Manejo Leitões Do Nascimento Ao Desmame
Manejo Leitões Do Nascimento Ao Desmame
Manejo Leitões Do Nascimento Ao Desmame
MANEJO DE LEITÕES
1. INTRODUÇÃO
Chegar ao abate precocemente e com qualidade implica em animais precoces,
com um bom ganho de peso diário (GPD), com baixa deposição de gordura (ET) e grande
quantidade de carne magra na carcaça (%CM). Junto com essas características, os
animais devem possuir uma grande eficiência em transformar o alimento em peso vivo
(CA). No que depende dos esforços intrínsecos à criação, essas características são o
resultado da combinação dos seguintes fatores: genética, alimentação, sanidade,
instalações, manejo e gerência.
No que toca ao manejo, especialmente na fase inicial, determinadas práticas
podem ser determinantes no sucesso ou não da criação. Isso se deve ao fato dos leitões
nascerem neurologicamente maduros mas fisiologicamente imaturos; apresentam
percepção sensorial desenvolvida enquanto que em alguns aspectos fisiológicos ainda
não estão prontos. É o caso do sistema termoregulador e do sistema imunológico que se
apresentam pouco desenvolvidos, exigindo cuidados especiais por parte do criador.
2. PARTO
São três os momentos críticos de uma criação de suínos: cobertura, parto e
desmame. A falta de cuidado nesses momentos traz prejuízos que dificilmente são
recuperáveis.
O ambiente da maternidade deve ser seco, higienizado, calmo e aquecido (16 a 22
o
C). O mais indicado é que a maternidade fosse construída em bloco separado de outras
fazes da criação.
Antes de alojar as fêmeas na maternidade todos equipamentos devem ser
observados quanto às suas condições de funcionamento e regulagem (comedouros,
bebedouros, escamoteador, aquecedores, selas parideiras...).
A temperatura especificamente para os leitões deve ser de aproximadamente 32 oC
e, o escamoteador, deve contar com um sistema de aquecimento eficiente – o ideal seria
um sistema de aquecedor ou piso aquecido controlados por termostato.
A assistência permanente ao parto é prática recomendável uma vez que boa parte
das mortes de leitões acontece bem próximo a esse momento. Incluindo-se os leitões
natimortos, em torno de 5 a 10% da mortalidade dos leitões acontece no primeiro dia de
vida. As principais causas de mortalidade nas primeiras horas pós-parto são: nascimento
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exemplo, iodo a 5 a 7%) colocada em um frasco com boca larga; com o frasco
comprimido contra o abdômen do leitão, deve ser feito um giro de 180o para atingir a base
do umbigo e possibilitar uma desinfecção mais eficiente.
É importante lembrar que essa prática somente tem valor se feita logo após o parto
e em boas condições de higiene da maternidade.
3. PRIMEIRA MAMADA
O leitão nasce desprovido de proteção contra agentes patológicos que encontra no
seu novo ambiente. Por um lado, porque seu sistema imunológico é pouco desenvolvido
ao nascer e, por outro, porque ainda não teve contato com agentes que estimulem a
produção de anticorpos.
No entanto, a porca garante temporariamente resistência ao leitão, transferindo sua
própria resistência à doenças, através de imunoglobulinas do colostro (primeiro leite), que
são absorvidas pelas células do trato intestinal e transferidas rapidamente à corrente
sangüínea do leitão fazendo com que este tenha uma imunidade semelhante à da sua
mãe.
A absorção das imunoglobulinas é dependente da capacidade de absorção da
parede intestinal do leitão. Logo após o parto ocorre uma diminuição progressiva na
capacidade de absorção intestinal das imunoglobulinas de maneira que, 24 a 36 horas
após o parto o epitélio intestinal torna-se impermeável à essa proteína. Após esse período
as imunoglobulinas apenas atuam localmente, protegendo apenas o intestino do leitão.
Outro fato importante refere-se à concentração de imunoglobulinas no colostro que
diminui rapidamente após o parto.
Por esse motivo, é importante estimular o leitão a mamar imediatamente após o
parto diminuindo a possibilidade de contrair uma infecção.
Em relação à primeira mamada é importante registrar que as tetas da porca podem
ser agrupadas em peitorais, abdominais e inguinais em função da sua localização. As
peitorais apresentam algumas vantagens sobre as demais: ♦produzem leite em maior
quantidade e melhor qualidade (mais açúcar e mais gordura); ♦são mais longas e flácidas
facilitando o ato de mamar e; ♦são mais disponíveis durante a lactação. Os leitões
preferem as tetas peitorais e essa pode ser uma das razões das desigualdades entre os
animais.
