Slides de Aula - Unidade I

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Unidade I

ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE
PROJETOS DE ENSINO
FUNDAMENTAL

Profa. Eliana Chiavone Delchiaro


Para começar a reflexão

“Somos sempre aprendizes da profissão e


estagiários da vida.” (Alves Franco).
 Estágio e docência, de Selma Garrido
Pimenta e Maria do Socorro Lucena
Lima. São Paulo: Cortez, 2010
(página 125)
Objetivos da disciplina

Esta disciplina caracteriza-se por:


 Articular teoria e prática no que diz
respeito ao cotidiano das escolas de
Ensino Fundamental.
 Entender o estágio de observação e a
participação nas práticas educativas
como possibilidades de compreensão da
escola como cenário principal,
relacionando-os às teorias educacionais.
Objetivos da disciplina

 Constituir um campo de conhecimento


que se produz na interação entre a
formação inicial, a universidade e a
instituição escolar.
 O estágio é uma articulação entre o
currículo do curso de Pedagogia e a
realidade escolar, problematizando-a,
compreendendo suas raízes, oferecendo,
assim, condições para que os
acadêmicos possam constituir suas
identidades como futuros professores
professores.
Unidade I

 O conceito de docência, a atuação do


acadêmico nos estágios de observação,
seus desafios e dificuldades.
 Diretrizes Curriculares Nacionais para o
curso de Pedagogia.
 Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais
para a Educação Básica, Resolução nº 4,
de 13/07/2010, e ao lado elencar os
objetivos do Ensino Fundamental,
comentando algumas concepções
imprescindíveis como criança, currículo
e aprendizagem.
Estágio e docência

“Estágio é pra gente observar como os alunos


são, pra avaliar a nossa capacidade de observar
a sala de aula e transformar essa observação
em relatório.”
“A escola tem tantos problemas! Não vejo como
ajudar! Sendo estagiário
estagiário, a gente nem é aluno e
nem é professor... Temos a impressão de que os
alunos nos olham diferente, eles têm mais
liberdade conosco.”
“Como serei recebido na escola em que vou
estagiar?”
“Deve haver bastante aprendizado quando a
gente leva a sério o estágio!”
 Estágio e docência, de Selma Garrido
Pimenta e Maria do Socorro Lucena Lima.
São Paulo: Cortez, 2010 (página 103 à 105).
Fundamentação legal do curso de
Pedagogia

 O Conselho Nacional de Educação (CNE)


define as diretrizes curriculares para os
cursos de graduação no país  Resolução
CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006  art. 3º
“Parágrafo único. Para a formação do licenciado
em Pedagogia é central:
I. o conhecimento da escola como organização
complexa que tem a função de promover a
educação para e na cidadania;
II. a pesquisa, a análise e a aplicação dos
resultados de investigações de interesse da
área educacional;
III. a participação na gestão de processos
educativos e na organização e
funcionamento de sistemas e
instituições de ensino.”
Fundamentação legal do curso de
Pedagogia

Artigo 2º, inciso 1:


 “As Diretrizes Curriculares para o curso
de Pedagogia aplicam-se à formação
inicial para o exercício da docência na
Educação Infantil e nos anos iniciais do
Ensino Fundamental, nos cursos de
Ensino Médio, na modalidade Normal, e
em cursos de Educação Profissional na
área de serviços e apoio escolar, bem
como em outras áreas nas quais sejam
previstos conhecimentos pedagógicos.”
pedagógicos ”
(grifo nosso)
Fundamentação legal do curso de
Pedagogia – Art. 2º

 Conceito de docência  como ação


educativa e processo pedagógico
metódico e intencional, construído em
relações sociais, étnico-raciais e
produtivas, as quais influenciam
conceitos princípios e objetivos da
conceitos,
Pedagogia, desenvolvendo-se na
articulação entre conhecimentos
científicos e culturais, valores éticos e
estéticos inerentes a processos de
aprendizagem, de socialização e de
construção do conhecimento, no âmbito
do diálogo entre diferentes visões de
mundo.
O papel do estágio

Estágios e formação inicial


Estágios e articulação teórico-prática
 O processo de aprender o ofício de ser
professor é contínuo  amplia o
conceito da formação
ç inicial como um
conjunto de conhecimentos formais
adquiridos na universidade e suficientes
para o exercício da profissão.
 A escola como instituição social e
organização de trabalho é o local
adequado para uma formação no seu
lócus onde os acadêmicos poderão
recuperar a teoria apreendida e perceber
o quanto a dominam ou não.
A escola pode ajudar ou dificultar
as atividades do estagiário

