Apostila 2 RCC - Carismas
Apostila 2 RCC - Carismas
Apostila 2 RCC - Carismas
MINISTÉRIO DE FORMAÇÃO
APOSTILA 2
' MÓDULO BÁSICO
CARISMAS
COMISSÃO N A C I O N A L D E FORMAÇÃO D A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA
ATUALIZADA
RCCBRASIL
Kcmwacão Carismática CaUlica
C o p y r i g h t © Escritório A d m i n i s t r a t i v o da R C C B R A S I L - 2 0 1 3
A r t e e capa | / *I GÍjf
Priscila L. G. F. C a r v a l h o
Diagramação
RCCBRASIL
Renovação Carismática Católica
ISBN:CDU:2
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IMPRESSO N O BRASIL
P r i n t e d in Brazil
SUMÁRIO
Capítulo 1. CARISMAS
1. I N T R O D U Ç Ã O 11
a. D o n s infusos 11
b. D o n s e í l i s o s 12
2. C O N C E I T O 12
3. N A T U R E Z A E F I N A L I D A D E D O S C A R I S M A S 12
4. Q U A N D O U T I L I Z A R OS C A R I S M A S 13 =
5. O S D O N S E F U S O S E A C A R I D A D E 14
6. O S C A R I S M A S D E V E M S E R P E D I D O S C O M F É E E X E R C I D O S N A H U M I L D A D E 14
a. H u m i l d a d e 15
b. H a r m o n i a 15
c. O r d e m 15
7. P A L A V R A D A I G R E J A 15
8. C O N C L U S Ã O 16
9. P R O P O S T A D E D I N Â M I C A 16
Capítulo 2. D O M D E L Í N G U A S
1. I N T R O D U Ç Ã O 17
2. C O N C E I T O 17 -
3. F I N A L I D A D E S D O D O M D E L Í N G U A S 18
4. T I P O S D E O R A Ç Ã O E M L Í N G U A S 18
a. Glossolalia 19
b. Xenoglossia 19 - , ,
5. A I M P O R T Â N C I A D O D O M D E L Í N G U A S 19
6. C O M O R E C E B E R O D O M D E L Í N G U A S 20
7. C O N C L U S Ã O 20
8. P R O P O S T A D E D I N Â M I C A 20
Capítulo 3. D O M D A PROFECIA E D O M D E I N T E R P R E T A Ç Ã O D A S
LÍNGUAS
1. I N T R O D U Ç Ã O 21
2. D O M D A P R O F E C I A ; 21
2.1. Conceito 21
2.2. O e x e r c í c i o do d o m da profecia 22
2 . 2 . 1 . A acolhida da profecia 22
2.2.2. O c i c l o c a r i s m á t i c o 23
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas ^.
2.3. T i p o s de profecias 24
3. O D O M D E I N T E R P R E T A Ç Ã O D A S L Í N G U A S 25
3 . 1 . O e x e r c í c i o de i n t e r p r e t a ç ã o das l í n g u a s 25
4. P R O F E C I A E O B E D I Ê N C I A 26
5. C O N C L U S Ã O 26
6. P R O P O S T A D E D I N Â M I C A 26
2. C O N C E I T O 27
3. T I P O S D E D I S C E R N I M E N T O 27
a. R e f l e x i v o 27
b. D o u t r i n a l 27
c. C a r i s m á t i c o 28
4. U T I L I D A D E D O D I S C E R N I M E N T O C A R I S M Á T I C O 28
5. D O M D O D I S C E R N I M E N T O N A V I D A D E JESUS 28
6. D I N Â M I C A D A M A N I F E S T A Ç Ã O D O D I S C E R N I M E N T O C A R I S M Á T I C O 28
7. C O N C L U S Ã O 29
8. P R O P O S T A D A D I N Â M I C A 29
Capítulo 5. P A L A V R A DE C I Ê N C I A
1. I N T R O D U Ç Ã O 31
2. C O N C E I T O 31
3. O E X E R C Í C I O D O D O M D A C I Ê N C I A 32
4. U T I L I D A D E D O D O M D A C I Ê N C I A 32
5. F U N D A M E N T O S B Í B L I C O S D O D O M D A C I Ê N C I A 32
6. A I M P O R T Â N C I A D O T E S T E M U N H O 33
7. C O M O R E Z A R P O R P R O B L E M A S D E S C O N H E C I D O S 33
8. A U X I L I A R E S D O D O M D A C I Ê N C I A 33
9. C O N C L U S Ã O 33
10. P R O P O S T A D E D I N Â M I C A 33
Capítulo 6. P A L A V R A D E SABEDORIA
1. I N T R O D U Ç Ã O 35
2. C O N C E I T O 35
3. A U T I L I D A D E D O D O M D A S A B E D O R I A 35
4. A P A L A V R A D E S A B E D O R I A N A E S C R I T U R A 35
5. O E X E R C Í C I O D O D O M D A S A B E D O R I A 36
6. C O N C L U S Ã O 36
7. P R O P O S T A D E D I N Â M I C A 36
Capítulo 7. C A R I S M A D A F É
1. I N T R O D U Ç Ã O 37
2. C O N C E I T O 37
a. F é teologal 37
b. F é v i r t u d e 37
c. O d o m c a r i s m á t i c o da fé 38
3. O D O M D A F É N A P A L A V R A D E D E U S 38
4. C O N C L U S Ã O 38
5. P R O P O S T A D E D I N Â M I C A 39
6
\
R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do Brasil - RCCBRASIL
Capítulo 8. D O M D E C U R A E D O M DE M I L A G R E S
1. D O M D E C U R A 41
1.1. i n t r o d u ç ã o 41
1.7. E n f e m i i d a d e s no A n t i g o Testamento 43
2. D O M D E M I L A G R E S 44
2.1. Introdução 44
2.2. C o n c e i t o 44
3. C O N C L U S Ã O 48
4. P R O P O S T A D E D I N Â M I C A 48
BIBLIOGRAFIA 49
]
.^ R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do B r a s i l - RCCBRASIL
APRESENTAÇÃO
' ABIB,Jonas -Aspirai aos Dons Espirituais - Ed. Loyola - 4° Edição, 1998,
pg. 16-17.
