A Logística Na Cadeia de Suprimentos Do Café e A Exportação Pelo Porto de Santos

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A Logística na cadeia de suprimentos do café e a exportação pelo Porto de Santos

Isabel dos Santos Mamede (Fatec BS Rubens Lara) [email protected]


Lucca Piccirillo Duarte Fatec BS Rubens Lara) [email protected]
Maria de Lourdes Brum de Almeida Fatec BS Rubens Lara) [email protected]
Marcelo Fernando Victoriano Fatec BS Rubens Lara) [email protected]
Julio Cesar Raymundo Fatec BS Rubens Lara) [email protected]

Resumo:
O Brasil é considerado o maior produtor, exportador e consumidor de café do mundo. O
agronegócio brasileiro enfrenta o desafio de crescer de maneira competitiva e sustentável, de
modo à reduzir o custo de transporte e dar um preço mais competitivo para consumidores no
mundo todo para atender a demanda externa e interna. Em Agosto de 2016, o Brasil exportou
70% de sua produção, que foi de 50 milhões de sacas de 60kg. Para conquistar e manter espaço
no mercado, fornecendo produtos e processos de qualidade, com sustentabilidade e a preços
competitivos. O artigo tem como objetivo analisar os problemas logísticos na cadeia de
suprimentos na produção e na exportação do café. Através de uma análise do transporte e das
intempéries climáticas foram apontados como um grande problema no planejamento logístico
no agronegócio brasileiro.
Palavras chave : Logística, produção de café, porto de Santos.

The Logistics in the cofee supply-chain and exportation in the Port of Santos

Abstract :
Brazil is considered to be the biggest producer, exporter and cofee consumer of the world.
Brazilian Agrobusiness is facing the challenge of growing in a competitive and susteinable way,
reducing costs and to make a better price for consumers worldwide. a to catter for the
external/internal demand, and to conquer and sustain its place in the market, providing products
and quality process, with sustenability and competitive prices. In August 2016, Brasil exported
70% of its production, that was 50 million bags of 60kg. This article has its objective based on
analyze the logistical problems involving the coffe supply-chain between it's production and
exportation, after an analysis, the type of transport used and climatical hindrances are
considered to be a big setback for the logistical plan in the brazillian agribusiness.
Key-words : Logistic, cofee production, Port Of Santos

1. Introdução
O artigo abordará à logística na cadeia de suprimentos, mostrando a evolução,
movimentação, modernização da exportação do café no porto de Santos. Embora para
que isso ocorra é necessário que se supere problemas encontrados na produção do café e
dificuldades na exportação. Para isso, este artigo se estruturará de forma a identificar os
principais problemas logísticos encontrados na produção e exportação do café. A
importância do tema se reforça, pois, o Brasil se encontra em uma época de competição
calçada na agregação de valor para agrega conhecimento e vislumbrar um futuro
próspero ao cliente e na concorrência entre sistemas produtivos transnacionais, o
planejamento logístico tem se mostrado eficaz enquanto estratégia de concorrência na
produção e exportação do café. Além disso, no agronegócio do café, a logística é um
dos fatores chave da competitividade os cenários internacionais, sendo o mais relevante
ao agronegócio brasileiro os custos com transportes.
O agronegócio brasileiro enfrenta o desafio de crescer de maneira competitiva e
sustentável, para atender a demanda externa e interna, conquistar e manter espaço no
mercado, fornecendo produtos e processos de qualidade, com sustentabilidade e a
preços competitivos.
A produção e exportação do café têm apresentado problemas logísticos, já que o sistema
empregado, o rodoviário, é o segundo modal mais caro, perdendo apenas para o Aéreo,
ademais, o uso de tal modal provoca a perca de cerca de 14% da carga. Soma-se isso ao
fato de que o consumo do café cresce de 30% paulatinamente em todo o mundo,
requerendo melhoras, seja na construção ou manutenção das estradas, mais eficiência,
ou até outro modal para utilização. Todavia, a logística brasileira tem deixado a desejar,
indo na contramão mundial, e utilizando-se de métodos arcaicos, chegando até mesmo,
a estocar certas partes da produção em caminhões.
O transporte do campo até os pontos distribuição não atende à indústria cafeeira, pois do
campo às indústrias e destas últimas até o porto, para exportação, o transporte é
rodoviário. O problema decorre devido à precariedade das estradas e ferrovias. No que
tange à logística portuária, os portos brasileiros não possuem a infraestrutura necessária
como infraestrutura nas rodovias para que o produto seja escoado de maneira eficaz.
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste artigo está inserida na busca por
materiais literários, como livros, revistas, teses, sites e dissertações, cujo conteúdo foi
propício ao desenvolvimento do trabalho. Realizada uma análise teórica, culminando
em uma abordagem para os artigos, assim, serve de referência, ao mesmo tempo em que
comenta os diversos aspectos da formatação. Analítica, compondo a conclusão da
pesquisa. Uma leitura exploratória e interpretativa da bibliografia disponível favoreceu
a construção dos argumentos fundamentadores à pesquisa.

