Apostila de Pmoc 2016a
Apostila de Pmoc 2016a
Apostila de Pmoc 2016a
CONTROLE
2016
Sumário
1. LEGISLAÇÃO SOBRE QUALIDADE DO AR INTERNO .......................................................................................... 4
2. METODOLOGIA PARA ANÁLISE DA QUALIDADE DO AR INTERNO ................................................................. 7
2.1 Determinação de Parâmetros físicos ................................................................................................................. 8
2.2 Controle Microbiológico ...................................................................................................................................... 9
2.3 Determinação de aerodispersóides ...............................................................................................................10
2.4 Determinação de CO2 (Dióxido de Carbono) .................................................................................................11
2.5 Contador de Partículas ...................................................................................................................................12
A.1 PORTARIA Nº 3.523, DE 28 DE AGOSTO DE 1998 ..........................................................................................13
A.2 RESOLUÇÃO - RE Nº 9, DE 16 DE JANEIRO DE 2003 ....................................................................................21
A.3 Fluxograma de um Plano de Gerenciamento de Qualidade do Ar ......................................................................33
A.4 GUIA DE CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS EM CONTROLE DE
QUALIDADE DE AR DE INTERIORES. Volume I - Guia nº 01 2003 ........................................................................34
A.5 RECOMENDAÇÃO NORMATIVA ABRAVA PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇOS DE LIMPEZA E
HIGIENIZAÇÃO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE AR ....................................................................................40
A.7 MODELO DE PMOC ............................................................................................................................................44
A.7.1. IDENTIFICAÇÃO DO AMBIENTE OU CONJUNTO DE AMBIENTES ............................................................46
A.7.1.2 Identificação do Responsável Técnico ......................................................................................................46
A.7.2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................47
A.7.3. DEFINIÇÕES ...................................................................................................................................................47
A.7.4. MANUTENÇÃO ................................................................................................................................................48
A.7.4.1 Condições Desejáveis para as Instalações da Oficina de Manutenção ....................................................49
A.7.4.1.a Área de Estocagem ............................................................................................................................49
A.7.4.1.b Almoxarifado .......................................................................................................................................49
A.7.4.1.c Área de Higienização ..........................................................................................................................49
A.7.5. MANUTENÇÃO DE SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO (AR CONDICIONADO) ...............................................49
A.7.5.1 Manutenção Preventiva..................................................................................................................................50
A.7.5.1.1 Método para Priorização de Equipamentos em Manutenção Preventiva ..........................................50
A.7.5.1.2 Método para a Elaboração de Roteiros de MP (Manutenção Preventiva) .........................................52
A.7.5.1.3 Estabelecimento da Periodicidade da Manutenção Preventiva .........................................................53
A.7.6. PMOC – (NOME DA EMPRESA) .....................................................................................................................57
A.7.6.1 Relação de Equipamentos de Climatização do Estabelecimento (EXEMPLO) ........................................63
A.7.6.2 Relatório de Vistoria (EXEMPLO) ..............................................................................................................64
A.7.7. LIMPEZA EXTERNA DE SISTEMA DE CLIMATIZAÇÃO (AR CONDICIONADO) ....................................65
A.7.7.2 Freqüência de Limpeza e Higienização de Equipamentos de Climatização (Ar Cond.) ...........................66
A.7.8. AVALIAÇÃO SEMESTRAL DOS EQUIPAMENTOS DE CLIMATIZAÇÃO EM FUNÇÃO DA QUALIDADE DO
AR ...............................................................................................................................................................................66
A.7.8.1 Diagnóstico Laboratorial ...........................................................................................................................66
A.7.8.2 Localização dos Focos de Contaminação ................................................................................................67
A.7.8.3 Controle Microbiológico de Ar ....................................................................................................................68
A.7.8.4 Perfil diagnóstico ........................................................................................................................................68
A.7.8.5 Avaliação microbiológica de dutos (bioparticulado)...................................................................................68
A.7.8.6 Avaliação microbiológica de superfícies ....................................................................................................68
2
A.7.8.7 Análises Complementares .........................................................................................................................69
A.7.8.8 Identificação da Existência de Microorganismos Patogênicos .................................................................69
A.7.8.9 Determ. dos Níveis de Contaminação em Comparação com os Padrões Referenciais ...........................69
A.7.8.10 Diagnóstico de Imprecisões em Sistemas de Barreiras (Filtros) e Erros de Projetos ou Instalações ..69
A.7.8.11 Diagnóstico de Incorreções nos Procedimentos de Manutenção Higiênico-Sanitária ...........................70
A.7.8.12 Coleta de Resíduos .................................................................................................................................70
A.7.8.13 Diagnóstico Final .....................................................................................................................................70
A.7.8.14 Recomendações Preventivas ..................................................................................................................70
A.7.8.15 Critérios de Segurança ............................................................................................................................70
A.7.8.16 Arranjo Amostral ......................................................................................................................................70
A.7.8.17 Cuidados Adicionais ................................................................................................................................71
A.7.8.18 Fluxograma de um Plano de Gerenciamento de Qualidade do Ar ..........................................................72
A.7.9. OPERAÇÃO DOS SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO .......................................................................................73
A.7.9.1 Medidas de correção para o problema de renovação do Ar do ambiente climatizado. ............................74
A.7.9.2 Parâmetros de Operação dos Sistemas de Climatização .........................................................................74
a) Parâmetros Físicos ............................................................................................................................................74
A.7.9.A.1 - EQUIPAMENTOS DESEJÁVEIS NA OFICINA DE MAN. DE EQUIP. DE CLIMATIZAÇÃO ..................76
A.7.9.A.2 - FERRAMENTAS DESEJÁVEIS NA OFICINA DE MAN. DE EQUIP. DE CLIMATIZAÇÃO ....................77
A.7.9.A.3 - RECOMENDAÇÃO PARA EXEC. DE SERV. DE LIMP. E HIGIEN. DE SIST. DE DISTRIBUIÇÃO DE
AR ...............................................................................................................................................................................78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................................................................82
CONSIDERAÇÕES FINAIS E PROTOCOLO DE ENTREGA ...................................................................................83
3
1. LEGISLAÇÃO SOBRE QUALIDADE DO AR INTERNO
Os ambientes que apresentam condições severas de contaminação ou de conforto são tidos como
insalubres e dependendo da gravidade podem ser caracterizados como portadores de periculosidade. Segundo
BRASIL – CLT (2003) a insalubridade tem os seguintes termos:
“Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da
natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.”
4
- RDC 50 ANVISA - Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos
físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
- RENABRAVA I - Recomendação Normativa ABRAVA para Execução de Serviços de Limpeza e Higienização de
Sistemas de Distribuição de Ar.
- RENABRAVA II – Qualidade do Ar Interior em Sistemas de Condicionamento de Ar e Ventilação para Conforto
- ABNT NBR 16401-1 Parte 1: Instalações de Ar Condicionado - Sistemas Centrais e Unitários. Projeto das
Instalações.
- ABNT NBR 16401-2 Parte 2: Instalações de Ar Condicionado - Sistemas Centrais e Unitários. Parâmetros de
Conforto Térmico.
- ABNT NBR 16401-3 Parte 3: Instalações de Ar Condicionado - Sistemas Centrais e Unitários. Qualidade do Ar
Interior
- NBR 5413 – Iluminância de Interiores.
- NBR 7256 - Tratamento de ar em estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) – Requisitos para projeto e
execução das instalações.
- NBR 3422 - Agentes químicos no ar – Coleta de aerodispersóides por filtração.
- NBR 9547 - Material particulado em suspensão no ar ambiente – Determinação da concentração total pelo
método do amostrador de grande volume.
- NBR 14679 - Sistemas de condicionamento de ar e ventilação – Execução de serviços de higienização.
o
- Resolução CONAMA N 3 de 28/06/90
- NBR 13.971 - Sistemas de Refrigeração, Condicionamento de Ar e Ventilação - Manutenção programada
- Norma ANSI / ASHRAE 52.1 (Gravimetric and Dust-Spot Procedures for Testing Air-Cleaning Devices Used in
General Ventilation for Removing Particulate Matter).
- Norma ANSI/ASHRAE 62-2004 - Ventilation for Acceptable Indoor Air Quality. (em manutenção permanente) e
projetos de adenda publicados em 2004.
- Norma ANSI/ASHRAE 129-1997- Measuring Air-Change Effectiveness.
- Norma ASHARAE 55-1992 – Thermal Environmental Conditions for human occupancy
- Norma Regulamentadora 07 do Ministério do Trabalho e Emprego – Programa de Controle Médico e Saúde
Ocupacional - PCMSO
- Norma Regulamentadora 09 do Ministério do Trabalho e Emprego – Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais - PPRA
- Norma Regulamentadora 15 do Ministério do Trabalho e Emprego – Atividade e Operações Insalubres.
- Norma Regulamentadora 31 do Ministério do Trabalho e Emprego – Segurança e Saúde no Trabalho em
Serviços de Saúde
- Lei n. 8078 de 11 de setembro de 1990 – Lei do Consumidor
- Lei 10257 de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade
- Lei 6437 de 20 de agosto de 1977 – Infrações à Lei Sanitária Federal
- Lei 9695 de 20 de agosto de 1998 – Altera os arts. 2, 5 e 10 da lei 6437
- Medida Provisória n. 2190-34 de 23 de agosto de 2001 – altera dispositivos das leis 9782 e 6437
- NHO 02 – Norma de Higiene Ocupacional da Fundacentro – Análise Qualitativa da Fração Volátil (Vapores
Orgânicos) em colas, tintas e vernizes por Cromatografia Gasosa / Detector de Ionização de Chama.
- NHO 03 – Norma de Higiene Ocupacional da Fundacentro – Análise Gravimétrica de Aerodispersóides Sólidos
coletados sobre Filtros de Membrana.
5
- NHO 04 – Norma de Higiene Ocupacional da Fundacentro – Método de Coleta e Análise de Fibras em Locais de
Trabalho – análise por microscopia ótica de constraste de fase.
- NHO 07 – Norma de Higiene Ocupacional da Fundacentro – Calibração de Bombas de Amostragem Individual
pelo Método da Bolha de Sabão.
- Guia de Contratação de Empresas Prestadoras de Serviços em Controle de Qualidade do Ar de Interiores
Brasindoor
- Limites Exposição (TLVs) para Substâncias Químicas e Agentes Físicos e Índices Biológicos de Exposição
(BELs) - ACGIH 2005.
6
2. METODOLOGIA PARA ANÁLISE DA QUALIDADE DO AR INTERNO
Para determinar-se a Qualidade do Ar de um ambiente climatizado, é necessário lançar mão de
metodologias destinadas a tal finalidade. Existem diversas metodologias disponíveis, sendo que a aceitação ou
não dos resultados obtidos, cabe aos órgãos regulamentadores.
No Brasil a metodologia adotada para estes casos é aquela sugerida pelas Resoluções e Regulamentos
Técnicos da ANVISA em concordância com as normas técnicas da ABNT. Estas normalizações determinam os
parâmetros a serem avaliados, de forma a obter-se o nível de qualidade do ar em um determinado local
climatizado. A ANVISA indica em sua resolução 9 que os edifícios com características diferenciadas como serviço
médico e de saúde, restaurantes e creches devem ter suas amostragens realizadas de forma isolada e com
critérios diferenciados.
Os parâmetros fundamentais sugeridos e definidos pelas regulamentações para serem avaliados são os
seguintes:
- Material particulado
- Umidade relativa, Temperatura e Velocidade do ar
- Fungos, bolores e bactérias
- Dióxido de Carbono (CO2)
São definidos também outros parâmetros para uma análise mais completa da qualidade do ar, embora
estes não sejam adotados corriqueiramente. A ANVISA coloca como prioridade a medição dos parâmetros
fundamentais citados anteriormente. Os parâmetros complementares são os seguintes:
O monitoramento da concentração de CO2 é bastante importante uma vez que no ambiente interior ele é
produzido mais fortemente pelo metabolismo dos ocupantes, indicando assim se o sistema de climatização esta
bem dimensionado para atender esta demanda. No entanto, na Consulta Pública 109 da ANVISA este
monitoramento não esta mais previsto, sendo substituído pela contagem de partículas inaláveis.
A resolução 9 da ANVISA ainda em vigor determina a metodologia apresentada nos próximos itens, a fim
de permitir a avaliação da qualidade do ar interno. A tabela 1 apresenta o número mínimo de amostras em função
da área construída.
7
Tabela 1 - Número mínimo de amostras em função da área construída
2
Área Construída (m ) Número mínimo de
amostras
Até 1000 1
1000 a 2000 3
2000 a 3000 5
3000 a 5000 8
5000 a 10000 12
10000 a 15000 15
15000 a 20000 18
20000 a 30000 21
Acima de 30000 25
Fonte ANVISA (2003)
Os parâmetros físicos a serem avaliados são a temperatura, umidade relativa e velocidade do ar. O
objetivo é quantificar temperatura e umidade como marcadores epidemiológicos de saúde e a velocidade do ar
como marcador epidemiológico de conforto ambiental.
Os limites admitidos para estes parâmetros são:
Temperatura: 23°C a 26°C no verão
20°C a 22°C no inverno
Umidade: 40% a 65% no verão
35% a 65% no inverno
Velocidade: 0,025 m/s a 0,25 m/s
As medições de temperatura e umidade devem ser realizadas com um termohigrômetro dotado de sensor
de temperatura do tipo termo-resistência e sensor de umidade do tipo capacitivo ou por condutividade elétrica. A
o o
faixa de operação deve ser 0 a 70 C com exatidão de ± 0.8 C para temperatura e 5 a 95 % com ± 5% do valor
medido para umidade. No caso da velocidade do ar deve ser utilizado anemômetro do tipo fio aquecido ou fio
térmico com faixa de medição de 0 a 10 m/s e exatidão de ± 4% do valor medido. Os equipamentos devem ser
calibrados anualmente.
