referimos e que parecem corroborar com os modelos estéticos atuais.
Ante o exposto, constata-se a necessidade de desvelar os mecanismos de construção dos modelos esté-
ticos referidos e os interesses mercadológicos envolvidos na sua determinação e propagação.

É claro que, como nos informa o renomado cirurgião plástico brasileiro, Ivo Pitanguy (2009, p. 85), a busca

pela beleza é tão antiga quanto o ser humano; é mítica. As esculturas, as pinturas e todas as manifestações de

representação da perfeição e da forma nos remetem aos módulos que representaram o cânone dominante. A meu

ver, esse “cânone dominante” é essencialmente ocidental. Mas, provavelmente, na contemporaneidade, ele está cada

vez mais se globalizando, pois já é consenso entre vários autores que vivemos atualmente numa aldeia global em que

o intercâmbio não acontece somente no plano econômico, mas também nas formas culturais e do comportamento.

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Desde os nossos mais remotos ancestrais, elementos estéticos faziam parte do seu cotidiano. O que parece ser

um elemento questionável é a valorização extrema da beleza e a idealização de um modelo de corpo considerado

perfeito e passível de ser construído de acordo com as condições e possibilidades da cultura contemporânea.

(Fonte: Corpo, mídia e mercado: o corpo objeto de discurso publicitário. Lionês Araújo dos Santos. Disponível em: http://revistas.
unibh.br/index.php/ecom/article/view/604/342. Acesso em 29/10/2013.)

Figura 3: As influências das mídias na constituição dos modelos e padrões corporais: no mundo contemporâneo, somos todos consu-
midores midiáticos, especialmente da mídia televisiva. Sabemos que essas mídias têm uma intencionalidade evidente de divulgação
de modelos corporais, visibilizando determinados padrões e associando-os à felicidade, ao prazer e ao sucesso. Assim, sem refletirmos
sobre estas questões, somos facilmente capturados e passamos a adotar comportamentos na busca incessante para atingir esse“ideal”.

Figura 4: Distorção da imagem corporal: o que vemos é um exemplo extremo de uma situação que pode ocorrer quando não
conseguimos nos tornar consumidores midiáticos críticos sobre os modelos corporais, levando-nos ao sofrimento.

Educação Física 45
Distorções da imagem corporal

A anorexia nervosa e a bulimia nervosa são transtornos alimentares caracterizados por um padrão de

comportamento alimentar gravemente perturbado, um controle patológico do peso corporal e por distúrbios da

percepção do formato corporal. Está presente, na anorexia nervosa, um inexplicável medo de ganhar peso ou de

tornar-se obeso, mesmo estando abaixo do peso, ou mais intensamente, uma supervalorização da forma corporal

como um todo ou de suas partes, classicamente descrito como distorção da imagem corporal.

Já a bulimia nervosa, Russell (2002) descreveu-a como uma urgência poderosa e irresistível de comer demais,

comportamentos compensatórios consequentes, tais como vômitos, uso inadequado de laxantes, diuréticos e

exercícios físicos abusivos acompanhados de um medo mórbido de tornar-se obeso.

Bruch (1962) desenvolveu a primeira teoria sistemática a respeito de problemas de imagem corporal

nos transtornos alimentares, sendo que esta distorção da imagem corporal é um dos três fatores necessários

ao desenvolvimento da anorexia. Mais ainda, afirma que este era o aspecto mais importante do transtorno e

também notou que a melhoria dos sintomas da anorexia poderia ser temporária se não houvesse uma mudança

corretiva na imagem corporal.

De acordo com Bruch (1962), mais alarmante do que a má nutrição em si na anorexia nervosa é sua associação

com a distorção da imagem corporal que, entre outros fatores, apresenta-se como uma ausência de preocupação com

a magreza, mesmo quando esta já está em um estágio bem avançado.

Segundo Cash e Deagle (1997), o distúrbio da imagem corporal é um sintoma nuclear dos transtornos

alimentares, caracterizado por uma autoavaliação dos indivíduos que sofrem desse transtorno, influenciada pela

experiência com seu peso e forma corporal. Embora uma insatisfação ou distorção da imagem corporal possa estar

presente em outros quadros psiquiátricos, como transtorno dismórfico corporal, delírios somáticos, transexualismo,

depressão, esquizofrenia e obesidade, é nos transtornos alimentares que seu papel sintomatológico e prognóstico

é mais relevante.

(Fonte: Imagem corporal nos transtornos alimentares. Carolina Jabur Saikali, Camila Saliba Soubhia, Bianca Messina Scalfaro, Táki
Athanássios Cordás. Disponível em: http://urutu.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol31/n4/164.html. acesso em 29/10/2013.)