9
,^ R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do B r a s i l - RCCBRASIL
CARISMAS
A respeito dos dons espirituais,irmãos,não quero que vivais na ignorância. Há diversidade de dons, , . . j ^ q-iv^n síf-r- '
mos um só Espírito. A cada um é dada a manifestação do Espírrto para proveito comum. A um é dada pelo ~' "
Espírito uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, por esse mesmo Espírito; a outro, a fé,
pelo mesmo Espirito; a outro, a graça de curar as doenças, no mesmo Espírito; a outro, o dom dos milagres;
a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, a variedade das línguas; a outro, por fim, a .-j g
interpretação das línguas. Mas um e o mesmo Espírito distribui todos estes dons, repartindo a cada um como
lhe apraz (ICor 12,1.4.7-11).
1. INTRODUÇÃO
11
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas '' ^,
lização, o u seja, na expansão d o c r i s t i a n i s m o , o q u e •^SANTANA , Luis Fernando R., Batizados no Espirito, p 42-44,
12
R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do B r a s i l - RCCBRASIL
13
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas ^,
mas, colhem-se f r u t o s abundantes: o s carismas f a - graça para a vitalidade apostólica e para a santidade
d o e x e r c i d o s na caridade. d o n s q u e p r o v e n h a m v e r d a d e i r a m e n t e d o Espírito
Santo e q u e sejam e x e r c i d o s d e m a n e i r a p l e n a m e n t e
c o n f o r m e os impulsos autênticos deste m e s m o Es-
5. OS DONS EFUSOS E A CARI- pírito, i s t o é, segundo a caridade, v e r d a d e i r a m e d i d a
DADE _ , „ dos c a r i s m a s " ( C a t e c i s m o n. 799-800).
rém, a m a i o r delas é a c a r i d a d e " ( I C o r 13,1 -3.9s. 13). serviço aos irmãos, são i m p u l s i o n a d o s a pedi-los ao
Pai, c o m o Jesus m e s m o nos ensinou:'Pedi, e dar-se-
O s capítulos 12 a 14 da C a r t a aos Coríntios,
vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois
q u e t r a t a m d o s carismas e suas manifestações, são
verdadeiras referências para se v i v e r a vida nova,
guiada p e l o Espírito Santo, e x e r c e n d o o s seus d o n s
RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA, A espiritualidade da R C C ,
de m a n e i r a autêntica e f r u t u o s a . Eles contêm regras p.43.
básicas e orientações seguras. O u t r a s recomenda- ' ^ C O N C I U O ECUMÉNICO VATICANO II, Apostolican Actuositatem,
6-8; 13,8-10; ITes 5, 14-15.19-21. '^Cf., a propósito, SOUSA, Ronaldo José de. Pregador ungido, p. 41.
14
^ R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do B r a s i l - RCCBRASIL
'=lbid.,p.44
15
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas .
Lhe apraz' (cf. I C o r 12, 7-1 I ) , a fim de q u e 'cada u m • Q u a n d o há servos suficientes, p o d e m rezar
p o n h a ao serviço d o s o u t r o s a graça q u e r e c e b e u ' , d e dois e m dois pelos p a r t i c i p a n t e s .
e t o d o s a t u e m ' c o m o bons a d m i n i s t r a d o r e s da m u l -
• Conclui-se c o m u m g r a n d e l o u v o r .
t i f o r m e graça de D e u s ' ( I Pd 4, 10), para edificação,
n o a m o r d o c o r p o t o d o . (cf. Ef 4, I6).(...) Nenhum
carisma está dispensado de sua referência e d e p e n -
dência d o s Pastores da Igreja. O Concílio escreve
c o m palavras claras q u e o juízo acerca da sua (dos
carismas) a u t e n t i c i d a d e e r e t o u s o p e r t e n c e a q u e -
les q u e p r e s i d e m na Igreja e aos quais c o m p e t e de
m o d o especial não e x t i n g u i r o Espírito, mas julgar
t u d o e conservar o que é b o m (cf. I T s 5,12; 19-21),
de m o d o que t o d o s os carismas c o n c o r r a m , na sua
diversidade e c o m p l e m e n t a r i d a d e , para o b e m c o -
mum"".
8. CONCLUSÃO
É i m p o r t a n t e t o m a r consciência de que t o d o o
b e m , t o d o o d o m , t o d o o serviço p r e s t a d o ao r e i n o
»lbid,n.24.
de D e u s e m n o m e de Jesus, a c o n t e c e sob a ação d o
Espírito Santo. Sem Ele nada é eficaz para o r e i n o de n. 12. ^Mbid,n.24.Cf.CONCÍUO ECUMÉNICO VATICANO 11, Lúmen Gentium,
16
^ R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do Brasil - RCCBRASIL
CAPÍTULO 2 —^
DOM DE LÍNGUAS
A outro, o variedade das línguas (ICor 12, iOd)
1. INTRODUÇÃO
17
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas >^.
18
^ R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do Brasil - RCCBRASIL
Bíblia, não era o 'falar', e sim o ' o u v i r ' : "Achavam-se b. A b r e a pessoa para os demais carismas, p o r -
e m Jerusalém j u d e u s p i e d o s o s de t o d a s as nações q u e mantém o espírito e m a l e r t a para o q u e D e u s
q u e há d e b a i x o d o céu. O u v i n d o aquele ruído, reu- q u e r falar o u f a z e r G e r a l m e n t e a palavra de p r o f e c i a
niu-se m u i t a g e n t e e maravilhava-se de q u e cada u m o u a interpretação de línguas v ê m d u r a n t e o u após
os o u v i a falar na sua própria língua. P r o f u n d a m e n - a oração o u cântico e m línguas. D a m e s m a f o r m a a
t e i m p r e s s i o n a d o s , manifestavam a sua admiração: palavra d e ciência, o d o m de c u r a e assim p o r d i a n t e .