8
Figura 2 – Termo-Higrômetro e Anemômetro de Fio Aquecido - Fonte Catálogo Energética
O número de amostragens é definido conforme a área construída do edifício. Os pontos de amostragens
devem ser distribuídos uniformemente e os instrumentos devem estar localizados a uma distância de 1.5 m do
chão. A tabela 25 apresenta o número mínimo de amostras em função da área construída.
Este contempla a pesquisa da microbióta fúngica, aplicando-se a coleta, encubação, contagem total e
identificação dos fungos e bactérias presentes no ar de ambientes internos climatizados. O objetivo é quantificar e
identificar os fungos de maneira que estes sejam utilizados como marcadores epidemiológicos da Qualidade do
Ar.
É possível através desta analise obter-se uma avaliação do ambiente em relação à hipersensibilidade dos
indivíduos. A resolução traz em seu texto um fator que relaciona o número de fungos do ar interno com o ar
externo. Através desta relação pode-se determinar que um ambiente é dito tolerável se a contagem de fungos for
no máximo 50% maior do que o ambiente externo. O número de fungos é dado em relação a unidades
3
formadoras de colônias (UFC) e o limite para o ambiente interno é de 750 ufc/m . É preciso salientar que os
fungos não podem ser dos tipos patogênicos e toxicogênicos.
A coleta de amostras é realizada utilizando-se um impactador linear do tipo Andersen, podendo este
apresentar 1, 2 ou 6 estágios. A figura 3 mostra um Impactador Andersen de 1 estágio. O processo consiste de
aspirar o ar com uma vazão de 28.3 l/min durante um período de 5 a 15 minutos, fazendo-o passar por um
elemento filtrante e forçando-o a depositar-se em uma placa de petri contendo o meio de cultura. Para coleta de
fungos, os meios de cultura indicados são o Agar Extrato de Malte, Agar Sabouraud ou o Agar Batata. Para a
coleta de bactérias deve-se utilizar o Agar Sangue de Carneiro.
9
O processo procura simular a maneira como fungos ou bactérias são inalados pelo sistema respiratório e
os estágios em que ocorrem. A figura 4 ilustra este processo de inalação.
Figura 4 – Relação entre o número de estágios do amostrador e os estágios de inalação do sistema respiratório -
Fonte Catálogo Energética Equipamentos de Qualidade do Ar
As amostras são então lacradas com fita de teflon e enviadas ao laboratório de análises para encubação,
contagem e identificação de fungos, conforme rotina de embalagem com nível de biossegurança 2. O tempo de
o
incubação mínimo é de 7 dias em uma temperatura de 25 C permitindo-se assim o crescimento total dos fungos.
O número de amostragens é definido conforme a área construída do edifício. Os pontos de amostragens
devem ser distribuídos uniformemente e os instrumentos devem estar localizados a uma distância de 1.5 m do
chão. A tabela 11 apresenta o número mínimo de amostras em função da área construída.
Este procedimento determina a contagem de CO2 através de sensor eletrônico. O objetivo é quantificar os
níveis residuais de CO2 uma vez que este gás é utilizado como um marcador epidemiológico de renovação de ar
externo, em função da quantidade de ocupantes e do metabolismo destes. O limite para ambientes é de 1.000
ppm de dióxido de carbono (CO2).
O processo consiste de leitura direta dos valores instantâneos do indicados no visor do equipamento. As
amostragens devem ser realizadas a 1.5 m do chão e o número destas é aquele definido pela tabela 25.
11
Figura 6 – Medidor de CO2 - Fonte Catálogo Energética Equipamentos de Qualidade do Ar
Este equipamento tem a função de avaliar o material particulado em salas limpas. Em alguns casos pode-
se utilizá-lo para avaliar-se também outros ambientes e o ar externo. Nestas situação é necessário acoplar ao
equipamento, um acessório chamado Isodiluidor permite a operação do contador de partículas em mais altas
concentrações.
Um contador de partículas com o isodiluidor acoplado, é mostrado na figura 7. A amostra de ar é captada
através de uma bomba de sucção à uma taxa de fluxo constante da ordem 1 cfm, sendo que este passa por um
feixe de raio laser. As partículas presentes dispersam a luz a medida que atravessam o feixe luminoso. Esta luz é
focalizada sobre um fotodetector o qual converte o sinal ótico em um sinal elétrico. O contador processa então o
sinal elétrico gerando impulsos que permitem a realização do dimensionamento e contagem das partículas.
Quatro canais de faixas granulométricas (0,5 m – 5 m; 5 m – 10 m; 10 m – 25 m; 25 m)
permitem a separação das partículas. Assim é possível determinar-se numericamente as concentrações de
particulado existente no ar e estimar o seu possível destino nos diferentes ramos do trato respiratório.
12
A.1 PORTARIA Nº 3.523, DE 28 DE AGOSTO DE 1998
PORTARIA Nº 3.523, DE 28 DE AGOSTO DE 1998
O Ministro de Estado da Saúde, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 87, Parágrafo único, item II, da Constituição Federal e
tendo em vista o disposto nos artigos 6º, I, "a", "c", V, VII, IX, § 1º, I e II, § 3º, I a VI, da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990;
considerando a preocupação mundial com a Qualidade do Ar de Interiores em ambientes climatizados e a ampla e crescente utilização
de sistemas de ar condicionado no país, em função das condições climáticas;
considerando a preocupação com a saúde, o bem-estar, o conforto, a produtividade e o absenteísmo ao trabalho, dos ocupantes dos
ambientes climatizados e a sua inter-relação com a variável qualidade de vida;
considerando a qualidade do ar de interiores em ambientes climatizados e sua correlação com a Síndrome dos Edifícios Doentes
relativa à ocorrência de agravos à saúde;
considerando que o projeto e a execução da instalação, inadequados, a operação e a manutenção precárias dos sistemas de
climatização, favorecem a ocorrência e o agravamento de problemas de saúde;
considerando a necessidade de serem aprovados procedimentos que visem minimizar o risco potencial à saúde dos ocupantes, em
face da permanência prolongada em ambientes climatizados, resolve:
Art. 1º - Aprovar Regulamento Técnico contendo medidas básicas referentes aos procedimentos de verificação visual do estado de
limpeza, remoção de sujidades por métodos físicos e manutenção do estado de integridade e eficiência de todos os componentes dos
sistemas de climatização, para garantir a Qualidade do Ar de Interiores e prevenção de riscos à saúde dos ocupantes de ambientes
climatizados.
Art. 2º - Determinar que serão objeto de Regulamento Técnico a ser elaborado por este Ministério, medidas específicas referentes a
padrões de qualidade do ar em ambientes climatizados, no que diz respeito a definição de parâmetros físicos e composição química
do ar de interiores, a identificação dos poluentes de natureza física, química e biológica, suas tolerâncias e métodos de controle, bem
como pré-requisitos de projetos de instalação e de execução de sistemas de climatização.
Art. 3º - As medidas aprovadas por este Regulamento Técnico aplicam-se aos ambientes climatizados de uso coletivo já existentes e
aqueles a serem executados e, de forma complementar, aos regidos por normas e regulamentos específicos.
Parágrafo Único - Para os ambientes climatizados com exigências de filtros absolutos ou instalações especiais, tais como aquelas que
atendem a processos produtivos, instalações hospitalares e outros, aplicam-se as normas e regulamentos específicos, sem prejuízo
do disposto neste Regulamento.
Art. 4º - Adotar para fins deste Regulamento Técnico as seguintes definições:
a) ambientes climatizados: ambientes submetidos ao processo de climatização.
b) ar de renovação: ar externo que é introduzido no ambiente climatizado.
c) ar de retorno: ar que recircula no ambiente climatizado.
d) boa qualidade do ar interno: conjunto de propriedades físicas, químicas e biológicas do ar que não apresentem agravos à saúde
humana.
e) climatização: conjunto de processos empregados para se obter por meio de equipamentos em recintos fechados, condições
específicas de conforto e boa qualidade do ar, adequadas ao bem-estar dos ocupantes.
f) filtro absoluto: filtro de classe A1 até A3, conforme especificações do Anexo II.
g) limpeza: procedimento de manutenção preventiva que consiste na remoção de sujidade dos componentes do sistema de
climatização, para evitar a sua dispersão no ambiente interno.
h) manutenção: atividades técnicas e administrativas destinadas a preservar as características de desempenho técnico dos
componentes ou sistemas de climatização, garantindo as condições previstas neste Regulamento Técnico.
i) Síndrome dos Edifícios Doentes: consiste no surgimento de sintomas que são comuns à população em geral, mas que, numa
situação temporal, pode ser relacionado a um edifício em particular. Um incremento substancial na prevalência dos níveis dos
sintomas, antes relacionados, proporciona a relação entre o edifício e seus ocupantes.
Art. 5º - Todos os sistemas de climatização devem estar em condições adequadas de limpeza, manutenção, operação e controle,
observadas as determinações, abaixo relacionadas, visando a prevenção de riscos à saúde dos ocupantes:
a) manter limpos os componentes do sistema de climatização, tais como: bandejas, serpentinas, umidificadores, ventiladores e dutos,
de forma a evitar a difusão ou multiplicação de agentes nocivos à saúde humana e manter a boa qualidade do ar interno.
b) utilizar, na limpeza dos componentes do sistema de climatização, produtos biodegradáveis devidamente registrados no Ministério da
Saúde para esse fim.
13
c) verificar periodicamente as condições física dos filtros e mantê-los em condições de operação. Promover a sua substituição quando
necessária.
d) restringir a utilização do compartimento onde está instalada a caixa de mistura do ar de retorno e ar de renovação, ao uso exclusivo
do sistema de climatização. É proibido conter no mesmo compartimento materiais, produtos ou utensílios.
e) preservar a captação de ar externo livre de possíveis fontes poluentes externas que apresentem riscos à saúde humana e dot á-la
no mínimo de filtro classe G1 (um), conforme as especificações do Anexo II.
f) garantir a adequada renovação do ar de interior dos ambientes climatizados, ou seja no mínimo de 27m3/h/pessoa.
g) descartar as sujidades sólidas, retiradas do sistema de climatização após a limpeza, acondicionadas em sacos de material
resistente e porosidade adequada, para evitar o espalhamento de partículas inaláveis.
Art. 6º - Os proprietários, locatários e prepostos, responsáveis por sistemas de climatização com capacidade acima de 5 TR (15.000
kcal/h = 60.000 BTU/H), deverão manter um responsável técnico habilitado, com as seguintes atribuições:
a) implantar e manter disponível no imóvel um Plano de Manutenção, Operação e Controle - PMOC, adotado para o sistema de
climatização. Este Plano deve conter a identificação do estabelecimento que possui ambientes climatizados, a descrição das
atividades a serem desenvolvidas, a periodicidade das mesmas, as recomendações a serem adotadas em situações de falha do
equipamento e de emergência, para garantia de segurança do sistema de climatização e outros de interesse, conforme especificações
contidas no Anexo I deste Regulamento Técnico e NBR 13971/97 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
b) garantir a aplicação do PMOC por intermédio da execução contínua direta ou indireta deste serviço.
c) manter disponível o registro da execução dos procedimentos estabelecidos no PMOC.
d) divulgar os procedimentos e resultados das atividades de manutenção, operação e controle aos ocupantes.
Parágrafo Único - O PMOC deverá ser implantado no prazo máximo de 180 dias, a partir da vigência deste Regulamento Técnico.
Art. 7º - O PMOC do sistema de climatização deve estar coerente com a legislação de Segurança e Medicina do Trabalho. Os
procedimentos de manutenção, operação e controle dos sistemas de climatização e limpeza dos ambientes climatizados, não devem
trazer riscos a saúde dos trabalhadores que os executam, nem aos ocupantes dos ambientes climatizados.
Art. 8º - Os órgãos competentes de Vigilância Sanitária farão cumprir este Regulamento Técnico, mediante a realização de inspeções
e de outras ações pertinentes, com o apoio de órgãos governamentais, organismos representativos da comunidade e ocupantes dos
ambientes climatizados.
Art. 9º - O não cumprimento deste Regulamento Técnico configura infração sanitária, sujeitando o proprietário ou locatário do imóvel
ou preposto, bem como o responsável técnico, quando exigido, às penalidades previstas na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977,
sem prejuízo de outras penalidades previstas em legislação específica.
Art. 10 - Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
JOSÉ SERRA
ANEXO I
PLANO DE MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E CONTROLE - PMOC
1 - Identificação do Ambiente ou Conjunto de Ambientes:
Nome (Edifício/Entidade)
Endereço completo Nº
Telefone Fax
2 - Identificação do ( ) Proprietário, ( ) Locatário ou ( ) Preposto:
Nome/Razão Social CIC/CGC
14
4 - Relação dos Ambientes Climatizados:
Tipo de Atividade Nº de Ocupantes Identificação do Ambiente Área Climatizada Carga Térmica
Fixos Flutuantes ou Conjunto de Ambientes Total
- - - - -
- - - - -
- - - - -
- - - - -
NOTA: anexar Projeto de instalação do sistema de climatização.
