Preenchimento Da Declaração de Óbito (Do)
Preenchimento Da Declaração de Óbito (Do)
Preenchimento Da Declaração de Óbito (Do)
Departamento de
Medicina Social CUIDADOS PALIATIVOS
MÓDULO DE AUTOAPRENDIZAGEM
O documento da declaração de óbito (DO) é padronizado internacionalmente e foi adotado pelo Brasil em 1976.
O Ministério da Saúde é responsável pelo fornecimento das DO e sua guarda e distribuição ficam a cargo das
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
Viabilizam, em caráter jurídico, a lavratura da Certidão de Óbito pelos Cartórios de Registro Civil, possibilitando
o sepultamento (BRASIL, 1975) e, em termos de saúde pública, fornecem informações para o cálculo das
estatísticas vitais e epidemiológicas.
REGISTROS PÚBLICOS
Lei nº 6.015
CAPÍTULO IX
Do Óbito
Art. 77 - Nenhum sepultamento será feito sem certidão, do oficial de registro do
lugar do falecimento, extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista do
atestado de médico, se houver no lugar, ou em caso contrário, de duas pessoas
qualificadas que tiverem presenciado ou verificado a morte.
O médico não deve assinar DO em branco, tampouco utilizar termos vagos como causa de morte como, por
exemplo, parada cardiorrespiratória ou falência de múltiplos órgãos. Cabe ao médico a responsabilidade ética
e jurídica pelo preenchimento e assinatura da DO, por isso as informações preenchidas devem ser verificadas
e todos campos cabíveis corretamente preenchidos. (BRASIL, 2005).
A declaração de óbito do paciente em tratamento domiciliar deverá ser fornecida pelo médico ao qual o paci-
ente estava cadastrado. Caso o médico não consiga correlacionar o óbito com o quadro clínico que estava
sendo acompanhado, a declaração deverá ser fornecida pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO), se este
estiver disponível.
Se não há SVO no município, o óbito poderá ser declarado por médicos de unidades de atendimento em urgên-
cia e emergência (serviços que funcionem 24 horas). Se houver suspeita de morte violenta o óbito deverá ser
declarado pelo Instituto Médico Legal. (BRASIL, 2005).
Preenchimento da DO (BRASIL, 2011)
Informações gerais
O preenchimento deve ser feito à máquina ou em letra de forma com caneta esferográfica, devendo ser evita-
das, sempre que possível, emendas ou rasuras. Se houver algum erro no preenchimento, o médico deve escrev-
er “anulado” em todas as cópias do formulário e devolvê-lo à Secretaria de Saúde para que seja cancelada no
sistema de informação. Evitar deixar campos em branco, colocando o código correspondente a “ignorado”, ou
um traço quando não se conhecer a informação solicitada ou não se aplicar ao item correspondente.
O formulário apresenta nove blocos de informações que devem ser preenchidas em caráter obrigatório:
Bloco I – Identificação: deve ser preenchido com atenção porque identifica o indivíduo que faleceu. Inclui algu-
mas informações como tipo de óbito (fetal ou não fetal), data e hora do óbito, número do Cartão SUS, naturali-
dade, nome do falecido, nome do pai e da mãe, data de nascimento, idade, sexo, raça/cor, situação conjugal,
escolaridade e ocupação habitual.
Bloco II – Residência: os campos deste bloco colhem informações sobre a residência do falecido, consistindo
de logradouro, código de endereçamento postal (CEP), bairro/distrito, município de residência e a unidade da
federação ao qual pertence este município.
Bloco III – Ocorrência: compreende os dados sobre o local onde ocorreu o óbito. Os campos deste bloco são:
local de ocorrência; estabelecimento; endereço da ocorrência; se fora do estabelecimento ou da residência
(rua, praça, avenida, etc.); CEP; bairro/distrito; município de ocorrência e unidade da federação correspondente.
Bloco IV - Fetal ou menor que 1 ano: colhe informações sobre a mãe e sobre o falecido, em casos de óbito fetal
ou menor de 1 ano. Neste bloco estão os campos idade, escolaridade, ocupação habitual, número de filhos
tidos, número de semanas de gestação, tipo de gravidez, tipo de parto, morte em relação ao parto, peso ao
nascer, número da Declaração de Nascido Vivo.
