Direito Tecnologia Globalizacao
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Organizadora:
Natália Cristina Chaves
Diagramação: Marcelo A. S. Alves
Capa: Carole Kümmecke - https://www.behance.net/CaroleKummecke
http://www.abecbrasil.org.br
Direito, tecnologia e globalização [recurso eletrônico] / Natália Cristina Chaves (Org.) -- Porto Alegre, RS: Editora Fi,
2019.
288 p.
ISBN - 978-85-5696-720-6
CDD: 340
Índices para catálogo sistemático:
1. Direito 340
Sumário
Prefácio...................................................................................................................... 11
Rubia Carneiro Neves
1 ................................................................................................................................ 17
A automatização de decisões judiciais: estudos de casos e análise da [in]eficiência
na promoção da justiça
Carlos Eduardo Rabelo Mourão
2 ................................................................................................................................ 41
Como a informatização do processo judicial interfere no trabalho dos advogados
Izabella Proença Cardoso Viotti Campos
Gabriel Ribeiro Gonçalves Ramos
Luiz Magno Dias Júnior
3 ................................................................................................................................ 73
Tecnologia e o futuro da advocacia
Ana Luiza Melo Maciel
Pollyana Presotti Tibúrcio
4............................................................................................................................... 98
Breves reflexões sobre a inteligência artificial e seus impactos no campo do Direito
Penal
Alice Lima de Paula
Bruno Meirelles de Melo Cornwall
Dalila Magalhães Cabral
5 .............................................................................................................................. 118
A tecnologia no sistema penal
Verônica Oliveira Souza
6.............................................................................................................................. 138
Análise econômica e legal da Bitcoin
Cristovam Santos Sousa
Gabriela Brandão Arrouk de Oliveira
Sabrina Michelin
7 .............................................................................................................................. 175
Lex mercatoria e moedas virtuais: contribuições para o desenvolvimento de uma
nova lei de mercado
Bruno Lucas Oliveira Assunção
8 ............................................................................................................................. 196
Influência da tecnologia nos modelos de arbitragem atual: da internet ao blockchain
Lucas Rabello
Otávio Augusto Andrade Santos
9............................................................................................................................. 226
O estímulo à inovação, à pesquisa e ao desenvolvimento empresarial diante do
desafio de obtenção de patentes no Brasil
Ana Carolina Gualberto Correa
Letícia Arantes Sales Vargas
Matheus Cazeca Oliveira Ferreira
10 ........................................................................................................................... 262
Situação jurídica de startups no Brasil
Edgar Oliveira Costa
Nathan Moreira Arcebispo
Nota da organizadora
1
Advogada de Direito Empresarial; Mestre e Doutora em Direito Empresarial pela UFMG; Professora da graduação
e do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFMG.
10 | Direito, tecnologia e globalização
1
Mestre e Doutora em Direito Comercial pela UFMG; Professora da graduação e do Programa de Pós-Graduação
em Direito da UFMG.
12 | Direito, tecnologia e globalização
1. Conceitos básicos
não familiarizado com elas, entender o que elas querem dizer. Dessa
forma, desenvolveu-se o chamado processamento de linguagem natural,
que visa a converter textos com linguagem humana (em inglês,
português, por exemplo) em códigos operacionais desses programas e
vice-versa (GRISHMAN, 1986).
Outro conceito importante para o nosso trabalho é o de redes
neurais. Esse conceito se divide, atualmente, em duas vertentes. A
primeira se dedica ao estudo e à criação de arquiteturas de rede e
algoritmos a partir de uma abordagem matemática, sendo que a segunda
se preocupa com a modelação de propriedades específicas que
simulariam a atuação empírica de neurônios humanos. De qualquer
forma, ambas as abordagens caminham para um tipo de avanço nos
programas de computação que aumenta cada vez mais suas capacidades
de processamento e armazenamento de informações, fazendo com que as
conexões e o cruzamento entre os dados contidos nesses sistemas se
tornem mais profundos e ágeis (RUSSELL; NORVIG, 2003).
A partir da criação e da sofisticação das chamadas redes neurais,
pode-se desenvolver outro mecanismo chave para a computação: o
aprendizado de máquina. Com o aumento significativo na capacidade e
velocidade de processamento de informação, programadores passaram a
desenvolver sistemas que assimilam comandos formulados a partir de
sua própria experiência. Desse modo, algoritmos que utilizam da
tecnologia de aprendizado de máquina conseguem se adaptar a novas
circunstâncias, detectar e extrapolar os padrões originalmente atribuídos
a eles (RUSSELL; NORVIG, 2003, p. 2).
Finalmente, a partir do desenvolvimento dos quatro últimos
conceitos aqui expostos, chega-se à inteligência artificial, assunto central
do presente artigo. Um dos pioneiros no estudo do tema, Stuart J.
Russell, explica que existem quatro formas de se abordar o conceito de
inteligência artificial. A primeira, é a partir do pensamento humano; a
segunda, de um pensamento racional; a terceira, de um comportamento
humano; e a quarta, de um comportamento racional. Segundo o autor, as
22 | Direito, tecnologia e globalização
2. O judiciário brasileiro
1
“É oportuno esclarecer que, conforme o glossário da Resolução CNJ n. 76/2009, consideram-se baixados os
processos: Remetidos para outros órgãos judiciais competentes, desde que vinculados a tribunais diferentes;
Remetidos para as instâncias superiores ou inferiores; Arquivados definitivamente; Em que houve decisões que
transitaram em julgado e iniciou-se a liquidação, cumprimento ou execução”. CNJ. Justiça em Números 2017:
ano-base 2016/Conselho Nacional de Justiça. Brasília: CNJ, 2017. p. 65.
Carlos Eduardo Rabelo Mourão | 23
2
Disponível em: <http://www.oab.org.br/institucionalconselhofederal/quadroadvogados>. Acesso em: 01 out.
2017.
3
Cálculo a partir da relação entre o quadro de advogados da OAB e a projeção da população do Brasil do IBGE. A
projeção está disponível em: <https://ww2.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/>. Acesso em: 05 out. 2017.
4
CNJ. Justiça em Números 2017: ano-base 2016/Conselho Nacional de Justiça. Brasília: CNJ, 2017. p. 35.
24 | Direito, tecnologia e globalização
5
Consulta realizada no portal e-MEC. Disponível em: <http://emec.mec.gov.br/>. Acesso em: 05 out. 2017.
6
Uma versão desse texto encontra-se em: FERNANDES, Ricardo Vieira de Carvalho; COSTA, Henrique Araújo;
CARVALHO, Angelo Gamba Prata de (2017). p. 133-135.
7
BOBBIO, Noberto. Teoria da Norma Jurídica. Trad. Fernando Pavan Baptista e Ariani Bueno Sudatti. Bauru, São
Paulo: EDIPRO, 2ª. Ed. 2003. p. 47.
8
Cálculo nosso, a partir da divisão simples entre número de processos pendentes e de magistrados que consta na
obra “ CNJ. Justiça em Números 2017: ano-base 2016/Conselho Nacional de Justiça. Brasília: CNJ, 2017”.
9
Artigo 5º, inciso LXXVII da Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 05 dez. 2017.
10
Minuto 2:23:00. da palestra de Sharda Balaji, no I Congresso Internacional de Direito e Tecnologia -
23.11.2017 (manhã). Brasília: Direitotec.unb, 2017. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=B8gESopneLQ>. Acesso em: 05 dez. 2017.
Carlos Eduardo Rabelo Mourão | 25
3.2.1 Notícias
13
Exemplos disponíveis em: <https://www.theguardian.com/technology/2016/oct/24/artificial-intell igence-
judge-university-college-london-computer-scientists> e <http://www.telegraph.co.uk/scie
nce/2016/10/23/artifically-intelligent-judge-developed-which-can-predict-court/>. Acesso em: 26 nov. 2017.
Carlos Eduardo Rabelo Mourão | 27
14
4. O caso norte-americano
14
ALETRAS et al (2016). Predicting judicial decisions of the European Court of Human Rights: a Natural Language
Processing perspective. PeerJComput.Sci.2:e93; DOI10.7717/peerj-cs.93; p.10.
Carlos Eduardo Rabelo Mourão | 29
17
ANGWIN, Julia; LARSON, Jeff; MATTU, Surya; KIRCHNER, Lauren. Machine Bias. ProPublica. Disponível em:
<https://www.propublica.org/article/machine-bias-risk-assessments-in-criminal-sen tencing>. Acesso em: 19
jun. 2017.
18
HARVARD LAW REVIEW. State v. Loomis: Wisconsin Supreme Court Requires Warning Before Use of
Algorithmic Risk Assessments in Sentencing. Harvard Law Review. Cambridge, p. 1531.
Carlos Eduardo Rabelo Mourão | 31
(...) first, the ‘proprietary nature of COMPAS’ prevents the disclosure of how
risk scores are calculated; second, COMPAS scores are unable to identify
19
HARVARD LAW REVIEW. State v. Loomis: Wisconsin Supreme Court Requires Warning Before Use of
Algorithmic Risk Assessments in Sentencing. Harvard Law Review. Cambridge, p. 1530-1537. 17 mar. 2017, p.
1531-1532.
20
HARVARD LAW REVIEW. State v. Loomis: Wisconsin Supreme Court Requires Warning Before Use of
Algorithmic Risk Assessments in Sentencing. Harvard Law Review. Cambridge, p. 1532.
32 | Direito, tecnologia e globalização
specific high-risk individuals because these scores rely on group data; third,
although COMPAS relies on national data sample, there has been ‘no cross-
validation study for a Wisconsin population’; 21 fourth, studies ‘have raised
questions about whether [COMPAS scores] disproportionately classify
minority offenders as having higher risk of recidivism’; and fifth, COMPAS
was developed specifically to assist the Department of Corrections in making
post-sentencing determinations. 22
21
Segundo o estudo de validação feito na Califórnia, “the general recidivism risk scale achieved the AUC value of
.70, which is the conventional standard, though the violence risk scale did not”. FARABEE, David et al. California
Department of Corrections And Rehabilitation. COMPAS Validation Study: Final Report. Los Angeles: University
of California, 2010.
22
HARVARD LAW REVIEW. State v. Loomis: Wisconsin Supreme Court Requires Warning Before Use of
Algorithmic Risk Assessments in Sentencing. Harvard Law Review. Cambridge, p. 1533.
23
Missão da Pro Pubica, de acordo com o seu site: “To expose abuses of power and betrayals of the public trust by
government, business, and other institutions, using the moral force of investigative journalism to spur reform
through the sustained spotlighting of wrongdoing”. Disponível em <https://www.propublica.org/about/>. Acesso
em: 07 dez. 2017.
Carlos Eduardo Rabelo Mourão | 33
24
24
ANGWIN, Julia; LARSON, Jeff; MATTU, Surya; KIRCHNER, Lauren. Machine Bias. ProPublica. Disponível em:
<https://www.propublica.org/article/machine-bias-risk-assessments-in-criminal-sen tencing>. Acesso em: 19 jun.
2017.
34 | Direito, tecnologia e globalização
5. Conclusões
25
Ib.
Carlos Eduardo Rabelo Mourão | 35
ser completamente auditados, a sua utilização para um fim tão caro para
a ordem pública, como a escolha dos regimes de progressão de pessoas
que foram condenadas em juízo, demanda o máximo de transparência
possível.
Independentemente dessa diferença de abertura de código entre os
casos analisados, constata-se que a intenção dos desenvolvedores é a
mesma: utilizar da tecnologia de inteligência artificial para ajudar os
agentes envolvidos nas tomadas de decisões judiciais, seja efetivamente
na formulação da sentença, seja na escolha do regime de progressão de
pena.
The data subject shall have the right not to be subject to a decision based
solely on automated processing, including profiling, which produces legal
effects concerning him or her or similarly significantly affects him or her.
8. Referências
ANGWIN, Julia; LARSON, Jeff; MATTU, Surya; KIRCHNER, Lauren. Machine Bias.
ProPublica. Disponível em: <https://www.propublica.org/article/mac hine-
bias-risk-assessments-in-criminal-sentencing>. Acesso em: 19 jun. 2017.
BOBBIO, Noberto. Teoria da Norma Jurídica. Trad. Fernando Pavan Baptista e Ariani
Bueno Sudatti. Bauru, São Paulo: EDIPRO, 2ª Ed. 2003.
HARVARD LAW REVIEW. State v. Loomis: Wisconsin Supreme Court Requires Warning
Before Use of Algorithmic Risk Assessments in Sentencing. Harvard Law
Review. Cambridge, p. 1530-1537. 17 mar. 2017.
LAWLOR, RC. 1963. What computers can do: analysis and prediction of judicial decsions.
American Bar Association Journal 49: 337-334.
RUSSEL, Stuart, J.; NORVIG, Peter. Artificial Intelligence: a modern approach. New
Jersey, USA: Pearson, 2010.
1. Introdução
1
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 11 dez. 2017.
Izabella Proença C. V. Campos; Gabriel R. G. Ramos; Luiz M. D. Júnior | 43
2
ZAMUR FILHO, Jamil. Processo judicial eletrônico: alcance e efetividade sob a égide da Lei n. 11.419, de 19.12.16,
2011. Faculdade de Direito da USP.
44 | Direito, tecnologia e globalização
2. Vantagens
2.1. Celeridade
3
Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Relatório de diagnóstico da qualidade no uso do sistema processo
judicial eletrônico da Justiça do Trabalho, 2015. Brasília.