A importância da Logística na cadeia de suprimentos

Muitas informações convergem para a Logística e cadeia de suprimentos, tendo em


vista que esta agrega várias atividades, o que torna favorável o surgimento de várias
definições sobre esse assunto.
De acordo com o IMAM (2000), a Logística é: “o processo que integra, coordena e
controla a movimentação de materiais, inventário de produtos acabados e informações
relacionadas dos fornecedores através de uma empresa, para satisfazer as necessidades
dos clientes”.
Conforme a proposta de Zago (2006), a Logística objetiva reduzir o tempo entre o
pedido e a entrega de acordo com a configuração solicitada pelo cliente no menor custo
possível, o que é real através do planejamento e otimização de todos os recursos,
melhorando, assim, a viabilidade da distribuição dos produtos pelo transporte e
armazenagem.
A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem,
que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o
ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informações que colocam os
produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados
aos clientes a um custo razoável (BALLOU, 1993, p. 24).
A Logística se caracteriza por um sistema que inclui o planejamento, a alocação e o
controle de insumos e produtos de uma empresa e, desse modo, aborda uma nova visão
estratégica e integrada de atividades ao longo de toda a cadeia, desde a matéria-prima
até o consumidor final; passa, então, a ser denominada como Supply Chain
Management ou Gestão da Cadeia de Suprimentos (DI SERIO, 2006).
A Logística compreende as seguintes atividades, mais comumente conhecidas:
Suprimentos, Pedidos, Produção, Transporte, Armazenagem, Inventário/Estoque,
Manuseio de materiais e embalagem.
De acordo com (Sunil Chopra e Peter Meidl, p.3e5), a Cadeia de suprimentos “Consiste
em todas as partes envolvidas, direta e indiretamente, na realização do pedido de um
cliente. Ela inclui não apenas o fabricante e os fornecedores, mas também
transportadoras, armazéns,varejistas e até mesmo os próprios clientes. Dentro de cada
organização,assim como em um fabricante, a cadeia de suprimentos inclui todas as
funções envolvida na recepção e na realização de uma solicitação do cliente. O objetivo
de cada cadeia de suprimentos deve ser de maximizar o valor geral gerado.
O transporte movimenta os materiais usando diversos modos de acordo com as rotas,
com a capacidade de veículos e com os procedimentos da empresa. Os estoques mantêm
a disponibilidade de um determinado produto de maneira razoável, e os pedidos são a
ponte entre o produto e o cliente, são as atividades iniciais da movimentação de toda a
Logística (IMAM, 2000).
Agregar valor ao cliente é a proposta da Logística, e sua evolução prova que existem
vários meios de alcance, como os citados abaixo por IMAM (2000):
a) melhoria da qualidade: reduzir tempo e avaria de mercadoria, controlar o transporte,
controlar e reduzir estoque;
b) flexibilidade da embalagem: adequação da embalagem à necessidade do cliente;
c) velocidade de resposta: redução de tempo e compartilhamento das informações;
d) distribuição coordenada: otimização das rotas.
Portanto, o serviço ao cliente é o principal foco da Logística e ainda o ponto de partida
para desenvolver o restante de qualquer operação. Em seguida, segue histórico de
desenvolvimento sobre o assunto.
O Congresso dos Estados Unidos uma vez afirmou que “Sob qualquer ponto de vista –
econômico, político e militar – (o transporte) é, inquestionavelmente, a indústria mais
importante no mundo”. Levando em consideração esta afirmação o transporte deverá
sempre ser tratado como prioridade, podendo até se relacionar com a saúde econômica
do país. Até pela certa confusão de tratar o transporte como sinônimo da Logística é
unânime a importância dada a esse elemento na cadeia logística, pois, somente através
dele, é possível o fluxo de produtos ou serviços (BALLOU, 1993; IMAM, 2000). O
transporte é um dos elementos mais visíveis das operações logísticas.
O transporte é tanto uma função de custo agregado, quanto valor agregado. Valor
agregado porque fisicamente entrega um produto ao cliente. O transporte fornece o
“elo” na cadeia de abastecimento. O transporte movimenta matérias-primas, material em
processo de e para a produção, bem como distribui produtos acabados aos clientes. (O
IMAM (2000, p. 229)
Oliveira, (2007) um sistema de transporte é fundamental no desenvolvimento da
economia de qualquer país, contribuindo significativamente para uma maior
competitividade, pois diminui as distâncias por meio da disponibilização de bens mais
baratos. Um bom exemplo a ser citado é a expansão da penetração dos produtos
chineses em todo o mundo, trazendo benefícios para toda a sociedade.
Sena e Oliveira (2007) consideram o transporte como uma poderosa ponte entre a
indústria e o cliente final; principalmente, enfatizam o transporte de cargas por sua
grande relevância no crescimento da economia. Através da movimentação de bens, as
transportadoras promovem o atendimento à exigência do consumidor, que requer
rapidez e baixo custo de entrega, características bastante peculiares ao setor. Ainda de
acordo com os mesmos autores, nesse segmento de mercado, observa-se cada vez mais
a exploração do serviço a um custo mais reduzido, ágil e de confiança. E mais, que
agregue valor como vantagem competitiva. Para Lima (2009, p. 118):ok
Os serviços de transporte de carga são na verdade um pacote de benefícios explícitos (o
transporte em si) e implícitos (ex.: segurança) apoiado por bens (veículos) e instalações
(terminais) facilitadoras da operação, afetados pelo cliente que participa do processo,
formando uma grande heterogeneidade de produtos (uma viagem é sempre diferente da
outra).
De acordo com Ballou (1993), o custo se resume no próprio transporte e nas
taxas agregadas (capatazia, dificuldade de entrega e paletização). A velocidade se traduz
no tempo para entrega e sua variação, considerando o espaço médio de tempo do
transporte da origem ao seu destino final e todas as diferenças encontradas (mudança de
clima, congestionamento de tráfego, paradas indevidas ou demoradas, entre outros) ao
longo do percurso. E a confiabilidade nada mais é que a habilidade do transportador em
proteger a mercadoria em sua trajetória sem problemas (perda e danos) e entregar no
prazo estipulado.
O modal ferroviário é caracterizado pela sua lentidão e, por este fator, realiza transporte
em longos trechos de matérias-primas ou manufaturados com baixo valor agregado.

