LIVRO Segurança Empresarial Da Teoria À Prática
LIVRO Segurança Empresarial Da Teoria À Prática
LIVRO Segurança Empresarial Da Teoria À Prática
Boas práticas de
DA TEORIA À PRÁTICA
segurança
GRUPO DE EXCELÊNCIA EM SEGURANÇA
AUTORES
Adriano Mizuguti José Evaldo Vieira
Alberto Felício Junior José Jacobson Neto
Aleksander Grievs José L. Mattos Lopes
Alexandre Chaves Leandro Fortes
Alexandre Gushiken Luciano Caruso
Anderson Fagundes Luiz Fernando de Lima Paulo
Adm. Anderson Ozawa Marcelo Ferlini, CPP®
André de Pauli Marcelo Sunao Bando
Antonio de Barros Mello Neves Marco Antônio Lopes
Autair Iuga Marco Suhai
Benny Schlesinger Marcos do Nascimento da Silva
Carlos Faria, ASE, CMC Adm. Marcy J. de Campos Verde, CPP®, ADS
Cleber Sanches Mauro De Lucca, PSP®
Cristian da Silva Candido Michel Pipolo de Mesquita
Denilson Colodetti Pinheiro Moacir Suhai
Diogo Telles Akashi Natália M. S. Lourenço
Dora Korbmacher, CPP® Patrício Luís Rubatino Dutra, ASE
Dov Smaletz Paulo Cesar dos Reis (in memorian)
Edison Luiz Gonçalves Fontes Renata de Luca
Eduardo de Pinho Freire Ricardo Coelho
Eng. Fernando Só e Silva, MSc. Ricardo Tadeu Correa
Erika Zanete, ASE Roberto Zapotoczny Costa, MSc.
Ernesto Puglia Neto Ronaldo Toneloto
Euripedes Abud Ruben Schechter
Fabio Augusto de Sales Salvador Dahan, CPP®, CSO, CCEP-I
Felipe Augusto Villarinho Sebastião Oliveira
Flávio Faccini Porto Sergio Almeida
Frank Kasai Silmar Brasil
Adm. Gabriel Tinoco, ASE Tácito A. S. Leite, DSE, ASE, C31000
Gustavo Gassmann Adm. Tatiana Diniz, CPP®, ASE
Herbert Gonçalves Espuny Tatiana Terada
Igor de Mesquita Pipolo, ADS, ASE Teanes Silva, ASE
Jefferson Barbosa Vanessa Ligia Machado
João Eliezer Palhuca Victor S. P. S. Jorge
João Gabriel Barreto Wagner Mora
João José de Almeida Wanderley Aranha
GESEG - CRA-SP - SEGURANÇA EMPRESARIAL: DA TEORIA À PRÁTICA 3
SEGURANÇA PATRIMONIAL: DA TEORIA À PRÁTICA
COORDENAÇÃO: Adm. Tatiana Diniz, CPP®, ASE e Adm. Marcy J. de Campos Verde, CPP®, ADS
AUTORES: Adriano Mizuguti; Alberto Felício Junior; Aleksander Grievs; Alexandre Chaves; Alexandre Gushiken; An-
derson Fagundes; Adm. Anderson Ozawa; André de Pauli; Antonio de Barros Mello Neves; Autair Iuga; Benny Schle-
singer, Carlos Faria, ASE CMC; Cleber Sanches; Cristian da Silva Candido; Denilson Colodetti Pinheiro; Diogo Telles
Akashi; Dora Korbmacher, CPP®; Dov Smaletz; Edison Luiz Gonçalves Fontes; Eduardo de Pinho Freire; Eng. Fernando
Só e Silva, MSc; Erika Zanete, ASE; Ernesto Puglia Neto; Euripedes Abud; Fabio Augusto de Sales; Felipe Augusto
Villarinho; Flávio Faccini Porto; Frank Kasai; Adm. Gabriel Tinoco, ASE; Gustavo Gassmann; Herbert Gonçalves Es-
puny; Igor de Mesquita Pipolo, ADS, ASE; Jefferson Barbosa; João Eliezer Palhuca; João Gabriel Barreto; João José
de Almeida; José Evaldo Vieira; José Jacobson Neto; José L. Mattos Lopes; Leandro Fortes; Luciano Caruso; Luiz
Fernando de Lima Paulo; Marcelo Ferlini, CPP®; Marcelo Sunao Bando; Marco Antônio Lopes; Marco Suhai; Marcos do
Nascimento da Silva; Adm. Marcy J. de Campos Verde, CPP®, ADS; Mauro De Lucca, PSP®; Michel Pipolo de Mesquita;
Moacir Suhai; Natália M. S. Lourenço; Patrício Luís Rubatino Dutra, ASE; Paulo Cesar dos Reis (in memorian); Renata
de Luca; Ricardo Coelho; Ricardo Tadeu Correa; Roberto Zapotoczny Costa, MSc.; Ronaldo Toneloto; Ruben Schech-
ter; Salvador Dahan, CPP®, CSO, CCEP-I; Sebastião Oliveira; Sergio Luiz de Almeida; Silmar Brasil; Tácito A. S. Leite,
DSE, ASE, C31000; Adm. Tatiana Pereira Chelest Miras Diniz, CPP®, ASE; Tatiana Terada; Teanes Silva, ASE; Vanessa
Ligia Machado; Victor S. P. S. Jorge; Wagner Mora e Wanderley Aranha.
Vários autores.
Bibliografia
ISBN 978-65-00-10342-7
20-46316 CDD-658.47
Índices para catálogo sistemático:
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL, POR QUALQUER MEIO
OU PROCESSO, BEM COMO A MODIFICAÇÃO DE SEU CONTEÚDO OU DE SUAS CARACTERÍSTICAS GRÁFICAS,
SEM A AUTORIZAÇÃO PRÉVIA E EXPRESSA DE SEUS ORGANIZADORES. A DIVULGAÇÃO E INCLUSÃO DO LI-
VRO EM WEBSITES E REDES SOCIAIS É PERMITIDA, DESDE QUE EM SUA TOTALIDADE E MEDIANTE A AUTORI-
ZAÇÃO PRÉVIA EXPRESSA DE SEUS ORGANIZADORES.
EVENTO SEM SEGURANÇA REGULAR E ADEQUADA É UM RISCO PARA A VIDA DOS PARTICIPANTES.................................... 45
1. Classificação quanto ao Porte................................................................................................................................................. 45
2. Classificação quanto ao Tipo.................................................................................................................................................. 46
3. Classificação quanto ao Perfil dos Participantes..................................................................................................................... 46
Pontos de Atenção para o Gestor de Segurança ....................................................................................................................... 47
FORMAÇÃO DE PREÇO NA SEGURANÇA PRIVADA: NÃO HÁ MÁGICA NOS NÚMEROS. PREÇOS ABAIXO
DO MÍNIMO PODEM ACARRETAR UMA SÉRIE DE IRREGULARIDADES............................................................................. 68
1. Componentes do Preço – Realidade fática............................................................................................................................. 68
Tabela 1 - Estrutura de Custo e Preço da Vigilância Patrimonial................................................................................................ 69
2. Preços Praticados – Realidade de Mercado............................................................................................................................ 70
3. Conclusões - O que é relevante para mudar este cenário?.................................................................................................... 70
Pontos de Atenção para o Gestor de Segurança ....................................................................................................................... 72
BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................................................................... 86
A capacitação profissional, desde o vigilante até a alta gestão de segurança, precisa ser capaz
de formar profissionais com visão holística, capazes de prever riscos, planejar soluções e implantar
projetos.
Foram escritos capítulos reduzidos, de forma que o administrador possa ter uma visão abran-
gente sobre o mercado de segurança, baseado na legislação e nas melhores práticas do segmento,
ficando para um futuro próximo a confecção de outros livros digitais ou e-books com abordagem
aprofundada sobre os diversos temas.
Aproveito para agradecer a dedicação de todos os autores que doaram seu tempo e conheci-
mento em prol da administração, do mercado de segurança privada e de todos os nossos profis-
sionais.
1. Histórico Legislativo
A atividade de segurança privada no Brasil teve início em 1968, com a organização de guar-
das armadas de instituições financeiras, como resposta aos roubos a bancos praticados por gru-
pos políticos para financiar as suas ações; mas a primeira legislação sobre o assunto surgiu
somente em 1969, com a instituição do Decreto-Lei nº 1.034/69, que regulamentou a atividade.
Nesta época, as empresas eram controladas e fiscalizadas pelas secretarias de segurança pública
dos Estados.
No final dos anos 70, a crescente demanda por serviços de segurança privada passou a exigir
uma nova normatização, pois o Decreto-Lei de 1969 já não comportava todos os aspectos da ati-
vidade. Foi realizado um grande esforço junto ao governo federal para regulamentar a atividade
através de legislação específica.
A atividade foi, então, regulamentada através da atual e vigente Lei Federal nº 7.102/1983,
e a fiscalização, que até então era realizada pelas secretarias estaduais de segurança pública,
passou a ser de competência federal, por meio do Ministério da Justiça.
“
põe sobre as normas relacionadas às ativi- pessoal, deverão sempre iniciar no âmbito
dades de segurança privada, disciplinando do Unidade da Federação em que a empre-
as atividades de segurança privada, arma- sa possua autorização, sendo que sempre
da e desarmada, desenvolvida pelas em- As atividades de que for necessário o trânsito por outros Es-
presas especializadas, pelas empresas que tados e mesmo que as empresas possuam
possuem serviços orgânicos de segurança
segurança privada filiais em outros Estados, deverão comuni-
e pelos profissionais que nelas atuam, bem são complementa- car a operação, previamente, às unidades
como regula a fiscalização dos planos de res às atividades de do DPF e do DPRF, e às Secretarias de Segu-
segurança dos estabelecimentos financei- rança Pública respectivas sob pena de pres-
ros. segurança pública tação irregular das atividades e aplicação
nos termos da le- de penalidades cabíveis.
