O Livro Azul - MAIO 2021 CORRIGIDO
O Livro Azul - MAIO 2021 CORRIGIDO
O Livro Azul - MAIO 2021 CORRIGIDO
INTRODUÇÃO
Preparação do Fiscal
A preparação do fiscal
Setores básicos da fiscalização
Escalas
Dicas Importantes
Defumação
Perguntas e respostas
Retirado da pagina da fiscalização no Facebook
Considerações Finais
Mandamentos da boa fiscalização.
INTRODUÇÃO
Este livro foi idealizado no Céu do Mapiá em 2011, por Dona Regina Pereira,
moradora da comunidade e uma das zeladoras mais ativas da herança material e
espiritual do Padrinho Sebastião. Com o passar dos anos, vários irmãos foram se unindo
a esse projeto e vendo a necessidade cada vez maior de treinar uma fiscalização
homogenea e com conhecimento básico de ação.
Essas instruções visam equalizar as ações dos Fiscais da Doutrina do Santo Daime
(ICEFLU) para que todos tenham atitudes padronizadas, diante dos variados tipos de
situações que se apresentam.
O Livro Azul tem perguntas e respostas tiradas do grupo dos fiscais do facebook
uma das maiores rede social do planeta. A página foi criada em 2013 e conta com 4.600
fiscais de todo planeta. Nesse grupo são discutidas todas as duvidas de como agir em
determinadas situações, das mais simples as mais complexas.
Princípios de um (a) bom (a) fiscal: leia o texto até o fim com muita atenção e se no final
você tiver entendido tudo (...) já poderá Iniciar seu treinamento!
A atividade de fiscalização pode ser definida como a conduta amorosamente ideal que
todo bom(a) soldado(a) daimista deve oferecer dentro ou fora dos trabalhos espirituais.
Em outras palavras, é se manter sempre pronto(a) e disposto(a) para atender e para
servir com amor, com alegria e com delicadeza, ao mesmo tempo em que se entrega ao
seu próprio aprendizado, proporcionado pelo Grande Professor.
São requisitos básicos e indispensáveis para a boa fiscalização: ser amoroso(a), caridoso
(a); sentir prazer em servir; demonstrar boa vontade; não interferir nas passagens
alheias, além do necessário ou do que for solicitado; não ser insistente; zelar pela boa
educação e pela cordialidade não excessiva; ser educado (a), ser gentil e calmo(a);
garantir o atendimento das normas do ritual, ter discernimento e humildade e
movimentar-se com suavidade e se comunicar em voz baixa para não provocar ruídos
que possam prejudicar a concentração dos(as) participantes do trabalho.
Também é importante ter flexibilidade com os(as) visitantes, principalmente, com quem
se ansioso(a), agressivo ou em passagem; oferecendo-lhes conforto e tranquilidade
necessária. Tomar as atitudes adequadas diante de ocorrências especiais, sem que a
corrente tenha que alertá-lo(a) sobre as mesmas.
Baseado no texto publicado por Marcelo Beozo (Céu da Montanha, Visconde de Mauá).
A fim de equalizar as ações dos fiscais, lembremos que o ritual tem por meta contribuir
para o adequado encaminhamento de todos e favorecer que todos tenham as mesmas
atitudes diante de situações similares.
O trabalho é algo vivo - regras são como balizas indicando o caminho e o procedimento
a serem seguidos, mas o trabalho tem sua própria dinâmica e apenas o olhar atento e
sem preconceitos de um bom fiscal pode nos dar flexibilidade e sabedoria para agirmos
de modo assertivo diante de cada situação que se apresenta.
Ouvir muito e falar pouco - isto significa falar apenas o necessário e em tom que não
desconcentre a irmandade ao redor, seja para dar uma orientação, quando isso se fizer
absolutamente necessário ou para prestar algum esclarecimento, caso lhe seja
solicitado. Sempre cuidando para não entrar nas armadilhas das palavras, o que acaba
por não auxiliar em nada a sua atuação e sobrecarrega ainda mais as dificuldades do(a)
atendido(a). A hora para explicações e destrinchamentos é outra; não durante o
processo. Para a suavização das negatividades, muito mais valiosas são as emanações
de confiança, de carinho e de amorosidade, o que pode ser transmitido com perfeição
no máximo silêncio possível.
O(a) fiscal deve se esforçar para atuar como um anjo da guarda: cuidar e zelar com muito
amor, porém, mantendo-se praticamente invisível.
Não tocar - da mesma forma, evitar tocar nos irmãos em processo, salvo se solicitado
ou quando seja evidente a necessidade de assistência corporal (para evitar uma queda,
por exemplo). Nesta mesma positividade, devemos nos aparelhar e evitar expressões
como “não pode”, preferindo sempre “seria bom” ou “pode ser melhor para você”. Não
nos esqueçamos o quanto tem incrustada em nós a resistência à repressão, o que torna
recomendável que se faça o possível, quando na função de fiscal, para evitar que a
atuação seja confundida como sendo tipo “força polícial”. O ideal é que com sabedoria
se acerque do(a) irmão(ã), de modo a ser visto(a) como “ajudante”, favorecendo a baixa
da resistência, a guarda, e, com isso, permitindo que se receba o auxílio apropriado.
Manter-se sempre alerto(a) à necessária humildade, que prioriza e reconhece o
processo e as necessidades do(a) outro(a) e não a sua projeção do que o(a) outro(a)
“deveria” precisar.
Para os rearranjos das fileiras e para a troca de posições, dirija-se à frente do(a)
fardado(a) e lhe aponte o novo lugar para onde deve se deslocar. Assim, não será preciso
falar e isso facilitará e agilizará bastante tanto a compreensão de quem está sendo
abordado(a) quanto a atuação do(a) fiscal. Nunca efetue abordagem pelas costas nem
puxe os(as) participantes pelo braço ou pela roupa/farda. Sempre que possível, lembre-
se de sorrir ao efetuar os rearranjos de fileiras porque uma abordagem simpática e
acolhedora pode atenuar o desconforto da mudança e, dessa forma, evitar eventuais
conflitos ou desconfortos desnecessários.
