2020 22 Mozambique ESP
2020 22 Mozambique ESP
2020 22 Mozambique ESP
Maio de 2020
Plano Estratégico da Educação
2020-2029
Maio de 2020
2
Ficha Técnica
3
Índice
Índice ............................................................................................................................ 4
Sumário Executivo ...................................................................................................... 13
1. Introdução ............................................................................................................... 19
1.1 Contexto do Sistema Nacional de Educação ................................................ 20
1.1.1 Situação Política, Económica e Social do País 20
2.2.2 Missão 35
3.2.2 Visão 59
4
3.3.1 Situação actual 67
3.3.2 Visão 71
3.4.2 Visão 86
3.5.2 Visão 98
5
3.7.3 Objectivo geral 126
Figura 19: Afectação percentual dos Recursos, sem Salários e Remunerações 164
6
Lista de Tabelas
7
Lista de Figuras
8
Lista de Abreviaturas
CE Conselho de Escola
EA Educação de Adultos
EP Ensino Primário
ES Ensino Secundário
9
ES2 Ensino Secundário (2º Ciclo)
10
NEE Necessidades Educativas Especiais
OE Orçamento de Estado
PC Parceiros de Cooperação
RH Recursos Humanos
11
Science, Technology, Engineering, Mathematics
STEM
(Ciência, Tecnologia, Engenharia, Matemática)
12
Sumário Executivo
13
realce para o Pré-escolar e o nível Pós-Primário; ii) a formação e colocação de
formadores e professores para a eficaz implementação curricular, incluindo a
nível da modalidade de Ensino Bilingue; iii) a produção e distribuição de
materiais didácticos; o controlo dos níveis de absentismo de professores e
directores de escola, que revelam impacto negativo na aprendizagem dos
alunos; iv) as elevadas taxas de desistência e reprovação, com atenção especial
às disparidades geográficas, a nível da participação e taxas de conclusão no
ES2; v) a necessidade de mais professores e mais salas de aulas para o ES1,
tendo em conta o alargamento da escolaridade obrigatória para 9 classes, e a
respectiva possibilidade de se utilizarem as escolas primárias para o Ensino
Secundário básico e; vi) o fortalecimento da capacidade administrativa e
institucional para melhorar a gestão do SNE e responder aos desafios da
descentralização.
Visão e Missão
A visão e a missão do PEE estão alinhados às agendas e instrumentos de
planificação e de desenvolvimento nacionais e internacionais e que definem as
prioridades do Sector da Educação a curto, médio e longo prazos. Entre estes
instrumentos, destacam-se a Agenda 2025, a Estratégia Nacional de
Desenvolvimento 2015-2035, o Programa Quinquenal do Governo, a Lei
18/2018, de 28 de Dezembro que estabelece o regime jurídico do Sistema
Nacional de Educação, na República de Moçambique, a Agenda 2063 da União
Africana, a Agenda 2030 para a Educação, a Estratégia para Educação
Continental para África 2016-2025 e o Protocolo da SADC. A visão e a missão
foram igualmente definidas a partir de uma perspectiva integrada, baseada numa
aprendizagem ao longo da vida e nos quatro pilares da educação: aprender a
conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e a viver juntos (UNESCO 2016).
Visão
Cidadãos com conhecimentos, habilidades, valores culturais, morais, cívicos e
patrióticos capazes de contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade
coesa e adaptada ao mundo em constante trasnsformação.
Missão
Implementar um sistema nacional de educação inclusivo, equitativo, eficiente,
eficaz e inovador, capaz de garantir uma aprendizagem de qualidade e ao longo
da vida.
14
1. Garantir a inclusão e a equidade no acesso, participação e retenção.
2. Assegurar a qualidade da aprendizagem.
3. Assegurar a governação transparente, participativa, eficiente e eficaz.
15
Os programas do PEE 2020-2029
Para responder aos desafios, materializar a visão e a missão, bem como as
prioridades do Sector, o PEE 2020-2029 está estruturado em seis Programas
sectoriais, alinhados aos subsistemas da Lei n.º 18/2018 do SNE, à excepção
dos subsistemas de Educação Profissional e Ensino Superior, que possuem
estratégicas específicas e estão sob gestão do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Ensino Superior e Técnico Profissional (MCTESTP). Contudo, na secção 3.8, é
feita a menção da visão, missão e objectivos gerais destes subsistemas para
que se tenha uma visão do todo, em termos do SNE. Pretende-se, igualmente,
confirmar a interdependência entre os diversos subsistemas, de acordo com a
perspectiva holística da educação e a abordagem da aprendizagem ao longo da
vida, do pré-escolar ao ensino superior.
Os seis programas sectoriais do PEE são:
16
Organizações da Sociedade Civil, Organizações Não-Governamentais (ONG), Sector
Privado e os Parceiros de Cooperação.
A descentralização progressiva dos serviços educativos é uma realidade que permite
uma gestão mais próxima dos beneficiários e exige uma adaptação do perfil institucional
do MINEDH, com a transição do papel de implementador, para uma vertente de
regulação, planificação, supervisão e monitoria dos vários níveis administrativos. Uma
condição essencial para o sucesso desta transição passa pelo enfoque na distribuição
equitativa de recursos entre províncias e distritos, a fim de se reduzirem as disparidades
geográficas nos principais indicadores educativos. Este é, entre outros, um dos
aspectos críticos para a consolidação de uma cultura institucional baseada no mérito e
na gestão por resultados.
Monitoria e Avaliação
A monitoria e a avaliação do desempenho do Sector fazem parte de um processo
integrado, desenvolvido em conjunto entre o Sector e os seus parceiros externos,
incluindo a sociedade civil. Este processo é feito com base na matriz de resultados que
apresenta indicadores e metas para cada um dos objectivos estratégicos, por programa
sectorial. Através desta matriz, o Sector monitorará, anualmente, a implementação das
acções prioritárias e o seu impacto em termos de alcance dos principais objectivos.
Pretende-se, ainda, promover a introdução de prácticas de avaliação do impacto das
políticas educativas, por meio de métodos quantitativos e qualitativos que permitam
sintetizar as evidências sobre o SNE e permitir a identificação de inovações.
Durante a vigência do PEE, estão previstos três tipos de avaliação, nomeadamente: (i)
avaliação anual, feita por meio da verificação do grau de implementação dos planos
anuais e progressos no alcance das metas do PEE; (ii) avaliação de meio termo, com
alguma profundidade, possibilitando a revisão do PEE no ano 2024, para melhor
ajustamento das prioridades e metas ao ciclo de governação e quadro económico,
político e administrativo vigente e iii) avaliação final, externa e independente, para
verificar o grau da sua implementação e a eficácia das estratégias desenvolvidas, com
o objectivo principal de nortear a elaboração do plano estratégico seguinte.
Custos e financiamento
O custeamento do PEE 2020-2029 foi baseado no modelo de simulação desenvolvido
pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, considerando alguns
elementos fundamentais como i) a evolução histórica, ou seja, a ligação com o anterior
Plano Estratégico e a continuação da implementação de alguns dos seus desafios,
relativamente à rede escolar; efectivo de alunos e professores; efectivos de
alfabetização e educação de adultos e pessoal não docente necessário para o
funcionamento do sistema; ii) projecções dos custos educacionais previstos para a
vigência do presente PEE e que são condicionados por diversos factores externos e
internos e, iii) abordagem negociada e coordenada entre os objectivos do plano e os
recursos disponíveis.
17
intermédio comparativamente aos custos dos cenários 0 e 1. Este valor intermédio
justifica-se pelo facto de os cenários 0 e 1 demandarem custos elevados ao Sector, por
conta da ineficiência em termos de reprovações, baixas taxas de fluxo escolar e outros
factores.
18
1. Introdução
O Plano Estratégico da Educação (PEE) 2020-2029 é um instrumento que orienta as
intervenções do Governo de Moçambique no sector da Educação. A sua elaboração
iniciou com o diagnóstico da situação actual e uma Análise do sector da Educação (ASE)
que permitiram identificar os principais progressos e desafios. Em seguida, realizou-se
um seminário nacional, moderado pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento
Humano (MINEDH), em parceria com a UNESCO, dois seminários regionais, orientados
pela equipa de consultoria, e seminários provinciais, com a participação de todos os
distritos, moderados pelos membros da equipa técnica do MINEDH e coadjuvados pelos
técnicos provinciais. Em todos os seminários, os participantes tiveram oportunidade de
identificar os principais problemas do Sector, bem como definir acções prioritárias para
a superação dos mesmos. As prioridades identificadas ao nível local contribuíram para
a definição da Estratégia do sector de Educação, nos próximos 10 anos. As discussões
nos seminários tiveram como base o Relatório da Análise do sector da Educação e
estiveram enquadradas em três eixos principais, nomeadamente: i) acesso,
participação, retenção e equidade; ii) qualidade da aprendizagem e, iii) governação.
Estes seminários permitiram ainda que os participantes desenvolvessem competências
a nível da Gestão Baseada nos Resultados e que compreendessem a relevância desta
para o desenvolvimento das matrizes de resultados e dos sistemas de monitoria e
avaliação do PEE 2020-2029.
19
O Capítulo 3 apresenta os seis programas, que constituem a essência da presente
Estratégia, a nível de: 1) Educação Pré-Escolar; 2) Ensino Primário; 3) Ensino
Secundário; 4) Educação de Adultos; 5) Educação e Formação de Professores; e, 6)
Desenvolvimento Administrativo e Institucional. A descrição de cada programa sectorial
integra a situação actual, a visão, o objectivo geral, os objectivos estratégicos, as acções
prioritárias a serem empreendidas e uma matriz de resultados estratégicos. A descrição
dos quatro programas das áreas de ensino (à excepção da Educação e Formação de
Professores e Desenvolvimento Administrativo e Institucional) aborda os eixos de (i)
acesso, participação, retenção e equidade; (ii) qualidade e eficiência externa; e (iii)
governação. A Secção 3.8 apresenta, de forma resumida, as estratégias dos
subsistemas de Educação Profissional e Ensino Superior.
20
consideravelmente a infra-estrutura social e educacional, teve um efeito devastador
sobre a população e, consequentemente, sobre a economia. A paz, estabelecida em
1992, abriu caminho para as primeiras eleições livres e multipartidárias que se
realizaram em 1994, permitindo a estabilização, a consolidação da paz, e a abertura da
economia. Estes desenvolvimentos tiveram um profundo impacto no crescimento
económico que, nas últimas décadas, se tem mantido em cerca de 7% ao ano (World
Bank 2018a). Contudo, a partir de 2015, o País tem registado um abrandamento do
crescimento económico, como resultado do peso da dívida económica, da redução
drástica da ajuda externa, da deterioração dos preços das matérias primas e ainda dos
efeitos dos desastres naturais (ciclones, secas e cheias) que, regularmente, afectam o
País.
21
Moçambique continua a ser um dos países com menor índice de desenvolvimento
humano, ocupando a posição 180 em 189 Países estudados (UNDP 2018). Em 2014, a
percentagem da população que vivia abaixo do padrão internacional da pobreza (1,9
USD por dia) era de 62,9%, uma percentagem acima da média subsaariana de 41,1%.
No entanto, esta medida baseada na capacidade de consumo não captura a
multidimensionalidade deste fenómeno. As pessoas afectadas pela pobreza não se
caracterizam apenas por ter baixo consumo, mas também por enfrentarem privações,
como, por exemplo, a falta de educação, saúde, oportunidades de emprego e reduzido
acesso a serviços básicos, como electricidade, água e saneamento. O País apresenta,
ainda, fortes desigualdades sociais e económicas. O coeficiente de Gini é de 0,56,
sendo possível que as disparidades aumentem com o desenvolvimento dos projectos
de recursos energéticos se não existirem acções concretas e eficazes para as prevenir
e corrigir (World Bank 2018a e World Bank 2018b).
Não obstante os esforços realizados nas últimas décadas, Moçambique regista uma
elevada taxa de analfabetismo entre as pessoas com idade igual ou superior a 15 anos.
Os dados do Censo de 2017 estimam que, nessa faixa etária, 39% da população
Moçambicana não saiba ler nem escrever – sendo esta taxa de 49,4% entre as mulheres
e 27,2% para os homens. A este respeito, há diferenças geográficas e de zona de
residência assinaláveis. O analfabetismo entre mulheres está relacionado com a
pobreza e tem um impacto significativo na educação das crianças, pois são as mulheres
que assumem, maioritariamente, essa responsabilidade. O Inquérito Demográfico e de
Saúde realizado em 2011, revela uma taxa de prevalência de subnutrição crónica
moderada em crianças menores de 5 anos de 43% e de subnutrição grave de 20% (INE
et al 2013). A agravar a este fenómeno, registam-se episódios de subnutrição aguda
relacionados com os efeitos climáticos sobre a agricultura familiar (secas e cheias), os
quais se repetem ciclicamente, e contribuem para o fraco desempenho dos alunos e
para a desistência escolar.
22
população encontra situações de corrupção no seu dia-a-dia, incluindo nos serviços de
Educação.
1º ciclo – da 1ª à 3ª classe;
23
2˚ ciclo – da 4ª à 6ª classe.
1º ciclo da 7ª à 9ª classe;
24
outros. Realiza-se em instituições vocacionais, sem prejuízo da formação
própria do Subsistema de Educação Geral ou da Educação profissional,
visando o desenvolvimento de forma global e equilibrada da personalidade do
indivíduo;
Progressos
A actual Lei do SNE, Lei N.º 18/2018, estabelece a Educação Pré-Escolar como
um subsistema de educação. O financiamento à Educação Pré-Escolar no
orçamento da educação está a aumentar, passando de 0,003%, em 2013, a
0,04%, em 2018. (MINEDH 2019a).
25
o aumento, nos últimos anos, do número de alunos no Ensino Secundário é um
progresso. Mesmo assim, em 2015, dos alunos que concluíram o Ensino
Primário, apenas 64% entraram para o secundário, uma das mais baixas
percentagens da região da SADC. Segundo o MINEDH 2019a, o aumento no
Ensino Secundário é fruto de mais alunos concluírem o Ensino Primário e de um
esforço para abrir mais escolas secundárias em todos os distritos. Entre 2008 e
2017, o número de escolas secundárias aumentou para o ES1 (de 285 para 539)
e para o ES2 (de 76 para 262). Esta expansão foi devida à pressão da demanda,
mas ocorreu em prejuízo das salas e professores para o Ensino Primário.
Desafios
26
12 centros infantis públicos e 45 escolas a implementar o programa de prontidão
escolar acelerada. Nestas instituições, apenas trabalham pouco mais de 4300
educadores. O financiamento à Educação Pré-Escolar no orçamento da
educação ainda é muito baixo (MINEDH 2019a). O desafio é que a taxa de
matrícula deve ser multiplicada nos próximos anos, de modo a fornecer uma
base para o aumento da qualidade da educação nos outros subsistemas.
Entre 2014 e 2017 pouco mais que 5% dos adolescentes e jovens frequentaram
o segundo ciclo do Ensino Secundário (ES2) no período em que o deveriam
fazer. As taxas de conclusão deste nível de ensino, apesar de terem aumentado
consideravelmente nos últimos anos, são ainda muito baixas (MINEDH 2019a)
– ver o Capítulo 3, Secção 3.4.1. Portanto, o desafio é expandir a frequência e
conclusão dentro do período certo e aumentar as taxas de conclusão no ES2.
27
1.1.3.2. Qualidade e eficiência externa
Progressos
O SNE conta com mais de 170 mil docentes no activo. Destes, mais de 136 mil
encontram-se a leccionar em escolas dos diferentes níveis, sendo 83.4% no
Ensino Primário. Segundo o MINEDH (2019a), um progresso é que há mais
professores com acesso às acções de formação psicopedagógica nos diferentes
níveis.
Desafios
28
(escolas, livros, materiais) são melhores em Moçambique do que nos Países de
comparação (MINEDH 2019a). Um desafio importante é melhorar a qualidade
de aprendizagem no Ensino Primário e a equidade geográfica na qualidade –
ver a Secção 3.3.
29
alfabetizadores. Em 2017 e 2018, havia cerca de 65% dos alfabetizadores
existentes em 2012. Portanto, o desafio é usar toda a verba disponível para a
contratação de mais alfabetizadores – ver a Secção 3.7.
1.1.3.3 Governação
Progressos
30
Desafios
31
2 Estratégia 2020-2029
2.1 Enquadramento do Plano
32
Tabela 1: Instrumentos políticos, estratégicos e operacionais, nacionais e
internacionais
Nacionais
5) Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP) - define os limites do médio prazo para a
implementação do plano do Governo (três anos) considerando todos os sectores
económicos e sociais.
10) Programa de Actividades (PdA)- traduz as acções identificadas no PES por cada
sector em actividades concretas ligando-as ao orçamento disponibilizado para a sua
implementação (através do Orçamento do Estado ou outras contribuições conhecidas,
porém não inclusas no orçamento).
33
mandato acompanhar a implementação do Plano Estratégico da Educação como
estipulado no memorando de entendimento aprovado entre MINEDH e parceiros em
Abril de 2017.
12) Arranjo específico de coordenação existente entre o MINEDH e parceiros de
cooperação que financiam o orçamento da Educação, conhecido como o Fundo de
Apoio de sector de Educação (FASE). O memorando de entendimento entre os
parceiros do FASE e o MINEDH.
Áreas Temáticas
14) Estratégia de Género, Educação (2016 - 2020)- define as acções de médio prazo
para promover a igualdade de género na Educação.
Internacionais
3) Agenda 2063 da União Africana, que Moçambique adoptou em Janeiro 2015 para
fazer parte de uma estrutura de desenvolvimento que busca acelerar a transformação
económica de Africa no período de 50 anos.
34
2.2 Visão e Missão
A visão e a missão apresentadas são alinhadas com vários documentos-chave, como a
Constituição da República, a Lei N.o 18/2018, de 28 de Dezembro, que aprova o Sistema
Nacional de Educação, o Programa Quinquenal do Governo (PQG), a Agenda 2025 e a
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável:
2.2.1 Visão
2.2.2 Missão
35
Esta missão implica que:
36
impacto sobre a aprendizagem do aluno1. Para além da resposta à questão do
absentismo estudantil, este objectivo responde aos desafios relacionados com:
a eficiência interna do SNE (promovendo a redução dos rácios alunos-professor,
da repetição e do abandono escolar); a igualdade de oportunidades no acesso
e retenção (a nível de género, condição socioeconómica, localização geográfica
e necessidades educativas especiais); a provisão de infraestruturas e
equipamentos escolares inclusivos para todos os alunos e resilientes aos efeitos
dos desastres naturais; a implementação do Programa de Alimentação Escolar;
a expansão da modalidade do ensino à distância; o desenvolvimento de
parcerias para a diversificação da oferta educativa; e a introdução de medidas
de incentivo à demanda da educação, envolvendo as famílias e a comunidade
escolar. Estes aspectos são desenvolvidos na Secção 2.3.1.
1 O absentismo dos professores e dos gestores de escola (assunto tratado no 3º objectivo estratégico
principal e no Programa 6) é igualmente um fenómeno que afecta a aprendizagem do aluno, principalmente
por via do tempo de instrução diário. De acordo com Bassi et al (2019), no ensino primário, o tempo diário
de instrução é de 2 horas e 38 minutos de aulas, um valor abaixo dos padrões internacionais.
37
avaliação do processo de ensino-aprendizagem que traga os incentivos
correctos a alunos, professores e gestores escolares.
38
conclusão dentro de um subsistema educativo e a respectiva redução da repetição e
abandono escolar.
Tendo por referência a Lei n.º 18/2018 do SNE, transcrevem-se os objectivos gerais que
se relacionam com o primeiro objectivo estratégico principal:
39
e jovens do sexo feminino, incluindo as práticas associadas ao casamento e a gravidez
precoces. Por último, o sistema regista, em todos os níveis, disparidades a nível da
equidade de oportunidades, a desfavor da população com fraco/baixo poder económico
e localizada nas áreas rurais.
40
o desenvolvimento de uma estratégia transversal de prevenção e resposta aos
desastres naturais e outras emergências no sistema educativo;
A Lei n.º 18/2018 estabelece os seguintes objectivos gerais que se relacionam com este
eixo prioritário, aqui transcritos:
41
Valorizar as línguas, arte, cultura e história moçambicanas com o objectivo de
preservar e desenvolver o património cultural da nação;
42
a criação de mecanismos de avaliação de aprendizagem em todos os
subsistemas, que permitam recolher e analisar a evidência sobre o que os alunos
estão a aprender, as lacunas existentes, as suas causas e os métodos para a
melhoria de um processo de ensino-aprendizagem centrado no aluno;
2 Esta é uma experiência que foi desenvolvida pelo projecto MUVA Assistentes. Os resultados do projecto
indiciam que a presença do assistente de turma, em salas superlotadas, está associada a melhorias do
tempo útil de instrução e a ganhos de aprendizagem.
43
2.3.3 Assegurar a governação transparente, participativa,
eficiente e eficaz
O presente objectivo retrata as componentes de governação e administração do sistema
a nível central e local, incluindo os processos de planificação, orçamentação, execução,
monitoria, supervisão, controlo e inspecção. Existem dois elementos que são
fundamentais para o sucesso destes processos de governação: (i) a gestão dos
recursos humanos da Educação, e (ii) a gestão da multiplicidade de interacções entre
os diferentes actores no sistema, nomeadamente, as famílias, as comunidades, os
professores, os alunos, os funcionários administrativos, os parceiros, as autoridades
locais de governação e as instituições privadas.