O controle e a fiscalização das ativi-
dades de segurança privada são exerci-
gislação específica, Em regra, inclui-se no serviço de segu-
dos principalmente pela Coordenação- sendo reguladas, rança pessoal, o retorno da guarnição com
-Geral de Controle de Segurança Privada autorizadas e fisca- o respectivo armamento e demais equipa-
(CGCSP), vinculada à Diretoria-Executiva mentos para a sede da empresa, com os
do DPF, pelas Delegacias de Controle de lizadas pelo Depar- pernoites somente se estritamente neces-
Segurança Privada (DELESPs), unidades tamento de Polícia sários. É de extrema importância e caute-
”
vinculadas às Superintendências de Polí- la comunicar o órgão regulador caso não
cia Federal nos Estados e Distrito Federal
Federal – DPF. abranger a volta dos vigilantes juntamente
e Comissões de Vistoria (CVs), unidades com o beneficiado pela segurança pessoal.
vinculadas às Delegacias de Polícia Federal
descentralizadas. Os casos omissos são re- No caso da prestação de serviços de
solvidos pela CGCSP e submetidos à aprovação do Diretor-Execu- escolta armada, os vigilantes empenhados
tivo do DPF. na atividade de escolta armada deverão compor uma guarnição
mínima de quatro vigilantes, por veículo, já incluído o condutor,
Pela Portaria MJ/DPF nº 3.233/2012, a segurança privada todos especialmente habilitados, podendo ser reduzido pela me-
abrange as seguintes atividades ou categorias de prestação tade, quando for escoltar transporte de cargas ou valores de pe-
de serviços: I - vigilância patrimonial: atividade exercida em quena monta.
eventos sociais e dentro de estabelecimentos, urbanos ou ru-
rais, públicos ou privados, com a finalidade de garantir a inco- Assim como na atividade de segurança pessoal, os serviços
lumidade física das pessoas e a integridade do patrimônio; II de escolta também devem iniciar, obrigatoriamente, no âmbito
- transporte de valores: atividade de transporte de numerário, da unidade da federação em que a empresa possua autorização
bens ou valores, mediante a utilização de veículos, comuns e prescinde de comunicação prévia, caso não haja o retorno da
ou especiais; III - escolta armada: atividade que visa garantir guarnição com o respectivo armamento e demais equipamentos,
o transporte de qualquer tipo de carga ou de valor, incluindo com os pernoites estritamente necessários, devendo comunicar
o retorno da equipe com o respectivo armamento e demais as autoridades se houver necessidade de transitar por outros Es-
equipamentos, com os pernoites estritamente necessários; IV tados.
- segurança pessoal: atividade de vigilância exercida com a
finalidade de garantir a incolumidade física de pessoas, in- As empresas especializadas devem ser constituídas sob a
8. Fiscalização e Penalidades
7. GESP – Gestão Eletrônica da Segurança Privada Como já mencionado, as empresas especializadas são contro-
A vida da empresa de segurança privada é gerida pelo Siste- ladas e fiscalizadas pelo Ministério da Justiça, pelo Departamento
ma de Gestão Eletrônica de Segurança Privada (GESP) que tem a da Polícia Federal através da Coordenação-Geral de Controle de
finalidade de informatizar os processos administrativos relativos Segurança Privada (CGCSP), podendo sofrer sanções pelo não
à área de segurança privada em todo o território nacional, sendo cumprimento da legislação aplicável.
utilizado no âmbito das empresas e instituições do setor e nas
DELESPs (Delegacias de Controle de Segurança Privada) e CVs As empresas de segurança privada poderão ser fiscalizadas
(Comissões de Vistoria) do Departamento de Polícia Federal. de ofício, a qualquer tempo ou por ocasião dos requerimentos
apresentados pelas empresas especializadas, pelas que pos-
O objetivo do GESP é processar os cadastros, atualizações e suem serviço orgânico de segurança ou pelos estabelecimentos
solicitações formulados pelas entidades fiscalizadoras, visando financeiros, ou mediante solicitação da CGCSP, das entidades de
a automatização e a racionalização das atividades necessárias classe ou dos órgãos de segurança pública, e ainda mediante
ao controle e fiscalização das empresas de segurança privada, representação, havendo suspeita da prática de infrações admi-
dando mais agilidade e confiabilidade aos processos. Contem- nistrativas.
pla, ainda, o gerenciamento de todo o ciclo de vida dos proces- O rol de condutas passíveis de mencionadas penalidades,
sos gerados pelos empresários do ramo, e são analisados nas estão dispostos no Capítulo específico da Portaria MJ/DPF nº
3 – Formalização dos contratos entre Empresa x É fácil identificar se uma empresa é ou não clandestina, bas-
Cliente – contendo Escopo e SLA – obrigatório in- tando exigir a apresentação da Autorização de Funcionamento
serir no GESP para implantação de materiais con- do DPF, com validade na data da contratação, uma vez que o
trolados. referido documento deve ser renovado anualmente. A veracidade
da autorização pode ser verificada no website do Departamento
4 – Os vigilantes estão devidamente habilitados de Polícia Federal
para a atividades ser prestada? (CNV, Reciclagem
e Extensão). Importante também ficar atento para o fato de que não existe
vigilante autônomo, bem como que a prestação destes serviços
5 – Setor Administrativo cumpre todos os requisi-
diretamente por policiais civis ou militares é proibida. Profissio-
tos?
nais como controladores, porteiros e os famigerados vigias tam-
6 – Serviços em Instituições Financeiras – observar bém não podem exercer atividades de vigilantes, como rondas no
a formalização do Plano de Segurança. estabelecimento, fiscalização ou proteção de patrimônio, revista
de pessoas, entre outras.
7 - Observaram as legislações e regras locais quan-
to à utilização de materiais controlados e tecnolo- Espera-se que o Estatuto da Segurança Privada, que está em
gias aplicáveis? tramitação no Congresso Nacional, resolva boa parte destes pro-
blemas. Até lá, na dúvida, consulte o Sindicato das Empresas de
Segurança Privada de seu estado.
Para uma adequada contratação de serviços de segurança • CERTIFICADO DE REGULARIDADE DE SITUAÇÃO DE CA-
privada é imprescindível a exigência que comprove a legalidade DASTRAMENTO perante a Secretaria de Segurança Pública da res-
da empresa prestadora através Certificado de Segurança e Alvará pectiva unidade da federação, com validade na data de apresen-
de Funcionamento expedidos pela Polícia Federal, que tem sua tação (art. 14, II, da Lei Federal nº 7.102/83, e art. 11 da Portaria
veracidade atestada no website do Departamento de Polícia Fe- MJ/DPF nº 3.233/12).
deral consultando através do número do CNPJ da empresa de
segurança e conferência das informações emitidas na declaração, Na dúvida, consulte o Sindicato das Empresas de Segurança
através de consulta no Diário Oficial da União, evitando-se assim Privada de seu estado ou os órgãos da Polícia Federal local (CVs
a contratação de uma empresa clandestina: ou DELESPs) ou em Brasília (DPSP/CGCSP).
Autores
Nas próximas páginas serão abordados temas sobre a administração de segurança com o
objetivo de proteger pessoas e bens, a determinação do foco de proteção, o Gestor de Segurança
enquanto prestador de serviço (contratado) e tomador de serviço (contratante), os modelos de
serviço orgânico, terceirizado ou misto, a corresponsabilidade de quem vende e de quem compra
o serviço, uma nova reflexão sobre o processo de seleção do parceiro de segurança e, por fim, a
gestão por resultados.
Mas o que todo negócio tem em comum? As pessoas, as atividades, os recursos materiais, as
informações e os orçamentos de CAPEX (capital expenditure) e OPEX (operational expenditure).
Assim, com essas duas reflexões podemos dizer que cabe ao Gestor de Segurança, proteger pes-
soas, bens (tangíveis e intangíveis), processos produtivos, informações físicas e, de forma direta
e indireta, a saúde financeira da empresa.
3. Gestor de Segurança enquanto Prestador de Serviço personalizada e eficiente, de acordo com suas necessidades espe-
A terceirização de serviços, em especial no mercado de segu- cíficas, levando em consideração, inclusive, a cultura da empresa.
rança privada, é uma forma de gestão moderna, eficiente, que Realiza de forma objetiva, personalizada e eficiente as recomen-
vem se consolidando no mercado brasileiro e internacional nas dações para as melhores soluções, levando em consideração a
últimas décadas. cultura de cada negócio.
Em muitas ocasiões o contratante de serviços não tem for- Nas empresas especializadas, o Gestor de Segurança desen-
mação em segurança privada, ou especialização na área, des- volve um trabalho fundamental, pois é ele quem irá planejar toda
conhecendo o funcionamento do mercado, a legislação e as a prestação de serviços, desde a concepção, através de análises
características dos serviços. Cabe ao Gestor de Segurança da em- de risco (ABNT NBR ISO 31000 - Gestão de Riscos, Princípios e
presa especializada orientar o seu cliente sobre esses aspectos, Diretrizes, e ISO/IEC 31010:2018 – Técnicas para Avaliação de
estabelecendo em razão de seu conhecimento uma contratação Riscos), os planejamentos, passando pela implantação, execução
“
trabalho, efetivo necessário, reserva técni- toda a regulamentação exigida pelo Depar-
ca e programa de treinamento para que o tamento da Polícia Federal.
profissional esteja pronto para servir.
O foco da atua- Atualmente, a responsabilidade dos
• Tecnológicos - É o conjunto de todos ção do Gestor de contratantes é “subsidiária”, ou seja, o
os recursos materiais. Composto por equi- tomador dos serviços só será acionado a
pamentos, veículos, uniformes, acessórios Segurança Priva- pagar eventuais dívidas aos funcionários
e meios eletrônicos, capaz de auxiliar na da é a redução da terceirizados, quando a empresa respon-
execução das atividades de segurança. sável falhar com as suas obrigações. Nesse
probabilidade de caso, o contratante ficará sujeito a quitar
• Organizacionais - São todos os pla- materialização dos uma série de despesas, como salários em
nos de trabalho, compêndio da legislação, riscos, utilizando atraso, benefícios pendentes, recolhimento
normas, procedimentos e processos. Tais de encargos (FGTS e INSS), dentre outros.
controles são fundamentais para o desen- os recursos huma-
volvimento, integração e eficiência das ati- nos, tecnológicos Esse cenário adverso reforça a preocu-
vidades. pação e a necessidade de efetuar um crite-
e organizacionais rioso processo de compras para identificar
A relação profissional entre os Gestores disponíveis. um parceiro competente, sólido, com valo-
”
de Segurança Privada da empresa contra- res competitivos e boa saúde financeira. O
tante e da empresa prestadora de serviço critério de menor preço, muitas vezes utili-
deve fluir de forma objetiva, frequente e zado como decisório no momento da esco-
organizada. Essa troca de experiências per- lha, poderá se mostrar muito mais caro no
mite que ambos conheçam um pouco mais futuro, seja pelo pagamento subsidiário ou
sobre os negócios e, juntos, tomem as melhores decisões. pela baixa qualidade dos serviços recebidos.