A logística na produção e exportação do café


Entre o café em grão, antes de ser torrado e moído, e as cápsulas para fazer um
expresso, o preço pelo quilo do produto vai de R$ 8,6 para R$ 329. A diferença é de 37
vezes. E na arrecadação de impostos o salto é ainda maior, de 97 vezes, com o quilo do
grão gerando R$ 1,32 em tributos, e o do café em cápsula sendo responsável por R$
128,67.
Não há milagre no processo. A indústria é responsável pela valorização do café e pela
maior arrecadação de impostos. A indústria agrega mão de obra – criando empregos e
pagando salários – e uma grande dose de pesquisa e desenvolvimento, tecnologia e
investimento.
O café é um bom exemplo da importância da indústria na geração de riqueza. O cálculo
do valor adicionado e da diferença na arrecadação de impostos foi feito pelo
Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp (Decomtec). A perda de
importância da indústria no PIB brasileiro – a desindustrialização – representa enorme
perda para o país.
A atual participação da indústria no PIB brasileiro, de 11,4%, representa recuo ao
patamar da década de 1940. É na etapa industrial que há maior geração de valor,
salários e tributos. É na indústria que está a maior massa industrial, e ela realiza 30% do
investimento produtivo, sendo responsável por 70% do investimento em pesquisa e
desenvolvimento e por 77% do valor aplicado em inovação.

