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Aula 01

Este documento apresenta conceitos básicos de hidrologia, incluindo as diferentes áreas de estudo como hidrometeorologia, limnologia e potamologia. Também discute conceitos como infiltração, zona de aeração, zona de saturação, lençol freático e permeabilidade do solo.

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Este documento apresenta conceitos básicos de hidrologia, incluindo as diferentes áreas de estudo como hidrometeorologia, limnologia e potamologia. Também discute conceitos como infiltração, zona de aeração, zona de saturação, lençol freático e permeabilidade do solo.

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Prof. Dr. Edson Benício de C.

Jr
[email protected]

AULA - 01

HIDROLOGIA
BIBLIOGRAFIA:

• Elementos de hidrologia aplicada. Prof. Antenor Rodrigues


• Hidrologia Aplicada. Texto Básico. Adriano Rolim da Paz (2004)
• Notas de aula e apresentações de Hidrologia. Prof. Dr. Marcelo Rezende

A Hidrologia é uma ciência interdisciplinar que se desenvolveu significativamente ao longo


do tempo em face do aumento do uso da água, dos crescentes problemas decorrentes da ação
antrópica nas bacias hidrográficas e dos impactos produzidos sobre o meio ambiente. A ciência
da Hidrologia, ou ciência hidrológica, é bastante abrangente e pode ser subdividida em
diferentes áreas de conhecimento associadas, a saber:
• Hidrometeorologia, que estuda a água na atmosfera;
• Limnologia, voltada para o estudo dos lagos e reservatórios;
• Potamologia, que estuda os rios;
• Glaciologia, que é o ramo de estudo da água superficial, particularmente quando esta
se apresenta sob a forma de gelo;
• Hidrogeologia, que é especificamente voltada para o estudo das águas na crosta
terrestre, com ocorrência subterrânea.

HIDROGEOLOGIA
Parte da Hidrologia que estuda o comportamento da água subterrânea. A água subterrânea é a
água livre presente no subterrâneo (LITOSFERA – solo + rocha). Ocorre em sub superfície,
sendo capaz de movimentar-se sob influência do campo gravitacional.
É a ciência que estuda a água subterrânea quanto a sua ocorrência, seu movimento e as relações
com o ambiente geológico.

INFILTRAÇÃO (INTRODUÇÃO)
O processo de infiltração pode ser definido como a passagem de água da superfície para o
interior do solo, o qual depende fundamentalmente da disponibilidade de água para infiltrar,
da natureza do solo, do estado da sua superfície, e das quantidades inicialmente presentes de ar
e água no seu interior. Pode-se considerar o solo dividido em duas zonas, que são a zona de
aeração (ou não saturada) e a zona de saturação.

A Zona de Aeração é caracterizada por apresentar os vazios do solo parcialmente ocupados


pela água, variando conforme a ocorrência de precipitação, características do solo, etc. Por ser
a camada em contato com a superfície, a água nela presente sofre ação da evaporação e também
é absorvida pelas raízes das plantas, sendo eliminada depois pela transpiração, em função da
fotossíntese. Também ocorre a ascensão da água devido ao efeito de capilaridade, mas,
conforme os vazios do solo vão sendo ocupados pela água, esta tende a romper as forças
capilares e se deslocar verticalmente para baixo, sob ação da gravidade.

A Zona de Saturação é caracterizada pela presença de água nos vazios do solo em sua
capacidade máxima, isto é, pela saturação do solo. Tal camada constitui as águas
subterrâneas, sendo válida a distribuição hidrostática de pressões (pressão varia linearmente na
vertical conforme a altura da camada saturada acima) e ocorre o escoamento sob ação da
gravidade. Também ocorre ascensão da água da zona de saturação para a zona de aeração, por
efeito da capilaridade.
PERFIL DE UM LENÇOL FREÁTICO NÃO CONFINADO

Lençol freático ("reservatório de água", "cisterna"), lençol superficial ou lençol de água é a


superfície que delimita a zona de saturação da zona de aeração do solo. Abaixo do lençol
freático, a água subterrânea preenche todos os espaços porosos e permeáveis do solo

Zona de água no solo Movimento aleatório Aspiração capilar


(evaporação)
Zona Intermediária Movimento vertical Ação gravitacional
ZONA DE para o interior do
AERAÇÃO solo
Vazios  Água + Ar Zona Capilar Movimento capilar Ocorre a filtragem
para o interior do (microtubos –
solo. velocidade menor)
Nível Freático (separa a zona de aeração da zona de saturação)
ZONA DE Acúmulo de água Água vai para a
SATURAÇÃO nascente
Vazios = Água
Camada impermeável (pode ser rocha ou solo argiloso (com alto CPC)

