Eletrostática
Eletrostática
Eletrostática
Dar o primeiro passo num caminho desconhecido é difícil, mas traz à tona duas necessi-
dades do ser humano: a descoberta e a aventura. Comecemos este capítulo com imaginação
que será, aliás, um dos grandes instrumentos para o estudo que ora iniciaremos.
Apresentamos estes dois companheiros, a água e o pernilongo, para que nos ajudem a
ilustrar os fenômenos elétricos, já que tais fenômenos, se nem sempre podem ser visualizados,
podem, ao menos, ser imaginados e, principalmente, sentidos, por exemplo, com os dedos.
Por isso, costuma-se dizer que um estudioso em eletricidade deve ter, além de imagina-
cão, olhos nos dedos.
Exemplos:
a) Atritando-se dois pedaços de vidro em um pedaço de seda, verificou-se que
aproximando-se os dois pedaços de vidro surgia entre eles uma força de repulsão, como
mostra a figura 3.3.
Atrito Repulsão
Mas como seria possível explicar estes fenômenos? Na antiguidade atribuía-se aos
objetos qualidades como almas gêmeas ou incompatíveis ou, então, dizia-se que era a
manifestação dos deuses na natureza e no mundo dos homens. Para os cientistas
isto não era suficiente (não desmerecendo nossos ancestrais, é claro!). Eles precisavam explicar
as causas medindo-as, comprovando-as experimentalmente, criando modelos matemáticos etc.
Já, no século XVIII, muitos cientistas curiosos como Charles Augustin de Coulomb e
Benjamin Franklin chegaram, primeiramente, a algumas conclusões importantes:
• A carga elétrica é uma propriedade da matéria e pode ser positiva (+) ou negativa (-).
Após várias experiências, observações, análises e medidas, eles concluíram que existem
três princípios fundamentais da eletrostática:
Num sistema eletricamente isolado, a soma algébrica das cargas elétricas positivas e negati-
vas é constante.
Sistema
eletricamente Apesar da transferência de cargas
isolado de um corpo para outro:
Q1 + Q2 = constante
Q2
Q1
d1 d2
F1 F1 F2 F2
F1 F1 F2 F2
d1 > d2 F1 < F2
Figura 3.7 – Princípio da Força Eletrostática
Assim nasceu a Eletrostática!
A descoberta destes três princípios da eletrostática foi importante, mas, ainda assim, as
causas da eletrização dos corpos e do surgimento de forças entre eles não estavam explicadas,
assim como não existia uma forma de medir a intensidade das cargas elétricas.
O Átomo
Os estudos e pesquisas continuaram até que Niels Henrik David Bohr, físico dinamar-
quês (1885-1962), desenvolveu uma teoria atômica com um modelo para o átomo, o que lhe
rendeu o Prêmio Nobel de Física em 1922.
Novamente, em tempo, o filósofo grego Demócrito de Abdera (460 – 352 a.C.), em sua
doutrina chamada atomismo, sustentava ser a matéria formada por partículas não divisíveis e,
em grego, não divisível significa a-tómos.
O modelo de Bohr tem uma estrutura muito semelhante à do sistema solar, onde os pla-
netas giram em torno do Sol, cada um em sua órbita. Ele representa o átomo com suas três partí-
culas fundamentais: elétrons, prótons e nêutrons, como mostra a figura 3.8.
níveis de energia
elétrons
Órbitas K L M N O P Q
Elétrons 2 8 18 32 32 18 2
A órbita K é a que fica mais próxima do núcleo, sendo acompanhada pelas demais na
sequência apresentada acima.
Exemplos:
Camada M: 18 elétrons
Camada N: 1 elétron
Isto quer dizer que um átomo pode ter a constituição de suas últimas órbitas facilmente
alterada com a retirada ou colocação de elétrons ficando, assim, eletrizado positiva ou negati-
vamente.
Ionização
Ionizar um átomo é alterar o número de elétrons de suas últimas órbitas.
Quando um elétron é retirado de um átomo, este passa a ser um íon positivo ou cátion,
pois o número de prótons fica maior que o de elétrons, como mostra a figura 3.10(a). Quando um
elétron é colocado em um átomo, este passa a ser um íon negativo ou ânion, pois o número de
elétrons fica maior que o de prótons, como mostra a figura 3.10(b).
Corpos Eletrizados
A mesma análise pode ser feita com os corpos que são, afinal, constituídos por átomos.
Conclui-se, portanto, que a carga elétrica de um corpo, seja ela positiva ou negativa,
corresponde a um múltiplo da carga elétrica do elétron ou do próton. Mas, quanto vale a carga
elétrica de um elétron ou de um próton?
Portanto, a carga elétrica total Q de um corpo eletrizado pode ser calculada por:
Q = ± n.q
Q 1
n= = = 6,25 × 1018 prótons
q p 1,6 × 10 −19
OBSERVAÇÃO:
Como a unidade Coulomb refere-se a valores muito pequenos dada a ordem de grande-
za da carga elétrica fundamental (10-19), é muito comum o uso de seus submúltiplos:
Existem materiais condutores e isolantes nos três estados da matéria: sólidos, líquidos e
gasosos. Porém, em eletricidade, os condutores mais utilizados são os sólidos, principalmente os
metais e, no caso dos isolantes, os três têm grande aplicação. Portanto, a definição de condutor fi
cará restrita ao metais.
Condutores
Os materiais condutores são aqueles que conduzem facilmente eletricidade.
No caso dos metais, seus átomos, além de possuírem poucos eletrons na última camada,
estes encontram-se fracamente ligados ao núcleo. Assim, ao receberem qualquer quantidade de
energia, mesmo muito pequena como o calor à temperatura ambiente, eles se libertam dos áto-
mos tornando-se elétrons livres, podendo movimentar-se facilmente conduzindo eletricidade.