O absentismo é apenas uma face do problema uma vez que é necessário melhorar a
eficiência e eficácia do trabalho quando o director e o professor estão na escola. Uma
avaliação revela que a actual formação de gestores escolares não se tem traduzido em
mudanças significativas para a escola (MINEDH 2015b). Uma dimensão fundamental
para a eficiência e eficácia da gestão escolar são os mecanismos de monitoria,
supervisão e inspecção. Outro aspecto importante é a melhoria do Sistema de
Informação de Gestão da Educação, o qual deve ser orientado para a necessidade de
que a informação estatística seja rigorosa e fiável, permitindo guiar as decisões de
gestão do SNE. Neste contexto, a actualização da Carta Escolar do Sector e o
desenvolvimento de um plano custeado de construção, reabilitação e manutenção de
infraestruturas escolares é uma prioridade imediata, em particular, a nível da
escolaridade básica obrigatória de 9 classes. A resiliência é um desafio adicional para
a governação, uma vez que esta deve estar preparada, para responder a situações de
desastres naturais e emergências. A comunicação é, igualmente, uma prioridade que
deve ser tratada de forma consistente por todas as partes interessadas no
desenvolvimento do Sector.
3 O absenteísmo foi medido em duas visitas a escolas selecionadas de uma amostra nacional. Durante a
primeira visita (anunciada), até dez professores foram selecionados aleatoriamente na lista de professores
da escola. Posteriormente, foi realizada uma segunda visita (não anunciada) na qual os entrevistadores
foram solicitados a verificar se os professores selecionados estavam presentes na escola e a cumprir com
o horário das aulas.
44
Conselhos de Escola e dos mecanismos de financiamento, como por exemplo,
o Apoio Directo às Escolas;
45
Figura 1: Visão, Missão e Objectivos Estratégicos Principais do PEE 2020-2029
Missão
Objectivo Estratégico
Objectivo Estratégico
Principal 3.
Principal 1. Objectivo Estratégico
Principal 2. Assegurar a
Garantir a inclusão e a
governação
equidade no acesso, Assegurar a qualidade
transparente,
participação e da aprendizagem.
participativa, eficiente e
retenção.
eficaz.
Principais Desafios
Igualdade de
oportunidades de Formação inicial e Capacidade
acesso e retenção contínua de institucional nos
(incluindo a nível de professores; processos POEMA;
género e NEE);
Desenvolvimento e Assiduidade de
Assiduidade estudantil; implementação Professores e Gestores
curricular; Escolares;
Redução do Rácio
alunos-professor; Diversificação do Selecção, capacitação
processo de ensino- e avaliação de
Redução da Repetição
aprendizagem, com recursos humanos;
e abandono escolar;
recurso às TIC;
Monitoria, supervisão e
Melhoria do Ambiente
Monitoria e avaliação Inspecção da
escolar;
das aprendizagens. Educação.
Incentivos à demanda.
46
3 Programas do PEE 2020-2029
3.1 Estrutura de Organização dos Programas do PEE 2020-
2029
Os programas do PEE 2020-2029 seguem a estrutura dos subsistemas da Lei n.º
18/2018 do SNE. A única excepção prende-se com os subsistemas de Educação
Profissional e Ensino Superior, que são alvo de planificação estratégica promovida pelo
MCTESTP. A Secção 2.3. alerta para a necessidades de se ter uma estratégia holística
e sistémica do Sector. Este facto obriga a ter em atenção as ligações que unem os
diferentes subsistemas, que são cruciais para se atingir um desenvolvimento equilibrado
e inclusivo de todo o Sector. Neste sentido, uma coordenação institucional efectiva entre
o MINEDH e o MCTESTP é condição essencial para a concretização não só dos
Programas do PEE 2020-2029, mas também da visão, missão e objectivos estratégicos
dos subsistemas de Educação Profissional e Ensino Superior, que são mencionados de
forma resumida no fim deste capítulo (ver Secção 3.8).
47
Programas do PEE 2020-2029
1. Educação Pré-Escolar
2. Ensino Primário
3. Ensino Secundário
4. Educação de Adultos
5. Educação e Formação de Professores
6. Desenvolvimento Administrativo e Institucional
48
actual do programa. As acções prioritárias possuem carácter estratégico e serão
desdobradas – aquando do Plano Operacional – em actividades devidamente
orçamentadas.
Para cada objectivo geral e para cada um dos três objectivos estratégicos de cada
programa são definidas metas (e respectivos indicadores) para o período de 2020-2029.
A definição das metas associadas aos objectivos de cada programa resultam de um
processo iterativo que inclui um exercício de simulação de cenários, o cálculo de custos
e das necessidades de financiamento e, ainda, o diálogo sobre a priorização das
estratégias. Este exercício tem como objectivo garantir a viabilidade política, técnica e
financeira das estratégias incluídas no PEE 2020-2029.
Visão do
Programa
Objectivo
Geral
49
actividade) que são mais precisos e detalhados, com um cronograma mais curto, com
orçamento estabelecido e um enquadramento mais previsível. Os planos operacionais
são passíveis de alteração e devem ser usados de maneira flexível, por meio de um
sistema de monitoria e avaliação regular. O primeiro exercício de flexibilidade destes
instrumentos de planeamento será a nível do seu alinhamento com o Programa
Quinquenal do Governo (PQG) 2020-2024 e com a estrutura da orçamentação por
programas.
Equidade de género
50
As opções estratégicas do PEE 2020-2029 no que concerne à equidade de género estão
alinhadas com a Estratégia de género do sector de Educação, elaborada em 2016. Esta
Estratégia estabelece três objectivos que correspondem aos três eixos dos objectivos
estratégicos principais do PEE 2020-2029 (MINEDH 2016):
51
no SNE. Relativamente aos índices de orfandade, de acordo com dados de 2018, esta
afecta 12% dos alunos matriculados no Ensino Primário. Muitas destas crianças são
crianças em risco e que podem possuir NEE. Para atender a esta realidade, o MINEDH
desenvolveu, em 2017, a Estratégia para a Educação Inclusiva (MINEDH 2017) através
da qual são estabelecidos os seguintes objectivos gerais:
52
No entanto, verifica-se ainda a necessidade de melhorar os regulamentos e
mecanismos de identificação, denúncia e seguimento de casos, incluindo formação e
recursos para responder a estes problemas nas escolas.
53
construção de escolas resilientes e polivalentes e planos de contingência para a
sua rápida reabilitação, reconstrução ou disponibilização de instalações e
equipamentos temporários, não esquecendo a importância das latrinas e acesso
a água potável.
inclusão nos currículos de formação de professores de competências para a
redução de risco de desastres e para o apoio psicossocial das crianças em casos
de emergência.
criação de programas de alimentação escolar para serem activados em
situações de emergência.
integração de indicadores desagregados que identifiquem crianças vulneráveis
e outros aspectos que permitam o rápido mapeamento de necessidades para se
responder a casos de emergência.
desenvolvimento de mecanismos de monitoria que permitam i) a prestação de
contas às populações afectadas por emergências ii) fornecer dados actualizados
sobre o processo de reabilitação, para a tomada de decisões.
optimização do uso dos recursos disponibilizados ao Ensino Primário, tornando
o Sistema eficiente e eficaz, incluíndo fornecimento e distribuição de materiais
de ensino-aprendizagem nas zonas afectadas pelos ciclones.
Uma estratégia comprovadamente eficaz para combater alguns dos maiores problemas
identificados no Sector, tal como o acesso, a participação, a retenção e a equidade, é
fazer uso de programas de alimentação e nutrição escolar (WFP 2017 e WFP 2019).
Diversos estudos revelam que a implementação de programas de alimentação escolar
facilita o acesso à escola, aumenta a participação e retenção, para além de melhorar a
nutrição e saúde das crianças. Estes programas estão ainda associados a efeitos
positivos a nível da agricultura e economia local.
A Lei n.º 18/2018, do SNE estabelece que um sistema educativo é inclusivo quando
respeita as diferenças entre os indivíduos a vários níveis, incluindo a nível de saúde, e
permite que as suas estruturas atendam às necessidades de todos. A nível de saúde
infantil, é de destacar que quase metade (43%) das crianças entre os 0-5 anos sofrem
de subnutrição (INE et al 2013). Adicionalmente, são muitas as crianças que vão para a
escola sem terem tomado qualquer refeição. Esta realidade representa um impacto
negativo no desenvolvimento físico e cognitivo das crianças, para além de afectar a sua
aprendizagem. Neste contexto, foram várias as modalidades de programas de
alimentação escolar que foram sendo introduzidos pelo MINEDH, antes do início da
implementação, em 2013, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PRONAE).
O PRONAE está assente em 3 pilares (MINEDH 2019a):
54
associados aos aumentos de produtividade ou poupanças a nível de saúde pública
(Gonçalves et al 2019). A expansão do programa de alimentação escolar tem enfrentado
desafios a nível orçamental, uma vez que é financiado, maioritariamente, por fundos
externos. A criação de um arcabouço institucional, através da publicação de uma
estratégia de curto e médio prazo, uma legislação específica aprovada pela Assembleia
da República, e a definição de uma estratégia e mecanismo de financiamento
sustentável, é uma das correntes de trabalho que deve progredir no período de 2020-
2029. Adicionalmente, o actual plano inclui as seguintes prioridades para esta área:
Desporto escolar
O desporto escolar tem crescido nos últimos anos, através da realização de jogos e
torneios que, desde 2012, abrangem cerca de 6.7 milhões de estudantes. Entre estes
destaca-se o Festival Nacional dos Jogos Desportivos Escolares. Apesar dos
progressos, existem, ainda, desafios que impedem uma massificação do desporto
escolar, visto que num universo de mais de 15 mil escolas, somente 1.815 possuem
instalações adequadas para o efeito. É neste contexto que no período 2020-2029 será
dada continuidade ao trabalho desenvolvido nesta área, nomeadamente:
55
3.2 Programa: Educação Pré-Escolar
Nos últimos anos regista-se um aumento da atenção do Governo para com este
subsistema, como uma das soluções para melhorar o desempenho dos alunos no
Ensino Primário (MINEDH 2015). Em 2012 foi aprovada a Estratégia de
Desenvolvimento Integrado da Criança em Idade Pré-Escolar (DICIPE) - com base nos
resultados da iniciativa de Desenvolvimento da Primeira Infância (DPI) - a qual integra
as componentes de nutrição, saúde materno-infantil, HIV-SIDA, Educação Pré-Escolar,
protecção e acção social.
As famílias mais pobres, localizadas maioritariamente nas zonas rurais, não têm
possibilidade de cobrir os custos para aceder a serviços de EPE, na sua maioria de
iniciativa privada (Harma 2016 e MINEDH 2015). À medida que o mercado para a EPE
se expande para absorver aqueles que podem pagar, uma proporção considerável de
famílias pobres, localizadas nas zonas rurais, permanecerá excluída desta oportunidade
e as suas crianças entram em desvantagem nas escolas primárias. Adicionalmente,
muitas destas crianças localizadas em áreas rurais constituem a maioria dos cerca de
43% de crianças com menos de 5 anos que sofrem de malnutrição, uma realidade que
afecta o seu desenvolvimento cognitivo e diminui a prontidão escolar para o Ensino
Primário (MINEDH 2018). A malnutrição deverá ser alvo de intervenção nos próximos
anos, no âmbito da presente Estratégia. Diversos estudos revelam ser precisamente as
crianças de famílias mais vulneráveis, incluindo crianças com necessidades educativas
especiais, aquelas que maiores retornos retiram da EPE (ver, p.e., Gertler et al. 2014 e
Grantham-McGregor et al. 2014).
56
década. Neste contexto, a participação de todas as crianças de 4 e 5 anos na EPE
implicaria um esforço do subsistema para acomodar cerca de 2 milhões de vagas até
2030.
175%
2,000,000
150%
1,500,000 125%
100%
1,000,000 75%
50%
500,000
25%
0 0%
De acordo com o Regulamento da Lei n.º 18/2018, do SNE compete ao Ministério que
superintende a área da Criança e Acção Social em coordenação com os Ministérios que
superintendem as áreas da Educação e Saúde a definição de normas de EPE, apoio e
fiscalização do seu cumprimento, definição dos critérios e normas para a sua abertura,
funcionamento e encerramento. No entanto, persistem desafios quanto à clareza dos
papéis dos intervenientes, na operacionalização deste regulamento.
57
infância e dos demais profissionais deste subsistema, incluindo os facilitadores das
escolinhas comunitárias.
58
3.2.2 Visão
A Constituição da República estabelece, no seu artigo 121, o direito de todas as crianças
à protecção da família, da sociedade e do Estado, tendo em vista o seu desenvolvimento
integral. Cumprindo com este desígnio, o Governo desenvolveu uma série de iniciativas,
tendo em vista a protecção da criança, incluindo a Lei sobre a Promoção e Protecção
dos Direitos da Criança (Lei N.º 7/2008, de 9 de Julho), a Estratégia da Acção Social
sobre a Criança (Resolução do Conselho de Ministros N.º 8/89), a Política Nacional de
Saúde Neonatal e Infantil em Moçambique e o Plano Nacional de Acção para a Criança.
É neste contexto que se aprovou, em 2012, o Projecto do DICIPE, com o propósito de
definir as estratégias para as diferentes fases do desenvolvimento da criança em idade
Pré-Escolar. Esta estratégia estabelece a seguinte visão (MINED 2012: 23):
A estratégia definida para expandir gradualmente o acesso equitativo deve começar por
uma avaliação dos actuais projectos-piloto de EPE e pela elaboração da Carta Escolar
para este subsistema. Estas duas tarefas precedem o desenvolvimento de um plano
custeado para a expansão da EPE, com metas anuais para o período de 2020 a 2029.
Garantido o alinhamento com a estratégia do DICIPE, este plano deve conter ainda os
seguintes elementos:
59
Terceiro, deve garantir a continuidade das inúmeras escolinhas e centros que foram
alvo de projectos piloto nos últimos anos, evitando o risco de se perderem as boas
práticas adquiridas;
Quarto, deve-se integrar uma componente de saúde e nutrição escolar de forma a
reduzir os elevados índices de desnutrição que afectem as crianças desta idade;
Quinto, deve garantir a inclusão de todas as crianças, prestando atenção, desde o
início do percurso educativo, a questões de género e de atendimento às
necessidades educativas especiais.
Sexto e último, deve ser acompanhado de uma estratégia de consciencialização dos
pais, famílias e comunidade escolar sobre os benefícios da EPE.
Esta Estratégia está alinhada com as recomendações dos principais estudos no Sector,
incluindo o appraisal report ao PEE 2012-2016 (Takala e Ahmed 2011) ou o relatório da
UNESCO (2018b) que analisam o cumprimento do direito à educação em Moçambique.
60
Elaborar e implementar um plano custeado de expansão gradual da EPE,
priorizando os distritos que registem os indicadores mais baixos de aprendizagem,
no Ensino Primário.
A concretização desta acção prioritária prevê no Plano Operacional, o
desenvolvimento de actividades que:
- Assegurem o mapeamento dos distritos que registem indicadores mais
baixos de aprendizagem no EP.
- Permitam identificar crianças com NEE, a fim de que as mesmas possam
usufruir da frequência da EPE.
- Garantam a implementação da estratégia de equidade de género desde o
início do percurso educativo.
Implementar, no âmbito da expansão do acesso da EPE, a componente de saúde e
nutrição.
A concretização desta acção prioritária prevê no Plano Operacional, o
desenvolvimento de actividades que:
- Permitam elaborar um modelo de projecto com base em experiências
existentes (nacionais e internacionais) para a componente de saúde e
nutrição.
Promover parcerias e soluções flexíveis e inovadoras para a implementação do
Plano de Expansão da EPE.
A concretização desta acção prioritária prevê no Plano Operacional, o
desenvolvimento de actividades que:
- Assegurem o mapeamento dos diferentes modelos da EPE existentes em
Moçambique (e a nível internacional), para a implementação em diferentes
contextos do país.
- Promovam a mobilização de parceiros privados e comunitários, para a
implementação da EPE.
61
- Criem condições para a implementação da estrutura organizacional e
administrativa deste subsistema, a todos os níveis, incluindo a capacitação
institucional de modo a assegurar a transparência, eficiência e eficácia.
62
Figura 5: Programa 1 – Sumário da situação actual e estratégia 2020-2029
Impacto 60% das instituições da EPE cumprem com os Padrões Nacionais de Aprendizagem e o Currículo Nacional.
▲ ▲ ▲
Resultados 17% de crianças de 0-5 anos cobertas pela 95% dos educadores de infância capacitados 80% de instituições de EPE monitoradas
estratégicos (2029) rede de educação Pré-Escolar em currículo nacional cumprem o quadro normativo da EPE.
▲ ▲ ▲
Resultados
10% de crianças de 0-5 anos cobertas pela 40% dos educadores de infância capacitados 30% das instituições de EPE monitoradas que
estratégicos
rede de Educação Pré-Escolar em currículo nacional cumprem o quadro normativo da EPE.
intermédios (2024)
▲ ▲ ▲
Implementado o Plano de Expansão gradual da
Resultados das EPE. Criados e implementados cursos para formação Revisto e implementado o quadro normativo
Acções Prioritárias Introduzida componente de saúde e nutrição. de educadores de infância de nível médio da EPE.
Promovidas parcerias e soluções inovadoras.
▲ ▲ ▲
Estratégia 2020 - Promover a expansão gradual do acesso
2029 equitativo, a um ano de EPE, priorizando os Fortalecer a qualidade da EPE, através da Consolidar a governação da EPE a nível
Objectivos distritos com indicadores mais baixos de implementação do currículo nacional. nacional.
Estratégicos aprendizagem, no Ensino Primário.
▲ ▲ ▲
Estratégia 2020 -
2029 Desenvolver o subsistema da EPE para estimular o desenvolvimento psíquico, físico e intelectual e preparar as crianças para a prontidão escolar.
Objectivo Geral
▲ ▲ ▲
Reduzido acesso à EPE – somente 3,5% das
crianças entre 3 e 5 anos. Inexistência de padrões nacionais de Inexistência de um quadro político, legislativo
Principais Desafios
Oferta inexistente nas áreas rurais. desenvolvimento e aprendizagem para a EPE. e regulamentar com competências
e Factores Críticos
43% de crianças com menos de 5 anos com Inexistência de um currículo uniformizado. institucionais claras
índices de subnutrição.
63
3.2.6 Matriz estratégica
Meta
inter
Base medi Meta final Meios de
Objectivo Geral Indicador de Impacto OBS
(2019) a (2029) Verificação
(2024
)
Percentagem de
Desenvolver o subsistema da
instituições da EPE que
Educação Pré-Escolar para
cumprem com os
estimular o desenvolvimento Relatórios
Padrões Nacionais de 12%
psíquico, físico e intelectual e, N/A 60% de
Aprendizagem e o
preparar as crianças para a supervisão
currículo nacional
prontidão escolar.
.
Indicadores de Base 2024 Meta Meios de
Objectivos Estratégicos Acções Prioritárias
Resultado (2019) (2029) Verificação
1. Elaborar e implementar um plano custeado de
1º Objectivo Estratégico expansão gradual da EPE, priorizando os distritos
Total 10%
Acesso, Retenção e 2% 17% EMIS que registam indicadores mais baixos de
H/M
Equidade aprendizagem, no Ensino Primário.
Promover a expansão gradual Percentagem de
do acesso equitativo à crianças de 0-5 anos 2. Desenhar e implementar, no âmbito da expansão
Educação Pré-Escolar, cobertas pela rede de do acesso da EPE, a componente de saúde e
priorizando os distritos com educação Pré-Escolar nutrição.
Raparig
indicadores mais baixos de N/D 8% 16% EMIS
as
aprendizagem no Ensino 3. Promover parcerias e soluções flexíveis e
Primário. inovadoras para a implementação do plano de
expansão da EPE.
2º Objectivo Estratégico
1. Harmonizar e implementar os padrões nacionais
Qualidade Percentagem de Relatórios
40% de qualidade.
Fortalecer a qualidade da educadores de infância dos
N/A 95%
Educação Pré-Escolar, capacitados em Institutos de
2. Elaborar e implementar o currículo nacional
através da implementação do currículo nacional Formação
alinhado com os padrões de aprendizagem.
currículo nacional.
64
Percentagem de
instituições de EPE
3º Objectivo Estratégico monitoradas que
Relatórios
Governação cumprem o quadro 1. Rever o quadro normativo da EPE e garantir a
N/A 30% 80% de
Consolidar a governação da normativo da EPE, sua implementação.
supervisão
EPE a nível nacional. incluindo as condições
para atendimento de
crianças com NEE.
Base
Matriz EPE desagregada por ano Metas
(2019)
Indicadores de Total/
Objectivos Estratégicos 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029
Resultado H/M
1º Objectivo Estratégico
Acesso, Retenção e
Total 10% 12.5
Equidade 2% 3% 5% 7% 9% 11% 14% 15% 17%
H/M %
Promover a expansão gradual Percentagem de
do acesso equitativo, a um crianças de 0-5 anos
ano de Educação Pré-Escolar, cobertas pela rede de
priorizando os distritos com educação Pré-Escolar
Raparig
indicadores mais baixos de N/D 3% 5% 6% 7% 8% 11% 12% 13% 15% 16%
as
aprendizagem, no Ensino
Primário.
