A Pesquisa e o Ensino em LP Sob Diferentes Olhares
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www.blucher.com.br
A pesquisa e o ensino em língua
portuguesa sob diferentes olhares
Anna Maria Marques Cintra
Lílian Ghiuro Passarelli
(coordenadoras)
Lançamento 2012
ISBN: 978-85-212-0690-3
Formato: 17 x 24 cm
Páginas: 212
A pesquisa e o ensino em lingua portuguesa_final.pdf 1 27/08/2012 11:45:12
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A pesquisa
e o ensino em
Língua Portuguesa
sob diferentes olhares
ANNA MARIA MARQUES CINTRA
LÍLIAN GHIURO PASSARELLI
Coordenadoras
Apresentação....................................................................................................... 7
Parte 1. PESQUISA E ENSINO GRAMATICAL.......................................................... 15
1. Metodologia qualitativa na área de Língua Portuguesa................................... 17
Anna Maria Marques Cintra
10. Reflexões sobre a prática pedagógica nas aulas de leitura e escrita acadêmica....129
Tamara de Oliveira
13. A leitura nos caminhos da formação inicial do professor de Língua Portuguesa.. 165
Cirlei Izabel da Silva Paiva e Sandro Luis da Silva
Introdução
Para investigar o léxico e a gramática num curso de formação de profes-
sores de língua materna, escolhemos uma universidade particular do interior
do Estado de São Paulo e elegemos como corpus a fala da coordenadora do
curso de Letras e de professoras formadas pelo curso. De posse dos dados,
perguntamo-nos: o curso de Letras dessa instituição de ensino superior forma
professores de Língua Portuguesa que, efetivamente, dominam o léxico e a gra-
mática? Os egressos do curso de Letras dessa Universidade foram preparados
para ensinar o léxico e a gramática nas escolas e formar poliglotas na sua pró-
pria língua como propõe a Educação Linguística?
Para responder a essas perguntas, primeiramente selecionamos os estudos
teóricos para o embasamento necessário, adotando, assim, como autores de
base Travaglia (2003), Bechara (2006) e Antunes (2007). Posteriormente,
demos a palavra à coordenadora do curso e às professoras egressas do curso de
Letras. Com isso, buscamos basicamente informações relativas à formação do
professor de Português como língua materna.
Vale ressaltar que não se tem a pretensão de esgotar todas as informações
obtidas; busca-se apenas refletir sobre a formação oferecida ao professor de
Português, no que se refere ao léxico e a gramática.
6
Um olhar reflexivo sobre o ensino de
Língua Portuguesa
Flavia Micheletto Xavier
Preliminares
Este artigo tem o propósito de mostrar parte do resultado de uma pesquisa
que teve como objetivo a análise, numa situação de ensino, do caráter infor-
mativo da linguagem. O ponto de partida foi uma análise do ensino de Língua
Portuguesa em curso superior.
Uma reflexão acerca de um ensino numa abordagem comunicativa pode
levar a que se considere como um dos fundamentais pressupostos para retro-
verter o quadro crítico do ensino de Língua Portuguesa na universidade.
Tendo por esteio teórico a Linguística Textual, aliada à Teoria Funcional da
Gramática e à Pragmática, propõe-se analisar o ensino de Língua Portuguesa
no Curso de Bacharelado em Hotelaria do SENAC - São Paulo.
Para dar conta da proposta, selecionamos três conjuntos de dados que fo-
ram analisados segundo um procedimento qualitativo e exploratório: o pro-
grama da disciplina Língua Portuguesa, as entrevistas realizadas com profes-
sores que ministravam disciplinas de formação básica e produções textuais
dos estudantes do primeiro ano. Os dados obtidos, por meio dessas análises,
mostraram que, de um modo geral, o ensino de Língua Portuguesa no ensino
superior atende melhor ao preparo acadêmico do aluno que a sua formação
profissional. É esse fato que aponta para a importância de um ensino da língua
numa abordagem comunicativa, para fins específicos.
Parte 2: Produção textual e gêneros textuais
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Gêneros jornalísticos em
livros didáticos de Língua Portuguesa
Márcio Rogério de Oliveira Cano
Ler e escrever são habilidades sem as quais, no mundo atual, torna-se im-
possível conquistar autonomia social e desenvolver-se. Durante milhares de
anos, entretanto, a comunicação direta foi a forma mais eficaz e usual em um
contexto onde emissor e receptor encontravam-se presentes.
A comunicação oral, durante muito tempo, garantiu a inserção social.