Autores
Dito isso, podemos trazer as demais responsabilidades desses profissionais, quais sejam,
proteger e preservar bens, patrimônio e a imagem das empresas.
A formação dos profissionais de segurança é elemento essencial para manter, em âmbito na-
cional, a excelência no desempenho de suas atribuições, bem como a garantia de que os serviços
serão prestados adequadamente aos contratantes.
Conforme preceitua a Portaria da Polícia Federal o perfil profissional do vigilante deve ser:
• Preventivo / Ostensivo;
• Proativo;
• Relações Públicas;
• Vigilante / Atento;
“
anos, as empresas de segurança privada, Entre eles podemos citar inspetores de segu-
além de cumprirem uma série de requisi- rança, os supervisores de segurança e coor-
tos legais para a adequada formação de denadores operacionais de segurança. Esses
seus profissionais do nível operacional, se A formação dos profissionais são responsáveis pela adminis-
obrigam a rigorosos requisitos legais para profissionais de Se- tração operacional / administrativa das equi-
o seu funcionamento, exigindo, portanto, pes de segurança, vigilância e áreas afins.
o fiel cumprimento e a instituição de um gurança é elemen-
modelo de governança cada vez mais pro- to essencial para Indo além, chegamos ao nível estraté-
fissionalizado. gico da segurança privada e empresarial,
manter a excelên- em que entram em cena os Gestores de
Isso demonstra ao prestador e ao to- cia no desempenho Segurança.
mador de serviços a importância de buscar
por Centros de Formação que estejam de-
de suas atribui- Diante disso, verifica-se o crescimento
vidamente legalizadas e regulares com as ções, bem como na oferta de cursos e conteúdos que visam
o desenvolvimento dos profissionais de
suas obrigações, garantindo à empresa e a garantia de que segurança, indo além dos cursos de forma-
ao tomador de serviços a entrega do que
foi contratado por meio de profissionais os serviços serão ção. Desde 1999, há instituições de ensino
qualificados para o desenvolvimento das prestados adequa- superior no Brasil que ofertam cursos de
tecnólogo em segurança privada, cursos
”
atividades, sem que para isso haja even-
tuais riscos de paralização das atividades
damente. de pós graduação lato sensu e cursos de
contratadas ou problemas perante órgãos capacitação presenciais e a distância, que
de fiscalização e controle. aprofundam os conhecimentos dos profis-
sionais do segmento para que ultrapassem
Porém, apesar de haver apenas a regula- as linhas operacionais e atinjam os conheci-
mentação dos cursos de vigilante, há outros cargos bastante impor- mentos necessários para uma boa gestão nos níveis táticos e es-
tratégicos das empresas de segurança privada, dos departamen-
tos de segurança orgânica e de toda a segurança empresarial.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Projeto de Lei do Senado nº 135, de 13 de maio de ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Gestão de
2010. Diário do Senado Federal (DSF). Brasília, DF, publicado em riscos – princípios e diretrizes. NBR ISO31000, 2018.
Autores
“
por profissionais da medicina. O psicólogo, medem o grau de engajamento dos cola-
para fazer os exames exigidos para fins for- boradores, inclusive da operação. São ava-
mação e reciclagem do curso de vigilante, liações feitas por terceiros imparciais, que
deve ser credenciado na Polícia Federal. A gestão de pes- utilizam metodologias respeitadas interna-
Após a etapa dos requisitos legais, soas é ainda mais cionalmente e resultam em um indicador de
engajamento que, quanto maior, melhor. E
é chegado o momento das entrevistas e essencial para a evidentemente, alguém engajado valoriza
testes para a avaliação das seguintes com-
petências: disciplina, responsabilidade, segurança privada, seu trabalho, quer crescer e permanecer na
empresa. Logo, fará uma entrega melhor.
atenção, memória visual, sigilo, discrição, em que o processo
cordialidade, simpatia, comunicação, apre- •Turnover: Este é o mais usual dos in-
sentação e capacidade de reação.
de contratação dos dicadores e algo que preocupa o tomador
colaboradores deve de serviços, pois a substituição de profis-
As fontes recomendadas para busca de
profissionais, em um primeiro momento, ser voltado ainda sionais significa custos e perda de conheci-
mento. Importante saber como a empresa
serão, naturalmente, as Escolas de Forma- para garantir a gerencia seu turnover operacional e quais
ção de Vigilantes, autorizadas pela Polícia
Federal. Empresas de segurança e departa- idoneidade de todo práticas exerce para diminuí-lo. Causas fre-
quentes do turnover elevado costumam ser
mentos de segurança orgânica contratam o Sistema de Segu- relacionamento ruim com a liderança, falta
”
também egressos das Forças Armadas rança. de comunicação com a empresa e clima or-
(Exército, Marinha e Aeronáutica), ao tér-
ganizacional desfavorável.
mino do Serviço Militar Obrigatório, pela
forte compatibilização das competências: •Capacitação: indicador muito impor-
disciplina e responsabilidade, próprias das tante em qualquer segmento, mas funda-
carreiras militares. Vale ressaltar que, mesmo egressos das forças mental nas empresas de segurança. É fundamental saber como a
armadas precisam, obrigatoriamente, fazer o curso de formação empresa capacita seus profissionais presencialmente e à distância
de vigilantes para ingressar na segurança privada como vigilante. (pela natureza externa do serviço), para além da obrigação le-
gal da reciclagem. Quais ferramentas tecnológicas são usadas?
Após esta criteriosa seleção, existem indicadores da área de Quanto foi investido em treinamento no último ano e quantas
recursos humanos que podem apoiar o administrador contratan- horas de capacitação foram oferecidas por profissional? A assimi-
te do serviço de segurança na jornada desse profissional dentro lação é checada?
da empresa. Importante ressaltar que esses indicadores podem
•Comunicação: Algo que costuma desgastar o cliente é a
ser questionados no processo de escolha da empresa parceira,
abordagem cotidiana dos profissionais prestadores para se quei-
pois seus números revelam profissionalismo, gestão participativa
xar de alguma falha da empresa, reclamar de descontos no pa-
e grandes chances de minimizar problemas no cotidiano. Os mais
gamento que lhe parecem indevidos, etc. Isso costuma acontecer
relevantes são:
com mais intensidade quando o profissional não tem acesso rápi-
• Absenteísmo: Os índices de falta ao trabalho no mercado do e facilitado aos canais de comunicação na sua empresa. Se a
de prestação de serviços costumam ser elevados nas empresas companhia investe em comunicação interna e se mostra próxima,
que não tem administração de pessoas feita de forma adequa- ele saberá onde tirar suas dúvidas e o tomador do serviço poderá,
da. A escala mais usual na vigilância (12X36), principalmente com segurança, lhe remeter à sua empresa, isentando-se deste
O GESTOR DE SEGURANÇA A contratada, por sua vez, precisa possuir uma administração
de Recursos humanos eficiente, onde os profissionais (vigilante,
supervisor e todos os demais) sejam constantemente treinados e
• Defina o perfil da vaga de seus colaboradores; valorizados.
• Estabeleça um plano de objetivos / metas e Na segurança privada os cargos e funções vão muito além
performance profissional; do vigilante. Os Recursos Humanos da segurança privada são
compostos por vice-presidente de segurança, gerente/gestor de
• Acompanhe o recrutamento e seleção de seus segurança, coordenador de segurança, supervisor, inspetor de se-
colaboradores; gurança, vigilante e diversas variações das funções de vigilante,
• Implemente procedimentos e processos. como vigilante de segurança pessoal privada, vigilante de escolta
armada, vigilante de carro forte e outras constantes nas respec-
tivas Convenções Coletivas da categoria de cada Estado, entre
eles, vigilante condutor de cães, vigilante balancista, etc.
Autores
Silmar Brasil
Graduado em Direito pela UNIFMU, Advogado pela OAB Seção São Paulo,
Especializado em Administração de Recursos Humanos pela FECAP, e Sócio
do Marques, Rocha e Brasil, Sociedade de Advogados e Membro da Comissão
de Segurança Privada da OABSP.
Quando falamos de Gestão de Riscos, é importante conhecer suas origens. Remetemos à épo-
ca em que os primeiros chefes de clãs decidiram fortificar muralhas, realizar alianças com outras
tribos ou estocar provisões para o futuro. Práticas relacionadas com a mitigação de riscos existiam
na antiga Babilônia, a exemplo de indenizações em caso de perdas por roubos e inundações, ou
a seleção, feita pelos primordiais banqueiros, de devedores com maior capacidade de honrar
seus empréstimos (HUBBARD, 2009). Exemplo um pouco mais recente foi a instituição do seguro
de incêndio, em meados do século XVII, na Inglaterra (DICKSON, 1960). No campo acadêmico, a
obra “Risk, Uncertainty and Profit”, publicada em 1921 por Frank Knight.
No Brasil, a gestão de riscos começa a aparecer na área de segurança privada com a criação
da lei 7.102/ 83, especificamente para parametrizar a adoção das estrutura da segurança privada
nas instituições bancárias e sua rápida adoção por outras áreas se dá em função do aumento dos
riscos inerentes a cada negócio.
Somente no ano de 1992, a ideia de gestão de risco corporativo volta a ganhar foco, quando
o Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission – COSO publica o guia
Internal Control - integrated framework (COSO-IC ou COSO I), com o objetivo de orientar as or-
ganizações quanto a princípios e melhores práticas de controle interno.
Em 1995, esforço conjunto das entidades padronizadoras Standards Australia e Standards
New Zealand resulta na publicação do primeiro modelo padrão oficial para a gestão de riscos, a
norma técnica Risk Management Standard, AS/NZS 4360:1995. Normas técnicas assemelhadas
“
A gestão de riscos, atividade coordena-
3. Metodologias para a Gestão de Riscos
da que visa estabelecer contexto, identificar,
Existem dois métodos que foram mi-
analisar, avaliar, tratar, monitorar riscos das
organizações, além da análise crítica tornan- Risco é o efeito nistrados em curso em São Paulo/SP em
1998, pelo Instituto Pó- Graduado da Uni-
do este processo cíclico e sistemático. Pode (positivo ou nega- versidade Pontifícia Comillas de Madri, o
e deve ser aplicada em toda a organização, tivo) da incerteza método T-Fine de William Fine (uma ferra-
visto que todas as atividades da vida e conse-
quentemente empresariais envolvem riscos. nos objetivos, po- menta de análise de riscos que tem como
principal objetivo estabelecer prioridades
dendo ocasionar de ação sobre os riscos identificados) e
”
2. Algumas premissas importantes para gerenciar desvios”. o método Mosler, (um fórmula que ava-
lia as ameaças que podem influenciar as
o risco:
atividades de um negócio, classificando a
• A gestão de riscos envolve tanto ame-
velocidade da evolução dos riscos. Esse é
aças quanto oportunidades;
um método mais utilizado e de fácil apli-
• A gestão de riscos requer uma reflexão cação).
aprofundada;
ISO 31000 é uma norma da família de gestão de risco criada
• A gestão de riscos requer olhar para frente; pela International Organization for Standardization. O objetivo
da ISO 31000:2009 (Gestão de Riscos) é estabelecer princípios e
• A gestão de riscos requer responsabilidade na tomada de
orientações genéricas sobre gestão de riscos. ISO 31000 criou um
decisões;
framework universal reconhecido para tornar possível o gerencia-
• A gestão de riscos requer comunicação; mento de processos de diversos tipos de riscos de qualquer orga-
nização de qualquer segmento independentemente do tamanho.