Elabora Curríc 20%
do ulo
currículo nacion
nacional al
para o difundi
2º Objectivo Estratégico Pré- do e
Qualidade Percentagem de escolar realiza
do o
Fortalecer a qualidade da educadores de infância
N/A pilo de 30% 40% 50% 60% 70% 80% 95%
Educação Pré-Escolar, capacitados em capacit
através da implementação do currículo nacional ação
currículo nacional. de
educa
dores
de
infânci
a
65
Estabel
Percentagem de
ecimen
instituições de EPE
to de
3º Objectivo Estratégico monitoradas que
mecani
Governação cumprem o quadro
N/A smos
Consolidar a governação da normativo da EPE, 10% 10% 10% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
de
EPE a nível nacional. incluindo condições
monitor
para atendimento de
ia
crianças com NEE.
66
3.3 Programa: Ensino Primário
1º ciclo – 1ª e 2ª classes
2º ciclo – 3ª a 5ª classe
3º ciclo – 6ª e 7ª classes
Este subsistema, em que se regista maior oferta e maior participação, é o que representa o
maior investimento do Sistema Nacional de Educação e também o que se encontra sob
maior pressão devido às elevadas taxas de crescimento demográfico e à estrutura etária da
população, em que mais de metade se encontra em idade escolar.
Apesar dos progressos alcançados nos últimos anos/décadas, como a redução do abandono
escolar, a expansão da cobertura escolar (com cerca de quatro vezes mais crianças a
frequentar o EP do que há dez anos), a eliminação de barreiras à educação da rapariga
grávida, com a revogação do Despacho 39/2003, em 2019, e a implementação da Estratégia
de Género do sector da Educação, prevalecem ainda muitos desafios a que este PEE
pretende dar resposta.
67
Figura 6: Taxas brutas de escolarização do EP entre 2011 e 2018
68
e mais de metade desistem antes de concluírem a 5ª classe). As principais causas
associadas a este fenómeno são a gravidez precoce, e as uniões forçadas.
Um dos factores que contribui para a baixa qualidade da educação é a limitada competência
de alguns professores, resultante da deficiente base de partida dos programas de formação
e formadores dos IFP, associada à insuficiente supervisão e apoio pedagógico, no exercício
das funções. Nas escolas onde os professores têm mais conhecimentos e são assíduos
regista-se, em regra, melhor aproveitamento. O rendimento escolar no EP é ainda
influenciado pelo facto de o EP estar a ser leccionado numa língua não familiar para a
maioria das crianças, particularmente, nas zonas rurais.
Salas de aula
Nº de
Província Salas Precárias
Escolas Salas Convencionais
(Cimento/Tijolo)
(Maticadas, Pau-a-pique e Total
outras)
4O absentismo dos professores e gestores escolares é alvo de estratégia transversal no Programa 6 – Secção
3.7.
69
Niassa 1,213 2,784 61% 1,757 39% 4,541
Sofala 931 3,055 57% 2,27 43% 5,326
Tete 1,257 4,773 74% 1,678 26% 6,451
Zambézia 2,598 5,074 45% 6,167 55% 11,241
C. Maputo 132 1,943 99% 11 1% 1,954
Total 12,403 38,464 58% 28,181 42% 66,645
Fonte: MINEDH (2019)
O Relatório refere que o progresso nas construções não foi acompanhado de um aumento
do número de professores, o que teve um impacto negativo no rácio de alunos por professor.
São, igualmente, identificados desafios a nível da taxa de reposição de livros escolares, o
que faz com que a proporção de alunos com livros de Português e de Matemática varie entre
os 57 e os 86%.
70
A Lei n.º 18/2018, de 28 de Dezembro, que aprova o Sistema Nacional de Educação (SNE),
estabelece uma nova organização do Ensino Primário das actuais sete classes para um
ensino primário de seis classes com um plano curricular contínuo e ministrado em regime
de monodocência. Desta forma, a partir de 2023, o Ensino Primário será organizado em dois
ciclos de aprendizagem:
1° ciclo, 1ª a 3ª classe;
2° ciclo, 4ª a 6ª classe.
3.3.2 Visão
Esta visão está alinhada com os desafios identificados para este subsistema,
nomeadamente o da qualidade e da equidade com foco na igualdade de género para que
todas as crianças possam concluir com qualidade os dois ciclos do EP. Como é referido na
Agenda 2025 é necessário dedicar especial atenção à formação e educação da rapariga
para que possa usar todo o seu potencial.
A Lei N.o 18/2018, de 28 de Dezembro, Lei do Sistema Nacional de Educação, refere o facto
de este nível inicial de escolarização ser fundamental para o desenvolvimento da
personalidade das crianças e sua preparação para o ingresso na vida produtiva, dando
assim ênfase ao seu importante papel social e de cidadania.
Este objectivo, corroborado pela Lei N.º 18/2018, de 28 de Dezembro, vem responder à
necessidade de estender o acesso de todas as crianças a todo o EP. Assim, perante o
reconhecimento desta realidade, o PEE assume o desafio de criar mecanismos de resposta
às causas do problema, que estão também associados a questões de inclusão e equidade,
mas também de falta de condições nas escolas e nas salas de aula (a nível de construção
e reabilitação), mais meios pedagógicos, materiais mais inovadores e o recurso às
tecnologias.
Dois eixos prioritários privilegiam a inclusão e a equidade com foco nas crianças com
necessidades educativas especiais (NEE) e nas raparigas. Estes pretendem responder às
normas socioculturais, práticas culturais nocivas e papéis de género que afectam as crianças
e, sobretudo, as raparigas. Trata-se de uniões forçadas, da violência, do abuso sexual que
afectam, sobretudo, as raparigas, que se reflectem na retenção.
71
O alcance deste objectivo está também associado às condições das escolas, na oferta da
educação e inclui acções prioritárias destinadas ao aumento da capacidade destas, a nível
de infraestruturas e equipamentos, para responder ao aumento constante da população e
ao elevado rácio alunos/professor, assim como à melhoria das condições de aprendizagem
para que a escola seja mais atractiva e motive a participação e retenção dos alunos até ao
final do EP. No período 2020 a 2029 o MINEDH vai continuar a expansão da rede escolar,
com prioridade para a diminuição da distância escola-casa e a generalização do acesso à
escolaridade básica obrigatória de 9 classes, conforme a nova Lei do Sistema Nacional de
Educação. Para a solução do problema das turmas ao ar livre, nas zonas rurais será
potenciada a construção de salas de aula com materiais mistos (salas “Mistas”), através de
programas de envolvimento comunitário e priorização das cotas de novas salas de aula para
as províncias e distritos onde esse fenómeno se verificar mais acentuado. Nas zonas
urbanas com turmas ao ar livre e turmas congestionadas será priorizada a construção, em
altura, como forma de resolver o problema da escassez de terra urbana. Neste período, e
contemplando os princípios acima definidos, o plano de construção de salas de aulas prevê
a expansão do Ensino Primário e Secundário, com a construção de um total 8.000 salas de
aulas, sendo aproximadamente 80% para o EP, incluindo a requalificação de escolas
primárias para escolas básicas.
Para além da oferta, a melhoria das condições de aprendizagem deve integrar também a
demanda da educação, através de incentivos às famílias e à comunidade escolar (p.e.
introdução de modalidades de Educação Parental; e partilha de informação sobre os
benefícios da educação). A resolução dos principais desafios em termos de acesso,
participação e retenção, no Ensino Primário, exigem a adopção de uma abordagem holística
e transversal. Por exemplo, a redução dos rácios alunos-professor depende do alinhamento
entre as componentes de infraestruturas, formação e colocação de professores e ainda de
gestão escolar (para controlo do nível de absentismo dos professores – desafio considerado
no Programa do Desenvolvimento Administrativo e Institucional). Outro exemplo de um
desafio que exige uma abordagem integrada é a resposta ao absentismo estudantil. Para
além das dimensões directamente relacionadas com a oferta e demanda da educação, este
fenómeno exige o envolvimento das autoridades do poder local que devem contribuir na
responsabilidade de zelar para que as crianças cumpram com o seu direito e dever
educativos.
72
aluno inicie o desenvolvimento das competências nas novas disciplinas, na sua língua
materna. Para garantir a expansão do Ensino Bilingue, o modelo de formação de professores
12ª+3 prevê o desenvolvimento de competências específicas a nível do ensino bilingue. Esta
modalidade de ensino tem produzido resultados positivos em comparação com os alunos do
Ensino Monolingue, segundo os estudos realizados pelo INDE (2006) e Ngunga (2010).
O alcance deste objectivo visa melhorar a eficiência da gestão escolar, usando recursos que
já existem, reforçando o papel dos Conselhos de Escola e dos Gestores escolares.
Os eixos prioritários que permitem atingir este objectivo estão também orientados para
responder a alguns dos problemas graves a afectar o bom funcionamento das escolas e a
sua ligação com a comunidade local: a falta de assiduidade (absentismo) dos professores e
gestores escolares, a gestão eficiente de fundos e a prevenção e resposta às disparidades
de género e à violência nas escolas. Deve-se, igualmente, assegurar o uso das TIC na
gestão das turmas (incluindo as avaliações), da escola (incluindo os recursos humanos e
financeiros) e do ensino (no distrito), facilitando a melhoria do funcionamento da escola e da
aprendizagem dos alunos.5
5No Programa de Educação e Formação de Professores é abordada a estratégia de formação dos gestores
escolares sendo que o processo de selecção das lideranças escolares é considerado no Programa do
Desenvolvimento Administrativo e Institucional.
73
Respondam às disparidades regionais em termos de acesso, participação e retenção
no EP, realizando estudos que ajudem a compreender as causas associadas e a
produção de plano de resposta a esta problemática.
Promovam medidas para a melhoria do acesso e participação de crianças com NEE
(p.e. introdução de assistentes nas escolas para auxiliar os professores na gestão de
turmas inclusivas e de Psicólogos Escolares; garantia de, pelo menos, um professor
por escola que seja capaz de trabalhar com alunos com NEE; acções de capacitação
da comunidade escolar em matéria de educação inclusiva; mecanismos de
transporte escolar, e reforço do espírito colaborativo entre os alunos e do respeito
pelas diferenças).
Permitam identificar e responder a casos de crianças em risco, nomeadamente, as
raparigas, de práticas culturais nocivas tais como uniões prematuras e alguns ritos
de iniciação (p.e. capacitação dos pontos focais de género e dos Conselhos de
Escola (CE) para dar resposta a estes casos, ter a escola como centro de acções de
sensibilização das comunidades contra estas práticas, atribuição de prémios às
escolas que promovam a equidade de género, criação de círculos de interesse e
espaços seguros onde as raparigas possam falar dos seus problemas e ser
empoderadas, e promovam a educação sexual).
Permitam identificar e responder a casos de violência nas escolas, nomeadamente,
contra as raparigas (implementação do mecanismo institucional de identificação e
resposta a casos de violência, a revisão da legislação que orienta a conduta e a
profissão do professor para colmatar o vazio legal no que respeita a sanções em
casos de violência e abuso sexual, a capacitação dos pontos focais de género e dos
CE para dar resposta a estes casos).
Desenvolvam campanhas nacionais de sensibilização para a importância da escola.
Assegurem a preparação e educação dos jovens em saúde sexual e reprodutiva
adaptada às idades e contextos específicos e que sigam as práticas internacionais
da UNESCO (2019), contribuindo, ainda, para a prevenção do HIV e SIDA.
74
(contadores de histórias, personalidades que se destacam na comunidade numa
determinada área etc.).
Introduzam incentivos à procura da educação, envolvendo as famílias e a
comunidade escolar, explorando a introdução de soluções inovadoras.
75
Assegurem a adaptação, socialização e implementação dos planos curriculares e
dos programas de EP, à luz da Lei 18/18 de 28 de Dezembro, que regula o SNE.
Estimulem o uso das TIC na gestão do EP a nível distrital (incluindo a gestão dos
professores e outros quadros da educação, da rede escolar e qualidade das
infraestruturas), das escolas (gestão dos recursos destas) e da sala de aula
(avaliações, planos de aula e outros).
Promovam a implementação de um processo de avaliação dos directores de escolas
pelos CE.
Incentivem a actualização, divulgação e implementação dos regulamentos de gestão
do EP.
Assegurem que os regulamentos existentes, incluindo o Regulamento Geral das
Escolas do Ensino Básico, consentâneos com a Estratégia de Género no Sector.
Complementem a estratégia desenvolvida no Programa 6 do PEE 2020-2029
referente ao controlo da assiduidade dos directores e professores nas escolas.
Garantam a transparência e a resposta às demandas da comunidade educativa local.
Facilitem a inspecção e supervisão pedagógica das escolas (p.e. através da
indicação de professores com funções de supervisores escolares em cada escola),
a fim de se identificarem as dificuldades de aprendizagem dos alunos e, de forma
colaborativa, projectarem-se soluções.
Identifiquem as necessidades de capacitação dos gestores escolares em matérias
de gestão curricular, pedagógica e financeira e patrimonial.
76
Reforçar a constituição democrática e o funcionamento dos Conselhos de Escola para
que estes desempenhem eficazmente os seus papéis
77
Figura 7: Programa 2 – Sumário da situação actual e estratégia 2020-2029
▲ ▲ ▲
Rácio alunos-professor no EP de 55:1
30% de crianças desenvolvem as competências
requeridas para o 1º ciclo do EP
Resultados Taxa líquida de escolarização na 1ª classe de 80% de escolas monitoradas cumprem os
Pontuação de 500 Português 520 Matemática,
estratégicos (2029) 99% padrões de qualidade no EP
na avaliação SEACMEQ 7, para o 2º ciclo EP
▲ ▲ ▲
Rácio alunos-professor no EP de 61:1
20% de crianças desenvolvem as competências
Resultados requeridas para o 1º ciclo do EP
Taxa líquida de escolarização na 1ª classe de 40% de escolas monitoradas cumprem os
estratégicos Pontuação de 495 Português
98% padrões de qualidade no EP
intermédios (2024) 515 Matemática na avliação SEACMEQ 6, para
o 2º ciclo EP
▲ ▲ ▲
Implementadas medidas para a inclusão e
Implementado o currículo do EP através de
equidade, com foco nas crianças com NEE e nas
práticas pedagógicas inclusivas, incluindo a
raparigas. Promovida uma gestão escolar do EP eficiente
modalidade Bilingue.
Resultados das Melhoradas as condições de apoio à e eficaz.
Garantida a implementação do sistema nacional
Acções Prioritárias aprendizagem na escola para que motivem a Reforçada a constituição democrática e o
de avaliação de aprendizagens.
participação e retenção das crianças. funcionamento dos Conselhos de Escola.
Implementado, monitorado e avaliado o plano de
Construídas e reabilitadas as infra-estruturas do
acção de leitura, escrita e cálculo.
EP, segundo padrões de qualidade e resiliência.
▲ ▲ ▲
Estratégia 2020 - Assegurar o acesso e participação equitativos
Garantir a aprendizagem de qualidade, no que
2029 de todas as crianças, até ao final do EP, com Optimizar o uso dos recursos disponibilizados
refere às competências de leitura, escrita,
Objectivos foco na redução das disparidades regionais, de ao EP tornando o sistema eficiente e eficaz.
cálculo e habilidades para a vida.
Estratégicos género e de integração de crianças com NEE.
▲ ▲ ▲
Estratégia 2020 -
2029 Assegurar que todas as crianças tenham a oportunidade de concluir o Ensino Primário inclusivo e de qualidade.
Objectivo Geral
78
▲ ▲ ▲
Resultados de aprendizagem insatisfatórios
Crescimento demográfico
Insuficiente monitoria e supervisão do processo Necessidade de reforçar os mecanismos de
Elevado rácio alunos-professor, absentismo
Principais Desafios de ensino - aprendizagem responsabilização da gestão escolar.
estudantil e desistência escolar
e Factores Críticos Deficiente aplicação das metodologias de ensino Dificuldade de construir uma ligação efectiva
Disparidades regionais, género e de crianças
A modalidade de Ensino Bilingue não responde entre a escola e a comunidade.
com NEE
às necessidades de todo o território.
79
3.3.6 Matriz Estratégica
Meta
Indicador de Base Meta final Meios
Objectivo Geral OBS intermedia
Impacto (2019) (2029) Verificação
2024
Total H/M 49,0% 54% 59%
Assegurar que todas as EMIS;
Taxa de conclusão
crianças tenham a Aproveitamento
do EP, por sexo
oportunidade de concluir o Raparigas Escolar da 6ª
(ODS 4.1.4
Ensino Primário inclusivo (M) 45,8% 48% 51% classe;
adaptado)
e de qualidade.
(2018)
Meta
Indicadores de Base Meta Meios
Objectivos Estratégicos intermédia Acções Prioritárias
Resultado (2019) (2029) Verificação
2024
1. Implementar medidas para a inclusão e
equidade tais como o atendimento a crianças
1º Objectivo Estratégico com NEE, a prevenção de práticas culturais
Acesso, Retenção e 93,3% 98% nocivas (uniões forçadas e alguns ritos de
Total H/M 99% EMIS
Equidade PQG iniciação), combate à gravidez precoce e à
Assegurar o acesso e violência contra as crianças nas escolas,
participação equitativos de Taxa líquida de com particular foco naquelas que afectam as
todas as crianças, até ao escolarização na 1ª raparigas.
final do Ensino Primário, classe 2. Melhorar as condições de apoio à
com foco na redução das aprendizagem na escola para que
disparidades regionais, de assegurem a participação e retenção das
género e de integração de Raparigas 92,9% 95% 98% EMIS crianças.
crianças com NEE. 3. Construir e reabilitar as infraestruturas do
Ensino Primário, segundo padrões de
qualidade e resiliência.
Rácio alunos-
Total 65 61 55 EMIS 1. Implementar o currículo do Ensino
2º Objectivo Estratégico professor
Primário através de práticas pedagógicas
Qualidade
% de crianças que inclusivas, incluindo a modalidade Bilingue.
Garantir a aprendizagem Avaliação
desenvolvem as 2. Garantir a implementação do Sistema
de qualidade, no que se 4.9% Nacional da 3ª
competências Nacional de Avaliação de Aprendizagens.
refere às competências de (Avaliação 30% classe,
requeridas para o 1º Total 20% 3. Implementar, monitorar e avaliar o Plano
leitura, escrita, cálculo e Nacional realizada na 4ª
ciclo do EP Nacional de Acção de Leitura, Escrita e
habilidades para a vida. 2016) classe (até
(incluindo leitura, Cálculo.
Março)
escrita e
80
matemática) (ODS
4.1.1 adaptado)
81
regionais, de
género e de
integração de
crianças com
NEE.
Rácio
alunos- Total 65 62 62 62 61 61 60 58 57 56 55
professor
% de
crianças que 4.9%
desenvolve (leitura e
Resultad
2º Objectivo m as escrita) 20%
o da
Estratégico competência 7.4% (leitura,
avaliação Realiazçã
Qualidade s requeridas (Matemát escrita Realiaz Realizaçã
Total (leitura, o da 30%
Garantir a para o 1º ica) N/A e N/A ção da 25% N/A o da
H/M escrita e avaliação
aprendizagem ciclo do EP (Avaliaçã Matem avaliaç avaliação
Matemáti
de qualidade, (leitura, o ática) ão
ca
no que se escrita e Nacional
refere às matemática) 2016)
competências (ODS 4.1.1
de leitura, adaptado)
escrita, cálculo 2020 2024 2028
Classificaçã 485
e habilidades o obtida nos Portuguê
para a vida. testes de s
495
português e 505
Total 490 P Portugu 500
matemática, Matemáti
H/M 510 M ês Português
na avaliação ca
SEACMEQ, (SACME
515 520
no 2º ciclo Q4
Matem Matemátic
do EP 2013)
atica a
3º Objectivo
Estratégico Percentage
Governação m de
Optimizar o escolas
uso dos monitoradas
Província
recursos que 20% 30% 33% 36% 39% 40% 48% 54% 63% 72% 80%
e distrito
disponibilizado cumprem os
s ao Ensino padrões e
Primário, indicadores
tornando o de qualidade
sistema
82
eficiente e
eficaz.
83
3.4 Programa: Ensino Secundário
Este nível de ensino registou alguns progressos ao nível do acesso, prevalecendo ainda,
desafios inerentes à:
retenção;
expansão;
taxa de escolarização.
A qualidade de serviços ao nível das instituições de ensino deve ser garantida por
gestores qualificados e motivados. Num futuro imediato, impõe-se investimento na
selecção, recrutamento e formação de gestores escolares.
No que tange à participação dos Conselhos de Escola, importa referir que ainda é
limitada pois alguns dos integrantes não têm capacidade de compreender e discutir os
assuntos relativos à escola, o que exige uma preparação das comunidades para que
tenham uma melhor capacidade de intervenção na vida escolar. (MINEDH 2019a).
84
com vista à elaboração de um programa de reabilitação.
As taxas de reprovação e desistência, no ES, melhoraram nos últimos anos, com uma
redução considerável na taxa de desistências em todas as classes e uma redução
importante das reprovações na 10ª e 12ª classes. No entanto, ainda são preocupantes,
como mostra a seguinte tabela (apresentada na MINEDH 2019a).