Zonas verticais da subsuperfície


• Zona (sub-zona) de água no Solo – Vai da superfície até a o final da zona de raízes,
variando com o tipo de solo e vegetação. (+/- 1 metro).
• Zona Intermediária – Compreende a zona da raiz e da zona capilar.
• Zona Capilar – Varia do nível freático até o limite da faixa capilar, que varia
inversamente ao tamanho dos poros do solo e diretamente com a tensão superficial.
CAPILARIDADE é a capacidade de ascenso/descenso de um líquido em contato
com um sólido, em pequenos espaços, causado pela força resultante da ação entre a
atração das moléculas de líquido entre si (coesão) e entre líquido e sólido (adesão) e o
peso desta coluna de líquido; assim, o líquido molha (água) ou não (mercúrio) o sólido.
• Nível da Água – Compreende ao nível que a água sobe na zona saturada.
• Zona Saturada – Ocorre abaixo do nível da água onde a porosidade é importante
para sua definição.

https://youtu.be/1TtT1MoHf54
DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE INFILTRAÇÃO – EVOLUÇÃO DO PERFIL DE
UMIDADE

No interior do solo, o espaço disponível para a água se acumular e se movimentar é


determinado pelos vazios existentes entre os grãos que compõem a estrutura do solo. O
parâmetro capaz de especificar a máxima retenção de água no solo é a sua porosidade (P).
O teor de umidade do solo (), será sempre menor ou igual à porosidade. O grau de
saturação do solo (S) é definido pela relação entre o volume de água e o volume de vazios da
amostra.
Porosidade Total (P)

Volume Vazios(VV ) m3 , km3


P=
Volume Total(VT ) m3 , km 3

Volume Total(VT ) = volume total de um pa cot e de solo / rocha

Temos : P = a dim ensional  P  1, 0 sendo solo : 0,3 − 0,5

Varia de 30 à 40% na maioria dos aquíferos

VV
É exp ressa em %. Logo : P =  100
VT

A porosidade depende do tamanho, da forma, do grau de uniformidade e da arrumação dos


grãos que compõem o material. Quando a granulometria do material é uniforme, a porosidade
é maior que em se tratando de partículas de tamanhos diferentes, pois neste caso as menores
ocupam os vazios deixados pelas maiores.

Porosidade Efizaz (Pe )

VAC
Pe =
VT

VAC = volume de água extraído


O Volume (Vac) representa a quantidade de água que circula por ação da gravidade e se
concentra na zona de saturação. Sendo assim, é o volume de água que atravessou toda a zona
de aeração e concentra na zona de saturação.

Capacidade de Re tensão Específica (C re )

Var
Cre = 100
VT

Var = Volume água retido (representa a água que está presente na zona de aeração)

Fase líquida da zona de aeração

Temos que:
VV Vac Var
VV = Vac + Var  = +  P = Pe + Cre
VT VT VT

ATENÇÃO

Se Vac  Var  volume do L.F

Se Var  Vac  volume do L.F

Teor de umidade no solo (θ)

Volume água na amostra de solo


=
Volume da amostra do solo

Grau de Saturação (S)

Volume água na amostra de solo


S=
Volume de Vazios

À medida que a água infiltra pela superfície, as camadas superiores do solo vão se umedecendo
de cima para baixo, alterando gradativamente o perfil de umidade.

Enquanto houver aporte de água, o perfil de umidade evolui e tende à saturação em toda a
profundidade, sendo a superfície, naturalmente, o primeiro nível a saturar. Cumpre observar
que, normalmente, a infiltração decorrente de precipitações naturais não é capaz de saturar todo
o solo, restringindo-se a saturar, quando consegue, apenas as camadas próximas à superfície.
Em consequência, desenvolve-se um perfil típico de umidade, em que o seu teor decresce com
a profundidade.

Quando cessa o aporte de água à superfície (isto é, deixa de haver infiltração), a umidade no
interior do solo se redistribui, evoluindo para um perfil inverso com os menores teores de
umidade próximos à superfície e os maiores nas camadas mais profundas. Nem toda a
umidade é drenada para as camadas mais profundas do solo, já que parte é transferida
para a atmosfera pela evapotranspiração.

ATENÇÃO
Nas camadas inferiores do solo geralmente é encontrada uma zona de saturação (lençol
freático), mas sua influência no fenômeno da infiltração só é significativa se situa a pouca
profundidade.

Nas formações geológicas, os espaços vazios podem estar conectados, condicionando a


passagem de água. Esta característica designa-se por PERMEABILIDADE (k).