46 | Direito, tecnologia e globalização
efetuar alguma etapa processual, uma vez que tudo pode ser feito pelo
sistema eletrônico. Aliás, algumas etapas, como a própria “vista” aos
autos, pode ser feita até mesmo fora do expediente do Tribunal.
2.2. Acesso
4
VELASCO JÚNIOR, Estanislau. Processo judicial eletrônico: Novos tempos para o trabalho da advocacia?
Paraná; Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2013, p. 69-70.
Izabella Proença C. V. Campos; Gabriel R. G. Ramos; Luiz M. D. Júnior | 47
5
BRASIL. Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, Brasil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11419.htm>. Acesso em: 11 dez. 2017.
48 | Direito, tecnologia e globalização
6
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 11 dez. 2017.
7
Agenda 2030. Disponível em <https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/>. Acesso em: 11 dez. 2017.
Izabella Proença C. V. Campos; Gabriel R. G. Ramos; Luiz M. D. Júnior | 49
2.4. Documentos
8
Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Benefícios do processo eletrônico: economia de recursos e
sustentabilidade. Disponível em: http://www.tjmg.jus.br/portal-tjmg/informes/beneficios-do-processo-eletronico-
economia-de-recursos-e-sustentabilidade.htm#.Wi7g11WnHIU. Acesso em: 11 dez. 2017.
50 | Direito, tecnologia e globalização
algo via PJE tem uma identificação, a qual corresponde a uma assinatura
eletrônica. Essa assinatura eletrônica é, na verdade, a conjunção de
assinatura digital e cadastro presencial no Poder Judiciário. Essa assinatura
digital somente pode ser feita em autoridades certificadoras credenciadas,
definidas por lei. Referida autoridade certificadora gera um certificado
digital, popularmente conhecido como “token”. Esse certificado guarda,
para os advogados, o seu número de registro junto à OAB e o seu número
de Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).
Os documentos juntados por meio eletrônico, desde que provado de
onde vieram, qual a sua origem, serão considerados originais para todos
os efeitos legais. No entanto, pode ser arguida a falsidade documental,
tornando-se imperativo, portanto, que o detentor daquele documento
físico tenha-o em mãos para efeitos comprobatórios.
No entanto, há algumas situações nas quais o jurisdicionado pode
levar os documentos presencialmente, fugindo ao escopo do PJE, desde
que cumpra determinadas condições. Isso ocorre quando os documentos
não podem ser digitalizados, por estarem ilegíveis ou por contabilizarem
um volume muito grande. Eles devem ser levados ao cartório em até 10
(dez) dias do envio da petição e serão devolvidos após o trânsito em
julgado.
Outrossim, devem ser criados mecanismos para que os documentos
não sejam corrompidos ou perdidos, tendo em vista o fato de que a rede
mundial de computadores, embora segura, pode vir a ser invadida ou
violada, ocasionando prejuízos imensuráveis ao Poder Judiciário. Por fim,
há, ainda, a agilidade da remessa dos autos para a 2ª Instância, bem
como a dispensa do pagamento de custas para porte de remessa e
retorno, já que são cobradas apenas por conta dos processos físicos. Com
isso, os custos de manutenção do processo também são reduzidos.
Izabella Proença C. V. Campos; Gabriel R. G. Ramos; Luiz M. D. Júnior | 51
3. Desvantagens
Ninguém nega que estamos cada dia mais digitais, virtuais, com
pensamentos, hábitos e investimentos focados no desenvolvimento e na
aplicação de novas tecnologias. Há quem diga, inclusive, que não se
desenvolve mais estratégia digital de negócios e sim negócios num mundo
digital 10.
9
Pesquisa realizada pelo site do Governo, “Internet.org”. Disponível em:
<https://www.terra.com.br/noticias/dino/mais-de-70-milhoes-de-brasileiros-nao-tem-acesso-a-internet-diz-
estudo,b5b22cf027fc573e9d29663af49f38f95c8j9n9u.html>. Acesso em 06 dez. 2017.
10
FREITAS, Guilherme Silva. O novo CPC e os documentos eletrônicos, 2016.
52 | Direito, tecnologia e globalização
Art. 21. Para efeito da contagem do prazo de 10 (dez) dias corridos de que
trata o art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419, de 19 de dezembro de 2006, no sistema
PJe:
I – o dia inicial da contagem é o dia seguinte ao da disponibilização do ato de
comunicação no sistema, independentemente de esse dia ser, ou não, de
expediente no órgão comunicante;
II – o dia da consumação da intimação ou comunicação é o décimo dia a
partir do dia inicial, caso seja de expediente judiciário, ou o primeiro dia útil
seguinte, conforme previsto no art. 5º, § 2º, da Lei n. 11.419, de 19 de
dezembro de 2006.
Parágrafo único. A intercorrência de feriado, interrupção de expediente ou
suspensão de prazo entre o dia inicial e o dia final do prazo para conclusão
da comunicação não terá nenhum efeito sobre sua contagem, excetuada a
hipótese do inciso II.
11
BRASIL. Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L10098.htm>. Acesso em: 11 dez. 2017.
12
SANDIM, Emerson Odilon. Processo judicial eletrônico (PJe): versão, protelação ou ressurreição? 10 de maio de
2015.
Izabella Proença C. V. Campos; Gabriel R. G. Ramos; Luiz M. D. Júnior | 55
13
OAB GO. Pje precisa levar em conta idoso e deficiente visual. Estado de Goiás, 2013.
56 | Direito, tecnologia e globalização
Portanto, esses impasses devem ser superados para que o PJE possa
alcançar seus objetivos de imprimir a celeridade do andamento
processual.
14
MAMEDE, Marcos Vinícius Souza. Processo eletrônico: Realidade para poucos, sonhos para muitos, 2011.
15
MAMEDE, Marcos Vinícius Souza. Processo eletrônico: Realidade para poucos, sonhos para muitos, 2011.
Izabella Proença C. V. Campos; Gabriel R. G. Ramos; Luiz M. D. Júnior | 57
16
BRASIL. Lei n. 11.419 de 19 de dezembro de 2006. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11419.htm>. Acesso em: 21 nov. 2017.
58 | Direito, tecnologia e globalização
17
Corregedoria Geral da Justiça. Consolidação normativa judicial, 2008. Estado de Sergipe. Disponível em
<http://www.tjse.jus.br/portal/arquivos/documentos/publicacoes/legislacao/tjse/
consolidacao-normativa-judicial-atualizada-ate-provimento022015.pdf>. Acesso em: 11 dez. 2017.
Izabella Proença C. V. Campos; Gabriel R. G. Ramos; Luiz M. D. Júnior | 59
O Judiciário tem de parar de ser um arquipélago com várias ilhas que não se
comunicam. Hoje existem vários sistemas que não conversam entre si.
Unificar isso numa mesma plataforma é fundamental e não tem outro órgão
para fazer isso a não ser o CNJ 18.
18
BOTTINI, Pierpalo; TORRES, Heleno Taveira. Advogados defendem unificação do processo eletrônico, 2013.
19
BOTTINI, Pierpalo; TORRES, Heleno Taveira. Advogados defendem unificação do processo eletrônico, 2013.
60 | Direito, tecnologia e globalização
Art 38 [...]
Parágrafo único
A procuração pode ser assinada digitalmente com base em certificado
emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma da lei
específica 20.
20
BRASIL. Lei n. 11.419 de 19 de dezembro de 2006. Artigo 20. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11419.htm>. Acesso em: 21 nov. 2017.
21
BRASIL. Lei n. 11.419 de 19 de dezembro de 2006. Artigo 20. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11419.htm>. Acesso em: 21 nov. 2017.
62 | Direito, tecnologia e globalização
22
BRASIL. Código de Processo Civil. 1973.
Izabella Proença C. V. Campos; Gabriel R. G. Ramos; Luiz M. D. Júnior | 63
23
BRASIL. Código de Processo Civil. 1973. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm>. Acesso em: 21 nov. 2017.
24
BRASIL. Lei n. 11.419 de 19 de dezembro de 2006. Artigo 20. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11419.htm>. Acesso em: 21 nov. 2017.
64 | Direito, tecnologia e globalização
25
MONTE, Hávilla Fernanda Araújo do, 2016.
Izabella Proença C. V. Campos; Gabriel R. G. Ramos; Luiz M. D. Júnior | 65
26
DINAMARCO, Cândido Rangel. Fundamentos do processo civil moderno. 4. ed. Tomo I. São Paulo: Malheiros,
2001.
27
THEODORO JUNIOR, Humberto. Celeridade e efetividade da prestação jurisdicional: insuficiência da
reforma das leis processuais. Revista Síntese de Direito Civil e Processual Civil. Porto Alegre, Síntese, v. 6, n.
36, p. 19-37, jul./ago. 2005.
66 | Direito, tecnologia e globalização
Os arts. 193 a 199 do novo CPC estão inseridos em Seção própria intitulada
‘Da prática eletrônica de atos processuais’. Eles representam o
desenvolvimento que, no CPC atual, consta, timidamente, dos dois parágrafos
(o único e o § 2º) do art. 154. Sem prejuízo da disciplina constante desta
Seção há também, assim como no CPC atual, diversas disposições esparsas
28
THEODORO JUNIOR, Humberto. Novo CPC – Fundamentos e sistematização. 2ª ed. rev., atual – Rio de
Janeiro: Forense, 2015.
Izabella Proença C. V. Campos; Gabriel R. G. Ramos; Luiz M. D. Júnior | 67
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo código de processo civil anotado. São Paulo: Saraiva, 2015.
29
68 | Direito, tecnologia e globalização
5. Conclusão
30
BRASIL. Novo código de processo civil. 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 21 nov. 2017.
Izabella Proença C. V. Campos; Gabriel R. G. Ramos; Luiz M. D. Júnior | 69
6. Referências
CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. OAB abre curso para
multiplicadores do pje: capacitação da advocacia. Disponível em:
<https://oab.jusbrasil.com.br/noticias/100591422/oab-abre-curso-para-
multiplicadores-do-pje-capacitacao-da-advocacia>. Acesso em: 06 dez. 2017.
BARRETO, Ana Amelia Menna. O novo CPC, o processo eletrônico e os meios digitais.
Disponível em <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI228356,81042-
O+novo+CPC+o+processo+eletronico+e+os+meios+
digitais>. Acesso em: 16 jun. 2017.
BRASIL. Código de Processo Civil (1973). Brasília, DF: Senado Federal, Subsecretaria de
Edições Técnicas, 1974.
______. Código de Processo Civil (2015). Brasília, DF: Senado Federal: Secretaria de
Editorações e Publicações, 2015. 255p.
70 | Direito, tecnologia e globalização
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo código de processo civil anotado. São Paulo: Saraiva,
2015.
MAMEDE, Marcos Vinícius Souza. Processo eletrônico: Realidade para poucos, sonho
para muitos. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2011-ago-01/processo-
eletronico-realidade-sonho>. Acesso em: 17 jun. 2017.
MONTE, Hávilla Fernanda Araújo do. O novo Código de Processo Civil e a valorização do
processo eletrônico. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/48346/o-novo-
codigo-de-processo-civil-e-a-valorizacao-do-processo-eletronico>. Acesso em: 09
jul. 2017.
ZAMUR FILHO, Jamil. Processo judicial eletrônico: alcance e efetividade sob a égide da
Lei n. 11.419, de 19.12.16. Dissertação de mestrado. Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, São Paulo.
3
1. Introdução
Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies
de sociedades de advogados que apresentem forma ou características de
sociedade empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem
atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de
sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou
totalmente proibida de advogar.
onerosa por um serviço advocatício, não seria, por si só, uma forma de
mercantilização?
Ainda no Código de Ética e Disciplina da OAB, existem uma série de
restrições à publicidade dos serviços. A propósito, o Capítulo IV é
destinado a identificar quais seriam as condutas permitidas ou não para
a divulgação dos serviços advocatícios. No mesmo sentido, determina o
Provimento nº 94/00 que, em seus artigos 2º 1, 3º e 4º 3, indica quais
2
1
“Art. 2º. Entende-se por publicidade informativa: a) a identificação pessoal e curricular do advogado ou da
sociedade de advogados; b) o número da inscrição do advogado ou do registro da sociedade; c) o endereço do
escritório principal e das filiais, telefones, fax e endereços eletrônicos; d) as áreas ou matérias jurídicas de exercício
preferencial; [...]”.
2
“Art. 3º São meios lícitos de publicidade da advocacia:
a) a utilização de cartões de visita e de apresentação do escritório, contendo, exclusivamente, informações
objetivas;
b) a placa identificativa do escritório, afixada no local onde se encontra instalado;
c) o anúncio do escritório em listas de telefone e análogas;
d) a comunicação de mudança de endereço e de alteração de outros dados de identificação do escritório nos
diversos meios de comunicação escrita, assim como por meio de mala-direta aos colegas e aos clientes
cadastrados;
e) a menção da condição de advogado e, se for o caso, do ramo de atuação, em anuários profissionais,
nacionais ou estrangeiros;
f) a divulgação das informações objetivas, relativas ao advogado ou à sociedade de advogados, com
modicidade, nos meios de comunicação escrita e eletrônica.
§ 1º A publicidade deve ser realizada com discrição e moderação, observado o disposto nos arts. 28, 30 e 31 do
Código de Ética e Disciplina.
§ 2º As malas-diretas e os cartões de apresentação só podem ser fornecidos a colegas, clientes ou a pessoas que os
solicitem ou os autorizem previamente.
