Gabarito Justificado Direito Do Trabalho

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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO


PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada em 10/06/2018
ÁREA: DIREITO DO TRABALHO
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL

Enunciado

Você foi contratado(a) pela Floricultura Flores Belas Ltda., que recebeu citação de uma reclamação trabalhista
com pedido certo, determinado e com indicação do valor, movida em 27/02/2018 pela ex-empregada Estela, que
tramita perante o juízo da 50ª Vara do Trabalho de João Pessoa/PB e recebeu o número 98.765.
Estela foi floricultora na empresa em questão de 25/10/2012 a 29/12/2017 e ganhava mensalmente o valor
correspondente a dois salários mínimos.

Na demanda, requereu os seguintes itens:

- a aplicação da penalidade criminal cominada no Art. 49 da CLT contra os sócios da ré, uma vez que eles haviam
cometido a infração prevista na referido diploma legal;
- o pagamento de adicional de penosidade, na razão de 30% sobre o salário-base, porque, no exercício da sua
atividade, era constantemente furada pelos espinhos das flores que manipulava;
- o pagamento de horas extras com adição de 50%, explicando que cumpria a extensa jornada de segunda a sexta-
feira, das 10h às 20h, com intervalo de duas horas para refeição, e aos sábados, das 16h às 20h, sem intervalo;
- o pagamento da multa do Art. 477, § 8º, da CLT, porque o valor das verbas resilitórias somente foi creditado na
sua conta 20 dias após a comunicação do aviso prévio, concedido na forma indenizada, extrapolando o prazo
legal.

Afirmou, ainda, que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assinado na admissão, contra
a sua vontade, um documento autorizando a subtração mensal.
A sociedade empresária informou que, assim que foi cientificada do aviso prévio, Estela teve uma reação violenta,
gritando e dizendo-se injustiçada com a atitude do empregador. A situação chegou a tal ponto que a segurança
terceirizada precisou ser chamada para conter a trabalhadora e acompanhá-la até a porta de saída. Contudo,
quando deixava o portão principal, Estela começou a correr, pegou uma pedra do chão e a arremessou
violentamente contra o prédio da empresa, vindo a quebrar uma das vidraças. A empresa informa que gastou R$
300,00 na recolocação do vidro atingido, conforme nota fiscal que exibiu, além de apresentar a guia da RAIS
comprovando possuir 7 empregados, os contracheques da autora e o documento assinado pela empregada
autorizando o desconto de plano de saúde.

Diante dessa narrativa, apresente a peça pertinente na melhor defesa dos interesses da reclamada. (Valor: 5,00)

Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.

Gabarito Comentado

Deverá ser confeccionada uma resposta na forma unificada de contestação e reconvenção, dirigida ao juízo da
50ª Vara do Trabalho de João Pessoa/PB.
Na contestação, deverão ser abordados os seguintes tópicos:
Ser suscitada preliminar de incompetência absoluta da Justiça do Trabalho para apreciação e condenação criminal

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Prova Prático-Profissional – XXV Exame de Ordem Unificado
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada em 10/06/2018
ÁREA: DIREITO DO TRABALHO
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

referente ao Art. 49 da CLT, conforme o Art. 114, inciso IX, da CRFB/88.


Ser arguida a prescrição das pretensões anteriores a 27/02/2013, conforme o Art. 7º, inciso XXIX, da CRFB/88, o
Art. 11, inciso I, da CLT e a Súmula 308, inciso I, do TST.
Advogar que o vício de vontade em relação à assinatura da autorização para desconto deve ser provado pela
autora, conforme o Art. 818, inciso I, da CLT ou o Art. 373, inciso I, do CPC ou a Súmula 342 do TST, já que é válida
a autorização de desconto feita no momento da admissão, conforme OJ 160 do TST.
Sustentar que o adicional de penosidade não foi regulamentado, estando previsto apenas no Art. 7º, inciso XXIII,
da CRFB/88.
Negar as horas extras porque pela própria narrativa da petição inicial se verifica que o módulo constitucional não
foi ultrapassado, conforme o Art. 7º, inciso XIII, da CRFB/88 e o Art. 58 da CLT.
Sustentar ser indevida a multa do Art. 477, porque o pagamento das verbas devidas foi feito no prazo legal,
observado o Art. 477, § 6º, da CLT.
Na reconvenção, deverá ser requerido o valor de R$ 300,00, relativo ao vidro quebrado pela autora, com
indicação do Art. 343 do CPC, do Art. 186 do CC e do Art. 927 do CC.
Requerer honorários advocatícios na ação principal e na reconvenção, conforme o Art. 791-A e § 5º, da CLT.
Encerramento com renovação da preliminar, da prejudicial de mérito, da procedência da reconvenção e indicação
das provas a serem produzidas.

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Prova Prático-Profissional – XXV Exame de Ordem Unificado
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 1

Enunciado

Rafael, um ano e meio após ser dispensado, ajuizou ação trabalhista em face do empregador, pretendendo horas
extras. No dia da audiência, ele, injustificadamente, não compareceu. Um ano depois dessa data, Rafael ajuizou
nova ação, com pedido de horas extras e adicional de periculosidade. A audiência foi designada para dois meses
depois. Novamente, de forma injustificada, Rafael não compareceu. Quinze dias após, ele ajuizou, mais uma vez,
a mesma ação.

