Aula Prática 03 - Fundamentos de Química - Biomedicina

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Aula Prática 3 – Solubilidade e Polaridade dos Compostos Químicos

Teoria abordada: Ligações químicas; Propriedades físicas e químicas; Interações


intermoleculares; Solubilidade.

1. OBJETIVOS

- Verificar a polaridade da água.


- Identificar a solubilidade dos compostos químicos.

2. INTRODUÇÃO

2.1 Polaridade das substâncias químicas

A polaridade é a existência de carga efetiva nas estruturas dos compostos químicos as quais
não podem ser anuladas. A existência de polaridade em estruturas químicas é determinada
pela existência de carga efetivas, ou seja, pela presença de íons (cátion e ânions) ou pelo
momento dipolo criado pela diferença de eletronegatividade entre as ligações covalentes. O
não cancelamento dos momentos dipolos pelo somatório vetorial resulta em moléculas
classificadas como polares. O oposto, ou seja, o cancelamento dos momentos dipolos das
ligações resulta em moléculas apolares.

As ilustrações, a seguir, representam estruturas polares de espécies iônicas e moleculares.

(b) (C)

(a)

Na figura (a) o íon sódio (Na+) e o cloreto (Cl-) apresentam cargas efetivas devido a perda e
ganho de elétron na eletrosfera atômica. Desta forma, a polaridade dos íons é constante e
será independente da geometria da ligação e da diferença de eletronegatividade entre as
espécies químicas. A representação (b) evidencia a presença de polaridade efetiva na
molécula de água em função da diferença de eletronegatividade entre as ligações O-H, que
impossibilita o cancelamento dos vetores momentos dipolos, em função da geometria
molecular da água. Na estrutura molecular (c) os momentos dipolos, existente pela diferença
de eletronegatividade das ligações C=O podem ser cancelados em função da geometria
molecular do composto CO2.
2.2 – Solubilidade

A solubilidade do soluto em solventes é determinada pela interação eletrostática existente


entre soluto e solvente. Quanto maior a força de interação entre as espécies maior será a
solubilidade entre o soluto e solvente. Já a pequena força de interação entre soluto e solvente
resulta em uma pequena solubilidade do soluto ao solvente.

A previsão da solubilidade de determinados compostos químicos pode ser realizada através


da análise da geometria molecular e da diferença de eletronegatividade entre as ligações
covalentes. Esta avaliação permite identificar a existência de polaridade efetiva na molécula.
Nos compostos iônicos a solubilidade é identificada através das constantes de solubilidade
(Kps). Valores elevados de Kps identificam considerável solubilidade dos compostos iônicos e
Kps pequenos, baixa solubilidade no solvente universal, água. A análise do valor do Kps é
necessária para os compostos iônicos, pois nem sempre as moléculas de solventes polares
apresentar energia suficiente para gerar o rompimento de ligações iônicas existente no soluto.

As possíveis interações entre solvente e soluto estão descritas na tabela a seguir.

Espécies Químicas Tipo de Interação Intensidade


Íon – Molécula Polar Íon - Dipolo Forte
Molécula Polar – Molécula Polar Dipolo - Dipolo Média
Moléculas com O;N;F - H Ligação H Forte
Molécula Apolar Dispersão de London Fraca

Desta maneira, podemos exemplificar processos de solubilização e interação com o solvente


tetracloreto de carbono (CCl4). O CCl4 é considerado um solvente apolar, logo o soluto capaz
de interagir com o solvente deverá apresentar alguma fração da sua estrutura química com
caráter apolar. O gás carbônico CO 2, como exemplo, é preferencialmente solúvel em
tetracloreto de carbono quando comparado à água.

Há também moléculas que apresentam regiões polares e apolares em suas estruturas. Estes
compostos químicos são denominados de anfipáticos ou anfifílicos. Um exemplo deste tipo de
molécula é o etanol constituído por regiões polares e apolares na sua estrutura possibilitando
a solubilização em solventes polares, água, e em solventes apolares como lipídios, gorduras.

Região Apolar Região Polar


3. PARTE EXPERIMENTAL

3.1 – Materiais e Reagentes

Materiais Reagentes
2 Buretas de 25 mL Hexano (250 mL)
14 Tubos de Ensaios Tetracloreto de carbono (250 mL)
4 Béqueres (150 mL) Álcool Etílico (Etanol) (150 mL)
1 Bastão de borracha Esferas de Iodo (30 esferas)
Acetona (50 mL)
1 conta gota Parafina (50 g)
NaCl (50 g)
Benzeno (50 mL)

3.2 – Procedimentos

a) Polaridade das moléculas

- Adicione, aproximadamente, 25 mL de água destilada em uma bureta. Ajuste a


torneira da bureta de modo a obter um fluxo contínuo e lento de água.

- Atrite com um pedaço de flanela um bastão de plástico (pente ou régua) e o


aproxime do fluxo de água da bureta. Observe.

- Repita o procedimento anterior usando hexano (C 6H14) ou tetracloreto de


carbono (CCl4).

- Complete a tabela abaixo, identificando o que houve com o fluxo continuo do


liquido pela bureta quando há aproximação do bastão de plástico.

https://www.youtube.com/watch?v=qVgU_e8c4zM

https://www.youtube.com/watch?v=ND0oLqZ_JIk
Observações

Água

Hexano ou Tetracloreto
de Carbono

b) Solubilidade do iodo no sistema H2O/C6H14

- Em um tubo de ensaio adicione 5 mL de água (H 2O) e 5 mL de Benzeno (C6H6). Adicione


também algumas esferas de iodo (I2) e agite o tubo de ensaio.
- Observe o ocorrido e explique químicamente o fenômeno observado.
c) Análise da solubilidade e miscibilidade

- Utilize o conta gotas e transfira pequenas quantidades das espécies químicas para os tubos
de ensaio realizando as misturas de acordo com a tabela abaixo.

- Identifique na tabela abaixo, quais espécies são:

S – Solúvel I - Insolúvel

M – Miscível NM – Não Miscível

Benzeno
Água

NaCl(s)

Parafina(s)

Álcool
Tetracloreto
de carbono
Acetona

4. REFERÊNCIAS

KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M. Química Geral & Reações Químicas. São Paulo: Ed. Cengage
Learning (2008).
RUSSEL, J. B. Química Geral. São Paulo: Ed. Pearson Makron Books (1994).

MORTIMER, E. F; MACHADO, A. H. Química para o ensino médio. São Paulo: Scipione (2002).

GIESBRECHT, E. Experiências de Química, Técnicas e Conceitos Básicos - PEQ - Projetos de


Ensino de Química. São Paulo: Ed. Moderna - Universidade de São Paulo (1982).

TRINDADE, D. F.; OLIVEIRA, F. P.; BANUTH, G. S.; BISPO, J. G. Química Básica Experimental.
SãoPaulo: Ed. Ícone (2006).

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