5 - Plano de Manutenção e Controle
Descrição da atividade Periodicidade Data de Executado Aprovado
execução por por
limpar as serpentinas e- - - -
bandejas
verificar a operação de - - - -
drenagem de água da
bandeja;
verificar o estado de - - - -
conservação do isolamento
termo-acústico;
lavar as bandejas e- - - -
serpentinas com remoção do
biofilme (lodo), sem o uso de
produtos desengraxantes e
corrosivos;
limpar o gabinete do - - - -
condicionador e ventiladores
(carcaça e rotor).
- filtros de ar (secos) - - - -
medir o diferencial de - - - -
pressão;
15
limpar (quando recuperável) - - - -
ou substituir (quando
descartável) o elemento
filtrante.
- filtros de ar (embebidos em - - - -
óleo)
medir o diferencial de - - - -
pressão;
verificar a operação de - - - -
drenagem de água da
bandeja;
verificar o estado de - - - -
conservação do isolamento
termo-acústico (se está
preservado e se não contém
bolor);
levar as bandejas e- - - -
serpentinas com remoção do
biofilme (lodo), sem o uso de
produtos desengraxantes e
corrosivos;
limpar o gabinete do - - - -
condicionador;
- filtros de ar - - - -
c) Ventiladores
16
verificar e eliminar sujeira, - - - -
danos e corrosão;
verificar a fixação; - - - -
lubrificar os mancais; - - - -
verificar e eliminar as - - - -
obstruções no retorno e
tomada de ar externo;
- aquecedores de ar
verificar a operação da - - - -
válvula de controle;
17
de distribuição de vapor e de
condensado;
verificar a fixação; - - - -
medir o diferencial de - - - -
pressão;
medir a vazão; - - - -
verificar o acionamento - - - -
mecânico do registro de ar
("damper")
medir a vazão; - - - -
verificar o posicionamento do - - - -
indicador de condição (aberto
ou fechado);
verificar o acionamento - - - -
mecânico;
lubrificar os mancais; - - - -
Observações:
1. Não é recomendado o uso de umidificador de ar por aspersão que possui bacia de água no interior do duto de insuflamento
ou no gabinete do condicionador.
2. É necessária a existência de registro de ar no retorno e tomada de ar externo, para garantir a correta vazão de ar no sistema.
18
corrosão;
verificar a fixação; - - - -
medir a vazão; - - - -
- dispositivos de bloqueio e - - - -
balanceamento
verificar o funcionamento; - - - -
f) Ambientes Climatizados
g) Torre de Resfriamento
Notas:
1) As práticas de manutenção acima devem ser aplicadas em conjunto com as recomendações de manutenção mecânica da
NBR 13.971 - Sistemas de Refrigeração. Condicionamento de Ar e Ventilação - Manutenção Programada da ABNT, assim
como aos edifícios da Administração Pública Federal o disposto no capítulo Práticas de Manutenção, Anexo 3, itens 2.6.3 e
2.6.4 da Portaria nº 2.296/97, de 23 de julho de 1997, Práticas de Projeto, Construção e Manutenção dos Edifícios Públicos
Federais, do Ministério da Administração Federal e Reformas de Estado - MARE. O somatório das práticas de manutenção para
garantia do ar e manutenção programada visando o bom funcionamento e desempenho térmico dos sistemas, permitirá o
correto controle dos ajustes das variáveis de manutenção e controle dos poluentes dos ambientes.
2) Todos os produtos utilizados na limpeza dos componentes dos sistemas de climatização, devem ser biodegradáveis e
estarem devidamente registrados no Ministério da Saúde para esse fim.
3) Toda verificação deve ser seguida dos procedimentos necessários para o funcionamento correto do sistema de climatização.
6 - Recomendações aos usuários em situações de falha do equipamento e outras de emergência:
Descrição:
19
-
ANEXO II
CLASSIFICAÇÃO DE FILTROS DE AR PARA UTILIZAÇÃO EM AMBIENTES CLIMATIZADOS, CONFORME
RECOMENDAÇÃO NORMATIVA 004-1995 da SBCC
Classe de filtro Eficiência (%)
Grossos G0 30-59
- G1 60-74
- G2 75-84
- G3 85 e acima
Finos F1 40-69
- F2 70-89
- F3 90 e acima
Absolutos A1 85-94, 9
- A2 95-99, 96
- A3 99, 97 e acima
Notas:
1) métodos de ensaio:
*ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating, and Air Conditioning Engineers, Inc.
2) Para classificação das áreas de contaminação controlada, referir-se a NBR 13.700 de junho de 1996, baseada na US Federal Standart 209E de 1992.
3) SBCC - Sociedade Brasileira de Controle da Contaminação.
20
A.2 RESOLUÇÃO - RE Nº 9, DE 16 DE JANEIRO DE 2003
O Diretor da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere
a Portaria nº 570, do Diretor Presidente, de 3 de outubro de 2002;
considerando o § 3º, do art. 111 do Regimento Interno aprovado pela Portaria n.º 593, de 25 de agosto de 2000,
republicada no DOU de 22 de dezembro de 2000,
considerando a necessidade de revisar e atualizar a RE/ANVISA nº 176, de 24 de outubro de 2000, sobre Padrões
Referenciais de Qualidade do Ar Interior em Ambientes Climatizados Artificialmente de Uso Público e Coletivo,
frente ao conhecimento e a experiência adquiridos no país nos dois primeiros anos de sua vigência;
considerando o interesse sanitário na divulgação do assunto;
considerando a preocupação com a saúde, a segurança, o bem-estar e o conforto dos ocupantes dos ambientes
climatizados;
considerando o atual estágio de conhecimento da comunidade científica internacional, na área de qualidade do ar
ambiental interior, que estabelece padrões referenciais e/ou orientações para esse controle;
considerando o disposto no art. 2º da Portaria GM/MS n.º 3.523, de 28 de agosto de 1998;
considerando que a matéria foi submetida à apreciação da Diretoria Colegiada que a aprovou em reunião
realizada em 15 de janeiro de 2003, resolve:
Art. 1º Determinar a publicação de Orientação Técnica elaborada por Grupo Técnico Assessor, sobre Padrões
Referenciais de Qualidade do Ar Interior, em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo, em
anexo.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
CLÁUDIO MAIEROVITCH PESSANHA HENRIQUES
ANEXO
ORIENTAÇÃO TÉCNICA ELABORADA POR GRUPO TÉCNICO ASSESSOR SOBRE PADRÕES
REFERENCIAIS DE QUALIDADE DO AR INTERIO R EM AMBIENTES CLIMATIZADOS ARTIFICIALMENTE DE
USO PÚBLICO E COLETIVO
I - HISTÓRICO
O Grupo Técnico Assessor de estudos sobre Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior em ambientes
climatizados artificialmente de uso público e coletivo, foi constituído pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
ANVISA, no âmbito da Gerência Geral de Serviços da Diretoria de Serviços e Correlatos e instituído por membros
das seguintes instituições:
Sociedade Brasileira de Meio Ambiente e de Qualidade do Ar de Interiores/BRASINDOOR, Laboratório Noel
Nutels
Instituto de Química da UFRJ, Ministério do Meio Ambiente, Faculdade de Medicina da USP, Organização
Panamericana de Saúde/OPAS, Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de
Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO/MTb, Instituto Nacional de Metrologia Normalização e
Qualidade Industrial/INMETRO, Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar/APECIH e,
Serviço de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde/RJ, Instituto de Ciências Biomédicas - ICB/USP e Agência
Nacional de Vigilância Sanitária.
Reuniu-se na cidade de Brasília/DF, durante o ano de 1999 e primeiro semestre de 2000, tendo como metas:
1. estabelecer critérios que informem a população sobre a qualidade do ar interior em ambientes climatizados
artificialmente de uso público e coletivo, cujo desequilíbrio poderá causar agravos a saúde dos seus ocupantes;
21
2. instrumentalizar as equipes profissionais envolvidas no controle de qualidade do ar interior, no planejamento,
elaboração, análise e execução de projetos físicos e nas ações de inspeção de ambientes climatizados
artificialmente de uso público e coletivo.
Reuniu-se na cidade de Brasília/DF, durante o ano de 2002, tendo como metas:
1. Promover processo de revisão na Resolução ANVISA-RE 176/00
2. Atualiza -la frente a realidade do conhecimento no país.
3. Disponibilizar informações sobre o conhecimento e a experiência adquirida nos dois primeiros anos de vigência
da RE 176.
II - ABRANGÊNCIA
O Grupo Técnico Assessor elaborou a seguinte Orientação Técnica sobre Padrões Referenciais de Qualidade do
Ar Interior em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo, no que diz respeito a definição de
valores máximos recomendáveis para contaminação biológica, química e parâmetros físicos do ar interior, a
identificação das fontes poluentes de natureza biológica, química e física, métodos analíticos ( Normas Técnicas
001, 002, 003 e 004 ) e as recomendações para controle (Quadros I e II ).
Recomendou que os padrões referenciais adotadas por esta Orientação Técnica sejam aplicados aos ambientes
climatizados de uso público e coletivo já existentes e aqueles a serem instalados. Para os ambientes climatizados
de uso restrito, com exigências de filtros absolutos ou instalações especiais, tais como os que atendem a
processos produtivos, instalações hospitalares e outros, sejam aplicadas as normas e regulamentos específicos.
III - DEFINIÇÕES
Para fins desta Orientação Técnica são adotadas as seguintes definições, complementares às adotadas na
Portaria GM/MS n.º 3.523/98:
a) Aerodispersóides: sistema disperso, em um meio gasoso, composto de partículas sólidas e/ou líquidas. O
mesmo que aerosol ou aerossol.
b) ambiente aceitável: ambientes livres de contaminantes em concentrações potencialmente perigosas à saúde
dos ocupantes ou que apresentem um mínimo de 80% dos ocupantes destes ambientes sem queixas ou
sintomatologia de desconforto,
c) ambientes climatizados : são os espaços fisicamente determinados e caracterizados por dimensões e
instalações próprias, submetidos ao processo de climatização, através de equipamentos.
d) ambiente de uso público e coletivo: espaço fisicamente determinado e aberto a utilização de muitas pessoas.
e) ar condicionado: é o processo de tratamento do ar, destinado a manter os requerimentos de Qualidade do Ar
Interior do espaço condicionado, controlando variáveis como a temperatura, umidade, velocidade, material
particulado, partículas biológicas e teor de dióxido de carbono (CO 2).
f) Padrão Referencial de Qualidade do Ar Interior : marcador qualitativo e quantitativo de qualidade do ar ambiental
interior, utilizado como sentinela para determinar a necessidade da busca das fontes poluentes ou das
intervenções ambientais
g) Qualidade do Ar Ambiental Interior: Condição do ar ambiental de interior, resultante do processo de ocupação
de um ambiente fechado com ou sem climatização artificial.
h) Valor Máximo Recomendável: Valor limite recomendável que separa as condições de ausência e de presença
do risco de agressão à saúde humana.
IV - PADRÕES REFERENCIAIS
Recomenda os seguintes Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior em ambientes climatizados de uso
público e coletivo.
22
1 - O Valor Máximo Recomendável - VMR, para contaminação microbiológica deve ser
3
750 ufc/m de fungos, para a relação I/E 1,5, onde I é a quantidade de fungos no ambiente interior e E é a
quantidade de fungos no ambiente exterior.
NOTA: A relação I/E é exigida como forma de avaliação frente ao conceito de normalidade, representado pelo
meio ambiente exterior e a tendência epidemiológica de amplificação dos poluentes nos ambientes fechados.
1.1 - Quando o VMR for ultrapassado ou a relação I/E for > 1,5, é necessário fazer um diagnóstico de
fontes poluentes para uma intervenção corretiva.
1.2 - É inaceitável a presença de fungos patogênicos e toxigênicos.
2 - Os Valores Máximos Recomendáveis para contaminação química são:
2.1 - 1000 ppm de dióxido de carbono - ( CO2 ) , como indicador de renovação de ar externo,
recomendado para conforto e bem-estar.
3
2.2 - 80 µg/m de aerodispersóides totais no ar, como indicador do grau de pureza do ar e limpeza do
ambiente climatizado4.
NOTA: Pela falta de dados epidemiológicos brasileiros é mantida a recomendação como indicador de renovação
do ar o valor = 1000 ppm de Dióxido de carbono - CO2
3.1 - a faixa recomendável de operação das Temperaturas de Bulbo Seco, nas condições internas para
0 0 0 0
verão, deverá variar de 23 C a 26 C, com exceção de ambientes de arte que deverão operar entre 21 C e 23 C. A
0 0
faixa máxima de operação deverá variar de 26,5 C a 27 C, com exceção das áreas de acesso que poderão operar
0
até 28 C. A seleção da faixa depende da finalidade e do local da instalação. Para condições internas para inverno,
0 0
a faixa recomendável de operação deverá variar de 20 C a 22 C.
3.2 - a faixa recomendável de operação da Umidade Relativa, nas condições internas para verão, deverá
variar de 40% a 65%, com exceção de ambientes de arte que deverão operar entre 40% e 55% durante todo o
ano. O valor máximo de operação deverá ser de 65%, com exceção das áreas de acesso que poderão operar até
70%. A seleção da faixa depende da finalidade e do local da instalação. Para condições internas para inverno, a
faixa recomendável de operação deverá variar de 35% a 65%.
3.3 - o Valor Máximo Recomendável - VMR de operação da Velocidade do Ar, no nível de 1,5m do piso,
na região de influência da distribuição do ar é de menos 0,25 m/s.