Fora da corrente - quando um(a) irmão(ã) está fora da corrente, a função do(a) fiscal é
orientar e aconselhar sobre a sua volta ao salão, mas nunca de modo coersitivo nem
tentar forçar isso. Procure esclarecer com delicadeza que no salão é onde acontece o
trabalho e ali é sempre o local mais seguro para permanecer.
Rebeldia e resistência - existem de fato as situações em que o(a) irmão(ã) está ali,
descumprindo as orientações gerais do trabalho não por dificuldades maiores ou
desconhecimento, mas, sim, por rebeldia e por resistência do ego. Ainda neste caso é
melhor que prevaleça a suavidade e até mesmo a tolerância com aquilo que também é
uma dificuldade travestida de outras faces do(a) irmão(ã) rebelde. Nestas situações é
preferível a não ação, deixando, às vezes, que a própria Força o leve para o trilho de
atuação correto ou se esperando o momento apropriado para a conversa e para a devida
orientação – que pode ser até mesmo depois do trabalho. Um eventual endurecimento
da situação é mais prejudicial que o deixar passar, tanto para o sujeito, como para o
fiscal e para a corrente. Isto não significa, absolutamente, uma situação de passividade:
o irmão deverá ser orientado e a situação deverá ser revista em conjunto e com firmeza,
no momento adequado.
Antes de sofrer ou de se indignar com determinadas atitudes provocativas, de revidar
agressividades, de instigar comportamentos desalinhados com as instruções cantadas
nos hinos, deve-se respirar fundo e procurar na memória a lembrança de que atitude
agressiva é um pedido de socorro ao Amor e que, ali no salão dourado do Mestre, o(a)
fiscal é um dos(as) representantes desse Amor. Independentemente do entorno que se
apresente, cada um(a) deve procurar fazer a sua parte com perfeição amorosa porque
essa é a única esperança viável para quem deseja ajudar quem esteja sofrendo.
Posicionamento dos fiscais - o fiscal de salão deve buscar se posicionar de frente para
o comando, de modo a facilitar a comunicação quando se fizer necessária. Igualmente,
todos(as) os(as) fiscais devem buscar essa conexão, de modo que se alcance o ideal de
constituirmos a corrente como um corpo único durante o trabalho. Treinem a telepatia
e a comunicação pelo olhar, pois funcionam!
Setores básicos da fiscalização - Ao todo, o fiscal pode exercer suas funções em seis
setores. Dependendo do tamanho da Igreja e do número de fardados(as) treinados(as),
um(a) mesmo(a) fiscal pode ter que exercer diversas funções ao mesmo tempo eno
setor que mais precisar da sua atenção; seja no salão, no atendimento ou no terreiro.
Existindo possibilidade, é indicado que cada setor conte com um(a) fiscal exclusivo(a).
Pode acontecer de certos fardados(as) se especializarem em exercer seu papel em
determinadas funções, conforme suas habilidades e afinidades. Nestes casos, os(as)
especializados(as) podem orientar os(as) novatos(as) na atividade que lhes forem mais
familiar, bem como podem exercer com maior frequência essa atividade, desde que isso
seja acordado com a Igreja e não atrapalhe o desenvolvimento dos(as) demais.
Salão: o(a) fiscal de salão é responsável pela organização desse espaço, arruma as alas,
cuida das velas e da água na mesa. Deve sempre estar atento(a) ao andamento do
trabalho, tanto no que diz respeito ao bailado, quanto no que se refere à situação de
cada irmão. É responsável também por receber bem, com amor e alegria,
principalmente os visitantes que chegam pela primeira vez, orientando-os(as) com
relação às normas da casa, o bailado, os hinos, dentre outras informações pertinentes.
Devem sempre estar atentos(as) a tudo dentro do salão: toque dos maracás, filas, alas,
irmãos em passagem, quem está dentro ou fora. São o braço direito do comando.
Terreiro: Sendo desgnado(a) para essa área, deve prestar atendimento direto a quem
por ali transita ou ali se dirige para efetuar limpezas ou para tomar ar e também deve
receber as pessoas encaminhadas pelo fiscal de salão para o terreiro e vice-versa. O(a)
fiscal de terreiro deve sempre estar atento(a) a todos(as) que saem do salão durante o
trabalho e saber onde estão.
Porta: responsável por zelar a porta, os acessos e a saída da Igreja. Controla a direção
de cada um que sai do trabalho e, quando necessário, indaga os motivos da saída. É o
intermediário entre os(as) fiscais do salão e os(as) do terreiro.
Reforço/ronda: considera-se reforço todo o efetivo da escala de fiscais que, mesmo não
estando em seu turno, pode ser convocado para alguma emergência, assim como para
realizar ronda nas imediações do templo.
ESCALAS
● Ter disponível próximo ao salão um “kit limpeza” composto por balde, pano,
vassoura, rodo, pá e serragem fina para uso durante os trabalhos, caso necessário.
● Ter sempre em mão a lista de medicamentos cujo uso associado ao Santo Daime
não é recomendado, e conferir cada Ficha de Anamnese antes de assiná-la.
● Cuidar para que as Anamneses sejam bem feitas, bem estudadas e bem guardadas
em arquivo confidencial que possa ser consultado posteriormente, se necessário.
● Estudar muito sobre as dimensões dos espíritos, dos Anjos, de São Miguel, de São
Francisco e, principalmente, sobre Jesus de Nazaré.
DEFUMAÇÃO
A principal função da defumação é modificar a energia existente no ambiente para
equilibrá-la de acordo com a necessidade.
Defumar não serve só para a limpeza energética da casa, mas também para atrair as
energias contidas em determinado elemento que está sendo queimado e revertê-las
para o ambiente carente daquelas energias.