§ 3º Os anúncios de publicidade de serviços de advocacia devem sempre indicar o nome ou o nome social do
advogado ou da sociedade de advogados com o respectivo número de inscrição ou de registro; devem, também, ser
redigidos em português ou, se em outro idioma, fazer-se acompanhar da respectiva tradução. (NR. Ver Provimento
n. 172/2016)”.
3
“Art. 4º. Não são permitidos ao advogado em qualquer publicidade relativa à advocacia:
a) menção a clientes ou a assuntos profissionais e a demandas sob seu patrocínio;
b) referência, direta ou indireta, a qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e patrocínio que
tenha exercido;
c) emprego de orações ou expressões persuasivas, de auto-engrandecimento ou de comparação;
d) divulgação de valores dos serviços, sua gratuidade ou forma de pagamento;
e) oferta de serviços em relação a casos concretos e qualquer convocação para postulação de interesses nas
vias judiciais ou administrativas;
f) veiculação do exercício da advocacia em conjunto com outra atividade;
Ana Luiza Melo Maciel; Pollyana Presotti Tibúrcio | 77
4
Tradução nossa. No original: “Long gone are the days when lawyers could satisfy their duty of confidentiality by
placing client documents in a locked file cabinet behind a locked office door. Lawyers now store a range of
information in the “cloud” (both private and public) as well as on the “ground,” using smartphones, laptops, tablets,
and Rash drives. This information is easily lost or stolen; it can be accessed without authority (e.g., through
hacking); it can be inadvertently sent; it can be intercepted while in transit; and it can even be accessed without
permission by foreign governments or the National Security Agency”.
Ana Luiza Melo Maciel; Pollyana Presotti Tibúrcio | 81
5
Fonte: Disponível em: <http://www.oabsp.org.br/noticias/2017/05/tribunais-confirmam-suspensao-de-prazos-
processuais-da-ta-feira-por-consequencia-do-ataque-hacker.11703>. Acesso em: 27 jul. 2017.
6
“O acesso à justiça pode, portanto, ser encarado como o requisito fundamental - o mais básico dos direitos
humanos - de um sistema jurídico moderno e igualitário que pretende garantir, e não apenas proclamar os direitos
de todos”. (CAPPELLETTI; GARTH, 1988).
82 | Direito, tecnologia e globalização
7
Art. 439 CPC. A utilização de documentos eletrônicos no processo convencional dependerá de sua conversão à
forma impressa e da verificação de sua autenticidade, na forma da lei. Art. 440 CPC. O juiz apreciará o valor
probante do documento eletrônico não convertido, assegurado às partes o acesso ao seu teor. Art. 441 CPC. Serão
admitidos documentos eletrônicos produzidos e conservados com a observância da legislação específica.
8
Criptografia ponta a ponta significa que apenas os usuários envolvidos na conversa são capazes de ler o que foi
enviado, uma vez que a mensagem será cifrada, de modo a deixá-la impossível de ser lida sem uma decodificação
(que apenas o software dos usuários envolvidos possui) da ponta de envio até a ponta de recebimento.
84 | Direito, tecnologia e globalização
9
“Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que sejam
produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei. Parágrafo único. O
disposto nesta Seção aplica-se, no que for cabível, à prática de atos notariais e de registro. Art. 194. Os sistemas de
automação processual respeitarão a publicidade dos atos, o acesso e a participação das partes e de seus
procuradores, inclusive nas audiências e sessões de julgamento, observadas as garantias da disponibilidade,
independência da plataforma computacional, acessibilidade e interoperabilidade dos sistemas, serviços, dados e
informações que o Poder Judiciário administre no exercício de suas funções. Art. 195. O registro de ato processual
eletrônico deverá ser feito em padrões abertos, que atenderão aos requisitos de autenticidade, integridade,
temporalidade, não repúdio, conservação e, nos casos que tramitem em segredo de justiça, confidencialidade,
observada a infraestrutura de chaves públicas unificada nacionalmente, nos termos da lei. Art. 196. Compete ao
Conselho Nacional de Justiça e, supletivamente, aos tribunais, regulamentar a prática e a comunicação oficial de
atos processuais por meio eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas, disciplinando a incorporação
progressiva de novos avanços tecnológicos e editando, para esse fim, os atos que forem necessários, respeitadas as
normas fundamentais deste Código. Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações constantes de seu sistema de
automação em página própria na rede mundial de computadores, gozando a divulgação de presunção de
veracidade e confiabilidade. Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do sistema e de erro ou omissão do
auxiliar da justiça responsável pelo registro dos andamentos, poderá ser configurada a justa causa prevista no art.
223, caput e § 1º. Art. 198. As unidades do Poder Judiciário deverão manter gratuitamente, à disposição dos
interessados, equipamentos necessários à prática de atos processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos
documentos dele constantes. Parágrafo único. Será admitida a prática de atos por meio não eletrônico no local onde
não estiverem disponibilizados os equipamentos previstos no caput. Art. 199. As unidades do Poder Judiciário
assegurarão às pessoas com deficiência acessibilidade aos seus sítios na rede mundial de computadores, ao meio
eletrônico de prática de atos judiciais, à comunicação eletrônica dos atos processuais e à assinatura eletrônica”.
86 | Direito, tecnologia e globalização
10
Palavra de origem inglesa que significa mercadoria. O termo é muito utilizado para se referir a produtos de
elevada escala de produção e baixo valor agregado. A nova dinâmica tecnológica tem permitido, porém, a
classificação de serviços como comodities (LASTRES; ALBAGLI, 1999).
11
Diretor fundador do Instituto Law Practice Technology and Innovation da Universidade de Suffolk em Boston.
PERLMAN, Andrew. Innovation in legal education. Disponível em: <
http://www.lawpracticetoday.org/article/innovation-in-legal-education/>. Acesso em: 03 dez. 2017.
Ana Luiza Melo Maciel; Pollyana Presotti Tibúrcio | 87
12
A tradução literal da expressão de Perlman seria skype em esteroides. A ideia transmitida por ela é a de utilizar
ao máximo as novas tecnologias disponíveis.
88 | Direito, tecnologia e globalização
13
Depoimento de Bruno Feigelson para o site Startupi, em 2 de maio de 2017 (BARBOSA, 2017).
90 | Direito, tecnologia e globalização
14
Tradução nossa. No original “To compete, lawyers need to learn how to leverage “New Law” – technology and
other innovations that facilitate the delivery of legal services in entirely new ways. Lawyers are also being pressed
to make better use of well-established technologies, such as word processing”.
Ana Luiza Melo Maciel; Pollyana Presotti Tibúrcio | 91
15
Tradução nossa. No original: “The legal Market is in an unprecedented state of flux. Over the next two decades,
the way in which lawyers work will change radically. Entirely new ways of delivering legal services will emerge,
new providers will enter the market, and the workings of our courts will be transformed. Unless they adapt, many
traditional legal business will fail. On the other hand, a whole set of fresh opportunities will present themselves to
entrepreneurial and creative and young lawyers”.
92 | Direito, tecnologia e globalização
16
Site do Wonder Legal disponível em: <https://www.wonder.legal>. Acesso em: 03 dez. 2017.
Ana Luiza Melo Maciel; Pollyana Presotti Tibúrcio | 93
tem sido tão positivo que hoje ela está atuando em nove países, incluindo
o Brasil.
No Reino Unido, cada vez mais escritórios de advocacia estão se
familiarizando com o trabalho tecnológico e investindo em inteligência
artificial. Isso está acontecendo tanto por uma demanda dos clientes
quanto por causa de uma competição entre as próprias firmas de
advocacia, que têm percebido a urgência de modernizar suas formas de
trabalho, automatizando, por exemplo, aspectos mais básicos e
corriqueiros da atividade legal.
Esse investimento pesado em inovação já tornou possível a
automação de tarefas que antes eram realizadas por advogados. Fica
claro que o principal interesse dos grandes escritórios é ser capaz de
focar no trabalho jurídico complexo e de maior valor, deixando o
trabalho mecânico a cargo de ferramentas tecnológicas.
Outro sinal que demonstra o avanço na relação entre Direito e
tecnologia na Europa é o projeto do empreendedor inglês Jimmy
Vestbirk, chamado Legal Geek (REUTERS, 2017). Esse projeto é dedicado
a mudar a área legal e a forma de atuação dos juristas, inspirando,
conectando e educando esses profissionais por meio de eventos,
encontros de startups voltadas para a Lawtech e conversas interativas
sobre o tema. Dessa forma, é razoável concluir que, no cenário europeu,
o uso de inovação no campo do Direito vem sendo potencializado a partir
de iniciativas voltadas para o seu desenvolvimento e a sua modernização.
nicho de clientes de baixa renda do país, que por muito tempo foram
negligenciados, surgiu um ambiente adequado para o desenvolvimento
de startups.
A título exemplificativo, a LegalZoom (CHOWDHRY), empresa que
lançou no mercado "planos jurídicos pessoais" por preços acessíveis, é
um exemplo de negócios inovadores que utilizaram o mercado
americano para crescer. A ideia é de um seguro-advocacia que é pago por
mês, conforme a cobertura oferecida. O projeto foi fundado em 1999 e
atualmente já funciona nos 50 (cinquenta) estados. Outra experiência
proveitosa foi a do escritório de advocacia Baker & Hostetler que, em
parceria com a startup Ross Inteligence, passou a utilizar inteligência
artificial na pesquisa, consulta e interpretação de textos jurídicos,
agilizando seus processos. Atualmente, são mais de 10 (dez) escritórios
internacionais que usam dessa ferramenta para aperfeiçoar seus serviços
legais.
Portanto, o cenário jurídico norte-americano não está apartado do
processo de inovação na atividade jurídica. Apesar de alguns advogados
terem movido ações contra a LegalZoom e outras iniciativas semelhantes
(BARTON, 2015), os resultados, em sua maioria, foram favoráveis às
Lawtechs. Portanto, fica comprovado que a transformação dos serviços
jurídicos nos Estados Unidos já está acontecendo de forma significativa e
que esse processo tem relevância para o desenvolvimento de novas formas
de executar o Direito. Além disso, esse movimento está gerando novos
impactos sociais, como fica demonstrado a partir de uma abertura mais
eficiente do mercado jurídico para clientes de baixa renda.
6. Conclusão
7. Referências
ANDREESEEN, Marc. Why Software is eating the World. The Wall Street Journal. Nova
Iorque, agosto de 2011. Disponível em:
<https://www.wsj.com/articles/SB10001424053111903480904576512250915629
460>. Acesso em: 8 jul. 2017.
BARTON, Benjamim H. Glass Half Full: The Decline and Rebirth of the Legal Profession.
Nova Iorque: Oxford University Press, 2015.
96 | Direito, tecnologia e globalização
CHOWDHRY, Amit. How LegalZoom provides businesses with affordable legal assistance.
Forbes, Nova Iorque, 09 de outubro de 2017. Disponível
REUTERS. UK lawtech start-ups – who are the movers and shakers? Legal Insights
Europe, Londres, 05/07/2017. Disponível em
<https://blogs.thomsonreuters.com/legal-uk/2017/07/05/uk-lawtech-start-ups-
legal-geek/>. Acesso em: 04 dez. 2017.
1. Introdução
1
Notícia disponível em: <http://epoca.globo.com/vida/experiencias-digitais/noticia/2015/07/robo-mata-funcionario-
da-volkswagen-na-alemanh.html> e <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/07/robo-agarra-e-mata-trabalhador-
dentro-de-fabrica-da-volkswagen.html>. Acesso em: 18 nov. 2017.
Alice Lima de Paula; Bruno Meirelles de M. Cornwall; Dalila M. Cabral | 99
2
Dados extraídos de parecer da Comissão da União Europeia sobre a “revisão intercalar relativa à aplicação da
Estratégia para o Mercado Único Digital - Um Mercado Único Digital conectado para todos”. Disponível em:
<http://ec.europa.eu/transparency/regdoc/rep/1/2017/PT/COM-2017-228-F1-PT-MAIN-PART-1.PDF>. Acesso
em: 20 nov. 2017.
100 | Direito, tecnologia e globalização
3
Informação extraída de: <http://www.lem.ep.usp.br/Pef411/~Cristiano%20Oliveira/CristianoOliveira/Paginas/
InteligenciaArtificial.htm>. Acesso em: 22 nov. 2017.
4
Informação extraída de: <http://www.dartmouth.edu/its-tools/archive/history/timeline/early.html>. Acesso em:
15 nov. 2017.
Alice Lima de Paula; Bruno Meirelles de M. Cornwall; Dalila M. Cabral | 101
5
Conforme informado no sítio <https://www.tecmundo.com.br/tecnologia-da-informacao/1697-a-historia-dos-
computadores-e-da-computacao.htm>. Acesso em: 16 nov. 2017.
6
Disponível em: <http://iaexpert.com.br/index.php/2016/07/19/historico-da-ia-teste-de-turing/>. Acesso em: 21
nov. 2017.
7
Citação extraída do sítio eletrônico <http://www.datascientist.com.br/2016/>. Acesso em: 18 nov. 2017.
8
Informação disponível em: <https://www.saraiva.com.br/eu-robo-8217856.html>. Acesso em: 17 nov. 2017.
9
Conforme relatado em: <http://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/noticia/2017/11/utilizacao-de-robos-
assassinos-e-discutido-em-reuniao-da-onu.html>. Acesso em: 17 nov. 2017.
102 | Direito, tecnologia e globalização
volta de 30% (trinta por cento) dos equipamentos militares do país até o
ano de 2025 10.