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4. TRANSFERÊNCIA DE LEITÕES
Dependendo da necessidade os leitões podem ser transferidos de uma porca para
outras (transferência unilateral) ou entre porcas (transferência cruzada ou bilateral). No
primeiro caso, transferência unilateral, o objetivo principal é salvar leitões por motivos
diversos como: excesso de leitões, agalaxia ou outra doença que afete a produção de
leite, necessidade de interromper a lactação (acidentes), morte da porca ou outros. No
segundo caso, transferência cruzada, o objetivo é uniformizar a leitegada, diminuindo o
número de refugos e melhorando a eficiência da criação – melhor desempenho dos
animais e menores índices de mortalidade. Neste último caso, os leitões são agrupados
por tamanho permitindo condições mais iguais entre os animais.
A transferência deve ser realizada com leitões que tenham aproximadamente a
mesma idade e até, no mais tardar, o terceiro dia após o parto da porca adotiva. Tetas
excedentes que são sub-utilizadas ou que não são estimuladas tendem a involuir e secar.
Algumas porcas podem não aceitar leitões transferidos de imediato, rejeitando-os e
podendo até matá-los. O cheiro é o elemento denunciador dos leitões e por ele as porcas
mais resistentes identificam os animais transferidos. Neste caso, o recurso é confundir o
olfato das porcas utilizando sua própria placenta, se estiver disponível, ou através de
outro odor forte, procedendo da seguinte maneira: agrupar os leitões transferidos com os
da porca adotiva e esfregar a sua placenta ou pulverizar todos com uma solução fraca de
creolina. Se a porca continuar rejeitando os leitões ainda pode ser utilizado outro recurso
que consiste em trancar todos os leitões, no escamoteador, por aproximadamente 2 a 3
horas, soltando-os logo a seguir; esse período cria uma necessidade na porca em dar de
mamar uma vez que se forma uma grande pressão nas glândulas mamárias. Também
nesse caso é recomendado a pulverização de todos os leitões com uma solução fraca de
creolina.
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relação ao corte com alicate, especialmente no que diz respeito à lesões nas gengivas
dos animais.
É importante lembrar que o corte dos dentes dos leitões encontra diferentes graus
de receptividade: alguns técnicos entendem que o corte deve ser feito apenas na ponta
superior do dente; outros entendem que o corte deve ser feito rente à gengiva e outros
entendem que essa é uma prática desnecessária. Mesmo assim, a maioria dos criatórios
aqui na região sul adotam essa prática rotineiramente.
7 CORTE DA CAUDA
O corte da cauda, caudectomia, é a prática do toalete mais controvertida. Os que
defendem sua utilização afirmam que ela ajuda a diminuir os casos de canibalismo dentro
do lote de suínos. Os que a condenam afirmam que o canibalismo não tem sua origem na
cauda dos animais, mas sim que esse comportamento é conseqüência do estresse devido
às condições em que são criados.
De qualquer maneira, quando essa prática for adotada, é recomendado o corte do
último terço da cauda que poderá ser realizado com o próprio alicate de corte dos dentes
ou com uma tesoura. Para diminuir a hemorragia, pode ser feita uma hemostasia por
pressão, com a ponta dos dedos, no local onde será realizado o corte.
Também pode ser feita uma pressão com o alicate de corte, no local onde se
deseja cortar o rabo, sem o corte propriamente dito. A hemostasia causada pela pressão
do alicate determinará a queda por necrose da porção que não recebe mais irrigação
sangüínea.
Outra possibilidade para realizar essa prática é utilizar um aparelho desenvolvido
para essa finalidade que consiste em um alicate especial, com aquecimento, que corta e
cauteriza ao mesmo tempo. A cauterização permite reduzir em grande parte os problemas
com perdas de sangue durante a prática além de ter um bom efeito desinfetante no local.
•hipotermia, que pode determinar o que se conhece como “coma hipotérmico”, e por
conseqüência, a morte, especialmente se o leitão permanecer úmido por muito tempo
após o parto;
•baixo desenvolvimento, por aumentar a taxa metabólica - o leitão passa a gastar mais
energia para manter a temperatura corporal em detrimento do crescimento;
•maior suscetibilidade à doenças, especialmente à infecções enterotoxigênicas
causadas, na maioria das vezes, por Escherichia coli ou pelo vírus da Gastroenterite
Transmissível (GTE) - provavelmente, o estresse provocado pelo frio, interfere na função
imune, baixando a resistência a essas doenças;
•maior número de casos de esmagamento, pelo fato do leitão tentar se aquecer junto à
matriz e ser prejudicado pelos movimentos da mesma.