Exemplos:
Isolantes
Os materiais isolantes são aqueles que não conduzem eletricidade ou o fazem com
muitíssima dificuldade.
Isto se justifica pelo fato de os isolantes possuírem pouquíssimas cargas livres, que
que podem ser elétrons ou íons dependendo se são sólidos, líquidos ou gasosos.
Exemplos:
● borracha ● ar seco ● madeira
● plástico ● porcelana ● PVC
● papel ● vidro ● água pura
Responda se Puder:
● Por que os eletricistas usam botas de borracha e suas ferramentas têm os cabos prote-
gidos com plástico ou borracha?
● Por que os canos de PVC são atualmente mais utilizados nas construções que os
canos metálicos?
Se você não conseguiu responder a todas estas perguntas, não esquente a cabeça. Estu-
daremos juntos para encontrar as respostas, certo?!
Uma importante propriedade do condutor é que, quando eletrizado, os elétrons livres distri-
buem-se na sua superfície externa pois, devido à repulsão mútua entre eles e por poderem se mo-
vimentar facilmente, eles buscam o maior afastamento relativo possível entre si.
Processos de Eletrização
Pelo que já foi exposto até aqui, tem-se que um corpo eletrizado é aquele que possui um nú-
mero de elétrons diferente do número de prótons.
Existem três processos fundamentais para se eletrizar um corpo: atrito, contato e indução.
Na eletrização por atrito, os corpos ficam, portanto, eletrizados com a mesma intensidade
de carga elétrica em módulo, porém, com sinais contrários, ou seja, ׀QA׀ = ׀-QB׀. Porém, a car
ga total continua sendo nula, conforme o princípio da conservação de cargas elétricas, isto é,
QA + (QB) = 0.
Para uma melhor compreensão destes conceitos e desse processo de eletrização, será feita
uma analogia com a hidrostática.
O sistema da figura 3.15 é conhecido pelo nome de vasos comunicantes. Este sistema é for
mado por dois vasos A e B de volumes diferentes e interligados por um condutor hidráulico no
qual existe um registro que pode permitir ou não a comunicação entre eles.
hA hB = 0
Inicialmente o vaso A contém água até a altura há e o vaso B encontra-se vazio, ou seja,
hB = 0. Abrindo-se o registro, a água flui do vaso A para o vaso B numa velocidade proporcio-
nal à diferença de altura ( ∆h = hA – hB ), ou seja, a velocidade diminui à medida que a diferença
de altura da água dos vasos diminui, como mostra a figura 3.16
Quando a diferença de altura é nula (∆h = 0), o fluxo da água cessa fazendo com que o siste
ma entre em equilíbrio hidrostático, isto é, nos dois vasos a altura da água é a mesma ( h` ), co-
mo mostra a figura 3.16 (b). Nota-se também que no equilíbrio hidrostático, embora a altura da
água seja a mesma nos dois vasos, a quantidade de água não é a mesma, mas proporcional aos
seus volumes.
A transferência de cargas elétricas entre dois condutores em contato físico só existe enquan-
to houver diferença de potencial elétrico, sendo que, ao atingirem o mesmo potencial, o siste-
ma entra em equilíbrio eletrostático, mesmo que suas cargas finais sejam diferentes entre si.
Quando os corpos são novamente isolados um do outro, verifica-se que o corpo A ficou
com uma carga final +QA` (menor que a carga inicial) e que o corpo B carregou-se com uma car
ga positiva +QB`, sendo +QA` ≠ +QB`, em função das dimensões dos corpos A e B serem dife-
rentes, como mostra a figura 3.17(d).
+QA` ≠ +QB`
+VA` = +VB` +V
+V +VA` = +VB`
+V
Na eletrização por contato, apesar de as cargas iniciais e finais de cada corpo serem diferen-
tes entre si, a carga total do sistema permanece a mesma em qualquer momento do processo de
eletrização, conforme o princípio da conservação de cargas elétricas, ou seja,
QA + QB = QA`+ QB`.
Exemplo:
Como a carga final do corpo B é maior em módulo que a do corpo A, conclui-se que o
corpo B tem dimensão maior.
O processo de eletrização por indução ocorre entre corpos condutores sem a necessi-
dade de contato físico entre eles e baseia-se na interação entre cargas elétricas conforme o
princípio da atração e repulsão.
Um corpo condutor A eletricamente neutro encontra-se apoiado numa base isolante, como
mostra a figura 3.18(a).
Figura
Figura 3.173.18 – Eletrização
– Processo por Indução
de Eletrização por Contato
Aterrando-se a extremidade esquerda do corpo A através de um fio condutor, esta, que en-
contra-se polarizada positivamente, atrai elétrons do pólo terra até se tornar neutra, igualando-se
ao potencial nulo do pólo terra, como mostra a figura 3.18(c).
Nota-se, portanto, que no processo de eletrização por indução, o corpo inicialmente neu-
tro, denominado induzido, eletriza-se com carga de sinal contrário em relação ao corpo que pro-
vocou o fenômeno, denominado indutor.
O campo elétrico é um fenômeno que, embora não possa ser visualizado, pode ser ob-
servado por experiências, e a sua compreensão é tão importante para a eletricidade quanto a do
campo gravitacional para a compreensão da queda dos corpos.
Portanto, para facilitar o entendimento de campo elétrico, este estudo será iniciado por
uma breve análise do campo gravitacional.
O campo gravitacional foi explicado por observações e estudos realizados sobretudo por
Copérnico (1473-1543), Galileu (1564-1642), Kepler (1571-1638) e Newton (1642-1727), che-
gando-se às seguintes conclusões:
● A interação dos campos gravitacionais de dois corpos faz surgir entre eles uma
força gravitacional de atração.