23
3.5 - a utilização de filtros de classe G1 é obrigatória na captação de ar exterior. O Grau de Pureza do Ar
nos ambientes climatizados será obtido utilizando-se, no mínimo, filtros de classe G-3 nos condicionadores de
sistemas centrais, minimizando o acúmulo de sujidades nos dutos, assim como reduzindo os níveis de material
particulado no ar insuflado.
Os padrões referenciais adotados complementam as medidas básicas definidas na Portaria GM/MS n.º 3.523/98,
de 28 de agosto de 1998, para efeito de reconhecimento, avaliação e controle da Qualidade do Ar Interior nos
ambientes climatizados. Deste modo poderão subsidiar as decisões do responsável técnico pelo gerenciamento
do sistema de climatização, quanto a definição de periodicidade dos procedimentos de limpeza e manutenção dos
componentes do sistema, desde que asseguradas as freqüências mínimas para os seguintes componentes,
considerados como reservatórios, amplificadores e disseminadores de poluentes.
V - FONTES POLUENTES
Recomenda que sejam adotadas para fins de pesquisa e com o propósito de levantar dados sobre a realidade
brasileira, assim como para avaliação e correção das situações encontradas, as possíveis fontes de poluentes
informadas nos Quadros I e II.
24
25
26
Observações - Os poluentes indicados são aqueles de maior ocorrência nos ambientes de interior, de efeitos
conhecidos na saúde humana e de mais fácil detecção pela estrutura laboratorial existente no país.
Outros poluentes que venham a ser considerados importantes serão incorporados aos indicados, desde que
atendam ao disposto no parágrafo anterior.
VI - AVALIAÇÃO E CONTROLE
Recomenda que sejam adotadas para fins de avaliação e controle do ar ambiental interior dos ambientes
climatizados de uso coletivo, as seguintes Normas Técnicas 001, 002, 003 e 004.
Na elaboração de relatórios técnicos sobre qualidade do ar interior, é recomendada a NBR-10.719 da ABNT -
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
1 World Health Organization. Indoor air quality: biological contaminants; Copenhagen, Denmark, 1983 ( European
Series nº 31).
2 American Society of Hearting, Refreigerating and Air Conditioning Engineers, Inc. ASHARAE Standard 62 -
Ventilation for Acceptable Indoor Air Quality, 2001
3 Kulcsar Neto, F & Siqueira, LFG. Padrões Referenciais para Análise de Resultados de Qualidade Microbiológica
do Ar em Interiores Visando a Saúde Pública no Brasil - Revista da Brasindoor . 2 (10): 4-21,1999.
4 Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, Resolução n.º 03 de 28/06 /1990.
5 ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 6401 - Instalações Centrais de Ar Condicionado para
Conforto - Parâmetros Básicos de Projeto, 1980.
6 Siqueira, LFG & Dantas, EHM. Organização e Métodos no Processo de Avaliação da Qualidade do Ar de
Interiores - Revista da Brasindoor, 3 (1): 19-26, 1999.
7 Aquino Neto, F.R; Brickus, L.S.R. Padrões Referenciais para Análise de Resultados da Qualidade Físico-
química do Ar de Interior Visando a Saúde Pública. Revista da Brasindoor, 3(2):4 -15,1999
27
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM:
- selecionar 01 amostra de ar exterior localizada fora da estrutura predial na altura de 1,50 m do nível da rua.
- Definir o número de amostras de ar interior, tomando por base a área construída climatizada dentro de uma
mesma edificação e razão social, seguindo a tabela abaixo:
- as unidades funcionais dos estabelecimentos com características epidemiológicas diferenciadas, tais como
serviço médico, restaurantes, creches e outros, deverão ser amostrados isoladamente.
- os pontos amostrais deverão ser distribuídos uniformemente e coletados com o amostrador localizado na altura
de 1,5 m do piso, no centro do ambiente ou em zona ocupada.
28
OBJETIVO: Pesquisa, monitoramento e controle do processo de renovação de ar em ambientes climatizados.
APLICABILIDADE: Ambientes interiores climatizados, de uso coletivo.
MARCADOR EPIDEMIOLÓGICO: Dióxido de carbono ( CO2 ).
MÉTODO DE AMOSTRAGEM: Equipamento de leitura direta.
PERIODICIDADE: Semestral.
FICHA TÉCNICA DOS AMOSTRADORES:
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM:
- Definir o número de amostras de ar interior, tomando por base a área construída climatizada dentro de uma
mesma edificação e razão social, seguindo a tabela abaixo:
- as unidades funcionais dos estabelecimentos com características epidemiológicas diferenciadas, tais como
serviço médico, restaurantes, creches e outros, deverão ser amostrados isoladamente.
- os pontos amostrais deverão ser distribuídos uniformemente e coletados com o amostrador localizado na altura
de 1,5 m do piso, no centro do ambiente ou em zona ocupada.
PROCEDIMENTO DE AMOSTRAGEM: As medidas deverão ser realizadas em horários de pico de utilização do
ambiente.
29
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM:
- Definir o número de amostras de ar interior, tomando por base a área construída climatizada dentro de uma
mesma edificação e razão social, seguindo a tabela abaixo:
- as unidades funcionais dos estabelecimentos com características epidemiológicas diferen-ciadas, tais como
serviço médico, restaurantes, creches e outros, deverão ser amostrados isolada-mente.
- os pontos amostrais deverão ser distribuídos uniformemente e coletados com o amostrador localizado na altura
de 1,5 m do piso, no centro do ambiente ou em zona ocupada, para o Termo-higrômetro e no espectro de ação do
difusor para o Anemômetro.
30
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM:
- Definir o número de amostras de ar interior, tomando por base a área construída climatizada dentro de uma
mesma edificação e razão social, seguindo a tabela abaixo:
- as unidades funcionais dos estabelecimentos com características epidemiológicas diferenciadas, tais como
serviço médico, restaurantes, creches e outros, deverão ser amostrados isoladamente.
- os pontos amostrais deverão ser distribuídos uniformemente e coletados com o amostrador localizado na altura
de 1,5 m do piso, no centro do ambiente ou em zona ocupada.
PROCEDIMENTO DE COLETA: MB-3422 da ABNT.
PROCEDIMENTO DE CALIBRAÇÃO DAS BOMBAS: NBR- 10.562 da ABNT
PROCEDIMENTO LABORATORIAL: NHO 17 da FUNDACENTRO
VII - INSPEÇÃO
Recomenda que os órgãos competentes de Vigilância Sanitária com o apoio de outros órgãos governamentais,
organismos representativos da comunidade e dos ocupantes dos ambientes climatizados, utilizem esta Orientação
Técnica como instrumento técnico referencial, na realização de inspeções e de outras ações pertinentes nos
ambientes climatizados de uso público e coletivo.
As análises laboratoriais e sua responsabilidade técnica devem obrigatoriamente estar desvinculadas das
atividades de limpeza, manutenção e comercialização de produtos destinados ao sistema de climatização.
32
A.3 Fluxograma de um Plano de Gerenciamento de Qualidade do Ar
33
A.4 GUIA DE CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS EM CONTROLE DE
QUALIDADE DE AR DE INTERIORES. Volume I - Guia nº 01 2003
INTRODUÇÃO
Para a contratação de uma empresa, com o objetivo de realizar analises, gerenciamentos e manutenção dos
sistemas de ar condicionado, visando manter ou melhorar a qualidade do ar que é oferecido aos usuários dos
ambientes, deve-se observar que os seguintes passos:
a) Trata-se de um serviço especializado, que envolve hoje com os novos conceitos higiênico-sanitário e de
qualidade de vida, o conhecimento técnico-científico da área específica e as soluções tecnológicas adequadas;
b) A meta a ser atingida deve ser sempre a “boa qualidade do ar que se respira”. Preservar diretamente a saúde
das pessoas que ocupam os ambientes climatizados e garantir a produtividade da empresa;
c) As propostas apresentadas pelos prestadores de serviços dão uma idéia bastante clara de sua capacidade
técnica. Sempre que for possível, deve se pedir as referencias destas empresas, sobretudo a sua filiação e
entidades que possam dar suporte técnico e científico. Desta forma, existem características técnicas importante a
serem observadas e garantidas numa proposta, bem como características comerciais e éticas o que passamos a
expor em seguida:
Técnica.
Uma proposta para um serviço técnico é, antes de tudo, uma descrição dos procedimentos do prestador de
serviço. Propostas que contenham uma descrição detalhada dos serviços, com todos os passos da metodologia
utilizada dispostos numa ordem lógica são a primeira garantia de um bom resultado. Assim, recomendamos a
seguinte estrutura:
34
1. Diagnóstico de situação é sempre a primeira procedência em relação ao ambientes interiores, o qual
determinará que providências a serem tomadas.
2. Localização precisa de focos de contaminação do sistema através de análises microbiológicas e análises
complementares, quando necessárias;
3. Identificação da existência de microrganismos patogênicos;
4. Determinação dos níveis de contaminação e comparação com os padrões referenciais;
5. Diagnostico de imprecisões em sistemas de barreiras (filtros) e erros de projetos ou instalações do sistema;
6. Diagnostico de incorreções nos procedimentos de manutenção higiênico - sanitária;
7. Higienização das casas de máquinas, entrada do ar externo e elementos das centrais de tratamento de ar;
8. Higienização da rede de dutos (quando claramente demonstrado através da busca de fontes ativas);
9. Coleta de resíduos;
10. Diagnóstico final;
11. Recomendações preventivas.
Com esta estrutura apresentada, o passo seguinte é observar a metodologia utilizada em cada uma das etapas.
1 - DIAGNÓSTICO LABORATORIAL.
As análises de avaliação ambiental, tem por objetivo traçar um diagnóstico de situação atual. Este diagnóstico
determinará a presença ou ausência de riscos de agravo a saúde dos usuários em ambientes interiores. O
Diagnóstico laboratorial é um procedimento que visa o atendimento da Portaria Ministerial nº. 3523/GM de
28/08/1998 e Resolução nº RE 176 de 24/10/2000 e sua revisão Resolução nº RE 9 de 16/01de 2003 .
Os serviços de análises microbiológicas serão periódicos, com intervalos semestrais, sendo que a análise inicial
será usada como base para posterior realização de serviços e/ou intervenções que se fizerem necessárias, após o
diagnóstico inicial.
Norma Técnica 01
Controle microbiológico de ar (ar ambiental).
- Inclui: Pesquisa de microbiota fúngica (contagem total, diferencial e identificação).
Objetivo: Quantificar fungos. Estes elementos são marcadores epidemiológicos da qualidade do ar. Esta análise
permite ainda, uma boa avaliação do ambiente, no que concerne a fenômenos de hipersensibilidade.
Norma Técnica 02
Determinação de CO2 (Dióxido de Carbono).
- inclui: Contagem de CO2, através de sensor eletrônico.
Objetivo: Quantificar os níveis residuais de CO2. Este gás é utilizado como um marcador epidemiológico de
renovação de ar externo, entretanto originário da respiração humana.
35
Norma Técnica 03
Determinação de Temperatura, umidade relativa e velocidade do ar.
- inclui: Determinação da temperatura, umidade e velocidade do ar ambiental.
Objetivo: Quantificar temperatura e umidade como marcadores epidemiologicos de saúde. Estas variáveis físicas
estão ligadas a fenômenos gripais tais como a febre da umidade. Quantificar a velocidade do ar como marcador
epidemiológico de conforto ambiental.
Norma Técnica 04
Determinação de aerodispersoides.
- inclui: Contagem de particulados aerodispersos, através de gravimetria.
Objetivo: Quantificar a matéria particulada no ar ambiental. Estes elementos são marcadores epidemiológicos de
deficiencia de filtragens e/ou acúmulo de sujidade em dutos ou ainda em ambientes interiores.
Análises complementares:
Gravimetria do particulado de superfície pode ser de grande utilidade na avaliação de procedimentos de
higienização. Trata-se de um método não padronizado ainda no Brasil, porém já normatizado em alguns países
desenvolvidos. Este método avalia os índices de reprodução de matéria particulada (poeira) na superfície dos
dutos, utilizando a razão peso (massa) por metro quadrado de superfície. Quando de sua utilização deve -se
aplicar padrões internacionais.
37
5 – DIAGNÓSTICO DE IMPRECISÕES EM SISTEMAS DE BARREIRAS (FILTROS) E ERROS DE PROJETOS
OU INSTALAÇÕES
A empresa prestadora de serviços deve, durante os procedimentos de diagnóstico, aplicar um “check- list” de
inspeção nas instalações, observando características de filtragem no sistema (entrada da máquina, retorno e
renovação de ar externo) bem como todo um escopo de observação quanto a características de projeto,
instalação e operação do sistema, detectando e informando inadequações, erros de projetos ou inconformidades
na operação do sistema, através de um relatório.
9 – COLETA DE RESÍDUOS
Os resíduos devem ser criteriosamente coletados, de forma a não proporcionarem uma contaminação ambiental e
consequentemente a recontaminação do sistema de climatização. Todos os critérios de segurança individual
(EPIs) devem ser utilizados no processo de coleta e transporte dos resíduos. Os resíduos sólidos deve ser
acondicionado em sacos plásticos, identificados e dispostos em aterro sanitário ou incinerado.
38
10 – DIAGNÓSTICO FINAL
É indispensável a inclusão de um diagnóstico final. Este, juntamente com a inspeção visual, garantirá a qualidade
do serviço executado, bem como certificará as boas condições ambientais frente às autoridades de fiscalização
sanitária. Este diagnóstico deve ter o mesmo teor do diagnóstico inicial, ou seja, as mesmas coletas e análises
nos mesmos pontos amostrados, determinando um processo comparativo que demonstre a evolução
interveniente.