Em 2014, o computador Eugene Goostman – pela primeira vez –
conseguiu passar no teste Turing 11. A máquina criada por uma equipe
russa conseguiu convencer uma banca da Universidade de Reading em
Londres de que era um garoto de 13 (treze) anos que morava na Ucrânia.
10
Informação disponível em: <https://www.wired.com/story/for-superpowers-artificial-intelligence-fuels-new-
global-arms-race/>. Acesso em: 18 nov. 2017.
11
Notícia disponível em: <https://tecnoblog.net/157935/computador-passou-primeira-vez-teste-de turing/>.
Acesso em: 19 nov. 2017.
12
Retirado de: <http://infographic.statista.com/normal/chartoftheday_9437_las_aplicaciones_mas_
rentables_de_la_inteligencia_artificial_n.jpg>. Acesso em: 17 nov. 2017.
Alice Lima de Paula; Bruno Meirelles de M. Cornwall; Dalila M. Cabral | 103
13
Informação extraída de relatório emitido pelo banco suíço UBS, pode ser encontrado em:
<https://www.ubs.com/microsites/artificial-intelligence/en/new-dawn.html>. Acesso em: 23 nov. 2017.
104 | Direito, tecnologia e globalização
14
Conforme reportagem realizada com o Doutor em Economia, pela Universidade de Oxford, Carl Frey, encontrada em:
<http://epoca.globo.com/vida/vida-util/carreira/noticia/2014/03/bprofissoesb-condenadas-desaparecer-e-que-
resistirao-novas-tecnologias.html>. Acesso em: 18 nov. 2017.
Alice Lima de Paula; Bruno Meirelles de M. Cornwall; Dalila M. Cabral | 105
15
Disponível em: <http://epoca.globo.com/vida/experiencias-digitais/noticia/2016/03/inteligencia-virtual-da-
microsoft-aprende-ser-racista-e-sexista-no-twitter.html>. Acesso em: 16 nov. 2017.
16
Noticiado pela NBC em: <https://www.cnbc.com/2017/06/20/man-killed-in-tesla-autopilot-crash-got-
numerous-warnings-report.html>. Acesso em: 17 nov. 2017.
17
Dados retirados de <http://g1.globo.com/carros/noticia/2016/06/acidente-com-carro-da-tesla-em-modo-
semiautonomo-deixa-1-morto.html>. Acesso em: 17 nov. 2017.
106 | Direito, tecnologia e globalização
18
Conforme noticiado em <https://www.tecmundo.com.br/armas-de-fogo/45860-por-que-os-eua-querem-
drones-autonomos-capazes-de-matar.htm>. Acesso em 30 nov. 2017.
19
Conforme reportagem veiculada pelo site do UOL: <https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas
noticias/the-new-york-times/2016/10/27/pentagono-tem-dilema-do-exterminador-do-futuro-robos-poderiam-
matar-por-conta-propria.htm> Acesso em: 20 nov. 2017.
Alice Lima de Paula; Bruno Meirelles de M. Cornwall; Dalila M. Cabral | 107
7. Conclusão
8. Referências
CNBC. Man killed in Tesla 'Autopilot' crash got numerous warnings: Report.
Disponível em: <https://www.cnbc.com/2017/06/20/man-killed-in-tesla-
autopilot-crash-got-numerous-warnings-report.html>. Acesso em: 17 nov. 2017.
CROSSLEY, Rob. Robôs x empregos: a automação vai fechar mais vagas do que criar?
Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/06/
140630_robos_empregos_lab>. Acesso em: 16 nov. 2017.
FELIPE, Bruno Farage da Costa. Direitos dos robôs, tomadas de decisões e escolhas
morais:algumas considerações acerca da necessidade de regulamentação
ética e jurídica da inteligência artificial. Disponível em:
<http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/jurispoiesis/article/viewFile/3423
/1531>. Acesso em: 23 nov. 2017.
G1, São Paulo. Robô agarra e mata trabalhador dentro de fábrica da Volkswagen.
Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/07/robo-agarra-e-
mata-trabalhador-dentro-de-fabrica-da-volkswagen.html>. Acesso em: 18 nov.
2017.
HASS, Guilherme. Por que os EUA querem drones autônomos capazes de matar.
Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/armas-de-fogo/45860-por-
que-os-eua-querem-drones-autonomos-capazes-de-matar.htm>. Acesso em: 30
nov. 2017.
MASSON, Cleber. Direito Penal esquematizado - parte geral. 4ª edição. São Paulo,
2011, Editora Método.
116 | Direito, tecnologia e globalização
NIT MANTIQUEIRA. Brasil ocupa a 70ª posição em ranking dos países mais inovadores
do mundo. Disponível em: <http://www.nitmantiqueira.
org.br/portal/index.php/noticias/959-brasil-ocupa-a-70-posicao-em-ranking-
dos-paises-mais-inovadores-do-mundo>. Acesso em: 23 nov. 2017.
SIMONITE, Tom. For Superpowers, Artificial Intelligence Fuels New Global Arms
Race. Disponível em: <https://www.wired.com/story/for-superpowers-
artificial-intelligence-fuels-new-global-arms-race/> Acesso em: 18 nov. 2017
1. Introdução
julho de 1984 (Lei de Execução Penal - LEP), para dispor sobre a revista
pessoal (CÂMARA, 2014).
Atualmente, uma nova tecnologia é prevista para combater tais
irregularidades: são os scanners corporais. À semelhança do que já é de
praxe em aeroportos, por meio dos scanners, a varredura de imagem é
feita sem a necessidade de se despir ou de se exigirem condutas
vexatórias dos visitantes, agilizando e dando maior credibilidade às
checagens, que antes ficavam ao arbítrio e à falibilidade da visão
humana.
Entretanto, sua aplicação ainda é limitada: conforme noticiou O Globo,
de acordo com um levantamento realizado pela ONG Conectas e baseando-
se na Lei de Acesso à Informação, no período entre 2015 e julho de 2016,
mais de oito milhões de revistas íntimas nos presídios paulistas foram
realizadas. Há apenas cinco aparelhos de scanner corporal, contrastando
com 168 unidades prisionais do estado, o que faz com que práticas de
revista vexatória permaneçam em uso, mesmo tendo sua utilização
expressamente proibidas pela Lei Estadual n. 15.552, de agosto de 2014.
Conforme o dispositivo legal, o visitante deve passar por revista
mecânica em lugar reservado, com o auxílio de equipamentos que
garantam a segurança do presídio, mas que preservem a integridade
física, psicológica e moral do visitante. Desse modo, a utilização de
scanner corporal permite a verificação, pelos agentes de segurança, do
porte de qualquer objeto proibido, sem a necessidade de submeter o
visitante a uma revista constrangedora ou humilhante.
Avalia-se que o custo médio de implantação de scanners em
unidades prisionais é relativamente alto: em 2008, o valor de um
aparelho importado da Alemanha girava em torno de R$ 650 mil
(AGENCIA BRASIL, 2008) e, em 2016, o aluguel sairia por R$ 17 mil ao
mês. Em um ano, o estabelecimento teria despendido quase R$ 205 mil.
Em valores mais atuais, os equipamentos foram avaliados em R$ 7,066
milhões de reais (GAZETA DIGITAL, 2016).
Verônica Oliveira Souza | 129
5. Inclusão digital
5.1. A biometria
6. Conclusão
7. Referências
ABREU, Gustavo Mormesso de. A introdução das eleições biométricas no Brasil. In:
Tribunal Regional Eleitora – Santa Catarina. Disponível em: <http://www.tre-
sc.jus.br/site/resenha-eleitoral/revista-tecnica/edicoes-
impressas/integra/2012/06/a-introducao-das-eleicoes-biometricas-no-
brasil/index3a1d.html?no_cache=1&cHash=a1e1f1c52a08e8658d97085bd3b7fa83>.
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Biblioteca Nacional lança a Hemeroteca Digital Brasileira. De olho na CI. V.08, N2,
2017. 31 ago. 2012. Disponível em:
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tributária. 08 março 2017. Disponível em:
<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=337857>
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______. Tribunal Regional Federal. TRF1: Mutirão para distribuição do processo digital.
26 janeiro 2010. Disponível em: <http://www.cjf.jus.br/cjf/
outras-noticias/2012-1/janeiro/trf1-mutirao-para-distribuicao-do-processo-
digital>. Acesso em: 21 nov. 2017.
COSTA, Rafael. Por R$ 7 milhões, Estado planeja compra de scanner corporal. In:
GazetaDigital. Disponível em:< http://www.gazetadigital.com.br/
conteudo/show/secao/9/og/1/materia/497008/t/por-r-7-milhoes-estado-planeja-
compra-de-scanner-corporal>. Acesso em 21 nov. 2017.
136 | Direito, tecnologia e globalização
ESTADÃO. Bloqueio de celulares perto de presídios prejudica 200 mil. In: Estadão.
Disponível em: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,bloqueio-de-
celulares-perto-de-presidios-prejudica-200-mil,20060520p
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Lei permite redução de pena a detentos por frequentar escola. In: Jusbrasil. 2013.
Disponível em: <https://tj-ms.jusbrasil.com.br/noticias/2759058/lei-permite-
reducao-de-pena-a-detentos-por-frequentar-escola>. Acesso em 21 nov. 2017.
MARIZ, Renata. Revista íntima vexatória ainda é rotina no sistema prisional do país.
In: OGlobo. 27 fev. 2017. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/brasil/revista-intima-vexatoria-ainda-rotina-no-
sistema-prisional-do-pais-20986329#ixzz4zLLB9bhq>. Acesso em: 21 nov. 2017.
MUNIZ, Mariana. Casa de Correção: o que mudou de 1850 pra cá? In: Jota. 2017.
Disponível em: <https://jota.info/justica/casa-de-correcao-o-que-mudou-de-
1850-pra-ca-22012017>. Acesso em: 11 nov. 2017.
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Superior da Justiça do Trabalho. 27 jun. 2017. Disponível em:
<http://www.csjt.jus.br/noticias-lancamento1/-/asset_publisher/ECs3/
content/por-dentro-do-processo-judicial-eletronico-pje?redirect=%2F>. Acesso
em: 21 nov. 2017.
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detectores de metais. 04 jan. 2017. In: OGlobo. Disponível em: <
https://oglobo.globo.com/brasil/cnj-65-dos-presidios-nao-tem-bloqueadores-de-
celular-ou-detectores-de-metais-20725592>. Acesso em: 21 nov. 2017.
VELASCO, Clara; D'AGOSTINO, Rosanne; REIS, Thiago. Brasil teve quase 400 mortes
violentas nos presídios em 2016. In: G1. Disponível EM:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/brasil-teve-mais-de-370-mortes-
violentas-nos-presidios-em-2016.ghtml>. Acesso em 22 nov. 2017.
VENTURINI, Renato. CPP de Porto Feliz a todo vapor! - A unidade promove projetos
de informática, música e sediou uma edição da Jornada de Cidadania e
Empregabilidade. 03 fev. 2016. Disponível
em:<http://www.sap.sp.gov.br/noticias/not645.html>. Acesso em: 21 nov. 2017.
6
1. Introdução
era muito mais prático [...] manter e utilizar aqueles recibos do que, a cada
operação, apresentá-los ao emissor e retirar as moedas depositadas para com
3
SINGER, Paul. Aprender economia. 21ª ed. São Paulo: Contexto, 2002.
4
ROSSETI, Jose Paschoal; LOPES, João do Carmo. Economia monetária. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
Cristovam S. Sousa; Gabriela Brandão A. de Oliveira; Sabrina Michelin | 141
O seu desenvolvimento foi acidental, uma vez que não houve uma
conscientização de que os depósitos bancários, movimentados por
cheques, eram uma forma de moeda 6. Eles ajudaram a expandir os meios
de pagamento mediante a multiplicação de seu uso. Hoje em dia, a
moeda bancária representa a maior parcela dos meios de pagamento
existentes.
5
NUSDEO, Fábio. Curso de economia: Introdução ao direito econômico. 3ª ed. São Paulo: Editora RT, 2001. p. 52.
6
ROSSETI, José Paschoal. Introdução à economia. 16ª ed. São Paulo: Atlas, 1994. ROSSETI, Jose Paschoal; LOPES,
João do Carmo. Economia monetária. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
7
NUSDEO, Fábio. Curso de economia: Introdução ao direito econômico. 3ª ed. São Paulo: Editora RT, 2001. p. 50-
53.
8
Consta: “Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo Conselho Monetário
Nacional.” Inciso I do art. 10 do Capítulo III da Lei n. 4.595/64. No mesmo sentido: “Autorizar as emissões de
papel-moeda as quais ficarão na prévia dependência de autorização legislativa quando se destinarem ao
financiamento direto pelo Banco Central da República do Brasil, das operações de crédito com o Tesouro Nacional,
nos termos do artigo 49 desta Lei.” Inciso I do art. 4º do Capítulo II da Lei n. 4.595/64.
9
Conforme art. 1º da Lei n. 8.880/94.
10
Conforme §1º do art. 1º da Lei n. 8.880/94.
11
A natureza liberatória de obrigações quer dizer que, por meio da moeda, qualquer obrigação patrimonial deve ser
considerada adimplida.
12
Conforme art. 1º da Lei n. 8.880/94.
142 | Direito, tecnologia e globalização
13
Consta: “Compete à União: emitir moeda”. Inciso VII e art. 21 do Capítulo II do Título III da CRFB/88.