• A gestão de riscos requer raciocínio equilibrado (custo para
evitar as ameaças ou potencializar as oportunidades e os benefí- Outras ISO importantes:
cios a serem obtidos);
• ISO 28000 (Sistemas de gerenciamento de segurança para
• A gestão de riscos deve proteger sem prejudicar o desen- a cadeia logística);
volvimento do negócio.
• ISO 27005 (Gestão de Riscos Cibernéticos);
• ISO 22301 (Segurança e Resiliência);
A equação do Risco • ISO9001 (Sistema de Gestão da Qualidade).
Autores
Adriano Mizuguti João José Andrade de Almeida
Bacharel em Direito, MBA Gestão Es- Administrador no Grupo Engefort Forma-
tratégica, Oficial da Reserva de Infan- do em Direito pela FADISC Faculdades
taria do Exército Brasileiro, Especialista Integradas de São Carlos, Gestão Organi-
em Gestão de Riscos. Com mais de zacional de Recursos Humanos pela UFS-
22 anos de experiência em Segurança CAR Universidade Federal de São Carlos
Pública e Privada. Associado ABSEG. e Gestão e Controle da Segurança Priva-
Teve experiência em diversas empresas como Coca Cola da pela FBPC Fundação Brasileira de Ciências Políticas
FEMSA, Souza Cruz, GPS, Grupo Abril, Celistics e Mercado
Livre, sempre com foco em Gestão de Riscos Corporativo.
Tácito A. S. Leite, DSE, ASE, C31000
CEO da Plataforma t-Risk, Diretor do Dpto.
de Segurança da FIESP, Prof. das discipli-
João Gabriel Barreto nas Gestão de Riscos em Compliance no
Consultor de Segurança Empresarial/ MBA da FIA-USP e Gestão de Riscos de
Gestão de Riscos, com mais de 17 anos Segurança Corporativa no MBA da ENS
de experiência. Associado ABSEG. For- - Escola de Negócio e Seguros. Autor do
mado como Tecnólogo em Processos livro Gestão de Riscos na Segurança Patrimonial com 27 anos
Gerenciais pela Universidade de Gua- de experiência no setor.
rulhos. Pós Graduando em Gerencia-
mento de Crises pela Faculdade Unyleya, além de diversos
cursos na área de segurança e gestão de riscos.
A Segurança Patrimonial é o serviço mais abrangente dentro das cinco áreas da Segurança
privada, sendo os demais a Segurança Pessoal Privada, o Transporte de Valores, a Escolta Arma-
da e as Escolas de Formação,
Insta salientar que não podemos tratar a segurança privada, para simples cumprimento da
lei.
No Brasil, o exercício da segurança patrimonial pode ser efetuado por empresas especiali-
zadas ou organicamente. Em ambos os casos, as empresas são autorizadas e fiscalizadas pelo
Ministério da Justiça, através de seu Departamento da Polícia Federal mediante Leis, Decretos
e Portarias.
“
significa que as considerações preventivas devem ser ostensivas, de forma a mostrar
levam em conta as iniciativas que devem que o empreendimento é protegido pela
ser tomadas antes da ocorrência de qual- segurança privada.
quer evento para que ele não se efetive. A Segurança Pri-
Os procedimentos envolvidos com as
Estar em segurança é uma das neces- vada, com equipe diversas atividades de segurança reque-
sidades básicas e precisa ser vista como treinada e equipa- rem respostas que precisam ser rápidas e
um investimento. Diante disso, investir em precisas. Para isso, é preciso uma boa ca-
segurança é primordial para que as empre- mentos de ponta, pacitação dos vigilantes para cumprimento
sas possam garantir a tranquilidade aos proporciona a tran- das normas e utilização da tecnologia dis-
seus gestores, colaboradores e fornecedo-
res, a preservação de seus equipamentos
quilidade necessá- ponibilizadas. O tripé homens, normas e
equipamentos é fundamental na segurança
e dados, além da própria continuidade dos ria para que o em- privada.
negócios. Além disso, a segurança privada presário/ tomador Nesse sentido, o treinamento de profis-
quando bem planejada e implantada dimi-
nui consideravelmente as perdas da empre- de serviços passa sionais da segurança requer a participação
sa, aumentando com isso, consequente- exercer sua ativida- e aprovação em cursos específicos, além
mente, seus lucros. da constante atualização. Por sua vez, esta
de com foco em seu demanda é consequência da permanente e
”
Os serviços de segurança patrimonial negócio. rápida evolução da tecnologia aplicada ao
devem ser prestados por empresa especia- segmento.
lizada ou por empresa que possui departa-
mento orgânico de segurança devidamente Implantar e operar um sistema de segu-
autorizado pela Polícia Federal. Empresas rança patrimonial exige uma grande quan-
sem os devidos registros na Polícia Federal prestam serviço clan- tidade de cuidados. Na verdade, trata-se de um sistema dinâmico
destino de segurança, trabalhando a margem da lei e colocando que envolve muitas variáveis, as quais devem ser previstas por
o cliente em diversos riscos. profissionais especializados.
Autores
Jefferson Barbosa
José Evaldo Vieira
Graduado em Gestão de Segurança
Engenheiro Petroquímico, formado pela
Empresarial e pós graduado em Segu-
Universidade Mackenzie. Diretor da em-
rança da Informação. Especializações
presa Iron Segurança Especializada. Dire-
em Segurança da Aviação Civil, Ge-
tor de Marketing do SESVESP.
renciamento de Risco e Inteligência.
Atualmente é o Gerente de Security da
Azul Linhas Aéreas Brasileiras.
A Segurança Pessoal Privada é uma atividade regulada em legislação própria, desde 1983,
com a publicação da Lei 7.1021. Em dezembro de 2012, através da Portaria nº 3233/2012-DG/
DPF, foram atualizadas as ações e responsabilidades das empresas de segurança especializadas,
bem como dos profissionais da área. Assim, cabe à Polícia Federal a responsabilidade de fiscali-
zações periódicas e aleatórias, tanto nas empresas de segurança, como também nos tomadores
de serviços. O não cumprimento das obrigações previstas na referida Lei e na Portaria resultam
em punições.
No Brasil, ainda ocorrem práticas, advindas de antiga tradição cultural, de contratação de
agentes da lei (policiais, guardas civis etc.) ou “vigias” para o exercício de segurança armada
ou desarmada. Talvez pela crença de que são eficazes na proteção ou pelo custo, em princípio
reduzido. A realidade, no entanto, é que além de ser uma atividade ilegal, tem trazido diversos
passivos financeiros. Uma boa segurança é uma segurança legal.
Há que se considerar que, em nosso país, a atividade de vigilância somente pode ser execu-
tada por empresas regularmente constituídas para esse fim ou por empresas que constituíram
seus departamentos internos de segurança orgânica. Não é possível realizar a contratação dire-
ta de vigilantes de segurança pessoal privada, sendo possível apenas por empresa terceirizada.
1. Para saber mais a respeito da legislação que regula esses serviços de segurança pessoal,
consultar: http://www.pf.gov.br/servicos-pf/seguranca-privada/legislacao-normas-e-orien-
tacoes/portarias/portaria-3233-2012-2.pdf/view. Procurar na Seção IV.
Autores
Dora Korbmacher, CPP® Moacir Suhai
Gerente de Segurança e Informação CEO da Suhai Segurança Pessoal. Contato:
Controlada, Saab Aeronáutica Monta- [email protected].
gens S.A. Contato: dora.korbmacher@
sam.br.saabgroup.com.
• se a prestadora dos serviços paga seus funcio- Em um simples tombamento a carga, se desprotegida, poderá
nários em dia; ser saqueada e afetar toda uma cadeia logística de um projeto
que terá suas peças faltantes, ensejará a obrigação de realizar
• se está devidamente autorizada pela Polícia Fe- nova importação/aquisição de insumos e atingirá todo o processo
deral para a atividade de Escolta Armada ; produtivo, acarretando atrasos, multas e etc.
• realizar uma vistoria técnica na base da empresa Some-se a isso o fato de que a grande maioria das apólices
para verificar se ela realmente possui o que está de seguros exigem que a proprietária da carga ou a transporta-
vendendo; dora contratem o serviço de Escolta Armada ou utilizem cami-
nhões blindados para assumir o risco da contratação do seguro.
• no estado de São Paulo, verificar se a empresa Tal exigência, por parte das seguradoras, mostra a efetividade da
tem a certificação SEA de Escola Armada;
“
e garantia da incolumidade de todos os de que a execução dos serviços de Escolta
envolvidos nos mais diversos modais lo- Armada está intrinsecamente atrelada à lo-
gísticos. gística em diversos municípios, cidades e
Atualmente, a área de compras de Escolta Arma- estados, com as regulamentações específicas
de cada um deles e as necessidades de cada
grandes empresas que se valem dos ser- da é a atividade um dos clientes.
viços de Escolta Armada passou a impor
que as prestadoras desse serviço de pro-
que visa garantir O prestador de serviços de Escolta Ar-
teção, além de cumprir todos os requisitos o transporte de mada deve dominar a logística, mesmo que
legais, devem firmar acordos de qualida- qualquer tipo de multimodal, para poder desenvolver projetos
de mínima de serviço (Service Level Agre- que atendam todas as expectativas de seus
ement ou “SLA”) com estabelecimento de carga ou de valor, clientes e ainda cumpra integralmente a le-
metas e penalidades. incluindo o retorno gislação.
