Cartilha Controle Interno - Final
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Cartilha Controle Interno - Final
Diretora-Geral
Célia Cristina Arruda
Auditores
Sérgio Ricardo Valadares Fonseca
Thiago Barbosa Cordeiro
Claudio Augusto Canha
Tiago Alvarez Pedroso
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1. APRESENTAÇÃO
Na qualidade de agente de Controle Externo, o Tribunal de Contas do Estado do
Paraná – TCEPR tem em sua finalidade institucional a busca pela efetividade dos
controles internos existentes nos órgãos e entidades sob sua jurisdição.
Para tanto, as presentes Orientações sobre Controle Interno visam dar
concretude à função pedagógica e preventiva da Corte, norteando os
jurisdicionados acerca da importância e necessidade da efetiva implantação do
Sistema de Controle Interno, como instrumento de melhoria da gestão pública.
A implantação do controle interno visa dotar a administração pública de
mecanismos que assegurem, entre outros aspectos, o cumprimento das
exigências legais, a fidedignidade das informações divulgadas, a proteção do
erário e a otimização na aplicação dos recursos públicos, garantindo, ainda,
tanto segurança jurídica para atuação dos gestores como melhores resultados
à sociedade.
Com um controle interno efetivo, a Administração Pública garante à sociedade
que os recursos públicos estão sendo aplicados de forma eficiente e nos termos
previstos nas leis e regulamentos, além de aprimorar a parceria com o Tribunal
de Contas no exercício de sua missão institucional.
Vale frisar, contudo, que os controles internos devem existir em todos os
setores do órgão ou entidade, pois são inerentes à função administrativa. Os
controles internos devem ser instituídos pelo chefe da entidade. Ao controlador
interno incumbe, essencialmente, a função de verificar se existem controles nas
diversas fases do processo administrativo e, existindo, se são efetivos ou não.
Nesta ótica, estarão dispostos a seguir, além de conceitos e aspectos legais,
princípios e diretrizes aplicáveis ao controle interno, na ordem apresentada no
sumário. Além disso, exercendo a função pedagógica, este Tribunal apresentada
uma lista de controles mínimos a serem verificados, pelos controles internos,
em diversas áreas essenciais da Administração Pública.
DIRETRIZES E ORIENTAÇÕES SOBRE CONTROLE INTERNO PARA JURIDISCIONADOS | 2017
2. HISTÓRICO
Os controles internos da Administração Pública vêm ganhando cada
vez mais notoriedade e relevância no ordenamento jurídico brasileiro.
O histórico a seguir apresenta os marcos relevantes nos quais o
controle foi se consolidando normativamente.
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DIRETRIZES E ORIENTAÇÕES SOBRE CONTROLE INTERNO PARA JURIDISCIONADOS | 2017
2008 A Norma
Brasileira de
Contabilidade - NBC T 16.8
estabeleceu que o controle
2010
interno é o conjunto de recursos, As Diretrizes
métodos e processos adotados
2000
para Controle
2014
A Lei de pela entidade governamental Interno no Setor Público A Resolução
Responsabilidade visando assegurar, entre outros, são lançadas pelo Conselho nº 05/2014
Fiscal – LRF, Lei Complementar a execução dos planos e políticas Nacional dos órgãos de da Associação dos Membros
nº. 101/2000 estabeleceu da administração, a proteção Controle Interno dos dos Tribunais de Contas
a obrigatoriedade da aos ativos, a legalidade Estados Brasileiros e do Brasil – ATRICON,
participação do responsável e regularidade das do Distrito Federal – apresenta diretrizes de
pelo controle interno nos transações, a confiabilidade CONACI, constituindo controle interno voltado
relatórios de gestão fiscal (art. do sistema de informações, marco referencial para a para os Jurisdicionados dos
54, parágrafo único e art. 59). garantir a integridade, a exatidão atuação do Controle Interno Tribunais de Contas.
dos registros contábeis e nos âmbitos municipais e
a aderência aos princípios estaduais;
contábeis, prevenir práticas
ineficientes e antieconômicas
e possibilitar a eficácia da
gestão e garantir a qualidade da
informação.
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DIRETRIZES E ORIENTAÇÕES SOBRE CONTROLE INTERNO PARA JURIDISCIONADOS | 2017
Ainda, em 2004 foi divulgado um novo trabalho sobre o “Gerenciamento RESOLUÇÃO Nº. 01/2006 – Regimento Interno do Tribunal de Contas
de Riscos Corporativos – Estrutura Integrada” (COSO II), com foco no do Estado do Paraná;
gerenciamento de riscos, não abordado anteriormente pelo COSO I. • Relatório do controle interno como parte integrante das Contas dos
Assim, no COSO II os componentes passaram a serem os seguintes: Prefeitos e do Governador (art. 211, § 2°, art. 215, § 2°-A e § 2°);
• Responsabilização civil e criminal na garantia da fidelidade dos dados
• Ambiente de Controle; • Respostas a Risco;
enviados ao Tribunal por meio de sistema eletrônico (art. 239, Parágrafo
• Fixação de Objetivos; • Atividade de Controle; Único);
• Identificação de Eventos; • Informações e Comunicações;
• Responsabilidade solidária do controle interno (art. 236,§ 3° e 248, § 3°);
• Avaliação de Riscos; • Monitoramento.
• Aplicação de sanções ao controle interno (art. 418, parágrafo único).
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• ACÓRDÃO Nº. 97/08 – Tribunal Pleno (PROCESSO Nº. 449824/07). Municipal. Aumento de remuneração de servidores em ano eleitoral.
Consulta. Cargo em comissão para chefe de setor de controle interno. Implantação do Plano de Cargos e Salários da Câmara. Criação de
Possibilidade considerando que os responsáveis pelo controle interno gratificação de função. Possibilidade.
devem ser servidores efetivos, os quais devem ocupar o cargo por tempo
• ACÓRDÃO Nº. 356/11 – Tribunal Pleno (PROCESSO Nº. 508875/08).
previamente definido.