A recuperação da temperatura corporal para valores fisiológicos normais depende
de fatores como: •temperatura ambiente; •peso do leitão ao nascer; •tempo que o leitão
leva para começar a mamar e do •manejo adotado.
Em criações confinadas é prática universal o fornecimento de calor aos leitões,
desde o nascimento até a saída da creche. São utilizadas diferentes fontes de calor:
lâmpadas comuns ou especiais, campânulas e aquecedores (a gás, lenha ou eletricidade)
e mais recentemente mantas de aquecimento de piso. Independente da fonte utilizada, o
ideal seria a temperatura ser controlada por termostato. Na pior das hipóteses, a
temperatura poderia ser regulada pelo comportamento dos leitões: leitões amontoados
embaixo da fonte indicam que o calor fornecido é insuficiente; leitões afastados da fonte
indicam que está muito quente.
Na maternidade, existe uma condição particular: a temperatura que a porca
necessita é muito diferente daquela que os leitões necessitam. Por essa razão, é indicado
o fornecimento de calor aos leitões em separado, ou seja, num microambiente próprio,
que não atinja a matriz. Para tal, são construídos os escamoteadores anexados à baia ou
sela parideira. Um outro problema, que o escamoteador ajuda a controlar, são as
correntes de convecção que, por menores que sejam, sempre trazem problemas ao
desenvolvimento dos animais.
Aquecedores colocados dentro das selas parideiras, mesmo apresentando
problemas de convecção, não deixam de ter uma contribuição benéfica no aquecimento
de leitões.
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10. CASTRAÇÃO
Os machos suínos não castrados, chamados de inteiros, produzem hormônios que
alteram o odor e o sabor da sua carne a partir de determinado momento de seu
crescimento. A testosterona, produzida ao nível de testículos, é transformada em
androstenol no fígado e nas glândulas salivares submaxilares e depositada especialmente
na gordura dos animais. O androstenol determina essa alteração na carne,
desqualificando-a para o consumo. Em razão disso, as empresas não compram animais
inteiros e nem aqueles que apresentam sinais recentes de castração. Também existe
legislação que regulamenta essa questão: Artigo 121 do RIISPOA (Regulamento de
Inspeção Industrial e Sanitário de Produtos de Origem Animal - Ministério da Agricultura),
Decreto 30.691 de 29/03/1952 e Decreto 1.255 de 25/06/1962.
O odor e sabor característicos dos suínos inteiros não são eliminados pela cocção
e nem pelo processamento industrial motivo pelo qual todos os suínos devem ser
castrados quando destinados ao consumo humano.
O risco da ocorrência de odor e sabor indesejáveis aumenta após os 75kg de peso vivo;
antes desse peso o risco é muito pequeno pois a produção dos hormônios relacionados é
muito baixa. É importante lembrar que essa referência de peso somente é válida para
animais precoces.
A terminação de machos inteiros apresenta vantagens quando comparada com a
terminação de animais castrados. Os animais inteiros apresentam: •melhor conversão
alimentar; •maior comprimento da carcaça; •menor espessura do toucinho; •maior
quantidade de carne na carcaça; •maior área de olho de lombo, e; •maior aproveitamento
da carcaça. No entanto, a possibilidade da ocorrência de carne com problemas
organolépticos e de coberturas indesejáveis na terminação tornam a castração dos leitões
uma prática obrigatória.
A castração deve ser feita até a terceira semana de idade dos leitões por uma série
de razões: •o manejo é facilitado pois estão num ambiente de fácil acesso (maternidade);
•a cicatrização é mais rápida; •a ocorrência de complicações decorrentes da cirurgia é
rara; •a mão de obra exigida é menor; •a cirurgia é mais fácil; •a ocorrência de
hemorragia é menor e de gravidade menor; •o estresse para o leitão é menor; •se ocorrer
morte devida a castração a perda econômica é menor do que com animais maiores.