VARELA, Dyjann Müller Aguiar. Do conceito jurídico de e-moeda. Revista de Direito UNIFACEX, Natal-RN, v.5,
14
mas sem identificar o usuário, uma vez que se registra uma chave digital
específica para esse e não os seus dados.
A verificação da transação é feita com criptografia pesada que, no
caso da Bitcoin, torna-se possível pelo modelo de criação e/ou produção
que conta com mão de obra e conhecimento coletivos para desenvolver
soluções e criar produtos. As normas da “DAO” 18 estão embutidas no
sistema, em seu próprio código. Não há um servidor ou entidade
centralizada supervisionando as operações da organização.
O ato de gerar Bitcoins é comumente chamado de "minerar" (como
em minerar ouro) 19 e o número máximo de unidades em circulação é
limitado a 21 milhões - atualmente 16 milhões de Bitcoins já foram
mineradas 20 - sendo que cada unidade pode ser fracionada em números
muito menores. Os usuários da rede Bitcoin, opcionalmente, podem
pagar uma pequena taxa em cada transação. Isso fará com que a
transação seja processada com maior prioridade pelos mineradores,
aumentando a probabilidade de ela ser incluída mais rapidamente na
Blockchain 21.
Como as transferências independem de uma autoridade central, ao
invés de utilizar um intermediário que cobre taxas – como o PayPal e
PagSeguro ou bancos – a nova moeda possibilita que as pessoas paguem
diretamente umas às outras. O processo é realizado anonimamente e o
sistema não mantém registros sobre a identidade do usuário, apenas um
código de endereçamento, de modo que apenas o proprietário do código
possa acessar seu saldo e suas transações. Pode ser considerado “sem
peso e sem espaço” – é incorpóreo. Isso possibilita a transferência de
propriedade a despeito da geografia a um custo virtualmente nulo. A
18
Descentralized Autonomous Organization (DAO) é uma organização autônoma descentralizada digital baseada no
sistema Blockchain que, segunda a mesma, tem como objetivo prover um modelo de negócio descentralizado para
organizar tanto empresas comerciais como entidades sem fins lucrativos em um software.
19
BITCOIN PROJECT. Disponível em: <https://bitcoin.org/bitcoin.pdf>. Acesso em: 09 jul. 2017.
20
BLOCKCHAIN LUXEMBOURG. Disponível em: https://blockchain.info/pt/charts/total-bitcoins>. Acesso em: 08
dez. 2017.
21
BITCOIN PROJECT. Disponível em: <https://bitcoin.org/en/faq#how-much-will-the-transaction-fee-be>. Acesso
em: 09 jul. 2017.
144 | Direito, tecnologia e globalização
22
ULRICH, Fernando. Bitcoin: A moeda na era digital. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2014.
23
FELIPINI, Dailton. ABC do e-Commerce. 2001.
24
ECOMMERCE BRASIL. Disponível em: <https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/
primeiros-passos-bitcoin-e-commerce>. Acesso em: 12 jul. 2017.
25
BITCOINNEWS. Disponível em: <www.bitcoinnews.com.br>. Acesso em: 12 jul. 2017.
26
O GLOBO. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/valor-do-bitcoin-ultrapassa-ouro-pela-
primeira-vez-21006862>. Acesso em: 14 jul. 2017.
Cristovam S. Sousa; Gabriela Brandão A. de Oliveira; Sabrina Michelin | 145
Imagem 2: Cotação da Bitcoin na Mt. Gox entre set. 2010 e jan. 2013
.
Fonte: Bitcoincharts (2017)
It has been shown, in addition, that the primary cause of cyclical fluctuations
must be sought in changes in the volume of money, which are undoubtedly
always recurring and which, by their occurrence, always bring about a
falsification of the pricing process, and thus a misdirection of production 3031.
27
ALVES, Onofre Batista. O outro Leviatã e a corrida ao fundo do poço. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 413.
28
MISES, Ludwig Von. A teoria austríaca dos ciclos econômicos. Instituto Ludwig Von Mises, 27, ago. 2008.
Disponível em: <http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=149>. Acesso em: 23 jun. 2017.
29
QUORA. Disponível em: <https://www.quora.com/What-percentage-of-the-worlds-money-is-printed-in-cash-
bills-coins#>. Acesso em: 03 jul. 2017.
30
HAYEK, Friedrich A. Monetary theory and the trade cycle. 1ª ed. New York: Sentry press. 1933. p.140.
31
Foi demonstrado, além disso, que a principal causa de flutuações cíclicas deve ser buscada em mudanças no
volume de dinheiro, que são, sem dúvida, sempre recorrentes e que, por sua ocorrência, sempre provocam uma
falsificação do processo de preços e, portanto, uma direção errônea da produção. (Tradução nossa).
Cristovam S. Sousa; Gabriela Brandão A. de Oliveira; Sabrina Michelin | 147
32
PUBLICADIREITO. Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=
1ecccc0718eb6582>. Acesso em: 03 jul. 2017.
33
FERREIRA, Natasha Alves. Incertezas jurídicas e econômicas da Bitcoin como moeda. p. 7.
148 | Direito, tecnologia e globalização
34
HAYEK, Friedrich A. Desestatização do dinheiro. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises. Brasil, 2011. p. 37.
35
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Disponível em: <http://www4.bcb.gov.br/adm/mecir/
principal.asp>. Acesso em: 11 jul. 2017.
Cristovam S. Sousa; Gabriela Brandão A. de Oliveira; Sabrina Michelin | 149
36
FERREIRA, Natasha Alves. Incertezas jurídicas e econômicas da Bitcoin como moeda. p. 11.
150 | Direito, tecnologia e globalização
37
BANK OF ENGLAND. Disponível em: <http://www.bankofengland.co.uk/research/Documents/
workingpapers/2016/swp605.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2017.
Cristovam S. Sousa; Gabriela Brandão A. de Oliveira; Sabrina Michelin | 151
WORLD BANK GROUP. World Bank: The Global Findex Database 2014. Disponível em: <
38
39
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT.
Disponível em: <https://stats.oecd.org/Index.aspx?DataSetCode=REV>. Acesso em: 11 jun. 2017.
154 | Direito, tecnologia e globalização
Isso deixa claro que a Bitcoin deve ser tributada. Mas como? Antes
de se aprofundar nesse tópico, é preciso analisar o anonimato dessa
moeda. Segundo o site BitcoinNews:
40
O GLOBO. Disponível em: < http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/09/levy-diz-que-imposto-de-renda-
maior-pode-ser-um-caminho.html>. Acesso em: 11 jul. 2017.
Cristovam S. Sousa; Gabriela Brandão A. de Oliveira; Sabrina Michelin | 155
41
BITCOINNEWS. Disponível em: <https://www.bitcoinnews.com.br/bitcoinbrasil/o-bitcoin-e-anonimo-um-guia-
completo-para-iniciantes/>. Acesso em: 11 jun. 2017.
156 | Direito, tecnologia e globalização
42
THE SIDNEY MORNING HERALD. Disponível em: <http://www.smh.com.au/technology/
technology-news/drugs-bought-with-virtual-cash-20110611-1fy0a.html>. Acesso em: 06 jul. 2017.
43
THE ECONOMIST. Disponível em: <http://www.economist.com/node/21563752>. Acesso em: 06 jul. 2017.
44
USA TODAY. Bitcoin pioneer facing federal charges quits foundation. USA Today, 28. jan. 2014.
Cristovam S. Sousa; Gabriela Brandão A. de Oliveira; Sabrina Michelin | 157
45
SCIENCEMAG. Disponível em: <http://www.sciencemag.org/news/2016/03/why-criminals-cant-hide-behind-
bitcoin>. Acesso em: 06 jul. 2017.
158 | Direito, tecnologia e globalização
46
MIGALHAS. Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI213187,41046
Bitcoin+como+objeto+material+do+crime+de+lavagem+de+dinheiro>. Acesso em: 06 jul. 2017.
Cristovam S. Sousa; Gabriela Brandão A. de Oliveira; Sabrina Michelin | 159
Iniciativas para embasar essa opinião são cada vez mais presentes. O
trabalho “An Analysis of Anonymity in Bitcoin Using P2P Network Traffic”47,
feito por alunos da Penn State, descreve uma versão de software para
vendedores e compradores de Bitcoins, que conseguiu rastrear não só as
transações feitas depois da instalação do programa, como todo o histórico de
transações dos usuários. Há também serviços como o Chain Analysys que
atua checando as transações de seus clientes, a fim evitar que estes sejam
fraudados48.
47
SEMANTICSCHOLAR. Disponível em: <https://pdfs.semanticscholar.org/c277/62257f068
fdbb2ad34e8f787d8af13fac7d1.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2017.
48
CHAINANALYSIS. Disponível em: <https://www.chainalysis.com/>. Acesso em: 18 jul. 2017.
49
CIO. Disponível em: <http://cio.com.br/opiniao/2017/05/11/o-crime-ja-nao-esta-tao-seguro-por-tras-do-
bitcoin/>. Acesso em: 18 jul. 2017.
160 | Direito, tecnologia e globalização
50
BLOCKCHAIN LUXEMBOURG. Disponível em: <https://blockchain.info/pt/charts/market-
price?timespan=all>. Acesso em: 04 dez. 2017.
51
BLOCKCHAIN LUXEMBOURG. Disponível em: <https://blockchain.info/pt/charts/market-cap>. Acesso em: 04
dez. 2017.
52
BLOCKCHAIN LUXEMBOURG. Disponível em: <https://blockchain.info/pt/charts/total-bitcoins>. Acesso em:
04 dez. 2017.
53
BLOCKCHAIN LUXEMBOURG. Disponível em: <https://blockchain.info/pt/charts/trade-volume>. Acesso em:
04 dez. 2017.
Cristovam S. Sousa; Gabriela Brandão A. de Oliveira; Sabrina Michelin | 161
54
COINBR BLOG. Disponível em: <https://blog.coinbr.net/6-grandes-empresas-que-aceitam-bitcoins/>. Acesso
em: 03 jul. 2017.
55
A Coinbase é uma plataforma online destinada à compra, venda, transferência e armazenamento de moeda digital.
Disponível em: <https://www.coinbase.com/?locale=pt-br/>. Acesso em: 25 set. 2017.
56
BitLicense é o termo comum utilizado para um tipo de licença de negócio referente às atividades com moedas
virtuais. Os regulamentos estão limitados a atividades que envolvam o Estado de New York ou seus residentes.
162 | Direito, tecnologia e globalização
57
CRYPTOCOMPARE. Disponível em: < https://www.cryptocompare.com/>. Acesso em: 17 jul. 2017.
58
HOPES AND FEARS. Disponível em: <http://www.hopesandfears.com/hopes/future/
economics/213907-cash-disappearing-in-denmark>. Acesso em: 20 jul. 2017.
Cristovam S. Sousa; Gabriela Brandão A. de Oliveira; Sabrina Michelin | 163
59
BITCOIN NEWS. Disponível em: <https://news.bitcoin.com/barclays-bank-come-blockchain-will-stay-bitcoin/>.
Acesso em: 20 jul. 2017. Está cada vez mais claro que a Bitcoin faz parte de uma história ainda maior: as
instituições financeiras, incluindo os barclays, estão agora considerando como a tecnologia subjacente às moedas
digitais - a cadeia de blocos - poderia revolucionar as finanças). (Tradução nossa).
164 | Direito, tecnologia e globalização
60
TECMUNDO. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/bitcoin/112773-contramao-economia-valor-
bitcoin-cresce-320-2011.htm>. Acesso em: 18 jul. 2017.
61
FOLHA DE SÃO PAULO. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/
2015/08/1666120-brasil-bate-recorde-em-bitcoins.shtml>. Acesso em: 18 jul. 2017.
62
TECMUNDO. Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/bitcoin/86754-15-mil-comerciantes-aceitam-
bitcoin-brasil.htm. Acesso em: 03 jul. 2017.
63
Dispõe sobre a inclusão das moedas virtuais e programas de milhagem aérea na definição de "arranjos de
pagamento" sob a supervisão do Banco Central.
Cristovam S. Sousa; Gabriela Brandão A. de Oliveira; Sabrina Michelin | 165
64
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil 3: Contratos. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
166 | Direito, tecnologia e globalização
próprio usuário pode controlar de onde vem e para onde está indo seu
dinheiro.
O Banco Central do Brasil, em Comunicado n. 25.306, de 19 de
fevereiro de 2014, declarou seu posicionamento sobre as moedas
virtuais:
65
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil 3: Contratos. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 153.
168 | Direito, tecnologia e globalização
9. Conclusão
10. Referências
ALVES, Onofre Batista. O outro Leviatã e a corrida ao fundo do poço. Saraiva, 2015.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil 3: Contratos. 5ª ed. São Paulo: Saraiva,
2012.
HAYEK, Friedrich A. Desestatização do dinheiro. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises.
Brasil, 2011.
HAYEK, Friedrich A. Monetary theory and the trade cycle. 1ª ed. New York. 1933.
172 | Direito, tecnologia e globalização
MISES, Ludwig Von. A teoria austríaca dos ciclos econômicos. Instituto Ludwig Von
Mises, 27, ago. 2008. Disponível em: <http://www.mises.
org.br/Article.aspx?id=149>. Acesso em: 23 jan. 2014.
NUSDEO, Fábio. Curso de economia: Introdução ao direito econômico. 3ª ed. São Paulo:
Editora RT, 2001.
ROSSETI, José Paschoal. Introdução à economia. 16ª ed. São Paulo: Atlas, 1994.