Consulta. O controle interno do Executivo não pode incidir sobre o
• ACÓRDÃO Nº. 265/08 – Tribunal Pleno (PROCESSO Nº. 522556/07). Legislativo. Quanto ao instituto de previdência municipal, é possível que lei
Consulta. Controlador Interno. Imprescindível que seja exercido por preveja que o controle interno do Poder Executivo abranja o mesmo, ou que
servidor público efetivo mediante alternativas que visem a propiciar a seja instituído controle próprio. Os cargos de controle interno devem ser
necessária imparcialidade para o exercício da atividade e a não sujeição a preenchidos observando-se o previsto nos artigos 37 e 38 da CF/88, sendo
pressões políticas. que a natureza e a complexidade dos mesmos, em face das atribuições do
artigo 74 da CF/88, indica a preferência por composição pelo menos parcial
• ACÓRDÃO Nº. 867/10 – Tribunal Pleno (PROCESSO Nº. 402949/09).
por servidor(es) com curso superior completo. A chefia do controle interno
Consulta. Controle interno. Lapso temporal para o desempenho das
admite cargo de confiança e cargo em comissão, dando-se preferência ao
funções de controlador. Exercício por servidor efetivo. Possibilidade de
preenchimento deste por servidores efetivos e que tiver curso superior
criação de cargo em comissão para a figura do controlador geral a ser
completo. É recomendável a adoção de sistema de mandato do chefe
desempenhada, preferencialmente, por servidor público efetivo, com o
do controle interno. A cumulação com outros cargos públicos é possível,
propósito de chefiar equipe composta por servidores com a função de
dependendo do caso concreto, desde que seja observado o disposto no
controladores internos.
art. 37 da CF/88. A cumulação com atividades privadas deve observar, no
• ACÓRDÃO Nº. 1604/10 – Tribunal Pleno (PROCESSO Nº. 161607/09). que couber, o que dispõe o § 7º do artigo 37 da CF/88, e eventual limitação
Consulta. Acumulação de cargos. Controlador Interno ocupante de cargo prevista no ordenamento jurídico da respectiva classe profissional.
efetivo eleito para o cargo de vereador. Compatibilidade de horários. Artigo
Realizada a apresentação das principais normas vigentes sobre o tema Controle
38, inciso III, da Constituição da República. Impossibilidade.
Interno, as quais direcionam todo o estudo, sistemática, organização e modo
• ACÓRDÃO Nº. 1024/15 – Tribunal Pleno (PROCESSO Nº. 568635/12). de atuação das Controladorias Públicas, seguem alguns conceitos básicos para
Consulta. Implantação do sistema de controle interno do Legislativo melhor compreensão:
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3. CONTROLE
A essência do nosso Estado Democrático de Direito encontra-se na legalidade, A Constituição Federal de 1988 dispõe, dentre as formas de controle que podem
interesse público e dignidade da pessoa humana, visando a garantia das ter exercício sobre a administração pública, as seguintes: (i) sistema de controle
liberdades civis. Neste contexto, a ideia de controle está ligada à noção de poder, interno de cada ente; (ii) controle parlamentar, como aquele exercido pelos
uma vez que, como assevera Montesquieu apud Fernandes (2003, p.226), “temos mandatários do povo, dividindo-se em duas espécies: (a) controle político, realizado
a experiência eterna de que todo homem que tem em mãos o poder é sempre pelas Casas Parlamentares: Senado e Câmara dos Deputados; Assembleias
levado a abusar dele, e assim irá seguindo, até que encontre algum limite”. Legislativas; Câmaras de Vereadores, seus órgãos e comissões parlamentares; (b)
controle financeiro, efetivado por órgãos especializados, ou seja, pelos Tribunais de
A palavra “controle” deriva do latim rotulum e designava a relação existente entre
Contas; e (iii) controle exercido pela sociedade, denominado controle social.
os contribuintes. Por esta razão, Castro (2011, p.254) defende que o termo
controle sempre esteve ligado à noção de finanças e que, na língua francesa, Os controles realizados tanto pela Unidade de Controle Interno quanto pelos
“controler” significa registrar, inspecionar, examinar; a palavra é originada de Tribunais de Contas e pela sociedade devem funcionar como uma engrenagem
contre-rôle, registro efetuado em confronto com o documento original, com a interdependente, com vistas a apoiar a administração pública na realização de seus
finalidade de verificação da fidedignidade dos dados. planos e metas, no cumprimento das leis, normas e regulamentos, na precisão e
confiabilidade dos relatórios financeiros e no estímulo à eficiência operacional.
A finalidade do controle é a de assegurar que a administração atue em consonância
com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico como os da Destarte, a principal finalidade do controle na Administração Pública é a de
legalidade, moralidade, finalidade pública, publicidade, motivação, impessoalidade; garantir o cumprimento das normas e o atingimento das metas governamentais,
em determinadas circunstâncias, abrange também o controle chamado de mérito e para fins de garantir a criação e execução eficiente de políticas públicas,
diz respeito aos aspectos discricionários da atuação administrativa (Di Pietro, 2005). assegurando a primazia dos serviços públicos em direção ao bem comum.
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5. SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
Sistema é um conjunto de partes coordenadas (articuladas entre si) com O sistema de controle interno é o conjunto de métodos, normas, princípios e
vistas ao alcance dos objetivos determinados, em que cada parte é peça procedimentos, coordenados de forma a propiciar a avaliação da gestão pública em
fundamental para o todo. seus aspectos orçamentário, financeiro, patrimonial e operacional, verificando a
legalidade, eficácia, eficiência e economicidade dos atos da Administração Pública.
CHEFE DA ENTIDADE/PODER
Responsável por instituir o sistema de controle interno.
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Para melhor compreensão, observe-se: Sobre esta temática, importante frisar que o cargo de controlador interno não
admite cumulações de funções com alguns cargos da administração pública,
I. Os cargos da Unidade de Controle Interno podem ser providos por meio em face da natureza de suas atribuições, mesmo havendo compatibilidade de
de contratação temporária ou contratação com base na Lei 8666/93? horário. Como exemplo, pode-se citar o controlador interno ocupante de cargo
Os cargos da UCI devem ser efetivos, logo, terão de ser preenchidos por efetivo que foi eleito para o cargo de vereador (Acórdão nº 1604/10 – Tribunal
servidores contratados por meio de concurso público. Os casos excepcionais Pleno – TCE/PR).
serão dirimidos por medidas discricionárias do gestor e estarão sujeitas à
Ainda, há de se ter cuidado quando da nomeação do Controlador Interno para
análise e apreciação isolada por parte do Tribunal de Contas. Ressaltando que o
fins de nomear servidor capacitado para as funções, sendo razoável a exigência
Controlador Geral (chefe do órgão) seguirá as regras previstas nos Acórdãos nºs
de formação de nível superior para provimento do cargo, com previsão em lei
265/08, 356/11 e 1156/16, todos do Tribunal Pleno do TCE/PR.
local, em face da natureza das funções a serem desempenhadas.
II. Há possibilidade de o Controlador Interno ser cargo exclusivamente
comissionado?
Se o Controlador Interno for chefe do setor é possível, considerando que os
demais servidores do órgão sejam efetivos (Acórdãos nºs 97/08 e 867/10,
ambos do Tribunal Pleno – TCE/PR).
