A Pesquisa e o Ensino em LP Sob Diferentes Olhares

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A pesquisa e o ensino em lingua portuguesa_final.

pdf 1 27/08/2012 11:45:12

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CMY

www.blucher.com.br
A pesquisa e o ensino em língua
portuguesa sob diferentes olhares
Anna Maria Marques Cintra
Lílian Ghiuro Passarelli
(coordenadoras)
Lançamento 2012
ISBN: 978-85-212-0690-3
Formato: 17 x 24 cm
Páginas: 212
A pesquisa e o ensino em lingua portuguesa_final.pdf 1 27/08/2012 11:45:12

CM

MY

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www.blucher.com.br
A pesquisa
e o ensino em
Língua Portuguesa
sob diferentes olhares
ANNA MARIA MARQUES CINTRA
LÍLIAN GHIURO PASSARELLI
Coordenadoras

ANNA MARIA MARQUES CINTRA


CAMILA PETRASSO
CIRLEI IZABEL DA SILVA PAIVA
CRISTIANO ROGÉRIO ALCÂNTARA
ÉDINA MARIA PIRES DA SILVA
ERNANI TERRA
FLAVIA MICHELETTO XAVIER
KHALIL SALEM SUGUI
LEANDRO TADEU ALVES DA LUZ
LIGIA COLONHESI BERENGUEL
LIGIANE CRISTINA SEGREDO
LÍLIAN GHIURO PASSARELLI
MÁRCIO ROGÉRIO DE OLIVEIRA CANO
RENATA FERREIRA TACINI
SANDRO LUIS DA SILVA
TAMARA DE OLIVEIRA
VILMÁRIA GIL DOS SANTOS
Autores
Conteúdo

Apresentação....................................................................................................... 7
Parte 1. PESQUISA E ENSINO GRAMATICAL.......................................................... 15
1. Metodologia qualitativa na área de Língua Portuguesa................................... 17
Anna Maria Marques Cintra

2. Crenças de futuros professores de português sobre gramática e seu ensino..... 25


Leandro Tadeu Alves da Luz

3. A pedagogia do léxico e da gramática: ensinando Língua Portuguesa em nova


perspectiva.......................................................................................................39
Ligiane Cristina Segredo

4. A gramática a serviço da leitura de enunciados de exercícios de Língua


Portuguesa........................................................................................................51
Édina Maria Pires da Silva

5. Relação entre ensino de gramática e escrita sob novas perspectivas.................63


Vilmária Gil dos Santos

6. Um olhar reflexivo sobre o ensino de Língua Portuguesa..................................73


Flavia Micheletto Xavier

Parte 2. PRODUÇÃO TEXTUAL E GÊNEROS TEXTUAIS ............................................87


7. Ensino de produção textual: da ‘higienização’ da escrita para a escrita
processual.................................................................................................. 89
Lílian Ghiuro Passarelli

8. Gêneros jornalísticos em livros didáticos de Língua Portuguesa....................... 107


Márcio Rogério de Oliveira Cano

9. Por uma nova direção no ensino de Língua Portuguesa................................... 119


Ligia Colonhesi Berenguel

10. Reflexões sobre a prática pedagógica nas aulas de leitura e escrita acadêmica....129
Tamara de Oliveira

11. Redação versus produção textual: uma questão de nomenclatura?.................. 141


Lílian Ghiuro Passarelli e Camila Petrasso
Parte 3. LEITURA................................................................................................... 153
12. Subjetividade em textos jornalísticos............................................................... 155
Ernani Terra

13. A leitura nos caminhos da formação inicial do professor de Língua Portuguesa.. 165
Cirlei Izabel da Silva Paiva e Sandro Luis da Silva