11 – RECOMENDAÇÕES PREVENTIVAS.
As recomendações preventivas são um escopo de medidas que deverão ser apresentadas ao cliente, de forma a
permitir que os serviços de higienização, quando prestados, perdurem por maior tempo possível, sendo eliminada
toda e qualquer inconformidade de operação e/ou manutenção. Estas medidas são personalizadas atendendo às
características de cada instalação.
CRITÉRIOS DE SEGURANÇA
A Empresa prestadora de serviço deve assegurar que seus funcionários apresentem-se em seus clientes
devidamente uniformizados e munidos de EPIs ( Equipamento Individual de Segurança ). A Empresa prestadora
de serviços deve ainda garantir a integridade do ambiente, acabamentos de interiores e demais bens patrimoniais
de seu cliente.
ARRANJO AMOSTRAL
O procedimento amostral deve ser compatibilizado a legislação vigente (Resolução nº RE 176 de 24 de 0utubro de
2000 e sua revisão a Resolução RE 9 de 16 de janeiro de 2003). Desta forma são computados a metragem
quadrada de área climatizada e definido o número de pontos na tabela abaixo.
CUIDADOS ADICIONAIS
Todo prestador de serviços pretende que seu serviço seja bem realizado e seus efeitos sejam sensíveis. Assim, é
recomendável que as propostas prevejam outras ações a serem executadas pelo contratante, quando este estiver
ligado ao processo de gerenciamento da qualidade ambiental, tais como: procedimentos de manutenção do
sistema de ar condicionado, procedimentos básicos de higienização do ambiente (superfícies fixas) e paisagismo
interior.
Este documento foi aprovado pelo Conselho Científico da BRASINDOOR – Sociedade Brasileira de Meio
Ambiente e Controle de Qualidade de Ar de Interiores.
·
39
A.5 RECOMENDAÇÃO NORMATIVA ABRAVA PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇOS DE LIMPEZA E
HIGIENIZAÇÃO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE AR
RENABRAVA I - REVISÃO I
1. OBJETIVO
Este documento tem por objetivo estabelecer os procedimentos e diretrizes ABRAVA para execução dos serviços
de limpeza e higienização corretiva de sistemas de distribuição de ar contaminados. Assinala-se que estes
serviços, embora muito importantes e necessários, não garantem, por si só, uma boa qualidade do ar interior, que
depende também de diversos outros fatores, não abordados nestas Recomendações.
2. NORMAS E DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
- NBR 13.971 - Sistemas de Refrigeração, Condicionamento de Ar e Ventilação - Manutenção Programada.
- Portaria 3523, de 28 de agosto de 1998, do Ministério da Saúde.
3. CONDIÇÕES GERAIS
A empresa executora dos serviços objeto destas Recomendações deverá:
3.1 - ter em seus quadros no mínimo um engenheiro experiente em sistemas de ventilação e tratamento
de ar, com registro no CREA;
3.2 - possuir e fornecer todos os equipamentos especializados para execução adequada dos serviços de
limpeza e higienização requeridos;
3.3 - empregar mão de obra qualificada, e assegurar que seus funcionários tenham recebido treinamento
para utilizar os equipamentos e os produtos especializados necessários à execução dos serviços. Para tanto
deverá, se solicitada, apresentar os manuais utilizados no treinamento;
3.4 - obter e manter atualizados os seguintes documentos:
- PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional), conforme NR do Ministério do Trabalho;
- PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), conforme NR 09 do Ministério do Trabalho;
- Registro no CREA da empresa e do engenheiro responsável;
- ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) do serviço a ser executado;
3.5 - obter e manter atualizados os registros nos órgões competentes, juntamente com a metodologia de
utilização fornecida pelo fabricante, de todos os produtos químicos utilizados no processo de limpeza;
3.6 - apresentar uma proposta técnica detalhada dos serviços oferecidos, incluindo:
- relatório de inspeção prévia da instalação, especificando os problemas de sujeira e contaminação constatados;
- descrição dos serviços requeridos, metodologia de execução, equipamentos e produtos a serem utilizados,
método de avaliação dos resultados, etc.;
3.7 - ter acesso aos desenhos e últimas revisões do sistema a ser higienizado (sempre que disponíveis),
para permitir melhor planejamento e execução os serviços.
4. CONDIÇÕES ESPECIFICAS PARA A LIMPEZA DE SISTEMAS DE AC
4.1 .Escopo dos serviços
a) A contratada deverá se responsabilizar pela remoção dos contaminantes e depósitos presentes os sistemas de
distribuição de ar, o que inclui, onde necessário:
- superfície interna dos dutos de insuflamento, retorno e ar exterior;
- difusores, grelhas e outros acessórios;
- tomada de ar exterior, incluindo dampers e grelhas;
- casa de máquinas, quando utilizadas como plenum de retorno do sistema;
- filtros, providenciando, se necessário, sua substituição;
- dampers corta-fogo, verificando especialmente se há depósitos de sujeira no batente de encosto da lâmina;
40
- atenuadores de ruído;
- caixas VAV;
- interior dos gabinetes de tratamento de ar, incluindo revestimento interno dos painéis, serpentinas, volutas e
rotores de ventiladores, bandeja de condensados;
- drenos, verificando se estão desobstruídos e com sifonagem suficiente para impedir qualquer aspiração de
contaminantes no fluxo de ar.
b) A contratada deverá garantir que o trabalho foi executado de acordo com estas Recomendações e comprovar a
eficácia do trabalho executado a través de diagnóstico visual e laboratorial.
4.2 Inspeção do sistema de AC e preparação do local
Antes do início de qualquer trabalho de limpeza a contratada deverá efetuar uma inspeção visual do sistema e
uma analise dos desenhos fornecidos pela contratante, para determinar os métodos apropriados, as ferramentas e
os equipamentos necessários para a adequada realização dos serviços. Deverá ser estabelecido, de comum
acordo com a contratante, um cronograma determinando o início e o fim de cada fase da limpeza.
4.3 Saúde e segurança
A contratada deverá cumprir todas as exigências municipais, estaduais e federais aplicáveis, para proteção dos
usuários do edifício, dos funcionários da contratada e do meio ambiente; não deverão ser empregados processos
ou materiais que possam trazer mais riscos para a saúde dos ocupantes dos locais; a descontaminação dos
equipamentos utilizados e a remoção da sujeira recolhida durante a limpeza devem seguir todas as exigências
aplicáveis.
4.4 Responsabilidade
A contratada deverá se responsabilizar por danos causados às instalações, equipamentos, móveis e objetos
pertencentes à contratante, bem como pela segurança dos ocupantes e de seus próprios funcionários durante a
realização dos serviços.
Não se responsabilizará por danos resultantes de técnicas de limpeza inadequadas ou imprudentes empregadas
por terceiros.
4.5 Relatórios
A contratada deverá fornecer, na conclusão dos trabalhos:
- relatório de execução dos serviços;
- comprovação da eficácia do trabalho executado;
- relação das áreas do sistema que apresentaram danos e/ou necessitam de reparos;
- localização das aberturas de acesso eventualmente feitas nos dutos.
5. PROCEDIMENTOS / METODOLOGIA
A contratada deverá elaborar e implementar procedimentos de execução que descrevam a metodologia a ser
empregada para, no mínimo, as seguintes atividades:
5.1 Forros falsos
A contratada poderá remover e reinstalar as placas de forro para obter acesso aos sistemas de AC e rede de
dutos.
5.2 Aberturas de acesso
a) A contratada deverá realizar as aberturas necessárias para permitir a limpeza interna de 100% da rede de
dutos.
b) Deverá utilizar as aberturas de acesso existentes, sempre que possível.
c) Deverá realizar as aberturas necessárias de forma a que possam ser adequadamente fechadas e vedadas,
restabelecendo a integridade e estanqueidade originais do duto.
41
d) Os fechamentos das aberturas de acesso deverão ser devidamente isoladas para prevenir perdas / ganhos
térmicos e evitar condensação em sua superfície, tomando os devidos cuidados para que seja reconstituída a
barreira de vapor.
e) As técnicas de realização das aberturas não devem comprometer a integridade da estrutura do sistema.
f) Não devem ser realizadas aberturas em dutos flexíveis; estes devem ser desconectados em suas extremidades,
removidos para verificação e limpeza apropriadas, e reinstalados, ou se necessário, substituídos.
g) Todas as aberturas de acesso que forem executadas devem ser claramente marcadas e seu local deve ser
indicado nos desenhos do sistema de AC.
5.3 Limpeza
É de responsabilidade da contratada selecionar os métodos de remoção dos poluentes que deixem o sistema
limpo. A limpeza deverá ser executada, preferencialmente, através de escovação mecânica, ou de sopro de ar
comprimido, em todas as partes do sistema.
a) a contratada deve limpar todos os acessórios da rede de dutos, removendo os quando possível, incluindo
splitters, grelhas, dampers, grelhas e difusores, caixas VAV e outros.
b) Limpeza das unidades de tratamento de ar:
- serpentinas de resfriamento - os métodos de limpeza não podem ocasionar danos ou impedir a troca térmica ou
provocar corrosão da superfície da serpentina; devem ser de acordo com as recomendações do fabricante da
serpentina, quando disponíveis - as serpentinas devem ser completamente enxaguadas com água limpa para
remover quaisquer resíduos;
- interior dos gabinetes;
- filtros (se aplicável), ou substitui-los.
c) A contratada deverá limpar os plenuns das casas de máquinas;
d) Dutos de chapa:
- não deverá ser utilizado nenhum método, ou combinação de métodos, que possa danificar potencialmente o
sistema ou afetar sua integridade;
- a contratada deve limpar 100% da rede de dutos, incluindo os de tomada de ar exterior, de insuflamento (com os
flexíveis) e de retorno;
- qualquer que seja a metodologia empregada, de acordo com o disposto anteriormente, deverá prever a
recuperação dos resíduos removidos por equipamento de coleta adequado;
- o equipamento de coleta dos resíduos deve ter potência suficiente para manter todas as áreas que estão sendo
limpas sob pressão negativa e ter vazão de ar suficiente para garantir o arraste das partículas, garantindo a
eficácia da limpeza.
e) Dutos de lã de vidro
- elementos de isolamento acústico ou térmico de lã de vidro presentes em qualquer parte dos equipamentos e
rede de dutos devem ser limpos de maneira a não provocar a liberação de partículas de lã de vidro nos ambientes;
- a metodologia empregada deve ser de aspiração das superfícies ou sopro de ar comprimido seco (conforme
padrões e recomendações da NAIMA);
- devem ser empregados métodos que não causem danos aos componentes de dutos em lã de vidro;
- se houver qualquer evidência de dano, deterioração, delaminação, crescimento de fungos ou bactérias, ou
umidade, a ponto de uma recuperação da área danificada seja impossível, deverá ser recomendado à contratante
sua substituição.
f) Todos os equipamentos de sucção de sujidade devem ser equipados de barreiras suficientes para impedir o
retorno do material recolhido ao ambiente.
42
- quando o equipamento de sucção de material particulado estiver sendo usado dentro de ambientes internos
deverá ser equipado com filtro absoluto (99,97% de eficiência para partículas de 0,3 microns), perfeitamente
ajustado de forma a impedir qualquer fuga de ar;
- quando o equipamento de sucção de material particulado estiver sendo usado externamente, ao ar livre, poderá
ser equipado unicamente com filtros de 85% de eficiência gravimétrica, tomando-se as devidas precauções para
que o material particulado liberado não entre novamente nas instalações; a liberação de sujidade no ar livre não
deve violar quaisquer padrões, códigos ou regulamentos relativos à proteção do meio ambiente.
g) Não deverá haver qualquer emanação de vapores ou odores nocivos durante o processo de limpeza.
5.4 Agentes biocidas
a) Só devem ser aplicados agentes biocidas se houver suspeita razoável de crescimento ativo de
microorganismos, ou se tiverem sido detectados níveis inaceitáveis de contaminação no interior dos dutos.
b) A aplicação de agentes biocidas para controlar o crescimento de contaminantes biológicos deve ser executado
após a remoção da sujidade.
c) Devem ser utilizados apenas agentes biocidas registrados nos orgões brasileiros competentes (Ministério da
Agricultura ou Ministério da Saúde).
d) Os agentes químicos usados devem ser aplicados de acordo com as instruções do fabricante.
e) Os agentes químicos usados não devem provocar danos ou corrosão potencial na rede de dutos, e não devem
interferir nas propriedades do revestimento externo usado nas redes de dutos.
43
A.7 MODELO DE PMOC
EMPRESA:
Janeiro de 20XX
44
PLANO DE MANUTENÇÃO OPERAÇÃO E
CONTROLE - PMOC
DOCUMENTO BASE
EMPRESA:
Janeiro de 20XX
45
A.7.1. IDENTIFICAÇÃO DO AMBIENTE OU CONJUNTO DE AMBIENTES
Nome (Edifício/Entidade):
Endereço:
Bairro:
Cidade: – UF:
CEP:
Telefone: (XX) XXXXXXXXX - Fax: (XX) XXXXXXXXX
Endereço Eletrônico:
Nome/Razão Social:
CNPJ:
Endereço:
Cidade: - UF:
CEP:
Telefone: (XX) XXXXXXXXX - Fax: (XX) XXXXXXXXX
Endereço Eletrônico:
46
A.7.2. INTRODUÇÃO
O presente tem por finalidade, divulgar regras, preceitos, critérios, instruções e procedimentos diversos
que deverão ser seguidos para que seja possível garantir a boa Qualidade do Ar em Climatizados
Artificialmente. A legislação vigente contempla dois textos básicos que definem diversos parâmetros e
metodologia para obter-se salubridade nos ditos ambientes climatizados.