'Não são, p o r v e n t u r a , galileus t o d o s estes q u e f a -
c. A j u d a a o r a r p o r d e t e r m i n a d a s coisas das
lam? C o m o então t o d o s nós os o u v i m o s falar, cada
quais a pessoa foge de c o l o c a r na presença de D e u s ,
u m e m nossa própria língua m a t e r n a ? " ( A t 2, 5-8).
p r o b l e m a s i n t e r i o r e s nos quais p r e f e r e não tocar;
d. É também u m d o m d e unidade e n t r e os
b. Xenoglossia
cristãos: "Achavam-se então em Jerusalém ju-
É u m a oração e m línguas d e s c o n h e c i d a de q u e m
o r a , mas que e x i s t e o u já e x i s t i u e ainda é d o domí-
^"AVAN DEN BORN.A Renovação no Espírito Santo, p. 90.
nio humano, c o m o o latim, p o r exemplo. R o b e r t De-
" O dom das línguas, p. IS.
G r a n d i s diz q u e " d u r a n t e u m a reunião de oração e m
" RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓUCA, Carismas, p. 75-76.
N o v a O r l e a n s , cidade n o r t e - a m e r i c a n a , o u v i u u m a
19
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas ^,
7. CONCLUSÃO
CAPITULO 3
1. INTRODUÇÃO
21
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas .
2.2.1 . A a c o l h i d a d a profecia
2.2.0 exercício do d o m de profecia
Ninguém p r o f e t i z a sem o c o n s e n t i m e n t o da
nidade e o r d e m " (cf. I C o r 14, 4 0 ) , e c o m o critério a e n t r e g a plena d o ser da pessoa ao seu Espírito San-
22
•^j R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do B r a s i l - RCCBRASIL
sa m u d a r a v o z o u i m p r i m i r u m a t o n a l i d a d e discur- na v e r d a d e é o m o m e n t o da escuta de D e u s , da u n -
siva, mas apenas p r o n u n c i a r o q u e lhe é revelado na ção (que g e r a l m e n t e p r e c e d e a p r o f e c i a ) ;
sua própria m a n e i r a de f a l a r N e s t e s e n t i d o . D e u s se
4. Profecia;
utiliza da c u l t u r a e d o vocabulário da pessoa.
5. A c o l h i m e n t o , m o m e n t o da r e s p o s t a q u e d a -
O essencial para a c o l h e r a p r o f e c i a e p r o c l a m a
m o s a D e u s após a qual a c o m u n i d a d e l o u v a e e x u l t a
-la é c r e r que D e u s q u e r falar naquele m o m e n t o e
de alegria pela palavra q u e o S e n h o r lhe d i r i g i u .
dispor-se a ser o seu i n s t r u m e n t o . A pessoa recebe
É o l h a r m o s para estes m o m e n t o s d o ciclo ca-
na m e n t e u m a palavra o u frase e, à m e d i d a q u e as
rismático e p e r c e b e r m o s q u e cada m o m e n t o nos
p r o n u n c i a , o u t r a s seguirão.Também p o d e a c o n t e c e r
p r e p a r a para o u v i r m o s a v o z de D e u s e q u e d e n t r e
de ser dada, p r i m e i r o e m p e n s a m e n t o o u p o r m e i o
t o d o s os m o m e n t o s , a escuta o u o silêncio, se faz
de i m a g e m .
necessário, pois é o m o m e n t o e m que D e u s nos fala.
Q u a l q u e r q u e seja a f o r m a de r e c e b e r a p r o - N a m e d i d a e m q u e a c o m u n i d a d e se h a b i t u a c o m o
fecia, a pessoa deve d a r u m passo na fé para p r o - c i c l o carismático, torna-se mais a b e r t a a o S e n h o r e
nunciá-la, sem se d e i x a r i m p r e g n a r p o r dúvidas e ao c u m p r i m e n t o de Sua v o n t a d e .
inseguranças. Por vezes, a pessoa se a c o s t u m a a f i c a r
Em c o n t i n u i d a d e , falando ainda s o b r e o c i c l o
e s p e r a n d o pelos q u e mais c o s t u m e i r a m e n t e p r o f e -
carismático, p o d e m o s r e f l e t i r n o q u e o papa B e n -
t i z a m . O s q u e agem assim, d i f i c i l m e n t e serão usados
t o X V I nos ensina na exortação apostólica V e r b u m
c o m o d o m d e profecia. Para o u v i r o Senhor, é n e -
D o m i n i n. 14 " C o n s e q u e n t e m e n t e , r e c o m e n d o u q u e
cessário u m a t o de e n t r e g a a o Espírito e não apenas
«se ajudassem os fiéis a b e m d i s t i n g u i r a Palavra
d e passividade.