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Figura 5: Anorexia.

Figura 6: Bulimia.

Educação Física 47
Para refletir...

Diante das questões apresentadas, é neces-


sário refletirmos e lutarmos juntos para que
não nos deixemos influenciar pelos modelos
de corpo disseminados pelas mídias, consi-
derando-os como caminhos para a aquisição
da felicidade e do sucesso. Podemos iniciar
perguntando se esses modelos são realmen-
te necessários à felicidade ou se são realmen-
te belos e desejados por todos ou ainda se
todos podem e realmente querem alcançá-
-lo. Pensar e atuar criticamente sobre as coisas do mundo não resolve tudo, mas é um ótimo começo.
Então, vamos exercitar a criticidade e as possibilidades de sermos felizes com as nossas corporeidades!

Em grupos, construir um texto imagético a partir de imagens de corpos que estão


divulgadas nas mídias, apontando quais são os padrões corporais que se evidenciam e
ganham destaque para disseminar a ideia de um modelo de corpo ideal. Vamos discutir e
analisar criticamente quais são os sentidos e as intenções que essas mensagens midiáticas
têm em nossa sociedade. Podemos nos perguntar:

1. Existe um corpo ideal?

2. Será que todos nós temos que acompanhar esses padrões? Por quê?

3. Quais são os sacrifícios que precisamos fazer para alcançar esses modelos? Vale a pena?

4. Ser um modelo de corpo valorizado pelas mídias é uma garantia de felicidade?

Muitas outras perguntas e reflexões vão surgir com essa dinâmica. Mãos à obra...

Verbete
Texto imagético: qualquer texto constituído a partir de uma coletânea de imagens.

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Seção 3
Corpos em movimento: sentidos e significados

Para começar a discutir o assunto, talvez um passo necessário seja reconhecermos que as interações das

pessoas acontecem por intermédio de seus corpos, que estão situados em um contexto sociocultural. Esse contexto

vai determinando modos de ser, exige-lhes performances, ou seja, os corpos, tanto de adultos quanto de crianças,

estão imersos em uma determinada cultura. Olhares, gestos, expressões, falas, representações são manifestações típicas

das diferentes culturas que, quando manifestadas, são comunicadas e compreendidas por intermédio de códigos e/ou

signos.

Verbete

Performance: a palavra performance vem do verbo em inglês “to perform”, que significa realizar, completar, executar ou efetivar.
Em muitas ocasiões, é usada no contexto de exibições em público ou quando alguém desempenha algum papel no âmbito
artístico, como um ator, por exemplo. Performance também pode ser o conjunto dos resultados obtidos em um determinado
teste por uma pessoa. (Fonte: http://www.significados.com.br/performance/)

No contexto utilizado, entendemos o termo performance como vivências de múltiplas manifestações corporais, que imprimem
sentidos e dão significados e potência a esses movimentos.

Por exemplo, quando jogamos, não estamos preocupadas com a coordenação que desenvolvemos no

exercício de jogar. Estamos experimentando formas diferentes de jogar até acharmos a mais adequada para a jogada

que desejamos fazer. Esta experiência de jogar de diferentes formas produz um repertório de movimentos que só

pode ser conquistado pela própria experiência de jogar.

Figura 6: A experiência de jogar de diferentes formas é adquirida jogando.

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Figura 7: Corpos em movimento: os movimentos corporais expressam sentidos e significados próprios de uma determinada
história e cultura. São formas potentes de ser e estar no mundo, reconstruídas a cada experiência e vivência cotidiana.

As descobertas feitas com o corpo deixam marcas, são aprendiza-


dos efetivos, incorporados. Na verdade, são tesouros que guarda-
mos e usamos como referência quando precisamos ser criativos
em nossa profissão e resolver problemas cotidianos. Os movi-
mentos são saberes que adquirimos sem saber, mas que também
ficam à nossa disposição para serem colocados em uso. Esteban
Levin, Psicólogo argentino e pesquisador em Psicomotricidade.
(Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/corpo-mo-
vimento-aprendizagem-514704.shtml)

A potência do movimento na vida cotidiana

Observem as imagens a seguir. Quantos movimentos em ritmos, posições, deslocamentos diferentes são

necessários para atendermos as necessidades do dia a dia? O movimento corporal é potente quando nos possibilita

alcançar nossos objetivos por meio de atitudes cotidianas realizadas com segurança e eficácia, fortalecendo nossa

auto-estima.

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Figura 8: Movimentos cotidianos: os sentidos e os sabores da vida. As imagens demonstram que o ser humano vive em mo-
vimentos que expressam sentidos e significados de suas ações cotidianas, demonstrando potência de criação de vida. A vida
cotidiana está subordinada aos ritmos do corpo.