São apresentados os requisitos para manter a qualidade do ar em ambientes climatizados, mostrando os
principais aspectos que interferem na obtenção de um ambiente salubre e adequado para a realização das
diversas atividades laborais. A insalubridade apresentada em ambientes climatizados pode ser associada à
baixa qualidade do ar insuflado nestes locais, assim como a formação, movimentação e dispersão de
contaminantes.
A Portaria 3523/98 do Ministério da Saúde determina medidas básicas referentes aos procedimentos de
verificação visual do estado de limpeza, remoção de sujidades por métodos físicos e manutenção do estado
de integridade e eficiência de todos os componentes dos sistemas de climatização, para garantir a Qualidade
do Ar de Interiores e prevenção de riscos à saúde dos ocupantes de ambientes climatizados.
A Resolução n. 9 de 16 de janeiro de 2003 da Agência de Vigilância Nacional (ANVISA) define Padrões
Referenciais de Qualidade do Ar Interior em Ambientes Climatizados Artificialmente de Uso Público e Coletivo.
As duas legislações indicam ainda as penas e sanções para o não cumprimento da mesma.
O presente visa ainda determinar parâmetros para as operações da equipe de manutenção da qualidade
do ar e por conseqüência, verifica-se a necessidade de adequar ou promover a criação de uma Oficina de
Manutenção de Equipamentos de Climatização.
A.7.3. DEFINIÇÕES
Climatizador Evaporativo
È um equipamento que permite climatizar o ambiente utilizando um ventilador que aspira o ar externo,
passando-o através de um painel evaporativo úmido, onde este ar é resfriado, umidificado e filtrado pelo
processo de lavagem contínua. Um fluxo de água circula continuamente, molhando e lavando o painel e o ar
que por ele passa. A capacidade varia em função da vazão de ar determinada pelo números de trocas por
hora.
Condicionador de Ar de Janela
É o condicionador de ar compacto adaptável em janelas ou em nichos de alvenaria, com capacidade
variando de 7000 a 30000 BTU/h.
Condicionador de Ar Split
É o condicionador de ar remoto adaptável em tetos, paredes ou pisos, com capacidade variando de 8000
a 220000 BTU/h.
47
Oficina de Manutenção de Equipamentos de Climatização (OMEC)
É a oficina instalada em cada Estabelecimento ou somente no Órgão Central, capaz de realizar
manutenções corretivas, preventivas e preditivas nos sistemas e equipamentos de climatização, instalados
em todos os prédios da empresa.
A.7.4. MANUTENÇÃO
A OMEC é responsável pela programação e o cumprimento do Plano de Manutenção Preventiva dos
equipamentos de climatização instalados nos estabelecimentos da empresa. As Unidades possuidoras de
equipamentos de climatização com capacidade acima de 5TR, inclusive, devem proceder aos registros neste
PMOC, conforme estabelece a Portaria nº 3.523, mantendo-o afixado próximo ao referido equipamento.
A OMEC deverá manter um arquivo atualizado com todos os manuais dos equipamentos de climatização e
outras publicações de interesse do serviço. A Oficina de Manutenção deverá tomar as providências cabíveis
para realização de cursos de climatização, quando necessário, ao pessoal engajado na equipe de
manutenção dos equipamentos de climatização.
A OMEC deverá dispor dos equipamentos descritos no ANEXO 3 e as ferramentas do ANEXO 4. Qualquer
equipamento ou ferramenta diferente do especificado nesses ANEXOS, julgado pela Oficina como necessário
e imprescindível, deverá ser comunicado ao Responsável Técnico do presente PMOC.
A(s) OMEC(s) é (são) responsável(is) pela movimentação dos equipamentos de climatização de sua área.
A autorização para a distribuição, recolhimento e transferência dos equipamentos de climatização será
informada por meio de mensagem coletiva ao SESMET. Em toda movimentação (distribuição, recolhimento e
transferência) de equipamento de climatização, este será, obrigatoriamente, acompanhado da sua Ficha de
Identificação.
48
A.7.4.1 Condições Desejáveis para as Instalações da Oficina de Manutenção
Para atender plenamente os serviços a serem executados é conveniente que no mobiliário haja no
mínimo:
- uma estante com duas prateleiras, para uso imediato de notícias técnicas, coletâneas técnicas e
pequenas ferramentas de uso específico;
- três bancadas de serviço forradas com lençol de borracha de 10mm de espessura e com instalação
elétrica de 6.6 kVA (2F+N+T), 110/220Vac, dotadas com voltímetro e amperímetro; e
- três bancadas de serviço, para procedimentos de teste, carga de refrigerante e vácuo.
Local para estocagem, englobando aparelhos a serem reparados e aparelhos prontos para a distribuição.
A.7.4.1.b Almoxarifado
É desejável que haja uma área destinada ao almoxarifado, onde os materiais a serem aplicados nas
manutenções estejam sempre disponíveis ao técnico.
É desejável que haja uma área adjacente à Oficina para a limpeza dos equipamentos com jato d’água ou
em tanque apropriado.
b) Sistema SPLIT
49
Neste sistema os aparelhos que o compõem ficam separados (unidade evaporadora e unidade
condensadora) e devem receber a manutenção periódica na mesma ocasião. O sistema é bastante eficiente,
tem baixo nível de ruído por ser a unidade condensadora instalada à distância, não é muito caro e,
relativamente, baixo consumo de energia. As rotinas para manutenção preventiva de sistemas de ar-
condicionado estão contidas nas planilhas do item 7.1.3.
Uma vez feito o levantamento inicial dos equipamentos, pode-se iniciar a priorização através da utilização dos
seguintes critérios:
a. risco: equipamentos que apresentam alto risco à vida dos usuários ou do operador em caso de falha.
b. importância estratégica: equipamentos cuja manutenção preventiva foi solicitada pela própria
administração do Estabelecimento, equipamentos cuja paralisação ocasiona receita cessante, e equipamentos
de reserva e/ou que possuem alto grau de utilização, ou seja, cuja paralisação impossibilita ou dificulta a
realização de um ou mais serviços oferecidos pelos estabelecimento.
c. recomendação: equipamentos sujeitos a recomendações dos seus fabricantes, ou seja, que possuem
peças de vida útil predeterminada ou que devem sofrer procedimentos de rotina.
Uma maneira bastante simples de selecionar os equipamentos que devem ser incluídos na lista do
programa de manutenção preventiva é apresentada na tabela da próxima página. Ela descreve um conjunto
de questões que devem ser respondidas tanto pelo responsável pelo grupo de manutenção como pelo
usuário.
É importante que o questionário seja montado para cada tipo de equipamento existente no estabelecimento.
Se para um determinado tipo de equipamento/modelo, a resposta for sim para qualquer uma das questões, o
equipamento deverá ser incluído no Programa de Manutenção Preventiva.
É muito provável que com a utilização dessa tabela vários equipamentos sejam selecionados para o
programa. Nesse caso, o responsável deve avaliar os equipamentos selecionados que terão condições de
serem mantidos imediatamente, os que podem ser mantidos à médio prazo e aqueles cuja manutenção
preventiva deverá ser terceirizada.
50
Observando a tabela, somente a pergunta 5 é subjetiva. As demais, se respondidas positivamente,
obrigatoriamente deverão provocar manutenção preventiva abrangente ou específica do equipamento. Assim,
inclusões opcionais de equipamentos no programa de manutenção preventiva serão devidas a uma resposta
positiva à pergunta 5, mas principalmente em virtude da experiência acumulada pelo grupo na execução da
manutenção corretiva.
51
A.7.5.1.2 Método para a Elaboração de Roteiros de MP (Manutenção Preventiva)
Um dos problemas mais sérios enfrentados por grupos de manutenção de equipamentos no Brasil é a falta
de um roteiro do próprio fabricante do equipamento para a execução da manutenção, o que dificulta muito o
trabalho do grupo de manutenção, que, além de executar a manutenção preventiva, deve também elaborar
roteiros e avaliar o nível e a periodicidade de ocorrência desta.
A implementação do programa de manutenção preventiva pode ser feita através do controle rigoroso das
datas e horários para a manutenção de cada equipamento incluído no programa, o conhecimento das pessoas
responsáveis pelo serviço onde o equipamento está sendo utilizado, o estabelecimento de um roteiro
detalhado com todos os procedimentos a serem realizados, a lista das ferramentas, equipamentos para teste
e material de consumo (graxas, detergentes, desengraxantes, etc.) necessários.
A implementação de um programa de manutenção preventiva deve sempre ser discutida e aprovada
conjuntamente com os usuários, a administração e o corpo técnico. Deve ser um processo dinâmico, que está
sempre se auto corrigindo e se ajustando para satisfazer às necessidades dos clientes.
O conteúdo dos procedimentos de manutenção preventiva deve ser o mais completo possível para
garantir que a inspeção seja feita da mesma maneira todas as vezes, assegurando um nível mínimo de
inspeção adequada. Por isso, os roteiros de manutenção preventiva não devem ser muito superficiais, com
instruções do tipo “verifique e limpe a unidade”.
Por outro lado, as explicações dos roteiros não precisam ser tão detalhadas a ponto de requerer um
esforço extensivo de leitura, o que não aumentará a efetividade da manutenção preventiva. Um roteiro de
manutenção preventiva deve ser fácil de entender e composto basicamente por procedimentos de:
Manutenções Preventivas Abrangentes: é feita uma avaliação geral da segurança e desempenho dos
equipamentos, ou seja, engloba todos os procedimentos de um roteiro de manutenção preventiva. É comum a
execução desses procedimentos anualmente.
Manutenções Preventivas Específicas: são verificados e trocados os itens que se degradam entre as
inspeções abrangentes. Geralmente, as inspeções são feitas em obediência às normas de funcionamento ou
às recomendações dos fabricantes dos equipamentos.
A sugestão que se apresenta é o estabelecimento da periodicidade de acordo com a freqüência das falhas
que a Manutenção Preventiva tenta evitar. Para isso, deve-se levar em consideração:
a. as condições de operação do equipamento (risco que o equipamento apresenta em caso de falha,
probabilidade de o equipamento falhar devido a condições inseguras de operação, como, por exemplo, a
existência de radiações ionizantes ou equipamentos elétricos expostos à ação de líquidos e fluidos biológicos);
b. a facilidade de realizar a manutenção (ergonomia de manutenção) do equipamento, ou seja,
equipamentos com manutenção preventiva mais complexa exigem mais tempo
c. freqüência de utilização do equipamento (equipamentos bastante utilizados necessitam de mais
atenção, ou seja, uma manutenção preventiva mais freqüente)
d. a experiência do pessoal usuário e técnico (a experiência com o equipamento ajuda a determinar a
freqüência de manutenções preventivas). Normalmente, costuma-se considerar que a freqüência dos
procedimentos de MP é adequada quando o número de equipamentos incluídos no Programa de Manutenção
Preventiva que apresentam falhas ou necessitam de conserto entre cada manutenção é menor do que 5%.
A tabela seguinte sugere critérios para saber se a freqüência dos procedimentos de manutenção
preventiva está sendo adequada, muito alta ou muito baixa.
53
Tabela de avaliação da freqüência dos procedimentos de MP
54
Ficha Modelo de Manutenção Preventiva 01 – Climatizador Evaporativo – Semanal
Local Equipamento
Observações de Manutenção
Coordenar a parada dos equipamentos com os usuários
Ordem Discriminação
55
PROGRAMA DE MANUTENÇÃO OPERAÇÃO E
CONTROLE - PMOC
EMPRESA:
Janeiro de 20XX
56
A.7.6. PMOC – (NOME DA EMPRESA)
Endereço: Nº:
Endereço: Nº:
Endereço Eletrônico:
Endereço: Nº:
Endereço Eletrônico:
57
4. Relação dos Ambientes Climatizados (EXEMPLO)
o
N Ocupantes Área Carga
58
5. Plano de Manutenção e Controle – Conforme Rotinas de Manutenção Preventiva
Descrição da Atividade Periodicidade Data de Executado por Aprovado por
de Execução Execução
Verificar e eliminar sujeira, danos e corrosão no gabinete, na moldura da serpentina e na bandeja; TRIMESTRAL
verificar o estado de conservação do isolamento termo-acústico (se está preservado e se não MENSAL
contém bolor);
levar as bandejas e serpentinas com remoção do biofilme (lodo), sem o uso de produtos TRIMESTRAL
desengraxantes e corrosivos;
- filtros de ar MENSAL
b) Filtro de ar (secos)
c) Ventiladores
59
Verificar e eliminar corpos estranhos MENSAL
- aquecedores de ar
Observações:
1. Não é recomendado o uso de umidificador de ar por aspersão que possui bacia de água no interior do duto de insuflamento ou no gabinete do condicionador.
2. É necessária a existência de registro de ar no retorno e tomada de ar externo, para garantir a correta vazão de ar no sistema.
60
- bocas de ar para insuflamento e retorno do ar
f) Ambientes Climatizados
Notas:
1) As práticas de manutenção acima devem ser aplicadas em conjunto com as recomendações de manutenção mecânica da NBR 13.971 - Sistemas de Refrigeração.