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8. PRINCÍPIOS 9. NATUREZA DA
CONSTITUCIONAIS FISCALIZAÇÃO DA UNIDADE
NORTEADORES DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
DE CONTROLE INTERNO A Constituição Federal de 1988, no art. 70, atribuiu ao controle interno a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, no que
O controle interno deve estabelecer mecanismos de controle para que a tange à legalidade, legitimidade e economicidade.
administração não se desvie da observância aos princípios constitucionais
previstos no art. 37 da Constituição Federal, que são:
• Legalidade: todos os atos da administração pública devem estar sujeitos
aos mandamentos da lei e deles não se pode desviar, sob pena de praticar
ato inválido.
E
AD
LE
G
ID
• Impessoalidade: visa à neutralidade do agente político em relação aos
IT
L
IM
GA
seus atos, ou seja, que haja ausência de marcas pessoais e particulares do
ID
LE
agente que esteja no exercício da atividade administrativa, pois os méritos
AD
não são do administrador. Tem como objetivo, ainda, que as atividades
E
administrativas estejam voltadas para o interesse público.
• Moralidade: exige que, além da legalidade, o agente público aja com ética e ECONOMICIDADE
honestidade.
• Publicidade: significa que o Poder Público deve agir com transparência, para 1. LEGALIDADE 2. LEGITIMIDADE 3. ECONOMICIDADE
que o cidadão tenha acesso a todas as informações. verifica se a conduta do gestor constata se o ato atende analisa a relação custo/
• Eficiência: todas as ações administrativas precisam ser executadas de guarda consonância com as ao interesse público benefício da despesa pública,
forma econômica, com agilidade, utilizando os recursos disponíveis de normas aplicáveis, de qualquer à impessoalidade e à isto é, se o gasto foi realizado
forma proveitosa, e que as ações sejam executadas com qualidade. espécie – leis, regimentos, moralidade. com minimização dos custos
resoluções, portarias, etc. e sem comprometimento dos
padrões de qualidade.
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Com base nesses três pilares, é exercida a fiscalização dos registros contábeis,
dos aspectos financeiros, do patrimônio da entidade do setor público e das
operações relacionadas à eficiência e à eficácia alcançada na execução das
políticas públicas.
Fazendo uma analogia com uma edificação, pode-se entender que cada pilar
levantado representa um tipo de controle e a somatória compõe a edificação
como um todo. Para dar sustentação à edificação, todos os pilares devem
Os atos que resultam em transações contábeis, financeiras, orçamentárias, estar sob a proteção do telhado, composto pelos princípios da legalidade,
operacionais e patrimoniais devem estar sempre abrigados pela legalidade, pela legitimidade e da economicidade. Se estiverem fora do alcance do telhado que
legitimidade e pela economicidade. as protege, as operações não estão aderentes aos princípios constitucionais.
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A Norma Brasileira de Contabilidade – NBC T 16.8-Controle Interno – estabelece • salvaguarda dos recursos contra perdas provenientes de
que o controle interno é o conjunto de recursos, métodos e processos adotados desperdício, abuso administrativo, desordem administrativa, erros
pela entidade governamental, com a finalidade de: e fraudes e outras irregularidades administrativas;
• aderência às leis, regulamentações e diretrizes da administração
a) Assegurar a proteção dos ativos e a veracidade dos componentes superior; e
patrimoniais; • desenvolvimento e manutenção de dados financeiros e
b) garantir a observância da validade, legalidade e regularidade das gerenciais confiáveis, revelando, razoavelmente, tais dados em
transações; relatórios oportunos.
c) promover e manter a confiabilidade do sistema de informações contábeis; O diagrama a seguir sintetiza estes objetivos do controle interno:
d) comprovar atos e fatos que afetem ou possam afetar o patrimônio;
e) garantir a integralidade e exatidão dos registros contábeis;
f) prevenir práticas ineficientes e antieconômicas, erros, fraudes,
malversação, abusos, desvios e outras inadequações;
g) possibilitar a eficácia da gestão e garantir a qualidade da informação;
h) garantir a execução dos planos e políticas definidas pela administração;
i) garantir aderência das demonstrações contábeis aos princípios
fundamentais e normas brasileiras de contabilidade.
A orientação da INTOSAI (2004) propõe que a função do controle interno seria a de:
prevenir erros (por exemplo, segregando funções e requisitos para
autorizações); detectar erros (por exemplo, estabelecendo padrões
de produção para detectar variações nos resultados finais); corrigir
erros que tenham sido detectados (por exemplo, cobrando um
pagamento a maior feito a um fornecedor); e compensar controles
débeis, onde os riscos de perda são elevados e sejam necessários
controles adicionais.
A INTOSAI (2004) complementa que “estruturas de controle interno são
definidas como planos de uma organização, incluindo atitude gerencial, Os objetivos do controle interno estão alinhados à observância das leis, normas
métodos, procedimentos e medidas que proporcionem uma segurança razoável e regulamentos e à confiabilidade dos relatórios, ou seja, ao fiel registro contábil
de que os objetivos estão sendo alcançados”. Ela propõe, ainda, os seguintes das informações. Eles voltam-se, ainda, para a eficiência na realização das
objetivos do controle interno: atividades e programas de governo e à proteção do patrimônio contra possíveis
perdas, erros e irregularidades.
• promover operações ordenadas, econômicas, eficientes, eficazes,
produtos de qualidade e serviços em consonância com os objetivos
da organização;
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OBJETIVOS DO CONTROLE Não concentrar todas as fases inerentes a uma operação sob inteira responsabilidade de um único
INTERNO Segregação de funções funcionário. As atividades de execução operacional, custódia física e contabilização, por exemplo,
devem, preferencialmente, ser executadas por pessoas e setores independentes entre si.
Devido às limitações da Unidade de Controle Interno,
é impossível realizar o controle de todos os produtos Sistema de autorização Estabelecer procedimentos de autorização e aprovação das operações, observando, na medida do
(bens/serviços) gerados pelas diversas unidades. e aprovação possível, a segregação de funções, ou seja, a pessoa que autoriza não deve ser a que aprova.
Desta forma, cabe ao controlador interno avaliar a
existência de controles nas diversas fases do processo Determinação
Instituir organogramas com definições claras das funções e das responsabilidades e autoridades
administrativo, a fim de garantir, com razoável de funções e
que compõe o cargo.
segurança, o cumprimento das leis e regulamentos, a responsabilidades
precisão e confiabilidade das informações, o estímulo
Estabelecer alçadas progressivas, com dupla assinatura de pessoas independentes entre si,
à eficiência operacional e a proteção dos ativos da
fornecendo maior segurança na realização das operações, permitindo, também, que as principais
entidade. Alçadas progressivas
decisões, de acordo com os riscos e os valores envolvidos, fiquem centralizadas nos principais
administradores.