CARACTERÍSTICA DO CAFÉ E REGIÕES PRODUTORAS


Existem dois tipos de planta de café: Arábica e Robusta (Conilon). Os "melhores" cafés
são do tipo Arábica, possuem aroma e doçura intensos com muitas variações de acidez,
corpo e sabor. Os cafés especiais e gourmet são 100% Arábica. O Arábica tem 50%
menos cafeína que o Robusta.
Para o apreciador de café gourmet, as características mais importantes da bebida são:
corpo, aroma, acidez, doçura e amargor.
Cerrado Mineiro – 100% Arábica. Os cafés do Cerrado de Minas Gerais são
caracterizados pela bebida fina, corpo forte e excelentes aroma e doçura. São
produzidos em altitudes entre 800m e 1.200m. A região tem estações bem definidas:
verões quentes e chuvosos seguidos por invernos secos e frios. Ou seja, o clima ideal
para o cultivo de cafés naturais de alta qualidade. O padrão climático do Cerrado é
singular e ajuda a produzir excelente café Arábica processado por via natural (secos ao
sol). A florada é concentrada, o amadurecimento é uniforme e é acompanhado por
bastante luminosidade, ajudando a fixar aroma e doçura.
Sul de Minas– 100% Arábica. São cafés que atingem as melhores classificações de
bebida (mole ou estritamente mole), encorpados com alta acidez e um sabor doce
característico. O Sul de Minas é a maior região produtora de cafés Arábica do Brasil.
Tem altitudes entre 850m e 1.250m e temperatura média anual entre 22 e 24°C. As
variedades mais cultivadas são o Catuaí e o Mundo Novo, mas também há lavouras das
variedades Icatu, Obatã e Catuaí Rubi.
Mogiana – 100% Arábica. A bebida produzida nesta região é bastante encorpada, com
aroma frutado e sabor suave e adocicado. Uma das mais tradicionais regiões produtoras
de café Arábica, a Mogiana está localizada ao norte do estado de São Paulo, com
cafezais a uma altitude que varia entre 900 e 1.000 metros. A temperatura média anual é
bastante amena em torno de 20°C. A região produz somente café da espécie Arábica,
sendo que as variedades mais cultivadas são o Catuaí e o Mundo Novo.
Paraná – 100% Arábica. Os cafés produzidos no norte do Paraná proporcionam uma
bebida extremamente encorpada, com um amargo acentuado, aroma caramelizado e
acidez normal. A altitude média é de 650 metros, sendo que na região do Arenito, a
altitude é de 350 metros e na região de Apucarana chega a 900 metros.
Bahia - Robusta e Arábica. Os grãos proporcionam uma bebida com sabor suave,
levemente achocolatado, pouco corpo e com notável acidez. Há três regiões produtoras
consolidadas: a do Planalto, mais tradicional produtora de café Arábica; a Região Oeste,
também produtora de café Arábica, sendo uma região de Cerrado com irrigação e a
Litorânea, com plantios predominantes do café Robusta (Conilon). Na Região Oeste,
existe um número cada vez maior de empresas utilizando café irrigado, contribuindo
para a consolidação do Estado como o quinto maior produtor do país.
Espírito Santo – Robusta e Arábica. As lavouras de Robusta ocupam a grande
maioria do parque cafeeiro estadual e respondem por quase 2/3 da produção brasileira
da variedade que se expandiu principalmente nas regiões baixas, de temperaturas
elevadas. O Estado coloca o Brasil como segundo maior produtor mundial de Robusta.
Rondônia – 100% Robusta. Rondônia é o sexto maior Estado produtor de café e o
segundo maior produtor de Robusta do país. A produção é constituída exclusivamente
de café Robusta.
De acordo com (Saes, 2005), a proteção do mercado de café Torrado e Moído (T&M)
resultou no acúmulo de ineficiência e despreparo tecnológico e gerencial do setor.
Diferentemente de uma política industrial voltada a promover o setor, ela estava mais
orientada para o desempenho da balança comercial brasileira.
Vegro (2005) comentam que, entre os anos de 1990 e 2001, houve um crescimento
exponencial do mercado interno de 3,4%, ao passo que mercados como Estados Unidos
e União Européia atingiram taxas de –0,4 e –0,9%, respectivamente. Esse fato trouxe
um complicador para decisão de exportar pois o mercado doméstico se mostrava mais
atraente.
Por outro lado, com o fim da regulamentação que proibia o ingresso de firmas
estrangeiras no setor, o mercado passou a conviver com uma forte competição via
preços (SEBRAE-SP/FIPE, 2001).
Em relação às atuais barreiras de entrada ao café T&M brasileiro no mercado
internacional, pode-se apontar:
a) A alta concentração da indústria de café e do varejo nos países desenvolvidos, cujo
processo tem se acelerado nos últimos anos;