de D e u s das revelações privadas», c u j o «papel não
O p r o f e t a deve m a n t e r u m a e x p e c t a t i v a de es- é (...) ' c o m p l e t a r ' a Revelação d e f i n i t i v a de C r i s t o ,
c u t a . A escuta é a capacidade dada p e l o Espírito San- mas ajudar a vivê-la mais p l e n a m e n t e , n u m a d e t e r m i -
t o para o u v i r a v o z de D e u s n o coração e discernir, nada época histórica». O v a l o r das revelações p r i v a -
d e n t r e t o d a s as vozes q u e chegam, qual é de D e u s das é essencialmente d i v e r s o d o da única revelação
( c f j o 12,27-29). pública: esta exige a nossa fé; d e f a t o nela, p o r m e i o
A oração d o discípulo de Jesus é mais d o q u e de palavras humanas e da mediação da c o m u n i d a d e
falar n o vazio, l e r n o vácuo, s o f r e r na solidão, c o n - viva da Igreja, fala-nos o próprio D e u s . O critério da
t e m p l a r u m túnel sem fim. A oração d o discípulo de v e r d a d e de u m a revelação privada é a sua o r i e n t a -
Jesus Ressuscitado é m u i t o mais d o q u e t a t e a r na es- ção para o próprio C r i s t o . Q u a n d o aquela nos afasta
curidão. Ela não é t a m p o u c o u m salto n o a b i s m o . O d'Ele, c e r t a m e n t e não v e m d o Espírito Santo, q u e nos
discípulo de Jesus f o i levado à posição de amigo d o guia n o âmbito d o Evangelho e não f o r a dele. A r e -
M e s t r e ( c f Jo 15, 14). Sendo a m i g o d e u m a das Pes- velação privada é u m a ajuda para a fé, e manifesta-se
soas da Santíssima T r i n d a d e , goza, a u t o m a t i c a m e n t e , c o m o credível p r e c i s a m e n t e p o r q u e o r i e n t a para a
da amizade das o u t r a s . Por isso sua oração é, antes única revelação pública. Por isso, a aprovação eclesi-
de t u d o , aproximar-se de D e u s ( c f H b 1 1 , 6), é u m ástica de u m a revelação privada indica e s s e n c i a l m e n -
inclinar de o u v i d o na direção d o s lábios da T r i n d a d e t e q u e a respectiva mensagem não contém nada q u e
Santíssima ( c f Is 5 0 , 4b-5) para s a b o r e a r seu c a n t o c o n t r a d i g a a fé e os b o n s c o s t u m e s ; é lícito torná-la
de a m o n pública, e os fiéis são a u t o r i z a d o s a prestar-lhe d e
f o r m a p r u d e n t e a sua adesão. U m a revelação p r i v a d a
2.2.2. O ciclo c a r i s m á t i c o
p o d e i n t r o d u z i r novas acentuações, fazer s u r g i r n o -
Nas reuniões d e oração, cria-se assim o q u e é vas f o r m a s de piedade o u a p r o f u n d a r antigas. Pode
d e n o m i n a d o " c i c l o carismático", c o m p o s t o de l o u - revestir-se de u m c e r t o carácter profético ( c f I T s
vor, oração e p r o f e c i a . A assembleia se d i r i g e a D e u s 5, 19-21) e ser u m a válida ajuda para c o m p r e e n d e r e
pela oração, q u e é o dialogo c o m o S e n h o r Ele r e s - v i v e r m e l h o r o Evangelho na h o r a atual; p o r isso não
p o n d e pela p r o f e c i a , usando as m e n t e s e v o n t a d e s se deve desprezá-la."^^
daqueles que se r e n d e m a Ele para edificar a c o m u -
O c o r r e , p o r vezes, q u e vários m e m b r o s da
nidade.
c o m u n i d a d e t e n h a m a m e s m a p r o f e c i a n u m só m o -
N o ciclo carismático, e n c o n t r a m - s e assim estes
elementos:
1. O r a ç ã o , l o u v o r (cântico o u p r e c e s ) ; :
Exortação Apostólica Verbum Domini n. 14.
2. O r a ç ã o e m línguas;
3. Seguido de u m b o m t e m p o de silêncio, q u e
23
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas ^
24
. .'^j R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do Brasil - RCCBRASIL
Segue os m e s m o s princípios q u e n o r t e i a m o
d o m de p r o f e c i a . D e f o r m a pessoal o u comunitária,
3 . 0 DOM DE I N T E R P R E T A -
a interpretação o c o r r e após a emissão da u m a m e n -
ÇÃO DAS LÍNGUAS
sagem e m línguas.
" A q u e l e q u e fala e m línguas não fala aos h o - Por vezes, a c o n t e c e q u e várias pessoas r e c e -
mens, senão a D e u s : ninguém o e n t e n d e , pois fala b e m a m e s m a interpretação da mensagem ouvida.
coisas m i s t e r i o s a s , s o b a ação d o Espírito. O r a , d e - N e s t e caso, o senso de q u e a interpretação o u v i d a
sejo q u e t o d o s faleis e m línguas, porém m u i t o mais é c o r r e t a , é r a t i f i c a d o . C o m o na profecia, deve-se d i -
desejo q u e p r o f e t i z e i s . M a i o r é q u e m p r o f e t i z a d o z e r e m v o z alta: " e u c o n f i r m o ! " . A p ó s r e c e b e r u m a
q u e q u e m fala e m línguas, a não ser q u e este as i n - o u mais mensagens e m línguas c o m interpretação,
t e r p r e t e , para q u e a assembleia receba edificação. o p r o c e d i m e n t o d o d i r i g e n t e da reunião deve ser
Q u e m fala e m línguas, peça na oração o d o m de as - c o m o após a p r o f e c i a - de d e i x a r algum t e m p o
i n t e r p r e t a r " ( I C o r 14,2.5.13). para o l o u v o r e r e s p o s t a ao Senhor, de a c o r d o c o m
o conteúdo da mensagem. E q u a n d o o S e n h o r fala,
Tanto " o falar" c o m o " o o r a r " e " o cantar" em
q u e r p o r m e i o da interpretação das línguas, q u e r p o r
línguas só se t o r n a m mensagem profética q u a n d o
h o u v e r interpretação.
^'Os carismas em São Paulo, p. 19.
25
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas ^
N o e n t a n t o , é p r e c i s o q u e se diga q u e a m e r a
6. PROPOSTA DE DINÂMICA
recordação de versículos bíblicos sem u m a c o n o -
tação atual não é p r o f e c i a . Q u a n d o alguém apenas • Levar a assembleia a u m g r a n d e c l a m o r ao
e m i t e supostas mensagens tais c o m o ; " M e u s f i l h o s , Espírito Santo p e d i n d o seu b a t i s m o e seus d o n s , es-
eu s o u o c a m i n h o , a v e r d a d e e a v i d a " , não se t r a t a p e c i a l m e n t e o D o m de Profecia. Preparar o a m b i e n -
de u m a p r o f e c i a n o s e n t i d o e s c r i t o ; na m a i o r i a d o s t e na confiança de q u e o S e n h o r q u e r falar aqui e
casos, é u m p e n s a m e n t o da própria pessoa, p o r q u e agora. Explicar c o m o as pessoas d e v e m entregar-se
r e c o r d o u aquela palavra naquele m o m e n t o , m o t i v a - a o Senhor, d e i x a r a m e n t e livre para r e c e b e r a m e n -
da o u não p e l o c l i m a da oração. Pelo d o m d o discer- sagem e m Profecia.
n i m e n t o é possível saber se as palavras bíblicas têm
• C o n d u z i r a assembleia a u m g r a n d e m o m e n -
u m a conotação atual.
t o de l o u v o r até q u e não haja mais palavras e m ver-
Por f i m , é i m p o r t a n t e l e m b r a r q u e " U m caris- náculo para l o u v a r o S e n h o r e já iniciar a oração e m
m a - s o b r e t u d o de o r d e m profética - não é infalível línguas.
e o seu início p o d e ser m a r c a d o p e l o fracasso, p e l o
• A p ó s u m p r o f u n d o m o m e n t o de oração e m
e r r o , pela falta d e confirmação, sem q u e ele t e n h a
línguas silenciar c o m p l e t a m e n t e para o u v i r o S e n h o r
de ser i m e d i a t a m e n t e q u e s t i o n a d o . T u d o isso é u m a
fase de ensaios às cegas, legítima e necessária para • U m s e r v o a n o t a as profecias.
assentar esse carisma. Mas ela não deve, o b v i a m e n t e , • Fazer u m g r a n d e l o u v o r e ação de graças
prolongar-se, excessivamente..."^^. pela Palavra que o S e n h o r dirigiu a seu p o v o .