A mensagem que nos chega através do hino nos revela o que é a defumação. Ela é um
meio de purificação do Templo seja este o corpo físico ou a casa espirita onde se
desenrola o ritual. As vibrações emanadas por meio da fumaça das ervas e das resinas
queimadas no braseiro têm a capacidade de equilibrar as vibrações atômicas gerando
sensações de calma e de alívio. Dessa maneira, a fumaça atinge o plano material e o
plano mais sutil da existência. Os elementos que compõem a defumação, especialmente
o fogo e as ervas, por serem elementos da natureza, possuem suas divindades
protetoras e canalizadoras da limpeza e da transmutação que se busca promover com
essa manipulação energética. A Rainha da Floresta, dona das folhas sagradas, junto com
a Jurema e com Oxóssi comandam os elementos vegetais, enquanto Yansã e Xangô
comandam o vento e o fogo. Diversas divindades podem ser louvadas e convidadas para
a defumação da casa. Iemanjá, Ogum e Oxalá são outras referências muito comuns, em
virtude da vibração que trabalham.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Apresentaremos a seguir um conjunto de perguntas e respostas acerca do oficio de
fiscal, as quais foram sintetizadas e organizadas a partir de uma fonte comum de
informações que é o grupo virtual oficial de Fiscalização no Santo Daime, aportado na
maior Rede Social do planeta: o Facebook. Durante anos de vigência, esse foi um dos
espaços mais democráticos e acessíveis para a troca de experiências, saneamento de
dúvidas e debates entre a irmandade daimista acerca do papel do(a) fiscal.
Fiscais não tocam maracá, não se sentam e não bailam, a menos que percebam que a
ala precisa de força. Se assim for, bailam na ultima fileira para corrigir algum bailado fora
do compasso por parte de iniciantes ou para balancear a corrente. Em algumas igrejas é
regra que se mantenham sempre em pé, mas, uma vez perguntei sobre isso a uma fiscal
experiente do Mapiá e ouvi que lá algumas fiscais são senhoras e sentam, sim.E a
instrução é que se pode sentar, mantendo-se atenta(o)! Se começar a ficar desatenta(o)
da fiscalização, voltar a ficar em pé!
Sendo fardado(a), todos(as) têm obrigação de passar por todas as frentes de trabalho
da casa, inclusive, a Fiscalização. Se tiver bastante gente, dá para iniciar o treinamento
após esperar um aninho de farda.
Caso contrário, bota para aprender antes mesmo. Isso é fato! Iniciando no estudo, o(a)
fiscal novato(a) não deve ficar sozinho(a) porque pode se perder muito no início. Tem
que ter um treinamento e estar acompanhado(a) por algum(a) irmão(ã) mais experiente
que monitora os turnos. Passar a teoria apenas com palavras é perder um bom tempo.
O lance é o tempo real e a prática.
Fiscal fiscaliza e o bom(a) fardado(a) se compõe em seu lugar. Um(a) bom(a) fardado(a)
respeita a Fiscalização (*). A regra é clara: fiscal fiscaliza e os(as) demais contribuem para
se manter a ordem na igreja. Os palpites na fiscalização devem ser evitados pelos(as)
fardados(as), a menos que lhe seja solicitada a interferência. Um bom fardado(a)/fiscal
vai visitar outras igrejas, posiciona-se na corrente e faz o seu trabalho. Se precisarem da
sua ajuda, o(a) chamarão; se não, será uma ótima oportunidade para aproveitar a
miração sem preocupação.
(*) Interferência no trabalho do(a) Fiscal por outro(a) fardado(a) é “Alteração” e toda
alteração no andamento do trabalho é uma manifestação, mesmo que inconsciente, de
um espírito sofredor (doente) que está aparelhando o(a) fardado(a) desavisado(a).
Então, entendo que, nesse momento, o(a) fiscal deve escutá-lo(a) com amor,
encaminhá-lo(a) de volta ao seu posto e continuar fazendo o seu trabalho.
Mas, se a interferência for além de falar o que o fiscal deve fazer, aí é caso de informá-
lo (a), educadamente, que já tem um(a) fiscal no salão; agradecer e pedir que fique
tranquilo(a) e não se preocupe. Se virar tumulto, aí já vira alteração mesmo no
andamento do trabalho. Então, ao final, sendo a primeira vez, deve se ter aquela
conversinha de leve. Caso não seja a primeira vez, dependendo do caso, já pode ser
afastamento temporário, o que pode vir a desencadear um futuro afastamento
definitivo.
6. Alguém poderia me elucidar sobre a questão legal que envolve o registro fotográfico
das pessoas durante uma sessão de Daime?
Creio que sem autorização, qualquer registro fotográfico, em qualquer outra situação,
além das sessões do Santo Daime, pode ser contestado juridicamente. É a questão do
uso indevido de imagem.
Muito séria essa questão. E, já que estamos no terreno da espiritualidade, vale a pena
pensarmos na ética, antes até da legalidade.
7. Tenho uma dúvida quanto às velas. Se o trabalho estiver acabando e a vela da mesa
acabar nos últimos hinos, coloca-se outra ou deixa terminar sem vela?
Entenda o seguinte: enquanto não fechar com "Em nome de Deus pai..." o trabalho está
aberto. E enquanto o trabalho estiver aberto é importante manter as velas acesas.
Pode apagar e guardar para o próximo trabalho (como se faz no Mapiá) ou encaminhar
ao Cruzeiro para queimar até o fim. Pode levar acesa ou apagada e acender lá no
Cruzeiro.
Os pontos com velas nos terreiros acabam servindo como distração, além de
aumentarem o custo por trabalho. Depois da derradeira visita do Padrinho em nossa
casa, tiramos as velas dos pontos, no terreiro temos apenas a do Cruzeiro e a da entrada
da porteira da nossa sede, e vejam: não tivemos mais gente saindo da Igreja para fazer
qualquer atuação em frente a esses pontos. As pessoas saem apenas para fazer sua
limpeza e logo voltam para o seu lugar. Cada vez mais percebo que a distração não faz
parte do nosso Trabalho e, sim, a atenção. Isso, apesar da distração estar presente em
nós, na vida, etc. Velas demais acabam dando um trabalho danado à Fiscalização que
está ali para dar suporte ao Ritual, conforto ao irmão ou irmã e por muitas vezes vimos
irmãos tendo passagem e o fiscal fora do lugar para trocar velas, buscar lenha, etc...
Mas importante é sempre o bom senso, cada Igreja tem seus guias e protetores e seus
pontos específicos.