Para tanto, são listados, a seguir, alguns meios que
contribuem para o cumprimento dos objetivos do Promover o revezamento de funcionários designados para cada atividade, a fim de reduzir as
controle interno: Rotação de funcionários
oportunidades de fraudes e obter novas ideias de trabalho para as funções.
Diminuição de erros e Estabelecer a divisão racional do trabalho, com a identificação clara e objetiva das normas,
desperdícios procedimentos e números de subordinados compatíveis, possibilitando a supervisão adequada.
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10.1.2. Precisão e confiabilidade dos informes e relatórios Os principais meios que podem estimular a eficiência operacional são:
A geração de informações adequadas e oportunas, sejam elas destinadas
aos usuários internos ou para divulgação externa, deve ser precisa e confiável. FORMAS DE
DESCRIÇÃO
Para tanto, os registros devem manter observância às normas e regulamentos ASSEGURAÇÃO
relacionados aos informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais.
Seleção de pessoal qualificado para exercer com eficiência as
Seleção de pessoal
Os meios mais utilizados no suporte à precisão e confiabilidade dos informes e funções específicas.
relatórios contábeis, financeiros e operacionais são os seguintes:
Capacitação de funcionário para as atividades a serem executadas
Treinamento resulta em melhores rendimentos, menores custos e pessoal
FORMAS DE atento e ativo à própria função.
DESCRIÇÃO
ASSEGURAÇÃO
Estabelecimento de políticas de pessoal quanto às possibilidades
Utilização de documentação apta para o registro das transações, Plano de carreira de remuneração e promoção, incentivando o entusiasmo e a
Documentação utilização de provas independentes a fim de manter a comprovação satisfação do pessoal.
fidedigna mais segura de que as operações e os registros estão em forma exata
e que a documentação é confiável. Avaliação individual de cada funcionário, em que identifiquem
Relatório de
virtudes e deficiências, a fim de sugerir alternativas necessárias ao
Comparação das informações entre diversas fontes de informação,
desempenho aperfeiçoamento pessoal e profissional.
Conciliação
identificando diferenças e eliminando possíveis pendências.
Mensuração de horas despendidas pelo pessoal para a realização
Relatório de horas
Identificação da composição analítica dos itens em estudo, de modo a de atividades, permite a administração do tempo e indica mudanças
Análise trabalhadas
permitir a constatação de sua constituição. necessárias ou correção das metas de trabalho.
Classificação dos dados dentro de uma organização formal de contas, Estabelecimento de tempo e métodos para a realização das
Plano de conta tendo por base um plano de contas bem definido, assegurando a atividades possibilitando o acompanhamento mais eficiente de
Tempo e métodos
consistência nos registros das transações ao longo dos tempos. execução das atividades e a identificação de possíveis ineficiências
do pessoal.
Registros de transações dentro do período de competência e no
Tempo hábil
menor intervalo de tempo possível. Acompanhamento permanente do custo de produção dos bens
Custo-padrão e serviços, identificando benefícios e ineficiências do processo de
Utilização de equipamentos eletrônicos com objetivo de facilitar trabalho.
Equipamentos
e agilizar os registros das transações e proporcionar a divisão de
eletrônicos trabalho. Exposição dos procedimentos internos, possibilitado práticas
Manuais internos uniformes, normatização e eficiência dos atos e a prevenção de
Fonte: Adaptado de Attie (2010, p. 157) ocorrência de erros e desperdícios.
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Recomenda-se que o Plano Anual de Auditoria Interna esteja, no que for c) Criticidade: representa o quadro de situações críticas efetivas ou potenciais
possível, alinhado ao escopo de análise definido anualmente pelo Tribunal de a ser controlado, identificadas em uma determinada unidade organizacional
Contas do Estado do Paraná nas demais normativas desta Corte de Contas, a ou programa de governo. Trata-se da composição dos elementos
fim de propiciar maior diálogo entre os órgãos de controle, com contribuições referenciais de vulnerabilidade, das fraquezas, dos pontos de controle com
mútuas, garantindo maior efetividade na fiscalização. riscos operacionais latentes, etc. A criticidade é, ainda, a condição imprópria,
Objetivamente, o Plano Anual de Auditoria Interna constitui-se no escopo da por não conformidade às normas internas, por ineficácia ou por ineficiência,
Unidade de Controle Interno, definindo suas principais ações dentre as áreas mais de uma situação de gestão. Expressa a não-aderência normativa e os riscos
sensíveis da entidade, ou seja, aquelas mais suscetíveis a erros/desvios ou de maior potenciais a que estão sujeitos os recursos utilizados. Representa o perfil
complexidade, ou que consumam expressivo volume de recursos financeiros. organizado, por área, dos pontos fracos de uma organização.
Para tanto, além dos pontos em que a legislação exige manifestação expressa Vale destacar que, na elaboração do Plano Anual de Auditoria Interna, deve ser levada
do controle interno, o processo de planificação dos trabalhos da unidade de em conta a estrutura da Unidade de Controle Interno, a fim de incluir, no escopo de
controle interno deve considerar as seguintes variáveis: fiscalização, objetos de auditorias compatíveis com a capacidade de realização.
a) Materialidade: refere-se ao montante de recursos orçamentários ou Ademais, na definição do escopo de fiscalização deve-se verificar se os
financeiros alocados por uma gestão, num específico ponto de controle objetivos pretendidos com a execução das auditorias/inspeções selecionadas
(unidade, sistema, área, processo, programa ou ação) objeto de avaliação atendem ao princípio da relação custo/benefício, uma vez que o custo do
pela Unidade de Controle Interno. Essa abordagem leva em consideração controle não deve exceder os benefícios que pode proporcionar, ou seja, o custo
o caráter relativo dos valores envolvidos. de quem controla não pode ser mais caro do que aquilo que é controlado.