• A n a l i s a r as Profecias e salientar o t i p o de
4. P R O F E C I A E OBEDIÊNCIA Profecia q u e o S e n h o r d e u : e m vernáculo; e m línguas;
p o r visualização; c o n f i r m o u c o m a Palavra e t c ? H o u -
ve confirmação? Alguém mais s e n t i u algo diferente?
A s profecias são dadas c o m o orientações para
• A Profecia f o i de consolação? Exortação?
s e r e m o b e d e c i d a s . Q u a n d o não se p r e s t a atenção
Orientação?
e não se vive o q u e o S e n h o r fala. Ele p o d e calar-
se. É i m p o r t a n t e levar b e m a sério as profecias: são • C o n c l u i r salientando a Palavra d e Profecia
palavras de D e u s , palavras de vida, q u e levam a c o - dada p e l o S e n h o r c o n c l a m a n d o a que t o d o s v i v a m
m u n i d a d e e as pessoas a t e r e m vida e m abundância intensamente o que o Senhor falou.
( c f J o 10, 10).
" O g r u p o deve levar a sério a palavra d e p r o - " RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA. Grupo de oração, p. 48.
fecia, p o r q u e , p o r ela, o S e n h o r nos fala. Ela pode " MADRE, Philippe.Aspirai aos carismas, p. 48.
26
R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do B r a s i l - RCCBRASIL
CAPÍTULO 4 ^ o;
2. C O N C E I T O - ,^.<^..r-
q u e v e m de D e u s , o q u e v e m de nós, o q u e v e m
d o maligno'"'"'.
D i s c e r n i r s e g u n d o D e u s gera b o n s frutos.Jesus
dá u m a regra infalível:"Toda á r v o r e b o a dá bons f r u -
k t o s ; t o d a á r v o r e má dá maus f r u t o s . Pelos seus f r u t o s
t-
7. CONCLUSÃO
Jesus d i s c e r n i u c o m p o d e r e e n s i n o u a vigiar
(cf. M t 4, l-IO; 7, 15).Todos d e v e m p e d i r a D e u s e
buscar c o m e m p e n h o o d o m de d i s c e r n i m e n t o d o s
P espíritos. Ele é necessário, i m p o r t a n t e , pode-se dizer,
indispensável na c o m u n i d a d e q u e reza, n o g r u p o de
oração, na família. Ele p e r m i t e d i s t i n g u i r fenómenos,
manifestações de t o d o t i p o .
Q u ã o necessário se t o r n a o d o m d o d i s c e r n i -
m e n t o nas várias situações de vida pessoal e c o m u -
nitária! Esse d o m é m u i t o i m p o r t a n t e na orientação
p a s t o r a l , na percepção da ação de D e u s e sua v o n t a -
de, a j u d a n d o e n f i m , a " e x a m i n a r se os espíritos são
d e D e u s " ( I J o 4 , I).
8. PROPOSTA DE DINÂMICA
• P r o m o v e r u m f o r t e m o m e n t o de oração
c o m t o d a a assembleia p e d i n d o ao S e n h o r o d e r -
r a m a m e n t o d o Espírito Santo e a manifestação d o
d o m de D i s c e r n i m e n t o d o s Espíritos, para q u e ele
aconteça nas especificidades, realidades e necessida-
des da vida de cada u m .
29
^ R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do Brasil - RCCBRASIL
i
CAPÍTULO 5 y->y-:y.:: , . . , y - ^ ' . , - f .
PALAVRA DE CIÊNCIA
^, A outro, uma palavra de ciência (I Cor 12,8b).
f..... :
1. INTRODUÇÃO
Pode-se, ainda, d i z e r q u e a palavra de ciência " é « RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓUCA, Grupo de oração, p. 42.
31
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas ^,
d e t e r m i n a d a m a n e i r a . D e u s ensina ao h o m e m s o b r e Lázaro;
as suas verdades, para q u e o h o m e m possa t e r a l i - • Mateus 16, 16: definição de fé d o apóstolo
b e r d a d e de o p t a r p e l o b e m . Pedro, p o r inspiração d o Pai;
b. Na imposição de mãos • A t o s 5, I -1 I: P e d r o d e n u n c i a o r o u b o de
32
R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do B r a s i l - RCCBRASIL
• Lucas 1 , 3 9 - 4 5 : 0 Espírito Santo revela a Isa- A pessoa expressa a ressonância da palavra e m sua
bel a gravidez divina de Maria; vida. Por vezes, a palavra de ciência c o r r e s p o n d e a
u m f a t o a c o n t e c i d o há m u i t o t e m p o ; o u t r a s vezes,
• Mateus 1, 1 8 - 2 5 : 0 a n j o revela, e m s o n h o s , a
refere-se a casos a c o n t e c i d o s r e c e n t e m e n t e . A p ó s a
José, a gravidez divina de M a r i a .
palavra de ciência, reza-se pela cura, de a c o r d o c o m
o q u e f o i revelado. O p r o c e s s o vai se r e p e t i n d o , e n -
6. A IMPORTÂNCIA DO T E S T E - q u a n t o c h e g u e m palavras de ciência. Por fim faz-se
MUNHO u m l o u v o r ao S e n h o r e conclui-se c o m alguma o r a -
ção espontânea o u m e s m o bíblica.