Responda se Puder:
● Um corpo caindo significa que ele está sendo atraído em direção ao centro da Terra.
Não estaria também a Terra sendo atraída em direção a este corpo?
● Por que a força de atração entre os planetas não faz com que eles se choquem?
Na eletrostática, ocorre um fenômeno análogo. Uma carga elétrica Q produz ao seu re-
dor uma região afetada por sua presença denominada campo elétrico, como mostra a figura
3.19.
Para efeito de estudo, a carga elétrica Q que gera este campo elétrico é chamada de
puntiforme, ou seja, suas dimensoões são tão pequenas que se confundem com um ponto.
● O campo elétrico E gerado por uma carga puntiforme é uma grandeza vetorial e tem
direção radial, podendo ser representado graficamente através de linhas imaginárias
denominadas linhas de campo ou linhas de força.
K. Q N . m2
E= onde: K = 9 × 10 9 (no vácuo)
d2 C2
OBSERVAÇÃO:
● A constante K pode assumir outros valores, já que depende do meio, análise que será
feita mais adiante no estudo dos dispositivos denominados capacitores.
A unidade de medida de campo elétrico é N/C, o que pode ser demonstrado através da
análise dimensional de sua equação:
[E ] = [K ]. [Q ] N . m 2 . C N
= =
[d ]2 C 2. m2 C
Exemplo:
a) Determinar o campo elétrico num ponto P situado a uma distância d = 40cm de uma
carga puntiforme Q = +3µC colocada no vácuo.
Q = 3 µC P
d = 40cm
Intensidade:
Q1 = 4,5µC P Q2 = - 2,5µC
d = 30cm
Intensidade de E1:
Q1 P Q2
E1
Intensidade de E2:
Q1 P Q2
E2
Intensidade da resultante:
N
E P = E1 + E 2 = 1,8 × 10 6 + 1 × 10 6 = 2,8 × 10 6
C
Q1 P Q2
EP
(a) Cargas Iguais de Sinais Contrários (b) Cargas Iguais de Mesmo Sinal
A análise das linhas de campo é uma das formas de se compreender por que cargas de
sinais contrários se atraem (linhas de campo se unem) e de mesmos sinais se repelem (linhas de
campo se afastam mutuamente).
Experimentalmente, pode-se verificar que, devido a esta repulsão mútua, o campo elé-
trico em qualquer ponto no interior de um condutor esférico em equilíbrio eletrostático é nulo,
como mostra a figura 3.22, referente a um condutor esférico carregado positivamente.
CRB1954
+ + + + + + + +++ + + + + +
- - - - - - - --- - - - - - - - - -
Lei de Coulomb
Voltando ao campo gravitacional, sabe-se que um corpo dentro dele está submetido a
uma força, chamada comumente de peso.
Charles Augustin de Coulomb observou que algo semelhante ocorre com uma carga
elétrica imersa num campo elétrico.
F = Q.E
• Sentido – Se a carga elétrica é positiva, ela fica submetida a uma força no mesmo
sentido do campo elétrico e, se a carga elétrica é negativa, fica
submetida a uma força no sentido contrário ao do campo elétrico,
como mostra a figura 3.25.
Figura 3.25 - Sentido da Força em Cargas Elétricas Imersas num Campo Elétrico
Mas, se esta carga elétrica Q imersa num campo elétrico E, gerado por outra carga fica
fica submetida a uma força F, é de se esperar que seu campo elétrico faça o mesmo com a outra
carga, ou seja, que ela também fique submetida a uma força, correto?
Uma carga elétrica Q1 positiva gera um campo elétrico divergente E1 a uma distância
d , como mostra a figura 3.26.
Q1
E1
K . Q1
E1 = (Equação I )
d2
Uma carga elétrica Q2 positiva colocada neste ponto, fica submetida a uma força F2 na
mesma direção e sentido do campo elétrico, como mostra a figura 3.27.
Q1 Q2
F2
E1
F2 = Q2 . E1 ( Equação II )
K . Q1 . Q2
F2 = ( Equação III )
d2
Da mesma forma, esta carga elétrica Q2 gera um campo elétrico E2 no ponto onde se
encontra a carga elétrica Q1, fazendo com que ela fique submetida a uma força F1 no mesmo sen-
tido do campo elétrico, como mostra a figura 3.28.
Q1 Q2
F1
E2
K . Q2
E2 = ( Equação IV )
d2
F1 = Q1 . E2 ( Equação V )
K . Q1 . Q2
F1 = ( Equação VI )
d2
Comparando-se as equações III e VI, observa-se que ambas resultaram no mesmo va-
lor, ou seja, F1 = F2, tendo as forças a mesma direção, porém sentidos contrários, gerando
assim, uma repulsão entre as duas cargas elétricas positivas.
K . Q1 . Q2
F=
d2
OBSERVAÇÃO:
Finalmente foi elucidado o mistério das almas gêmeas e das almas incompatíveis.
Exemplo:
a) Determinar a intensidade, direção e sentido das forças que atuam nas cargas
Q1 = 23µC e Q2= -8µC quando as mesmas encontram-se no vácuo e distantes 2m uma da
outra.