Em referidos termos, as empresas de da equipe, arma- Caso não haja um casamento de interes-
Escolta Armada se obrigam a disponibili- ses de clientes, com reaproveitamento de
zar efetivo sempre, atender aos pedidos
mento e equipa- guarnições e planejamento estratégico do
de cobertura de postos, veículos, arma- mentos. roteiro de cada veículo, o empresário aca-
”
mento, e demais outras necessidades de bará gerando faltas na prestação de servi-
emergência que possam surgir no anda- ços ou será demasiadamente onerado por
mento das atividades. Tudo isso visando seu desconhecimento e falta de controle da
mitigar os custos da empresa tomadora e logística da operação de Escolta e retorno
garantir um nível de excelência pela pres- da guarnição para a base da empresa.
tadora.
Sobre a execução, é importante ressaltar que as empresas
de Escolta Armada não contam com apólices de seguro que
3. Como é a execução do serviço? cubram roubo/furto da carga protegida. Tais empresas contra-
Não há dúvida de que a atividade de Escolta Armada atual- tam apólices de responsabilidade civil geral para intercorrências
mente é a mais complexa dentre os ramos e subdivisões da se- com armas, acidentes, danos civis etc. mas não para roubo/fur-
gurança privada como um todo, por conta de seu relacionamento to, o que fica a cargo do embarcador, proprietário ou transpor-
íntimo com outras áreas do mercado. tadora da carga.
Autores
Os mais de 4.500 carros-fortes em circulação no país são mo- As operações de entrega e recebimento de valores provocam
nitorados em tempo real por equipes de gestão de risco, com importante alteração no nível de risco desses locais, o que torna
precisão nos horários de entrega ou coleta. As rotas de transporte importante que os respectivos planos de segurança contemplem
são regionalizadas e subordinadas a uma base operacional, evi- essas condições e as medidas necessárias imediatamente antes e
tando-se assim grandes deslocamentos e assegurando a custódia durante as operações, para que ocorram sem retardos e interrup-
dos recursos para o abastecimento de determinada região. ções quando os Vigilantes do Transporte de Valores estão expos-
tos, realizando suas tarefas.
A dinâmica do setor, pelas caracterís-
ticas já apresentadas de abrangência na- Da mesma forma, convém a discussão
“
cional e segurança, entre outras, permite desse planejamento com a empresa espe-
modelos customizados para qualquer seg- cializada no transporte, buscando vulnera-
mento. O tomador de serviço pode sobre- bilidades não percebidas e controles que
por entregas fracionadas com carro-forte Transportar podem ser aplicados para melhoria das
condições e manutenção dos riscos em pa-
em áreas de risco elevado para o trans- valores é, acima de tamar aceitável.
porte de cargas. Pode solicitar a custódia
nas bases operacionais das empresas para tudo, uma ativida-
Além disso, transportar valores não se
equipamentos, insumos ou até mesmo do- de de logística e de resume ao numerário ou ouro. Qualquer
cumentos. Ou mesmo intercalar modais,
como o aéreo e o rodoviário interligando
guarda de valores, item de alto valor agregado que necessita
de um transporte em segurança pode ser
indústria, centro de distribuição e varejo. com o emprego dos transportado por empresas especializadas.
Os principais marcos regulatórios do mais altos níveis
A partir do nível de segurança intrínse-
setor como atividade de segurança priva- de equipamentos e co à modalidade, as transportadoras de va-
da, a Lei Federal Nº 7.102/1983 e a por- procedimentos de lores ao longo do tempo incorporaram con-
taria 3233/2012 da Polícia Federal, con- ceitos de logística para tirar maior proveito
ferem sob a perspectiva do contratante segurança autori- das rotas e das diferentes regras estabele-
segurança jurídica. Por serem fiscalizadas zados pela legisla- cidas pelas seguradoras, visando estender
rotineiramente pelas autoridades federais
e estaduais, as empresas desenvolveram ção brasileira. seu atendimento a novos produtos, confor-
”
me os limites de valor para os veículos de
práticas de compliance e rigorosos sistemas diferentes regiões, percursos e frequência,
de controle de documentação da carga em que representam parâmetro importante,
circulação. A contratação pelo cliente pode além da previsibilidade de entrega própria
ser observada como medida de controle de desse transporte.
riscos da carga transportada e também de
controle fiscal. As empresas de transporte de valores (apesar de Isso levou a que atualmente as indústrias farmacêuticas e de
não serem empresas financeiras) são consideradas pessoas obri- eletrônicos sejam grandes contratantes do setor. Parar uma linha
gadas a notificação de operações potencialmente suspeitas de de produção ou não entregar uma carga de celulares/notebooks
lavagem de dinheiro à Unidade de Inteligência Financeira (UIF) a um varejista, por exemplo, é extremamente custoso para a re-
– antigo COAF. putação de uma empresa, com impactos incalculáveis na experi-
ência do cliente final, impondo que todas as alternativas sejam
Historicamente, as instituições financeiras figuraram como os consideradas em decisões sobre o transporte na busca da solução
principais demandantes do serviço. Contudo, a baixa bancariza- mais vantajosa, conforme a combinação, em cada caso, das con-
ção e o aumento da renda da população, seja por meio de progra- dições da demanda e das opções de atendimento ofertadas.
mas sociais, seja pela própria evolução econômica, tem mudado
as características dos serviços. Atualmente o grande foco são os Por oferecerem soluções customizadas e agregarem elemen-
comerciantes, varejistas, supermercadistas, lotéricas, cooperati- tos de logística aos serviços de segurança privada, os serviços de
vas de crédito e outras atividades que concentram grande volume segurança e transporte de valores devem integrar o conjunto de
Autores
Evento é um acontecimento relevante que reúne várias pessoas e que tem um objetivo
específico, envolvendo ações ligadas a comemorações, festividades, divulgações, troca de in-
formações e integrações de pessoas com um objetivo comum. Envolve pessoas, tanto para sua
organização e preparação, quanto na participação propriamente dita. Trata-se de uma forma
efetiva de integração de ideias, conceitos, conhecimentos e também de divulgação de produtos
e serviços.
A palavra evento vem do latim “eventu”, que significa acontecimento. O evento, portanto,
é um acontecimento que reúne pessoas com objetivos específicos comuns. Está presente na
sociedade com contextos específicos, seja na área institucional, sociocultural ou promocional.
Os eventos são classificados de muitas formas, dentre elas, de acordo com o porte, o tipo
de evento, o perfil dos participantes ou o período de realização. Desta forma, vamos a alguns
conceitos importantes:
“
profissionais devidamente habilitados. Ao contratar empresa em situação re-
gular, o organizador tem responsabilidade
subsidiária, porém, quando, ao contrário,
2. Classificação quanto ao Tipo Ao contratar contratando empresa irregular, sua respon-
a) Evento Fechado: acontece dentro uma empresa irre- sabilidade passa a ser solidária. Essa dife-
de situações específicas e com público rença é crucial no caso da efetivação de um
definido, que é convidado a participar; gular de segurança, sinistro.
b) Evento aberto em geral: alcança o produtor de um A Delegacia de controle da Segurança
todas as classes e públicos; evento ou a agência Privada (DREX), orienta os contratantes de
empresas de segurança a exigir, no mínimo,
c) Evento aberto por adesão: é di- organizadora, colo- os seguintes documentos:
recionado a um determinado público que ca em risco a vida,
faz a inscrição gratuita, ou paga a taxa de a) Da empresa prestadora de servi-
inscrição. a integridade física ços de segurança:
e o patrimônio dos • Alvará de Autorização de Funciona-
visitantes, e, ainda mento e Certificado de Segurança (válidos
por 01 ano) publicados no Diário Oficial da
3. Classificação quanto ao Perfil dos Participantes a imagem de seus União, ou Alvará de Revisão de Autorização
a) Geral: evento aberto, com todo o
tipo de público, com participação limitada patrocinadores. de Funcionamento e Certificado de Segu-
”
apenas ao tamanho do espaço em que o rança (válidos por 01 ano), também publi-
evento será realizado. Podemos destacar os cados no Diário Oficial da União;
shows em praças públicas, blocos de carna- • Comprovante de Comunicação de
val, entre outros; Evento, efetivado pelo Gerenciador de Se-
b) Dirigido: como o próprio nome diz, é restrito ao público gurança Privada (GESP) do Departamento
que tem afinidade como o assunto do evento, ou interesse por de Polícia Federal (DPF), em atendimento ao §3º, do art. 198,
ele. Destacamos feiras, exposições agropecuárias, shows musi- da Portaria no 3.233/2012-DG/PF (documento emitido eletronica-
cais, entre outros. mente com certificação digital);
Conforme falamos anteriormente, quanto tratamos de segu- • Contrato de prestação de serviço assinado pelo represen-
rança em grandes eventos, e por que não pensarmos em todo tante legal da empresa prestadora de serviço, na forma do seu
e qualquer tipo de evento, temos que respeitar os preceitos e a contrato/estatuto social ou procuração pública.
legislação que rege o setor de segurança no nosso país, ou seja, b) Do(s) vigilante(s):
Lei no 7.102/83, alterada pelas Leis no 8.863/94 e no 9.017/95,
Decreto no 89.056/83, alterado pelo Decreto no 1.592/95, Por- • Certificado de conclusão de curso de formação de vigilante/
taria no 3.233/12 DG/DPF, alterada pelas Portarias no 3.258/13 reciclagem de vigilantes (válido por 02 anos) e, se for o caso (para
e no 3.559/13. eventos realizados em estádios, ginásios ou outros eventos com
público superior a três mil pessoas), certificado de conclusão de
Apesar da legislação que rege a segurança privada, muitos curso de extensão para grandes eventos;
organizadores de eventos continuam contratando segurança ir-
regular, chamada de “clandestina”. A contratação de segurança • Carteira Nacional do Vigilante (CNV) - válida por 05 anos.
irregular aumenta o risco da efetivação de sinistros nos eventos, Como podemos verificar, todo e qualquer planejamento para
mau atendimento, violência, etc. Fornecedores de segurança ir- a execução de eventos, independente do porte, compreende
regular contratam pessoas sem a formação exigida, não seguem ações de identificação, análise e avaliação dos riscos, bem como
normas e regras de procedimento adequada e planejamento. as tratativas administrativas e a elaboração de planos de contin-
• Avalição de riscos e planos de segurança; • Mapeamento dos riscos aos quais o evento se vê exposto;
• Planos de contingências cabíveis; • Adoção de medidas preventivas e corretivas frente aos ris-
cos, de forma a garantir a segurança dos funcionários envolvidos
• Procedimentos operacionais; no evento, bem como do público em geral;
b) Evento: • Administração das equipes destinadas à garantia da segu-
• Execução das medidas de segurança descritas no plano de rança do evento;
segurança; • Seleção de fornecedores e equipamentos a serem emprega-
• Monitoramento de desvio de padrão, com os respectivos dos durante o evento.
modos de controle e correção;
• Adoção de medidas corretivas para os casos de incidentes
e acidentes. PONTOS DE ATENÇÃO PARA
c) Pós Evento:
O GESTOR DE SEGURANÇA
• Monitoramento e controle de saída do público e dispersão; • Verifique e tenha em mãos o alvará de autorização
• Supervisão da desmontagem e desmobilização do local; da prefeitura do evento (seja temporário ou da casa
de shows permanente) onde determina o número de
• Confecção de relatório do evento, com todas as característi- pessoas autorizadas a entrar no evento;
cas necessárias para o aperfeiçoamento de novos eventos.