Diante disso, na qualidade de advogado(a) da ré, responda aos itens a seguir.

A) Além de apresentar defesa quanto ao mérito propriamente dito dos pedidos, o que você deverá alegar na
melhor defesa de seu cliente? Justifique. (Valor: 0,60)
B) Indique o fenômeno jurídico processual ocorrido a partir do arquivamento da segunda ação e esclareça se é
possível o ajuizamento da terceira ação na forma realizada. Justifique. (Valor: 0,65)

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito comentado

A) Deverá ser arguída a prescrição do pedido de adicional de periculosidade, pois a primeira demanda
interrompeu o curso do prazo prescricional apenas do pedido de horas extras, nos termos da Súmula 268 do TST,
OU do Art. 11, § 3º, da CLT.
B) Não é possível, pois, em razão da perempção, deveria aguardar 6 meses, conforme o Art. 732 da CLT.

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Prova Prático-Profissional – XXV Exame de Ordem Unificado
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podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 2

Enunciado

Renato foi contratado no dia 27 de janeiro de 2018 como operador de caixa em um supermercado. Quando da
admissão, o empregado recebeu o uniforme da sociedade empresária, sendo que, na camisa, havia a logomarca
de dois parceiros comerciais do supermercado: a de uma fabricante de massas e a de uma produtora de
achocolatados. Renato foi cientificado de que deveria manter, por sua conta, o uniforme limpo e asseado, para se
adequar ao padrão esperado pela sociedade empresária.

Diante da situação apresentada e dos termos da CLT, responda aos itens a seguir.

A) Caso Renato ajuizasse ação postulando indenização pelo uso de imagem (por haver usado em serviço camisa
com logomarca de sociedades empresárias que não eram suas empregadoras), que tese você, como
advogado(a) do supermercado, sustentaria em juízo? Justifique. (Valor: 0,65)
B) Qual tese você, como advogado(a) da sociedade empresária, sustentaria, caso Renato ajuizasse ação
postulando o ressarcimento do gasto que teve para lavar o seu uniforme (água, sabão em pó e amaciante) ao
longo do contrato? Justifique. (Valor: 0,60)

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito comentado

A) Deverá ser sustentado que, pela regra da CLT, o uso de uniforme com inclusão de sociedades empresárias parceiras do
empregador é lícita e, portanto, não gera direito à indenização por uso de imagem, na forma do Art. 456-A da CLT.
B) Deverá ser sustentado que, pela regra da CLT, a higienização de uniforme de uso comum é de responsabilidade do
trabalhador, na forma do Art. 456-A, parágrafo único, da CLT.

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Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 3

Enunciado

Ramiro, auxiliar de serviços gerais, trabalhou para a sociedade empresária Bom Tempo S/A, de 17/12/2017 a
25/02/2018. Cumpria jornada das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, de 8h às 12h. De segunda a
sexta-feira, deveria ter intervalo de uma hora, mas, em razão do volume de trabalho, só conseguia desfrutar de
40 minutos.

Tendo Ramiro procurado você como advogado(a), considerando os exatos termos da legislação trabalhista em
vigor, responda aos itens a seguir.

A) O que você deverá pleitear em sede de reclamação trabalhista quanto ao intervalo? Justifique. (Valor: 0,60)
B) Qual é a natureza jurídica do pagamento do intervalo suprimido de Ramiro? Justifique. (Valor: 0,65)

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito comentado

A) Deverá ser requerida a indenização de 20 minutos de intervalo de segunda a sexta-feira, com acréscimo de
50%, nos termos do Art. 71, § 4º, da CLT.

B) O intervalo suprimido tem natureza jurídica indenizatória, nos termos do Art. 71 § 4º, da CLT.

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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 4

Enunciado

O juiz, em uma reclamação trabalhista que se encontra na fase de execução, determinou que a sociedade
empresária executada apresentasse os cálculos de liquidação, o que foi feito. A seguir, o magistrado abriu vista
desses cálculos ao exequente, que não se manifestou. O valor apresentado pela sociedade empresária foi então
homologado, e ela foi intimada a depositar a quantia, o que foi feito.
No dia seguinte à garantia do juízo, o exequente apresentou impugnação de credor, apontando falhas nas contas
trazidas pela sociedade empresária.

Como advogado(a) da sociedade empresária, de acordo com a previsão contida na CLT, responda aos itens a
seguir.

A) Que matéria processual você alegaria em contestação à impugnação de credor? (Valor: 0,65)
B) Caso o juiz julgasse procedente a impugnação de credor, você interpusesse agravo de petição no prazo legal e
ele tivesse o seguimento negado, que medida deveria ser adotada? (Valor: 0,60)

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito comentado

A) O advogado deveria alegar a ocorrência de preclusão de que trata o Art. 879, § 2º, da CLT.
B) Deveria ser interposto o recurso de agravo de instrumento, previsto no Art. 897, alínea b, da CLT.

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Prova Prático-Profissional – XXV Exame de Ordem Unificado

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