14. Literatura infantil e formação do leitor: percursos e experiências..................... 181


Cristiano Rogério Alcântara

15. O leitor: sujeito ativo........................................................................................ 191


Renata Ferreira Tacini

16. Leitura: uma abordagem filosófica................................................................... 201


Khalil Salem Sugui

NOTA SOBRE OS AUTORES....................................................................................... 209


Apresentação

Essa publicação é resultado de pesquisas e reflexões realizadas pelo Grupo


de Pesquisa Estudos de Linguagem para o Ensino de Português (GELEP), da
PUC-SP, cadastrado no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq desde 2001.
Em 2008, foram reunidos trabalhos de alguns de seus membros, mais a
transcrição de palestra do Prof. Dr. João Wanderley Geraldi, realizada no 1º
Seminário de Agenda do Grupo, em 2003, para a publicação do livro Ensino
de Língua Portuguesa: Reflexão e ação, pela Editora da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, EDUC.
Os encontros quinzenais entre pesquisadores, profissionais, estudantes de
graduação e pós-graduação colocam em comum propostas encaminhamentos
e resultados de investigações, além de abrir espaço para a discussão de livros
que possam ser problematizados e relacionados com questões presentes no
ensino da Língua Portuguesa em diferentes níveis.
Graças à dinâmica adotada, quando do preparo e da elaboração dos arti-
gos aqui presentes, ocorre não só grande troca de ideais, desencadeando so-
lução de problemas, mas também geração de novas e inesperadas questões,
confirmando a importância do diálogo que envolve aspectos disciplinares e
interdisciplinares do ensino da Língua Portuguesa, para uma articulação da
teoria com a prática e a construção de propostas, a partir das pesquisas em
andamento.
Parte 1: Pesquisa e ensino gramatical
1
Metodologia qualitativa na área de
Língua Portuguesa
Anna Maria Marques Cintra

Folheando o livro O caminho desde a estrutura, publicado pela Editora da


UNESP, nos deparamos com um artigo de Thomas Kuhn, escrito dezenove
anos depois da conhecida obra, Estrutura das Revoluções Científicas, datada de 1: A primeira edição
19621. O artigo, denominado O que são as revoluções científicas, foi traduzido brasileira saiu pela
do livro The Road since Structure, como vem enunciado na edição brasileira. Editora Perspectiva,
em 1978.
Nele o autor advoga a existência de dois tipos de desenvolvimento cientí-
fico: o normal e o revolucionário, e entende que a maioria das pesquisas cien-
tíficas bem sucedidas situam-se na ciência “normal” que é marcada por um
desenvolvimento que poderia ser comparado à produção de tijolos, ou produ-
tos, uma vez que vão sendo acumulados ou adicionados ao acervo do conheci-
mento científico da sociedade (KUHN, 2006, p. 23-24).
Mas além do desenvolvimento normal, menciona um desenvolvimento
menos comum, que não tem caráter cumulativo e exibe episódios que “for-
necem pistas únicas sobre um aspecto central do conhecimento científico” (p.
24), uma vez que são “descobertas que não podem ser acomodadas nos limites
dos conceitos que estavam em uso antes de elas terem sido feitas” (p. 25).
Reitera, pois, o que já dizia em 1962, ou seja, que são as descobertas da ciência
revolucionária que levam a sociedade científica a mudanças de paradigma com
mudanças na forma de pensar e de descrever fenômenos, daí admitir, no novo
texto, que melhor seria chamá-las de “invenção” que de descobertas.
3
A pedagogia do léxico e da gramática:
ensinando Língua Portuguesa em nova perspectiva
Ligiane Cristina Segredo

Introdução
Para investigar o léxico e a gramática num curso de formação de profes-
sores de língua materna, escolhemos uma universidade particular do interior
do Estado de São Paulo e elegemos como corpus a fala da coordenadora do
curso de Letras e de professoras formadas pelo curso. De posse dos dados,
perguntamo-nos: o curso de Letras dessa instituição de ensino superior forma
professores de Língua Portuguesa que, efetivamente, dominam o léxico e a gra-
mática? Os egressos do curso de Letras dessa Universidade foram preparados
para ensinar o léxico e a gramática nas escolas e formar poliglotas na sua pró-
pria língua como propõe a Educação Linguística?
Para responder a essas perguntas, primeiramente selecionamos os estudos
teóricos para o embasamento necessário, adotando, assim, como autores de
base Travaglia (2003), Bechara (2006) e Antunes (2007). Posteriormente,
demos a palavra à coordenadora do curso e às professoras egressas do curso de
Letras. Com isso, buscamos basicamente informações relativas à formação do
professor de Português como língua materna.
Vale ressaltar que não se tem a pretensão de esgotar todas as informações
obtidas; busca-se apenas refletir sobre a formação oferecida ao professor de
Português, no que se refere ao léxico e a gramática.
6
Um olhar reflexivo sobre o ensino de
Língua Portuguesa
Flavia Micheletto Xavier