Areias limpas - Formações muito porosas e permeáveis com poros grandes e bem
interconectados.
Argilas e certos materiais vulcânicos - Formações impermeáveis, pois apesar de terem muitos
poros, estes são pequenos e encontram-se fechados.
Rochas ígneas e metamórficas - São em geral formações de baixa porosidade, e como tal
tendem a ser pouco permeáveis uma vez que as conexões entre os poros são difíceis de
estabelecer.

A permeabilidade (k) mede a capacidade de fluxo da água em um perfil de solo. Unidades:


m/s ; mm/h
 Porosidade +  Conectividade de vazios (poros) = Permeabilidade (solos arenosos e cascalho)

 Porosidade +  Conectividade de vazios (poros) = Permeabilidade (arg iloso)
 Porosidade = Permeabilidade (rochas ígneas, metamórficas)

• Permeabilidade é determinada com ensaios de amostra indeformável (em campo)


• Capacidade que o solo possui de permitir o escoamento de água através de seus
vazios (k)

Lei de Darcy
v p = k.i onde i = gradiente hidráulico
h  dh 
i=  
L  dL 
Exemplo :
Dados :
t = 500s

V = 0, 034m
3

h = 2m

L = 0, 20m
A = 0, 04m 2

Q = ?

k = ?
Lembre que vazão : Q = A.v  Q = A.k.i
Q = k.i.A
Sendo :
Volume 0, 034
Q= Q= = 6,8.10−5 m 3 / s
t 500
h 2
i= = = 10
L 0, 2
Q 6,8.10−5
Como : Q = k.i.A  k = k=
i.A 10.0, 04
Então : k = 1, 7.10−4 m / s  k = 1, 7.10 −4  86400s  14, 7m / dia (areia)

IMPORTÂNCIA DA PERMEABILIDADE (k)


• Determinação do fluxo e cálculo de vazões sob ou através de barragens, na direção de
escavações, cortinas ou poços de rebaixamento;
• Determinação de forças de percolação exercidas sobre estruturas hidráulicas;
• Análise da velocidade de recalque por adensamento;
• Estudos de estabilidade;
• Controle de erosão em solos (piping)

EXEMPLO 1
Um pacote de solo similar a um cubo possui aresta de 34m. O volume de água extraído é de
1,16.104 m3 e retido é de ¾ de Vac. Calcule: Cre e P. Indique o material e a possibilidade de
ocorrer volume de lençol freático.
Dados :
L = 34m

Vac = 1,16.10 m
4 3

 3 3
Var = 4 Vac  Var = 4 .1,16.10 = 0,87.10 m
4 4 3


VT = L  VT = 34 = 3,93.10 m
3 3 4 3

Porosidade(P)
VV Vac + Var (1,16 + 0,87).10 4
P= P= =  0,52 100  52%
VT VT 3,93.104
Var 0,87.104
C re = = = 0, 22  100 = 22%
VT 3,93.104

Se Vac  Var  volume do L.F

Material: argila (solo argiloso)

EXEMPLO 2
Calcule a porosidade total de um pacote de solo no formato de um cilindro com diâmetro de
32m e h = 1,9.10-2 km. Dados: Vac = 3,01.103 m3 e Var = 3,52.103 m3. Qual o material? Existe
a possibilidade de L.F?
Dados :

D = 32m
 −2 −2
h = 1,9.10 km = 1,9.10 .10 = 19m
3


Vac = 3, 01.10 m
3 3


Var = 3,52.10 m
3 3

 D 2 .322
 T
V = .h  V = .19  VT = 15, 28.103 m 3

T
4 4
Porosidade(P)
VV V + Var (3, 01 + 3,52).103
P=  P = ac =  0, 43  100  43%
VT VT 15, 28.103
Material: argila
EXERCÍCIOS

1 – Um pacote de rocha similar a um cubo possui largura de 157 m. O volume de água nela
retido é de 0,71 x 106 m3 e o volume de água extraído é de 0,92 x 106m3. Calcule a Capacidade
de Retenção de Específica (Cre) e a Porosidade (P) da rocha. Que material é este?
2 – Calcule a capacidade de retenção específica de um pacote de solo com formato próximo a
um cilindro de altura de 105 m e diâmetro de 110 metros. O pacote de solo apresenta volume
de água extraída de 1,35 x 105 m3 e o volume total de vazios é de 3,71 x 105 m3. Que material
é este? Você esperaria encontrar um aqüífero com acúmulo de água? Justifique sua resposta.

3 – Quais os principais fatores que intervêm no processo de infiltração? Detalhe cada um dos
fatores.

4 – Defina porosidade (P), teor de umidade do solo () e grau de saturação do solo (S).

5 – Defina Capilaridade da água e explique sua relação com a Tensão Superficial.

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