A participação das raparigas continua a melhorar em quase todos os níveis, com maior
destaque para o ES (MINEDH, 2019c). Como resultado dos esforços encetados ao
longo dos últimos anos, registou-se um aumento significativo da percentagem de
raparigas no Ensino Secundário nos dois ciclos. Nos últimos 10 anos, a percentagem
de raparigas passou de 43% para 49% estando, portanto, muito próxima da paridade
6 A taxa bruta de escolarização é a relação percentual entre o número total de alunos matriculados num
determinado nível de ensino (independentemente da idade) e a população em idade oficial de frequência
desse nível, num dado ano lectivo.
7 ‘Taxa de conclusão’ refere-se à conclusão do ES1 ou do ES2 na população da idade apropriada.
85
(MINEDH 2019a). O aproveitamento das raparigas tem a tendência de ser mais baixo
que o dos rapazes, mas as diferenças têm vindo a reduzir gradualmente (MINEDH
2019a).
A Estratégia do Ensino Secundário Geral (2009-2015), não foi avaliada até agora e um
subsequente plano não foi produzido (MINEDH 2019a).
No quadro das reformas efectuadas pelo Sector com vista a adequar o sistema
educativo aos desafios da actualidade, foi aprovada a Lei n.o 18/2018, de 28 de
Dezembro, Lei do Sistema Nacional de Educação. Esta Lei institui um Ensino
Secundário de 6 classes, organizado em dois ciclos de aprendizagem. O 1º ciclo, da 7ª
a 9ª classe e o 2º ciclo, da 10ª a 12ª classe.
3.4.2 Visão
Esta visão está alinhada com a visão geral para o PEE. A sua concretização implica
garantir o acesso equitativo, a retenção e a conclusão do Ensino Secundário, com
qualidade.
86
3.4.4 Objectivos estratégicos
O Sector deverá procurar investir, no sentido de expandir o uso das TIC, para a
gestão do ES.
87
3.4.5 Acções prioritárias
Alargar a rede escolar pública com base na Carta Escolar e introduzir soluções
diversificadas.
88
o promovam a igualdade de oportunidades de género a nível do acesso e
retenção no ES.
89
Realizar a transformação curricular à luz da Lei 18/2018, do SNE e implementar
o currículo do ES.
90
Figura 8: Programa 3 – Sumário da situação actual e estratégia 2020-2029
▲ ▲ ▲
Taxa bruta de escolarização 7ª classe do ES1 de 50% dos alunos adquirem as competências
Resultados 90% previstas no currículo 80% de escolas cumprem com os padrões de
estratégicos (2029) qualidade a nível da gestão escolar
Taxa de transição do ES1 para o ES2 de 79.7% Rácio alunos/turma no ES1 de 60:1
▲ ▲ ▲
Resultados Taxa bruta de escolarização 7ª classe do ES1 de 35% dos alunos adquirem as competências
40% de escolas cumprem com os padrões de
estratégicos 85% previstas no currículo
qualidade a nível da gestão escolar
intermédios (2024) Taxa de transição do ES1 para o ES2 de 72.2% Rácio alunos/turma no ES1 de 63:1
▲ ▲ ▲
Expandida a rede escolar pública com base na
Carta Escolar e introduzidas soluções
diversificadas, incluindo a expansão do Ensino à
Distância – tendo em atenção as disparidades
geográficas.
Adoptadas medidas para melhorar a Garantida a gestão eficiente e participativa da
Adoptadas medidas de apoio social e aprendizagem no ES. escola, incluindo a nível do controlo da
aconselhamento psicológico, assegurando a assiduidade de gestores e professores.
Resultados das Avaliado, revisto e implementado um currículo
participação dos mais vulneráveis e a protecção
Acções Prioritárias inclusivo e equitativo. Melhorada a ligação entre a oferta educativa e
dos alunos.
Introduzida a avaliação nacional de as necessidades do mercado de trabalho.
Adoptadas medidas para combater a violência
aprendizagem no final do ES1. Desenvolvidas parcerias público-privadas
baseada no género, violência sexual, uniões
forçadas, gravidezes precoces e outros factores
relacionados com que contribuem para o
absentismo, reprovação e abandono escolar das
raparigas.
▲ ▲ ▲
Assegurar uma educação de qualidade de modo
Estratégia 2020 - Assegurar o acesso equitativo e inclusivo, dando
que os alunos concluam o ES e estejam
2029 atenção especial às raparigas, adolescentes e Assegurar a governação e a liderança
preparados para continuar os estudos, aceder
Objectivos jovens com necessidades educativas especiais, eficiente e eficaz do ES, a todos os níveis.
ao mercado de trabalho e integrarem-se na
Estratégicos priorizando a obrigatoriedade do ES1.
sociedade.
▲ ▲ ▲
Estratégia 2020 -
Expandir o acesso equitativo ao Ensino Secundário e garantir a retenção e conclusão com qualidade para o aluno continuar os seus estudos, se inserir na
2029
vida social e se inserir no mercado de trabalho.
Objectivo Geral
91
▲ ▲ ▲
As reprovações e desistências constituem um
A demanda no Ensino Secundário ultrapassa a grande desperdício de recursos.
provisão de salas de aula e de escolas. A qualidade da educação é baixa, e o
A gestão da escola não é eficiente, nem
Ensino à distância não representativo. aproveitamento das raparigas é mais baixo que o
Principais Desafios participativa.
Distância entre casa e a escola persiste. dos rapazes.
e Factores Críticos A ligação entre a oferta educativa e as
Baixas taxas brutas de escolarização no ES1. Os habitantes mais pobres e os de zonas rurais
necessidades do mercado de trabalho é fraca.
Desequilíbrio de género na composição do têm pior aproveitamento e taxas de conclusão
professorado mais baixas que os habitantes mais afluentes e
de zonas urbanas.
92
3.4.6 Matriz Estratégica
Meta
Indicador de Meta final Meios de
Objectivo Geral Base 2018 intermed
Impacto (2029) Verificação
ia (2024)
Expandir o acesso equitativo Total
ao Ensino Secundário e Taxa bruta de 35% 45%
H/M 15%
garantir a retenção e conclusão do
ES1, por sexo EMIS-
conclusão com qualidade para
M MINEDH
o aluno continuar os seus
estudos, inserir-se na vida (raparig 18% 37% 49%
social e inserir-se no mercado as)
de trabalho.
93
de trabalho e integrarem-se na Rácio
EMIS
sociedade. alunos/turma no Total 60
66 63 MINEDH
ES1
Proporção de
3º Objectivo Estratégico Relatório da
escolas que
Governação 40% Avaliação de 1. Garantir a gestão eficiente e participativa da
cumprem com
Assegurar a governação e a n/d 80% dos Padrões escola.
os padrões e N/A
liderança eficiente e eficaz do e 2. Desenvolver parcerias público-privadas.
indicadores de
ES, a todos os níveis. Indicadores
qualidade
94
N.D.
Proporção de
escolas que (Testag
3º Objectivo Estratégico cumprem os em dos
N/A padrõe 30% 33% 37% 40% 46% 54% 65% 73% 80%
Governação padrões e
Assegurar a governação e indicadores de s e
a liderança eficiente e qualidade indicad
eficaz do ES, a todos os ores de
níveis. qualida
de)
95
3.5 Programa: Educação de Adultos
A avaliação aponta que esta redução e o não alcance das metas é o resultado de uma
diminuição de recursos financeiros para o subsistema, que influenciou directamente os
efectivos deste programa (MINEDH 2019a). O não cumprimento das metas deve-se
igualmente a factores relacionados com a fraca motivação e desistência dos
alfabetizadores devido ao baixo subsídio e pagamento irregular, nomadismo e
priorização, pelos alfabetizandos, de actividades que contribuem para a sua
subsistência (prática de actividades agrícolas, pesca, pequenos negócios, entre outros).
Os factores sociais como os ciúmes dos maridos também constam dos factores que
contribuem para a fraca participação e desistências das mulheres (MINEDH, 2019c).
96
atendimento a este grupo-alvo. No período entre 2014 a 2018, por exemplo, foram
inscritos nos programas de AEA 2.188.061 alfabetizandos e educandos dos quais
452.403 eram crianças com 14 anos de idade ou menos, sendo 257.789 raparigas, de
acordo com o levantamento estatístico do MINEDH. A solução deste problema passa
pela criação de programas de aceleração de aprendizagem para que estas crianças
sejam reconduzidas ao Ensino Primário. A fraca participação dos homens nos
programas de Educação de Adultos e a baixa retenção das mulheres constituem
igualmente motivos de preocupação.
Apesar da taxa de analfabetismo ter reduzido de 44,9% em 2015 para 39%, em 2017,
(ultrapassando a meta estabelecida pela Estratégia da AEA de 41%), continuam várias
disparidades, tais como a taxa de analfabetismo no meio rural (50,7%) e urbano
(18,8%), entre homens (27,2%) e mulheres (49,4%) e regionais, com valores bastante
diversos sobretudo entre províncias do Sul e do Norte onde, por exemplo, Maputo
regista uma taxa de 9,5% e Cabo Delgado de 60,7%.
Taxa de analfabetismo
por província
Cidade de Maputo 9,5
Maputo Província 19,3
Inhambane 32
Gaza 32,4
Manica 34,3
Sofala 43,6
Zambézia 53,9
Tete 55,2
Nampula 56
Niassa 58
Cabo Delgado 60,7
0 20 40 60 80
Participação activa das escolas e dos directores das escolas na gestão de EA;
97
Uso das TIC no Processo de Ensino-Aprendizagem e criação de ambientes
literários para a promoção da leitura;
Assim, o presente PEE pretende dar resposta aos desafios actuais do subsistema de
Educação de Adultos com vista a acelerar a redução da taxa de analfabetismo.
3.5.2 Visão
Esta visão está alinhada com a Lei N.o 18/2018 de 28 de Dezembro, Lei do Sistema
Nacional de Educação, dado que esta se refere à necessidade de proporcionar
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida a todos aqueles que não puderem
frequentar a escola na idade certa, por forma que adquiram as competências
necessárias para o seu desenvolvimento integral, enquanto indivíduos e cidadãos.
Desta forma, para a materialização da visão, constitui prioridade o reforço da qualidade
de ensino e a redução de disparidades regionais e de género.
Este objectivo estratégico está directamente ligado a um dos principais desafios deste
subsistema, em termos de expansão do acesso, garantia da participação inclusiva e
equitativa de jovens e adultos, por forma a eliminar as assimetrias.
98
Para a materialização deste objectivo é fundamental ter em conta a relevância do
currículo, a provisão de recursos didácticos, a afectação de professores, a monitoria e
supervisão.
Para que a Educação de Adultos seja útil e valorizada é fundamental ter uma gestão
mais eficiente e eficaz que permita a alocação coerente de recursos humanos, materiais
e financeiros, a capacitação de alfabetizadores, educadores e gestores e que se garanta
supervisão e monitoria da qualidade de programas oferecidos e dos resultados de
aprendizagem. Uma prioridade a nível de governação prende-se com as acções que
visam reforçar a capacidade dos IFP em andragogia e EA em geral.
99
A concretização desta acção prioritária prevê, no Plano Operacional, o
desenvolvimento de actividades que:
100
o visem a criação de círculos de interesse, sobre temas relevantes para a
comunidade, com uma forte componente de leitura e escrita.
101
Figura 10: Programa 4 – Sumário da situação actual e estratégia 2020-2029
Impacto Taxa de alfabetização de jovens e adultos de 15 anos ou mais de 71% (61.6% do sexo feminino).
▲ ▲ ▲
591.183 jovens e adultos de 15 anos ou mais 3.000 Centros de EA criados pelas escolas
Resultados (354.710 do sexo feminino) que participam nos 94% de jovens e adultos que atingem proficiência 6.500 alfabetizadores com capacitação inicial
estratégicos (2029) programas de EA em literacia e numeracia funcionais 80% dos Centros de EA monitorados
cumprem padrões de qualidade
▲ ▲ ▲
367.078 jovens e adultos de 15 anos ou mais 2.863 Centros de EA criados pelas escolas
Resultados
(220.247 do sexo feminino) que participam nos 50% de jovens e adultos que atingem 4.039 alfabetizadores com capacitação inicial
estratégicos
programas de EA proficiência em literacia e numeracia funcionais
intermédios (2024) 40% dos Centros de EA monitorados
cumprem padrões de qualidade
▲ ▲ ▲
Desenvolvidas acções que respondam às causas
das disparidades regionais na participação na
EA, com foco nas mulheres, raparigas e pessoas Assegurada a implementação de programas de Fortalecidas parcerias ao nível local, nacional,
com NEE. Educação Formal e Não-Formal relevantes regional e global entre as partes interessadas
Integrados nos programas de EA os assuntos através das modalidades monolingue e bilingue. para gestão, diversificação da oferta e
transversais, incluindo género, prevenção de Monitorado, supervisionado e avaliado o financiamento de programas de EA.
Resultados das acidentes de viação, desastres naturais, práticas processo de ensino-aprendizagem dos Implementados mecanismos de gestão
Acções Prioritárias agrícolas, nutrição, doenças endémicas programas de EA. eficiente, participativa e de monitoria,
(HIV/SIDA e malária), exercício físico, saúde e Implementado o currículo do Ensino Primário de supervisão e avaliação, incluindo o reforço da
educação sexual abrangente. Jovens e Adultos e desenvolvido o currículo do capacidade dos IFP em andragogia e EA.
Garantida a implementação de programas 1º ciclo do Ensino Secundário de Jovens e Garantida a formação e capacitação dos
integrados para o desenvolvimento de Adultos. professores e alfabetizadores na área de EA.
habilidades de literacia, numeracia e práticas
para a geração de rendimentos.
▲ ▲ ▲
Estratégia 2020 - Assegurar o acesso e participação equitativa e Garantir o ensino- aprendizagem de qualidade Fortalecer os mecanismos de gestão,
2029 inclusiva de jovens e adultos, nos programas que contribua para o desenvolvimento de formação e supervisão do subsistema e
Objectivos diversificados e relevantes de Educação Formal competências básicas de leitura, escrita e garantir a motivação do educador e do
Estratégicos e Não Formal cálculo e de habilidades para a vida. alfabetizador.
▲ ▲ ▲
Estratégia 2020 -
Assegurar o acesso equitativo e inclusivo à educação de jovens e adultos que não tenham tido oportunidade de efectuar os estudos na idade certa,
2029
proporcionando-lhes formação científica geral que confira competências necessárias para o seu desenvolvimento integral.
Objectivo Geral
102
▲ ▲ ▲
Fraca participação dos homens nos programas
de EA e a baixa retenção de mulheres. Elevada preocupação com a qualidade de
Apesar da taxa de analfabetismo ter reduzido de serviços oferecidos no subsistema, uma vez que A extinção dos Institutos de Formação de
Principais Desafios 44,9% em 2015 para 39%, persistem várias a maioria dos alfabetizadores voluntários são Educadores de Adultos criou lacunas na
e Factores Críticos disparidades, tais como a taxa de analfabetismo graduados do EP, muitas vezes sem qualquer formação de alfabetizadores e educadores, o
no meio rural (50,7%) e urbano (18,8%), entre tipo de formação psicopedagógica ou que contribuiu para a fraca qualidade da EA.
homens (27,2%) e mulheres (49,4%) e andragógica.
regionais, entre províncias do Sul e do Norte.
103
3.5.6 Matriz Estratégica
Base Meta
Objectivo Geral (2019) interm
Indicador de Meta final Meios de
Info de edia
Impacto (2029) Verificação
CENS (2024)
O 2017
Assegurar o acesso equitativo e Total Censo de
inclusivo à educação de jovens e 61% 66% 71%
H/M 2027
adultos que não tenham tido
oportunidade de efectuar os Taxa de alfabetização
estudos na idade certa, de jovens e adultos
proporcionando-lhes formação de 15 anos ou mais IOF e Censo
científica geral que confira (ODS 4.6.2) M 51.6% 66.6% 61.6%
de 2027
competências necessárias para
o seu desenvolvimento integral.
Base
Indicadores de Meta Meios de
Objectivos estrategicos (2019) 2024 Acções Prioritárias
Resultado (2029) Verificação
1. Garantir a participação de todos na EA, especialmente
Total 212.96 367.07 mulheres e raparigas e pessoas com necessidades
591.183
H/M 2 8 educativas especiais, desenvolvendo acções que
EMIS
identifiquem e respondam às causas das disparidades
MINEDH
1º Objectivo Estratégico regionais.
Nº de jovens e 2. Integrar nos programas de EA assuntos transversais
Acesso, Retenção e Equidade
adultos, de 15 anos como género, prevenção de acidentes de viação,
Assegurar o acesso e
ou mais que desastres naturais, práticas agrícolas, nutrição, doenças
participação equitativa e
participam nos endémicas (HIV/SIDA e malária), exercícios físicos e
inclusiva de jovens e adultos,
programas de EA, saúde, educação sexual abrangente e outros relevantes.
nos programas diversificados e 138.75 220.24
formal e não-formal, M 354.710 3. Garantir a implementação de programas integrados
relevantes de Educação Formal 4 7
por sexo para o desenvolvimento de habilidades de literacia, de
e Não-Formal
numeracia e práticas viradas para a geração de
rendimentos.
104
1. Assegurar a implementação de programas de
50% Educação Formal e Não Formal relevantes através das
N/A 94% modalidades Monolingue e Bilingue.
2º Objectivo Estratégico Percentagem de
Qualidade jovens e adultos que 2.Monitorar, supervisionar e avaliar o processo de
Garantir o ensino- frequentam os ensino-aprendizagem dos programas de EA.
aprendizagem de qualidade que programas de 3. Desenvolver e implementar o Currículo de Educação
contribua para o Educação de Adultos de Adultos..
Inquérito
desenvolvimento de que atingem
competências básicas de leitura, proficiência em
escrita e cálculo e de literacia e numeracia
habilidades para a vida. funcionais. (4.6.1)
2.725
Educstat _
Centros
Nº de Centros de EA DIPLAC,
criados 2.863 3.000
criados pelas escolas Estatística
em
da Educação
2018
105
Matriz AEA desagregada por ano Metas
Base
Indicadores de Meta
Objectivos estrategicos (2019) 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028
Resultado (2029)
250.61
212.962
9 275.79 333.70 367.07 403.78 444.16 448.58 537.43 591.18
Total 303.371
1º Objectivo Estratégico 1 8 8 6 5 1 9 3
H/M
Acesso, Retenção e
Nº de jovens e
Equidade
adultos, de 15
Assegurar o acesso e
anos ou mais que
participação equitativo e
participam nos
inclusivo de jovens e
programas de
adultos, nos programas
EA, formal e não- 167.475 182.022 200.225 220.247 242.272 266.499 293.149 322.464 354.710
diversificados e relevantes M 138.754 150.432
formal, por sexo
de Educação Formal e Não-
Formal de Adultos
3º Objectivo Estratégico
Governação Nº de Centros de
Fortalecer os mecanismos EA criados pelas 2.725 2.753 2.780 2.808 2.835 2.863 2.890 2.918 2.945 2.973 3.000
de gestão, formação e escolas
supervisão do subsistema e
106
garantir a motivação do
educador e do alfabetizador.
Nº de
alfabetizadores
1.578 2.070 2.562 3.055 3.547 4.039 4.531 5.023 5.516 6.008 6.500
com capacitação
inicial
Percentagem de
Centro de EA
monitorados que
20% 30% 33% 36% 39% 40% 48% 54% 63% 72% 80%
cumprem
padrões e
indicadores de
qualidade
107
3.6 Programa: Educação e Formação de Professores
Professores
O sector da Educação conta, em 2018, com um total de 136 mil professores, em todos
os níveis de ensino. Destes, 62% dos professores estão no EP1, 21% no EP2 e 17% no
Ensino Secundário. A distribuição de professores por sexo é mais equilibrada no EP1
onde 51% são mulheres. No EP2 e ES a proporção decresce de forma dramática
atingindo os 29% e 23%, respectivamente.
108
Tabela 6: Distribuição de professores por província e por nível de ensino, 2018
109
Instituições de formação de professores
Formação Inicial
Neste sentido, com vista a permitir o aumento do acesso sustentável ao Ensino Primário
e assegurar que todos os professores tivessem, pelo menos, um ano de formação
psicopedagógica, foi introduzido em 2007 o curso de 10ª classe + 1 ano de formação.
Este curso de formação inicial de professores é complementado por uma formação em
exercício à distância. Assim, desde 2007 são graduados anualmente através do curso
de 10ª + 1ano 9000 professores de N4.
Após a avaliação deste curso, foram constatadas algumas fraquezas, tanto do ponto de
vista pedagógico, quanto de sustentabilidade financeira do próprio curso, o que
conduziu à elaboração de um currículo melhorado e à elevação do nível de entrada para
12ª classe.
110
Formação em exercício de professores e de gestores escolares
No ES1 e ES2, a maioria dos professores possui o nível de licenciatura (56% e 80%,
respectivamente). Todavia, é preciso assegurar a sua formação continua em exercício.
Para além disso, é essencial considerar que à luz da Lei 18/2018, de 28 de Dezembro,
a 7ª classe passará para o Ensino Secundário e que, em princípio, o mesmo acontecerá
com os professores que leccionavam esta classe. Assim, é necessário assegurar a sua
formação em exercício para que possam responder às exigências do currículo do Ensino
Secundário.