K . Q1 . Q2 9 × 10 9 × 23 × 10 −6 × 8 × 10 −6
Intensidade: F= = = 0,414 N
d2 22
d1 = 2m d2 = 3m
P1 P2 P3
Calcular o campo elétrico resultante nos pontos onde está situada cada uma destas
cargas e a força resultante em cada uma delas.
k . Q2 9.10 9 . 4 .10 −6
E12 = 2
⇒ E12 = ⇒ E12 = 9000 N / C
d1 22
Q2
P1 E12
k . Q3 9.10 9 . 10 .10 −6
E13 = ⇒ E13 = ⇒ E13 = 3600 N / C
(d1 + d 2 )2 52
Q3
P1 E13
P1 ER1
k . Q1 9.109 . 8 .10 −6
E21 = 2
⇒ E 21 = ⇒ E21 = 18000 N / C
d1 22
Q1
P2 E21
k . Q3 9.109 . 10 .10 −6
E23 = ⇒ E23 = ⇒ E23 = 10000 N / C
(d 2 )2 32
Q3
P2 E23
P2 ER2
Q1
P3 E31
k . Q2 9.109 . 4.10 −6
E32 = ⇒ E32 = ⇒ E23 = 4000 N / C
(d 2 )2 32
Q2
E32 P3
ER3 P3
Q1 Q2
F12
Q1 Q3
F13
Q1
FR1
Q1 Q2
F21
Q2 Q3
F23
Q2
FR2
Q1 Q3
F31
Q3
FR3
Quando esta força deixa de existir, a energia acumulada pela mola faz com que ela volte
a realizar um trabalho, transformando a energia potencial elástica em energia cinética, porém, no
sentido contrário, como mostra a figura 3.30.
Em Física, o trabalho realizado por uma força num corpo é representado pela letra grega
τ (tau), e corresponde ao produto da força aplicada F pelo deslocamento d causado no corpo ou
seja τ = F . d. A distância d é medida em relação a um referencial que, no caso da mola, é o
ponto de repouso.
Sabe-se, pela Lei de Coulomb, que se uma carga de prova Q é colocada em uma região
do espaço onde existe um campo elétrico (gerado por uma carga q), surge nesta carga uma força
capaz de movimentá-la. Ora, tem-se assim, a força elétrica realizando um trabalho τ = F.d.
K . Q.q
F=
d2
Portanto, como chegar a uma equação que mostre o trabalho realizado pela força
elétrica, se esta força não é constante? E mais, como o que nos interessa é o fenômeno elétrico,
como relacionar este trabalho com as cargas elétricas?
Sentimos muito, caros leitores, mas, como estamos falando de algo que precisa de uma
matemática superior, muito mais complexa, seremos obrigados a apresentar-lhes esta
expressão final, sem nos preocuparmos em demonstrá-la matematicamente. Mas não se
desiludam, pois, as conclusões a que chegaremos poderão ser facilmente demonstradas
experimentalmente.
1 1
τ AB = K .Q.q −
A dB
d
Um corpo, a uma certa altura h do chão, possui energia potencial gravitacional Ep. Se
o corpo é largado, a sua energia potencial gravitacional, na medida em que ele cai,
transforma-se em energia cinética Ec. Quando o corpo atinge o chão (h=0), ele não tem mais
energia potencial gravitacional (Ep=0) e a energia cinética (que é máxima) é transformada em
calor e deformação devido ao choque. O chão, ponto mais baixo que o corpo pode atingir e no
qual a energia potencial é nula, é considerado uma referência para a medida desta energia.
Portanto, é justo que encontremos uma referência para nossa carga de prova para que
possamos calcular a energia potencial em jogo.
A figura 3.32 representa a força elétrica movimentando uma carga Q do ponto A até
o ponto B.
Q F
A B
Imaginando-se o ponto B no infinito (dB = ∞), é fácil perceber que a força elétrica que
atua na carga neste ponto é nula. Não havendo força, não existe mais movimento e, não
havendo movimento, não existe mais energia e, não havendo energia, não existe mais trabalho.
1 1
τ A∞ = K .Q.q −
A d∞
d
1 1
→ 0 , tem-se:
Mas, como
∞ τ A∞ = K .Q.q.
dA
Certamente, este só pode ser o maior trabalho que a força F pode realizar, já que
desloca a carga do ponto A até o infinito (que é o ponto mais distante possível).
Mas, como energia é a capacidade de realizar trabalho, pode-se afirmar que a energia
potencial elétrica Ep, armazenada pela carga Q no ponto A, é igual ao trabalho necessário
para deslocá-la do ponto A ao infinito, ou seja, EpA = τA∞ ou, então:
K .Q. q
EpA =
dA
Puxa! Você deve estar cansado de tanto “trabalho”. Mas espera só um pouquinho, pois
a parte mais legal já está chegando!
Potencial Elétrico
Supondo-se que uma carga positiva q tem várias cargas de prova diferentes e positivas
QA , QB , QC e QD em sua volta, mas todas a uma mesma distância d, como mostra a figura
3.33.
qq
d
QC QD
As energias potenciais elétricas nos pon tos A, B, C e D devido à carga q são, respecti
vamente:
K ⋅ q ⋅ QA K ⋅ q ⋅ QB K ⋅ q ⋅ QC K ⋅ q ⋅ QD
EP A = ; EP B = ; EP C = ; EP D =
d d d d
Pelas equações, pode-se observar que a energia potencial em cada ponto é diferente,
pois as cargas de prova têm intensidade diferentes entre si, apesar das distâncias em relação à car
ga q e o campo gerado por ela serem iguais.
Por outro lado, existe um fator igual em todas as equações que vale K.q/d, já que
depende apenas da carga geradora do campo elétrico ( a mesma para todas as cargas de prova ) e
da distância entre as cargas de prova e a carga geradora do campo elétrico (a mesma distância pa
ra todas as cargas de prova).
Este fator é definido como potencial elétrico, representado pela letra V, e é uma carac
terística do ponto considerado, e não da carga de prova localizada neste ponto, além de ser uma
grandeza escalar.
Portanto, num campo elétrico, cada ponto possui um potencial elétrico V que é dire
tamente proporcional ao produto entre a característica do meio K e a intensidade da carga elétri
ca q, geradora deste campo elétrico, e inversamente proporcional à distância d entre a carga ge-
radora do campo elétrico e o ponto considerado, ou seja:
K ⋅q EP
V = ou , ainda : V =
d Q
Pela segunda equação acima, vê-se que a unidade de medida de potencial elétrico é J/C
que, no SI é chamada de Volt (V) em homenagem ao cientista Alessandro Volta.
a) Qual o potencial elétrico de um ponto que está a 10cm de uma carga elétrica
q = +1,5µC localizada no vácuo?