 Do atendimento ao acompanhamento,
até a participação em reuniões e horários
coletivos.
 Segundo Ostetto (1997), a entrada dos
estagiários na instituição escolar é uma
conquista, como ela mesma diz: tudo
depende de “como se entra”, “pedindo
licença ou invadindo”, e do quanto
estamos dispostos a lidar com as novas
experiências que iremos vivenciar.
Observação

 Observar não é invadir o espaço do


outro, sem pauta, sem planejamento nem
devolução, e muito menos sem encontro
marcado.
 Observar uma situação pedagógica é
olhá-la, fitá-la, mirá-la, admirá-la, para
ser iluminada por ela.
 Observar uma situação pedagógica não
é vigiá-la, mas sim fazer vigília por ela,
isto é, estar e permanecer acordado por
ela,
l na cumplicidade
li id d da
d construção
t ã do
d
projeto, na cumplicidade pedagógica.
(Madalena Freire, 1996, p. 14)
O estagiário é um profissional em
formação

 Ao observar a realidade, poderá


confrontar as observações registradas
com os conhecimentos teóricos
adquiridos e ainda discuti-los com seus
orientadores, colegas de curso, com os
tutores de todas as disciplinas
disciplinas.
 As disciplinas têm fundamentos teóricos
que devem se articular à prática. Em
outras palavras, caracteriza-se por um
momento rico, no qual se aprende a
pensar sobre a ação: teoria e prática
tornam-se aliadas.
A escola será o nosso cenário de
reflexão

 De acordo com Pimenta (2002), é indiscutível


a importância da reflexão no exercício da
docência para a valorização da profissão
docente, dos conhecimentos dos
professores, do seu trabalho coletivo e das
próprias escolas como espaço de formação.
 Valer-se também de vários documentos da
escola: o Plano Escolar, o Projeto
Político-Pedagógico, a Organização
Curricular, os Planos de Aula, os Planos de
Utilização dos Recursos Financeiros e os
Registros das Discussões dos Horários
Coletivos, que muito contribuirão para um
entendimento do processo educativo como
um todo. Eles são a história, a memória e a
vida da escola.
As observações e o registro

 As observações e experiências do
estagiário nas instituições devem ser
registradas, o que podemos chamar de
registro da prática observada – o registro
das atividades que serão acompanhadas
e que
que, num primeiro momento
momento,
representam a narração dos fatos e a
descrição dos acontecimentos a partir
das observações feitas.
 Num segundo momento, se transformam
em reflexões contextualizadas à luz dos
conhecimentos adquiridos e das
discussões realizadas nas oficinas, nos
seminários das práticas na universidade
ou nos fóruns de discussão.
Escola: local de aprendizagem para
o acadêmico

O educador é:
 Leitor no sentido amplo, aquele que lê a
realidade, os outros e a si próprio,
interpretando, buscando seus
significados.
 Escritor que registra seu fazer
pedagógico, questionando-o,
perguntando-se sobre as hipóteses do
seu pensar.
 Este aprendizado do registro é o mais
poderoso instrumento da consciência
pedagógica e política do educador.
(Madalena Freire, 1996, p. 6)
Interatividade

O principal objetivo do estágio é:


a) Registrar tudo o que acontece durante a
observação de uma aula.
b) Corrigir os cadernos dos alunos para
colaborar com a professora da classe.
c) Dar uma aula na ausência da professora
da classe.
d) Articular teoria e prática, constituindo
um campo de conhecimento.
e) Uma exigência legal sem fundamento, já
que não conduz a boa experiência.
Resposta

O principal objetivo do estágio é:


a) Registrar tudo o que acontece durante a
observação de uma aula.
b) Corrigir os cadernos dos alunos para
colaborar com a professora da classe.
c) Dar uma aula na ausência da professora
da classe.
d) Articular teoria e prática, constituindo
um campo de conhecimento.
e) Uma exigência legal sem fundamento, já
que não conduz a boa experiência.
Modalidades de estágios

a) Aprendizagem pela observação e


imitação.
b) Aprendizagem pelo uso de técnicas.
c) Aprendizagem como prática
investigativa.
Aprendizagem pela observação e
imitação

