Wilson Sitoe - TGDC - Dolo Do Menor

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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Faculdade de Direito

2º ano - Laboral

Teoria Geral do Direito Civil - I

REGIME DO ARTIGO 126 DO CÓDIGO CIVIL

Docentes:

Me. Alfiado Pascoal

Me. Abílio Diole

Me. Stayleir Marroquim

Discente:

SITOE, Wilson Moisés

Maputo, Junho de 2021


Regime do artigo 126 do código civil

O artigo 126 do código civil dispõe que "não tem o direito de arguir a anulabilidade o menor que para
praticar o acto tenha usado de dolo como o fim de se passar por maior ou emancipado". Este regime só
é aplicável se houver, da parte do menor, o recurso a sugestões ou artifícios fraudulentos que visem
levar a outro contraente a convencer-se de que ele (o menor) é capaz (nº. 1 do art. 253 CC). Só neste
caso a conduta do menor prevalece sobre o ónus geral da diligência doutro contraente que em face de
uma simples de uma simples declaração deve certificar-se da veracidade da afirmação.

Questão do professor: Podem os herdeiros ou representantes invocar a anulabilidade?

Da interpretação literal depreende-se que só o menor fica impedido de invocar a anulabilidade, mas
sabe-se que este, o literal, não é o único elemento na interpretação das normas jurídicas, aqui se pode
chamar a interpretação teleológica, isto é, a finalidade desta disposição. Ao meu entender esta norma
tem a finalidade de proteger o interesse doutro contraente, que se vai frustrar caso se admita a
anulabilidade. A norma visa afastar a invocação de anulabilidade de quem quer que seja.

Carvalho Fernandes, Fundamentando-se na interpretação extensiva - aquela que visa concatenar o


espírito e a letra da lei, alargando o seu âmbito por se entender que a letra é mais restrita que o seu
espírito - chega a mesma conclusão, e como nota final escreve "do art. 126 não resulta a validade do
facto. Ele continua anulável, só que os direitos da anulabilidade estão paralisados, não podendo ser
invocada perante outro contraente".1 Dito doutra forma, não constitui juridicamente válido, ainda é
anulável (pode ser anulado) mas não existem bases legais para invocar essa anulabilidade, salvo o erro
por esta última parte.

Referências bibliográficas:

1
FERNANDES, Luís A. Carvalho. Teoria geral do direito civil. 5ª ed. Lisboa:
Universidade Católica Editora. 2009. Vol. I. pág. 330
FERNANDES, Luís A. Carvalho. Teoria geral do direito civil. 5ª ed. Lisboa:
Universidade Católica Editora. 2009. Vol. I

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