Exemplos:
q = +1,5µC P
d = 10cm
K .q 9 × 10 9 × 1,5 × 10 −6
V = ⇒V = ⇒ V = 135 × 10 3 V
d 10 × 10 − 2
q1 = +2µC P q2 = -7µC
d1 = 3m d2 = 5m
O potencial neste ponto é a resultante da soma dos potenciais devidos a cada uma das
cargas. Portanto
K . q1 9 × 10 9 × 2 × 10 −6
V P1 = ⇒ V P1 = ⇒ V P1 = 6000 V
d1 3
VP 2 =
K . q2
⇒ VP 2 =
(
9 × 10 9 × − 7 × 10 −6 )
⇒ V P 2 = −12600 V
d2 5
Superfícies Equipotenciais
A partir do que foi exposto, tem-se que em volta de uma carga elétrica (positiva ou
negativa) existem infinitas regiões esféricas imaginárias, cada uma formada por infinitos pontos
com o mesmo potencial elétrico. Estes pontos formam as superfícies equipotenciais, sendo as
linhas de campo sempre perpendiculares a elas, como mostra a figura 3.34 para uma carga
positiva.
Superfícies
Equipotenciais
Potencial Zero
Linhas
de Campo
Superfícies
Equipotenciais
Neste caso, a superfície que passa pelo ponto médio 0 possui potencial zero, já que os
demais pontos eqüidistantes dela possuem potenciais positivos à esquerda (sobre influência da
carga positiva) e, com mesmas intensidades, mas negativos, à direita (sobre influência da carga
negativa).
Superfícies
Linhas Equipotenciais
de Campo
A figura 3.37 mostra um campo elétrico gerado por uma carga q positiva e os pontos
A e B, respectivamente, a uma distância dA e dB desta carga.
q(+)
A B
dA
dB
K ⋅q K ⋅q
VA = VB =
dA dB
Como o ponto A está mais próximo da carga do que o ponto B, tem-se que:
VA > VB
Esta diferença de potencial entre dois pontos é de extrema importância para o estudo
de tudo o que está relacionado à eletricidade.
VAB = VA - VB
K .q 9 × 109 × 50 × 10 −9
VA = ⇒ VA = ⇒ VA = 2250V
dA 0,2
K .q 9 × 10 9 × 50 × 10 −9
VB = ⇒ VB = ⇒ V B = 1000 V
dB 0,45
• Se uma outra carga positiva q' for colocada neste campo elétrico, ela se movimentará
no mesmo sentido do campo, ou seja, do potencial maior para o menor, devido à força de
repulsão entre as cargas, como mostra a figura 3.38(a).
• Se uma outra carga negativa q' for colocada neste campo elétrico, ela se movimentará
no sentido contrário do campo, ou seja, do potencial menor para o maior, devido à força de
atração entre as cargas, como mostra a figura 3.38(b).
A B A B
VA > VB VA > VB
Esta análise permite concluir que uma diferença de potencial elétrico produz um
movimento de cargas elétricas.
Exemplos:
Fontes de Alimentação CC:
Exemplos:
• pilha elétrica - 1,5V
E V t
E
Vmin
t
Curiosidades:
● Por que tomamos choques?
Nós tomamos choques quando ficamos sujeitos a uma ddp, fazendo com que uma corren
te elétrica circule por uma parte de nosso corpo. Esta ddp surge, por exemplo, quando estamos
com os pés no chão ( potencial da terra é nulo ) e colocamos uma mão num ponto metálico de
uma geladeira mal aterrada (com potencial elétrico).
● Por que os passarinhos não tomam choque quando pousam num fio de alta tensão
desencapado?
Os passarinhos não tomam choque porque não ficam sujeitos a uma ddp (todo o fio
está no mesmo potencial elétrico), ou seja, não há corrente elétrica passando por seus corpos.
Como a tensão elétrica é uma grandeza que faz parte dos circuitos elétricos, é necessário
saber medi-la.
Eis aqui nosso primeiro instrumento de medida elétrica que, com um pouco mais de
estudo, você estará apto a utilizá-lo.
O instrumento utilizado para medir uma tensão elétrica é o voltímetro, cujos símbolos
estão representados a seguir:
V V
~
Pólo
Positivo
Pilha
Pólo Pólo
Negativo Positivo
Pólo
Negativo
No Capítulo 2, falamos que não bastava ter o instrumento para se fazer uma medida, era
preciso ter o instrumento adequado. Assim, uma régua de 30cm não é adequada para se medir o
comprimento de um terreno.
Para que as medidas sejam feitas com a maior precisão possível, o voltímetro possui
vários valores máximos denominados fundos de escala, que podem ser escolhidos através de um
seletor, conforme a ordem de grandeza do valor a ser medido, como mostra a figura 3.42.
2V
20V
200V
2000V
Assim, um voltímetro ajustado para um fundo de escala de 20V (que pode medir no
máximo 20V) não pode ser utilizado para medida de tensões maiores que 20V, pois pode se
danificar (a escala correta é a de 200V), nem é adequado para se medir com precisão tensões
menores que 2V (a escala correta é a de 2V).
10
5 15
Escalas:
0 20
2V
20V
200V
2000V
Três pilhas em série, em bom estado, forneceriam uma tensão total de:
VT = 3 x 1,5 = 4,5V
Portanto, a escala utilizada é a de 20V mas ele está marcando 3,8V (o algarismo 8 foi
estimado, vide Capítulo 2). Isto significa que uma ou mais pilhas estão um pouco gastas.