 Conforme visto em Pimenta e Lima


(2010, p. 35), a aprendizagem pela
imitação tem sido chamada por alguns
autores de artesanal, pois é
caracterizada por um modo tradicional
da atuação docente,
docente tendo como
fundamento considerar a realidade do
ensino imutável e também a realidade da
escola.
Aprendizagem pela observação e
imitação

 A prática de aprendizagem pela imitação


e observação é limitada se não for
acompanhada de uma recriação e
reflexão.
 O estágio que tem por objetivo tão
somente a observação e a imitação irá
formar um professor incapaz de refletir e
pensar sobre sua prática de uma forma
mais crítica e fundamentada
teoricamente.
 Com isso, mantém-se uma concepção
tradicional do ensino em que a atividade
docente se restringe a um modelo
pronto (PIMENTA e LIMA, 2010).
Aprendizagem pela observação e
imitação

 A forma de aprender a profissão a partir


da imitação pode ser uma etapa na
formação do professor, que precisa
partir de um modelo. Nunca partimos do
nada!
 Não existe ação educativa que não
prescinda de modelos, parâmetros. Isso
é válido para um primeiro movimento,
como ela fundamenta. Porém, espera-se
que o aprendiz avance e possa recriar.
(Madalena Freire,
Freire 2008)
2008).
Aprendizagem pela observação e
imitação

 “Aprender é superar modelos,


recriando-os, e ao mesmo tempo,
construindo o seu próprio. Superação
que se constitui num longo e
permanente processo de aprendizagem
de imitação: copiando,
copiando re(a)presentando,
re(a)presentando
para depois recriar [...].
 Superamos modelos reconhecendo o
quanto foram importantes e fundadores
de nosso saber atual, para avançarmos,
ampliarmos nosso conhecimento
conhecimento, na
construção de nosso voo (pensamento),
tão próprio, único, original como o
próprio choro ao nascer [...]”
(Madalena Freire, 2008, p. 73).
Aprendizagem pelo uso de técnicas

 Aprendizagem de técnicas, ou seja, a


instrumentalização de técnicas para
executar determinadas ações.
 A atividade de estágio, nessa visão, se
resume ao “como fazer”, ao
desenvolvimento de habilidades para
controlar a classe, ao preenchimento de
planilhas e fichas de observação,
técnicas de atuação, ao repasse de
atividades elaboradas por técnicos.
Aprendizagem pelo uso de técnicas

 Conforme Pimenta (2010) reforça, o mito


das técnicas e das metodologias não
está presente somente no universo dos
professores, mas também na instituição
escolar e nas políticas dos governos. Ela
chama esse movimento de pedagogia
compensatória, presente nas formações
dos docentes de “treinamentos”, que
visam à apresentação de pacotes
prontos, de métodos e técnicas que
buscam solucionar todos os problemas
educacionais.
Aprendizagem pelo uso de técnicas

 Outras vezes, os estagiários são


utilizados como mão de obra “barata” na
confecção de material didático e
pedagógico para suporte de aulas. Essa
atividade desvinculada de um aporte
teórico também de nada contribui para
sua formação. É a simples aprendizagem
da confecção de materiais.
Teoria e prática no cenário escolar

 A ideia proposta é superar os modelos de


estágio que dividem a atividade prática da
atividade teórica, pois, ao diferenciarmos o
conceito de ação (praticada pelos sujeitos)
e o conceito de prática (que diz respeito às
instituições) a concepção de estágio ganha
instituições),
um novo entendimento.
 O acadêmico precisa se aproximar da
realidade em que vai atuar, mas só isso não
basta. É preciso ir além, entendê-la,
contextualizá-la,, transformá-la,, propor
p p
encaminhamentos, ou seja, será uma
atividade teórica instrumentalizadora pela
práxis docente. Será no cotidiano escolar,
dos sistemas educacionais de
ensino, que a práxis acontecerá.
Aprendizagem como prática
investigativa

 O exercício de pensar sobre a prática


como objeto de reflexão constitui a
formação de um professor que pensa no
que faz e enquanto faz – é o exercício da
reflexão. Dessa forma, o professor
desenvolve seu pensamento na medida
em que constrói o conhecimento por
meio da prática.
 O que se propõe é a busca de um novo
conhecimento, confrontando as
explicações existentes com as novas
possibilidades advindas da pesquisa 
estágio como campo de conhecimento
investigativo.
Aprendizagem como prática
investigativa