ROSSETI, Jose Paschoal; LOPES, João do Carmo. Economia monetária. 9ª ed. Saraiva,
2005.
Cristovam S. Sousa; Gabriela Brandão A. de Oliveira; Sabrina Michelin | 173
SINGER, Paul. Aprender economia. 21ª ed. São Paulo: Contexto, 2002.
TRIGUEIROS, F. S., Dinheiro no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: Léo Cristiano Editorial,
1987.
ULRICH, Fernando. Bitcoin: A moeda na era digital. São Paulo: Instituto Ludwig von
Mises Brasil, 2014.
USA TODAY. Bitcoin pioneer facing federal charges quits foundation. USA Today, 28.
jan. 2014.
WORLD BANK GROUP. World Bank: The Global Findex Database 2014. Disponível em:
<http://documents.worldbank.org/curated/en/187761468179367706/pdf/WPS7
255.pdf> Acesso em: 06 nov. 2017.
7
1. Introdução
2. Desenvolvimento
1
A Unidroit é um Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado.
Bruno Lucas Oliveira Assunção | 181
Pode-se citar o Brasil como uma das variadas nações que optaram
pela inserção da arbitragem em seu meio jurídico. Em solo brasileiro,
essa incorporação ocorreu gradualmente desde os códigos antigos, isto é,
a atualização dos códigos fez com que a arbitragem se tornasse cada vez
mais evidente em nosso ordenamento jurídico, de modo a propiciar aos
contratantes estrangeiros uma alternativa ao modo convencional de
solução de litígios (modelo jurisdicional).
Portanto, pode-se afirmar que o desenvolvimento da lex mercatoria
se deve ao anseio dos comerciantes por um conjunto de regras que
estivesse desvinculado dos ordenamentos jurídicos estatais, já que as
relações comerciais fluíam de forma muito mais eficaz por meio da
aplicação dos usos e costumes advindos do próprio comércio. Ademais,
houve, depois de um tempo, o surgimento da nova lex mercatoria, a qual
ainda existe e tem por objetivo normatizar as relações comerciais
internacionais por meio de usos e costumes internacionais, a fim de
possibilitar um padrão de tratamento nas transações internacionais, de
modo a dar uma maior segurança jurídica àqueles que estão negociando.
Por sua vez, Arthur Rosett amplia esta noção e descreve os diversos
fatores que suportariam o processo de harmonização da seguinte
maneira:
taxas que são cobradas tanto pelo governo quanto por instituições bancárias,
conforme mostra o gráfico a seguir:
Fonte: BI Intelligence.
• Estimular o uso de moedas que não tenham decréscimo do seu valor real de
compra ao longo do tempo.
2
Fonte:<http://www.portaldoinvestidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/menu/atividad
es/CentroEducacional/Apresentacoes/Apresentacoes2017/2017_04_05-
MoedasVirtuaiseDigitais_LucianoPortoBarreto.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2017.
3
Negociação. Tradução nossa.
4
Corrente de blocos, ou simplesmente, um registro público de transações. Tradução nossa.
188 | Direito, tecnologia e globalização
5
Fonte: <https://www3.bcb.gov.br/normativo/detalharNormativo.do?method=detalharNormativo
&N=11400927>. Acesso em: 26 nov. 2017.
Bruno Lucas Oliveira Assunção | 189
8
O financiamento coletivo (crowdfunding) consiste na obtenção de capital para iniciativas de interesse coletivo por
meio da agregação de múltiplas fontes de financiamento, em geral, pessoas físicas interessadas na iniciativa. O
termo é muitas vezes usado para descrever especificamente ações na internet com o objetivo de arrecadar dinheiro
para artistas, jornalismo cidadão, pequenos negócios e startups, campanhas políticas, iniciativas de software livre,
filantropia e ajuda a regiões atingidas por desastres, entre outras.
9
LEE, Timothy B. An Illustrated History of Bitcoin Crashes, Forbes, 11 abr. 2013. Disponível em:
<http://www.forbes.com/sites/timothylee/2013/04/11/an-illustrated-history-of-bitcoin-crashes/>. Acesso em: 26
nov. 2017.
10
O termo malware é proveniente do inglês malicious software; é um software destinado a se infiltrar em um
sistema de computador alheio de forma ilícita, com o intuito de causar algum dano, alterações ou roubo de
informações (confidenciais ou não).
192 | Direito, tecnologia e globalização
3. Conclusão
4. Referências
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droit comparé. v. 50, n. 4. outubro/dezembro. 1998, p. 1019.
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LEE, Timothy B. An illustrated history of bitcoin crashes. In: Forbes, 11 abr. 2013.
Disponível em: <http://www.forbes.com/sites/timothylee/2013/04/11/an-
illustrated-history-of-bitcoin-crashes/>. Acesso em: 26 de nov. 2017.
STRENGER, Irineu. Direito do comércio internacional e lex mercatoria. São Paulo: Ltr,
1996. p. 58-59.
ULRICH, Fernando. Bitcoin: a moeda na era digital. 1ª Edição. Mises Brasil, 2014.
Lucas Rabello
Otávio Augusto Andrade Santos
1. Introdução
Nós acreditávamos que, à medida que a Internet crescia, deveria haver uma
crescente necessidade de serviços de resolução de conflitos. Também
acreditávamos que tais serviços poderiam ser entregues por meio da Internet
(KATSH, 2002, pág. 1).
1
Tradução nossa. Versão original: ‘‘[…] there would be opportunities to deal with online problems using online
mean”.
198 | Direito, tecnologia e globalização
5
Informação disponível em: <https://www.statista.com/statistics/379046/worldwide-retail-e-commerce-sales/>.
Acesso em: 02 dez. 2017.
6
Tradução nossa. Versão original: ‘‘Research shows that email negotiations: 1) increased contentiousness, 2)
diminished information sharing, 3) diminished process cooperation, 4) diminished trust, [and] 5) increased effects
of negative attribution”
200 | Direito, tecnologia e globalização
7
Artigo apresentado no primeiro Simpósio Formal do novo Centro de Excelência da Universidade de Kobe, o
Centro de Pesquisa de Processos Legais Dinâmicos em Sociedades de Mercado Avançadas (‘‘CDAMS’’, na abreviação
em língua inglesa).
8
Tradução nossa. Versão original: ‘‘The substantive lex mercatoria is increasingly made up of inter-related and
often overlapping sets of norms continually being refined by a variety of state, pseudo-state, and private actors’’.
9
Tradução nossa. Versão original: ‘‘Two major tensions emerge from this interaction. First, although a key feature
of the lex mercatoria is its transnational or global character – developed through and for cross-border transactions
– the involvement of state actors […] means that local variations can remaining in developing and especially
applying substantive norms’’.
204 | Direito, tecnologia e globalização
10
Foi o Decreto Legislativo n. 4.311, publicado no Diário Oficial da União - D.O.U. em 24 de julho de 2002, que
regulamentou a adesão do país à mencionada Convenção.
Lucas Rabello; Otávio Augusto Andrade Santos | 205
13
Vários autores consideram o surgimento dos mecanismos de ODR na citada data. A título de exemplo, Richard
Susskind, Julio César Betancourt, Elina Zlatanska, George Friedman, Riikka Koulu entre outros autores que compõe
a bibliografia básica do artigo concordam com o período citado.
14
Richard Susskind em seu livro Tomorrow’s Lawyers apresenta a Cybersettle como uma das primeiras empresas
a utilizar a mediação como ODR. “An early and much touted example was Cybersettle, a Web-based system
launched in 1998. In its first version, Cybersettle was claimed to have handled over 200,000 claims of combined
value in excess of $1.6 billion” (SUSSKIND, 2017, p. 116).
15
Tradução nossa. No original: “The future seems destined to bring dramatic changes to the way online disputes are
resolved, and ultimately affect the way arbitrations and mediations are administered for a wide range of disputes
beyond the online realm. For parties and their representatives, the near future will bring about the development of
virtual alternative dispute resolution, with all communications and information related to the case available
through their computer at any time from any place”.
Lucas Rabello; Otávio Augusto Andrade Santos | 207
16
O referido aumento de disputas online inclusive foi abordado em um documento da UN/CEFACT, orgão das
Nações Unidas que visa estimular o comércio e negócios eletrônicos. Publicado em 2003 como anexo, o Draft
Recommendation on ODR afirmava: “The increasing activity on the Internet in both the Business-to-Business (B2B)
and the Business-to-Consumer (B2C) sectors inevitably results in a growing number of conflicts in the electronic
business environment”. UNECE, Economic and Social Council. Disponível em: <
https://www.unece.org/fileadmin/DAM/cefact/cf_plenary/
plenary03/docs/03cf13.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2017
208 | Direito, tecnologia e globalização
disputas 17. Mas o que mais se destaca em seu papel no modelo arbitral é
o fato de que todas as outras tecnologias e alternativas surgiram, se
disseminaram e se consolidaram tendo a internet como background. O e-
mail foi uma ferramenta que revolucionou a comunicação e a troca de
mensagens em todo o mundo graças ao advento da internet. Richard
Susskind (2017, p. 45) destaca treze tecnologias disruptivas no Direito,
sendo elas: “automação documental, contectividade constante, um
mercado jurídico-eletrônico, e-learning (aprendizagem de máquina),
aconselhamento jurídico online, fontes jurídicas abertas, comunidades
jurídicas fechadas, workflow e gerenciamento de projetos, conhecimento
jurídico internalizado, resolução de conflitos online (ODR), análise de
documentos, predição por máquinas, respostas (automáticas) de
questões jurídicas” 18.
O argumento é que todas essas tecnologias possuem mecanismos e
procedimentos ligados diretamente à internet e, à medida que se
desenvolvem, influenciam os modelos atuais do Direito e também são
influenciadas por ele. No que tange especificamente à arbitragem e sua
forma online, e-arbitration, é preciso abordar alguns dos elementos que
atualmente orbitam em torno do modelo do instituto, tendo em vista a
internet como background para mudanças.
A primeira tecnologia que merece destaque é a videoconferência.
Originária dos anos 90, a videoconferência começou a ganhar força com
o desenvolvimento da internet e da otimização das conexões e melhoria
dos provedores de serviços. Como exemplo atual, pode-se utilizar a
FINRA, acrônimo para Financial Industry Regulatory Authority, que é
uma autoridade regulatória americana para a indústria financeira, que
oferece a videoconferência como elemento integrante de métodos de
ODR:
17
“The real driver for the expansion of ODR was and is commerce.” (DEL DUCA; COLIN; ZBYNEK, 2011, P. 3)
18
Tradução nossa. No original: “document automation, relentless connectivity, eletronic legal marketplace, e-
learning, online legal guidance, legal open-sourcing, closed legal communities, workflow and project management,
embedded legal knowledge, online dispute resolution, document analysis, machine prediction, legal question
answering”.
Lucas Rabello; Otávio Augusto Andrade Santos | 209
19
Tradução nossa. No original: “All four of FINRA’s regional office locations (Boca Raton, Chicago, Los Angeles, and
New York City) now have videoconferencing capabilities. With the consent of all parties or with the permission of
the arbitration panel, parties or witnesses may appear at hearings by videoconferencing for hearings held in one of
the regional office locations”.
20
Regulamento. Disponível em: <https://arbitranet.com.br/regulamento/>. Acesso em: 28 Nov. 2017
210 | Direito, tecnologia e globalização
21
Tradução nossa. No original: “generate relatively polished and customized first drafts of documents, in response
to questions asked of their users. Much of the early work in this field, in the 1980s, was devoted to systems that
could generate wills. Since then, the same technology has been applied in far more ambitious contexts such as the
production of loan documentation for large- scale banking transactions”.
Lucas Rabello; Otávio Augusto Andrade Santos | 211
22
Decision Quest, The litigation lifecycle®. Disponível em: <http://www.decisionquest.com/
history/>. Acesso em: 27 nov. 2017.
23
CaseXplorer, Whats is CaseXplorer?. Disponível em: <http://casexplorer.com/tutorial/
FAQ.aspx>. Acesso em: 28 nov. 2017.
24
CaseXplorer Arbitration, Whats is CaseXplorer Arbitration?. Disponível em:
<http://www.casexplorerarbitration.com/tutorial/faq.aspx>. Acesso em: 28 nov. 2017.
212 | Direito, tecnologia e globalização
25
Tradução nossa. No original: “Paper will become passé: As ADR providers expand their online services for case
filing, case management, document, image and video uploading, arbitrator selection, calendaring, and bill payment,
fewer parties and arbitrator will use paper. It’s just a matter of time before discounts are offered for using these
systems, and sooner or later, extra fees will be assessed to those users who insist on using paper for
correspondence or bill payment”.
Lucas Rabello; Otávio Augusto Andrade Santos | 213
26
Tradução nossa. No original: “This technology is still in its early stages. Assuming any reasonable growth in its
development, it may well be that most business remittances will occur by electronic fund transfers. This, too, would
positively impact on construction case administration, because it would speed the crediting and payment of various
administrative fees. Arbitrator compensation, for instance, would be paid much more promptly. Accuracy in
accounting would improve, as well”.
214 | Direito, tecnologia e globalização
27
Tradução nossa. No original: “The definition of jurisdiction on the Internet is often a real problem, because, for
example, the domain or site on which the consideration of the online dispute takes place may be registered in one
jurisdiction and an organization in the dispute within another. In this case all the legal systems exist and are
focused on the conditions of the space-time stability”.