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Seguindo esta técnica, o Plano Anual de Auditoria Interna conterá: interno, por meio de ato próprio, com a finalidade de definir temas e
macroprocessos a serem trabalhados no exercício seguinte;
a) Descrição de temas e macroprocessos a serem auditados/inspecionados,
contendo a descrição dos objetivos pretendidos; 2. Na sua elaboração deverão ser considerados o planejamento estratégico, a
estrutura da entidade, o gerenciamento de riscos, os controles existentes, os
b) Considerações quanto ao motivo da escolha do objeto, quanto ao risco
planos, metas, objetivos específicos, os programas e políticas da entidade;
inerente ao objeto a ser auditado/inspecionado, bem como a relevância do
objeto selecionado em relação à entidade; 3. Contenha a relação de macroprocessos ou temas que serão trabalhados,
devidamente classificados por meio de uma matriz de riscos, estipulando
c) Local de realização dos trabalhos de auditoria/inspeção;
prazos, recursos disponíveis e os objetivos propostos;
d) Cronograma contendo a data estimada de início e término dos trabalhos;
4. Nos relatórios de auditoria estejam descritos, no mínimo, os objetivos da
e) Recursos humanos a serem empregados, considerando os conhecimentos auditoria, o escopo do trabalho; os critérios de análises utilizados, as causas,
específicos que serão requeridos na realização dos trabalhos; as consequências, as recomendações de aprimoramento para saneamento
f) Descrição dos métodos a serem empregados na realização de cada de impropriedade ou irregularidades porventura identificadas em cada
auditoria/inspeção; achado de auditoria e a conclusão dos trabalhos, com encaminhamento de
cópia, nos casos de irregularidades, ao Tribunal de Contas Estadual.
g) Quanto custará para executar a auditoria/inspeção, em especial daquelas que
demandarão custos adicionais a estrutura de controle interno já instituída; Os resultados dos trabalhos de Auditoria deverão ser apresentados por meio
do Relatório Anual de Atividades do Controle Interno, que conterá o relato sobre
Ademais, sugere-se que:
as atividades de orientação, controladoria e auditoria, em função das ações
1. O Plano anual de auditoria interna das entidades da administração direta e planejadas constantes do Plano Anual de Auditoria Interna, bem como das ações
indireta seja regulamentado e elaborado pela unidade central de controle críticas ou não planejadas, mas que exigiram atuação da unidade.
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Constituição (1988). Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília, 165 DF: Senado Federal, 1988.
13. CONCLUSÃO Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná – TCE/PR, exercendo uma para a responsabilidade na gestão fiscal e da outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
função pedagógica, com a disseminação das informações constantes na 05 mai. 2000.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm. Acesso em: 07/05/2017.
presente cartilha, objetiva orientar os jurisdicionados acerca da importância
e necessidade da efetiva implantação do sistema de controle interno como CASTRO, Domingos Poubel de. Auditoria, Contabilidade e Controle Interno no Setor Público:
instrumento de melhoria da gestão pública. integração das áreas do ciclo de gestão: contabilidade, orçamento e auditoria e organização dos
controles internos, com suporte à governança corporativa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
A efetividade do sistema de controle interno nos entes municipais, em parceria
com o controle externo exercido pelo TCE/PR, possibilita a correta aplicação dos CFC. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº. 1.135/2008 – Controle Interno.
recursos públicos, além de proporcionar maior transparência da administração, Disponível em: http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2008/001135. Acesso
convertendo-se em imprescindível ferramenta para o controle social exercido em: 07/05/2017.
pela participação popular, de maneira democrática. CONACI. CONSELHO NACIONAL DOS ÓRGÃOS DE CONTROLE INTERNO DOS ESTADOS
Na forma de Apêndice, é apresentada uma estrutura recomendável para BRASILEIROS E DO DISTRITO FEDERAL. Diretrizes para o Controle Interno no Setor Público.
Disponível em: http://conaci.org.br/wp-content/uploads/2012/05/
implementação e/ou aperfeiçoamento de um sistema de controle interno
DiretrizesparaControleInternonoSetorPublico.pdf. Acesso em 28/05/2017.
municipal, elencando os subsistemas e as respectivas sugestões de ações e
pontos de controle necessários, além de outras fontes de consulta sobre a CORBARI, Ely Célia; MACEDO, Joel de Jesus. Controle Interno e Externo na Administração Pública.
temática do Controle Interno. Curitiba: Intersaberes, 2012.
ATRICON. ASSOCIAÇÃO DOS MEMBROS DOS TRIBUNAIS DE CONTAS DO BRASIL. Resolução COSO. COMMITTE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREDWAY COMIISSION – COSO.
ATRICON nº. 05/2014 – Controle Interno dos Jurisdicionados. Enterprise Risk Management - Integrated Framework. 2004.
Disponível em: http://www.ATRICONº. org.br/normas/resolucao-ATRICON-no-052014-controle- Disponível em: http://www.coso.org/documents/COSO_ERM_ExecutiveSummary_Portuguese.pdf.
interno-dos-jurisdicionados/. Acesso em 30 abr 2017. Acesso em 10/06/2011.
BRASIL. Lei 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui normas gerais de direito financeiro para FERNANDES, Jorge Ulysses Jacoby. Tribunal de Contas do Brasil: jurisdição e competência. Belo
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Horizonte: Fórum, 2003.
Distrito Federal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 mar. 1964.
Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm. Acesso em: 07/05/2017. GUIMARAES, Fernando Augusto Mello. Controle Interno Municipal: encontro para prefeitos
municipais. Curitiba: FIEP, 2006.
Decreto-Lei nº. 200, de 25 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a organização da Administração
Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências. Diário Oficial da INTOSAI. INTERNATIONAL ORGANIZATION OF SUPREME AUDIT INSTITUTIONS. Guidelines for
União, Brasília, DF, 27 mar. 1967. Internal Control Standards for the Public Sector. Bruxelas, 2004.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0200.htm. Acesso em: 07/05/2017. Disponível em: http://www.tce.ba.gov.br/files/publicacoes/serie_traducoes/intosai_diretrizes_p_
controle_interno.pdf. Acesso em 10/07/2011.
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APÊNDICE I
1.
CONTROLES A SEREM OBSERVADOS PELO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
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• Planejamento e gerenciamento do ensino infantil e fundamental no município mediante formulação de planos e diretrizes;
• Acompanhamento e controle das Metas e Estratégias dos Planos de Educação
• Gerenciamento e acompanhamento das ações voltadas para oferecimento de merenda escolar (Aquisição, armazenamento, preparação e fornecimento);
• Gerenciamento e acompanhamento das ações voltadas para oferecimento de transporte escolar;
• Monitoramento e controle dos gastos com ensino infantil e fundamental para garantia da aplicação no Estado, de 30% das suas receitas resultantes de impostos, somadas as
Transferências, em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE) e, nos Municípios, de 25% da receita de impostos e transferências;
• Monitoramento e controle dos gastos decorrentes das receitas do FUNDEB, com vistas à aplicação de 60% dos recursos na remuneração dos profissionais do magistério e de 95% dos
recursos no exercício do recebimento;
• Aplicação, no ano seguinte, do valor cancelado de restos a pagar;
Educação
• Acompanhamento do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB – ato de nomeação dos membros, composição em conformidade com a legislação específica,
funcionamento/regularidade das reuniões, qualidade das informações prestadas, parecer sobre as contas a serem encaminhadas ao TCE, incluindo a aplicação dos 60% e 95%;
• Acompanhamento do Conselho Municipal de Educação - ato de nomeação dos membros, composição em conformidade com a legislação específica, funcionamento/regularidade das
reuniões, qualidade das informações prestadas;
• Acompanhamento do Comitê Municipal do Transporte Escolar – lei de criação, ato de nomeação dos membros e parecer em relação às competências descritas no art. 17 da Resolução
nº 777/2013-GS/SEED;
• Acompanhamento de eventuais desvios de finalidades no uso da frota destinada ao transporte escolar;
• Acompanhamento da documentação da frota e demais exigências das normas relacionadas ao transporte escolar;
• Acompanhamento da otimização de rotas, obediência à elas e aos horários nos casos de terceirização do transporte.