 A formação será de um professor reflexivo


 aquele que é capaz de construir
conhecimento por meio da reflexão, da
prática, e com isso abre-se a perspectiva
para o professor pesquisador, uma vez
que ele vai buscar outras situações para
responder às necessidades que emergem
no cotidiano escolar.
 Há uma forte valorização da prática nesta
perspectiva – uma prática refletida,
reconhecendo o professor como produtor
de conhecimento, não separando teoria e
prática, uma vez que se espera um
permanente diálogo entre o conhecimento
pessoal, a ação e a busca de novos
encaminhamentos.
Para Pimenta e Lima (2010, p. 88), o
professor é:

 “Um profissional humano que contribui


para o desenvolvimento pessoal e
intersubjetivo do aluno, sendo um
facilitador de seu acesso ao
conhecimento, é um ser de cultura que
domina sua área de especialidade
científica e pedagógico-educacional e
seus aportes para compreender o
mundo; um analista crítico da sociedade,
que nela intervém com uma atividade
profissional; um membro de uma
comunidade científica, que produz
conhecimento sobre sua área e sobre a
sociedade.”
Para Madalena Freire (2010):

 Um dos pilares centrais na formação de


um professor é o desenvolvimento da
sua capacidade de reflexão. Esse
exercício pode ser motivado pelo resgate
da sua identidade. A autora sugere que o
professor pode iniciar a sua
“realfabetização” pelo registro da sua
própria história, ao reavivar suas
lembranças, sentimentos e vivências, e
com isso poderá recriar e refazer suas
experiências, associando-as
associando as aos
contextos sociais, pessoais e
profissionais do momento.
Consciência política do educador

 Alfabetizar o educador significa torná-lo


um leitor da prática pedagógica,
exercitando sua capacidade de entender
o que está por trás daquilo que está
vendo.
 O professor torna-se um decifrador do
mundo, dando significados ao que ouve
e ao que vê, ao registrar e tomar seu
registro como um exercício de estudo
teórico e prático, num processo contínuo
e reflexivo do seu cotidiano.
cotidiano
Madalena Freire (1996, p. 39) afirma:

“O ato de refletir é libertador porque


instrumentaliza o educador no que ele tem
de mais vital: o seu pensar”.
 Ao refletir fundamentado pela teoria, o
professor conduz o seu pensamento
para uma ação transformadora, que gera
um compromisso com o ato de ensinar.
O professor deve saber

 o que ensinar, como ensinar e o seu


planejamento.
Registro: deixar marcas

 O aprendizado de observar, escrever,


compartilhar, socializar suas dúvidas e
valer-se de fundamentos teóricos
formará um professor escritor,
protagonista, autor de sua prática,
recuperando seu papel de intelectual que
estuda e tem capacidade para criar, em
parceria com seus alunos, o
conhecimento.
Ciência da educação

 A observação, o registro e a reflexão


tornam o professor escritor de sua
prática, intelectual da educação, alguém
que pode se reconhecer como um sujeito
capaz de intervir e transformar a
realidade em que atua
atua, buscando
buscando,
pesquisando, se educando.
 É uma tarefa difícil, mas talvez seja a
resposta para construirmos uma
educação transformadora, ao tornar a
reflexão uma possibilidade de se fazer
ciência, ciência da educação (FREIRE,
2010).
Interatividade

Escolha a alternativa que se reporta ao


estágio fundamentado na prática da
observação, registro, reflexão e pesquisa:
a) Aprendizagem pela observação e
imitação.
b) Aprendizagem pelo uso de técnicas.
c) Aprendizagem como prática
investigativa.
d) Aprendizagem pela orientação e
supervisão.
supervisão
e) Aprendizagem pela elaboração de um
projeto.
Resposta

Escolha a alternativa que se reporta ao


estágio fundamentado na prática da
observação, registro, reflexão e pesquisa:
a) Aprendizagem pela observação e
imitação.
b) Aprendizagem pelo uso de técnicas.
c) Aprendizagem como prática
investigativa.
d) Aprendizagem pela orientação e
supervisão.
supervisão
e) Aprendizagem pela elaboração de um
projeto.
O registro e os relatórios dos
estágios