33
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas
• O r a ç ã o c o m a A s s e m b l e i a p e d i n d o o Batis-
m o n o Espírito Santo c o m o D o m da Ciência.
• Revezam-se e repete-se o m e s m o p r o c e d i -
mento.
• É i m p o r t a n t e esclarecer as dúvidas.
• Conclui-se c o m u m g r a n d e l o u v o r
34
^ ^ R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do B r a s i l - RCCBRASIL
CAPÍTULO 6 . . í
PALAVRA DE SABEDORIA
"A um é áaáa pelo Espírito uma palavra de sabedoria" (1 Cor 12,8a).
1. INTRODUÇÃO
2. C O N C E I T O
3. UTILIDADE DO DOM DA SA-
BEDORIA
A palavra de s a b e d o r i a é u m a "ação de D e u s ,
m o v e n d o u m a pessoa a ensinar o u e x p l i c a r verdades
religiosas, a fim de que a presença e o a m o r de D e u s O d o m da s a b e d o r i a manifesta a v o n t a d e de
sejam e x p e r i m e n t a d o s , e para que ela seja m o v i d a a D e u s e m situações c o n c r e t a s . É o s o c o r r o de D e u s
p r o c u r a r Deus'"*^. Exemplos de palavra de s a b e d o - para m o m e n t o s de crise (o e s t u d o de algum t e m a d i -
ria: M t 7,28-29; Lc 2 , 4 7 ; 4 , 2 2 ; 12,22ss; 2 4 , 3 2 . fícil, debates, discussões, situações de confusão e t c ) .
35
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas ,
36
.^ R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do Brasil - RCCBRASIL
CAPÍTULO 7
CARISMA DA FÉ''
"A outro, a fé, pelo mesmo Espírito" (I Cor 12, 9a).
1. INTRODUÇÃO
C o m o D o m da Fé iniciamos o e s t u d o s o b r e A fé é c o m o u m r a i o de luz q u e p a r t e de D e u s
os d o n s das o b r a s , d o n s de p o d e r , q u e são: D o m da para a alma. O Espírito Santo, q u e é o a u t o r da fé,
Fé, D o m de C u r a s e D o m de Milagres, pois manifes- v e m ao m u n d o de h o j e reavivar, d a n d o assim s e n t i d o
t a m o p o d e r de D e u s agindo e m n o s s o m e i o , aqui e à vida cristã de m u i t o s batizados que viviam i n d i f e -
agora. r e n t e s ao seu estado.
37
A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas ^.
c. O d o m c a r i s m á t i c o d a fé (fé e x p e c t a n t e )
4. CONCLUSÃO
A fé carismática se manifesta q u a n d o u m a pes-
soa é m o v i d a a t e r u m a confiança íntima de q u e O d o m da fé é u m p r e s e n t e que D e u s dá para
D e u s agirá de f o r m a atual. Essa confiança leva a u m a o b e m da c o m u n i d a d e , assim c o m o os demais d o n s .
oração c o n v i c t a , a u m a decisão, a u m a f i r m e z a d e N u n c a é demais n o t a r q u e esse d o m está p r o f u n -
a t i t u d e o u a algum a t o q u e l i b e r a a bênção d e Deus^' d a m e n t e associado c o m a c a r i d a d e . C o m o os d o n s
( c f M c I 1,22-23; Ex 14, 13-14; IRs 18,20-40). são dados para o b e m c o m u m , sua prática r e f l e t e a
caridade. A s s i m também a c o n t e c e c o m o d o m da fé.
Essa c e r t e z a é tão especial que D e u s age, e o
r e s u l t a d o manifesta a glória de D e u s . O p a d r e O v i l a P o r t a n t o , c o m o diz São Paulo, o cristão deve se
M e l a n ç o n " ensina q u e este d o m é d a d o e m vista de e m p e n h a r e m p r o c u r a r a c a r i d a d e , mas deve também
ajudar a o r a r " c o m absoluta confiança e sem d u v i - aspirar i g u a l m e n t e aos d o n s espirituais ( c f I C o r 14,
dar". I ) . A s s i m , é b o m e necessário p e d i r c o m insistência
38
. R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do Brasil - RCCBRASIL
5. PROPOSTA DE DINÂMICA
• P r o m o v e r u m f o r t e m o m e n t o de oração
c o m t o d a a assembleia p e d i n d o ao S e n h o r o d e r r a -
m a m e n t o d o Espírito Santo n o d o m da Fé c r e n t e e
e x p e c t a n t e , fé carismática.
39
^ ^ R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do B r a s i l - RCCBRASIL
1. DOM DE CURA
rados e l i b e r t o s . Para isso Ele e n v i o u o Seu Filho dades estavam m i s t e r i o s a m e n t e ligadas ao pecado e
para m o r r e r pela h u m a n i d a d e . Pelas suas chagas Je- ao m a l ; mas elas atingiam também os j u s t o s , o que
A p a r t i r da v i n d a de Jesus C r i s t o é q u e se e n -
1.5. D e u s q u e r o h o m e m saudável
c o n t r a u m a r e s p o s t a mais c o m p l e t a para a questão
das e n f e r m i d a d e s . Q u a n d o Jtsus se d e p a r a c o m os
N o " D i á l o g o " " , encontram-se registros p r i m o -
e n f e r m o s , e i s t o é u m a c o n s t a n t e na n a r r a t i v a de t o -
r o s o s de c o m o D e u s vê a separação d o h o m e m e a
dos os evangelistas, a sua a t i t u d e é s e m p r e de c u r a r
sua necessária reconstrução:
e de l i b e r t a r de t o d o s os males. A esse r e s p e i t o diz
" Ó filha b o n d o s a e q u e r i d a , a h u m a n i d a d e não a Congregação para a D o u t r i n a da F é : " A s curas são
f o i leal e fiel para c o m i g o . D e s o b e d e c e u à m i n h a o r - sinais de sua ação messiânica ( c f Lc 7, 20-23). M a n i -
d e m ( G n 2, 17) e a c h o u a m o r t e . D e m i n h a p a r t e f e s t a m a vitória d o Reino de D e u s s o b r e t o d a s as
m a n t i v e a f i d e l i d a d e , c o n s e r v e i a finalidade para a espécies d e mal (...), s e r v e m para m o s t r a r q u e Jesus
qual a criara, c o m a intenção de d a r ao h o m e m a f e - t e m o p o d e r de p e r d o a r os pecados ( c f Mc 2, 1-12)
licidade. U n i a n a t u r e z a divina, tão perfeita, à mísera e são sinais dos bens salvíficos"'". O m e s m o p o d e
n a t u r e z a humana, resgatei a h u m a n i d a d e , restituí-lhe ser o b s e r v a d o a o l o n g o dos A t o s dos Apóstolos. São
a graça pela m o r t e de m e u Filho. O s h o m e n s sabem f r e q u e n t e s as curas e as libertações p o r m e i o d e -
de t u d o isso, mas não a c r e d i t a m q u e s o u p o d e r o s o les e dos discípulos. A Sagrada Congregação para a
para socorrê-los, f o r t e para auxiliá-los e defendê-los
dos i n i m i g o s , sábio para i l u m i n a r suas inteligências
"Christifideles Laici, n. 53. ' : i>:
(...). A n a t u r e z a divina uniu-se c o m p o d e r m e u (o
" Instrução sobre as orações para alcançar de Deus a cura, p. 5.