Bloco V - Condições e causas do óbito: é a fonte da Causa Básica do óbito e dos agravos contribuintes. Contém
quatro campos: óbitos de mulher em idade fértil, assistência médica, diagnóstico confirmado por necropsia,
causas da morte e tempo aproximado entre o início da doença e a morte. Os campos em Causas da morte
devem ser preenchidos exclusivamente pelo médico que atestou o óbito e seus diagnósticos não podem ser
alterados por outra pessoa que não o próprio, em documento elucidativo à parte, ou pela anulação da
Declaração de Óbito e preenchimento de outra. Consiste de duas partes:
Parte I: deve ser preenchida com a “causa que provocou a morte (causa terminal – linha a) e dos estados mórbi-
dos que produziram a causa registrada na linha a (causas antecedentes ou consequenciais – linhas b e c, e causa
básica – linda d).” (p. 24). A confiabilidade das estatísticas de mortalidade segundo a causa básica ou primária
dependem da anotação correta desta na última linha da Parte I.
Parte II: nesta são colhidas as causas contribuintes, doenças ou lesões que, a juízo médico, tenham contribuí-
do para a morte, não estando relacionadas com o estado patológico que conduziu diretamente ao óbito.
Definições:
Causas de morte: devem ser registradas as doenças, “estados mórbidos ou lesões que produziram a
morte, ou que contribuíram para ela, e as circunstâncias do acidente ou da violência que produziu
essas lesões.”
Causa básica de morte: “é definida como a doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos
patológicos que conduziram diretamente à morte e as circunstâncias do acidente ou violência que
produziu a lesão fatal.” (p. 30)
Bloco VI – Médico: neste bloco são anotadas as informações sobre o médico que assina a declaração de óbito.
Os campos são nome do médico, número de inscrição no Conselho Regional de Medicina, óbito atestado por
médico, município e unidade da federação do Serviço de Verificação de Óbito ou Instituto Médico Legal, meio
de contato, data do atestado e assinatura.
Bloco VII - Causas externas: os campos destes blocos colhem informações sobre o provável tipo de morte por
violência e consiste de cinco campos dentro das seções: Prováveis circunstâncias de morte não natural (tipo,
acidente de trabalho, fonte da informação, descrição sumária do evento, incluindo o tipo de local de ocorrência)
e Se a ocorrência for em via pública, anotar o endereço.
Bloco VIII – Cartório: o preenchimento deste bloco é de responsabilidade exclusiva do Oficial do Registro Civil
(Cartórios) e trata de informações referentes ao Cartório de Registro Civil onde foi efetuado o registro do óbito,
bem como o número e a data do registro. Contém os campos cartório, registro, data, município e unidade da
federação.
Bloco IX - Localidade sem Médico: este bloco será preenchido pelo Cartório do Registro Civil no caso de óbito
ocorrido em localidade sem médico segundo o prescrito na Lei do Registro Civil. Consta dos campos declaran-
te e testemunhas.
Altera a Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, que dispõe sobre os registros públicos.
CAPÍTULO IX
Do Óbito
Artigo 77 - Nenhum sepultamento será feito sem certidão do Oficial de Registro do lugar do falecimento,
extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista do atestado de médico, se houver no lugar, ou, em
caso contrário, de duas pessoas qualificadas que tenham presenciado ou verificado a morte.
(BRASIL, 1975).
Doença ou estado mórbido que causou diretamente a a AFECÇÃO MAIS RECENTE (RESULTANTE DA AFECÇÃO B)
morte
CAUSAS ANTECEDENTES
b AFECÇÃO ANTECEDENTE (RESULTANTE DA AFECÇÃO C)
Estados mórbidos, se existirem, que produziram a
d
AFECÇÃO INICIAL (MAIS ANTIGA, ORIGINAL)
PARTE II
Outras condições significativas que contribuiram
para a morete, e que não encenam, porém, na
cadeia acima
CAUSAS ANTECEDENTES
b
Estados mórbidos, se existirem, que produziram a
causa acima registrada, mencionando-se em último c
lugar a causa básica.