Espaço do estágio como lugar de troca e


interlocução de ensino e aprendizagem
1. Roteiro do estágio:
a) observação e registro;
b) participação;
c) registro.
2. Registro do estágio:
 dados e caracterização da instituição;
 registro comentado das atividades
vivenciadas;
 análise do Projeto Politíco-Pedagógico e
da Proposta Curricular;
 considerações finais.
3. Reflexão e socialização da
vivência de estágio.
Pimenta e Lima (2010, p. 118)
listaram diferentes aprendizagens
durante os estágios
Aprendizagens:
a) do contexto;
b) de chegada;
c) de aprofundamento;
d) do Projeto Político-Pedagógico;
e) sobre a vida dos professores;
f) formas de organização do processo de
ensino-aprendizagem;
g) sobre a sala de aula;
h) sobre os saberes de investigação.
Entendendo um pouco mais a
escola, nosso cenário

 Escola como lugar de aprendizagens.


 Escola como um ambiente agradável,
lúdico, convidativo ao estudo e à
pesquisa.
 Escola como espaço que garante o
direito das crianças a viverem uma
infância saudável.
 Quais são as concepções que embasam
a escola?
 Qual a função social da escola?
O Ensino Fundamental: objetivos e
fundamentação legal

 A educação básica é um direito universal


e indispensável para o exercício da
cidadania. Há uma urgência na
consolidação desse direito e da
construção de uma escola cidadã,
inclusiva solidária,
inclusiva, solidária que possa organizar,
organizar
estruturar significativamente formas de
ensinar e aprender na efetivação dos
direitos definidos na Constituição
Federal de 88, no Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA 1990), na LDBEN
(1996) e em vários dispositivos legais
complementares que consagram
ao cidadão o direito a uma
educação de qualidade.
LDBEN

“Art. 21. A educação escolar compõe-se de:


I. educação básica, formada pela
Educação Infantil, Ensino Fundamental e
médio;
II. educação superior.
Art. 22. A educação básica tem por
finalidades desenvolver o educando
assegurar-lhe a formação comum
indispensável para o exercício da cidadania
e fornecer-lhe
fornecer lhe meios para progredir
no trabalho e em estudos posteriores.”
Diretrizes Nacionais Gerais para a
Educação Básica (DCNEB):

“Art. 21. São etapas correspondentes a


diferentes momentos constitutivos do
desenvolvimento educacional:
I. a Educação Infantil, que compreende: a
Creche, englobando as diferentes etapas
do desenvolvimento da criança até 3
(três) anos e 11 (onze) meses; e a
Pré-Escola, com duração de 2 (dois)
anos.
II. o Ensino Fundamental, obrigatório e
gratuito, com duração de 9 (nove) anos,
é organizado e tratado em duas fases: a
dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4
(quatro) anos finais.”
Cuidar e educar no EF

“Art. 23 [...]
 Parágrafo único. No Ensino
Fundamental, acolher significa também
cuidar e educar, como forma de garantir
a aprendizagem dos conteúdos
curriculares, para que o estudante
desenvolva interesses e sensibilidades
que lhe permitam usufruir dos bens
culturais disponíveis na comunidade, na
sua cidade ou na sociedade em geral, e
que lhe possibilitem ainda sentir
sentir-se
se
como produtor valorizado desses bens.”
Mais tempo para aprender

 Com a aprovação da Lei 11.274/2006, em


06/02/2006, que instituiu o Ensino
Fundamental de nove anos de duração,
ocorrerá a inclusão de um maior número
de crianças no sistema educacional,
portanto deve
portanto, deve-se
se observar não só
ingresso das crianças de seis anos no
Ensino Fundamental, organizado em
duas fases, como também observar que,
no parágrafo único, ressalta-se que as
mesmas deverão ser acolhidas no seu
processo de desenvolvimento e
aprendizagem.
Como posso favorecer a
vivência de uma infância brincante
e rica de aprendizagens?
Concepções devem ser discutidas:
 de criança;
 de professor;
 de ensino;
 de aprendizagem.