• Verifique o Alvara do corpo de bombeiros 3. Conhe-
Atualmente, estamos vivendo um período de pandemia; logo
ça e tenha em mãos o Plano de Abandono do local 4.
esse cenário exigirá uma atenção redobrada do Gestor de Segu-
Verifique e tenha em mãos a Autorização da Vigilância
rança Privada, pois impacta em custos e procedimentos. Antes de
Sanitária 5. Conheça o plano de tratamento do lixo
mais nada, há de se tomar medidas que serão exigidas nos even-
que será produzido no evento, cuidados com o meio
tos, tais como uso de máscaras, demarcação de distanciamentos
ambiente;
na entrada de pessoas, checagem de temperatura, acompanha-
mento na limpeza das mãos com álcool em gel, cadastramento • Conheça sobre os ingressos, venda, confecção, dis-
das pessoas, entre outras tantas que possam vir a ser recomenda- tribuição e aferição no evento;
das pelas equipes médicas e de proteção á pandemias.
• Tenha em mãos o Mapa do Evento aprovado junto
No caso específico de feiras, adotar corredores mais largos,
a Prefeitura e o Corpo de Bombeiros e verifique se o
preferencialmente, com mão única, distanciamento maior entre
que está montado está de acordo com o projeto dos
os estandes, credenciamento online, não ter alimentação dentro
dois órgãos;
dos estandes, privilegiar porções individuais, evitar atividades
promocionais com aglomerações, registro de entrada e saída. • Cheque todas as licenças e autorizações pertinen-
Ainda sobre as feiras, todos os envolvidos devem assinar um ter- tes junto a Polícia Militar, a Polícia Civil e a Guarda
mo de responsabilidade de cumprimento das normas sanitárias, Municipal.
entre outras tantas medidas.
Autores
Antonio de Barros Mello Neves Igor de Mesquita Pipolo, ADS, ASE
Administrador com especialização em Se- Fundador e CEO da Núcleo Consultoria, Ba-
gurança Pública e Privada. Membro e Con- charel em Direito, pós-graduado em Alta
selheiro da ABSEG – Associação Brasileira Direccion de Securidad pela Universidad
de Profissionais de Segurança, membro da Pontificia Comillas de Madrid. Diretor do DE-
OSAC - Overseas Security Advisory Councile SEG - Departamento de Segurança da FIESP.
e Vice Presidente da ASIS International – Ex-presidente da American Society for In-
Chapter São Paulo. dustrial Security (Chapter Brasil). Fundador,
ex-presidente e diretor da Associação Brasi-
leira de Profissionais de Segurança – ABSEG.
Fabio Augusto de Sales
Bacharel em direito, Gestor de Segurança
Marco Antônio Lopes
Privada, registrado no CRA-SP sob o nº 6-
Gestor de Segurança Privada, registrado no
005991, membro consultor da Comissão
CRA-SP sob no 6-003208, pós graduado em
Especial de Segurança Privada da OAB-SP,
Gestão de Segurança Privada, Presidente
diretor de pequenas empresas SESVESP,
da ABSEG – Associação Brasileira de Profis-
diretor financeiro no SEMEESP, conselheiro
sionais de Segurança, membro fundador e
fiscal titular da ABREVIS, diretor do comitê
integrante do Grupo de Excelência em Se-
de eventos da ABSEG.
gurança do CRA-SP, membro consultor da
Comissão Especial de Segurança Privada da
OAB-SP.
Desde a Pré-História a humanidade busca proteger a si e seus bens por meio de uma estrutura
física que resista a ataques externos. Assim ocorreu com uso das cavernas e, depois, com as cons-
truções executadas por suas próprias mãos com o uso de materiais que poderiam ser extraídos da
natureza. Avançando no tempo chegamos às cidades muradas, castelos, fortes, bunkers e à atua-
lidade, nas mais diversas formas construtivas para atender a finalidades residenciais e comerciais.
O termo arquitetura vem do grego “arché“, que quer dizer “primeiro” ou “principal” e “ték-
ton“, que significa “construção”1 .
“ arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o pro-
pósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando
1. https://arquiteturaurbanismotodos.org.br
2. COSTA, Lúcio (1902-1998). Considerações sobre arte contemporânea (1940). In: Lú-
cio Costa, Registro de uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995. 608 páginas.
Em 1969, o arquiteto e urbanista canadense Oscar Newman Dessa forma, todas as proteções físicas e tecnológicas, quan-
cunhou a expressão “espaço defensável”. Para Newman, o uso do adequadamente projetadas se integram de forma a criar um
dos espaços pelas pessoas demonstra propriedade (conceito de grande sistema que irá atuar de forma dissuasora sobre o delin-
territorialidade). Uma área usada para o fim com que foi consti- quente, interferindo já em sua intenção de agir contra o imóvel e,
tuída desestimula a criminalidade. Em 1972 o arquiteto reforçou se mesmo após analisar a situação ele decida por concretizar sua
esses conceitos em seu livro, Defensible Space: Crime Prevention ação, provavelmente não a efetivará, uma vez que, de alguma
Through Urban Design. forma, será impedido pela efetividade do sistema que, em algum
momento freará sua ação, seja pela detecção, pela reação, ou
Apesar dos conceitos do CPTED serem debatidos desde 1961, pelo simples impedimento físico.
Autores
Alexandre Chaves Adm. Marcy J. C. Verde, CPP®, ADS
CEO da C4i Inteligência em Segurança e Di- Consultor Sênior em Segurança Empresa-
retor do Departamento de Defesa e Segu- rial. Diretor ABSEG. Membro GESEG/CRA–
rança da FIESP. SP. Diretor da ABSEG.
E-mail:[email protected]
Desde a Revolução Neolítica, quando o ser humano abandonou seus hábitos nômades, dei-
xando de ser caçador coletor para o agrícola fixo, houve a necessidade de estabelecer normas
básicas para o convívio pacífico em sociedade e proteger a sua propriedade e buscar as melhores
condições de segurança.
Os objetivos basilares da segurança são a proteção à vida, proteção de bens materiais e ima-
teriais e a prevenção para que sinistros não ocorram, mas também definir a estratégia de atuação
para a hipótese de emergência ou crise. Os processos de segurança podem ser implementados
por diversos subprocessos como:
• Barreiras física / layout / projeto arquitetônico: (estruturas físicas como portaria/ guarita
/ recepção, barreiras perimetrais, acessos de pedestres, de veículos e de materiais com portões e
cancelas, áreas internas e central de segurança / sala técnica;
• Recursos tecnológicos: uma gama de equipamentos, que funcionam como extensões de
alguns dos nossos sentidos:
Audição – estou longe da porta, instalo um interfone ou um vídeo porteiro que escuto até
no telefone celular ou smartphone ou um sensor de alarme perimetral ou de ambientes me alerta
”
ma de segurança, havendo a liberação de
Para qualquer contratação (serviço ou
verba para tal investimento. Como investir
produto), é essencial que o profissional de
essa verba de forma responsável? Para a
segurança defina um escopo igual às empre-
sua empresa, seria necessário a instala-
sas proponentes, definindo de forma clara a
ção de recursos tecnológicos ou recursos
carga horária (campo e residente).
organizacionais? É mais benéfico instalação de novos pontos de
câmeras ou alteração dos pontos das que já existem? Diante de Com o relatório em mãos, contendo o escopo necessário, será
tantas opções, é função do consultor em segurança definir quais necessário que o administrador implante todos os subprocessos
as necessidades e prioridades da empresa. necessários, sendo necessária a contratação de uma empresa in-
A consultoria em segurança é o conjunto de atividades multi- tegradora.
disciplinares de trabalho intelectual, seja no campo técnico ou no
A empresa integradora é aquela que vai executar a implantação
domínio da gestão, que visa criar valor ou promover mudanças,
e a operação dos serviços diagnosticados pelo consultor contrata-
prevenir sinistros e fixar procedimentos para emergências e cri-
do, sendo necessário seguir as diretrizes estratégicas que já foram
ses, aconselhando e propondo soluções viáveis para uma orga-
definidas pelo consultor e aceitas pelo administrador. Porém, a in-
nização, desenvolvendo um projeto de processos e subprocessos
tegradora não pode se eximir da obrigação de contribuir com ideias
de forma individualizada, analisando as necessidades de cada
e soluções complementares, contribuindo com toda a sua expertise
empresa, fluxo de pessoas, estrutura arquitetônicas, entre outros.
já vivenciada em projetos anteriores, casos de sucesso e também
A contratação da consultoria em Segurança Privada decorre os que não deram certo. Cabe ao consultor filtrar e organizar tais
• Cuidado com os direitos autorais / proprieda- Ao contratar o consultor em segurança, o administrador tem
de intelectual. maior embasamento técnico para justificar o investimento em
segurança para a sua empresa, comprovando a eficácia e neces-
sidade de cada subprocesso, demonstrando a sua eficiência na
prevenção de sinistros e procedimentos pré-estabelecidos para
lidar com emergências e crises, garantindo uma implantação mais
eficiente, processo transparente e fluido.
Autores
A chamada 4ª Revolução Industrial está mudando o mundo em grande velocidade, onde não
há um único setor de atividade que não esteja sendo impactado.
Nos acostumamos a ter acesso a boa parte de nossas informações na palma da mão, através
de um smartphone, um tablet ou um computador. Com a segurança não é diferente, e nessa
área cada vez mais a ação humana está acoplada ou se beneficiando de tecnologias que levam
a capacidade de atuação a patamares cada vez maiores, melhores e mais produtivos. Máquina
e homem devem se complementar para uma melhor gestão, podendo alcançar altos patamares
de eficiência onde um serviço puro de vigilância patrimonial já não atende, mas também onde
a simples adoção de tecnologias, de maneira isolada, irá tampouco proporcionar os resultados
esperados.