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• Planejamento e gerenciamento das ações públicas de saúde na esfera do município, inclusive com a verificação do
acompanhamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde dos indicadores municipais de saúde, evitando subnotificação
de morbidades e óbitos;
• Definição e regulamentação de normas e procedimentos voltados para a execução das ações públicas de saúde para as
unidades de atendimento municipais;
• Monitoramento e controle dos gastos com ações públicas de saúde, com vistas a garantir aplicação mínima de 12% para
o Estado e de 15% do montante dos recursos oriundos de impostos e transferências, verificando, também, a aderência
dos gastos com as necessidades de saúde introduzidas no Plano Municipal;
• Distribuição e controle de medicamentos e de material médico-clínico (aquisição, armazenamento e fornecimento);
• Estabelecimento de normas aplicáveis à destinação de resíduos (lixo hospitalar);
• Aplicação, no ano seguinte, do valor cancelado de restos a pagar;
• Repasses aos Consórcios intermunicipais de saúde;
• Movimentação dos recursos da saúde através do Fundo Municipal de Saúde.
• Acompanhamento do Conselho Municipal de Saúde, notadamente no que diz respeito à participação nas esferas
obrigatórias (conferências de saúde e elaboração do Plano Municipal, conforme Leis Federais 8.142 e 8080, bem como
da Lei Complementar 141/2011) – ato de nomeação dos membros, composição em conformidade com a legislação
Saúde
específica, funcionamento/regularidade das reuniões, qualidade das informações prestadas, parecer sobre as contas a
serem encaminhadas ao TCE;
• Acompanhamento da rotina de comparecimento e do cumprimento da jornada de trabalho dos profissionais da saúde;
• Acompanhamento da rotina de comparecimento e do cumprimento da jornada de trabalho dos contratados para plantões
especialmente terceirizados;
• Acompanhamento das condições de salubridade e da estrutura dos imóveis sede de unidades de saúde;
• Acompanhamento do recebimento e execução dos recursos recebidos pelo Município, referentes ao PAB fixo e, se houver,
ao PAB variável, sobretudo com relação à adequação do número de profissionais às normas editadas pelo Ministério da
Saúde, evitando-se a perda de recursos do PAB variável, ante a não completude das equipes de saúde cadastradas;
• Acompanhamento da Central de Regulação Municipal, a fim de aferir a regularidade e respeitabilidade das filas para
consultas especializadas e encaminhamentos para leitos hospitalares;
• Acompanhamento das auditorias realizadas, por amostragens, nos Hospitais, com a finalidade de verificar a regularidade
da utilização dos leitos comprados pelo Sistema Único de Saúde;
• Verificação do funcionamento dos fluxos e processos de trabalho relativos aos encaminhamentos, pela Atenção Básica,
à atenção secundária e terciária, de modo a aferir se o usuário retorna para o acompanhamento de seu tratamento pela
equipe da Atenção Básica.
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• Verificação da proposta do Plano de Ação de Conjunta de Interesse Comum (PLACIC) para o exercício seguinte e controle da execução do orçamento corrente, inclusive as modificações
realizadas através de créditos adicionais;
• Verificação da proposta de Orçamento do Consórcio e acompanhamento / controle de sua execução, acompanhamento da programação financeira e do cronograma de execução
mensal de desembolso;
• Verificação da proposta de Contrato de Rateio a ser firmado com os entes consociados;
• Acompanhamento e controle do cumprimento do Contrato de Rateio pelos entes consorciados e das medidas adotadas quando inadimplente;
• Acompanhamento e controle do parcelamento de Contrato de Rateio firmado com os entes consorciados;
Consórcios
• Verificação da existência de registros contábeis evidenciando a origem dos créditos a receber decorrente de contratos de rateio / parcelamento;
intermunicipais
• Verificação da realização de prestação de contas do Consórcio para os entes consorciados das despesas executadas com os recursos entregues por meio do Contrato de Rateio;
• Acompanhamento quanto ao fornecimento das informações necessárias para consolidação nas contas dos entes consorciados de todas as despesas realizadas com recursos oriundos
do Contrato de Rateio;
• Acompanhamento da elaboração, revisão e publicação dos Relatórios de Gestão Fiscal aplicáveis aos Consórcios;
• Acompanhamento da elaboração, revisão e publicação dos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária aplicáveis aos Consórcios;
• Acompanhamento da divulgação realizada pelo Consórcio do Estatuto, do Orçamento; do Contrato de Rateio, das demonstrações contábeis; do Relatório de Gestão Fiscal e do
Relatório Resumido da Execução Orçamentária, para fins de transparência.
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1 2
• Verificação da capacitação, competência e regularidade do exercício da atividade dos profissionais técnicos envolvidos no planejamento,
execução, fiscalização e recebimento do setor ou órgão responsável por obras.
• Definição de responsabilidades e normas de procedimentos quanto ao planejamento, execução (elaboração), fiscalização e recebimento de
obras;
• Aferição do cumprimento das etapas relacionadas à existência do Programa de Necessidades do Município:
• Identificação das carências/ordenação de prioridades/ características básicas do empreendimento/área de influência / restrições legais e sociais
quanto ao empreendimento/ estimativa de custos, passando pela escolha do terreno (local); estudo de viabilidade; anteprojeto;
• Acompanhamento dos procedimentos e adequação de rotinas dos atos relacionados à Fase Interna da Licitação com foco no desenvolvimento
e transparência do devido Processo Administrativo;
• Estabelecimento de normas e procedimentos para a elaboração de Projeto Básico do empreendimento com base na Resolução nº. 04/2006
TCE/PR e Orientação Técnica OT-IBR 001/2006 do Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas – IBRAOP, com ênfase nas essências de
especificações técnicas, planilha orçamentária e cronograma físico financeiro;
• Acompanhamento dos procedimentos e adequação de rotinas dos Editais de Licitação das obras com ênfase no art. 21, § 4º, da Lei 8.666/93 e
em específico a modalidades, fracionamento, regime de execução, tipos de licitação e dispensa ou inexigibilidade de licitação;
• Acompanhamento dos procedimentos e adequação de rotinas dos atos relacionados à Fase Externa da Licitação com foco nos procedimentos,
publicação, critérios de julgamento, recebimento das propostas, homologação e adjudicação;
• Verificação quanto a existência das cláusulas mínimas listadas no art. 55 da Lei 8.666/93 relacionadas ao instrumento “Contrato” para o caso de
Obras Públicas1 obras;
• A existência de procedimentos e sistemáticas definidas quanto ao exercício da atividade de fiscalização de obras, abordando responsabilidades,
atribuições, observando-se aspectos quanto a materiais adequados, especificações técnicas, alterações contratuais, subcontratações, reajuste
e reequilíbrioeconômico-financeiro, recebimento provisório e definitivo, responsabilidade civil, garantias dos serviços executados e manutenção;
• Acompanhamento e controle dos registros de acordo com a Instrução Normativa nº. 084/2012, especificamente para o Módulo de Obras
Públicas com ênfase nas informações de cada obra quanto ao orçamento base, planilha orçamentária, medições, registros fotográficos, termos
de paralisação, recebimentos provisório e definitivo exprimindo com confiança e fidedignidade a real situação da licitação, da contratação e da
execução da obra.