Capacitância
Ao enchermos um pneu, temos que tomar cuidado para que ele não estoure, já que seu
material pode não ser muito resistente, suas dimensões podem não ser muito grandes e, por isso
não podemos enchê-lo com uma quantidade de ar acima de sua capacidade.
A figura 3.44 representa uma esfera condutora de raio R, recebendo cargas elétricas de
um outro condutor eletrizado, aqui chamado de gerador de cargas, num meio com constante ele-
trostática K.
Condutor (raio R)
gerador de cargas
Considerando-se, para efeito de análise, que toda a carga Q esteja concentrada no centro
do condutor esférico, o potencial V em sua superfície pode ser calculado por:
K ⋅Q Q R
V = de onde tira-se a relação =
R V K
Esta relação pode ser interpretada como segue: conforme a carga do condutor esférico
aumenta, seu potencial aumenta proporcionalmente, já que R e K são constantes, ou seja:
= C (cons tan te )
Q1 Q2 Q3 Q R
= = = ... = =
V1 V2 V3 V K
Q R
C= ou C=
V K
Capacitância
Também, pela equação C= R/K, pode-se verificar que a capacitância depende das di-
mensões do condutor (raio R) e das características do meio onde ele se encontra (constante ele-
trostática do meio K).
R
C= ⇒ R = C ⋅ K ⇒ R = 1 × 9 × 109 ⇒ R = 9 × 109 m
K
Farad – Pronto?
Leitor(a) – Claro! O raio tem 9 milhões, não, 9bilh..., não trilh....Ah! Um monte de me-
tros!
Farad – Foi por isso que eu perguntei se você era capaz de imaginar as dimensões des-
te condutor. Ele é muito maior que o Sol.
Justamente por isso, somente são possíveis valores muito pequenos de capacitância, que
são dados por submúltiplos do Farad, ou seja:
rr
r =9
cm
V= 1000V
R 9 × 10 −2
C= ⇒C = ⇒ C = 10 pF
K 9 × 10 9
Q
C= ⇒ Q = C ⋅ V ⇒ Q = 10 ⋅ 10 −12 × 1000 ⇒ Q = 10 nC
V
C a p a c i t o r e s
A figura 3.46(a) representa um capacitor de placas paralelas formado por duas armadu-
ras P1 e P2 (placas paralelas), cada uma com área A e separadas por uma distância d por uma ca-
mada isolante de vácuo denominada dielétrico.
dielétrico E
P1 P2 P1 + P2 P1 + - P2
+ +Q + - -Q
+ O + -
+ + -
A A + + -
d d
d
Quando este fluxo de elétrons cessa, tem-se as duas placas carregadas, P1 com carga +Q
e P2 com carga –Q, ou seja, as placas têm cargas de mesma intensidade, mas com sinais contrá-
rios. Neste momento, o capacitor encontra-se totalmente carregado, mas a carga total do sistema
passa a ser nula (+Q – Q = 0). Assim, pode-se considerar que o capacitor carregou-se com carga
Q, fazendo com que entre suas placas apareça um campo elétrico uniforme E , como na figura
4.46(c).
Desta forma, pode-se calcular a tensão (ddp) entre as placas e a capacitância do disposi-
tivo, conforme segue:
Q
V12 = V1 − V2 = E ⋅ d e C=
V12
Mas, como a carga Q distribui-se numa área A, pode-se, também, calcular a capacitân-
cia em função da densidade superficial de cargas σ (sigma):
Assim: σ =
Q
A
[
C / m2 ] ou , ainda Q = σ ⋅ A
É possível demonstrar que o campo elétrico entre duas placas paralelas no vácuo é dado
Por: E = 4 . π . K0 . σ , onde:
σ 1
=
E 4 ⋅ π ⋅ K0
Por esta equação, percebe-se que a relação σ/E é constante e foi denominada permissi-
-12
vidade absoluta ε (epsílon), sendo que para o vácuo ela vale aproximadamente: ε =8,9x10 F/m.
Logo, a capacitância C no vácuo pode ser determinada por qualquer uma das equações
abaixo, dependendo das variáveis disponíveis:
σ ⋅A A ε0 ⋅ A
C= ou C= ou C=
E⋅d 4 ⋅ π ⋅ K0 ⋅ d d
Observação:
1cm
ε0 ⋅ A 8,9 × 10 −12 × 20 × 10 −4
C= ⇒C = ⇒ C = 1,78 pF
d 1 × 10 − 2
b) Qual deve ser a tensão entre as placas deste capacitor para que ele se carregue com
uma carga de 100nC?
Q = 100nC
C = 1,78pF
V=?
Q Q 100 × 10−9
C= ⇒V = ⇒V = ⇒ V = 56,18kV
V C 1,78 × 10−12
Por este exemplo, deu para se ter uma idéia de que um capacitor com tais dimensões
tendo o ar como dielétrico, possui uma pequena capacitância e precisa de uma altíssima tensão
para uma carga também muito pequena.
Ora, esta alta tensão gera um campo elétrico altíssimo levando, fatalmente, a uma ruptu-
ra da rigidez dielétrica do ar entre as placas do capacitor, fazendo com que o ar se ionize e se tor-
ne um condutor, criando um arco voltaico entre as placas, ou seja, curto-circuitando-as, danifican-
do o capacitor.
---------------------
+++++++++++++++
São Pedro – Muito bem, caro leitor! Você acaba de tirar um sentimento de culpa que
sempre tive. O raio não é fruto de minha raiva pois não sou eu quem o envia, e sim o
pára-raios construído por vocês aí embaixo. Ou seja, o raio não cai. Sobe!
Influência do Dielétrico
Muitos circuitos elétricos necessitam de grandes capacitâncias. Para isso, pose-se au-
mentar a área das placas do capacitor e diminuir a distância entre elas. No entanto, aumentar
muito a área das placas implica na construção de capacitores muito grandes.