1. Planejamento
Nesse sentido, o planejamento na Segurança é fundamental para o sucesso, e deve conside-
rar um conjunto de ações integradas, a fim de obter o nível necessário para atingir os objetivos de
proteção, com garantia da integridade física das pessoas e do patrimônio, requerendo:
• entender claramente os riscos, vulnerabilidades e necessidades;
• entender as tecnologias disponíveis;
Autores
Cristian da Silva Candido Gustavo Gassmann
Gerente Executivo de Prevenção de Diretor da HID Global para a América La-
Perdas e Segurança Patrimonial na Via tina, ex-presidente da ALAS International
Varejo. (Associação Latino-Americana de Segu-
rança) e membro da ABSEG (Associação
Brasileira de Profissionais de Segurança)
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Lei Nº 13.709 de 14 de agosto de 2018,
dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural
ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fun-
damentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa
natural.
A LGPD afeta diretamente os Gestores de Segurança Privada, considerando que suas or-
ganizações tratam dados pessoais sensíveis de seus funcionários, prestadores de serviço, de
seus clientes e de clientes dos seus clientes. Não considerar a LGPD pode acarretar multas pela
Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e impactos financeiros, operacionais e de
reputação em função de ações civis com pedidos de indenização individual ou coletiva, além
dos Gestores de Segurança Privada serem penalizados como negligentes. Conhecer a LGPD é
obrigação profissional.
“
pelo Controlador: quando existe uma lei
que exige o tratamento de dados pessoais.
2. A Regra Máxima
Toda pessoa natural tem assegurada a Não considerar c) Execução de Contrato ou Diligên-
cias pré-contratuais: quando existe ou
titularidade de seus dados pessoais e ga- a LGPD pode acar- existirá um contrato com a pessoa natural
rantidos os direitos de liberdade, de intimi-
dade e de privacidade. Em resumo: você é
retar multas pela
As demais opções de Base Legal são:
o dono dos seus dados pessoais, tem direi- Autoridade Nacio-
tos sobre eles, e as organizações somente nal de Proteção de - Execução de políticas públicas pre-
poderão utilizar seus dados pessoais se vistas em lei;
cumprirem as regras de permissão para uso Dados – ANPD e
de dados pessoais (Base Legal). impactos financei- - Estudos por Órgãos de Pesquisas;
”
identificar esta pessoa.
- Transparência;
- Prevenção;
- Não discriminação;
Autores
Dov Smaletz Edison Luiz Gonçalves Fontes
Gerente de Segurança Corporativo Professor, Gestor e Consultor em Se-
Hospital Israelita Albert Einstein, gurança da Informação e Proteção
MBA em Segurança Estratégica Em- de Dados Pessoais Certificado CISA,
presarial, Coordenador do Comitê de CISM, CRISC. É autor de livros sobre o
Prevenção e Resposta à Catástrofes tema segurança. Diretor do Comitê de
do Hospital Israelita Albert Einstein, Segurança da Informação da ABSEG.
Diretor do Comitê de Segurança Hos-
pitalar da ABSEG.
A Segurança Privada é um ramo altamente regulamentado e possui vasta legislação a ser se-
guida. Desde sua constituição, as empresas de segurança e vigilância são controladas pela Polícia
Federal no que tange a alvará de funcionamento, habilitação dos vigilantes e material controlado
(armas, munições, coletes), entre outros.
Autores
1. Prevenção de Perdas
Perda é qualquer efeito que reduza de forma direta ou indireta o lucro da empresa. A preven-
ção de perdas é uma área estratégica dentro das organizações, que atua em todos os estágios
de seus negócios, trabalhando com foco em riscos e monitorando a conformidade dos processos.
Seu intuito é proteger vidas, ativos tangíveis e intangíveis, lucros, marca, etc., por meio do geren-
ciamento e redução das perdas de todos tipos e níveis.
Autores
Adm. Anderson Ozawa Paulo Cesar dos Reis (in memorian)
Autor do Livro “Pentágono de Perdas”, Gestor de Segurança Patrimonial e Pes-
Executivo de Auditoria e PP da Cine- soal, Membro do GESEG do CRA-SP, Vice
mark Brasil, Presidente do Comitê de Presidente da ABSEG, Diretor Vogal do
PP do IBEVAR, Diretor do Comitê de IBEVAR.
PP da ABSEG, Professor da FIA/Labfin/
Provar.
Teanes Silva, ASE
Eng. Fernando Só e Silva, MSc. Certificado ASE - Administrador de Segu-
CEO da Performancelab Sistemas e rança Empresarial, Gerente de Projetos no
Diretor no Departamento de Defesa Grupo Comando G8, Diretor da ABSEG,
e Segurança da FIESP. Autor do Livro Membro do GESEG-CRA/SP, Consultor de
Competitividade em Gestão de Servi- Segurança e Riscos e Professor.
ços - SLA/SLM.
“
alíquota de 5,65%, equivalente a 2% de Ou seja, a formação do preço da vigi-
ISS, 3% de COFINS e 0,65% de PIS. Além lância patrimonial é engessada e inflexível
destes impostos, e da CSLL e do IR já em- por causa da grande preponderância do
butidos no lucro bruto presumido de 4% A formação do custo da mão de obra direta, e isto tem
para os exemplos aqui trabalhados, não preço da vigilância aberto flancos para o oportunismo e para
se pode esquecer que o segmento da vi- inidoneidade comercial, como veremos a
gilância patrimonial, conta com encargos patrimonial é en- seguir. O produto “vigilância patrimonial”
sociais legais elevadíssimos sobre a mão gessada e inflexível transformou-se quase que numa “comodi-
de obra. Na tabela 1, tais encargos são de ty” e, assim, cada vez mais sujeito às leis
82,88% (Fonte: Fenavist - Consultoria Vil- por causa da gran- da oferta e procura.
son Trevisan) sobre a massa salarial, o que de preponderância
corresponde, em média, a 32,62% do preço do custo da mão de
final, representando o que usualmente cos-
tumamos chamar de verdadeiros impostos obra direta e isto 2. Preços Praticados – Realidade de Mercado
Agora que chegamos juntos a uma vi-
diretos sobre folha, bastante inibidores da tem aberto flancos são uniforme do que seria uma referência
criação de emprego.
para o oportunis- básica de uma composição de preço para
Evidentemente que os números da Ta- um projeto de segurança, temos como ava-
bela 1 podem ter pequenas e sutis variações
mo e para inidonei- liar melhor o que tem ocorrido com o mer-
de empresa para empresa, principalmente dade comercial. cado de vigilância patrimonial neste século.
”
nas despesas diretas e na administração
Pois bem, nesse mesmo projeto hipoté-
em que alguns itens são de mercado. Po-
tico de segurança que ensejaria um preço
rém, as participações percentuais demons-
final de R$ 100.000,00, com as premis-
tradas são bastante consistentes, e no caso
sas conservadoras da Tabela 1, os preços
da mão de obra direta, os custos são bem
vencedores das licitações do mercado tem
rígidos e equivalentes para todos os prestadores de serviço de
ficado, no mínimo, 15% abaixo do preço referencial e, em mui-
cada estado.
tos casos, atingido níveis alarmantes de 30% ou mais abaixo do
Enfim, resta claro que, num projeto de segurança de custo preço referencial, ou seja, em média, têm ficado entre 20% e 25%
igual a R$ 100.000,00 por exemplo, em média, R$ 71.980,00 abaixo daquele preço referencial.
(71,98%) equivalem a mão de obra direta, os quais somados aos
Enfim, se num determinado projeto, o preço referencial é de
R$ 12.370,00 (12,37%) necessários à cobertura das despesas di-
R$ 100.000,00, o preço resultante do procedimento licitatório
retas, resultam num custo direto total de R$ 84.350,00 (84,35%
tem ficado entre R$ 75.000,00 e R$ 80.000,00, muito abaixo até
do preço final). A mão de obra direta, portanto, se comparada aos
mesmos dos R$ 84.350,00 que seria o preço que limitaria a capa-
custos diretos totais representa simplesmente 85,33% dos mes-
cidade de honrar apenas com os custos diretos. Isto tem ocorri-
mos. É, portanto, inequívoca a relevância da mão de obra direta
do com a maioria absoluta dos procedimentos licitatórios, sejam
na formação do preço dos serviços de vigilância patrimonial.
eles públicos e/ou privados. Exemplificando, ainda de forma mais
Enfim, umas das principais características do segmento da vi- específica, para a composição de preços da Tabela 1, adotamos
gilância patrimonial é a rigidez e a inflexibilidade dos custos. Se- preços de planilhas de custo reais para os postos na escala 12x36
não vejamos, em média, 84,35% de um preço final, corresponde horas nos turnos diurno e noturno, que resultam num preço men-
à mão de obra direta e às despesas diretas obrigatórias e, sobre sal para um posto de 24 horas de R$ 23.917,98. O custo direto
tais custos, o empresário não possui quase nenhuma margem de total mensal neste caso é de R$ 20.174,81 e somente a mão de
manobra para ganhos de escala. E, fora tais custos, resta apenas obra direta total é de R$ 17.629,28. No entanto, em órgãos públi-
a administração, os impostos e o lucro. cos e empresas do setor privado tem-se contratado este mesmo
Autores
1. Introdução
Este Capítulo é uma breve síntese do tema “Edital para Contratação de Segurança Privada”.
Uma contribuição com direcionamentos àqueles que buscam orientação e conhecimento sobre o
assunto.
Desta forma, passaremos a introduzir neste capítulo recomendações para uma correta con-
tratação de serviços para sua empresa. Nesse sentido, os aspectos importantes na escolha da
contratação dos serviços de vigilância patrimonial são a correta determinação do escopo, o grau
de necessidade da implementação desses serviços na proteção das pessoas e do patrimônio,
suas especificações técnicas e as expectativas do resultado após a implementação.
A área de suprimentos/compras/procurement, normalmente é A abrangência dos serviços deve conter os meios e a forma
a responsável pela condução dos processos de aquisição e con- da prestação de serviços, assim como o suporte fornecido à equi-
tratação de produtos e serviços dentro das empresas; por razões pe de colaboradores no posto do Tomador de Serviços. Nesse
de compliance é a área mais adequada por reunir o conhecimento sentido, se inclui a formalização de procedimentos operacionais,
técnico de negociações nas ações de aquisição e contratação de rondas, frequência de visitas ao posto, capacidade de atendimen-
fornecedores junto ao mercado. Sendo outro o departamento res- to presencial, treinamentos e outras ações.
ponsável pela contratação ele deve buscar informações sobre os
pormenores da atividade para que faça a contratação de forma Os serviços serão prestados conforme plano de segurança ou
adequada e de acordo com a legislação vigente. por definição do Tomador de Serviços, a partir das alternativas de
regimes e escalas permitidas pela legislação.