Preliminares
Este artigo tem o propósito de mostrar parte do resultado de uma pesquisa
que teve como objetivo a análise, numa situação de ensino, do caráter infor-
mativo da linguagem. O ponto de partida foi uma análise do ensino de Língua
Portuguesa em curso superior.
Uma reflexão acerca de um ensino numa abordagem comunicativa pode
levar a que se considere como um dos fundamentais pressupostos para retro-
verter o quadro crítico do ensino de Língua Portuguesa na universidade.
Tendo por esteio teórico a Linguística Textual, aliada à Teoria Funcional da
Gramática e à Pragmática, propõe-se analisar o ensino de Língua Portuguesa
no Curso de Bacharelado em Hotelaria do SENAC - São Paulo.
Para dar conta da proposta, selecionamos três conjuntos de dados que fo-
ram analisados segundo um procedimento qualitativo e exploratório: o pro-
grama da disciplina Língua Portuguesa, as entrevistas realizadas com profes-
sores que ministravam disciplinas de formação básica e produções textuais
dos estudantes do primeiro ano. Os dados obtidos, por meio dessas análises,
mostraram que, de um modo geral, o ensino de Língua Portuguesa no ensino
superior atende melhor ao preparo acadêmico do aluno que a sua formação
profissional. É esse fato que aponta para a importância de um ensino da língua
numa abordagem comunicativa, para fins específicos.
Parte 2: Produção textual e gêneros textuais
8
Gêneros jornalísticos em
livros didáticos de Língua Portuguesa
Márcio Rogério de Oliveira Cano

A proposta deste texto é discutir de qual forma os livros didáticos de Língua


Portuguesa desenvolvem as atividades relativas aos gêneros do discurso jorna-
12: PNLD – Plano
lístico, tomando essas atividades como práticas de leitura e produção textual.
Nacional do Livro
Partimos do princípio de que as editoras tenham reorganizado a estrutura das Didático, instituído
suas obras didáticas com o intuito de atender às exigências do MEC (Ministério em 1985 pelo
da Educação e Cultura) ligadas, principalmente, aos PCNs e ao Plano Nacional Governo Federal,
do Livro Didático (PNLD)12, para poderem ser utilizadas em sala de aula. com o intuito de
sistematizar a compra
Para tanto, tomamos como ponto de partida o Guia dos Livros Didáticos
e distribuição dos
de 2005, pois, qualquer livro didático usado na escola da Rede Pública do
livros didáticos para
Brasil, a partir do ano de 2006, seria, obrigatoriamente, um dos livros indi- o país. Em 1996, por
cados pelo Guia. Examinamos todas as coleções para termos uma ideia geral meio do PNLD, o MEC
de como se dá a presença dos gêneros do discurso jornalístico e de como passou a avaliar esses
são trabalhados nas unidades didáticas. De imediato, percebemos a grande livros oferecendo,
quantidade de textos jornalísticos que aparece nos livros, o que tornaria in- posteriormente, um
viável a análise de todos eles. Como havia certa regularidade no tratamento Guia do Livro Didático
dos textos de jornal, buscamos um critério de escolha de duas coleções que (1998) que trouxesse
fossem representativas do restante dos livros. Retomamos o Guia do Livro aqueles indicados
Didático para verificar de que forma ele procedia as indicações. Pudemos para escolha nas
escolas públicas.
depreender que, de maneira geral, admite-se a existência de livros indicados
9
Por uma nova direção no
ensino de Língua Portuguesa
Ligia Colonhesi Berenguel

Ler e escrever são habilidades sem as quais, no mundo atual, torna-se im-
possível conquistar autonomia social e desenvolver-se. Durante milhares de
anos, entretanto, a comunicação direta foi a forma mais eficaz e usual em um
contexto onde emissor e receptor encontravam-se presentes.
A comunicação oral, durante muito tempo, garantiu a inserção social.
Atualmente, no entanto, ser competente no uso da escrita e da leitura é
condição para a compreensão do mundo e para a atuação no mundo.
Embora fala e escrita possam ser consideradas realizações distintas de um
mesmo sistema linguístico, estas diferenciam-se em seu uso, já que exercem
funções distintas na vida social. Em um contexto de fala, por exemplo, é pos-
sível pedir esclarecimentos ou suprimir uma informação que se julgue óbvia
para o interlocutor, podendo-se, inclusive, negociar a compreensão da mensa-
gem, conforme destaca Teresa Colomer (2002), importante pesquisadora da
aprendizagem da linguagem. A comunicação escrita, entretanto, exige habili-
dades e conhecimentos muito diferentes.
Do ponto de vista histórico, a crescente complexidade das organizações e
das relações sociais, tendo em vista o avanço da tecnologia e a conquista do
espaço geográfico pelo homem, tornou necessária a ampliação do acesso à al-
fabetização e, com isso, os contextos comunicativos adotaram pouco a pouco
10
Reflexões sobre a prática pedagógica nas aulas de
leitura e escrita acadêmica
Tamara de Oliveira