10. Sobre perfilamento, a escadinha na altura. Mais velhos num batalhão, mais novos
em outro. Já aprendi que quando alguém puxa a fila, seja uma puxadora ou a
Madrinha da casa, a questão da altura pode ficar em segundo plano.
Penso que a orientação certa seja o bom senso e a harmonia. Ao pé da letra, por
exemplo, no batalhão dos jovens "deveriam" estar apenas virgens. Mas, como a
realidade urbana não é igual a da floresta ou das comunidades grandes (onde há
bastantes crianças envolvidas no dia a dia da Doutrina), o bom senso e o zelo pela
harmonia geral do salão passa por colocar nem tão jovens nos jovens, casados no meio,
solteiros nos casados, etc. Em minha opinião, mais importante do que a "regra", é
manter o salão bem distribuído e harmonizado com a corrente fluindo e em harmonia
geral. Então, temos adolescentes mais velhos, no Mapiá, tem vários que bailam na ala
dos jovens. A regra é virgens bailarem no batalhão das moças e dos moços. Não tendo,
vai se compondo com o que se tem. Fica lindo demais quando temos meninos e meninas
nas primeiras filas. Dá uma leveza na sessão, mas, se não tiver, o importante é manter
as primeiras fileiras das alas completas!
11. Tenho uma dúvida quanto a um remédio em específico, que uma irmã faz uso. Ela
quer conhecer o Daime, mas gostaria de saber se esta medicação teria de ser
interrompida uns dias antes.
NOMES COMERCIAIS Agasten® (7) Alcytam® (6) Aldomet® (32) Alenthus XR® (56) Alergaliv D® (47) Allegra D® (47)
Amytril® (1) Anafranil® (9) Anangor® (53) Ansial® (4) Ansitec® (4) Aristopramida® (34) Aropax® (44) Arotin® (44)
Assert® (50) Astrale® (19) Aurorix® (37) Axonium® (42) Benalet TSC® (14) Benegrip Multi® (20) Benegrip® (10) Biomag®
(51) Brintellix® (57) Bup® (3) Bupium® (3) Bupogran® (3) Buspar® (4) Caladryl® (15) Calamyn® (15) Carbidol® (25)
Carbolim® (28) Carbolitium® (28) Carlit® (28) Cebrilin® (44) Cefalium® (34) Cefelic® (50) Celapram® (6) Celerg® (13)
Celergelin® (13) Celestamine® (13) Celetil® (13) Cimegripe® (10, 20) Cipramil® (6) Citaforin® (6) Citagran® (6) Città®
(6) Claritin D® (47) Clo® (9) Codaten® (11) Codein® (11) Codex® (11) Codylex® (11) Neulox® (17) Neupine® (42)
Neurolithium® (28) Neuropram® (19) Neurotrypt® (1) Nexipram® (19) Nolipo® (51) Noprosil® (34) Noradop® (3)
Nortrip® (41) Novativ® (50) Olanexyn® (42) Olazofren® (42) Opinox® (42) Otosynalar® (26) Oxycontin® (43) Paco® (11)
Pamelor® (41) Parkidopa® (25) Parnate® (54) Parox® (44) Paroxiliv® (44) Paxan® (44) Paxil CR® (44) Paxtrat® (44) Plasil®
(34) Plavom® (34) Plenitus® (19) Polaramine Expectorante® (47) Polaramine® (13) Pondera® (44) Pondix® (44)
Praxetina® (44) Primid® (46) Pristiq® (12) Procimax® (6) Prolift® (48) Prolopa® (25) Protanol® (1) Prozac® (21) Prozen®
(21) Psiquial® (21) Rafex D® (47) Rapitram® (53) Razapina® (36) Reconter® (19) Reductil® (51) Remeron Soltab® (36)
Remis® (19) Resfenol® (13, 20) Restiva® (2) Rethera® (17) Revange® (53) Revivan® (16) Revoc® (22) Ritalina® (33)
Roxetin® (44) Saciette® (51) Scitalax® (19) Sedopran® (19) Sensitram® (53) Sercerin® (50) Sered® (50) Serenata® (50)
Seroblock® (44) Serolex® (19) Sertero® (44) Seth® (3) Sibran® (51) Sibuctil® (51) Síbus® (51) Slenfig® (51) Stavigile®
(38) Stelapar® (54) Stilgrip® (10, 20) Sumax® (52) Sutriptan® (52) Tabilis® (3) Tegretard® (5) Tegretol® (5) Tegrex® (5)
Tegrezin® (5) Tensiopax® (6) Teucarba® (5) Tofranil® (24) Tolrest® (50) Tolvon® (35) Tramadon® (53) Tramal® (53)
Tramaliv® (53) Trimedal Tosse® (14) Trimedal® (20) Tryptanol® (1) Tylenol Sinus® (47) Tylex® (11) Ultracet® (53) Uni-
Carbamaz® (5) Unidol® (53) Vazy® (51) Velija® (17) Venlaxin® (56) Venlift OD® (56) Venopressin® (32) Venvanse® (27)
Verotina® (21) Vick Xarope 44E (14) Vicodil® (11) Vidapram® (19) Vomistop® (34) Wellbutrin® (3) Xylestesin® (26)
Xylocaína® (26) Zap® (42) Zetron® (3) Zispin® (36) Zoloft® (50) Zopina® (42) Zopix® (42) Zoxipan® (6) Zyban® (3)
Zycitapram® (6) Zyfloxin® (21) Zyolan® (42) Zypilanz® (42) Zyprexa® (42) Zysertin® (50)
Fonte:
https://azarius.pt/encyclopedia/18/Inibidores_da_MAO/https://naturezadivina.org.br
/ciencia/a-interacao-da-ayahuasca-com-o-organismo/
Na Igreja que frequento quando questionamos nosso Patrono sobre esse assunto fomos
orientados que o “Centro é Livre” e “Cada um cuida si”. Assim, devemos receber a
todos(as) com carinho, amor e respeito. E que fica a critério da pessoa em qual batalhão
deseja ficar, sempre seguindo as normas de cada batalhão. De preferência de acordo
com suas vestimentas, vestidos e saias na ala feminina, por exemplo.