1 Recomenda-se que cada município tenha um órgão ou departamento responsável pelo planejamento, elaboração de projetos, orçamentos, especificações de serviços e materiais, acompanhamento
e fiscalização das obras ou serviços de engenharia. Essas atividades devem ser desenvolvidas por profissionais cadastrados nos respectivos conselhos profissionais: engenheiros (as) registrados (as) no
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR) ou arquitetos (as) registrados (as) no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/PR).
2 Todos os municípios, por meio de suas Administrações direta e indireta, devem seguir o disposto na Instrução Normativa n.º 084/2012, que regulamenta a forma de organização dos dados enviados
ao SIM-AM. Não seguir estes procedimentos configura irregularidade formal, que pode acarretar multas ao ordenador de despesas, bem como irregularidades nas prestações de contas e o consequente
bloqueio da certidão negativa junto ao TCE-PR.
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Os objetivos correlatos (operacionais, de comunicação e de conformidade) dão suporte aos objetivos estratégicos, a fim de garantir a sua consecução.
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O controle interno deve estar orientado a fim de garantir que os objetivos da b) A integridade pessoal e profissional;
organização sejam efetivamente alcançados. c) Os valores éticos da direção e do corpo funcional;
d) Compromisso com a competência;
Ao cumprir os objetivos – estratégicos, operacionais, de e) Atribuição de alçadas e responsabilidade;
comunicação e de conformidade – assegura-se que os recursos f) Definição de níveis hierárquicos e a segregação de funções;
públicos estão sendo bem empregados.
g) Políticas e práticas de recursos humanos (treinamentos, a avaliação, a
Assim, a sociedade terá a garantia de que os objetivos
promoção, medidas corretivas, etc).
estratégicos da administração pública estão sendo alcançados, O ambiente interno refere-se à disciplina e à estrutura da Administração Pública
que os recursos empregados nas ações públicas estão sendo que influenciam na qualidade do controle interno em seu conjunto, incluindo
geridos com eficiência e eficácia, que a administração pública integridade, valores éticos, comprometimentos com a competência, estrutura
está obedecendo às leis e aos regulamentos e, por fim, que as organizacional, designação de autoridade e de responsabilidade e políticas e
informações disponibilizadas são íntegras e tempestivas. práticas de recursos humanos.
Um ambiente interno bem estruturado na Administração Pública garante a
Os objetivos principais do controle interno são auxiliar e proporcionar à entidade salvaguarda dos ativos contra erros, roubo, fraudes, irregularidades, entre outros
garantia razoável de que seus objetivos serão atingidos. Como tal, é ferramenta fatores que podem afetar negativamente a sua preservação.
que compõe o processo de gestão, cuja responsabilidade é comum a todos
os que integram a organização. Daí afirmar-se que a garantia proporcionada é Cabe ao controle interno mapear o ambiente de controle, para
relativa, nunca absoluta, posto que dependente de atuação conjunta. entender quais os riscos que podem afetar o cumprimento dos
2.2. COMPONENTES DO CONTROLE INTERNO objetivos estratégicos, operacionais (eficiência e eficácia), de
comunicação e de cumprimento às leis.
O controle interno deve ser estruturado para oferecer segurança razoável de
que os objetivos gerais do órgão/entidade estão sendo alcançados. Para isso, Algumas perguntas para serem respondidas são:
devem-se observar os seguintes componentes:
A organização demonstra ter comprometimento com a
2.2.1. Ambiente de Controle integridade e os valores éticos?
O ambiente de controle consiste no ambiente interno da entidade e, por isso, A organização estabelece níveis hierárquicos e atribuições de
configura-se como a base de todo sistema de controle interno. alçadas e responsabilidades?
Por ser formado por pessoas, o ambiente interno engloba a bagagem cultural, A organização obedece à segregação de funções?
os valores éticos, a competência do pessoal e a filosofia de gestão de riscos
de uma entidade. Sendo assim, é influenciado diretamente pelos aspectos A organização demonstra comprometimento para atrair,
individuais e coletivos de cada indivíduo, a exemplo da integridade, dos valores desenvolver e reter talentos competentes?
éticos e da competência. A organização faz com que as pessoas assumam
responsabilidade por suas funções de controle interno?
Seus elementos são:
(ATRICON, 2014)
a) A filosofia de direção e o estilo gerencial;
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d) desenvolvimento de respostas.
São aqueles relacionados à defasagem tecnológica, ou à subutilização ou
Tecnológicos
O primeiro passo é identificar o risco, ou seja, conhecer os eventos internos utilização inadequada dos recursos tecnológicos existentes.
e externos à entidade que possam afetar positivamente (oportunidades) ou
negativamente (ameaça) o cumprimento de seus objetivos estratégicos, EVENTOS INTERNOS
operacionais, de comunicação e de cumprimento às leis.
Aqueles que podem colocar em risco a vida e a execução das atividades
Infraestrutura organizacionais em função da não realização de manutenções preventivas
em prédios, veículos, elevadores, entre outros.
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5) conciliações;
O controle interno avalia se a administração realiza gestão de 6) avaliação de desempenho operacional;
risco, respondendo às seguintes perguntas:
7) avaliação das operações, processos e atividades;
a) A organização especifica os objetivos com clareza suficiente, 8) supervisão (alocação, revisão e aprovação, orientação e capacitação).
a fim de permitir a identificação e a avaliação dos riscos
associados aos objetivos?