Introdução
Os índices apresentados recentemente pelo Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), presentes no portal do MEC
(Ministério da Educação e Cultura), apontam que das 2 mil instituições de
ensino superior avaliadas, apenas 21 conseguiram atingir a pontuação máxima
no indicador de qualidade.
Diante deste cenário, que indica que o domínio da leitura e escrita se con-
figura como um ponto fraco na educação brasileira, este trabalho teve como
objetivo apresentar uma reflexão sobre alguns aspectos presentes nas práticas
pedagógicas de docentes acadêmicos que ministram aulas de leitura e produ-
ção de textos em cursos que não apresentam a língua[gem] como objeto direto
de estudo.
Para isso, foram realizadas entrevistas, a partir de questões amplas, com
três professoras de ensino superior. A partir da análise dessas entrevistas obte-
ve-se como resultado uma reflexão sobre a importância de o ensino de escrita
centrado em gêneros textuais, o processo de escrita e reescrita e a pertinência
de uma abordagem de ensino de gêneros voltada para fins específicos.
11
Redação versus produção textual:
uma questão de nomenclatura?
Lílian Ghiuro Passarelli
Camila Petrasso

A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra
foi feita para dizer.

Graciliano Ramos

Introdução
Não é novidade que o ato de escrever causa repulsa à maioria de nossos
alunos. Também não é segredo, as avaliações oficiais e os exames vestibulares,
por exemplo, mostram isso ano após ano, que a maioria de nossos alunos passa
onze anos na escola e sai dela com sérias dificuldades para escrever. Assim,
não nos parece nenhum exagero considerar que o trabalho de professores –
em relação ao ensino da escrita –, muitas vezes, não tem sido desenvolvido de
forma satisfatória, entre outras causas, pela falta de conhecimento teórico e/ou
de experiência.
Posto isso, com base, principalmente, em Geraldi (1995, 1997, 2006, 2010)
e Passarelli (2012), o objetivo deste artigo é pensar por que os alunos não gos-
tam de escrever, como se dá o ensino de escrita na escola atualmente e o que
implica, para o ensino da escrita, a distinção entre os termos redação e produ-
ção textual.
Parte 3: Leitura
12
Subjetividade em textos jornalísticos
Ernani Terra

Neste artigo, discuto as marcas linguísticas de subjetividade em textos


jornalísticos, particularmente naqueles em que a objetividade e a imparciali-
dade deveriam ser uma de suas características principais; no caso, as notícias,
e tenho por objetivo mostrar como a subjetividade se manifesta na superfície
desse gênero textual. Pretendo mostrar ainda que o conhecimento gramati-
cal, particularmente o das categorias responsáveis pela argumentatividade
dos enunciados, possibilita ao leitor identificar opiniões constituídas pelos
textos que, teoricamente, deveriam passar aos interlocutores uma exposição
que tendesse o mais possível à objetividade. O procedimento metodológico
empregado consistiu na análise de notícias e manchetes veiculadas em jornal
impresso de grande circulação. Para a fundamentação teórica, recorri à teo-
ria da enunciação, particularmente aos estudos de Émile Benveniste sobre a
subjetividade na linguagem e à semântica argumentativa de Oswald Ducrot,
particularmente no que se refere aos conceitos de pressuposição e operado-
res argumentativos.
13
A leitura nos caminhos da formação inicial do
professor de Língua Portuguesa
Cirlei Izabel da Silva Paiva
Sandro Luis da Silva

Considerações Iniciais
Tornou-se comum afirmar que as práticas pedagógicas encontram-se con-
figuradas em duas abordagens: a tradicional, marcada por uma postura regida
e inflexivel, em que o conhecimento é tratado de forma disciplinar e metódica.
Tal prática é historicamente dominante na sociedade moderna. Contrapondo-
-se a ela, destaca-se a abordagem construtivista, que vislumbra uma aprendi-
zagem mais flexível, na qual o saber se constrói a partir de operações mentais
que possibilitam ao educando refletir sobre o conhecimento e colabora para a
construção de um conhecimento interdisciplinar.
Para a realização deste estudo, pactuamos com a ideia de que, para a formação
inicial de um professor competente, considerando competência na concepção de
Perrenoud (1999), é preciso voltá-la para práticas reflexivas. Assim, partimos da
necessidade de não só refletir sobre o processo de formação inicial do profes-
sor de Língua Portuguesa, mas, sobretudo, preocupar-nos com a melhoria dessa
15
O leitor: sujeito ativo
Renata Ferreira Tacini