Cuidados gerais em relação à castração:
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♦evitar outras práticas de manejo no dia da castração, bem como durante o período de
recuperação, como desverminação, vacinações, desmame, transferências e outras que
possam aumentar o stress dos animais diminuindo sua resistência a doenças;
♦evitar a castração de lotes com doenças, especialmente com diarréia o que pode
agravar o quadro da doença e/ou aumentar a possibilidade de contaminação e infecção
no local da incisão;
♦dar atenção especial a leitões que apresentam hérnias e criptorquismo;
♦oferecer boas condições de higiene e cama sem poeira nas baias ou celas parideiras;
♦desinfetar adequadamente as mãos, instrumentos e o local da incisão diminuindo os
riscos de contaminação e infecção;
♦evitar a castração dentro da maternidade, especialmente se houver porcas em trabalho
de parto ou amamentando no mesmo momento;
♦não mexer dentro da incisão para expor os testículos pois isso aumenta muito o risco de
contaminação;
♦aplicar algum produto inseticida que controle a infestação do local por miíases (bicheira)
evitando aqueles produtos do tipo spray que provocam prurido e levam os leitões a se
coçarem nas paredes ou piso da maternidade, aumentando os riscos de infecção.
A castração pode ser feita de duas formas: castração escrotal e castração inguinal.
Na castração escrotal, a retirada dos testículos é feita através de uma incisão no saco
escrotal, sobre cada testículo ou através de um único corte. Na castração inguinal, a
retirada dos testículos é feita através de uma incisão entre o último par de tetas, na linha
média. Ambos os métodos apresentam resultados semelhantes em termos de
desempenho dos animais.
11. DESMAME
A desmame, entendida como a separação definitiva dos leitões da porca, é um
processo muito estressante, conseqüência dos fatores a seguir relacionados:
♦perda do contato com a porca;
♦troca de alimentação, passando a alimentar-se exclusivamente de ração sólida,
perdendo o leite;
♦supressão da imunidade passiva, pela perda da proteção proporcionada pela ingestão
de anticorpos presentes no leite;
♦troca de ambiente, pela mudança da cela parideira para os boxes ou gaiolas de creche;
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de refugos é grande até que a causa dessa situação seja identificada. Exigem as mesmas
condições citadas na desmame antecipada (instalações, alimentação, etc).
♦desmame precoce – realizada quando os leitões estão com até 3 semanas de idade.
Permite a obtenção de um maior número de leitões/porca/ano do que os métodos acima
relacionados, porém, características particulares: necessita de uma alimentação muito
boa uma vez que os leitões ainda não estão fisiologicamente preparados para uma
digestão à base de grãos, exige um ambiente bem controlado, o controle sanitário deve
ser rigoroso, as instalações devem ser adequadas, a mão-de-obra deve ser
especializada, os leitões são muito vulneráveis a certas doenças por perderem a
imunidade passiva obtida pela ingestão do leite e ainda não apresentarem seu
mecanismo de imunidade suficientemente desenvolvido. A redução da idade média dos
leitões de 28 para 21 dias aumenta o potencial de produtividade das porcas em 1,2 a 1,4
leitões por ano.
♦desmame super precoce – realizada quando os leitões estão com até 2 semanas de
idade. É o método que, teoricamente, permite o maior número de leitões/porca/ano. No
entanto, apresenta um reflexo negativo sobre o desempenho reprodutivo da porca: ocorre
um aumento no IDC (intervalo desmame/cio) que pode neutralizar possíveis vantagens no
número de leitões produzidos. Ë o método que mais exige em condições de alimentação,
instalações, controle ambiental, mão-de-obra especializada, sanidade e em todos os
aspectos da criação de leitões.
A decisão sobre a idade mais adequada para a realização da desmame deve
basear-se nos seguintes pontos: estado sanitário geral, desenvolvimento dos leitões,
qualidade da ração e da água, higiene da criação, fatores ambientais, instalações
disponíveis e qualidade da mão-de-obra existente.
A desmame provoca um estresse muito grande nos leitões e pode gerar uma
predisposição para a ocorrência da doença do edema. Por sua vez, essa doença pode
determinar a morte de muitos leitões ou o surgimento de refugos proporcional ao nível de
lesão que possa provocar no aparelho digestivo dos mesmos.
Cuidados especiais devem ser dados à ração nesse momento, para não estimular
a ocorrência da doença do edema. Alguns criadores adotam o uso de antibióticos
misturados à ração, por um período aproximado de 15 dias, a partir do dia da desmame.