Há um tempo recebemos um rapaz que sempre ficava na ala masculina, por escolha
própria. Um dia ele resolveu ir de saia e foi bailar lá no mesmo batalhão de sempre com
essa vestimenta. O fiscal do dia educadamente se dirigiu ao irmão e o informou que,
conforme as normas, o batalhão masculino usa calças e o feminino saias. Por essa razão,
ele precisaria trocar a saia por uma calça para bailar naquela ala. Ele, prontamente,
atendeu ao pedido do fiscal. Colocou uma calça e o trabalho seguiu normalmente.
Depois desse episódio o rapaz nunca mais foi de saia para as sessões. Por vezes, chegou
até a igreja de saia e quando ia se iniciar os trabalhos colocava a calça para compor o
batalhão masculino.
Particularmente, creio que realmente deva ficar a critério da pessoa, mas sempre
respeitando os preceitos de cada ala!
E nós precisamos desde sempre nos prepararmos para esses tipos de situações! Para
sempre agirmos com amor, verdade, justiça e sabedoria! Lembrando sempre que ao
vestir a farda e adentrar ao salão somos parte daquele todo.
Relato: Eu sou homem Trans e sou fiscal do batalhão masculino. Nunca tive problema
nenhum na igreja em que sou fardado.
Relato de experiência:
Já recebemos Trans várias vezes. Todos(as) sempre ficaram no lugar em que se sentiam
melhor, ou seja, de acordo com a identidade de gênero de cada um(a). A primeira foi
em 2002 e naquele tempo o Glauco perguntou para o Padrinho Alfredo o que ele faria.
Ele respondeu: “- Não faria nada, deixava o Daime fazer!”
Cocluimos que: baseado na Lei e na experiênciencia da Igrejsa Céu de Maria - SP, essa é
a forma correta de agir nessa situação!
Lembrando que o ideal é cantar, com ou sem o hinário na mão, batendo o maracá na
posição correta. Então, é necessário estudar muito e deixar as puxadoras com as
estantes.
Penso que pode utilizá-las só se o espaço disponível for favorável, se houver um bom
espaçamento entre as fileiras; caso contrário, estantes só na primeira fila. Questão de
bom senso mesmo.
O uso do papel higiênico no atendimento era proibido nos trabalhos de cura e nos
atendimentos. O que se usava era água. Padrinho Sebastião me disse que o uso do papel
higiênico era muito ruim. Uma vez, num trabalho de Estrela, eu ia saindo para provocar
(vomitar) e, ao passar na porta para sair, um fardado me estendeu um tanto de papel
higiênico, e ao olhar para o papel na mão estendida, vi logo acima da pessoa o Sr. João
Baé com um jarro de água na mão, olhando pra mim para que não pegasse o papel
higiênico. Foi eu sair, e o Sr. João Baé desceu comigo com o jarro de água e eu ia
provocando e o Sr. Baé colocando a quantidade exata para eu me lavar. Nesta hora da
limpeza e o trato do fiscal com o(a) atendido(a) a água se torna fundamental e parte da
cura. Então, na limpeza das pessoas o atendimento deve ser feito com água no auxílio
da pessoa se limpar.
*Hoje em dia pode usar o papel higiênico, em várias igrejas se usa para o auxílio da
pessoa que precisam se limpandar. Use o bom senso... se puder usar água perfeito,
senão, papel é a solução.
15. ANAMNESE*** Gente, gostaria de tirar uma dúvida. No caso de entrevista com
visitantes, além da Ficha de Anamnese, quais pontos mais essenciais referentes à
Doutrina devem ser tocados durante a conversa?
Acho interessante pontuar detalhes do ritual. Por exemplo, a separação entre homens
e mulheres no salão, onde ela vai tomar o Daime, quantos despachos serão previstos,
onde a pessoa pode descansar (informar no caso de quarto de Cura), a necessidade de
permanecer na corrente sempre que possível, a necessidade de acompanhar o hinário
e, caso o(a) visitante não possua um, é muito importante providenciar um.
Esclarecer onde a pessoa pode fazer a limpeza (banheiros e lugar designado para
limpeza fisíca) e apontar o Cruzeiro como uma possível limpeza espiritual - cuidado ao
detalhar uma limpeza espiritual, nem sempre é fácil explicar para quem chega e não é
bom darmos muitos pontos de vista pessoal nesse aspecto, dar alguns detalhes do
bailado e o mais importante: frisar e deixar que a pessoa se sinta à vontade durante todo
o ritual!
Só complementando tudo que já foi dito, acho sempre interessante conhecer o que
levou cada uma a procurar o Santo Daime, atentando sempre para o propósito pessoal.
Gosto de primeiramente ouvir cada um. Conhecer o que cada um traz na sua bagagem,
bem como o que já sabe ou já ouviu falar sobre a Doutrina. Gosto muito de abordagens
grupais por permitirem a troca de conhecimentos e a discussão saudável. Após essa
primeira rodada; complemento, esclareço e explico tudo que considero necessário para
um primeiro contato com a Doutrina: um pouco de sua história, normas e ritual. Após
essa primeira discussão, aplico a Anamnese e avalio as peculiaridades de cada pessoa.
16. Há números definidos de fiscais por trabalho? Em trabalhos longos, como exemplo
em festivais, que podem durar até 12 horas, é sensato o rodizio de até quantos fiscais?
Devo imaginar que cada igreja tenha a sua dinâmica, claro; mas gostaria de saber se
há uma orientação especifica para esse caso.
Sempre lembrar das escalas e de passar o plantão com detalhes para o(a) próximo(a)
fiscal.
17. Sobre fileiras. Quantos hinos deve-se esperar para avançar no lugar vazio à frente?
E quando se está compondo a última fila e nessa fila só tem duas pessoas pode se sair
e deixar outro sozinho sendo que este (a) é fardado (a) também? Ou vai do bom senso
de cada irmao (ã)? E o lado do bailado para se puxar (e posicionar) quando se tem
poucas pessoas nas fileiras é do lado esquerdo para o direito. Certo?