Educação Física 51
O corpo é genial. Não sei por que não aprendi mais cedo
sua força criadora, por que não compreendi, quando mais
jovem, que somente um corpo glorioso poderia ser real.
Estudem, aprendam, certamente sempre restará alguma
coisa, mas, sobretudo, treinem o corpo e confiem nele,
pois ele se lembra de tudo, sem qualquer dificuldade ou
impedimento. O que nos distingue das máquinas é unica-
mente nossa carne divina; a inteligência humana se dis-
tingue da artificial apenas pelo corpo.

(Fonte: Michel Serres. Variações sobre o corpo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.)

Quer um exemplo? Quem aprendeu a andar de bicicleta nunca esquece!

Individualmente, faça observações em seu cotidiano (de você e das pessoas ao seu

redor) acerca das movimentações corporais humanas.

Em grupos, reflitam e debatam sobre as diferentes observações de cada um.

Em pequenos grupos, representem da forma desejada (escrita, encenada, dramati-

zada, dançada, desenhada, pintada, etc.) as reflexões acerca da importância dos movimen-

tos corporais na vida cotidiana.

Resumo

Vamos reunir o que aprendemos para avançar nos estudos? Então, segura aí!

ƒƒ O corpo deve ser compreendido como uma construção sociocultural, indissociável das demais dimensões

humanas; dessa forma, o corpo sujeito é produto e produtor de culturas.

ƒƒ As corporeidades são marcas e registros que se inscrevem nos corpos e expressam formas de ser e estar no

mundo como sujeitos.

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ƒƒ Os movimentos e gestos corporais indicam inserções socioculturais.

ƒƒ Na contemporaneidade, os modelos e padrões corporais são atravessados e influenciados pelas mídias, espe-

cialmente a televisiva, que visibiliza determinados padrões e associa-os à felicidade, ao prazer e ao sucesso.

ƒƒ A anorexia nervosa é um transtorno causado por uma distorção da imagem corporal que caracteriza-se por

um medo de ganhar peso ou tornar-se obeso, mesmo estando abaixo do peso.

ƒƒ A bulimia nervosa é um transtorno causado por uma distorção da imagem corporal que caracteriza-se por

uma urgência irresistível de comer demais, acompanhada por comportamentos compensatórios.

ƒƒ Os movimentos corporais são saberes e conhecimentos que adquirimos com nossas experiências de vida e sem-

pre nas relações com tantos outros e outras com os quais convivemos.

ƒƒ O movimento corporal é potente quando nos possibilita alcançar nossos objetivos por meio de atitudes

cotidianas realizadas com segurança e eficácia, fortalecendo nossa autoestima e nossa autonomia.

Atividade 1

Sugerimos que, em pequenos grupos, a partir de uma observação atenta, se faça

uma discussão acerca das marcas sociais que se imprimem a partir dessas imagens e os sen-

tidos que essas marcas ganham no contexto social. Por exemplo, as marcas da idade na pele

castigada pelas rugas, nos remetem socialmente ao lugar do idoso na sociedade, causas e

consequências do processo de envelhecimento. Desde quando envelhecemos? Somente

quando as rugas são visíveis? O que significa ser idoso na sociedade capitalista? Que tal pro-

por uma dramatização, ou “jogos teatrais”, para representar essas reflexões?

Atividade 2

Para essa dinâmica, podemos combinar com os colegas e recortarmos imagens de

corpos divulgadas em jornais e revistas de grande circulação e, com uma folha de papel par-

do, montar um “texto imagético” usando essas imagens selecionadas para dar um sentido ao

que queremos colocar em evidência para ser problematizado, como, por exemplo, os usos

dos corpos que atendem a um determinado padrão de beleza para venda de produtos de

todos os tipos, como cremes de beleza, bebidas alcoólicas, carros, etc. Isso proporciona uma

análise da visão mercadológica do corpo na contemporaneidade.

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Atividade 3

Muitas são as variações possíveis para essa proposta. Um exemplo pode ser observar

como os sujeitos usam e precisam adaptar as suas movimentações corporais para circular

pelos espaços da cidade, bairro, utilizando ou não meios de transporte público.

Bibliografia

ƒƒ BETTI, M. Mídia e educação. In: Seminário Brasileiro em Pedagogia do Esporte. Anais..., Santa Maria: UFSM, 1998.

ƒƒ DAOLIO, J. Os significados do corpo na cultura e as implicações para a Educação Física. Movimento, Porto

Alegre, a.2, n.2, 1995.

ƒƒ SERRES, Michel. Variações sobre o corpo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

Imagens

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