b) A incidência de tarifas de importação, que na União Européia eram de 7% e no Japão
de 20%; e
c) A falta de conhecimento das regras do mercado internacional (SAES e NAKAZONE,
2004).
Vegro, (2005) O impacto das barreiras acima se faz sentir intensamente, uma vez que a
atual estrutura produtiva é demasiadamente pulverizada, composta por firmas
tradicionais, geralmente familiares, de pequeno porte.
(Vegro, 2005) apontam as seguintes vantagens de se exportar café T&M:
a) Aumento da economia de escala, devido ao aumento da produção;
b) Aumento da capacitação tecnológica em processos e produtos devido aos altos
padrões de exigência do consumidor estrangeiro;
c) Melhoria da gestão da empresa e profissionalização do quadro de colaboradores, uma
vez que o mercado internacional parece demandar recursos humanos e organizacionais
mais eficientes;
d) Programação da produção com base na formalização de contratos de exportação;
e) Diversificação de riscos;
f) Melhoria da imagem da empresa resultante da associação que se faz entre os aspectos
de competitividade e exportação;
g) Crédito facilitado, devido ao recebimento em moeda forte;
h) Fortalecimento da empresa diante de competidores nacionais, decorrente da melhoria
da qualidade dos produtos, ganho de escala de produção etc;
i) Redução de capacidade produtiva ociosa.
Esses autores ressaltam que, em geral, as empresas que exportam se mostram mais
competitivas do que aquelas que não o fazem, por se exporem à maior concorrência.
Buscam se organizar estrategicamente para conseguirem agregar valor ao produto
através da qualidade e certificações. Entretanto, mesmo as torrefadoras brasileiras de
maior porte que exportam, ou que estão em vias de exportar, não alcançam sequer o
porte das micro torrefadoras internacionais.
(Vegro, 2005). Porém, dado o fato de que a maioria das torrefadoras é de pequeno porte,
verificam-se os seguintes obstáculos:
a) O ingresso na atividade exportadora pode demandar novas rotinas administrativas e
competências técnicas;
b) Os gastos com a estratégia de internacionalização são, efetivamente, bastante
significativos em relação às possibilidades de faturamentos nas transações com o
exterior, mesmo porque as margens líquidas apropriadas pelos torrefadores são
pequenas;
c) A efetiva internacionalização da firma depende da realização de investimentos diretos
no exterior, o que demanda maiores investimentos que as exportações;
d) A torrefadora interessada em transacionar com o exterior deve, ao menos, dispor de
tecnologias de empacotamento sofisticadas, que por sua vez, demandam altos
investimentos;
e) Especificidades de cada mercado em relação ao tipo de embalagem, idiomas,
regulamentação etc. podem eliminar as economias de escala;
f) Necessidade de aquisição de equipamentos mais sofisticados;
g) Desinteresse por parte das filiais de torrefadoras multinacionais no Brasil, de
exportar. Caso exportassem, a penetração de torrefadoras nacionais poderia ser
facilitada, porque elas poderiam contribuir para uma imagem favorável do produto
brasileiro;
h) Os custos logísticos do Brasil são caros quando comparados aos de outros países.
Análise de dados
De acordo com o Conselho de Exportadores do Brasil (CECAFE) em levantamento
realizado em 2001 o transporte do café até os portos é o custo logístico mais dispendios
representando 25% dos custos logísticos.
Nas tabelas a seguir podemos observar o volume de café torrado exportado (em sacas de
60kg) de acordo com levantamento feito pelo CECAFE e também o valor médio da saca
de café dos últimos três anos.
Analisando as tabelas podemos verificar que há uma variação grande de volume ao
longo dos anos. Isso se deve ao fato de o cultivo de café depende de fatores naturais que
não podem ser controlados/evitados. Um fenômeno da natureza inesperado pode
comprometer fortemente boa parte do café produzido. Como as intempéries climáticas
que atingiram as regiões produtoras dos pais nos últimos anos. “O excesso de chuvas
que deve ter derrubado ao chão mais da metade da produção e alta temperatura que
ocorreu em regiões produtoras, como Espírito Santo. Já em relação ao preço médio da
saca de café este teve um aumento considerável de 2011 para 2014, mostrando, além da
tendência do mercado, a agregação de valor ao café brasileiro.
Tabela 1 - Exportação Brasileira de Café em Grãos
Volume em sacas de 60 Kg / Receita em mil US$ / Preço Médio em US$ por sacas, nos ultimos três anos