Para a implantação de uma proposta


pedagógica.
d ó i
O confronto entre a realidade e o
ideal

 As condições da realidade das escolas


públicas brasileiras causam impacto a
muitos acadêmicos ao confrontarem o
apresentado nos discursos oficiais com
os fundamentos teóricos aprendidos na
universidade e o que está acontecendo
na prática da sala de aula. Por outro
lado, não são divulgadas as experiências
bem-sucedidas.
Depoimento:

 “Quando cheguei à escola, não sabia


analisar o que via. Era uma escola
pública e eu nunca tinha vivido uma
situação daquelas. Faltou merenda
escolar! No meio daquela confusão, eu
sentia um misto de pânico e
incompetência, além de ver-me
completamente perdido. Tinha vontade
de sair correndo daquele lugar. No outro
dia, eu estava doente na hora de ir para o
estágio.
estágio.”
(PIMENTA e LIMA, 2010, p. 103)
Educação: um ato político!

 A educação é uma ação política; não é


neutra, há de buscar uma coerência
entre o que pensamos e o que fazemos.
Não cabem mais atitudes individuais e
salvacionistas, mas sim ações para
enfrentar a situação
situação, agindo de forma
coerente entre aquilo que se acredita
(ideal) e o que se pratica (realizável e
desejável).
 O estagiário deve perceber que a escola
é uma organização social
social, que sua
estrutura e organização estão previstas
legalmente num sistema de ensino e que
suas ações não acontecem no improviso
– têm intencionalidade.
 Será possível construir uma escola com
uma educação de qualidade, que integre
todas as dimensões do ser humano?
Interatividade

É preciso recuperar a escola como


instituição social formadora e
transformadora, comprometida com o
desenvolvimento de um aluno cidadão. Para
tanto, é indispensável a figura do:
a) Político, na elaboração de políticas
publicas.
b) Diretor de escola, na gestão da instituição.
c) Professor, na construção de
conhecimentos e fundamentos.
d) Conselho de Escola, na constituição de
uma sociedade democrática.
e) Secretário de Educação, garantindo
políticas educacionais locais.
Resposta

Resposta correta:
c) Professor, na construção de
conhecimentos e fundamentos.
 Para legitimar nossas ações, é preciso
recuperar a escola como instituição
social formadora e transformadora, o
papel do professor como profissional
indispensável à educação e apropriar-se
de conhecimentos e fundamentos que
possam se transformar em força motriz
para as mudanças.
Concepções imprescindíveis

 Pensar criticamente algumas


concepções que fundamentam a prática
pedagógica, isto é: entender e saber
colocar em prática o que é ser criança,
seus direitos, qual o papel do professor,
o significado do que é conhecimento
conhecimento,
ensino, aprendizagem e o conceito de
currículo são exigências para a
concretização de uma prática docente
crítica e condizente com as mudanças
necessárias para a construção de uma
sociedade mais justa, igualitária,
inclusiva e democrática.
Concepção de criança e de
professor

 Os conceitos de criança e infância são


construções históricas.
 O que mudou na infância de hoje? E de
ontem?
 Pense um pouquinho em como é a
infância das crianças hoje.
 Como foi a sua? E a de suas avós?
 Sem nostalgia e nem saudosismo,
procure listar vantagens e desvantagens
em ser criança hoje e ontem.
ontem
Binômio educar e cuidar

O que significa isso na prática?


 Integrar esses conceitos num único
objetivo. Há autores que denominam as
ações de cuidado como aquelas que se
referem ao respeito às necessidades
integrais das crianças, tais como
conforto, alimentação, socialização e
descanso, como também as que
envolvem as necessidades emocionais e
características individuais como respeito
à sua identidade racial
racial, cultural e de
gênero.
Binômio educar e cuidar

 Há outros autores que abordam o


cuidado pelo viés da ética, ou seja, como
um dever que faz parte, de forma
integral, de qualquer nível de ensino.
Independentemente da faixa etária
envolvida todos nós devemos ser
envolvida,
cuidados (CAMPOS, 2009).
Direito de ser criança

 O primeiro direito da infância e da


adolescência é o de viver a
especificidade desses tempos de vida,
viver seu tempo humano.
 Esse reconhecimento avança em
diferentes documentos, tais como a
Convenção sobre os Direitos da Criança
e o Estatuto da Criança e do
Adolescente. O respeito à especificidade
da vivência desses tempos está sendo
alvo de estudos,
estudos políticas e programas
governamentais.
Direito de ser criança