O controle interno avalia se existem atividades de controle,
b) A organização identifica os riscos à realização de seus respondendo os seguintes questionamentos:
objetivos por toda a entidade e analisa os riscos como uma
A organização seleciona e desenvolve atividade de controle
base para determinar a forma como devem ser gerenciados?
que contribui para a redução, a níveis aceitáveis, dos riscos à
c) A organização considera o potencial para fraude na avaliação realização dos objetivos?
dos riscos à realização dos objetivos?
A organização seleciona atividades gerais de controle sobre a
d) A organização identifica e avalia as mudanças que poderiam tecnologia para apoiar a realização dos objetivos?
afetar, de forma significativa, o sistema de controle interno?
A organização estabelece atividades de controle por
(ATRICON, 2014) meio de políticas que estabelecem o que é esperado e os
procedimentos que colocam em prática essas políticas?
(ATRICON, 2014)
2.2.3. Atividades de Controle
Os procedimentos de controle compreendem políticas e procedimentos
implementados para diminuir os riscos e alcançar os objetivos do órgão ou entidade. Entre as diversas atividades de controle, vamos relacionar as descritas pelo
COSO (2004) e por Pereira (2009). A meta dessas atividades é reforçar
Para serem efetivos, os procedimentos de controle devem ser apropriados; o cumprimento de planos de ação estabelecidos e, também, manter as
funcionar consistentemente, de acordo com um plano de longo prazo; ter um organizações direcionadas ao cumprimento de seus objetivos.
custo adequado; ser compreensíveis, razoáveis e diretamente relacionados aos
objetivos de controle. • Revisão da alta administração (detecção) – A alta direção compara
o desempenho atual em relação ao desempenho obtido em períodos
A atividade de controle inclui uma gama de procedimentos de controle de anteriores.
detecção e prevenção, tais como:
• Administração funcional direta ou de atividade (detecção) – Exame dos
1) procedimentos de autorização e aprovação; relatórios de desempenho pelos gerentes ou diretores.
2) segregação de funções (autorização, execução, registro, controle); • Processamento da informação (prevenção e detecção) – Uma variedade
3) controles de acesso a recursos e registros; de controles é realizada para verificar a precisão, a integridade e a
4) verificações; autorização das transações. Os dados inseridos ficam sujeitos à verificação
de edição on-line ou à combinação com arquivos aprovados de controles.
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• Controles físicos (segurança e detecção) – Os valores de uma entidade 2.2.4. Informação e Comunicação
devem ser protegidos contra uso, compra ou venda não autorizados. Para As informações são vitais para que a organização pública conduza e controle
isso, devem ser estabelecidos controles de acesso, controles de entrada suas operações. Sem informações fidedignas e disponibilizadas em tempo hábil,
e saída de colaboradores e materiais e senhas para arquivos eletrônicos. será difícil identificar proativamente e agir em relação à área de risco.
Incluem-se neste controle os processos de inventário dos itens físicos.
Por exemplo: os equipamentos, os estoques, os títulos, o dinheiro e outros A informação relevante deve ser identificada, armazenada e comunicada de
bens que devem ser protegidos fisicamente, contados periodicamente e uma forma e em determinado prazo, que permita que os funcionários realizem
comparados com os valores apresentados nos registros de controle. o controle interno e suas outras responsabilidades (comunicação tempestiva
às pessoas adequadas). Por esse motivo, o sistema de controle interno
• Indicadores de desempenho (detecção) – relacionam diferentes conjuntos propriamente dito e todas as transações e eventos significativos devem ser
de dados, sejam eles operacionais ou financeiros, em conjunto com a análise completamente documentados.
dos relacionamentos e das medidas de investigação e de correção.
Para assegurar a qualidade da informação, o sistema de controle interno deve
• Segregação de funções (prevenção) – as responsabilidade e obrigações avaliar se todas as transações e os eventos significativos estão corretos e
são atribuídas entre pessoas distintas, objetivando reduzir o risco de claramente documentados, identificando as seguintes qualidades em relação à
erro ou de fraude. A segregação é essencial para a efetividade dos informação.
controles internos, por isso a contabilidade e conciliações, as informações
e autorizações, a custódia e inventário, a contratação e pagamento, a
administração de recursos próprios e de terceiros, as normatizações e VERIFICAR SE: QUESTIONAMENTO
fiscalização, por exemplo, devem estar segregadas entre os colaboradores.
O conteúdo é
• Alçadas (prevenção) – Limites determinados a um funcionário quanto Está no nível de detalhes adequados?
apropriado.
à possibilidade de ele aprovar valores ou assumir posições em nome da
instituição. As informações
Estarão disponíveis quando necessário?
são oportunas.
• Autorizações (prevenção) – Definição de atividades e de transações que
necessitam de aprovação de um supervisor para que sejam efetivadas. As informações
São as mais recentes?
• Conciliações (detecção) – Confrontação de mesma informação com são atuais.
dados oriundos de bases diferentes, adotando-se as ações corretivas,
As informações
quando necessário. são exatas.
Os dados estão corretos?
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Além das comunicações internas, a administração deve se assegurar da ações contra os sistemas de controle interno irregulares, antiéticos,
existência de meios adequados de comunicação. A comunicação eficaz é antieconômicos, ineficientes e ineficazes.
aquela que flui em todas as direções da organização (para baixo, para cima e
• Avaliações independentes – Referem-se às avaliações específicas
através) e que transmitam com clareza as funções e responsabilidades de cada
sobre determinado evento. A abrangência e a frequência das avaliações
agente envolvido em determinado processo.
específicas dependem, primeiramente, do monitoramento contínuo.
Quanto maior for a abrangência do monitoramento contínuo, menor será a
O controle interno avalia as informações e comunicações por
necessidade de avaliações independentes.
meio das respostas às seguintes perguntas:
A organização obtém ou gera e utiliza informações significativas O controle interno avalia o monitoramento por meio dos
e de qualidade para apoiar o funcionamento do controle interno? seguintes pontos:
A organização comunica-se com os públicos externos sobre A organização avalia e comunica deficiências no controle interno
assuntos que afetam o funcionamento do controle interno? em tempo hábil aos responsáveis por tomar ações corretivas?
2.2.5. Monitoramento
Os sistemas de controle interno devem ser monitorados para assegurar que
os controles estejam operando de forma apropriada e que o gerenciamento de
riscos mantenha a sua eficácia ao longo do tempo.
O monitoramento é obtido por meio de atividades contínua (monitoramento
contínuo), avaliações pontuais (avaliações independentes) ou a combinação
de ambas.
• Monitoramento contínuo – Realizado por meio de operações normais
e de natureza contínua da organização, a exemplo de atividades de
administração, de supervisão e outras executadas pelo corpo técnico
no exercício de suas funções. As atividades de monitoramento contínuo
abrangem cada um dos componentes do controle interno e envolvem
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