Condicionamento de Ar e Ventilação - Manutenção Programada da ABNT, assim como aos edifícios da Administração Pública Federal o disposto no capítulo Práticas
de Manutenção, Anexo 3, itens 2.6.3 e 2.6.4 da Portaria nº 2.296/97, de 23 de julho de 1997, Práticas de Projeto, Construção e Manutenção dos Edifícios Públicos
Federais, do Ministério da Administração Federal e Reformas de Estado - MARE. O somatório das práticas de manutenção para garantia do ar e manutenção
programada visando o bom funcionamento e desempenho térmico dos sistemas, permitirá o correto controle dos ajustes das variáveis de manutenção e controle dos
2) Todos os produtos utilizados na limpeza dos componentes dos sistemas de climatização, devem ser biodegradáveis e estarem devidamente registrados no Ministério
da Saúde para esse fim.
3) Toda verificação deve ser seguida dos procedimentos necessários para o funcionamento correto do sistema de climatização.
61
6. Recomendações aos usuários em situações de falha do equipamento e outras de emergência
Descrição:
Desligar Equipamentos Contatar a Oficina de Manutenção de Sistemas de Climatização
CLASSIFICAÇÃO DE FILTROS DE AR PARA UTILIZAÇÃO EM AMBIENTES CLIMATIZADOS, CONFORME RECOMENDAÇÃO NORMATIVA 004-
1995 da SBCC
Grossos G0 30-59
G1 60-74
G2 75-84
G3 85 e acima
Finos F1 40-69
F2 70-89
F3 90 e acima
Absolutos A1 85-94, 9
A2 95-99, 96
A3 99, 97 e acima
Notas:
1) métodos de ensaio:
Classe G: Teste gravimétrico, conforme ASHRAE* 52.1 - 1992 (arrestance)
Classe F: Teste colorimétrico, conforme ASHRAE 52.1 - 1992 (dust spot)
Classe A: Teste fotométrico DOP TEST, conforme U.S. Militar Standart 282
*ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating, and Air Conditioning Engineers, Inc.
2) Para classificação das áreas de contaminação controlada, referir-se a NBR 13.700 de junho de 1996, baseada na US Federal Standart 209E
de 1992.
3) SBCC - Sociedade Brasileira de Controle da Contaminação.
62
A.7.6.1 Relação de Equipamentos de Climatização do Estabelecimento (EXEMPLO)
de janela
Tesouraria ELGIN 6.000
de janela
local CONSUL 7.500
A.7.6.2 Relatório de Vistoria (EXEMPLO)
Os Equipamentos indicados a seguir foram objeto de vistoria para o início das operações do
presente PMOC.
Equipamento Marca Capacidade BTU Vistoria Data
Excelente Estado de Conservação e
Split TRANE 60.000 Funcionamento Adequado 15/12/2008
Excelente Estado de Conservação e
TRANE 60.000 15/12/2008
Split Funcionamento Adequado
Excelente Estado de Conservação e
TRANE 60.000 15/12/2008
Split Funcionamento Adequado
Excelente Estado de Conservação e
TRANE 60.000 15/12/2008
Split Funcionamento Adequado
Excelente Estado de Conservação e
TRANE 60.000 15/12/2008
Split Funcionamento Adequado
Excelente Estado de Conservação e
TRANE 60.000 15/12/2008
Split Funcionamento Adequado
Excelente Estado de Conservação e
de janela 15/12/2008
CONSUL 12.000 Funcionamento Adequado
Excelente Estado de Conservação e
de janela 15/12/2008
ELGIN 6.000 Funcionamento Adequado
Excelente Estado de Conservação e
de janela 15/12/2008
CONSUL 7.500 Funcionamento Adequado
Todas as vistorias foram realizadas pelo Eng. Mec. XXXX XXXX XXXXXX, portador do CREA-SC
XXXXXXX-X, sendo que o parecer é de responsabilidade do mesmo.
64
A.7.7. LIMPEZA EXTERNA DE SISTEMA DE CLIMATIZAÇÃO (AR CONDICIONADO)
Objetivo:
Assegurar a qualidade do ar, a segurança, o bem estar e o conforto dos funcionários e pacientes
Melhorar o desempenho do sistema de climatização (ar condicionado), garantindo maior capacidade
de refrigeração e economia de energia.
b) Bandeja de Condensação
Remoção de Sujeira, Lodo, Bolores, etc. jato água e / ou pano úmido
Limpeza / Desobstrução dos tubos de dreno com jato de água
Aplicação de Bactericida na Bandeja do Evaporador
e) Filtro de Ar do Evaporador
Limpar / lavar os filtros de ar (filtro de tela) e passar produto bactericida
Filtros Anti Pólen deve-se verificar o estado geral e trocá-los regularmente. Não devem ser re-
utilizados
Filtros Anti Pólen também são passiveis de aplicação de produto bactericida
Recomenda-se que após higienização do sistema de Ar Condicionado seja feita também a
higienização, com um pano umedecido em produto bactericida (piso, laterais, bancos, teto,
banheiro).
65
A.7.7.2 Freqüência de Limpeza e Higienização de Equipamentos de Climatização (Ar Cond.)
DOSAGEM DE BACTERICIDA
Serpentina / Bandeja Condensado / Filtro
Aplicação direta do produto
Parte Internas e Componentes do Evaporador.
Dutos de Transição e Distribuição
Aplicação solução com água e 10% a 15% produto bactericida
A análise de avaliação ambiental tem por objetivo traçar um diagnóstico de situação atual. Este
diagnóstico determinará a presença ou ausência de riscos de agravo à saúde dos usuários em ambientes
interiores. O Diagnóstico laboratorial é um procedimento que visa o atendimento da Portaria Ministerial nº.
3523/GM de 28/08/1998 e Resolução nº RE 176 de 24/10/2000 e sua revisão Resolução nº RE 9 de
16/01de 2003.
Os serviços de análises microbiológicas serão periódicos, com intervalos semestrais, sendo que a
análise inicial será usada como base para posterior realização de serviços e/ou intervenções que se fizerem
necessárias, após o diagnóstico inicial. Deverão ser seguidas as normas técnicas da Resolução 9 – ANVISA
indicadas a seguir.
66
Norma Técnica 01
Controle microbiológico de ar (ar ambiental).
- Inclui: Pesquisa de microbiota fúngica (contagem total, diferencial e identificação).
Objetivo: Quantificar fungos. Estes elementos são marcadores epidemiológicos da qualidade do ar.
Esta análise permite ainda, uma boa avaliação do ambiente, no que concerne a fenômenos de
hipersensibilidade.
Norma Técnica 02
Determinação de CO2 (Dióxido de Carbono).
- inclui: Contagem de CO2, através de sensor eletrônico.
Objetivo: Quantificar os níveis residuais de CO 2. Este gás é utilizado como um marcador
epidemiológico de renovação de ar externo, entretanto originário da respiração humana.
Norma Técnica 03
Determinação de Temperatura, umidade relativa e velocidade do ar.
- inclui: Determinação da temperatura, umidade e velocidade do ar ambiental.
Objetivo: Quantificar temperatura e umidade como marcadores epidemiológicos de saúde. Estas
variáveis físicas estão ligadas a fenômenos gripais tais como a febre da umidade. Quantificar a
velocidade do ar como marcador epidemiológico de conforto ambiental.
Norma Técnica 04
Determinação de aerodispersóides.
- inclui: Contagem de particulados aerodispersos, através de gravimetria.
Objetivo: Quantificar a matéria particulada no ar ambiental. Estes elementos são marcadores
epidemiológicos de deficiência de filtragens e/ou acúmulo de sujidade em dutos ou ainda em
ambientes interiores.
Na vigência de serem encontradas situações adversas com ambientes em condições não aceitas
pelo Padrão Referencial, definido pela Resolução RN 176, haverá a necessidade de busca das fontes
poluentes ativas no sistema, as quais deverão ser realizadas através das análises que se seguem:
A localização dos focos de contaminação deve ser realizada através de uma série de coletas nos
diferentes pontos do sistema. Estas devem ser coletadas nos seguintes pontos:
1. Bandejas de condensação da máquina de ar condicionado.
2. Dutos de insuflamento
3. Coleta do ar insuflado
4. Coleta do ar de retorno
5. Coleta do ar de mistura
6. Coleta do ar de renovação do ar externo
67
A.7.8.3 Controle Microbiológico de Ar
68
É importante ressaltar este ponto, pois existem muitas metodologias para coleta de ar, porém uma
grande maioria destes equipamentos possui vazão variável e trabalha em alta vazão. Metodologias
de quantificação de partícula precipitável viável (partículas pesadas), tais como a simples abertura
de placas não são aceitas.
Feitas as coletas, o material segue para um laboratório especializado em “Indoor Environment”, para
que seja identificado o ecossistema presente no ambiente e nas fontes poluentes, verificando-se a
existência ou não de microorganismos patogênicos.
Uma vez identificados os microorganismos, o passo seguinte será determinar em que quantidade
estão presentes, independente das espécies presentes. É importante lembrar que as estruturas
fúngicas podem ser vistas como proteínas em suspensão e que quando inaladas em determinada
quantidade, podem induzir processos alérgicos, iniciando-se pelos mais susceptíveis.Esta
quantificação é a base para a classificação dos ambientes e auxilia na indicação das medidas de
remediação a se adotar.
69
A.7.8.11 Diagnóstico de Incorreções nos Procedimentos de Manutenção Higiênico-Sanitária
A Empresa prestadora de serviço deve assegurar que seus funcionários apresentem-se em seus
clientes devidamente uniformizados e munidos de EPIs ( Equipamento Individual de Segurança ). A
Empresa prestadora de serviços deve ainda garantir a integridade do ambiente, acabamentos de
interiores e demais bens patrimoniais de seu cliente.
70
A.7.8.17 Cuidados Adicionais
Todo prestador de serviços pretende que seu serviço seja bem realizado e seus efeitos sejam
sensíveis. Assim, é recomendável que as propostas prevejam outras ações a serem executadas
pelo contratante, quando este estiver ligado ao processo de gerenciamento da qualidade ambiental,
tais como: procedimentos de manutenção do sistema de ar condicionado, procedimentos básicos de
higienização do ambiente (superfícies fixas) e paisagismo interior.
71
A.7.8.18 Fluxograma de um Plano de Gerenciamento de Qualidade do Ar
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A.7.9. OPERAÇÃO DOS SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO
Os Sistemas de Climatização instalados na empresa devem ser operados pelos usuários,
verificando-se os parâmetros técnicos definidos para que os ambientes sejam mantidos em condições de
conforto térmico e salubridade para os ocupantes dos mesmos.
Tais parâmetros são baseados em condições físicas, tendo-se sempre, preocupação com a
renovação do ar ambiente, através de inserção de ar novo de boa qualidade proveniente do exterior, visto
que esta é uma condição necessária para reduzir a concentração de poluentes transportados pelo ar,
principalmente os que não são retidos pelos filtros de partículas, como odores e gases.
Os valores recomendáveis para os parâmetros físicos de temperatura, umidade, velocidade e taxa
de renovação do ar e de grau de pureza do ar, deverão estar de acordo com a NBR 6401 - Instalações
Centrais de Ar Condicionado para Conforto - Parâmetros Básicos de Projeto da ABNT - Associação
Brasileira de Normas Técnicas.
A vazão mínima de ar total é estipulada de forma a garantir movimentação adequada do ar
ambiente e acelerar o transporte, até os filtros, dos poluentes gerados internamente. A vazão mínima de ar
exterior estipulada, quando insuficiente para manter o equilíbrio térmico do ambiente ou prover a taxa
mínima estipulada para a movimentação de ar no ambiente, pode ser complementada pelo ar recirculado.
Todo ar recirculado deve ser filtrado, junto com o ar exterior, com o grau de filtragem estipulado para o
ambiente em questão.
A Taxa de Renovação do Ar adequada de ambientes climatizados será, no mínimo, de 27
3
m /hora/pessoa, exceto no caso específico de ambientes com alta rotatividade de pessoas. Nestes casos a
3
Taxa de Renovação do Ar mínima será de 17 m /hora/pessoa, não sendo admitido em qualquer situação
que os ambientes possuam uma concentração de CO2, maior ou igual a 1000 ppm.
A utilização de filtros de classe G1 é obrigatória na captação de ar exterior. O Grau de Pureza do Ar
nos ambientes climatizados será obtido utilizando-se, no mínimo, filtros de classe G-3 nos condicionadores
de sistemas centrais, minimizando o acúmulo de sujidades nos dutos, assim como reduzindo os níveis de
material particulado no ar insuflado.
No caso presente, a empresa possui equipamentos de climatização instalados que, não permitem a
renovação do ar interno, sendo necessário, portanto adotar algumas medidas para minimizar os efeitos
desta irregularidade. Os valores a serem obtidos com as medidas são aqueles mostrados no quadro a
seguir.
Taxa de Renovação (Troca por 3
Área Funcional m /h por pessoa
hora)
Igrejas (exemplo) 15-25 0.1415
Recomendações gerais
- As trocas de ar de até oito vezes por hora são suficientes para remover contaminantes emitidos
por ocupantes. O limite superior da faixa é recomendado para remover calor e vapor em zonas temperadas.
Em climas quentes, sugere-se o dobro dos valores da tabela.
- Se ocorrer o uso do fumo, deve-se usar o dobro do valor da tabela.
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- Não se prevê uso de equipamento de limpeza de ar. O espaço não deve ser inferior a 4.25
m³/pessoa ou 1.4 m²/pessoa.
- O limite inferior é o mínimo e o limite superior é o recomendado.
As medidas indicadas para a correção dos problemas de renovação do ar são aquelas indicadas a
seguir, sendo que o usuário pode optar por uma ou adotar duas ou mais simultaneamente.