Quer a formação inicial, quer a formação em exercício, têm como grande desafio mudar
efectivamente as metodologias de ensino, assegurando que os professores centrem, de
facto, o ensino nos alunos, tornando-os sujeitos activos da sua aprendizagem,
conduzindo-os à análise e resolução dos problemas diários.
Assim, em 2013 foi criado o curso de formação de gestores, que funcionou inicialmente
em 3 Institutos de Formação de Professores (norte, centro e sul), com currículo e
materiais elaborados para o efeito e com a duração de 30 dias.
Em 2016 foi feita uma avaliação externa do referido curso que salientou que: o
desempenho dos directores formados e não formados não difere substancialmente,
havendo, por conseguinte, a necessidade de tornar o curso mais prático, mais capaz de
fazer com que os formandos utilizem os conhecimentos adquiridos na mudança efectiva
da realidade da escola.
111
Formação de formadores para formação de professores
Assim, para assegurar uma boa formação dos futuros docentes, o Sector irá promover
acções regulares de capacitação e reciclagem de formadores. Outrossim, é a adopção
de medidas de contratação de novos formadores que assegurem que estes sejam
competentes para leccionar nos IFP.
3.6.2 Visão
Esta visão está alinhada com o objectivo do Sistema Nacional de Educação que é a
construção de um sistema educativo equitativo de qualidade, que assegure futuras
gerações de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes para o desenvolvimento de
uma sociedade coesa e adaptada ao mundo em constante mudança.
9
Associação Progresso, Relatório Final - Estudo Sobre As Competências dos Formandos e Formadores
dos IFP, Fevereiro 2019.
112
3.6.4 Objectivos estratégicos
Primeiro objectivo estratégico: Formação inicial de professores - Prover
Educação e formação inicial de qualidade que garanta o desenvolvimento de
conhecimentos, habilidades, valores ético-morais e atitudes.
Para garantir que a melhoria da qualidade do ensino seja sustentada em todo o País, é
crucial que continue a haver capacitação para professores em exercício, o que serve
como um quadro referência de qualificações necessárias para um bom desempenho do
professor. É neste contexto que se encontra em processo a elaboração do Quadro
Nacional de Padrões e Qualificações Profissionais, que tem como seu horizonte,
culminar com um Conselho de Professores cuja atribuição será a gestão de todos os
aspectos da profissão docente.
113
províncias, um programa de formação para estes professores e implementar o programa
possivelmente através de um sistema de bolsas de estudo.
114
o estabeleçam um sistema de supervisão, monitoria e apoio à formação de
professores;
115
o definam uma estratégia de harmonização da formação em exercício com
os diferentes actores;
116
o assegurem a elaboração do perfil de formador de professores e a
concepção e implementação de cursos de formação de formadores de
professores do Ensino Primário, Educação de Adultos e de Educadores
de Infância.
Rever o quadro do pessoal dos IFP e a afectação dos formadores com base no
perfil e critérios revistos.
117
Figura 11: Programa 5 – Sumário da situação actual e estratégia 2020-2029
Impacto 70% de professores mostram competências para ensinar de acordo com os requisitos do currículo.
▲ ▲ ▲
1000 de formadores em exercício nos IFPs
2.470 professores (50% do sexo feminino) 95% dos professores beneficiaram das sessões
frequentaram cursos de formação contínua
Resultados formados pedagogicamente para leccionar nos de formação contínua
para formadores.
estratégicos (2029) Ensinos Primário e Educação de Adultos 9000 gestores escolares beneficiaram de cursos
50 % de formadores com formação inicial
1000 formadores utilizam TIC nas suas aulas de gestão escolar.
(indução) específica para formadores
▲ ▲ ▲
3.800 professores (50% do sexo feminino) 95% dos professores beneficiaram das sessões 110 de formadores em exercício nos IFPs
Resultados formados pedagogicamente para leccionar nos de formação contínua frequentaram cursos de formação contínua
estratégicos Ensinos Primário e Educação de Adultos para formadores.
intermédios (2024) 2000 gestores escolares beneficiaram de cursos
110 formadores utilizam TIC nas suas aulas de gestão escolar.
▲ ▲ ▲
Desenhada e implementada a Política Nacional
do Professor
Garantida a estratégia de nivelamento dos Criado o curso de formador do professor de
Garantida a implementação e expansão de professores formados em modelos diferenciados. pré-escolar, ensino primário e educador de
qualidade do curso de formação de professores adultos.
com a inclusão de matérias sobre género, Estabelecida a estratégia de formação contínua
violência baseada no género, disciplina positiva, obrigatória e avaliação de professores em Aprimorada a estratégia de formação contínua
Resultados das
desastres naturais, saúde sexual abrangente e serviço com base nos Padrões e Qualificações de formadores para implantação de uma
Acções Prioritárias
TIC; da EPE, EP e EA. Profissionais – a qual deve ser alvo de ser cultura de auto-superação individual e
constante melhoria. colectiva.
Garantida a harmonização do perfil de formação
de professores do ES, com as IES. Reforçada a capacidade de gestão dos gestores Preparados formadores para a implementação
educacionais. das reformas.
Garantida a formação de Educadores de
Infância de nível médio
▲ ▲ ▲
Assegurar uma formação permanente aos Prover uma formação específica de qualidade
Estratégia 2020 - Prover educação e formação inicial de qualidade professores em exercício e gestores escolares aos formadores, que garanta nos formandos,
2029 que garanta o desenvolvimento de que impulsione o seu desempenho, através da professores em exercício e gestores, o
Objectivos conhecimentos, habilidades, valores ético- actualização científica e desenvolvimento desenvolvimento de valores ético-morais;
Estratégicos morais e atitudes. profissional, garantindo a aprendizagem efectiva conhecimentos; habilidades e atitudes de
dos alunos. acordo com os planos curriculares.
▲ ▲ ▲
Estratégia 2020 -
Prover a formação integral de qualidade do professor para assumir com responsabilidade a função de educar e assegurar a aprendizagem efectiva dos
2029
alunos.
Objectivo Geral
118
▲ ▲ ▲
Vários níveis de formação de professores. Inexistência de uma formação de formadores
Deficiências na qualidade dos cursos iniciais de
Deficiência na integração dos métodos de qualidade.
Principais Desafios formação de Formadores incluindo a
participativos e centrados no aluno na sala de Inexistência de uma formação de formadores
e Factores Críticos necessidade de o sistema ser inclusivo e
aula. para a preparação para o programa Pré-
equitativo.
Ineficiência na gestão das escolas. Escolar.
Formação de Professores e
Eixos Prioritários Formação Inicial de Professores Formação de Formadores
gestores escolares em serviço
119
3.6.6 Matriz estratégica
Base Meta Meta
Indicador de Meios de
Objectivo Geral OBS (2019) intermedia final
Impacto Verificação
(2024) (2029)
EP 1º
ciclo * N/D 50% 70%
Prover a formação integral % de professores Total H/M
de qualidade do professor, que mostram Avaliação
para assumir com competências para M 50% 70% Nacional de
responsabilidade a função de ensinar de acordo ES 1º Aprendizagem
educar e assegurar a com os requisitos do ciclo no 1º ciclo do
Total HM 40% 60%
aprendizagem efectiva dos currículo EP e do ES
alunos.
M 30% 50%
120
em exercício e gestores 3. Reforçar a capacidade de gestão dos gestores
escolares que impulsione o Número de gestores educacionais.
Total
seu desempenho, através da escolares que 4.539 2000 9000
H/M
actualização científica e beneficiaram de
Relatórios de
desenvolvimento cursos de gestão
supervisão
profissional, garantindo a escolar (sistema
aprendizagem efectiva dos rotativo de 3 em 3 M 1.039 600 2700
alunos. anos)
* Avaliações das competências dos professores realizadas por vários parceiros, apontam para volta de 20%, considerado como base para a definição das metas intermédia e final
Indicadores de Base
Objectivos estrategicos 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029
Resultado (2019)
1º Objectivo Estratégico Nº de professores Total
EP NA 3.495 3.450 3.890 3.924 3.800 2.700 1.510 2.110 2.610 2.470
Formação Inicial de que concluíram com H/M
Professores sucesso os cursos
Prover Educação e de formação incial
formação inicial de de professores do
qualidade, que garantam Ensino Primário e %M EP NA N/A N/A 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50%
o desenvolvimento Educação de
conhecimentos, Adultos
habilidades, valores ético-
morais e atitudes, nos Número de Total
N/D 80 100 110 110 110 120 130 130 190 1000
professores, de acordo formadores que H/M
121
com os planos utilizam TIC nas
curriculares dos suas aulas
subsistemas de M N/D 20 20 25 25 25 30 30 30 50 255
Educação.
2º Objectivo Estratégico % de professores Total 55% prof. 63% 95% 95% 95% 95% 95% 95%
71% 79% 87%
Formação de que se beneficiaram H/M EP
Professores e gestores das sessões de 43% prof.
escolares em serviço M 44% 44% 45% 46% 47% 47% 48% 48% 48% 49%
formação contínua EP
Assegurar uma formação Total 1000
permanente aos 4.539 1000 1000 2000 2000 2000 3000 3000 4000 9.000
H/M
professores em exercício Número de gestores
e gestores escolares que escolares que
impulsione o seu beneficiaram de
desempenho, através da cursos de gestão
actualização científica e escolar (sistema M 1.039 300 300 300 600 600 600 900 900 1200 2700
desenvolvimento rotativo de 3 em 3
profissional, garantindo a anos)
aprendizagem efectiva
dos alunos.
3º Objectivo Estratégico Total
N/D 80 100 110 110 110 120 130 130 190 1000
Formação de H/M
Formadores
Prover uma formação
específica de qualidade Número de
aos formadores, que formadores em
garanta nos formandos, exercício nos IFP
professores em exercício que frequentaram
e gestores, o cursos de formação M N/D 20 20 25 25 25 30 30 30 50 255
desenvolvimento de continua para
valores ético-morais; formadores
conhecimentos;
habilidades e atitudes de
acordo com os planos
curriculares.
122
3.7 Programa: Desenvolvimento Administrativo e Institucional
A descentralização dos serviços públicos foi promovida com o intuito destes estarem
mais próximos da realidade local e dos beneficiários. No entanto, regista-se a
necessidade de elevar a capacidade técnica local, particularmente em termos de
competências dos recursos humanos, para que respondam adequadamente às
necessidades das unidades orgânicas ao nível descentralizado (MINEDH 2018).
123
como nas aquisições, geram saldos elevados de fundos tanto internos como da ajuda
externa, o que contrasta com a realidade do Sector no respeita a falta de recursos e
condições de trabalho.
10 A estimativa foi retirada do estudo do Banco Mundial ‘Education Service Delivery in Mozambique: A
Second Round of the Service Delivery Indicators Survey’. Neste estudo, o absenteísmo foi medido em duas
visitas a escolas selecionadas de uma amostra nacional. Durante a primeira visita (anunciada), até dez
professores foram selecionados aleatoriamente na lista de professores da escola. Posteriormente, foi
realizada uma segunda visita (não anunciada) na qual os entrevistadores foram solicitados a verificar se os
professores selecionados estavam presentes na escola e a cumprir com o horário das aulas.
124
A gestão dos professores continua a registar desafios de eficiência, persistem escolas
com muitos professores e poucas horas e outras com poucos professores e carga
horaria excessiva, elevado rácio alunos-professor no EP e falta de professores de
algumas disciplinas no ES. A resolução destes desafios exige a harmonização das
estratégias definidas para a gestão e colocação de professores, desenvolvimento de
infraestruturas e para a formação de professores.
O mesmo Relatório, refere que, por um lado, apesar das escolas possuírem diversos
instrumentos de gestão (p.e. o Regulamento da Escola e Manuais de Gestão Escolar),
a sua implementação não produz os resultados desejados. São reconhecidas,
igualmente, as limitações ao nível dos recursos humanos e materiais nas ZIP, por outro,
é atribuída uma nota positiva à crescente relevância dos Conselhos de Escola, na
monitoria dos processos de gestão, à formação de gestores escolares pelos IFP, ao
incremento de aquisições com os fundos do ADE e à introdução do Sistema Electrónico
de Gestão de Informação (SEGI) no ES, o qual trouxe melhorias na gestão de horários
e do cumprimento dos padrões de qualidade.
125
professoras no EP1 (de 44,7%, em 2012 para 51,0%, em 2018), o que contrasta com a
reduzida representatividade feminina na gestão escolar, na ordem dos 17%.
3.7.2 Visão
Esta visão está alinhada com o SNE, e o sector da Educação vai garantir a
materialização dos princípios de igualdade, de imparcialidade, de ética e de justiça,
previstos na Administração Pública, em todas as esferas da sua intervenção.
126
3.7.4 Objectivos estratégicos
1º Objetivo Estratégico: assegurar a implementação do ciclo de Planificação,
Orçamentação, Execução, Monitoria e Avaliação (POEMA), a todos os níveis, para uma
gestão por resultados.
127
e manutenção de infraestruturas e equipamentos escolares em todos os
subsistemas, tendo em conta as disparidades geográficas em termos de
infraestruturas e equipamentos, definindo, em termos de equidade as províncias
e distritos prioritários. Deve, ainda, respeitar os padrões de infraestruturas
resilientes e inclusivas (p.e. salas administrativas, salas de aulas, residências
para professores, água e saneamento, casas-de-banho, electricidade, internet,
recintos de desporto escolar). Este conceito de escola completa será
introduzido, de forma gradual até 2024, e, posteriormente, generalizado no
período de 2025-29. A implementação desta prioridade resultará da
colaboração, com diversas entidades a vários níveis, como governos
provinciais, distritais e municipais, tendo em vista a materialização efectiva dos
resultados e o alinhamento das prioridades aos vários níveis administrativos.
128
na promoção da assiduidade de professores e gestores escolares. Para esse
efeito, será necessário sensibilizar as comunidades sobre a importância dos
Conselho de Escola e considerar novas soluções que permitam concretizar a
responsabilidade destes órgãos (p.e. parcerias com as Faculdades de Educação
das Universidades Públicas; a indicação de professores com funções de
supervisores em cada escola; e a criação de um corpo de acompanhamento
pedagógico e desenvolvimento profissional do professor em exercício, composto
pelo coordenador da ZIP e por professores com maior experiência).
Quarto, é essencial olhar para o papel que vem sendo desempenhado pela
Inspecção Educativa, no controlo e auditoria a nível administrativo, financeiro e
pedagógico, não só das escolas, mas também dos próprios SDEJT. O feedback
das acções inspectivas deve ser melhor canalizado dentro do próprio ciclo
POEMA. Para este efeito, o PEE 2020-2029 estabelece como acção prioritária a
atribuição, às unidades responsáveis pelos serviços de supervisão, inspecção e
acreditação, de recursos (humanos, materiais e financeiros) necessários ao
cumprimento das suas obrigações profissionais.
129
humanos da Educação. Estes desempenham um papel fundamental para
garantir que existem as condições necessárias para uma aprendizagem de
qualidade na sala de aula.
130
introduzam novas medidas de redução das disparidades geográficas na
alocação de recursos materiais e humanos, incluindo professores, com base
num estudo desenvolvido em todo o território.
contribuam para a prevenção e mitigação dos riscos associados aos desastres
naturais e outros.
fortaleçam o Sistema de Comunicação, Imagem e marketing institucional, interno
e externo, a todos os níveis de gestão, incluindo para a consciencialização da
população sobre a importância da educação.
assegurem a constituição de equipas de trabalho para coordenar, preparar e
monitorar a implementação da Lei n.º 18/2018.
131
assegurem a coerência da legislação e regulamentação do SNE, com os
compromissos internacionais assumidos por Moçambique, em particular, no que
refere ao cumprimento do direito à educação.
132
revejam os critérios de selecção e alocação de gestores escolares, de modo a
que o processo de escolha das lideranças escolares seja público e transparente
com indicadores claros sobre o perfil desejado e o conteúdo funcional.
promovam a contratação de mais professoras e outras funcionárias para todos
os níveis da Educação, visando melhorar o equilíbrio de género.
reavaliem a remuneração dos escalões mais baixos dos professores para que
seja equiparada com a de outras funções do Estado e que torne a profissão mais
apelativa.
promovam a definição clara dos perfis, funções e responsabilidades dos
recursos humanos da Educação, em todos os níveis.
incluam o estudo sobre a introdução de incentivos que promovam a colocação
equitativa de quadros qualificados, em todas as províncias.
garantam a actualização regular da base de dados dos Recursos Humanos do
Sector e a sua integração com outros sistemas de informação no que concerne,
p.e., acções de formação, gestão escolar e pagamento de salários.
133
Figura 13: Programa 6 – Sumário da situação actual e estratégia 2020-2029
▲ ▲ ▲
100% de escolas supervisionadas com base na Índice de paridade de 0,99 entre a província
100% de execução orçamental (investimento plataforma on-line com elevado e baixo desempenho em termos
Resultados interno e externo)
99% de professores presentes na escola e na de rácio alunos por professor, ensino primário
Estratégicos (2029) 95% das metas dos objectivos estratégicos de público
sala de aula
cada programa do PEE alcançados
99% de gestores escolares presentes na escola 50% de professoras recrutadas por ano
▲ ▲ ▲
95% de escolas supervisionadas com base na Índice de paridade de 0,95 entre a província
100% de execução orçamental (investimento plataforma on-line
Resultados com elevado e baixo desempenho em termos
interno e externo)
Estratégicos 95% de professores presentes na escola e na de rácio alunos por professor, ensino primário
intermédios (2024) 75% das metas dos objectivos estratégicos de sala de aula público
cada programa do PEE alcançados
98% de gestores escolares presentes na escola 48% de professoras recrutadas por ano
▲ ▲ ▲
Reorganizadas as carreiras profissionais
Avaliados e melhorados os processos POEMA, a
(incluindo a carreira dos docentes e gestores
nível provincial e distrital, incluindo a nível da
Reforçados os mecanismos de supervisão e escolares) e garantida a sua selecção por
redução das disparidades geográficas nos
inspecção ao nível central, provincial e distrital mérito, equitativa afectação e avaliação de
indicadores educativos, na prevenção de
(para prevenir, entre outros, o absentismo de desempenho de recursos humanos, baseada
emergências, e no uso dos dados do EMIS, com
Resultados das professores e gestores escolares), promovida a em resultados.
recurso, sempre que possível, às TIC.
Acções Prioritárias partilha de boas práticas e a prevenção de Reforçada a capacidade dos funcionários
Melhorado o sistema de aquisições e de práticas de corrupção. administrativos do SNE, priorizando os
construções escolares.
Consolidado o sistema de acreditação e garantia responsáveis pela Supervisão Distrital e os
Revista a legislação e regulamentação do SNE, da qualidade. Serviços de Inspecção.
em coerência com o disposto na Lei n.º 18/2018
Garantido o apoio social aos funcionários do
e as metas do ODS 4.
MINEDH.
▲ ▲ ▲
Fortalecer os mecanismos de controlo interno,
Estratégia 2020 - Assegurar a implementação do ciclo de Melhorar o recrutamento, selecção, gestão e
transparência, prestação de contas e
2029 Planificação, Orçamentação, Execução, capacitação de recursos humanos para a
responsabilização individual, com base nos
Objectivos Monitoria e Avaliação (POEMA), a todos os melhoria da qualidade dos serviços prestados
resultados e prevenindo as práticas de
Estratégicos níveis, para uma gestão por resultados. no SNE.
corrupção.
▲ ▲ ▲
134
Estratégia 2020 -
Assegurar a gestão e governação participativa, transparente e integrada do sistema nacional de educação aos vários níveis, com vista a melhorar a qualidade
2029
dos serviços prestados.
Objectivo Geral
▲ ▲ ▲
Os processos POEMA registam dificuldades na
gestão a nível descentralizado, não contribuindo Os mecanismos de selecção e avaliação de
Insuficiência de recursos humanos e materiais
eficazmente para uma afectação equitativa de recursos humanos não promovem o
nos mecanismos de controlo interno.
recursos no SNE. desenvolvimento profissional com base no
Principais Desafios Absentismo dos directores escolares e dos
Insuficiências no sistema de aquisições e de mérito.
e Factores Críticos professores.
construções escolares. As necessidades de capacitação dos recursos
Reduzido foco da monitoria no processo e
O enquadramento político e legislativo do SNE humanos são significativas, nomeadamente
resultados da aprendizagem.