 Para Campos (2009), os primeiros anos


de vida são importantes para a
aprendizagem e socialização das
crianças. Ao se aproximarem dos seis
anos, elas se mostram curiosas e
interessadas em aprender,
aprender detendo
condições para uma programação mais
voltada às áreas do conhecimento. No
entanto, isso não deve significar uma
escolarização precoce.
 A passagem da criança aos seis anos
para o Ensino Fundamental deve ocorrer
de forma harmoniosa, sem representar
rupturas, e os conteúdos e métodos
devem ser ajustados às suas
características e potencialidades.
Papel do professor

 No que se refere ao pensamento sobre o


papel do professor, há muito já
superamos a associação a uma figura
maternal.
 Precisamos do profissional que conheça a
criança, as fases de seu desenvolvimento,
suas necessidades e potencialidades: um
profissional da educação.
 O que se espera do professor é que ele
seja capaz de se tornar um gestor do
conhecimento, alguém capaz de se
responsabilizar pela sua aprendizagem e
também de ampliar e desenvolver
habilidades e capacidades
em seus alunos.
Mudar

 O professor faz leituras da sua realidade,


escuta atentamente seu grupo de alunos,
pesquisa possibilidades de intervenção,
é um aprendiz curioso para a criação de
rotas autônomas pautadas em dados
relevantes e significativos.
significativos
 O professor em questão observa, reflete,
planeja e avalia, num movimento
dialético e fundamentado. Em outras
palavras, a formação que se inicia na
universidade vai percorrer sua trajetória
profissional continuadamente,
produzindo saberes e tornando-o autor
de sua prática.
Concepção de currículo e
aprendizagem

 Temos, então, a necessidade de ampliar


o entendimento: o que é currículo? Na
letra da lei, encontramos a expressão de
que os sujeitos dão vida ao currículo e à
escola. Isso nos remete a pensar: quem
são esses sujeitos?
 Currículo: um rol de conteúdos
organizados hierarquicamente a serem
trabalhados com as crianças?
 O currículo também nos traz a ideia de
caminho percorrido, de trajetória?
Currículo

A palavra currículo, tão familiar, atende a


distintas concepções e deriva das mais
variadas influências teóricas, que são
afetadas pelos fatores socioeconômicos,
políticos e culturais.
 Segundo Moreira e Candau (1995), o
currículo deve ser entendido como os
conteúdos a serem ensinados, bem
como as experiências vividas pelos
alunos através de planos elaborados
pelos professores
professores, escolas e sistemas
educacionais.
Currículo

 O currículo deve ser compreendido


como o conjunto de experiências
vivenciadas pelas crianças nas
instituições escolares que garantam
oportunidades para que elas vivam o
tempo da infância e da adolescência em
toda sua plenitude.
 Os atores envolvidos nessa rica tarefa de
construção coletiva, podemos dizer que
somos todos nós: alunos (colocados na
centralidade da ação pedagógica)
pedagógica),
professores, famílias, gestores,
comunidade.
O currículo, a LDB e as DCNEB

Art. 11 das DCNEB:


 “A escola de Educação Básica é o espaço em
que se ressignifica e se recria a cultura
herdada, reconstruindo-se as identidades
culturais, em que se aprende a valorizar as
raízes próprias das diferentes regiões do
país.
 Parágrafo único. Essa concepção de escola
exige a superação do rito escolar, desde a
construção do currículo até os critérios que
orientam a organização do trabalho escolar
em sua multidimensionalidade; privilegia
trocas, acolhimento e aconchego para
garantir o bem-estar de crianças,
adolescentes,
jovens e adultos no relacionamento
entre todas as pessoas.”
O currículo e as DCNEB

Art. 13:
O currículo, assumindo como referência os
princípios educacionais garantidos à
educação, assegurados no artigo 4º desta
Resolução, configura-se como o conjunto
de valores e práticas que proporcionam a
produção, a socialização de significados no
espaço social e contribuem intensamente
para a construção de identidades
socioculturais dos educandos, somando:
 proposta curricular como experiências
escolares;
 percurso formativo, aberto e
contextualizado;
 concepção do espaço curricular
e físico imbricados;
O currículo e as DCNEB

Art. 13:
 tempos e espaços ressignificados;
 escolha da abordagem
didático-pedagógica disciplinar,
pluridisciplinar, interdisciplinar ou
transdisciplinar pela escola, que oriente
o Projeto Politico-Pedagógico;
 compreensão da matriz curricular
entendida como propulsora de
movimento, dinamismo curricular e
educacional, de tal modo que os
diferentes campos do conhecimento
possam se coadunar com o
conjunto de atividades
educativas;
O currículo e as DCNEB