Se perceber que a pessoa que saiu está passando mal e vai demorar, o (a) fiscal já pode
recompôr a fila. Não precisa esperar os três hinos de praxe. Para ocupar o espaço vazio
deixado por quem saiu se coloca quem está na sequência: “tipo a fila anda”. Procura-se
completar a fileira com um (a) fardado (a) da altura do (a) que saiu ou próximo para não
mexer demais na fileira. Atenção para arrumar a fileira, sempre levando em
consideração os mais velhos e os (as) fardados (as) da casa.
Se a pessoa estiver bailando e não quiser mais tocar maracá, então, que espere o fim do
hino e vá guardá-lo em suas coisas. Se estiver sentado(a), repouse o maracá sobre seu
colo e, se houver incômodo, vá guardá-lo em suas coisas.
Sugestão para o pessoal da estrela: banquinhos podem ser colocados para repousar
hinários maracás, bolsinha, aguinhas, etc... Assim a estrela fica limpa.
19. Sobre a Jarra da água da mesa, qual o procedimento? Existe alguma instrução
sobre mantê-la sempre cheia?
Acredito que se deve mantê-la cheia até próximo ao final do trabalho. A água da mesa
(estrela) é fluidificada e é preciso manter a jarra cheia, sem deixá-la secar, pricipalmente
em Trabalho de Mesa Branca! Se botar uma jarra na Mesa, independente de qual
trabalho seja, ela será fluidificada. É essa água é para ser bebida. Mantê-la cheia tem o
propósito de garantir a oferta da água fluidificada. Ao encerrar a Sessão, esta água
fluidificada que sobrou, pode ser distribuída aos doentes ou necessitados, até mesmo
em garrafinhas, para levar para algum familiar ou irmão que não pôde comparecer no
trabalho. Está aguinha é diamante puro!
20. Já há algum tópico no grupo sobre tocar (encostar a mão, pegar, ou qualquer coisa
do gênero), durante o trabalho? Se não há, quais as orientações? As que recebi é que
não devemos tocar, salvo em caso de força maior, como amparar uma queda, por
exemplo, ou auxiliar o irmão/irmã que solicitar ou idosos(as) a caminhar e afins...
Não toque e não pegue sem pedir. Se apresente na frente da pessoa lhe estenda a mão
e pergunte: “- Posso lhe ajudar?” Acho que isso é uma das regras mais faladas do Daime:
temos que ter consciência de que estamos num trabalho espiritual. O Daime nos abre
acesso a outros planos. De acordo com o grau de consciência e de sensibilidade da
pessoa se acessa diversos campos sutis que no dia a dia não identificamos. Acaba sendo
muita informação para o aparelho; a pessoa está lidando com um grau de energia que
já não é só o da sua porque tem sempre muitos seres ao redor e se tocarmos nela será
um choque energético. Antes de eu me fardar já aconteceu de uma colega estar em
passagem e eu só fui pegar o caderno que estava no colo dela para não cair e absorvi o
que estava com ela. Assim como já fui tocada na força e de fato parecia que eu estava
levando um choque; a segurança é para os dois lado importante sempre olhar no olho,
chamar pelo nome, passar o recado de forma direta, assim, evitando acidente tipo
aquele que caí no buraco, nossos sentidos estão alterados e corremos o risco de estar
em algum aparelhamento e, por vezes, não é a pessoa que está à nossa frente; mas,
pode ser uma entidade nem sempre boa, guiando alguns irmãos fora da corrente.
Estando presente e centrada nessa consciência, se atinge a sutileza de entender a
movimentação de um trabalho espiritual. O que julgamos com os olhos aparentando ser
normal, na verdade está acontecendo, muitas vezes, um universo de coisas dentro
daquela pessoa. Então, é sempre bom a Fiscalização estar atenta ao momento também;
não só às regras. Deixar nossos guias e seguranças do Daime agirem através da gente.
Sermos instrumentos, ouvirmos a intuição. As regras são importantes, mas, no fim, o
trabalho espiritual é fluido, estudo fino.
21. O que fazer se alguém sai correndo do salão, urrando como monstro e entra na
mata?
Tem que ir atrás para ver que historia é essa. Pode não ser nada, mas pode ser algo
sério. Em caso de algo mais sério, tem que ser informado o(a) fiscal do salão e este(a) o
comando. Por isso, é importante ter mais de um(a) fiscal no terreiro. Sim, um (a) fiscal
mantendo-se junto ao (à) irmão (ã) atuado (a), evitando a situação agravar-se.
Comunicar ao comando para atendimento adequado ao caso
22. Como dominar uma atuação feroz sem controle e com perigo de ferimentos?
23. Fiscal de terreiro tem que saber onde estão todos que saíram do salão?
Sim, tem que saber como está o (a) irmão (ã) que saiu, se foi ao banheiro, se está fazendo
limpeza ou só tomando um ar ou esticando as pernas, etc. Caso alguém do salão procure
por aquela pessoa deve saber dar noticias do irmão que saiu.
24. O que fazer quando um visitante decide ir embora no meio do trabalho ?
Em um trabalho apareceu um ser violento que queria bater, fazia careta, algo um tanto
assustador. Isso foi com um visitante. Eu conversei com ele, falei que estava numa
sessão do Padrinho Sebastião, que era bem-vindo, que escutasse com atenção os hinos.
Dei Daime e fiz uma cruz com Daime na testa do médium e o ser começou a chorar; foi
embora. Pouco tempo depois, voltou de novo. Firmei uma vela para ele e pedi ajuda a
Jesus Cristo. O problema foi resolvido! Eu acredito que com educação e muito amor se
consiga lidar melhor com esse tipo de ser. Sair no meio do trabalho não é seguro, lembre
o (a) visitante que ele (a) assinou um termo de responsabilidade de ficar até o fim do
trabalho. Alerte-o (a) de que sair antes é extremamente perigoso!
25. A história de oferecer água na minha casa, às vezes, é conflitante. Pois, tem
instruções para evitar a água durante o trabalho. O que sabem disso?