(à excepção da Lei n.º 18/2018) – possui mais ao nível descentralizado.
de duas décadas
135
3.7.6 Matriz estratégica
Meta Meta
Indicador de Base Meios de
Objectivo Geral OBS intermedia final
Impacto (2019) Verificação
(2024) (2029)
Assegurar a gestão e Relatórios de
% de instituições
governação participativa, Supervisão
de educação (EP,
transparente e integrada do Distrital e dos
AEA e ES) que 15%
Sistema Nacional de Padrões e
cumprem os (EP) 40% 80%
Educação aos vários níveis, Indicadores de
padrões e
com vista a melhorar a Qualidade
indicadores de
qualidade dos serviços Relatório de
qualidade
prestados. Desempenho
Meta
Indicadores de Base Meta Meios de
Objectivos estratégicos intermedia Acções Prioritárias
Resultado (2019) (2029) Verificação
(2024)
83% 100% 1. Avaliar e melhorar os processos Planificação,
1º Objectivo Estratégico % de execução Interno 100% Relatórios de Orçamentação, Execução, Monitoria e
Planificação, Orçamentação, orçamental 80% Execução Avaliação, a nível provincial e distrital, incluindo
Monitoria e Avaliação (investimento Externo Orçamental na prevenção de emergências e do uso dos
(POEMA) interno e externo) (Dados 100% DAF MINEDH dados do EMIS, com recurso, sempre que
100%
Assegurar a implementação 2018) possível, às TIC;
do ciclo de Planificação,
Proporção de
Orçamentação, Execução, Relatório 2. Melhorar o sistema de aquisição de
alcance das metas
Monitoria e Avaliação Anual de equipamentos e de construções escolares.
dos objectivos 51.7%
(POEMA), a todos os níveis, 75% 95% Revisão
estratégicos de (global)
para uma gestão por DIPLAC 3. Rever a legislação e regulamentação do SNE,
cada programa do
resultados. MINEDH em coerência com o disposto na Lei n.º 18/2018
PEE
e as metas do ODS 4.
2º Objectivo Estratégico Relatório de
% de escolas
Controle interno, supervisão 1. Reforçar os mecanismos de supervisão e
supervisionadas
transparência e de 75% 95% 100% distrital inspecção ao nível central, provincial e distrital,
com base na
prestação de contas DGGQ promover a partilha de boas práticas e a
plataforma on-line
Fortalecer os mecanismos de MINEDH prevenção de práticas de corrupção.
controlo interno, % de professores
70%
transparência, prestação de presentes na 95% 99% 2. Consolidar o sistema de acreditação e
(Dados SDI
contas e responsabilização escola e na sala de garantia da qualidade.
2018)
individual, com base nos aula
136
resultados e prevenindo as % de gestores
práticas de corrupção. escolares 98%
99% SDI
presentes na
escola
Índice de paridade
entre a província 1. Reorganizar as carreiras profissionais
com elevado e (incluindo a carreira dos docentes) e garantir a
3º Objectivo Estratégico
baixo desempenho equitativa afectação e avaliação de desempenho
Gestão dos recursos
em termos de rácio Provincia 0,65 0,95 0,99 de recursos humanos, baseada em resultados.
humanos EMIS
Melhorar o recrutamento, alunos por
professor, no 2. Reforçar a capacidade dos funcionários
selecção, gestão e
Ensino Primário administrativos do SNE, priorizando os
capacitação de recursos
público responsáveis pela Supervisão Distrital e os
humanos para a melhoria da
Serviços de Inspecção.
qualidade dos serviços Relatório de
prestados no SNE. % de professoras recrutamento
Total (M) 46,4% 48% 50% 3. Garantir o apoio social aos funcionários do
recrutadas por ano de professores
sector da Educação.
DRH MINEDH
Metas
Matriz DAI desagregada por ano
Indicadores de Base
Objectivos estratégicos 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029
Resultado (2019)
83% 100
100%
1º Objectivo Estratégico % de execução Interno 84,6% 89.8% 96,6% % 100% 100% 100% 100%
93.2%
Planificação, Orçamentação, orçamental 80%
Monitoria e Avaliação (POEMA) (investimento interno Externo
92% 100%
Assegurar a implementação do e externo) (Dados 84% 88.0% 96% 100 100% 100% 100% 100%
ciclo de Planificação, 2018) %
Orçamentação, Execução, Proporção de alcance
Monitoria e Avaliação (POEMA), a das metas dos
todos os níveis, para uma gestão 51.7%
objectivos 55% 60% 65% 70% 75% 80% 85% 88% 92% 95%
por resultados. (global)
estratégicos de cada
programa do PEE
2º Objectivo Estratégico % de escolas
Controle interno, transparência supervisionadas com 100
75% 75% 80% 85% 90% 95% 100% 100% 100% 100%
e de prestação de contas base na plataforma %
Fortalecer os mecanismos de on-line
137
controlo interno, transparência, % de professores Desagr 70%
prestação de contas e presentes na escola e egar por (Dados 79% 83% 87% 90% 95% 96% 97% 98% 99% 99%
responsabilização individual, com na sala de aula sexo 2018)
base nos resultados e prevenindo Desagr
as práticas de corrupção. % de gestores 98%
egar por 60% 75% 85% 95% 98% 98% 98% 99% 99%
presentes na escola
sexo
Índice de paridade
entre a província com
elevado e baixo
3º Objectivo Estratégico desempenho em Provínci 0,95
0,65 0,71 0,77 0,83 0,89 0,96 0,97 0,98 0,99 0,99
Gestão dos recursos humanos termos de rácio as
Melhorar o recrutamento, alunos por professor,
selecção, gestão e capacitação de noEnsino Primário
recursos humanos para a melhoria público
da qualidade dos serviços
prestados no SNE.
% de professoras Total 48,4 49,2
(46,4%) 46,7% 47% 47,3% 47,6% 48% 48,7% 49,6% 50%
recrutadas por ano (M) % %
138
3.8 Educação Profissional e Ensino Superior
Objectivos Estratégicos
Visão- “Um Ensino Superior em expansão, com equilíbrio e qualidade, sob uma
governação eficiente e respeitadora da autonomia das instituições que, guiando-
se, pelo princípio da democraticidade, desenvolvam actividades produtoras de
conhecimento e que sejam objecto de reconhecimento nacional e internacional”.
139
investigação e extensão para o fortalecimento da capacidade intelectual,
científica, tecnológica e cultural, num contexto de uma sociedade em
crescimento”.
Objectivos Estratégicos
140
3.9 Teoria da Mudança
A presente secção sumariza o processo de desenvolvimento da Teoria da Mudança
(TdM) que está na base da estratégia definida no PEE 2020-2029, uma vez que o
conceito de ‘teoria da mudança’ é transversal a todo o documento. O PEE 2020-2029
é, em si mesmo, uma conceptualização de como é que se concretiza a mudança
pretendida para o SNE. Nele são explicitados os passos necessários para que, partindo
dos factores críticos da situação actual (ver secção 1.1.3) e da definição dos objectivos
(ver secção 2.3) e respectivas acções prioritárias, se alcancem, segundo determinados
pressupostos, os resultados ambicionados para o período 2020-2029 (ver capítulo 3).
O diagrama da TdM, no final desta secção, proporciona a visualização da Estratégia
2020-2029, sendo útil a sua leitura, em paralelo, com a consulta às matrizes estratégicas
de resultados.
141
Estratégia 2020 - 2029 Principais Acções Prioritárias – representam as
principais intervenções prioritárias que respondem aos ‘Factores críticos’
identificados.
A TdM descreve a progressão desde a implementação das acções prioritárias até aos
diversos níveis de resultados, reconhecendo que a influência directa sobre estes diminui
à medida que a TdM se aproxima do impacto. A este respeito, podem-se definir três
diferentes níveis de influência da TdM:
142
convergência das estratégias na área social e a concretização de mudanças
transversais a nível do desenvolvimento humano de Moçambique.
A concretização dos resultados estratégicos e o respectivo impacto têm por base uma
série de pressupostos identificados no diagrama da TdM (ver secção 4.1.4. que se
dedica aos riscos e pressupostos da implementação do PEE). Importa realçar a
importância de se garantir uma adaptação regular da TdM ao contexto. O diagrama
seguinte apresenta uma categorização dos pressupostos da TdM, tendo por base os
conceitos da relevância, eficácia e eficiência. Verifica-se que a implementação eficaz e
eficiente é condição necessária, mas não suficiente para a concretização dos resultados
estratégicos, uma vez que os mesmos devem ser relevantes ao contexto em constante
mutuação.
A este respeito, a teoria da mudança é, primeiramente, uma teoria que deve resultar de
um processo interactivo de regular actualização, teste e avaliação, a fim de aferir da sua
relevância e utilidade, enquanto instrumento orientador das mudanças ambicionadas no
sector da Educação.
143
Figura 16: O Processo da Mudança no PEE 2020-2029
Um sistema nacional de educação equitativo, eficiente, eficaz e inovador é capaz de garantir uma aprendizagem de qualidade e ao longo da
Impacto
vida.
▲
60% das instituições da EPE cumprem com os Padrões nacionais de Aprendizagem e o Currículo Nacional.
Principais Taxa de conclusão do EP de 59% (51% alunas).
resultados Taxa de conclusão do ES1 de 45% (49% alunas).
estratégicos Taxa de Alfabetização de Jovens e Adultos, de 15 anos ou mais, de 71% (61.6% dos jovens e adultos do sexo feminino)
(2029) 70% de professores mostram competências para ensinar de acordo com os requisitos do currículo (70% das professoras).
80% das instituições de educação cumprem os padrões e indicadores de qualidade
▲ ▲ ▲
12% das instituições da EPE cumprem com os Padrões Nacionais de Aprendizagem e o Currículo Nacional.
Principais Taxa de conclusão do EP de 54% (48% alunas).
resultados Taxa de conclusão do ES1 de 35% (37% alunas).
estratégicos
intermédios Taxa de Alfabetização de Jovens e Adultos, de 15 anos ou mais, de 66% (66.6% dos jovens e adultos do sexo feminino)
(2024) 50% de professores mostram competências de ensinar de acordo com os requisitos do currículo (50% das professoras).
40% das instituições da educação cumprem os padrões e indicadores de qualidade
▲ ▲ ▲
Promover a expansão gradual do acesso Desenvolver e implementar os padrões Rever o quadro normativo da EPE.
equitativo, a um ano de EPE. nacionais e o currículo da EPE. Promover a gestão escolar, eficiente e
Implementar medidas para a inclusão e Implementar o currículo do EP, incluindo a eficaz, do EP e ES e reforçar o
equidade, com foco na participação e modalidade Bilingue e o Plano de Acção de funcionamento dos Conselhos de Escola.
retenção das raparigas, crianças com NEE Leitura, Escrita e Cálculo.
Estratégia 2020 - Reforçar a capacidade dos gestores
e redução de desigualdades no EP, ES e
2029 Avaliar, rever e implementar o currículo do educacionais.
EA.
Principais ES, promovendo a ligação ao mercado de Desenvolver parcerias (incluindo com o
Acções Adoptar medidas para combater a trabalho.
violência baseada no género, e outros sector privado) para a diversificação da
Prioritárias Implementar o Sistema Nacional de oferta e financiamento, em particular no
factores relacionados que afectam o
aproveitamento das raparigas. Avaliação de Aprendizagens do EP, ES e ES e na EA
EA. Avaliar e melhorar os processos POEMA,
Expandir a rede escolar pública
(construção e reabilitação) do EP e ES, Implementar programas de Educação a nível provincial e distrital, incluindo na
com foco na expansão do ES1, para Formal e Não-Formal da EA, através das prevenção de emergências e do uso dos
144
cumprimento da escolaridade básica modalidades Monolingue e Bilingue, dados do EMIS, com recurso, sempre
obrigatória de 9 classes. incluindo o currículo do EP e do ES1 de que possível, às TIC.
Introduzir soluções diversificadas de oferta Jovens e Adultos. Assegurar a alocação de recursos
educativa, incluindo a expansão do ensino Desenhar e implementar a Política educativos de forma equitativa,
à distância. Nacional do Professor. priorizando as províncias/distritos com
Integrar nos programas de EA novas Implementar e expandir a qualidade do maiores disparidades a nível de
componentes, incluindo género, saúde e o curso de formação inicial de professores indicadores educativos.
desenvolvimento de práticas para a (EPE, EP, EA) e harmonizar o perfil de Melhorar o sistema de aquisições e de
geração de rendimentos. formação de professores do ES, com as construções escolares.
IES, tendo em vista a prioridade de Rever a legislação e regulamentação do
assegurar o cumprimento da escolaridade SNE, em coerência com o disposto na
básica obrigatória de 9 classes. Lei n.º 18/2018 e as metas do ODS 4.
Garantir o nivelamento dos professores Reforçar os mecanismos de monitoria,
formados em modelos diferenciados e supervisão e inspecção a todos os níveis,
estabelecer uma estratégia de formação com foco na assiduidade de directores
contínua obrigatória e avaliação de escolares e professores.
professores em serviço com base nos Consolidar o sistema de acreditação e
Padrões e Qualificações Profissionais. garantia da qualidade.
Criar o curso de formador do professor de Reorganizar as carreiras profissionais
EPE, EP e EA, preparar os formadores (incluindo docentes e gestores escolares)
para a implementação das reformas e e garantir a sua selecção por mérito,
aprimorar a estratégia para a sua formação equitativa afectação e a avaliação de
contínua. desempenho baseada em resultados.
Garantir a formação e capacitação dos Reforçar a capacidade dos funcionários
educadores e alfabetizadores de EA. administrativos do SNE e garantir o apoio
social.
▲ ▲ ▲
Estratégia 2020 -
2029
Garantir a inclusão e a equidade no Assegurar a governação transparente,
Objectivo Assegurar a qualidade da aprendizagem.
acesso, participação e retenção. participativa, eficiente e eficaz.
Estratégicos
Principais
▲ ▲ ▲
Alocação de
Recursos humanos, materiais e financeiros alocados ao sector da Educação por fonte interna (colectas fiscais do Estado) e fonte externa
recursos
(apoio de parceiros de cooperação, sector privado e ONG nacionais e internacionais).
(inputs)
145
Disparidades geográficas na alocação
de recursos materiais e humanos,
Limitações sérias de aprendizagem no EP, incluindo professores.
a nível da aquisição das competências de Desequilíbrio de género na composição
Elevada taxa de crescimento anual da literacia e numeracia. do professorado
população, estimada em 2.8% (INE 2019)
Inexistência de padrões e currículo no Fraca assiduidade dos professores, a
2,4 milhões de crianças fora do sistema, EPE. qual está relacionada com a assiduidade
incluindo 606 mil crianças em idade Pré-
Insuficiente competência de muitos dos directores de escola – factor
Escolar com carências nutricionais e de
professores, influenciada pelos programas associado ao actual modelo de seleção
saúde infantil (UNESCO 2018a)
de formação e formadores dos IFP e ainda dos gestores escolares.
Níveis elevados de absentismo estudantil, pela insuficiente supervisão e apoio Pouco envolvimento dos pais,
reprovação e desistências no EP, com pedagógico (MINEDH 2019a). encarregados de educação e
especial prejuízo para as raparigas
Reduzida expansão da modalidade estudantes, na gestão escolar.
(MINEDH 2019a).
Factores críticos bilingue. Reduzido número de gestores escolares
Elevados custos da educação para as
Limitado uso das TIC para diversificação com formação específica.
famílias.
do processo de ensino, incluindo do Reduzido contributo dos mecanismos de
Reduzida participação no ES1 e ES2, Ensino à Distância. monitoria, supervisão e inspecção para a
influenciada pela distância casa-escola.
Elevados rácios alunos-professor e aprendizagem do aluno.
Cerca de 40% da população, com 15 anos reduzido tempo de instrução diário Pouca utilização do SIGE para apoiar
ou mais, não sabe ler nem escrever
Reduzida relevância dos conteúdos uma gestão com base em evidências e
(MINEDH 2019a).
curriculares para as necessidades da resultados.
A rede pública escolar enfrenta pressões a sociedade, em particular do ES e da EA. Limitações a nível do recrutamento,
nível de reabilitação e nova construção,
Inexistência de um sistema consolidado retenção, avaliação de desempenho e
fruto das situações de emergência.
de avaliação da aprendizagem em todos progressão profissional dos recursos
os subsistemas. humanos do MINEDH.
Insuficiente capacidade para responder
às situações de emergência
▲ ▲ ▲
A qualidade do serviço prestado pelo SE é
Registam-se limitações sérias na
Registam-se desigualdades educacionais fraca, traduzindo-se na saída do sistema
Principais capacidade institucional e administrativa,
notáveis baseadas no estatuto de graduados com conhecimentos e
Desafios e a todos os níveis, para a implementação
socioeconómico e nas regiões geográficas competências abaixo das expectativas dos
Problemas das intervenções no sistema educativo
(MINEDH 2019a: 150). cidadãos e das necessidades do mercado
(MINEDH 2019a).
de trabalho (MINEDH 2019a: 138).
146
O contributo efectivo das autoridades locais, comunidades, parceiros de cooperação, ONG, Sociedade Civil, Sector Privado e Organizações
Sindicais para com o Sector.
A articulação e sinergia com as estratégias nacionais para a Educação Profissional, Ensino Superior e ainda para a saúde, emprego,
descentralização e administração pública.
A capacidade do Sector para atrair e reter quadros com competências necessárias à implementação do PEE 2020-2029.
147
4 Implementação, Monitoria e Avaliação do
PEE 2020-2029
As secções 4.1. e 4.2. descrevem os mecanismos de gestão para a implementação, monitoria
e avaliação do PEE 2020-2019, respeitando o cumprimento das directrizes do ciclo de
planificação, implementação, monitoria e avaliação liderado, a nível governamental, pelo
Ministério da Economia e Finanças. De forma geral, a implementação dos Programas
Quinquenais do Governo e dos Planos Estratégicos Sectoriais é realizada por meio de planos
anuais, nomeadamente o Plano Económico e Social (PES). Para além deste, o Sector usa, a
vários níveis, o Programa de Actividades (PdA).
O processo de implementação do PEE é liderado pelo Órgão Central que superintende a área
de Educação. Este Órgão define as diretrizes políticas e técnicas, incluindo a realização de
reuniões de balanço e de planificação anuais, para monitorar e harmonizar as intervenções
do Sector aos vários níveis.
148
Plano Económico e Social (PES) - é um documento que orienta a operacionalização
anual das políticas governamentais e dos planos estratégicos sectoriais. As propostas
de PES e respectivo Orçamento são elaboradas, anualmente, pelo Órgão Central,
Órgãos Executivos de Governação Descentralizada Provincial e Órgãos Distritais e,
posteriormente, são submetidas à aprovação pela Assembleia da República,
Assembleias Provinciais e Distritais, conforme o escalão.
149
Órgão Central de Governação para a área da Educação
Por sua vez, os órgãos distritais de governação, para a área da Educação, têm a
responsabilidade de:
Importa destacar o papel relevante das escolas na implementação dos programas do Sector
e das “Orientações e Tarefas Escolares Obrigatórias (OTEO)”, sobre aspectos ligados à
organização, administração e gestão escolar; criação e operacionalização dos Conselhos de
Escola, como um dos mecanismos de inclusão dos pais, encarregados de educação e
comunidade na gestão escolar.
150
Parcerias
151
Por que é que estabelecemos estes objectivos estratégicos, acções prioritárias e metas
(justificação da priorização)?
Que mudanças e reformas iremos introduzir em relação à situação actual?
O que devemos fazer para melhorar o nosso desempenho, visando a melhoria da
qualidade da educação e dos serviços prestados, tendo como foco central o aluno?
A implementação do PEE está sujeita a riscos externos e internos que podem comprometer
o alcance dos objectivos almejados, nomeadamente:
Riscos externos: (i) as percepções das comunidades sobre o valor e utilidade da educação,
(ii) os conflitos militares (que afectam a segurança da comunidade escolar e local), (iii) a
acção de desestabilização e terrorista de grupos de malfeitores, (iv) os desastres naturais
(que destroem infraestruturas, equipamentos, mobiliário e recursos didácticos), (v) as
pandemias e epidemias com os seus impactos sociais e económicos e (vi) a falta de recursos
financeiros;
Riscos internos: (i) a mobilidade de pessoal qualificado para fora do Sector; (ii) fraquezas na
capacidade técnica e de gestão dos processos, que induz à sobreposição de tarefas,
sobretudo a nível local, situação que pode ser agravada com o aumento de
responsabilidades, no âmbito dos processos de descentralização; e (iii) corrupção.
Para a gestão dos riscos externos, o Sector usará como suporte, o Sistema de Informação e
Comunicação, o qual se auxiliará das TIC, para alertas e intervenções de emergência entre
outras. Continuará o estabelecimento da interacção com as comunidades através dos
Conselhos de Escola, líderes comunitários e outros mecanismos para garantir o acesso à
educação bem como a protecção das crianças, comunidades e infraestruturas escolares.
152
Para a gestão dos riscos internos o Sector deverá fortalecer a capacidade técnica e de
liderança a todos os níveis, promovendo mecanismos de gestão transparentes e uma cultura
de prestação de contas, tornando o Sector atractivo para investimentos. Deverá ainda
privilegiar mecanismos de retenção de pessoal qualificado e maximizar a utilização da
assistência técnica para reforçar a capacidade do sistema, a todos os níveis.
Pressupostos
153
estratégicos, bem como da implementação das acções prioritárias que constam na matriz de
resultados. A fonte principal são os dados estatísticos, os balanços internos, os relatórios das
monitorias e das supervisões integradas.
Esta apreciação será a base para o diálogo entre o Órgão que superintende a Educação e
os seus parceiros, através de:
A Reunião Anual de Revisão (Março/Abril), onde se discutem os progressos
alcançados e os desafios, com o objectivo principal de estabelecer uma agenda de
diálogo para os anos subsequentes;
Grupos de trabalho temáticos, onde se discutem as áreas específicas, com o objectivo
de i) se alcançar consensos sobre as estratégias principais para a melhoria do
desempenho, e ii) se aumentar a capacidade estratégica do Ministério;
Grupo Conjunto de Coordenação (GCC), com o objectivo de facilitar a coordenação
entre o Sector e os parceiros de cooperação e assegurar o acompanhamento das
recomendações produzidas na Reunião Anual de Revisão;
Visitas conjuntas de monitoria, com o objectivo de verificar a situação, no terreno, em
termos da implementação e impacto das decisões;
Monitoria e supervisões pedagógicas.