Art. 13:
 entendimento de que eixos temáticos
são uma forma de organizar o trabalho
pedagógico, limitando a dispersão do
conhecimento, fornecendo o cenário no
qual se constroem objetos de estudo,
propiciando a concretização da proposta
pedagógica centrada na visão
interdisciplinar, superando o isolamento
das pessoas e a compartimentalização
de conteúdos rígidos.
rígidos
O currículo e os Parâmetros
Curriculares

 Os PCN têm, desse modo, a intenção de


provocar debates a respeito da função
da escola e reflexões sobre o que,
quando, como e para que ensinar e
aprender, que envolvam não apenas as
escolas mas também pais,
escolas, pais governo e
sociedade.
 São essas definições que servem de
norte para o trabalho das diferentes
áreas curriculares, que estruturam o
trabalho escolar + a importância em
trazer para dentro da escola e da sala de
aula a discussão e o estudo de
questões que preocupam a
sociedade brasileira.
A força do currículo

 É através dele que os conteúdos se


materializam, ganham corpo conceitual.
 O professor, nesse processo, é um ator
fundamental, uma vez que ele fará a
mediação entre o formalmente
concebido e o praticado na sala de aula,
entre a cultura e a criança.
 Os currículos devem estar formalmente
propostos em documentos que
expressam a concepção da escola,
daquela comunidade escolar. No
entanto, ele vai se concretizando nas
relações da prática, no cotidiano da
realidade sociocultural em que
a proposta se efetiva.
Concepções de desenvolvimento
humano mais presentes na
educação
1. Inatista, apriorista e maturacionista
 Dá ênfase à maturação do organismo.
 O conhecimento se dá de dentro para
fora.
 As características físicas e psicológicas
são herdadas geneticamente e, conforme
a criança vai amadurecendo
biologicamente, vai desenvolvendo suas
potencialidades.
 Não há preocupação com a avaliação
avaliação,
uma vez que a criança chegará à
“maturação desejada” com o passar do
tempo.
Concepções de desenvolvimento
humano mais presentes na
educação
2. Ambientalista – behaveorista –
empirismo
 O desenvolvimento se dá de fora para
dentro.
 Dá ênfase ao treino e à mecanização.
 A aprendizagem se dá por cópia de
modelos, sem recriação,
condicionamento, castigos, estímulos e
recompensas (prática ainda presente).
 O aluno é uma tábula rasa.
rasa
 O professor tem função de observar e
registrar os resultados dos alunos.
 Aprendizagem fragmentada.
Concepções de desenvolvimento
humano mais presentes na
educação
3. Construtivista – interacionista
 O desenvolvimento se dá na interação do
sujeito com o objeto.
 Enfatiza as relações dialéticas do sujeito
com o mundo.
 A interação com os sujeitos pode gerar
confrontos.
 Aceita o erro que possibilita o
questionamento da ação.
 O conhecimento é visto como um
processo de construção através do
exercício da reflexão – o repensar e
recriar valores, normas e
conceitos.
Concluindo, esperamos:

 ter deixado clara a importância de um


trabalho que avance na direção de um
currículo construído e estruturado numa
lógica formadora, que respeite a
especificidade de cada tempo de vida;
 ter contribuído com os fundamentos
apresentados nesta unidade para uma
melhor compreensão das práticas
educativas, que são imprescindíveis para
o conhecimento do futuro educador e
com certeza permitirão uma observação
mais cuidadosa de nossas crianças e do
nosso trabalho educativo.
Interatividade

Dentre as concepções apresentadas de


desenvolvimento humano, qual melhor se
encaixa com a visão de currículo indicada
pelas DCNEB?
a) Inatista.
b) Behaviorista.
c) Apriorista.
d) Construtivista-interacionista.
e) Ambientalista.
Resposta

Resposta correta: alternativa “d”.


d) Construtivista-interacionista.
 A concepção interacionista leva em
consideração os aspectos biológicos e
ambientais para o desenvolvimento
humano, no entanto, os fatores
biológicos permitem à criança agir sobre
o mundo, que também a influencia na
construção de suas características
biológicas. É na interação com o mundo
e especialmente com as pessoas que a
criança construirá seu modo de agir,
pensar e se tornar sujeito.
ATÉ A PRÓXIMA!

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