AAS Por Eletroforese Capilar - CE

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Universidade Federal de São Paulo

Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas Campus Diadema


Análise instrumental II - ADE - 2020

RELATÓRIO 2- Eletroforese Capilar - CE


IMPORTANTE: ENCAMINHAR CONFORME AS REGRAS. SALVE EM PDF COM O NOME: EX.: GRUPO01_CE

ALUNOS
1 FERNANDA CALABRÓ – RA: 115.112
2 JESSICA REIMBERG DA SILVA - RA: 135.098

EXPERIMENTO: Determinação de cafeína, paracetamol e ácido acetilsalicílico (AAS) em


comprimido Doril.

ROTEIRO

1. Instrumentação e condições analíticas

● Equipamento: Eletroforese Capilar marca Beckman


● Detecção por absorção no UV em comprimento de onda de 214 nm
● Coluna capilar de sílica de 50 cm de comprimento e 50 mm d.i
● Injeção hidrodinâmica por 5s, 1 psi
● Tampão: 10 mmol L-1 tetraborato de sódio, pH=9.
● potencial aplicado: + 15 kV
● As análises foram conduzidas no modo FSCE
● Previamente à injeção das soluções analíticas e amostra, o capilar foi lavado por 1 min
com NaOH 1 mol/L, seguido de água ultra-pura e o eletrólito de corrida (BGE)

2. Preparo da amostra
O comprimido doril foi pesado (m=1.792 mg), em balança previamente tarada e,
macerado com auxílio do pistilo e almofariz até obter um pó o mais homogênio possível.
Uma massa de 20 mg desde comprimido macerado foi transferido a um béquer de 50 mL
seco e limpo, em balança previamente tarada, no qual foi adicionado m volume de 40 mL
de água Milli-Q (volume adicionado com a precisão do béquer). A solução foi submetida
ao ultrassom por 15 min e filtrada sob gravidade e transferida para um balão volumétrico
de 50 mL e, avolumado com água Milli-Q.

3. Preparo da curva analítica dos padrões


Para o preparo das curvas de calibração, alíquotas de um estoque de paracetamol e AAS
foram tomadas e transferidas para balões volumétricos de 10 mL. A mistura dessas
alíquotas, respectivamente a cada uma das concentrações, compuseram as soluções
apresentadas na Tabela 1 partindo de soluções de 500 mg/L de paracetamol e AAS.

4. Dados e Resultados:

Tabela 1: Soluções referente a curva de calibração de AAS e paracetamol juntamente com os


respectivos valores de área

Solução AAS Área Paracetamol Área


(mg/L) (mg/L)
A 50 40069 200 793853
B 100 56816 100 344988
C 200 105812 50 183288
D 300 158369 25 105612

Tabela 2: Resultados da análise da amostra de comprimido Doril.

Tempo de migração Área


(min)
AAS 6 52152
Paracetamol 4 127387
5. Questões para responder e entregar
a) (2,0) Construa a curva de calibração e obtenha a equação da reta. Mostre a curva
juntamente com a equação da reta obtida.
Curva de Calibração AAS
180000
160000
140000
120000
100000
Área

80000
60000
40000 y = 479,59x + 12333
20000 R² = 0,9957

0
0 50 100 150 200 250 300 350
Concentração (mg/L)

Curva de calibração Paracetamol


900000
800000
700000
Título do Eixo

600000
500000
400000
300000
200000 y = 3963,7x - 14665
100000 R² = 0,9928
0
0 50 100 150 200 250
Título do Eixo

b) (2,0) Quantifique o teor de paracetamol e AAS no comprimido de Doril.


Demonstre os cálculos.
Na tabela 2 tem-se os resultados da análise da amostra de doril, juntando os dados
da tabela com os dados das curvas de calibração de cada um dos compostos é
possível determinar o teor considerando uma amostra de 20 mg que foi tradada e
avolumada em um balão volumétrico de 50 mL.