2024
Avaliação de meio termo (externa e
independente)
Revisão do PEE para ajustamento ao
contexto
2028
Avaliação final do PEE
(externa e independente)
154
5 Custos e Estratégia de Financiamento do
PEE 2020-2029
O presente capítulo faz a previsão dos potenciais custos de implementação das intervenções
planeadas para o Sector, usando o modelo de simulação desenvolvido pelo Ministério da
Educação e Desenvolvimento Humano e considerando alguns elementos fundamentais
estabelecidos pelas políticas públicas para os próximos 10 anos, nomeadamente:
Este modelo de custeamento foi usado para a elaboração de um plano financeiro em linha
com as prioridades e opções estratégicas reflectidas neste PEE, bem como com o estado
actual do Sector e o tempo real necessário, para que as reformas possam ter o impacto
esperado. Foram revistos os pressupostos macroeconómicos, tendo em consideração a
conjuntura internacional, marcado por perspectivas de recessão da economia mundial face a
eclosão do COVID-19, mas aliviada, em parte, pelos estímulos da política monetária para as
economias emergentes e em desenvolvimento e a retoma do crescimento do comércio, que
se reflectirá na recuperação da procura e do investimento em particular.
Para os primeiros cinco anos, foi efectuado um alinhamento com o PQG – Plano Quinquenal
do Governo 2020/24, das perspectivas de crescimento interno e dos riscos de curto prazo,
associados aos choques climáticos, à intensificação dos desafios em matérias de segurança
e o impacto da propagação do Coronavírus e outras doenças endémicas, tendo-se previsto
uma certa estabilidade cautelosa para os restantes cinco anos deste PEE.
Em qualquer dos cenários, foi considerado que nos primeiros dois anos do Plano Estratégico
(2020 e 2021) o Ensino Primário será composto pelas actuais sete classes, isto é, EP1 (da
1ª à 5ª classe) e EP2 (6ª e 7ª classe); e a partir de 2022, passarão a existir o EP e o ES e
que respectivamente passarão a ter seis classes cada, da 1ª à 6ª classe para o EP e da 7ª à
12ª classe para o ES, com divisão em dois ciclos de três anos para cada programa de ensino.
Deve-se ainda notar que o anterior Plano Estratégico do sector da Educação de 2012-2016,
prorrogado até 2019, enfrentou constrangimentos de vária ordem, na concretização efectiva
dos seus planos e orçamentos anuais devido a diversos factores externos que tiveram um
impacto directo no Sector, como por exemplo, as severas calamidades naturais11, a crise
económica e financeira e a retirada do apoio directo orçamental por parte dos Parceiros do
11Calamidades naturais de grandes proporções (severas), como o IDAI não são previstos neste PEE. O PEE
prevê apenas acções de emergência para danos colaterais provocados pelas calamidades cíclicas de pequenas
dimensões.
155
Apoio Programático em Moçambique (os chamados G19). No entanto, as necessidades do
Sector continuaram a crescer em função da rede escolar, nº efectivo de alunos, professores
e pessoal de apoio administrativo. Factores externos como estes são prováveis de
re-ocorrer em Moçambique e não foram considerados nos cenários aqui apresentados.
Uma previsão da Taxa de Crescimento Real do PIB, que parte de 2,2% registado em
2019, com tendência de manutenção em 2020 e crescimentos ligeiros até 5,5% em
2024, mantendo-se este ritmo de crescimento estável até 2029;
Uma previsão da Taxa de Inflação estável de 5.0% até 2026; e de 4,8% nos anos
seguintes14;
Um peso da Despesa Total no sector da Educação, considerado no Orçamento do
Estado, em relação à Despesa Total do Estado que sofrerá um ligeiro incremento a
partir de 2020 e durante o período do PEE, com base nos valores calculados para
201915, ou seja, a partir de 14,51% para as despesas correntes e 2,48% para as
despesas de investimento16, até atingir um financiamento ao nível de 15% e 3%
respectivamente, em 2029.
12 Um modelo de custeamento apenas fornece uma estimativa, com base numa série de pressupostos. Deve-se
ter alguma cautela na interpretação dos valores, uma vez que os pressupostos poderão mudar durante a
implementação por várias razões: os valores observados em termos de crescimento real dos efectivos; o
orçamento e a sua execução anual, bem como as mudanças em termos de custos unitários ou outras
necessidades urgentes que poderão surgir com o tempo.
13 As projecções do FMI são elaboradas a partir dos dados fornecidos pelo Estado Mocambicano, principalmente
o Ministério da Economia e Finanças. Estas projecções foram usadas onde faltava uma previsão Nacional
disponivel, o que é geralmente o caso para as previsões distantes no tempo.
14 O impacto da taxa de inflacção das projecções é limitado, já que a partir de 2018, os custos projectados são
expressos em Meticais constantes no ano 2018, ou seja, livres do efeito da inflacção. O FMI prevê que a
inflação seja mais alta que o previsto em 2019 (8,5% em vez de 5,5%) devido ao "choque provocado pelo
ciclone Idai na disponibilidade de alimentos na região da Beira, que representa cerca de um quinto do Índice de
Preços do Consumidor". Nos anos seguintes, deverá estabilizar em 5,5%, acrescenta.
(https://www.rm.co.mz/rm.co.mz/index.php/component/k2/item/5543-mocambique-economia-deve-crescer-1-8-
em-2019-e-6-em-2020-diz-fmi.html)
15 Ajustado para a Despesa real do sector da Educação, a 31 de Dezembro de 2019.
16 Essa hipótese é sensível já que as taxas foram variando nos últimos 5 anos, tendo-se registado 13,78% / 3,17%
em 2015; 15,16% / 3,36% em 2016; 15,27% / 3,16% em 2017 e 14,08% para as despesas correntes do sector e
2,90% para o investimento, respectivamente, em 2018 o que pode levar a uma certa sobre-estimação do
financiamento disponível para o Sector caso se registem variações crescentes em 2020 ou nos anos seguintes e
está também subjacente a continuidade do financiamento externo ao sector da educação nos mesmos valores
históricos médios.
156
A tabela seguinte sumariza os pressupostos imputados ao modelo de simulação de
custeamento do PEE (para qualquer dos cenários, que permitiram calcular o gap financeiro):
Pela avaliação dos três cenários e na base da socialização deste plano, tendo em
consideração as várias contribuições, o cenário 2 apresenta-se, como o preferencial, isto é,
de eleição para a concretização deste Plano estratégico.
Em relação ao acesso, o cenário 0 prevê uma taxa bruta média de admissão17 de 177,9%
para a 1ª classe ao longo do período de implementação do PEE, da qual, se definiu 180,8%
para o sexo masculino e 175,1% para o sexo feminino enquanto que o cenário 1 prevê uma
taxa que varia de forma decrescente à razão de 6,6% ao ano, variando de 164,7%, em 2020
para 105%, em 2029. O cenário 2 procura um equilíbrio entre os dois cenários anteriores e
estipula uma taxa bruta média de admissão, que varia de forma decrescente à razão de 5,3%
ao ano, variando de 167,4%, em 2020 para 120%, em 2029, na 1ª classe para ambos os
sexos.
17(A taxa de escolarização das raparigas aos 6 anos de idade na 1ª. classe é tão importante que é um dos três
indicadores actualmente utilizados pelo Governo de Moçambique para avaliar o desempenho anual do sector da
Educação.
157
Tabela 9: Pressupostos: Taxa Bruta de Admissão 1ª Classe
TAXA BRUTA DE ADMISSÃO (TBA 1ª Classe)
No que refere à eficiência, o cenário 0 prevê que se atinja, em 2029, uma taxa média de
repetição de 3,8% contra 5% do cenário 1. No cenário 2, estimam-se em 4,4% e 3,9% no
período de 2020/21, respectivamente, seguido de ligeiros decréscimos até 2027, ano em que
se estima atingir 3%, mantendo-se esta constante até 2029, para o EP1. As taxas médias de
abandono no cenário 2 decrescem de 9,5% em 2020, para 6,3% em 2029.
O ES1 apresenta no Cenário 2, no período de 2020 até 2029, taxas médias decrescentes de
repetição de 12% até 8,2%, e taxas de abandono de 15,7% a 8,0%. A taxa de transição varia,
de forma crescente, de 74,7% para 79,7%, nos 10 anos deste plano. Ainda no Cenário 2, e
relativamente ao ES2, as taxas de repetição e de abandono decrescem com estimativas de
14,8% a 10,8% e de 12,1% a 10,1%, respectivamente, de 2020 para 2029. A taxa média de
Sucesso, situa-se numa escala crescente de 65,1% a 74,1% de 2020 a 2029.
158
Tabela 11: Pressupostos: Taxas de Eficiência ES1 e ES2
TAXAS DE EFICIÊNCIA Base Cenário 0 Cenário 1 Cenário 2
ES1 2018 2020 2024 2029 2020 2024 2029 2020 2024 2029
Taxas medias de repetição 12.6% 12.6% 10.2% 10.2% 12.0% 8.0% 6.0% 12.0% 8.0% 8.2%
Taxas medias de abandono 16.9% 16.9% 22.3% 22.3% 15.7% 18.6% 16.1% 15.7% 10.5% 8.0%
Taxas medias de transição para ES2 73.2% 73.2% 82.1% 82.1% 75.2% 83.1% 83.1% 74.7% 72.2% 79.7%
ES2
Taxas medias de repetição 16.1% 16.1% 16.1% 16.1% 14.8% 12.8% 10.6% 14.8% 12.8% 10.8%
Taxas medias de abandono 13.3% 13.3% 13.3% 13.3% 11.6% 9.6% 7.4% 12.1% 11.1% 10.1%
Taxas medias de sucesso 62.1% 62.1% 62.1% 62.1% 65.1% 69.1% 74.1% 65.1% 69.1% 74.1%
Fonte: Modelo de Simulação, MINEDH
159
Tabela 12: Principais indicadores para definição do cenário
RACIOS ALUNOS/TURMAS/PROFESSORES Base Cenário 0 Cenário 1 Cenário 2
EP1 2018 2020 2024 2029 2020 2024 2029 2020 2024 2029
Rácio alunos: turma nas escolas públicas 53,0 54,1 54,1 54,1 53,6 51,6 49,1 54,1 52,1 49,6
Rácio turmas: professor no ensino público 1,21 1,22 1,22 1,22 1,3 1,1 1,1 1,2 1,2 1,1
Rácio Alunos:professor nas escolas públicas 64,2 66,2 66,2 66,2 69,6 56,7 54,0 65,6 61,1 55,7
Rácio Alunos:professor nas escolas comunitarias 45,4 44,2 44,2 44,2 44,2 44,2 44,2 44,2 44,2 44,2
EP2 DIURNO (sistema atual, até 2022)
Sessões semanais nas escolas públicas 2018 2020 2024 2029 2020 2024 2029 2020 2024 2029
Carga média de ensino do professor (sessões p/ semana) 15,7 16,4 16,39 16,39
Rácio alunos: turma nas escolas públicas 63,3 64,0 63,97 63,97
Rácio Alunos:professor nas escolas públicas 33,0 35,0 34,95 34,95
Rácio Alunos:professor nas escolas comunitarias 21,8 23,1 23,06 23,06
EP2 NOTURNO (sistema atual, até 2022)
Sessões semanais nas escolas públicas 2018 2020 2024 2029 2020 2024 2029 2020 2024 2029
Carga média de ensino do professor (sessões por semana)12,5 12,5 12,47 12,47
Rácio alunos: turma nas escolas públicas 64,1 62,6 62,10 62,10
Rácio Alunos:professor nas escolas públicas 64,1 62,6 62,10 62,10
Rácio Alunos:professor nas escolas comunitarias 47,7 47,7 47,67 47,67
ES1 DIURNO
Sessões semanais nas escolas públicas 2018 2020 2024 2029 2020 2024 2029 2020 2024 2029
Carga média de ensino do professor (sessões por semana)18,6 19,4 19,4 19,4 19,63 20,00 20,00 19,80 20,00 20,00
Rácio alunos: turma nas escolas públicas 62,7 65,7 65,7 65,7 65,19 63,19 60,69 65,19 63,19 60,69
Rácio Alunos:professor nas escolas públicas 38,9 42,6 42,6 42,6 42,66 42,13 40,46 43,03 42,13 40,46
ES2 DIURNO
Sessões semanais nas escolas públicas 2018 2020 2024 2029 2020 2024 2029 2020 2024 2029
Carga média de ensino do professor (sessões por semana)14,7 14,1 14,1 14,1 14,31 15,11 16,11 14,50 15,30 16,30
Rácio alunos: turma nas escolas públicas 60,4 59,0 59,0 59,0 58,50 56,50 54,00 58,50 56,50 54,00
Rácio Alunos:professor nas escolas públicas 29,6 27,8 27,8 27,8 27,91 28,46 29,00 28,27 28,81 29,34
ENSINO PRÉ-ESCOLAR
Crescimento anual avaliado das matrículas 2018 2020 2024 2029 2020 2024 2029 2020 2024 2029
Público 2,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0%
Comunitario 5,0% 20,0% 20,0% 20,0% 20,0% 20,0% 20,0% 20,0% 20,0% 20,0%
Privado 5,0% 12,5% 12,5% 12,5% 12,5% 12,5% 12,5% 12,5% 12,5% 12,5%
Rácio educador:aluno
Público 25,0 25,0 25,0 25,0 24,96 24,96 24,96 24,96 24,96 24,96
Comunitario 35,0 35,0 35,0 35,0 35,02 35,02 35,02 35,02 35,02 35,02
ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE ADULTOS
Alfabetização 2018 2020 2024 2029 2020 2024 2029 2020 2024 2029
Taxa de crescimento anual das matriculas 15,1% 17,7% 10,0% 10,0% 17,7% 10,0% 10,0% 18% 10% 10%
Racio alfabetizandos/alfabetizador 12,2 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0
Educadores
Racio educandos/educador 10,8 13,0 25,0 25,0 13,0 25,0 25,0 13 25 25
FORMAÇÃO DE PROFESSORES 2018 2020 2024 2029 2020 2024 2029 2020 2024 2029
Admissão no 1º ano da formação 12+3 4.000 4.000 3.500 3.000 4.000 4.000
Demonstrativo: oferta menos demanda de professores do Primario (2.699) (2.959) 11 1.570 (1.748) (262)
160
O cenário 1 é um Cenário de Crescimento, ou seja, cenário onde se verificam alterações
nas taxas de admissão escolar brutas e nas taxas de fluxo, de forma a reduzir o desperdício
escolar. Trata-se de um cenário onde os indicadores de resultado foram alterados de modo
a reflectir um crescimento moderado, ou seja, um cenário de crescimento, uma vez que se
esperam alterações em algumas áreas específicas.
A tabela seguinte, apresenta a projecção dos custos recorrentes totais do PEE 2020/2029
dos diferentes cenários do Modelo de Simulação, por Programa, actividades principais e
Classificação económica da Despesa. O Cenário 0 apresenta um custo total de 768.218
milhões de Meticais, contra 747.844 milhões de Meticais do Cenário 1 e 753.441 milhões de
Meticais para o Cenário 2. O Cenário 2, é praticamente o que apresenta um custo intermédio
entre os 3 Cenários. Este cenário distancia-se em menos 1,92% do Cenário 0, que apresenta
custos mais elevados, devido à previsão de taxas de menores resultados de eficiência dos
indicadores de desempenho, relativamente a outros Cenários e, em mais 0,75% do Cenário1,
que apresenta os custos mais baixos, mas com um potencial de eficiência que ultrapassa as
condições actualmente existentes, exigindo altos níveis de desempenho, considerados
desajustados à realidade do Sector e improváveis de se atingirem.
161
Tabela 13: Projecção dos Custos Totais por cada Cenário do Modelo de Custeamento
RESUMO DO CUSTO TOTAL POR PROGRAMA, ATIVIDADE PRINCIPAL E Cenario 0 Cenario 1 Cenario 2 Cenario 0 Cenario 1 Cenario 2
CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA EM ' 000 METICAIS CONSTANTES DO ANO BASE 2020/2029 2020/2029 2020/2029 2020/2029 2020/2029 2020/2029
RESUMO DE CUSTO POR PROGRAMA E SUBPROGRAMA 768,218,033 747,844,238 753,441,258 100.00% 100.00% 100.00%
EDU01 - SUPPORTE ADMINISTRATIVO 94,059,258 94,791,270 94,323,474 12.24% 12.68% 12.52%
EDU02 - ENSINOS PRIMARIO E PRÉ-ESCOLAR 396,483,529 355,575,890 366,313,884 51.61% 47.55% 48.62%
DO QUAL ENSINO PRÉ-ESCOLAR 7,219,707 7,130,557 7,130,557 0.94% 0.95% 0.95%
DO QUAL ENSINO PRIMARIO 364,743,091 325,159,957 335,002,378 47.48% 43.48% 44.46%
DO QUAL FORMAÇÃO DE PROFESSORES 24,520,730 23,285,376 24,180,948 3.19% 3.11% 3.21%
EDU03-Alfabetização 24,553,862 24,553,862 24,553,862 3.20% 3.28% 3.26%
EDU04-ENSINO SECUNDARIO 248,946,465 268,748,297 264,075,118 32.41% 35.94% 35.05%
DO QUAL ENSINO SECUNDARIO ES1 140,295,953 150,723,891 154,149,322 18.26% 20.15% 20.46%
DO QUAL ENSINO SECUNDARIO ES2 108,650,512 118,024,405 109,925,796 14.14% 15.78% 14.59%
EDU05-ENSINO TÉCNICO 4,174,920 4,174,920 4,174,920 0.54% 0.56% 0.55%
RESUMO DE CUSTO POR ATIVIDADE 768,218,033 747,844,238 753,441,258 100.00% 100.00% 100.00%
A01 - SALÁRIOS E REMUNERAÇÕES 478,088,923 477,655,915 479,238,183 62.23% 63.87% 63.61%
A02 - CONSTRUÇÃO, REABILITAÇÃO E MANUTENÇÃO 70,187,393 59,126,124 58,747,931 9.14% 7.91% 7.80%
A03 - EDUCAÇÃO DE ADULTOS 7,183,158 7,183,158 7,183,158 0.94% 0.96% 0.95%
A04 - LIVROS ESCOLARES, MATERIAIS DE ENSINO E EQUIPAMENTO 44,940,349 43,936,662 44,621,836 5.85% 5.88% 5.92%
A05 - FORMAÇÃO DE PROFESSORES E CAPACITAÇÃO 21,314,635 20,521,108 20,974,854 2.77% 2.74% 2.78%
A06 - APOIO DIRECTO AS ESCOLAS 18,297,586 16,397,385 17,039,979 2.38% 2.19% 2.26%
AO7 - ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E SUPORTE EDUCACIONAL AOS ORFÃOS DA AIDS40,033,170 34,340,255 35,953,501 5.21% 4.59% 4.77%
AO8 - SUPERVISAO E EXAMES ESCOLARES 4,390,207 4,557,124 4,628,227 0.57% 0.61% 0.61%
A09 - DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS 956,178 955,312 958,019 0.12% 0.13% 0.13%
A10 - FUNCION. ADMINIST. CENTRAL/Prov./DISTRI/ESCOLAS 24,016,415 24,180,904 24,163,919 3.13% 3.23% 3.21%
A11 - ALOCAÇÃO PARA ICT 606,323 606,323 606,323 0.08% 0.08% 0.08%
A11 - OUTRAS ACTIVIDADES 58,203,697 58,383,968 59,325,330 7.58% 7.81% 7.87%
RESUMO DE CUSTO POR CLASSIFICAÇÃO ECONÓMICA 768,218,033 747,844,238 753,441,258 100.00% 100.00% 100.00%
DESPESAS CORRENTES 636,799,997 627,396,009 633,081,380 82.89% 83.89% 84.03%
do qual: Pessoal 498,597,904 496,628,743 499,230,930 64.90% 66.41% 66.26%
do qual: Bens e serviços 56,851,507 57,484,310 58,182,123 7.40% 7.69% 7.72%
do qual: Transferências recorrentes 81,350,586 73,282,957 75,668,326 10.59% 9.80% 10.04%
DESPESAS DE CAPITAL 131,418,036 120,448,229 120,359,878 17.11% 16.11% 15.97%
Como se pode observar, o Ensino Primário permanece com maior custo ao longo dos 8 anos
(2020 a 2027), sendo crescente até 2022, o qual representa 59% dos custos totais, com uma
redução para 50%, em 2023, ano em que a 7ª classe sai do EP e passa a figurar no ES,
mantendo-se a tendência percentual decrescente até 2029, onde se perspectiva um peso de
39,4%.