Por outro lado, diminuir muito a distância entre as placas facilita a ruptura do dielétri-
co.
Uma forma de se resolver este problema é utilizar outros tipos de dielétricos, ou seja,
isolantes que fazem com que o campo elétrico entre as placas diminua. Ora, a diminuição do
campo elétrico faz diminuir a tensão entre as placas que, por sua vez, aumenta a capacitân-
cia do capacitor. Analisando pelas equações:
V =E ⋅ d ∴ ↓ E ⇒↓V
Q
C = ∴ ↓V ⇒ ↑C
V
C = k d ⋅ C0
Exemplo:
Um capacitor tem capacitância de 220nF com dielétrico de vácuo. Qual sua capaci-
tância se o dielétrico for mudado para porcelana (kd = 6,5)?
Capacitores Comerciais
Exemplos:
•Não-polarizado
pf ⇔ nF •Dielétrico: cerâmica
Cerâmico •Placas: alumínio
V ⇔ kV
•Não-polarizado
nf ⇔ µF •Dielétrico: poliéster
Poliéster •Placas: vaporização
Metalizado V de alumínio nas duas
faces do dielétrico
•Polarizado
•Dielétrico: óleo ele-
µf ⇔ mF trolítico
Eletrolítico •Placas: papel
V alumínio enrolado
•Polarizado
Tântalo nf ⇔ µF •Dielétrico: tântalo
Anodo sinterizado e
V Eletrólito seco
•Não-polarizado
•Dielétrico: ar
Variável pf ⇔ nF •Placas: alumínio
Conjunto de placas
V fixas intercaladas por
placas móveis
Como fazer para se obter capacitâncias com valores específicos e diferentes dos en-
contrados comercialmente, caso sejam necessários num circuito ou num experimento? A asso-
ciação de capacitores é uma solução prática para este problema!
V1 V2
+ - + -
C1 C2 C1 C2
V
(a) (b)
As placas externas dos capacitores C1 e C2 por estarem ligadas aos pólos positivo e
negativo da fonte, carregam-se, respectivamente, positiva e negativamente com carga Q. Assim
por indução, as placas internas dos capacitores carregam-se com polaridades contrárias, também
com carga Q. Isto significa que Q1 = Q2 =Q.
Porém, para que isto ocorra, a tensão da fonte deve se dividir entre os capacitores, ou
seja: V = V1 + V2, como mostra a figura 3.48(b).
Q Q Q
Como V = , tem − se que V = + .
C C1 C2
V 1 1
Dividindo-se os dois lados da equação por Q, tem-se: = +
Q C1 C2
V 1
Mas, corresponde ao inverso da capacitância, ou seja, .
Q C
1 1 1 1 1
= + + + ... +
Ceq C1 C2 C3 Cn
Particulamente, para dois capacitores, esta expressão pode ser simplificada para:
C1 ⋅ C2
Ceq =
C1 + C2
OBSERVAÇÕES:
Exemplos:
1) Qual o valor do capacitor equivalente da associação série entre C1 = 18µF,
C2 = 27µF e C3 = 33µF?
1 1 1 1 1 1 1 1
= + + ⇒ = −6
+ −6
+
Ceq C1 C2 C3 Ceq 18 × 10 27 × 10 33 × 10− 6
1
Portanto: = 122,9 × 10 3 ⇒ C eq = 8,14µF
C eq
a) Capacitor equivalente:
C1 ⋅ C2 33 × 10−9 × 47 × 10 −9
Ceq = ⇒ Ceq = ⇒ Ceq = 19,4nF
C1 + C2 33 × 10 − 9 + 47 × 10 − 9
Q = V ⋅ C eq ⇒ Q = 12 × 19,4 × 10 −9 ⇒ Q = 232,8nC
Q 232,8 × 10 −9
V1 = ⇒ V1 = ⇒ V1 = 7,05V e
C1 33 × 10 − 9
Q 232,8 × 10 − 9
V2 = ⇒ V2 = = V2 = 4,95
C2 47 × 10 − 9
Q1 Q2
V V1 V2
C1 C2
(a) (b)
Ceq = C1 + C2
Ceq = C1 + C2 + C3 + ... + Cn
Exemplo:
Determinar o valor do capacitor equivalente da associação paralela entre C1 = 33µF e
C2 = 0,56mF, a carga de cada capacitor e a carga total do circuito, considerando-se que C1 e
C2 estão ligados a uma fonte de 9V.
Q1 = V ⋅ C1 ⇒ Q1 = 9 × 33 × 10 −6 ⇒ Q1 = 297 µC
Portanto, a carga total do circuito pode ser calculada por qualquer uma das formas
abaixo:
Q = Q 1 + Q 2 ⇒ Q = 297 × 10 −6
+ 5040 × 10 −6
⇒ Q = 5337 µ C ou
C2
10µF 12µF C4
V = 50V 6,8µF
C3
15µF
C1
10µF
V=50V CA C4
6,8µF
C2 ⋅C3 12 × 10 − 6 × 15 × 10 −6
CA = ⇒ CA = ⇒ C A = 6 , 67 µ F
C2 + C3 12 × 10 − 6 × 15 × 10 −6
C1
10µF
V=50V CB
C B = C A + C 4 ⇒ C B = 6 , 67 × 10 − 6 + 6 ,8 × 10 − 6 ⇒ C B = 13 , 47 µ F
Finalmente, associando-se C1 com CB, tem-se o capacitor equivalente total:
V=50V Ceq
C1 ⋅ CB 10 × 10 −6 × 13,47 × 10 −6
Ceq = ⇒ Ceq = ⇒ Ceq = 5,74 µF
C1 + C B 10 × 10 − 6 + 13,47 × 10 − 6
Q 287 × 10 −6
V1 = ⇒ V1 = ⇒ V1 = 28,7V e
C1 10 × 10 − 6
V4 = V − V1 ⇒ V4 = 50 − 28,7 ⇒ V4 = 21,3 V
Fenômenos Eletrostáticos
3.1 Faça uma pesquisa e elabore uma lista com os nomes das pessoas mais importantes que
realizaram estudos e descobertas na área da eletrostática, desde a antiguidade até nossos
dias.