AAS: Dada a equação da reta:


𝑦 = 479,59𝑥 + 12333
52152 − 12333
𝑥=
479,59
𝑥 = 83,03 𝑚𝑔. 𝐿−1
Após determinar a concentração é possível calcular a quantidade em miligramas
presente na solução:
83,03 𝑚𝑔
𝑥𝑚𝑔 𝐴𝐴𝑆 = . 50 𝑚𝐿 = 4,152 𝑚𝑔
1000 𝑚𝐿
O teor é dado por:
𝑚𝑎𝑛𝑎𝑙𝑖𝑡𝑜 4,152
𝑡𝑒𝑜𝑟 = . 100 = . 100 = 20,76%
𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 20
Ou seja, em 100mg de Doril tem-se 20,76 mg de AAS. Dado o peso do comprimido
de 1792 mg:
20,76 . 1792
𝑥= = 372,0 𝑚𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝐴𝑆 𝑒𝑚 1 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑖𝑑𝑜
100

Paracetamol:
𝑦 = 3963,7𝑥 − 14665
127387 + 14665
𝑥=
3963,7
𝑥 = 35,84 𝑚𝑔/𝐿

35,84 𝑚𝑔
𝑥 𝑚𝑔 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑐𝑒𝑡𝑎𝑚𝑜𝑙 = . 50 𝑚𝐿 = 1,792 𝑚𝑔
1000 𝑚𝐿

1,792
𝑡𝑒𝑜𝑟 = . 100 = 8,96 %
20

8,96 . 1792
𝑥= = 160,56 𝑚𝑔 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑐𝑒𝑡𝑎𝑚𝑜𝑙 𝑒𝑚 1 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑖𝑑𝑜
100

c) (1,0) Explique porque não foi necessário diluir a amostra analisada no


equipamento.
Não foi necessária diluição da amostra, pois as concentrações de AAS e
paracetamol encontram-se na faixa de concentração da curva de calibração.

d) (2,0) Baseado nos valores de pKa e na distribuição das microespécies versus pH,
contidas no final do roteiro e, nas condições experimentais, justifique a ordem de
migração dos compostos.
A parede do capilar de sílica contém grupos silanóis (SiOH), este por sua vez
quando em contato com uma solução tampão de pH elevado produzem uma
superfície carregada negativamente, então uma camada de contra-íon (cátions do
tampão) é formada próxima a parede do capilar com intuito de manter a
eletroneutralidade. Isso gera uma dupla camada e cria uma diferença de potencial,
sendo este fenômeno denominado potencial zeta.

.
Imagem 1: Migração de íon metálicos. Fonte: Sonia Claudia do Nascimento de Queiroz e Isabel
Cristina Sales Fontes Jardim - Eletroforese Capilar.

O potencial zeta é principalmente determinado pela carga da superfície, sendo


esta dependente do pH. Quando uma diferença de potencial é aplicada (ddp) os íons
ou moléculas são solvatados pela agua e migram em direção ao catodo, conforme
representado pela imagem 1.
O movimento dos íons em direção ao detector é denominado fluxo eletricamente
dirigido (FEO), este fluxo depende do pH. Abaixo de pH 4 a ionização dos grupos
silanós (ácidos) é pequena, já em pH elevados como acima de 9 os silanóis ficam
completamente ionizados e o nível de FEO é elevado.
Os cátions que se encontram na camada externa da dupla camada são atraídos
para o cátodo, ou eletrodo negativo.
Tendo em vista que a relação entre acidez e pKa é inversa, ou seja, quanto maior
o pKa mais fraco é o ácido. Dado o pKa dos analitos é possível notar que o AAS é
mais ácido que o paracetamol, pois o seu pKa é menor e dado o gráfico de micro
espécie por pH, deste modo o AAS estará mais desprotonado que o paracetamol,
logo terá densidade de carga negativa maior.
Portanto o com menor densidade de carga negativa será eluido primeiro através
da coluna cromatográfica, então a ordem de eluição dos compostos é o paracetamol
seguido do AAS.

e) (2,0) Explique porque a cafeína não apareceu no eletroferograma e não foi


quantificada.
A cafeína não possui hidrogênios ionizáveis, portanto trata-se de uma molécula
neutra, tendo em vista que a eletroforese capilar é uma técnica analítica utilizada para
a separação de compostos baseada na velocidade de migração diferenciais de
espécies carregadas em um campo elétrico, não é possível realizar a separação da
cafeína por meio desta técnica.
f) (1,0) Qual modo de eletroforese vc indicaria para analisar a cafeína? Explique
O método utilizado para separar a cafeína da amostra de Doril é a cromatografia
eletrocinética capilar micelar (MEKC). Essa técnica envolve a introdução de um
tensoativo ao tampão em quantidades suficientes para formar micelas negativamente
carregadas, que envolvem moléculas neutras possibilitando a detecção das mesmas.

Dados adicionais
Paracetamol pka
9,46

Cafeína
-1,16

Ácido acetilasalicílico

pKa=
3,41
Cromatograma da analise

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