4. Regras de Participação do Processo Licitatório Posto 24h (vinte e quatro horas) diárias – diuturno – 2ª a
Os participantes do processo licitatório deverão atender todos domingo.
os requisitos do edital. A critério do Tomador de Serviços, des-
- Local: Definição do local do posto de trabalho.
classificações poderão ocorrer em qualquer fase do processo por
decisão simples e unilateral. Nesse tópico, não há necessidade - Horário/Turnos: Definição dos horários de cada turno de tra-
de formalização de uma justificativa, visto se tratar de processo balho.
privado.
Se faz, ainda, a necessidade de definição dos tipos de unifor-
Basicamente, este processo deverá ser conduzido pela área mes, equipamentos, acessórios, demais itens utilizados no for-
técnica demandante do processo, qual seja o responsável pelo necimento, assim como quantidades e período de renovação. É
serviço de Segurança Patrimonial da empresa. É fundamental que imprescindível o atendimento de todas as normas de controles de
o Gestor de Segurança esteja à frente do processo, determinando Saúde, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente exigidas na pres-
todas nas especificações técnicas, o escopo detalhado do serviço, tação de serviços. Todos os protocolos de integrações, Normas
alcance, locais de atuação, avaliações de fornecedores e dirimir Regulamentadoras (NR’s), exames específicos, uso obrigatório de
quaisquer dúvidas do processo. EPI’s e EPC’s devem ser seguir as normas e regulamentações do
SESMT do Tomador de Serviços.
Todas as demais áreas da empresa podem e devem contribuir
com o processo licitatório, pois, como clientes internos da área
de Segurança Patrimonial, possuem uma visão que pode corrigir
eventuais questões operacionais que impactam na avaliação do 6. Visita Técnica do Participante
“
alternativas de valores ou qualquer outra rios da Dívida Ativa do Estado;
condição não prevista no edital, a fim de se • Certidão Positiva com Efeito de Ne-
manter a paridade entre os participantes e
a lisura do certame. A correta deter- gativa de Débitos Relativos aos Tributos
Federais e à Dívida Ativa da União - Receita
minação do escopo, Federal e PGFN;
O valor total mensal apurado através de
planilhas de composição detalhada (mode- o grau de necessi-
• Certidão Conjunta de Débitos de Tri-
los de mercado), deve contemplar todos os dade da implemen- butos Mobiliários – Fazenda Municipal;
custos diretos e indiretos, baseado na data
de apresentação, assim consubstanciados
tação desses servi- • Certidão Negativa de Débitos Traba-
pela legislação e convenção coletiva da ca- ços na proteção das lhistas – CNDT - Previdência e Trabalho;
tegoria. pessoas e do patri- • Regularidade junto ao Ministério do
As especificações técnicas definirão os mônio, suas espe- Trabalho - DRT, através do CAGED;
recursos, onde os critérios para elabora- cificações técnicas • Certidão de Regularidade FGTS – CRF
ção de preços se traduzem em: Salários e
Incidências; Encargos Sociais, Benefícios, e as expectativas – Caixa Econômica Federal;
Recursos Operacionais; Despesas Diretas do resultado após • Cadastro Informativo - CADIN Estadu-
e Indiretas; detalhados em planilha de
formação dos preços. A planilha de custos a implementação al e CADIN Municipal;
deve ser apresentada de forma “aberta” e são importantes • Certidão Simplificada da Junta Co-
de fácil intepretação e visualização dos cus- na contratação dos mercial do Estado;
tos diretos e indiretos, assim com impostos,
taxas administrativas e encargos sociais. serviços de vigilân- • Relatório SERASA do mês vigente;
cia patrimonial. • Certidão de Regularidade com as
”
Recomenda-se consultar o site “www.
cadterc.sp.gov.br” onde o CADTERC forne- obrigações sindicais – Sindicato Patronal
ce informações úteis como: especificações
técnicas, valores referenciais, detalhamento • CRS - Certificação de Regularidade de
de custos e encargos da categoria. Segurança emitido pelo SESVESP;
Autores
Alexandre Gushiken José L. Mattos Lopes
Diretor Comercial Corporativo do Gru- Diretor Comercial Público |Grupo GOCIL
po GPS
A segurança contra incêndios é um dos ramos da segurança privada que mais cresce na
atualidade, tendo em vista principalmente o seu caráter preventivo e obrigatório. Diante desses
fatos, observa-se que o mercado carece muito de conhecimento sobre a gestão de incêndios.
Para ajudar e facilitar o acesso a informações relevantes nessa área, dividimos o presente texto
da seguinte forma:
a) Gestão de segurança contra Incêndios;
b) Gestão Contratual e de Pessoal de Segurança e Combate a Incêndios (Bombeiros Civis,
Técnicos de Segurança do Trabalho e Vigilantes Brigadistas);
c) Gestão Documental (obtenção do AVCB); e
d) Gestão e Formação da Brigada contra Incêndios.
“
os objetivos da segurança contra incêndio
devem ser sempre identificados e especifi- • Segurança das equipes de resgate;
cados. Os objetivos servem como referên- • Monitoramento do desempenho;
cia para estabelecer níveis de desempenho A segurança
dos sistemas de proteção. •Manutenção dos sistemas de proteção;
contra incêndios é
Afinal, os níveis de desempenho podem • Controle e revisão.
ser afetados e / ou alterados devido a:
um dos ramos da
• Características do edifício / geometria
segurança privada
2. Gestão Contratual e de Pessoal de Segurança e
dos compartimentos (mudanças de layout que mais cresce na Combate a Incêndios (Bombeiros Civis, Técnicos de
etc.); atualidade, tendo Segurança do Trabalho e Vigilantes Brigadistas)
• Condições de ventilação internas e em vista principal- O Gestor de Segurança e Bombeiros
externas (estado das portas e janelas, pos- tem o objetivo de:
sível quebra de vidro, etc.); mente o seu cará-
• Proteger a vida das pessoas;
• Alterações do mobiliário e acabamen-
ter preventivo e
• Proteger o Meio Ambiente;
obrigatório.
”
tos com a consequente alteração da carga
incêndio; • Proteger Ativos e propriedade da em-
presa;
• Modificações do uso da edificação ou
de áreas internas da mesma impactando • Proteger a Imagem da empresa.
nos níveis de risco, na carga incêndio, na Assim, se faz necessário a implementa-
sua ocupação e dimensionamento dos sistemas de proteção (en- ção e controle dos requisitos legais, além de obrigações junto a
tre outros); seguradora para a proteção contra incêndio.
• Condições das pessoas presentes (aglomeração), estado As medidas necessárias para proteção contra incêndio devem
psicofísico, presença de pessoas com deficiência, etc.); sempre ser baseadas em uma análise de risco específica de local,
d) Manutenção das atualizações dos Planos de Segurança / unidade ou propriedade.
Emergência para garantir a sua adequação contínua ao descrito A classificação de risco resultante desta análise, juntamente
no item 3 acima; com as leis aplicáveis localmente, são a base para o conceito de
e) Gestores devem criar um plano adequado de manutenção proteção contra incêndio do local ou instalação.
preventiva e corretiva de forma a assegurar o pleno desempenho Dependendo do potencial de risco e dos requisitos legais apli-
dos sistemas de proteção contra incêndio em qualquer circuns- cáveis localmente, a proteção contra incêndio pode ser garantida
tância e / ou emergência que possa ocorrer. Estes planos devem por uma equipe de Corpo de Bombeiros Civis da própria empresa
ser acompanhados e seguidos à risca pelos gestores e responsá- (time orgânico ou terceirizado), equipe de Brigadistas voluntários
veis pelos sistemas. ou pelo Corpo de Bombeiros Militar ou voluntário.
Os itens acima descritos são apenas alguns dentre outros que
devem ser do conhecimento dos Gestores da Segurança e da sua 3. Algumas das Responsabilidades do Gestor de Segurança e Bombeiros
equipe. • Garantir que o Corpo de Bombeiros ou o time de Brigadistas
da empresa esteja equipado com o pessoal e equipamentos técni-
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: cos necessários, de acordo com o potencial de risco identificado;
No que tange ao Sistema de Gerenciamento da Segurança • Gerenciar os procedimentos de atendimento de alarme, res-
Autores
Aleksander Grievs Sebastião Oliveira
Eng. especialista em proteção contra Presidente - Grupo Ruby Segurança e Ser-
incêndio e explosão, Diretor do Comitê viços - sebastiao.oliveira@rubyseguran-
de Proteção contra Incêndio e Explo- ca.com.br
são da ABSEG e Consultor Sênior em
Segurança Empresarial - aleksander@
speedsafety.com.br
3. http://fenavist.org.br/wp-content/uploads/2019/07/ESSEG-19_
WEB1.pdf.
4.Milícia (do latim militia) é a designação genérica das organizações
militares ou paramilitares, ou de qualquer organização que apre-
sente grande grau de atuação.[1] Stricto sensu, o termo refere-se a
organizações compostas por cidadãos comuns armados (apelidados de
milicianos ou miliciantes), ou com poder de polícia que, teoricamente,
não integram as forças armadas ou a polícia de um país. https://pt.wi-
https://www.forbes.com/sites/niallmccarthy/2017/08/31/private-se- kipedia.org/wiki/Mil%C3%ADcia
curity-outnumbers-the-police-in-most-countries-worldwide-infographi- 5. https://www.theguardian.com/inequality/2017/may/12/industry-of-
c/#46b09b50210f -inequality-why-world-is-obsessed-with-private-security
Autores
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25.11.1983.
______. Decreto nº 89056 de 24 de novembro de 1983. Regulamenta a Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, que
“dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das em-
presas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores e dá outras providências”. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D89056.htm Acesso em: 03 set. 2020.
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O livro Segurança Empresarial: Da Teoria À Prática, escrito por alguns dos princi-
pais profissionais da área, muitos deles componentes do Grupo de Excelência em
Segurança (GESEG) do CRA/SP, traz os principais assuntos da segurança privada
tratados com base nos principais fundamentos teóricos, mas abordados de forma
prática.
Ao ler esta obra o leitor terá em mãos um resumo completo e preciso de como
contratar, administrar e operacionalizar a segurança privada, de acordo com a
legislação vigente e as melhores práticas mundiais de gestão.