28
Equifax hackers targeted 15.2 million UK records. The Telegraph. Disponível em:
<http://www.telegraph.co.uk/technology/2017/10/10/equifax-hackers-targeted-152-million-uk-records/.> Acesso
em: 01 dez. 2017
29
Fake news: What exactly is it – and can it really swing an election? The Telegraph. Disponível em:
<http://www.telegraph.co.uk/technology/0/fake-news-exactly-has-really-had-influence/>. Acesso em: 01 dez.
2017
216 | Direito, tecnologia e globalização
com que as coisas surgem e acabam e tende a gerar uma certa cautela
devido aos rumos que sua utilização abusiva pode gerar.
Muito do que poderia ser discutido aqui como contra-argumento ao
que foi apresentado será abordado na sequência para um melhor
entendimento do leitor, mas de qualquer forma, a internet já possui,
hoje, mecanismos suficientes que validam um mínimo de utilização de
cláusulas arbitrais online com segurança.
Continuando os problemas da arbitragem, um debate não tão
inédito é relacionado às diferentes legislações de cada país, cada uma
restringindo as matérias de Direito que podem ser passíveis de
arbitramento. No Brasil, a legislação sobre arbitragem limita a matéria
somente a litígios referentes a direitos patrimoniais disponíveis. Nesse
sentido, com os paradigmas que o ambiente online trouxe, a expectativa é
de que o Direito comece também a se adaptar à nova realidade e, dessa
forma, a e-arbitration pode enfrentar dificuldades caso mais restrições
sejam impostas ao tipo de matéria que ela pode versar. A disseminação
do e-commerce faz com que o número de pequenos casos, principalmente
para a arbitragem B2C, Business to Consumer, aumente
consideravelmente, de forma que uma e-arbitration rápida seja cada vez
mais demandada.
Com o aumento de demanda e a necessidade de rapidez processual,
surge um outro problema para o modelo arbitral online. Trata-se de
descaraterização do instituto devido à pressão por um processo rápido e
simplificado. Elementos fundamentais de um devido processo legal como
o acesso à justiça, informação adequada, abertura e transparência dos
procedimentos, audiências, neutralidade, independência do árbitro e
imparcialidade podem ser deixados de lado em busca de uma resolução
barata e rápida. Tratar o processo arbitral em sua forma online poderia
significar turvar o instituto e facilitar o surgimento de uma “privatização
da justiça” que favorece grandes empresas e diminui a proteção que o
consumidor deve ter por natureza.
Lucas Rabello; Otávio Augusto Andrade Santos | 217
30
Tradução nossa. No original: “In electronic arbitration, transparency comes from the provision of access to
information on the case only for the parties involved. In contrast to the courts, arbitration ensures the
confidentiality of the proceedings of the process, which is one of its specific advantages”.
218 | Direito, tecnologia e globalização
33
Learn Cryptography. Disponível em: <https://learncryptography.com/encryption>. Acesso em: 02 dez. 2017
34
BRASIL. Congresso Nacional. Medida Provisória nº 2.200-2. Brasília: 24.08.2001. “Art. 1o Fica instituída a
Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, para garantir a autenticidade, a integridade e a validade
jurídica de documentos em forma eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizem
certificados digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras”.
35
BRASIL. Congresso Nacional. Código Civil. Brasília: 10.01.2002. “Art. 225. As reproduções fotográficas,
cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de
220 | Direito, tecnologia e globalização
fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a
exatidão”.
36
Link para o artigo original sobre Bitcoin, publicado por Satoshi Nakamoto em 2009:
<https://bitcoin.org/bitcoin.pdf>. Acesso em: 02 dez. 2017.
Lucas Rabello; Otávio Augusto Andrade Santos | 221
37
Tradução nossa. No original: “Since a blockchain is decentralized, governmental powers cannot exert authority
over its growth or maintenance. If the U.S. government attempted to exert power over the system by influencing
any number of individuals within their jurisdiction, they would need complete control of 51% of the anonymous
global users before they could change any part of the code blockchain”.
38
Singaporean Dollar Tokenized Through Ethereum’s Blockchain by the Monetary Authority of Singapore,
TrustNodes. Disponível em: <http://www.trustnodes.com/2017/06/07/singaporean-dollar-tokenized-ethereums-
blockchain-monetary-authority-singapore>. Acesso em: 03 dez. 2017
39
Tradução nossa. No original: “computer coded agreements that encumber digital property, cryptocurrency,
digital reputation, etc., then use mathematical logic to self-execute, self-enforce, and self-regulate”.
222 | Direito, tecnologia e globalização
6. Conclusão
40
Tradução nossa. No original: “Two parties agree on doing business that is defined in a Smart Contract. This
Smart Contract includes our Arbitration Library. In parallel, both parties conclude a legal contract which includes
an arbitration clause referencing the Blockchain Arbitration Rules”.
Lucas Rabello; Otávio Augusto Andrade Santos | 223
7. Referências
BETANCOURT, Julio César, ZLATANSKA, Elina - Online Dispute Resolution (ODR): What
Is It, and Is It the Way Forward? 79 International Journal of Arbitration,
Mediation and Dispute Management, Issue 3, 2013.
DEL DUCA, Louis F. e RULE, Colin e LOEBL, Zbynek, Facilitating Expansion of Cross-
Border E-Commerce-Developing a Global Online Dispute Resolution System
(Lessons Derived from Existing ODR Systems - Work of the United Nations
Commission on International Trade Law). Penn State Law Legal Studies
Research Paper No. 25-2011, p. 3.
EBNER, N. et al. You’ve Got Agreement: Negoti@ting via Email (2009–2012) 31(2)
Journal of Public Law&Policy 434.
KAAL, Wulf A.; CALCATERRA, Craig. Crypto Transaction Dispute Resolution (June 26,
2017). Business Lawyer, 2018; U of St. Thomas (Minnesota) Legal Studies
Research Paper No. 17-12.
KATSH, Ethan. Online Dispute Resolution: The Next Phase. 2002. Disponível em <
http://www.lex-electronica.org/files/sites/103/7-2_katsh.pdf >. Acesso em: 22
nov. 2017. Tradução nossa.
Lucas Rabello; Otávio Augusto Andrade Santos | 225
NOTTAGE, Luke. The Procedural Lex Mercatoria: The Past, Present and Future of
International Commercial Arbitration. 2006. The University of Sydney. Legal
Studies Research Paper No. 06 /51
STIPANOWICH, Thomas, LAMARE, J. Ryan, Living with 'ADR': Evolving Perceptions and
Use of Mediation, Arbitration and Conflict Management in Fortune 1,000
Corporations. 19 Harvard Negotiation Law Review 1; Pepperdine University
Legal Studies Research Paper No. 2013/16 p.7.
SZALAY, Gabor. A Brief History of International Arbitration, Its Role in the 21st Century
and the Examination of the Arbitration Rules of Certain Arbitral Institutions with
Regards to Privacy and Confidentiality, Law Series of the Annals of the West
University of Timisoara vol. 2016, no. 2 (2016): p. 5-20.
1. Introdução
1
O presente artigo trata da noção de empresa sob o enfoque objetivo, englobando empresário individual,
sociedades, EIRELI.
Ana Carolina G. Correa; Letícia A. S. Vargas; Matheus C. O. Ferreira | 227
amplia o leque das entidades que podem receber apoio do setor público para
pesquisas.
2
Importante exceção consiste no direito de registro de marcas, pois pode ser renovado indefinidamente, conforme
o artigo 133 da Lei n. 9279/96: “Art. 133. O registro da marca vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos, contados da
data da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessivos”.
228 | Direito, tecnologia e globalização
3
Disponível em: <http://www.portaldaindustria.com.br/agenciacni/noticias/2016/06/demora-no-
reconhecimento-de-patentes-desestimula-inovacao-no-brasil-1/>. Acesso em: 07 dez. 2017.
Ana Carolina G. Correa; Letícia A. S. Vargas; Matheus C. O. Ferreira | 229
4
Será competência do Congresso:
Promover o progresso da ciência e das artes úteis, assegurando, por tempo limitado, aos autores e inventores o
direito exclusivo aos seus respectivos escritos e descobertas. (tradução nossa).
Ana Carolina G. Correa; Letícia A. S. Vargas; Matheus C. O. Ferreira | 231
Os Estados contratantes,
Desejosos de contribuir para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia,
Desejosos de aperfeiçoar a proteção legal das invenções,
Desejosos de simplificar e tornar mais econômica a obtenção de proteção das
invenções quando a mesma for requisitada em vários países,
Desejosos de facilitar e apressar o acesso de todos às informações técnicas
contidas nos documentos que descrevem as novas invenções,
Desejosos de estimular e acelerar o progresso econômico dos países em via de
desenvolvimento através da adoção de medidas destinadas a aumentar a eficácia
de seus sistemas legais de proteção das invenções, sejam eles nacionais ou
regionais, proporcionando-lhes fácil acesso às informações referentes à obtenção
de soluções técnicas adaptadas a seus requisitos específicos e facilitando-lhes o
acesso ao volume sempre crescente da técnica moderna,
Convencidos de que a cooperação internacional facilitará grandemente a
realização desses objetivos,
Concluíram o presente Tratado:
(...)
(BLASI, GARCIA, MENDES, 1997, p. 45).
o direito outorgado pelo Governo de uma nação a uma pessoa, o qual confere
a exclusividade de exploração do objeto de uma invenção, ou de um modelo
de utilidade, durante um determinado período em todo território nacional
(BLASI, GARCIA, MENDES, 1997, p. 29).
É importante destacar que caso o pedido não seja feito pelo próprio
inventor, são necessárias, além dos documentos essenciais, outras
Ana Carolina G. Correa; Letícia A. S. Vargas; Matheus C. O. Ferreira | 237
Passo 1: Entrega
Se você inventou uma nova tecnologia, seja para produto ou processo, pode
buscar o direito a uma patente. A patente também vale para melhorias no
uso ou fabricação de objetos de uso prático, como utensílios e ferramentas.
Ela pode ser uma Patente de Invenção (PI) ou Patente de Modelo de Utilidade
(MU).
[...]
Verifique se o que você pretende solicitar não foi protegido antes por
terceiros. Mesmo não sendo obrigatória, a busca é um importante indicativo
para decidir se você entra com o pedido ou não. Assim, para avaliar se o
pedido atende aos requisitos de patenteabilidade, é aconselhável fazer uma
busca prévia.
[...]
Passo 5: Acompanhe
5
Art. 20. Apresentado o pedido, será ele submetido a exame formal preliminar e, se devidamente instruído, será
protocolizado, considerada a data de depósito a da sua apresentação.
6
Art. 21. O pedido que não atender formalmente ao disposto no art. 19, mas que contiver dados relativos ao objeto,
ao depositante e ao inventor, poderá ser entregue, mediante recibo datado, ao INPI, que estabelecerá as exigências
a serem cumpridas, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de devolução ou arquivamento da documentação.
Parágrafo único. Cumpridas as exigências, o depósito será considerado como efetuado na data do recibo.
7
Art. 30. O pedido de patente será mantido em sigilo durante 18 (dezoito) meses contados da data de depósito ou
da prioridade mais antiga, quando houver, após o que será publicado, à exceção do caso previsto no art. 75.
8
Art. 31. Publicado o pedido de patente e até o final do exame, será facultada a apresentação, pelos interessados, de
documentos e informações para subsidiarem o exame.
9
Art. 32. Para melhor esclarecer ou definir o pedido de patente, o depositante poderá efetuar alterações até o
requerimento do exame, desde que estas se limitem à matéria inicialmente revelada no pedido.
10
Art. 33. O exame do pedido de patente deverá ser requerido pelo depositante ou por qualquer interessado, no
prazo de 36 (trinta e seis) meses contados da data do depósito, sob pena do arquivamento do pedido.
242 | Direito, tecnologia e globalização
Art. 3o [...]
II - criação: invenção, modelo de utilidade, desenho industrial, programa de
computador, topografia de circuito integrado, nova cultivar ou cultivar
essencialmente derivada e qualquer outro desenvolvimento tecnológico que
acarrete ou possa acarretar o surgimento de novo produto, processo ou
aperfeiçoamento incremental, obtida por um ou mais criadores;
IV - inovação: introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente
produtivo e social que resulte em novos produtos, serviços ou processos ou
que compreenda a agregação de novas funcionalidades ou características a
produto, serviço ou processo já existente que possa resultar em melhorias e
em efetivo ganho de qualidade ou desempenho;
V - Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT): órgão ou entidade
da administração pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito
privado sem fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com
sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em seu
objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de caráter
Ana Carolina G. Correa; Letícia A. S. Vargas; Matheus C. O. Ferreira | 245
11
“As patentes desempenham papel fundamental enquanto fomentadoras de novas tecnologias: simultaneamente
protegem e divulgam a contribuição do inventor para o que já acumulado enquanto estado da técnica humana.
Como documentos públicos, patentes ajudam as empresas a identificarem novas tecnologias em potencial,
248 | Direito, tecnologia e globalização
conhecimento e parceiros. Tal colaboração não seria possível sem alguma forma de garantia de segurança de
proteção ao inventor, já que potenciais colaboradores (particularmente competidores) poderiam por outro lado ser
incentivados a se aproveitar do investimento de outros.
O sistema de patentes permite que aqueles que inovam tenham a oportunidade de recuperar seus gastos muitas
vezes exorbitantes em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), e reinvestir o excedente em inovações adicionais. Por
exemplo, a Microsoft (MSFT, +0,74%). Em 2014, a empresa investiu $11.4 bilhões em P&D. Essa figura
significativa é protegida por suas patentes de alta qualidade e alimentam o ciclo constante de inovação da empresa.