Ano Total
2012 28.549.817
2013 31.661.098
2014 . 36.422.437
2015 36.890.470

Gráfico 1 - Evolução dos preços da exportação de café em de 2010 à 2016, entre dois tipos de café
(Arábica e Robusta)
Planilha 07

Evolução Mensal dos Preços do Café


Em R$ por saca - 2010 a 07/2016

Arábica Robusta

600

550

500

450

400

350

300

250

200

150

100
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Índice de preços CEPEA-ESALQ


Elaboração: MAPA/SPA

(Ministério da Agricultura – Vegetal - Estatísticas)

Tabela-2 exportação de café por saca de 60kg, de 2010 à 2016, entre dois tipos de café (Conillon e
Arábica) e a receita gerada
Tabela 3 – exportação em toneladas de 2010 à 2016, entre dois tipos de café (Conillon e Arábicas) e
seu preço (sacas)

Tabela 4 – Sacarias em Container, Granel e outras medidas, entre 2014 e Set/2015

Tabela 5 - Produção, Consumo e Exportação de Café (Milhões/Sacas)


Fonte: CONAB e DCAF/SPAE/MAPA.

2. Considerações finais:
Baseado nos últimos dados analisados, conclui-se que a exportação cafeeira do Brasil
cresceu, gerando investimento externo e interno no porto de santos, com isso,
engendrou-se emprego e crescimento no porto, aumentando competitividade no
mercado cafeeiro. Mediante pesquisa, desenvolvimento, tecnologia e investimento, o
café é um produto de grande importância para a indústria, gerando riqueza para o país.
A demais, possui suma importância para a balança comercial, representando 30% do
total, com isso, aumentando valor, salários e tributos. Em relação ao investimento nos
modais ferroviário e rodoviário, para que seja feito o transporte com melhor qualidade,
segurança e agilidade, cabe ao poder público, em conjunto aos produtores, desenvolver
estratégias de construção de ferrovias e rodovias, para assim, tornar a cadeia de
suprimento mais dinâmica, e com o objetivo de reduzir custos com o transporte, desse
modo, o produto tornar-se-á mais competitivo.

Referências:

GONCALVES, RIBEIRO; , Juliana.. A LOGISTICA NA PRODUÇÃO DO CAFÉ E DIFICULDADES


ENCONTRADAS NA EXPORTAÇÃO
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da cadeia de suprimento: (estrategia, planejamento e
operações). 4 ed. [S.L.: s.n.], 2016.
TEIXEIRA DE SOUSA;, Paulo.. LOGÍSTICA INTERNA: O PRINCÍPIO DA LOGÍSTICA
ORGANIZACIONAL ESTÁ NA ADMINISTRAÇÃO DOS RECURSOS MATERIAIS E
PATRIMONIAIS (ARMP)
http://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/precos-das-principais-commodities-do-
agronegocio/ - Acesso em 23/09/2016 – 14h22
http://www.cecafe.com.br/conselho dos exportadores de café do Brasil – Acesso em 23/09/2016 –
14h34
http://www.economiaemdia.com.br/EconomiaEmDia/pdf/infset_cafe.pdf - Acesso em 26/09/2016 -
16h47
http://www.agricultura.gov.br/ - Acesso em 27/09/2016 – 15h33
SOTERO DE MENEZES, Juliana A LOGISTICA NA PRODUÇÃO DO CAFÉ E
DIFICULDADES ENCONTRADAS NA EXPORTAÇÃO.
BALLOU, Ronald H. LOGISTICA EMPRESARIAL: TRANSPORTE,
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E DISTRIBUIÇÃO FÍSICA / Ronald H. Ballou;
tradução Hugo T. Y. Yoshizaki – São Paulo: Atlas, 1993.

BALLOU, Ronald H. GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS:


PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO E LOGISTICA EMPRESARIAL / Ronald H.
Ballou; tradução Elias Pereira. – 4 ed. – Porto Alegre: Bookman, 2001.

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