162
Tabela 14: Projecção dos Custos por Programa, por Actividade e por CED, no Cenário 2
PROJECÇÕES DE CUSTOS PARA PROGRAMAS E ATIVIDADES POR CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA EM '000 METICAIS CONSTANTES DO ANO BASE
RESUMO DO CUSTO TOTAL POR PROGRAMA, ATIVIDADE PRINCIPAL E 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 Cenario 2 Cenario 2
CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA EM ' 000 METICAIS CONSTANTES DO ANO BASE 2020/2029 2020/2029
RESUMO DE CUSTO POR PROGRAMA E SUBPROGRAMA 61,588,302 63,929,898 65,023,342 71,450,244 73,618,020 76,279,900 79,709,319 83,563,250 87,432,682 90,846,301 753,441,258 100.00%
EDU01 - SUPPORTE ADMINISTRATIVO 9,198,367 9,276,268 9,280,663 9,284,766 9,345,847 9,414,635 9,499,832 9,591,198 9,679,105 9,752,793 94,323,474 12.52%
EDU02 - ENSINOS PRIMARIO E PRÉ-ESCOLAR 35,852,994 37,576,630 38,256,734 35,799,554 36,273,408 36,489,559 36,657,326 36,781,842 36,864,271 35,761,565 366,313,884 48.62%
DO QUAL ENSINO PRÉ-ESCOLAR 455,518 488,360 527,543 574,332 630,204 696,947 776,728 872,111 986,190 1,122,624 7,130,557 0.95%
DO QUAL ENSINO PRIMARIO 33,283,467 34,872,979 35,419,028 32,882,208 33,148,784 33,277,897 33,349,297 33,365,324 33,324,245 32,079,151 335,002,378 44.46%
DO QUAL FORMAÇÃO DE PROFESSORES 2,114,008 2,215,290 2,310,163 2,343,015 2,494,420 2,514,716 2,531,301 2,544,407 2,553,836 2,559,791 24,180,948 3.21%
EDU03-Alfabetização 589,200 610,493 633,402 3,010,191 3,081,161 3,156,289 3,235,936 3,320,507 3,410,446 3,506,235 24,553,862 3.26%
EDU04-ENSINO SECUNDARIO 15,566,460 16,077,599 16,455,858 22,951,114 24,504,893 26,798,452 29,886,841 33,431,730 37,032,129 41,370,041 264,075,118 35.05%
DO QUAL ENSINO SECUNDARIO ES1 10,044,650 10,224,610 10,170,221 13,204,311 14,884,751 16,671,604 18,229,194 19,223,838 20,001,101 21,495,042 154,149,322 20.46%
DO QUAL ENSINO SECUNDARIO ES2 5,521,810 5,852,990 6,285,637 9,746,803 9,620,142 10,126,848 11,657,647 14,207,893 17,031,028 19,875,000 109,925,796 14.59%
EDU05-ENSINO TÉCNICO 381,281 388,907 396,685 404,618 412,711 420,965 429,384 437,972 446,731 455,666 4,174,920 0.55%
RESUMO DE CUSTO POR ATIVIDADE 61,588,302 63,929,898 65,023,342 71,450,244 73,618,020 76,279,900 79,709,319 83,563,250 87,432,682 90,846,301 753,441,258 100.00%
A01 - SALÁRIOS E REMUNERAÇÕES 36,668,404 38,469,367 39,040,575 44,438,581 46,242,633 48,482,038 51,449,733 54,888,219 58,356,927 61,201,705 479,238,183 63.61%
A02 - CONSTRUÇÃO, REABILITAÇÃO E MANUTENÇÃO 5,621,595 5,666,506 5,726,214 5,794,568 5,850,562 5,891,152 5,931,741 5,972,331 6,012,920 6,280,341 58,747,931 7.80%
A03 - EDUCAÇÃO DE ADULTOS 237,348 258,782 281,904 800,192 833,449 869,438 908,421 950,688 996,557 1,046,378 7,183,158 0.95%
A04 - LIVROS ESCOLARES, MATERIAIS DE ENSINO E EQUIPAMENTO 4,024,236 4,135,487 4,231,018 4,445,758 4,405,238 4,488,729 4,596,788 4,683,416 4,763,255 4,847,911 44,621,836 5.92%
A05 - FORMAÇÃO DE PROFESSORES E CAPACITAÇÃO 1,923,452 2,049,820 2,117,926 2,023,741 2,104,661 2,124,956 2,141,542 2,154,648 2,164,077 2,170,032 20,974,854 2.78%
A06 - APOIO DIRECTO AS ESCOLAS 1,512,294 1,573,272 1,641,109 1,660,449 1,695,150 1,729,184 1,765,719 1,797,981 1,824,828 1,839,993 17,039,979 2.26%
AO7 - ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E SUPORTE EDUCACIONAL AOS ORFÃOS DA AIDS 3,535,263 3,681,676 3,860,508 3,635,353 3,629,155 3,603,572 3,570,000 3,529,286 3,481,446 3,427,242 35,953,501 4.77%
AO8 - SUPERVISAO E EXAMES ESCOLARES 415,053 434,663 448,792 412,435 421,417 439,849 469,531 498,790 528,057 559,640 4,628,227 0.61%
A09 - DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS 73,330 76,927 78,064 88,853 92,453 96,921 102,844 109,706 116,626 122,293 958,019 0.13%
A10 - FUNCION. ADMINIST. CENTRAL/Prov./DISTRI/ESCOLAS 1,931,863 2,082,074 2,103,467 2,220,892 2,351,271 2,482,519 2,610,465 2,713,513 2,801,527 2,866,329 24,163,919 3.21%
A11 - ALOCAÇÃO PARA ICT 60,632 60,632 60,632 60,632 60,632 60,632 60,632 60,632 60,632 60,632 606,323 0.08%
A11 - OUTRAS ACTIVIDADES 5,584,831 5,440,692 5,433,134 5,868,788 5,931,399 6,010,908 6,101,903 6,204,039 6,325,830 6,423,806 59,325,330 7.87%
RESUMO DE CUSTO POR CLASSIFICAÇÃO ECONÓMICA 61,588,302 63,929,898 65,023,342 71,450,244 73,618,020 76,279,900 79,709,319 83,563,250 87,432,682 90,846,301 753,441,258 100.00%
DESPESAS CORRENTES 50,156,987 52,420,579 53,435,044 59,631,179 61,630,470 64,143,552 67,439,046 71,184,608 74,953,533 78,086,381 633,081,380 84.03%
do qual: Pessoal 39,158,719 40,802,732 41,363,748 46,712,366 48,384,402 50,482,317 53,289,059 56,564,301 59,876,949 62,596,337 499,230,930 66.26%
do qual: Bens e serviços 3,931,857 4,202,364 4,369,438 5,567,053 5,785,486 6,111,038 6,507,455 6,886,054 7,249,736 7,571,643 58,182,123 7.72%
do qual: Transferências recorrentes 7,066,411 7,415,483 7,701,858 7,351,760 7,460,583 7,550,197 7,642,533 7,734,253 7,826,848 7,918,401 75,668,326 10.04%
DESPESAS DE CAPITAL 11,431,315 11,509,318 11,588,297 11,819,064 11,987,551 12,136,348 12,270,273 12,378,641 12,479,149 12,759,920 120,359,878 15.97%
163
Na distribuição dos custos por actividade, verifica-se que expurgados os Salários e
Remunerações, que representam 63,6% dos custos totais, da distribuição do remanescente
(36,4%) destacam-se as actividades específicas com o Programa de Construção Escolar,
Reabilitação e Manutenção de Infraestruturas Escolares (21%), Livro Escolar e Material
Didáctico (16%), Alimentação Escolar e Suporte aos Órfãos de HIV (13%), Formação de
Professores (8%), Apoio Directo às Escolas (6%) e Educação de Adultos (3%). As outras
actividades têm um peso de 22% neste conjunto, contra 9% para o Funcionamento das
Administrações de âmbito central, provincial, distrital e escolar.
Matriculas EP versus ES 1 e 2
10.000.000
8.000.000
6.000.000
4.000.000
2.000.000
-
2018 2020 2022 2024 2029
164
2018 2020 2022 2024 2029 Var 29/20
Matriculas Ensino Primario 6.563.255 7.393.409 8.118.877 7.689.542 7.438.533 0,6%
Matriculas Ens. Sec. 1 844.673 940.023 958.875 1.613.854 2.409.602 156,3%
Matriculas Ens. Sec. 2 351.865 368.526 426.304 675.247 1.434.215 289,2%
Matriculas Totais Ens. Sec. 1.196.538 1.308.549 1.385.178 2.289.101 3.843.817 193,7%
Analisando os custos unitários por aluno, verifica-se uma certa estabilidade no Ensino
Primário, que passa de 3.959 Mts por aluno em 2020 para 4.036 Mts em 2029, apresentando
um diferencial positivo de 1,9%, contra 2,5% do ES1 e uma variação negativa de -11,2% no
ES2 que passa de 23.718 Mts em 2020 para 20.849 Mts em 2029.
20.000
custo corrente por aluno
15.000 primario
custo corrente por aluno
10.000 ES 1
custo corrente por aluno
5.000
ES 2
-
2018 2020 2022 2024 2029
165
Tabela 15: Despesas Públicas e Financiamento da Educação
DESPESAS PÚBLICAS E FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO EM METICAIS NOMINAIS E CONSTANTES
Cenario 0 Cenario 1 Cenario 2
1. VALORES REAIS (em MT constantes 2018) Total 2020/2029 Total 2020/2029 Total 2020/2029
Taxa de crescimento real do PIB (%) 4.8% 4.8% 4.8%
PIB CONSTANTE (milhões de Mt) 11,796,267 11,796,267 11,796,267
Orçamento do governo como % do PIB 35.1% 35.1% 35.1%
ORCAMENTO DO GOVERNO ('000 Mt constantes 2018) 4,159,641,721 4,159,641,721 4,159,641,721
Orçamento corrente do ensino geral como % do total do orçamento do governo 15.0% 15.0% 15.0%
Orçamento de capital do ensino geral como % do total do orçamento do governo 3.0% 3.0% 3.0%
Financiamento orçamentario do Ensino Geral 732,002,662 732,002,662 732,002,662
do qual: financiamento para despesas correntes 615,905,728 615,905,728 615,905,728
do qual: financiamento para despesas de capital 116,096,934 116,096,934 116,096,934
2. DESPESAS DO SECTOR EDUCAÇÃO (todas em Meticais constantes 2018)
CUSTOS PROJETADOS DA EDUCAÇÃO ('000 MT) 768,218,033 747,844,238 753,441,258
do qual: despesas correntes 636,799,997 627,396,009 633,081,380
do qual: despesas de capital 131,418,036 120,448,229 120,359,878
3. GAP DE FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
3.1. GAP DE FINANCIAMENTO DAS DESPESAS correntes
Em '000 MT constantes 2018 -20,894,270 -11,490,282 -17,175,653
Em '000 US$ constantes 2018 -343,190 -188,729 -282,111
Como % do orçamento corrente do Ensino Geral -3.4% -1.9% -2.8%
3.2. GAP DE FINANCIAMENTO DAS DESPESAS TOTAIS (inclui o actual financiamento externo)
Em '000 MT constantes 2018 -36,215,371 -15,841,576 -21,438,596
Em '000 US$ constantes 2018 -594,840 -260,199 -352,130
Como % do orçamento do Ensino Geral -4.9% -2.2% -2.9%
3.3. GAP DE FINANCIAMENTO DAS DESPESAS TOTAIS (sem o actual financiamento externo)
Em '000 MT constantes 2018 -138,695,744 -118,321,949 -123,918,969
Em '000 US$ constantes 2018 -1,897,176 -1,641,315 -1,697,401
Como % do orçamento do Ensino Geral -18% -16% -16%
Fonte: MEF/ Modelo de Simulação, MINEDH
1 – Gap do Financiamento das Despesas Correntes, que compara a projecção dos Custos
correntes do Cenário com o valor previsível no mapa de Pressupostos macro-económicos,
isto é, o valor provável que o Estado alocará ao sector da Educação, relativo ao Ensino Geral,
de acordo com as pré-condições estabelecidas. Após o ajustamento da despesa efectiva de
2019 e tomando em consideração os ajustamentos macroeconómicos de acordo com a
conjuntura actual e perspectivas associadas, tomando como base o mesmo nível de
financiamento do Governo ao sector da Educação (Ensino Geral), com ligeiros acréscimos
que variaram de 17% em 2019 para 18% em 2029, o cenário 0 apresenta um GAP (défice)
na ordem de 20.894 milhões de Meticais, correspondentes a USD 343,2 milhões de dólares
americanos, contra 11.490 milhões de Meticais do Cenário 1, correspondente a USD 188,7
milhões de dólares e um valor intermédio de 17.175 milhões de Meticais, correspondentes
a USD 282,1 milhões de dólares americanos, no total, para implementação do presente
PEE.
166
mais holística, este seria o financiamento adicional necessário, ao que se tem estado a
verificar nos últimos anos ao sector da Educação, para o cumprimento deste PEE.
No que refere ao cenário 2, pode ser analisado com maior pormenor, na tabela apresentada
a seguir, em que se visualiza um certo decréscimo no défice financeiro, no decurso do período
do PEE, mercê do crescimento estável do PIB, a partir de 2025, com reflexos positiivos nos
últimos três anos deste PEE, na forma de cálculo, pelas 2 primeiras opções:
167
Tabela 16: Tabela de Indicadores de Resultados e Demonstração do Gap Financeiro
168
Portanto, volta-se a sublinhar, de que, o Cenário 2, é o cenário de eleição para este
Plano Estratégico da Educação, no período 2020 a 2029, por se apresentar mais
ajustável aos desideratos do sector da Educação e por enquadrar em si, as várias
contribuições e propostas dos vários sectores e intervenientes no processo de
auscultação e desenho deste PEE 20/29.
As taxas brutas de escolarização têm tendência crescente ao longo dos anos para todos
cenários e níveis, a excepção do EP, nos cenários 1 e 2, no ano 2029. O número de
alunos cresce na mesma proporção que a taxa de escolarização chegando a atingir o
pico com cerca de 11.6, 9.2 e 10.7 milhões de alunos para os cenários 0, 1, 2
respectivamente. No ES1 e ES2 as Taxas Brutas de Escolarização crescem em todos
os cenários, contudo, o cenário 2 apresenta maior crescimento de 2014 a 2019, no ES1
e ES2, com cerca de 70% e 46%, respectivamente. Com o crescimento das taxas brutas
de escolarização no ES, o número de alunos também cresce, chegando a atingi,r em
2029, aproximadamente 2,6 milhões no cenário 0 e 2,9 e 3 milhões de alunos nos
cenários 1 e 2, respectivamente.
É perceptível através da tabela acima que o cenário 0 apresenta o resultado mais baixo
no ES, tendo em conta a pirâmide do SNE, apresentando no fim do período apenas 23%
dos alunos, apesar de este prever maior número de alunos em relação aos outros
cenários. Em ambos cenários 1 e 2, o número de alunos que fazem parte do ES
corresponde a 32% até 2029, sendo que o maior número se concentra no ES1.
169
Sendo assim, o número médio de alunos por professor é menor que o número médio
de alunos por turma.
Com base na tabela abaixo, é possível constatar que o cenário 0 terá maior número de
professores no EP, devendo alcançar um efectivo de cerca de 134 mil professores até
o fim da vigência do plano estratégico. Até 2024, o cenário 1 prevê um aumento de 125
mil professores, efectivo que irá apresentar uma redução de 7 mil professores, até 2029.
No cenário 2, o número de professores aumenta de 116 mil em 2019, para 122 mil em
2024 e 126 mil, em 2029.
% Professores
no ES 17% 17% 26% 29% 17% 17% 27% 36% 17% 17% 26% 37%
Fonte: Modelo de Simulação, MINEDH
170
5.3.3 Necessidades de salas de aulas
O rápido crescimento dos efectivos escolares verificado em todos cenários, colocam
desafios acrescidos ao Sector no campo das construções escolares.
No Ensino Primário, até 2018 o Sector contava com cerca de 12.7 mil escolas do EP1
em funcionamento, com um total de 52 mil salas de aulas, das quais 24.5 são
convencionais (de cimento) e 8 mil de tijolo. As restantes (20 mil) salas são de
construção precária e necessitam de reabilitação. O EP2 funciona com 8 mil escolas
com um total de 40.4 mil salas de aulas, sendo 28,7 mil convencionais e de tijolos e as
restantes (11,7 mil) de construção precária. Também temos um total de mais de 4200
salas afectadas pelos recentes ciclones Idai e Kenneth no norte e centro do Pais e mais
1000 pelas recentes chuvas e ventos fortes no período chuvoso, do fim do ano 2019 e
início do ano 2020.Seria importante elaborar um plano da resposta e recuperação bem
coordenado pelo MINEDH/DIEE e os parceiros de Grupo de Coordenação de EeE para
acelerar a acomodação e o atendimento de mais de 381.000 alunos afectados.
Para a solução do problema das turmas ao ar livre, nas zonas rurais será potenciada a
construção de salas de aula com materiais mistos (salas “Mistas”), com programas de
envolvimento comunitário, incluindo capacitação e assistência técnica das
comunidades, para além da priorização das cotas de novas salas de aula para as
províncias e distritos, onde esse fenómeno se verificar mais acentuado. Nas zonas
urbanas, com turmas ao ar livre e turmas congestionadas, será priorizada a construção
com recurso a projectos à altura do MINEDH, como forma de resolver o problema da
escassez de terra urbana.
No ES1, o Sector possui 598 escolas, com 6.7 mil salas convencionais, e 514 de tijolo
e as restantes 180 de construção precária. O ES2 funciona em 269 escolas com 4 mil
salas de aulas, sendo que 3.946 são salas convencionais e as restantes 40 são salas
precárias. No geral, existem 220 salas precárias no ES e as de construção precária
serão substituídas ao longo do período de implementação do PEE.
171
O cenário 0 exige a construção de uma média de 1,5 mil salas por ano. No cenário 1, a
exigência é maior, uma vez que o número de alunos do ES irá aumentar de forma
acentuada. Assim, será necessário construir cerca de 2 mil salas de aulas, anualmente,
para cobrir as necessidades da expansão do ensino. O cenário 2 mostra que será
necessário construir cerca de 2,2 mil salas.
Com vista à sustentabilidade dos programas nesta área, deverá ser iniciado um
programa de manutenção do parque escolar, aplicando-se a Política e Estratégia de
Manutenção dos Edifícios Públicos, conforme a estratégia definida para as construções
escolares e ainda o disposto na nova legislação de aquisições do Estado, quanto à
inclusão de cláusulas contratuais de manutenção das novas obras pelos empreiteiros
envolvidos.
Por outro lado, prevê-se que o Sector adquira equipamentos informáticos para
as escolas, com maior foco no ES, com objectivo de garantir que todas escolas
possam leccionar a disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC). Neste contexto, a previsão para o EP é de aquisição de um computador
por escola para cada 20 (vinte) escolas anualmente. No Ensino Secundário,
serão adquiridos 25 computadores por cada 20% das escolas anualmente. Para
as áreas administrativas serão adquiridos anualmente equipamentos
informáticos para o nível nacional.
O PEE prevê alocar recursos para o custeamento dos exames para o Ensino
Primário (5ª e 7ª classes) e, a partir de 2022, os fundos serão destinados apenas
à 6ª classe no EP. Para ES, haverá exames na 10ª classe do antigo sistema, 9ª
e 12ª classe do novo sistema.
- O envolvimento da sociedade civil e do sector privado que deverá ser cada vez mais
acentuado, através de acções de responsabilidade social que se traduzam na provisão
de serviços educativos, incluindo a construção de escolas, disponibilização de
equipamentos e materiais escolares, concessão de bolsas de estudo e a materialização
da Lei do Mecenato, explorando todas as oportunidades que visem obter mais
benefícios dos programas de responsabilidade social das grandes empresas, para
assegurar a equidade e inclusão de todos os alunos.
Fonte Interna
A fonte interna financia a maior parte da despesa do sector de Educação (cerca de 83%
em 2018 e 89% em 2019), nomeadamente, os salários do pessoal docente e não-
docente e os bens e serviços para o funcionamento das instituições. Uma parte
considerável do orçamento interno para o investimento financia a contribuição do
Governo nos projectos bilaterais de investimento que ainda exigem comparticipação do
Governo.
No sector da Educação, as receitas próprias são aquelas que vêm através da cobrança
de taxas de matrículas ou propinas, através de aluguer de estabelecimentos, produção
escolar, principalmente em escolas técnicas e internatos.
Para os planos estratégicos anteriores (2006 – 2011 e 2012 – 2019), o Governo adoptou
uma política de Ensino Primário gratuito para todos, por isso, não houve lugar à
cobrança de taxas e ou propinas neste nível do ensino. Não obstante a isso, os pais e
encarregados de educação, famílias ou pessoas colectivas, podem contribuir (e têm
contribuído) voluntariamente para o financiamento das escolas, em que se verifica,
175
como exemplo, a contribuição para o pagamento de guardas e pequenas reparações à
escola. Estas contribuições são bem-vindas e devem ser encorajadas, geridas e
reportadas com transparência à comunidade escolar, mas não devem ser entendidas,
pelos pais e encarregados de educação, como uma obrigação ou condição de acesso
ao ensino.
As contribuições acima descritas são categorizadas como receitas próprias, que podem
ser em espécie ou não. Porém, devem ser contabilizadas ao nível das escolas e
reflectidas no seu orçamento e plano das actividades. Essa informação deverá ser
acessível ao público para assegurar uma gestão correcta e transparente e deve ser
inscrita no OE.
Fonte Externa
176
Bibliografia Consultada
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