Sabemos que mais intensamente os alunos são colocados à frente de uma


diversidade de gêneros textuais e necessariamente precisam demonstrar habi-
lidades específicas para compreendê-los. Assim, a escola vem criando situações
para que os alunos sejam capazes de inferir, pesquisar, buscar informações, além
de analisá-las e selecioná-las. As exigências para o desenvolvimento dessas habi-
lidades não é específica da escola, mas da sociedade que exige leitores competen-
tes para lidar com os diferentes tipos de textos que circulam socialmente.
Essas exigências mantêm-se nos exames nacionais que avaliam a capaci-
dade do aluno de ler e interpretar textos de linguagem verbal e visual (fotos,
mapas, pinturas, gráficos, infográficos), além de inferir informações, temas,
assuntos, contextos; analisar elementos constitutivos dos textos, de acordo
com a sua organização e identificar informações centrais e periféricas.
16
Leitura: uma abordagem filosófica
Khalil Salem Sugui

Uma das singularidades inerentes à linguagem é sua grandeza abstrata, de


sorte que tal presença alia-se, não raro, às figurações, que trazem em sua semân-
tica uma ilação não relacionada ao caráter plenamente concreto das palavras,
mas a seus subjetivos desdobramentos. Eis por que enxergamos, na língua, um
feixe tácito de ideias e inferências, cujos núcleos dependem não somente da
mensagem emitida, mas de como o receptor essencialmente a compreende.
Em verdade, portanto, muito complexo é o trabalho com as grandezas tácitas
da língua, uma vez que essas manifestações nascem de um paradigma natural-
mente pessoal. Com efeito, mister é compreender não somente a língua, mas
semelhantemente os fulcros que englobam o conhecimento formal linguístico
e o conhecimento pessoal do ser, já que uma realidade cognitiva simbiótica
edifica-se neste encontro entre a formalidade de uma via entreposta à impari-
dade de outra.
Nota sobre os Autores

Pesquisa e ensino gramatical


Anna Maria Cintra é professora da Pós-Graduação em Língua Portuguesa
da PUC-SP e líder do Grupo de Pesquisa Estudos de Linguagem para Estudos
de Português. Aposentada na ECA-USP, permanece no Projeto Biblioteca e
Educação coordenando parte do Módulo Linguagem. Exerceu vários cargos
acadêmico-administrativos na PUC-SP. Orienta Mestrado, Doutorado e tem
trabalhos publicados sobre leitura e ensino.
Leandro Luz é graduado em Letras e especialista em Educação pela Uni-
versidade Federal do Mato Grosso do Sul, onde iniciou sua carreira docente
em 2001. É mestre em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de
Londrina; doutorando em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Ca-
tólica de São Paulo; Professor efetivo do IFSP – Instituto Federal de São Paulo.
Ligiane Segredo é mestre em Língua Portuguesa pela Pontifícia Univer-
sidade Católica de São Paulo. Professora de Português na rede particular de
ensino da cidade de Piracicaba-SP, leciona Leitura, Gramática e Redação no
colégio Portal do Engenho – Sistema Anglo. Ministra a disciplina Leitura e
Produção de Textos para diversos cursos de graduação da Universidade Meto-
dista de Piracicaba.
Édina Maria Pires da Silva é mestre em Língua Portuguesa pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. Professora de Língua Portuguesa nas re-
des pública estadual e particular de ensino na cidade de Cajamar – SP, onde é
também professora-responsável pelo Projeto Círculos de Leitura do Instituto
Unibanco na Escola Tenente Joaquim Marques da Silva Sobrinho.
Vilmária Gil dos Santos é mestranda em Língua Portuguesa na Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. Bolsista CNPQ, desenvolve projeto volta-
do para o ensino de português para fins específicos. Ministra aulas para o pre-
Este livro está à venda nas seguintes
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EXCELÊNCIA EM
Educação e
Licenciatura

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