Pai), c o m a s a b e d o r i a d o Filho e c o m a clemência d o
" Principal obra de Santa Catarina de Sena. a obra-prima dessa doutora da
Espírito S a n t o . T o d o o a b i s m o da T r i n d a d e , uniu-se à Igreja. Foi escrito na forma original de "revelação divina" de Deus Pai à santa por
volta do ano de 1.377.
vossa humanidade".^®
^Mdem p.3l5.
Jesus v e i o ao m u n d o para d a r ao h o m e m vida " J O Ã O PAULO II apud C O N G R E G A Ç Ã O PARAA DOUTRINA DA FÉ,
Instrução sobre as orações para alcançar de Deus a cura, p. 5.
e m p l e n i t u d e , m a n i f e s t a n d o o a m o r de D e u s Pai ( c f
"Ibid.p.6. • -u.- .r-
Jo 3, 16) para torná-lo p a r t i c i p a n t e da n a t u r e z a ( c f
42
. R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do B r a s i l - RCCBRASIL
D o u t r i n a da Fé a c r e s c e n t a : " E r a m prodígios que não " e x p i a r os nossos p e c a d o s " (cf. IJo 4, 10); v e i o " p a r a
estavam ligados e x c l u s i v a m e n t e à pessoa d o A p ó s - salvar os p e c a d o r e s " (cf. I T i m I, 15); v e i o " p a r a nos
t o l o , mas que se manifestavam também através dos resgatar de t o d a a i n i q u i d a d e e nos p u r i f i c a r " ( c f . T t
fiéis"^'. 2, l 4 ) ; v e i o , e n f i m , para que t o d o s tivessem vida plena
( c f Jo 10, 10).
1.7. Enfermidades no Antigo Testa- N o início de seu ministério público,"Jesus per-
mento i/u;;>r: S C T : ; c o r r i a t o d a a Galileia, e n s i n a n d o nas suas sinagogas,
p r e g a n d o o Evangelho d o Reino, c u r a n d o t o d a s as
A o l o n g o d o A n t i g o T e s t a m e n t o , após a n a r r a - doenças e e n f e r m i d a d e s e n t r e o povo... e Ele curava
t i v a d o p e c a d o e das consequências q u e ele t r o u x e a t o d o s " ( M t 4, 23-25). N ã o s o m e n t e Jesus curava,
para o h o m e m , começa a surgir, e s p e c i a l m e n t e nos mas dava aos discípulos o p o d e r de fazê-lo:"Curai os
salmos e através d o s p r o f e t a s , u m a visão nova da d o e n t e s , ressuscitai os m o r t o s , p u r i f i c a i os l e p r o s o s ,
doença diante de D e u s : elas se t o r n a r a m c a m i n h o de expulsai os demónios..." ( M t 1 0 , 8 ) .
conversão (cf. SI 3 8 , 5 e 3 9 , 9 . 1 2 ) e o perdão de D e u s
U m a palavra p o d e d e f i n i r o r e l a c i o n a m e n t o de
inaugura a c u r a (cf. C a t e c i s m o n. 1502). Chega-se a
Jesus c o m os e n f e r m o s : compaixão. Diversas vezes
m o m e n t o s de u m a compreensão extraordinária da
os evangelistas se r e f e r e m à sua compaixão. O Ca-
d o r e da redenção a s e r e m manifestadas p l e n a m e n t e
t e c i s m o , n. 1503, diz que "sua compaixão para c o m
n o C o r d e i r o de D e u s , o Justo, o S e r v o : "Ele t o m o u
t o d o s aqueles q u e s o f r e m é tão g r a n d e q u e ele se
s o b r e si nossas e n f e r m i d a d e s , e c a r r e g o u os nossos
identifica c o m eles: 'Estive d o e n t e e m e visitastes'."
s o f r i m e n t o s . . . E a i n d a : " f o m o s c u r a d o s graças às suas
Ele é o d i v i n o médico e q u e r c u r a r o h o m e m t o t a l
chagas" (Is 5 3 , 4 a . 5 c ) .
(cf M t 8 , 3 ; M c l , 4 l ; L c 13,32).
O Messias t e r i a e m si a p l e n i t u d e d o Espírito
Santo; seria c o n s a g r a d o pela unção, e " e n v i a d o a l e - 1.9.A i g r e j a e o p o d e r d e c u r a r d o e n ç a s
var a Boa N o v a aos h u m i l d e s , a c u r a r os corações
d o l o r i d o s , a anunciar aos cativos a redenção e aos
A p ó s a ressurreição, Jesus apareceu aos após-
p r i s i o n e i r o s a l i b e r d a d e . " (Is 6 1 , I ) , c o m o alguém q u e
t o l o s e lhes disse: " C o m o o Pai m e e n v i o u , assim
v i r i a " p e n s a r a chaga de seu p o v o e c u r a r as c o n t u -
também eu vos e n v i o a v ó s " ( j o 2 0 , 2 1 ) . A missão
sões dos golpes q u e r e c e b e u " (Is 3 0 , 2 6 ) .
q u e Jesus r e c e b e u d o Pai, de t o r n a r p r e s e n t e e n t r e
os h o m e n s o seu a m o r salvífico. Ele o t r a n s f e r i u à
1.8. O Novo Testamento: Jesus e os sua Igreja.A missão de Jesus e da Igreja é a salvação
enfermos d o s h o m e n s , e esta é a v o n t a d e d o Pai ( c f I T i m 2 , 4 ) .