CAUSAS ANTECEDENTES
b INFARTO DO MIOCÁRDIO 6 DIAS
Estados mórbidos, se existirem, que produziram a
O registro com apenas a causa básica da morte (Parte I) deve somente ser usado quando a causa básica da morte é conhecida,
e não há suficiente informação para ser exato ao registrar uma causa imediata da morte:
CAUSAS ANTECEDENTES
b
Estados mórbidos, se existirem, que produziram a
causa acima registrada, mencionando-se em último c
lugar a causa básica.
Essencialmente, o registro da causa imediata e da causa básica é o mínimo aceitável em termos de informação sobre o evento:
CAUSAS ANTECEDENTES
b CAUSA BÁSICA DA MORTE
Estados mórbidos, se existirem, que produziram a
causa acima registrada, mencionando-se em último c
lugar a causa básica.
O registro de três causas da cadeia causal que culminou com o óbito, incluindo a causa imediata em adição a causa básica
e intermediária é o formato mais comumente utilizado:
CAUSAS ANTECEDENTES
b CAUSA INTERMEDIÁRIA DA MORTE
Estados mórbidos, se existirem, que produziram a
d
REGISTROS INADEQUADOS:
- Masculino, 42 anos
CAUSAS ANTECEDENTES
b EMPIEMA PLEURAL
Estados mórbidos, se existirem, que produziram a
PARTE II
Outras condições significativas que contribuiram
para a morete, e que não encenam, porém, na
cadeia acima
- Feminino, 79 anos
CAUSAS ANTECEDENTES
b MEDIASTINITE
Estados mórbidos, se existirem, que produziram a
ESOFAGECTOMIA
causa acima registrada, mencionando-se em último c
lugar a causa básica.
PARTE II
Outras condições significativas que contribuiram
para a morete, e que não encenam, porém, na
cadeia acima
- Feminino, 57 anos
CAUSAS ANTECEDENTES
b INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
Estados mórbidos, se existirem, que produziram a
causa acima registrada, mencionando-se em último c
lugar a causa básica.
PARTE II
Outras condições significativas que contribuiram
para a morete, e que não encenam, porém, na
cadeia acima
ÓBITOS EM
HOSPITAL
ÓBITOS
3ª Via (rosa) DOMICIALIARES
arquivada no
estabelecimento Com ou sem
de saúde assistência
médica
1ª e 2ª Via
(branca e amarela)
Via pública CARTÓRIO DE
REGISTRO CIVIL
Outros estabelecimentos 2ª Via (arquivada no Cartório)
de saúde
1ª Via
BUSCA ATIVA
SECRETARIA
DE SAUDE
Fonte: MS/SVS/CGIAE
Referências
MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM, 2013. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10uf.def
BRASIL. Lei nº 6.216, de 30 de junho de 1975. Altera a Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, que dispõe sobre os registros públicos. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 30 jun. 1975. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6216.htm
Acesso em: dez. 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde, Conselho Federal de Medicina. Centro Brasileiro de Classificação de Doenças. Declaração de óbito:
documento necessário e importante. Brasília, DF: MS, 2006.
Disponível em: http://www.cremesp.org.br/library/modulos/publicacoes/pdf/DECLARACAO%20DE%20OBITO_cartilha%20CFM.pdf
Acesso em: dez. 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Manual de Instruções para o
Preenchimento da Declaração de Óbito. Brasília DF: MS, 2011. (Série A. Normas e Manuais Técnicos.).
Disponível em: http://svs.aids.gov.br/download/manuais/Manual_Instr_Preench_DO_2011_jan.pdf
Acesso em: dez. 2015.
BRASIL. Resolução CFM nº 1.779/2005 (Publicada no D.O.U., 05 dez 2005, Seção I, p. 121). Regulamenta a responsabilidade médica no fornecimento da
Declaração de Óbito. Revoga a Resolução CFM n. 1601/2000. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 05 dez. 2005.
Disponível em: http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2005/1779_2005.htm
Acesso em: dez. 2015.