Atualmente, no entanto, ser competente no uso da escrita e da leitura é
condição para a compreensão do mundo e para a atuação no mundo.
Embora fala e escrita possam ser consideradas realizações distintas de um
mesmo sistema linguístico, estas diferenciam-se em seu uso, já que exercem
funções distintas na vida social. Em um contexto de fala, por exemplo, é pos-
sível pedir esclarecimentos ou suprimir uma informação que se julgue óbvia
para o interlocutor, podendo-se, inclusive, negociar a compreensão da mensa-
gem, conforme destaca Teresa Colomer (2002), importante pesquisadora da
aprendizagem da linguagem. A comunicação escrita, entretanto, exige habili-
dades e conhecimentos muito diferentes.
Do ponto de vista histórico, a crescente complexidade das organizações e
das relações sociais, tendo em vista o avanço da tecnologia e a conquista do
espaço geográfico pelo homem, tornou necessária a ampliação do acesso à al-
fabetização e, com isso, os contextos comunicativos adotaram pouco a pouco
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Reflexões sobre a prática pedagógica nas aulas de
leitura e escrita acadêmica
Tamara de Oliveira
Introdução
Os índices apresentados recentemente pelo Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), presentes no portal do MEC
(Ministério da Educação e Cultura), apontam que das 2 mil instituições de
ensino superior avaliadas, apenas 21 conseguiram atingir a pontuação máxima
no indicador de qualidade.
Diante deste cenário, que indica que o domínio da leitura e escrita se con-
figura como um ponto fraco na educação brasileira, este trabalho teve como
objetivo apresentar uma reflexão sobre alguns aspectos presentes nas práticas
pedagógicas de docentes acadêmicos que ministram aulas de leitura e produ-
ção de textos em cursos que não apresentam a língua[gem] como objeto direto
de estudo.
Para isso, foram realizadas entrevistas, a partir de questões amplas, com
três professoras de ensino superior. A partir da análise dessas entrevistas obte-
ve-se como resultado uma reflexão sobre a importância de o ensino de escrita
centrado em gêneros textuais, o processo de escrita e reescrita e a pertinência
de uma abordagem de ensino de gêneros voltada para fins específicos.
11
Redação versus produção textual:
uma questão de nomenclatura?
Lílian Ghiuro Passarelli
Camila Petrasso
A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra
foi feita para dizer.
Graciliano Ramos
Introdução
Não é novidade que o ato de escrever causa repulsa à maioria de nossos
alunos. Também não é segredo, as avaliações oficiais e os exames vestibulares,
por exemplo, mostram isso ano após ano, que a maioria de nossos alunos passa
onze anos na escola e sai dela com sérias dificuldades para escrever. Assim,
não nos parece nenhum exagero considerar que o trabalho de professores –
em relação ao ensino da escrita –, muitas vezes, não tem sido desenvolvido de
forma satisfatória, entre outras causas, pela falta de conhecimento teórico e/ou
de experiência.
Posto isso, com base, principalmente, em Geraldi (1995, 1997, 2006, 2010)
e Passarelli (2012), o objetivo deste artigo é pensar por que os alunos não gos-
tam de escrever, como se dá o ensino de escrita na escola atualmente e o que
implica, para o ensino da escrita, a distinção entre os termos redação e produ-
ção textual.
Parte 3: Leitura
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Subjetividade em textos jornalísticos
Ernani Terra
Considerações Iniciais
Tornou-se comum afirmar que as práticas pedagógicas encontram-se con-
figuradas em duas abordagens: a tradicional, marcada por uma postura regida
e inflexivel, em que o conhecimento é tratado de forma disciplinar e metódica.
Tal prática é historicamente dominante na sociedade moderna. Contrapondo-
-se a ela, destaca-se a abordagem construtivista, que vislumbra uma aprendi-
zagem mais flexível, na qual o saber se constrói a partir de operações mentais
que possibilitam ao educando refletir sobre o conhecimento e colabora para a
construção de um conhecimento interdisciplinar.
Para a realização deste estudo, pactuamos com a ideia de que, para a formação
inicial de um professor competente, considerando competência na concepção de
Perrenoud (1999), é preciso voltá-la para práticas reflexivas. Assim, partimos da
necessidade de não só refletir sobre o processo de formação inicial do profes-
sor de Língua Portuguesa, mas, sobretudo, preocupar-nos com a melhoria dessa
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O leitor: sujeito ativo
Renata Ferreira Tacini