Muito delicado ser fiscal. No terreiro atua de uma forma. Dentro do salão de outra. Mas,
educação, paciência, firmeza e compromisso com a qualidade do trabalho devem ser
iguais. Eu só ofereço água depois que a pessoa vomita, fardado(a) ou não. Tio Chiquinho
me disse uma vez que a gente não deve beber água nas sessões porque "sujava o
carburador e atrapalhava a clareza". Após vomitar, sirvo água, mas oriento para apenas
lavar a boca. Só depois quando estiver bem, indico que tome apenas um gole para
molhar a garganta. Tio Chiquinho também dizia que não adiantava tomar água porque
a sede não era da matéria e, sim, espiritual e que sede espiritual a gente matava
tomando Daime. Sigo há 26 anos essa orientação, graças a Deus e ao nosso Tio querido.
26. Quanto tempo precisa para um fiscal atender no salão? No meu caso vai fazer 2
anos que sou fardado é só me colocam pra ficar na porta!
Pode ser que, talvez, não seja uma questão de tempo. Talvez seja mais uma questão de
afinidade com a função. Como disse, não há regra, mais como se trata de uma igreja
com 250 participantes a roda gira num ritmo mais lento que numa igreja com 25 onde
o mesmo fiscal de terreiro fiscaliza o salão e a porta. Geralmente, a gente assume um
posto na fiscalização conforme a falta de contingente naquele posto. E vai firmando o
ponto... O principal é servir; se der onde a gente quer, beleza; se não, vamos indo onde
precisa.
27. Tenho uma dúvida sobre quando uma pessoa atua entidades. A casa que frequento
não é UmbanDaime e, quando isso acontece, geralmente, é com visitante. Eu fico
apenas ali parada para o caso da pessoa cair, mas, nesse momento, alguém que não é
da casa, sai do seu lugar e começa a dar passes. Sendo eu a fiscal, devo acatar ou devo
aprender a dar passes? O que faço?
Quanto alguém está dando passagem, sua atitude está correta em não interferir e
somente cuidar para que não se machuque. Como nos trabalhos, a interferência deve
ser a menor possível no trabalho do irmão. Você pode orientar a pessoa que está dando
passe a não fazê-lo, pois a casa não permite esse tipo de trabalho e peça para que volte
para a corrente.
Como fiscal primeiro tente identificar a manifestação do ser, que tipo de ser a pessoa
está atuando. Por muitas vezes, é somente manifestação de sua miração do que uma
manifestação de um “Orixá”. Dá para perceber pelo tipo de atuação. Eu ajo da seguinte
maneira, e sempre deu certo: caso seja somente manifestação de uma miração, deixe a
pessoa livre para atuar, desde que não se machuque ou caia. Caso aconteça da pessoa
cair, com delicadeza, chame-a pelo nome para que volte e lhe ofereça água. Deixe-a
voltar tranquilamente, pedindo sempre que respire. Geralmente, minutos depois de
miração intensa, as pessoas saem para fazer limpeza. Se for um Orixá, seja qual for,
pergunte se quer consagrar a bebida e se deseja se apresentar ao Cruzeiro. Eles gostam
de se manifestar e de se entregarem no Cruzeiro.
Quanto à pessoa que chega para dar passes, se não for da casa, é só fazer o que disse
que está perfeito e o trabalho seguirá com luz e sabedoria. Caso seja um zombeteiro, é
melhor não deixar sair para o terreiro, enquanto a manifestação não passar. Pois,
enquanto está dentro do salão, o participante está protegido pela corrente, já no
terreiro o zombeteiro ganha força. Eu faço da seguinte maneira com zombeteiros:
acendo um incenso (cone espiritual) ao lado do Cruzeiro, ofereço água e isso sempre dá
certo. Não é fácil, mas também não é difícil; é só ter tranquilidade. Costumo dar esse
aviso antes dos trabalhos de Mesa Branca e de Banca Aberta: “- Os médiuns da casa que
darão o passe, por favor, aguardem sentados até serem chamados no momento certo
para dar atendimento no quartinho de cura.” Pronto: bagunça organizada.
28. O iniciante apagou e foi ao chão no meio do trabalho. Como será nosso
procedimento padrão?
Geralmente, fico com a pessoa como se estivesse de fiscal, a levo ao Cruzeiro antes de
encerrar para encaminhar, dependendo do caso. Às vezes, é só a força que está grande
mesmo. Aí eu fico junto até baixar. E claro, uma boa conversa também ajuda para ela
aterrisar.
30. Como agir com um iniciante que está aflito por estar vendo e ouvindo coisas que
não são deste mundo?
Falar pouco, porque a pessoa quando está aflita não escuta direito, na maioria das vezes.
Mas, ser direto e falar que vai passar, falar para respirar fundo. Chamar Deus e Jesus
para acompanharem nessa passagem. Se for o caso, levar para o Cruzeiro. Se conseguir
interagir com a pessoa, explicar que esse estado é normal. Sempre bom o fiscal ter
conhecimento sobre dons mediúnicos e, se não conseguir progresso, cantar hino. Algo
que observo aqui é que, às vezes, o(a) fiscal entra na energia da pessoa e termina
aflito(a) também porque não conseguiu controlá-la. Se a atuação estiver atrapalhando
o trabalho, levá-la para o quarto de Cura e lá ter paciência com ela, confiar no poder do
Daime! Às vezes, quando não se consegue acalmar, apenas estar perto é o fio para a
harmonia voltar!
31. Qual o atendimento a entidades que incorporam em iniciantes que não sabiam
que eram médiuns até agora?
Tratar com cuidado para não machucar o aparelho e buscar sempre encaminhar para a
corrente. Aí, cada casa tem seu proceder. Na Baixinha costuma-se levar para o Cruzeiro
e com um ou alguns médiuns, atende-se o espírito. No Céu do Mar dá-se uma
homeopática dose de 3 a 5 ml de Daime e lhe diz que chegou à casa do Mestre e que
daqui a pouco estará trabalhado na casa e se pede que não fique muito tempo ocupando
o aparelho. Mas tem lugar em que ninguém se mete e deixa a pessoa se entender com
o Daime, desde que não atrapalhe o ritual. Sempre sob o olhar de um fiscal experiente.
32. Qual o dever do (a) fiscal se o irmão estiver numa sintonia fina com espíritos
sofredores há mais de 3 hinos? Começo a defumar em volta da pessoa?