Ou a empresa farmacêutica Pfizer (AKAM, -0,77%), que possui um setor de P&D que recebe investimentos acima
de $7 bilhões. Com estimativas que variam entre $1,8 bilhões e $2,6 bilhões para trazer uma nova droga para o
mercado, as patentes são baluartes indispensáveis que protegem ideias durante a fase de desenvolvimento e até
além”.
Ana Carolina G. Correa; Letícia A. S. Vargas; Matheus C. O. Ferreira | 249
12
Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/sobre/arquivos/130315_status_agenda_prioritaria_
dez_14_executivo_v2.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2017
252 | Direito, tecnologia e globalização
1. Início previsto para 22/06/17 com duração de 1 ano ou até que 200
pedidos de patente sejam considerados aptos a participar do projeto
– o que ocorrer primeiro.
2. Cada depositante poderá efetuar 1 requerimento por mês;
13
Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/sobre/arquivos/130315_status_agenda_prioritaria_dez
_14_executivo_v2.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2017.
Ana Carolina G. Correa; Letícia A. S. Vargas; Matheus C. O. Ferreira | 253
6. Novos rumos
16
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=noUXvZbJeZ8>. Acesso em: 02 dez. 2017.
Ana Carolina G. Correa; Letícia A. S. Vargas; Matheus C. O. Ferreira | 255
17
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=noUXvZbJeZ8>. Acesso em: 02 dez. 2017.
256 | Direito, tecnologia e globalização
7. Considerações finais
18
Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/noticias/ministro-marcos-pereira-da-posse-a-mais-70-novos-
servidores-do-inpi>. Acesso em: 02 dez. 2017.
19
Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/patente/projeto-piloto-pph>. Acesso em: 02 dez. 2017
258 | Direito, tecnologia e globalização
8. Referências
BLASI, Gabriel Di; GARCIA, Mario Soerensen; MENDES, Paulo Parente M.; A
propriedade industrial - Os Sistemas de Marcas, Patentes e Desenhos
Industriais analisados a partir da Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996. 1ª Ed. Rio
de Janeiro: Editora Forense, 1997, p. 1 a 33.
COELHO, Fabio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. São Paulo: RT, 2016.
FOLHA DE S. PAULO. Obter Registro de Patente no Brasil pode levar até 15 anos.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/39869-obter-
registro-de-patente-no-brasil-pode-levar-ate-15-anos.shtml>. Acesso em: 24 nov.
2017.
260 | Direito, tecnologia e globalização
KAPPOS, David J. Why America’s patent system is not killing innovation. Disponível
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DIFICULDADE+DE+OBTENCAO+DE+PATENTES+NO+BRASIL+E+ASSUNTO+EM+CO
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SERPA, Flávia de Araújo. Notas introdutórias sobre a propriedade industrial. Revista Jus
Navigandi, Teresina, ano 18, n. 3536, 7 mar. 2013. Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/23908>. Acesso em: 22 nov. 2017.
Ana Carolina G. Correa; Letícia A. S. Vargas; Matheus C. O. Ferreira | 261
SIGNORI, G. G.; MARTINS, A. R. Q.; JUNIOR, M. S.; KALIL, F.; CAPELARI, M.R. Startup e
inovação: inovando na forma de pensar e decretando o fim das velhas ideias. XXII
Workshop Anprotec, Belém/Pará, 2014. Disponível em:
<http://www.anprotec.org. br/Relata/ArtigosCompletos/ID%20107.pdf>. Acesso.
24 nov. 2017.
1. Introdução
1
Disponível em < https://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/Texto
/O-que-e-uma-empresa-startup>. Acesso em: 26 jan. 2018.
2
Disponível em <http://economia.ig.com.br/2016-06-30/startup-conceito.html>. Acesso em: 26 jan. 2018.
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NOTA DA ORGANIZADORA. O presente artigo foi escrito anteriormente à edição da Lei Complementar n. 167
que, alterando a Lei Complementar n. 123, adotou um conceito legal de startup. O art. 65-A, §1º, da nova redação
da referida Lei Complementar, popularmente conhecida como a “Lei do Simples Nacional”, conceitua startup como
“a empresa de caráter inovador que visa a aperfeiçoar sistemas, métodos ou modelos de negócio, de produção, de
serviços ou de produtos, os quais, quando já existentes, caracterizam startups de natureza incremental, ou, quando
relacionados à criação de algo totalmente novo, caracterizam startups de natureza disruptiva”.
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NOTA DA COORDENADORA. A edição da Medida Provisória n. 881/2019, a “Declaração de Direitos de Liberdade
Econômica” parece indicar uma vontade política no sentido da alteração dessa tendência.
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NOTA DA COORDENADORA. Com a referida edição da Lei Complementar n. 167, novos incentivos fiscais foram
concedidos especificamente para as startups. O art. 65-A da Lei Complementar n. 123 passou a contar com a seguinte
redação: “Art. 65-A. É criado o Inova Simples, regime especial simplificado que concede às iniciativas empresariais de
caráter incremental ou disruptivo que se autodeclarem como startups ou empresas de inovação tratamento diferenciado
com vistas a estimular sua criação, formalização, desenvolvimento e consolidação como agentes indutores de avanços
tecnológicos e da geração de emprego e renda. (Incluído pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera-se startup a empresa de caráter inovador que visa a
aperfeiçoar sistemas, métodos ou modelos de negócio, de produção, de serviços ou de produtos, os quais, quando já
existentes, caracterizam startups de natureza incremental, ou, quando relacionados à criação de algo totalmente
novo, caracterizam startups de natureza disruptiva. (Incluído pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
§ 2º As startups caracterizam-se por desenvolver suas inovações em condições de incerteza que requerem
experimentos e validações constantes, inclusive mediante comercialização experimental provisória, antes de
procederem à comercialização plena e à obtenção de receita. (Incluído pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
§ 3º O tratamento diferenciado a que se refere o caput deste artigo consiste na fixação de rito sumário para
abertura e fechamento de empresas sob o regime do Inova Simples, que se dará de forma simplificada e
automática, no mesmo ambiente digital do portal da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da
Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), em sítio eletrônico oficial do governo federal, por meio da
utilização de formulário digital próprio, disponível em janela ou ícone intitulado Inova Simples. (Incluído pela Lei
Complementar nº 167, de 2019)
§ 4º Os titulares de empresa submetida ao regime do Inova Simples preencherão cadastro básico com as seguintes
informações: (Incluído pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
I - qualificação civil, domicílio e CPF; (Incluído pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
II - descrição do escopo da intenção empresarial inovadora e definição da razão social, que deverá conter obrigatoriamente
a expressão “Inova Simples (I.S.)”; (Incluído pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
III - autodeclaração, sob as penas da lei, de que o funcionamento da empresa submetida ao regime do Inova
Simples não produzirá poluição, barulho e aglomeração de tráfego de veículos, para fins de caracterizar baixo grau
de risco, nos termos do § 4º do art. 6º desta Lei Complementar; (Incluído pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
IV - definição do local da sede, que poderá ser comercial, residencial ou de uso misto, sempre que não proibido pela
legislação municipal ou distrital, admitindo-se a possibilidade de sua instalação em locais onde funcionam parques
tecnológicos, instituições de ensino, empresas juniores, incubadoras, aceleradoras e espaços compartilhados de
trabalho na forma de coworking; e (Incluído pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
V - em caráter facultativo, a existência de apoio ou validação de instituto técnico, científico ou acadêmico, público
ou privado, bem como de incubadoras, aceleradoras e instituições de ensino, nos parques tecnológicos e afins.
(Incluído pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
§ 5º Realizado o correto preenchimento das informações, será gerado automaticamente número de CNPJ
específico, em nome da denominação da empresa Inova Simples, em código próprio Inova Simples. (Incluído pela
Lei Complementar nº 167, de 2019)
§ 6º A empresa submetida ao regime do Inova Simples constituída na forma deste artigo deverá abrir, imediatamente, conta
bancária de pessoa jurídica, para fins de captação e integralização de capital, proveniente de aporte próprio de seus titulares
ou de investidor domiciliado no exterior, de linha de crédito público ou privado e de outras fontes previstas em lei. (Incluído
pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
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§ 7º No portal da Redesim, no espaço destinado ao preenchimento de dados do Inova Simples, deverá ser criado campo
ou ícone para comunicação automática ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) do conteúdo inventivo do
escopo da inciativa empresarial, se houver, para fins de registro de marcas e patentes, sem prejuízo de o titular
providenciar os registros de propriedade intelectual e industrial diretamente, de moto próprio, no INPI. (Incluído pela Lei
Complementar nº 167, de 2019)
§ 8º O INPI deverá criar mecanismo que concatene desde a recepção dos dados ao processamento sumário das
solicitações de marcas e patentes de empresas Inova Simples. (Incluído pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
§ 9º Os recursos capitalizados não constituirão renda e destinar-se-ão exclusivamente ao custeio do
desenvolvimento de projetos de startup de que trata o § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 167,
de 2019)
§ 10. É permitida a comercialização experimental do serviço ou produto até o limite fixado para o MEI nesta Lei
Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
§ 11. Na eventualidade de não lograr êxito no desenvolvimento do escopo pretendido, a baixa do CNPJ será
automática, mediante procedimento de autodeclaração no portal da Redesim. (Incluído pela Lei Complementar nº
167, de 2019)
§ 12. (VETADO). (Incluído pela Lei Complementar nº 167, de 2019)
§ 13. O disposto neste artigo será regulamentado pelo Comitê Gestor do Simples Nacional. (Incluído pela Lei
Complementar nº 167, de 2019)”
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decisão dos sócios deve ser unânime se o capital não estiver integralizado,
de 2/3 (dois terços), se após a integralização. Em se se tratando de
administrador sócio nomeado no contrato, sua destituição depende de 2/3
(dois terços) do capital social, para disposição contratual diversa.
Vistas estas burocracias principais com relação à operabilidade de
uma sociedade limitada, podemos concluir que sua gerência, a depender
da forma como for organizada, o que conta como um ponto negativo na
escolha desse tipo societário.
Agora, em se tratando das sociedades anônimas, reguladas pela Lei n.
6404/1976, desde sua constituição são mais burocráticas e custosas. Como
já foi anteriormente dito, existem dois tipos de S/As, as abertas e as
fechadas. A criação das S/As vincula-se à subscrição de ações, a qual pode
ser pública (só para S/As abertas) ou particular (para S/As abertas e
fechadas). Esse procedimento pode ocorrer por uma assembleia geral que
deverá aprovar o projeto do estatuto e as listas de subscrição de todas as
ações. Sendo aprovados, a S/A será constituída e serão eleitos os primeiros
administradores. Ao final, é lavrada a Ata que será registrada na Junta
Comercial do respectivo Estado. A constituição, no caso de subscrição
particular também pode se dar por subscrição pública, considerando-se
fundadores todos os subscritores. Dentro do espectro de ações que uma S/A
pode emitir, há duas espécies principais, as ações ordinárias e as ações
preferenciais. Aquelas sempre têm direito de voto nas assembleias que
devem ser realizadas pela companhia. Estas, por sua vez, podem ter esse
direito retirado, se assim for determinado no estatuto social. É importante
saber disso, pois as S/A devem realizar assembleias para deliberar acerca de
determinadas matérias. A assembleia a ser realizada pode ser de dois tipos,
ordinária ou extraordinária. A assembleia geral ordinária deve ocorrer
anualmente para: tomar as contas dos administradores e votar as
demonstrações financeiras; deliberar sobre a destinação do lucro líquido do
exercício e a distribuição dos dividendos; eleger os administradores e os
membros do conselho fiscal (se necessário). Quando a assembleia não tem
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NOTA DA COORDENADORA. A Medida Provisória n. 881/2019 traz o compromisso do Estado em reduzir
entraves burocráticos às atividades empresárias de baixo risco. Nesse sentido, dispões o art. 3º, I, da Declaração de
Direitos de Liberdade Econômica que “[s]ão direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais para o
desenvolvimento e o crescimento econômicos do País, observado o disposto no parágrafo único do art. 170 da
Constituição: I - desenvolver, para sustento próprio ou de sua família, atividade econômica de baixo risco, para a
qual se valha exclusivamente de propriedade privada própria ou de terceiros consensuais, sem a necessidade de
atos públicos de liberação da atividade econômica”.
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fato este que reforça o que foi anteriormente concluído. Optar por
formar uma sociedade limitada e se submeter aos regimes previstos
nesta Lei é uma excelente forma para uma startup inovadora adentrar o
mercado. Esta Lei, surpreendentemente, vai de encontro à história e à
cultura do Brasil pois, independente de seus problemas e suas
insuficiências, é um incentivo poderoso ao empreendedorismo ∗.
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NOTA DA COORDENADORA. A inclusão do art. 65-A da Lei Complementar n. 123, já acima referido, traz ainda
mais incentivos específicos para as startups.
Edgar Oliveira Costa; Nathan Moreira Arcebispo | 281
5.1.1. Consciência
5.1.2. Aplicação
5.1.3. Programa
7. Conclusão
8. Referências
JUSBRASIL. Stock options não têm natureza salarial. Disponível em: <https://trt-
3.jusbrasil.com.br/noticias/2312078/stock-options-nao-tem-natureza-salarial>.
Acesso em: 21 nov. 2017.
PIMENTA, Eduardo Goulart. Direito societário. Porto Alegre: Editora Fi, 2017.
www.editorafi.org
[email protected]