Neste caso, devem ser instalados equipamentos de recuperação de calor nos ambientes de
3
maneira a permitir a taxa de renovação mínima de ar ( 27 m /h por pessoa ) exigida pela Portaria 3523 do
Ministério da Saúde.
a) Parâmetros Físicos
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b) Padrões Referenciais de Qualidade do Ar
A ANVISA (Agência de Vigilância Sanitária) recomenda os seguintes Padrões Referenciais de
Qualidade do Ar Interior em ambientes climatizados de uso público e coletivo.
b.1. O Valor Máximo Recomendável - VMR, para contaminação microbiológica deve ser
3
750 ufc/m de fungos, para a relação I/E 1,5, onde I é a quantidade de fungos no ambiente interior e E é a
quantidade de fungos no ambiente exterior.
NOTA: A relação I/E é exigida como forma de avaliação frente ao conceito de normalidade, representado
pelo meio ambiente exterior e a tendência epidemiológica de amplificação dos poluentes nos ambientes
fechados. Quando o VMR for ultrapassado ou a relação I/E for > 1,5, é necessário fazer um diagnóstico de
fontes poluentes para uma intervenção corretiva.
b.2. É inaceitável a presença de fungos patogênicos e toxigênicos.
b.3. Os Valores Máximos Recomendáveis para contaminação química são:
- 1000 ppm de dióxido de carbono - ( CO2 ) , como indicador de renovação de ar externo,
recomendado para conforto e bem-estar.
3
- 80 µg/m de aerodispersóides totais no ar, como indicador do grau de pureza do ar e limpeza do
ambiente climatizado.
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A.7.9.A.1 - EQUIPAMENTOS DESEJÁVEIS NA OFICINA DE MAN. DE EQUIP. DE CLIMATIZAÇÃO
Voltímetro de painel com escala de 0 a 300V Alicate amperímetro (AC 1000 A max.)
Man. c/ escala dupla D-25kg/cm² e 0-350Psig com div. 0,1kg/cm² e 2 em 2 psig Bomba d’água aspirante 1/4 HP
Saca polia nº 0 e nº 00
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A.7.9.A.2 - FERRAMENTAS DESEJÁVEIS NA OFICINA DE MAN. DE EQUIP. DE CLIMATIZAÇÃO
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A.7.9.A.3 - RECOMENDAÇÃO PARA EXEC. DE SERV. DE LIMP. E HIGIEN. DE SIST. DE
DISTRIBUIÇÃO DE AR
CONDIÇÕES GERAIS
A empresa executora dos serviços objeto destas Recomendações deverá:
1.1 - ter em seus quadros no mínimo um engenheiro experiente em sistemas de ventilação e
tratamento de ar, com registro no CREA
1.2 - possuir e fornecer todos os equipamentos especializados para execução adequada dos
serviços de limpeza e higienização requeridos;
1.3 - empregar mão de obra qualificada, e assegurar que seus funcionários tenham recebido
treinamento para utilizar os equipamentos e os produtos especializados necessários à execução dos
serviços. Para tanto deverá, se solicitada, apresentar os manuais utilizados no treinamento;
1.4 - obter e manter atualizados os seguintes documentos:
- PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional), conforme NR do Ministério do Trabalho;
- PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), conforme NR 09 do Ministério do Trabalho;
- Registro no CREA da empresa e do engenheiro responsável;
- ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) do serviço a ser executado;
1.5 - obter e manter atualizados os registros nos órgões competentes, juntamente com a
metodologia de utilização fornecida pelo fabricante, de todos os produtos químicos utilizados no processo
de limpeza;
1.6 - apresentar uma proposta técnica detalhada dos serviços oferecidos, incluindo:
- relatório de inspeção prévia da instalação, especificando os problemas de sujeira e contaminação
constatados;
- descrição dos serviços requeridos, metodologia de execução, equipamentos e produtos a serem
utilizados, método de avaliação dos resultados, etc.;
1.7 - ter acesso aos desenhos e últimas revisões do sistema a ser higienizado (sempre que
disponíveis), para permitir melhor planejamento e execução os serviços.
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CONDIÇÕES ESPECIFICAS PARA A LIMPEZA DE SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO
Escopo dos serviços
a) A contratada deverá se responsabilizar pela remoção dos contaminantes e depósitos presentes os
sistemas de distribuição de ar, o que inclui, onde necessário:
- superfície interna dos dutos de insuflamento, retorno e ar exterior;
- difusores, grelhas e outros acessórios;
- tomada de ar exterior, incluindo dampers e grelhas;
- casa de máquinas, quando utilizadas como plenum de retorno do sistema;
- filtros, providenciando, se necessário, sua substituição;
- dampers corta-fogo, verificando especialmente se há depósitos de sujeira no batente de encosto da
lâmina;
- atenuadores de ruído;
- caixas VAV;
- interior dos gabinetes de tratamento de ar, incluindo revestimento interno dos painéis, serpentinas, volutas
e rotores de ventiladores, bandeja de condensados;
- drenos, verificando se estão desobstruídos e com sifonagem suficiente para impedir qualquer aspiração de
contaminantes no fluxo de ar.
b) A contratada deverá garantir que o trabalho foi executado de acordo com estas Recomendações
e comprovar a eficácia do trabalho executado a través de diagnóstico visual e laboratorial.
Inspeção do sistema de AC e preparação do local
Antes do início de qualquer trabalho de limpeza a contratada deverá efetuar uma inspeção visual do
sistema e uma analise dos desenhos fornecidos pela contratante, para determinar os métodos apropriados,
as ferramentas e os equipamentos necessários para a adequada realização dos serviços.
Deverá ser estabelecido, de comum acordo com a contratante, um cronograma determinando o início e o
fim de cada fase da limpeza.
Saúde e segurança
A contratada deverá cumprir todas as exigências municipais, estaduais e federais aplicáveis, para
proteção dos usuários do edifício, dos funcionários da contratada e do meio ambiente; não deverão ser
empregados processos ou materiais que possam trazer mais riscos para a saúde dos ocupantes dos locais;
a descontaminação dos equipamentos utilizados e a remoção da sujeira recolhida durante a limpeza devem
seguir todas as exigências aplicáveis.
Responsabilidade
A contratada deverá se responsabilizar por danos causados às instalações, equipamentos, móveis e
objetos pertencentes à contratante, bem como pela segurança dos ocupantes e de seus próprios
funcionários durante a realização dos serviços.
Não se responsabilizará por danos resultantes de técnicas de limpeza inadequadas ou imprudentes
empregadas por terceiros.
Relatórios
A contratada deverá fornecer, na conclusão dos trabalhos:
- relatório de execução dos serviços;
- comprovação da eficácia do trabalho executado;
- relação das áreas do sistema que apresentaram danos e/ou necessitam de reparos;
- localização das aberturas de acesso eventualmente feitas nos dutos.
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PROCEDIMENTOS / METODOLOGIA
A contratada deverá elaborar e implementar procedimentos de execução que descrevam a metodologia a
ser empregada para, no mínimo, as seguintes atividades:
Forros falsos
A contratada poderá remover e reinstalar as placas de forro para obter acesso aos sistemas de AC e rede
de dutos.
Aberturas de acesso
a) A contratada deverá realizar as aberturas necessárias para permitir a limpeza interna de 100% da rede
de dutos.
b) Deverá utilizar as aberturas de acesso existentes, sempre que possível.
c) Deverá realizar as aberturas necessárias de forma a que possam ser adequadamente fechadas e
vedadas, restabelecendo a integridade e estanqueidade originais do duto.
d) Os fechamentos das aberturas de acesso deverão ser devidamente isoladas para prevenir perdas /
ganhos térmicos e evitar condensação em sua superfície, tomando os devidos cuidados para que seja
reconstituída a barreira de vapor.
e) As técnicas de realização das aberturas não devem comprometer a integridade da estrutura do sistema.
f) Não devem ser realizadas aberturas em dutos flexíveis; estes devem ser desconectados em suas
extremidades, removidos para verificação e limpeza apropriadas, e reinstalados, ou se necessário,
substituídos.
g) Todas as aberturas de acesso que forem executadas devem ser claramente marcadas e seu local deve
ser indicado nos desenhos do sistema de AC.
Limpeza
É de responsabilidade da contratada selecionar os métodos de remoção dos poluentes que deixem o
sistema limpo. A limpeza deverá ser executada, preferencialmente, através de escovação mecânica, ou de
sopro de ar comprimido, em todas as partes do sistema.
a) a contratada deve limpar todos os acessórios da rede de dutos, removendo os quando possível, incluindo
splitters, grelhas, dampers, grelhas e difusores, caixas VAV e outros.
b) Limpeza das unidades de tratamento de ar:
- serpentinas de resfriamento - os métodos de limpeza não podem ocasionar danos ou impedir a troca
térmica ou provocar corrosão da superfície da serpentina; devem ser de acordo com as recomendações do
fabricante da serpentina, quando disponíveis - as serpentinas devem ser completamente enxaguadas com
água limpa para remover quaisquer resíduos;
- interior dos gabinetes;
- filtros (se aplicável), ou substituí-los.
c) A contratada deverá limpar os plenuns das casas de máquinas;
d) Dutos de chapa:
- não deverá ser utilizado nenhum método, ou combinação de métodos, que possa danificar potencialmente
o sistema ou afetar sua integridade;
- a contratada deve limpar 100% da rede de dutos, incluindo os de tomada de ar exterior, de insuflamento
(com os flexíveis) e de retorno;
- qualquer que seja a metodologia empregada, de acordo com o disposto anteriormente, deverá prever a
recuperação dos resíduos removidos por equipamento de coleta adequado;
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- o equipamento de coleta dos resíduos deve ter potência suficiente para manter todas as áreas que estão
sendo limpas sob pressão negativa e ter vazão de ar suficiente para garantir o arraste das partículas,
garantindo a eficácia da limpeza.
e) Dutos de lã de vidro
- elementos de isolamento acústico ou térmico de lã de vidro presentes em qualquer parte dos
equipamentos e rede de dutos devem ser limpos de maneira a não provocar a liberação de partículas de lã
de vidro nos ambientes;
- a metodologia empregada deve ser de aspiração das superfícies ou sopro de ar comprimido seco
(conforme padrões e recomendações da NAIMA);
- devem ser empregados métodos que não causem danos aos componentes de dutos em lã de vidro;
- se houver qualquer evidência de dano, deterioração, delaminação, crescimento de fungos ou bactérias, ou
umidade, a ponto de uma recuperação da área danificada seja impossível, deverá ser recomendado à
contratante sua substituição.
f) Todos os equipamentos de sucção de sujidade devem ser equipados de barreiras suficientes para impedir
o retorno do material recolhido ao ambiente.
- quando o equipamento de sucção de material particulado estiver sendo usado dentro de ambientes
internos deverá ser equipado com filtro absoluto (99,97% de eficiência para partículas de 0,3 microns),
perfeitamente ajustado de forma a impedir qualquer fuga de ar;
- quando o equipamento de sucção de material particulado estiver sendo usado externamente, ao ar livre,
poderá ser equipado unicamente com filtros de 85% de eficiência gravimétrica, tomando-se as devidas
precauções para que o material particulado liberado não entre novamente nas instalações; a liberação de
sujidade no ar livre não deve violar quaisquer padrões, códigos ou regulamentos relativos à proteção do
meio ambiente.
g) Não deverá haver qualquer emanação de vapores ou odores nocivos durante o processo de limpeza.
Agentes biocidas
a) Só devem ser aplicados agentes biocidas se houver suspeita razoável de crescimento ativo de
microorganismos, ou se tiverem sido detectados níveis inaceitáveis de contaminação no interior dos dutos.
b) A aplicação de agentes biocidas para controlar o crescimento de contaminantes biológicos deve ser
executado após a remoção da sujidade.
c) Devem ser utilizados apenas agentes biocidas registrados nos órgãos brasileiros competentes (Ministério
da Agricultura ou Ministério da Saúde).
d) Os agentes químicos usados devem ser aplicados de acordo com as instruções do fabricante.
e) Os agentes químicos usados não devem provocar danos ou corrosão potencial na rede de dutos, e não
devem interferir nas propriedades do revestimento externo usado nas redes de dutos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT. Instalações centrais de ar condicionado para conforto – Parâmetros básicos de projeto. NBR 6401.
Rio de Janeiro, 1980.
BETTONI, Roberto Luigi. Controle em edifícios inteligentes. Artigo técnico. ABRAPI, 2003.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria no 3523, 28 de agosto de 1998. Brasília: D.O.U., 1998.
BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde Ambiental e Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde. Brasília,
2002, 450 p.
CREDER, Hélio. Instalações de Ar Condicionado. 5a.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1996, 360 p.
MACINTYRE, Archibald Joseph. Ventilação Industrial e Controle da Poluição. 2a. ed. Rio de Janeiro: LTC,
1990, 403 p.
MESQUITA, A. L. S., GUIMARÃES, F. A., NEFUSSI, N. Engenharia de Ventilação Industrial. 1a. ed. São
Paulo: Edgard Blücher LTDA, 1977, 442 p.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS E PROTOCOLO DE ENTREGA
O principal objetivo deste trabalho foi fornecer dados sobre a exposição ocupacional a que estão
sujeitos os trabalhadores e freqüentadores, servindo ainda como forma de auditoria anual ao Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais. A responsabilidade técnica do presente documento que foi confeccionado
pelo profissional infra assinado restringe-se exclusivamente as avaliações e recomendações realizadas pelo
mesmo, ficando sob inteira responsabilidade da Empresa a implantação e acompanhamento das medidas
de correção.
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Engenheiro
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Representante da Empresa
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