No meu ponto de vista, se meter na passagem alheia querendo interpretar o que está
se passando é muito delicado. A não ser que a pessoa esteja se machucando, ou a
alguém e/ou atrapalhando o bom andamento do serviço, não interfiro. São os processos
de cura de cada um e, se metendo, pode atrapalhar/cortar. E essa, com certeza, não é a
ideia.
Mas, se for um fiscal experiente, com conhecimento profundo e tiver certeza de que
seja um sofredor, deve-se pedir para cantar um hino pertinente e falar baixinho no
ouvido do sofredor que ele agora está seguro e que os Anjos estão ali e vão ajudá lo!
Serragem, vassoura, balde e depois lá fora joga um pouco de água em cima da limpeza;
mas, lá fora do salão. Imagina puxar uma limpeza com rodo pelo salão todo?
Ensinamento de dona Baixinha: a água deve sempre ser jogada em cima das limpezas
para funcionar como espelho para ajudar a limpar.
34. Mais uma questão sobre a formação das alas: aprendi que não devemos colocar
uma irmã que já é mãe na ala das jovens, mesmo que este batalhão esteja mais vazio
que os outros. No entanto, ocorre de alguns fiscais entenderem que devem colocar
uma fardada que já é mãe nessa ala se precisar preencher, mesmo tendo visitantes
para compor a fileira, a fim de que fique só fardado na fila da frente ou que aquela ala
não fique tão vazia. Quando vejo isso, me preocupo com a questão energética nas alas
e com o sentido maior dessa instrução de divisão.
Aprendi que cada fardado (a) deve firmar sua ala. No caso extremo da ala do meio
(Visitante) e a ala do comando por falta de fardado (a) pode mudar por extrema
necessidade mesmo, mas a ala jovem é mais viável colocar uma fardada com mais de
30, sem filhos e solteira, se for o caso. Mas, também pode ficar na ala dos (as) visitantes
ou mesmo na primeira fila dos jovens, se for firmado (a) e já tomar Daime há um tempo.
35. Troca das fiscais. Por exemplo, quando eu passo o posto para a próxima fiscal e
vice versa, nós vamos até o cruzeiro? Quero saber se existe algum padrão para essa
parte do trabalho.
Sempre quando fazemos a troca de fiscais é muito importante que ocorra a troca de
informações pertinentes ao trabalho em andamento. Informações sobre irmãos(ãs) em
passagem, novatos(as), orientações do comando, velas, etc. Sobre ter que ir até o
Cruzeiro para fazer a troca, não é obrigado, mas importante passar as informações no
Cruzeiro para evitar a conversa na corrente. Não tem nada de errado, mas não é
obrigatório!
36. Como lidar com certas rebeldias da irmandade como, por exemplo, ficar
quebrando a corrente numa constância para fumar e cheirar rapé muitas vezes?
Sobre o fumo e o rapé, se a pessoa é da casa deve ser alinhada pelo próprio comando,
com as diretrizes da casa. Se for um visitante, basta passar as informações pertinentes
sobre a postura da casa, em relação a tais substâncias.
O TEA (Transtorno do Espectro Austista), pela própria definição, engloba uma gama
muito variável do acometimento sobre a pessoa. Na Anamnese para os iniciantes, há a
pergunta sobre portadores de enfermidades que engloba esse assunto, sem especificá-
lo. Acredito que nessa condição, a pessoa vá acompanhada e que o responsável pelo
iniciante deva ter em mão a autorização dos pais ou dos seus representantes legais para
a sua ingestão do Daime, assim como se faz, por exemplo, para menores de idade), caso
não o seja. Devemos igualmente perguntar se há uso de medicação específica (nem
todos usam). Quanto à consagração do chá, há definitivamente uma interação entre as
harmalinas, harminas e o DMT do chá com a maioria das drogas utilizadas no TEA
(comumente a clozapina, a risperidona, a olanzapina, a quetiapina, a ziprazidona, o
aripiprazol, além de outros antidepressivos da classe recaptadores da serotonina). Isso
significa, na prática, que o efeito do chá pode ser potencializado, causando a síndrome
serotoninérgica e uma experiência desastrosa para o iniciante, além de muito tumulto
no salão. Recomendo, então, quando um portador do TEA for consagrar Santo Daime
que seja proibitivo que esteja sozinho; que tenha autorização expressa dos seus pais ou
responsáveis legais para o consumo; que não interrompa as drogas que já faz uso para
o TEA (nem mesmo no dia); deixá-lo próximo a um local que possa ser retirado da
corrente imediatamente, sem incomodar os demais, quando necessário; vigilância
redobrada dos fiscais sobre ele (a); servir-lhe uma dose menor que a metade (ou a
metade) usualmente ofertada aos demais no primeiro despacho; não obrigar a
consagração por mais que um despacho, quando a força estiver muito presente (risco
de efeito serotoninérgico); se houver consagração em mais de um despacho ser livre a
escolha da dose a ser ingerida, baseada na experiência da primeira dose. Como sempre
é para todos, evitar incomodar esse(a) participante durante o trabalho. Perguntar
SEMPRE como foi a experiência ao fim do trabalho e dar feedback aos pais ou
responsáveis legais no dia seguinte, caso estes não estejam presentes no dia do
trabalho. Tudo isso torna a igreja altamente confiável aos olhos de terceiros.
Se a pessoa retornar num próximo trabalho, aí, sim, poderá ser aumentada a dose
ingerida, baseada na experiência anterior, e já com maior confiança.
Agradecimento ao Dr. Sandro Dini por toda cooperação nos assuntos médicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa fidelidade na busca constante de ajustar o próprio olhar, aos poucos, fará com que
todas as experiências vivenciadas favoreçam grandemente a jornada do(a) fardado(a)
em todos os tipos de situações que venha enfrentar; dentro ou fora do salão dourado
do Mestre e, sobretudo, nas mais pungentes. Assim, ostentaremos com a nossa prática
uma bandeira brilhante a testificar que “fiscalizar bem” é sinônimo de “amar
incondicionalmente”.
E que se avive no coração de cada Fiscal, mais e mais, a Gratidão eterna pelo precioso
treinamento prático que essa função oferece, pois “É dando que se recebe.”!