ção d o Reino d e f i n i t i v o (cf. M t 1,21 -22; 16, 16; M c I, d o e n t e s os curava; D e u s fazia milagres extraordiná-
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A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas ,
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, R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do B r a s i l - RCCBRASIL
O p a d r e D a r i o Betancourt*'' usa o t e x t o d o
2.4. E quando as curas não aconte- Eclesiástico 3 8 , 9-12 para i n d i c a r os passos para a
cem?
cura: _ -.^^ • . • . ;c. .-sj;,.,
a. O r a r p e d i n d o a c u r a : v. 9 - " M e u f i l h o , se
estiveres d o e n t e não t e descuides de t i , mas o r a a o
Essa questão é i n t r i g a n t e e i n q u i e t a m u i t o s d o s
Senhor, q u e t e curará".
que se d e d i c a m a o r a r pelos e n f e r m o s . Existe s e m -
p r e u m mistério e m t o r n o da v o n t a d e de D e u s . Por b. A r r e p e n d e r - s e e confessar os pecados ( c o n -
q u e uns são c u r a d o s e o u t r o s não? fissão s a c r a m e n t a l ) : v. 10 - "Afasta-te d o pecado,
r e e r g u e as mãos e p u r i f i c a t e u coração de t o d o o
E m b o r a seja da v o n t a d e de D e u s c u r a r o seu
pecado".
p o v o , é b o m l e m b r a r q u e " m e s m o as orações mais
intensas não c o n s e g u e m o b t e r a c u r a de t o d a s as c. Ir à missa e oferecê-la pela cura: v. I I - " O f e -
d o e n ç a s " ( C a t e c i s m o n. 1508). São Paulo m o s t r a q u e rece u m incenso suave e u m a lembrança de f l o r de
os s o f r i m e n t o s fazem p a r t e da caminhada: " A g o r a farinha; faze a oblação de u m a vítima g o r d a " . ' '
m e alegro nos s o f r i m e n t o s s u p o r t a d o s p o r vós. O ' d. P r o c u r a r o médico e tratar-se: v. 12 - " E m
q u e falta às tribulações de C r i s t o , c o m p l e t o na m i - seguida dá lugar ao médico, pois ele f o i c r i a d o p o r
nha c a r n e , p o r seu c o r p o que é a I g r e j a " ( C o l 1, 2 4 ) . D e u s ; que ele não t e d e i x e , pois sua a r t e t e é neces-
A s s i m , pode-se s e m p r e rezar c o m m u i t o a m o r sária".
pela c u r a , mas cabe ao S e n h o r c u r a r s e g u n d o a Sua
vontade.
2.5. A o r a ç ã o d e cura
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A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas ^
Deve-se m o t i v a r a oração de c u r a i n t e r i o r :
1. C r i a r c l i m a da presença de Jesus, i n v o c a n d o *^0 conteúdo desse item.bem como do item 7.2, foi tomado de Alírio José
PEDRINI, Grupos de Oração: como fazer a graça acontecer, passim. O padre Alírio
-o e a d o r a n d o - o ,
faz uma abordagem prática da oração de cura, tal como deve ser ministrada nas
reuniões de oração. Não se trata de um modelo único e fechado, mas orientações
2. A p r e s e n t a r e e n t r e g a r o p r o b l e m a a Jesus, aplicáveis total ou parcialmente nas reuniões ou na dinâmica de grupo de oração,
de acordo com o discernimento e planejamento do núcleo de serviço. O leitor
3. Se f o r necessário,realizar os passos d o perdão. observará uma mudança de estilo de linguagem.
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põem a rezar pelos necessitados de saúde física. m e a t u a f é " ( M t 8, 13). Ele c u r o u o paralítico,"vendo
a fé daquela g e n t e " ( M t 9, 2 ) . À hemorroíssa Ele dis-
• G r a n d e oração d e c u r a física f o r a da r e u -
se:"Filha,a t u a fé t e salvou.Vai e m paz e sê c u r a d a d o
nião d e oração: realize p e r i o d i c a m e n t e , a cada mês
t e u m a l " ( M c 5, 3 4 ) . A m u l h e r p e c a d o r a , na casa d e
o u dois meses, u m a g r a n d e oração d e c u r a física f o r a
Simão, disse:"Tua fé t e salvou; vai e m p a z " (Lc 7 , 5 0 ) .
da reunião d e oração. N e s t a reunião p r o g r a m a d a , os
c a n t o s , a Palavra d e D e u s escolhida, os t e s t e m u n h o s , O cristão d e h o j e precisa, c o m o s e m p r e , se
1 I dessas causas, a d m i t i n d o ainda q u e o u t r a s d e v a m vosso Pai celeste também v o s perdoará. Mas, se não
a. A fa/ío do fé N u m a pregação. D o m M u r i l o K r i g e r , e n s i n o u :
M u i t o s p r o c u r a m a c u r a c o m o tal, sem u m i n t e -
" É Jesus que cura, p. 245ss.
resse m a i o r e m m e l h o r a r sua v i d a e s p i r i t u a l , e m par-
" RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓUCA, Carismas no grupo de ora-
t i c i p a r d o s s a c r a m e n t o s , da vida comunitária eclesial. ção, p. 36.
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A p o s t i l a 2 do M ó d u l o B á s i c o - Carismas ^
reconciliação. Jesus se t o r n o u " a expiação de nossos Capela, desde que seja apenas para as pessoas p a r t i -
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.^ R e n o v a ç ã o C a r i s m á t i c a do Brasil - RCCBRASIL
BIBLIOGRAFIA
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Vaticana, Edições Loyola. p.24. C f , a propósito, R o n a l d o José de S O U S A , Uma
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ISBN 978-85-62740-65-7
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