Fichamento - Capitulo 6 - Teoria Pura Do Direito
Fichamento - Capitulo 6 - Teoria Pura Do Direito
Fichamento - Capitulo 6 - Teoria Pura Do Direito
3.1 ''Por esta forma, a Teoria Pura do Direito relativiza a oposição, tornada
absoluta pela ciência jurídica tradicional, entre Direito privado e público,
transforma-a de uma oposição extra-sistemática, quer dizer, de uma distinção
entre Direito e não-Direito, entre Direito e Estado, numa distinção intra-
sistemática;...'' - Pág. 197
3.2 “Por meio da distinção de princípio entre uma esfera pública, ou seja,
política, e uma esfera privada, quer dizer, apolítica, pretende evitar-se o
reconhecimento de que o Direito “privado”, criado pela via jurídica negocial do
contrato, não é menos palco de atuação da dominação política do que o Direito
público, criado pela legislação e pela administração.” – Pág. 198
6.2 “O que faz com que a relação designada como poder estadual se distinga
de outras relações de poder é a circunstância de ela ser juridicamente
regulada, o que significa que os indivíduos que, como governo do Estado,
exercem o poder, recebem competência de uma ordem jurídica para exercerem
aquele poder através da criação e aplicação de normas jurídicas - que o poder
do Estado tem caráter normativo.” – Pág. 202
6.3 ''O problema do Estado como uma pessoa jurídica, isto é, como sujeito
agente e sujeito de deveres e direitos é, no essencial, o mesmo problema que
se põe para a corporação como pessoa jurídica. Também o Estado é uma
corporação, isto é, uma comunidade que é constituída por uma ordem
normativa que institui órgãos funcionando segundo o princípio da divisão do
trabalho, órgãos esses que são providos na sua função mediata ou
imediatamente.'' - Pág. 203
6.4 ''Se o Estado é figurado como sujeito agente, se se diz que o Estado fez
isto ou aquilo, surge a questão de saber qual seja o critério segundo o qual
certos atos, postos por indivíduos determinados, são atribuídos ao Estado, o
critério segundo o qual estes atos são qualificados como atos ou funções do
Estado, ou, o que é o mesmo, a questão de saber por que determinados
indivíduos são considerados como órgãos do Estado ao porem determinados
atos.'' - Pág. 203
6.5 “Do ponto de vista de uma consideração centrada sobre o Direito, só pode
ser concebida como função do Estado uma função definida na ordem jurídica,
quer dizer, uma função jurídica no sentido estrito ou lato da palavra.” – Pág.
204
6.9 “A questão é apenas a de saber sob que pressuposto nos é lícito, numa
exposição científica do Direito, servirmo-nos da ficção que vai contida na
atribuição da função exercida por um determinado indivíduo a uma pessoa
jurídica ou a um outro indivíduo, ou por outras palavras, sob que condições é
cientificamente legítimo o uso dos conceitos de organicidade ou de
representação. A resposta é: sob o pressuposto de nos mantermos cônscios da
natureza da atribuição e de nada mais querermos significar, com aquela
atribuição a uma pessoa jurídica, isto é, com a organicidade, senão a relação
desta função à unidade da ordem jurídica que a determina e é constitutiva de
uma comunidade” – Pág. 210
6.10 ''Os deveres e direitos do Estado como pessoa jurídica, cuja estrutura
será analisada a seguir, não são aqueles que são impostos ou conferidos ao
Estado por uma ordem jurídica superior, o Direito internacional; são direitos e
deveres que são estatuídos pela ordem jurídica estadual.'' - Pág. 211
6.13 ''Se o Estado é concebido como uma ordem de conduta humana e, deste
jeito, como um sistema de normas que são vigentes tanto temporal como
espacialmente, então o problema de um desmembramento territorial do Estado
em províncias ou em chamados Estados-membros é um problema especial do
domínio espacial de validade das normas que formam a ordem estadual.'' -
Pág. 219
6.14 ''A idéia de que as normas estaduais valem da mesma forma para todo o
território do Estado é favorecida pela suposição de que a ordem jurídica
estadual apenas consta de normas gerais, de que a ordem estadual se
identifica com as normas postas em forma de lei.'' - Pág. 220
6.15 '' Então, o dualismo de pessoa do Estado e ordem jurídica surge,
considerado de um ponto de vista teorético-gnoseológico, em paralelo com o
dualismo, igualmente contraditório, de Deus e mundo15. Assim como a teologia
afirma o poder e a vontade como essência de Deus, assim também o poder e a
vontade são considerados, pela teoria do Estado e do Direito, como essência
do Estado.'' - Pág. 222