R= _____________________________________________________________________
3.3 Como Tales de Mileto fez para observar os fenômenos de atração e repulsão? E como ele
explicou estes fenômenos?
R= _____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
3.4 Faça uma pesquisa sobre as descobertas de Charles Augustin Coulomb e Benjamin
Franklin em eletrostática.
R= “PESQUISA”
R= _____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
R= _____________________________________________________________________
R= _____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
R=
Ge As
Si
R= _____________________________________________________________________
R= _____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
R=
Ge
Si
R=
3.13 Um corpo eletrizado com -250nC recebe 450 milhões de elétrons. Com que carga este
corpo ficou eletrizado?.
R=
3.14 Um corpo está eletrizado com uma carga de 2,5C. Quantos elétrons ele precisa receber
para ficar eletrizado com -1C?
R=
R=
R= _____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
3.17 Por que nos condutores, os elétrons livres distribuem-se na sua superfície externa?
R= _____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
R= _____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
R=
1º ) Roteiro de Cálculos
A B
Elétrons flui de
B para A
2º )
A B
+QA’ ≠ QB’
+VA’ = +VB’
3º )
A B
3.20 Um cubo de ferro está eletrizado com carga Q. Um outro cubo de ferro, inicialmente neu-
tro e com as mesmas dimensões, é colocado em contato com o cubo de ferro. Qual a car-
ga elétrica de cada cubo depois de serem afastados?
R=
R= _____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
R=
3.23 Qual o módulo do vetor campo elétrico criado por uma carga de -25mC num ponto situ-
ado no vácuo a 5m desta carga?
R=
3.24 Tem-se no vácuo, uma carga de 12mC. Determine a intensidade, direção e sentido do
vetor campo elétrico num ponto a 50cm da carga.
R=
Dados:
N .m2
k = 9 .10 9
c2
Q = 12 mC
D = 50 cm
Q = 12mC P
d = 50cm
Intensidade:
k. Q
E= 2
d
R=
3.26 Duas cargas, Q1 = 20µC e Q2 = -45µC, estão no vácuo separadas por 60cm. Calcule o ve-
tor campo elétrico no ponto situado exatamente no meio das cargas.
R=
60cm
Intensidade de E1:
k . Q1
E1 =
d2
Sentido de E1:
Q1 Q2
P
Intensidade de E2:
k . Q2
E2 =
d2
Sentido de E2:
Q1 Q2
P
Intensidade da resultante:
E P = E1 + E 2
Sentido de resultante:
Q1 Q2
P
R=
3.30 Para a figura a seguir, calcule e desenhe os vetores força elétrica e campo elétrico resul-
tante em cada uma das cargas.
4cm 2cm
k . Q2
E12 = 2
d1
Q2
P1
k . Q3
E13 =
(d1 + d 2 )2
Q3
P1
E R1 = E13 − E12
P1
k . Q3
E 23 =
(d 2 )2
Q3
P2
E R 2 = E 21 + E 23
P2
k . Q1
E 31 =
(d1 + d 2 )2
Q1
P3
k . Q2
E32 =
(d 2 )2
Q2
P3
ER 3 = E31 + E32
P3
k . Q1 .Q3
F13 =
(d1 + d 2 )2
Q1 Q3
Q1
FR1
k . Q2 .Q3
F23 =
(d 2 )2
Q2 Q3
FR 2 = F21 + F23
Q2
FR 3 = F31 + F32
Q3
Tensão Elétrica
3.31 Na figura a seguir, determine o potencial elétrico em cada ponto indicado, supondo que a
carga está no vácuo.
R=
Q=0,45mC P1 P2 P3 P4
k .q k .q k .q k .q
V= V= V= V=
d d1 + d 2 d1 + d 2 + d 3 d1 + d 2 + d 3 + d 4
3.32 Analisando a figura a seguir, que mostra as superfícies equipotenciais nas proximidades
de uma carga q, escreva os símbolos: > , < e =, para cada caso.
R=
3.32 –
b
a
d
Vb Vd c
Va Vd
e
Vd Vc
Ve Vf
Vf Vg f
R=
R Q1 S Q2
k . q1
VR =
d1
k . q2
VR =
d1 + d 2 + d 3
k . q1
VS =
d2
k . q2
VS =
d3
VR ( RES .) = VR ( Q1 ) + VR ( Q2 )
VS ( RES .) = VS (Q1 ) + VS (Q2 )
Capacitância e Capacitores
3.37 Qual a capacitância de um condutor que ao receber uma carga de 2000µC, adquire um
potencial de 5000V?
R=
3.38 Qual o raio de uma esfera condutora de capacitância 30pF colocada no vácuo?
R=
3.40 Um capacitor de capacitância 25µF está carregado com 400µC. Qual sua tensão?
R=
3.41 Um capacitor de capacitância 25µF está carregado com 400µC. Qual sua tensão?
R=
R=
a) C1
10µF
V=10V C2 C3
5µF 5 µF 5µF
10µF
C2 C3 C4 CA
CEQ
V=20V 2µF 3µF 5µF 5µF V=20V 10µF
C5 C5
10 µF 10 µF
100µF 50µF
C3
V=30V
100 µF 100µF
C4
50 µF
100µF
C1 C3 C4
V=40V 20µF 5µF 0,5mF