Outros fazem um controle da ração da seguinte forma: no dia da desmame não fornecer
ração aos leitões, oferecendo apenas água em boas condições; no dia seguinte fornecer
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100 gramas de ração por leitão, divididos em duas vezes; nos dias subseqüentes
aumentar 100 gramas ao dia até atingir o consumo voluntário no quinto ou sexto dia.
Outros cuidados podem ser adotados nos dias que antecedem e nos dias
subseqüentes a desmame para diminuir o estresse sobre os leitões:
♦quando possível, permitir o contato entre leitegadas antes da desmame, retirando as
divisórias que separam as celas ou baias parideiras. Dessa maneira, os leitões definem
uma nova hierarquia social com a possibilidade de terem mais espaço para se
defenderem e contarem com os cuidados da porca, o que facilita muito a reorganização
dos grupos formados após a desmame. Cada grupo de animais, nas diferentes faixas
etárias, apresenta odor característico e, a incorporação de indivíduos com odor diferente
ao de determinado grupo, estimula brigas entre os animais;
♦evitar situações estressantes próximo a desmame como mudanças de instalações,
transportes, trocas de rações, castração, desverminações, vacinações e outras;
♦quando possível, permitir que os leitões fiquem por mais uma semana nas celas ou
baias parideiras ;
♦fazer a desmame preferencialmente no final do dia;
♦manter a temperatura de creche adequada às exigências dos leitões evitando correntes
de ar.
Também é recomendável que os leitões sejam orientados quanto à localização da
área suja, área limpa, bebedouros e comedouros, facilitando sua adaptação ao novo
ambiente.
12. ALIMENTAÇÃO
A alimentação representa 70 a 80% do custo de produção do leitão. Os cuidados
com o fornecimento de uma ração adequada à fase, com a redução do desperdício, com
a forma de fornecimento, com a sua conservação, com as quantidades e momentos
adequados ao seu fornecimento assumem importância ímpar no manejo da criação.
Fase Pré-inicial e inicial, dos 7 aos 70 dias de idade:
Um bom começo é fundamental para um grande final. Para se obter mais de 100
kg aos 150 dias de idade é decisivo que os leitões alcancem no mínimo 30 kg de peso
aos 70 dias de idade.
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dos leitões não terem que aprender novos comportamentos de alimentação e bebida após
o desmame. Esta prática é essencial para os leitões que têm menos de 5,5 kg de peso
vivo aos 21 dias de idade, pois eles não possuem um sistema digestivo desenvolvido a
ponto de digerir os ingredientes vegetais das rações.
Efeito do uso de Substitutos de Leite no Ganho de Peso e no Consumo nos
Primeiros 28 dias após o Desmame
Tratamento G.Peso / dia Peso 28d pós-desmame Consumo Diário (MS)
Ração Seca Sem Leite 336g 15,4kg 437g
Ração Seca Com Leite 442g 17,8 535g
(Leibbrandt e Kemp, 1987 )
Alimentação líquida
Vários sistemas de alimentação são disponíveis para prover dietas liquidas em
todas as fases de desenvolvimento dos suínos. O alimento e a água são misturados antes
ou durante o fornecimento das dietas aos animais. Os sistemas podem funcionar tanto
com alimentação restrita quanto à vontade. É sugerida uma mistura na proporção de 2:1
de água em relação ao alimento para atingir bons resultados (Liptrap & Hogberg, 1991).
Embora ocorra uma tendência de vantagem para a alimentação liquida, quando os
animais são alimentados com restrição de oferta, o mesmo não é verificado quando os
suínos são alimentados à vontade. Os animais alimentados com dieta líquida geralmente
necessitam de maior quantidade de alimento em relação a dietas fareladas, à vontade,
por unidade de ganho de peso (Life..., 1988).
Um resumo de ensaios mostra que a taxa de ganho aumenta em 0,8% e o ganho
por unidade de alimento consumido em 5,9% quando dietas líquidas, fornecidas à
vontade, são comparadas com dietas secas (Liptrap & Hogberg, 1991).
Alimentação pastosa
A alimentação pastosa é similar à alimentação líquida. No entanto, a água e o
alimento são misturados em relações entre 1,1 a 1,5:1, formando um material pastoso. O
desempenho normalmente é melhorado com alimentação pastosa em relação a
alimentação seca. O ganho médio diário e o consumo de alimento aumentam
substancialmente, entre 10 e 15%, com pouco aumento na conversão alimentar (Liptrap &
Hogberg, 1991).
Embora nesses dois sistemas a água seja fornecida juntamente com a dieta, é
importante o fornecimento de água à vontade.