Pré-Projeto UEPA Tecnologias Digitais e o Ensino Da Geometria José Augusto Lopes Da Silva
Pré-Projeto UEPA Tecnologias Digitais e o Ensino Da Geometria José Augusto Lopes Da Silva
Pré-Projeto UEPA Tecnologias Digitais e o Ensino Da Geometria José Augusto Lopes Da Silva
1. JUSTIFICATIVA
Questões que envolvem o uso dos recursos tecnológicos no ensino da
matemática não são recentes. Apesar de todas as indicações positivas, as escolas
brasileiras enfrentam dificuldades para se adequarem a esta nova realidade. Lobo
da Costa e Prado (2015) destacam que este cenário é fruto de inúmeras
dificuldades, onde ressaltam o papel do professor no trato com tais recursos
tecnológicos, pois o mesmo necessita partir para uma reconstrução de sua prática,
uma vez que não possui tal experiência consolidada em seu cotidiano.
Carneiro e Passos (2009) enfatizam que, ao começar a utilizar tecnologias
digitais, o professor experimenta sentimentos de medo e insegurança que são
normais, pois muitas vezes não estão acostumados com essa realidade, sendo mais
familiarizados com o ensino tradicional. Neste sentido, Penteado (2012) ressalta
ainda que cada tecnologia que surge, faz com o professor entre em uma “zona de
risco” se vendo necessitado de novos conhecimentos para lidar com a situação de
incerteza, mediante o uso das novas tecnologias digitais. Tal autor completa
afirmando que não é possível se pensar em integração desses recursos nas escolas
sem o envolvimento do professor, sendo que não pode haver envolvimento do
mesmo sem que haja formação docente adequada.
O professor, como mediador da aprendizagem, é quem irá adotar
metodologias e utilizar ferramentas pedagógicas para a construção do conhecimento
matemático. No ensino da geometria não é diferente, pois é de extrema importância
que sejam exploradas metodologias inovadoras, cabendo ao professor a definição
dos métodos a serem empregados, se softwares ou jogos educacionais, por
exemplo.
Neste sentido, diante de todos os questionamentos, optou-se por investigar se
os professores de matemática do ensino fundamental II utilizam tecnologias digitais
em suas metodologias para o ensino da geometria, e de que forma os mesmos
conseguem explorar o potencial de tais recursos para a construção do conhecimento
matemático geométrico dos alunos. O lócus da pesquisa é a Escola Municipal de
Ensino Fundamental Antônio de Oliveira Gordo, localizada na cidade de Moju- Pará.
Tal escola atende alunos provenientes de comunidades ribeirinhas, quilombolas e
demais interiores. Essas comunidades apresentam como principal atividade
econômica a produção de farinha de mandioca e o comércio de açaí.
Observa-se que a necessidade de formação desses profissionais é constante,
uma vez que necessitam estar atentos ao surgimento das novas tecnologias digitais
que podem ser utilizadas no ensino da geometria. Esta última ganha espaço neste
trabalho por se perceber a baixa realização de atividades que usem tais recursos
para o ensino de competências que envolvam forma e espaço, característica
enfatizada nos PCN de matemática, Brasil (1997), como importante para o
desenvolvimento do conhecimento matemático geométrico.
2. OBJETIVOS
GERAL
Investigar o uso das tecnologias digitais no ensino da geometria e de que
forma estão sendo exploradas/apropriadas, para o aumento do potencial
metodológico, por professores de matemática do ensino fundamental II da Escola M.
E. F. Antônio de Oliveira Gordo, localizada no município de Moju- Pará.
ESPECÍFICOS
● Realizar uma verificação estrutural para o entendimento de como se dá o
acesso às tecnologias digitais por professores e alunos no âmbito escolar, e como
isso se configura fisicamente em laboratórios, salas e espaços voltados ao
desenvolvimento de habilidades tecnológicas.
● Verificar questões relativas à formação dos professores voltada para o uso
das tecnologias digitais no ensino da geometria, e de que forma tais conhecimentos
influenciam suas práticas em sala de aula e na escolha de recursos metodológicos.
● Identificar junto aos professores e alunos as principais dificuldades
enfrentadas no ensino da geometria quanto ao uso das tecnologias digitais,
propondo alternativas viáveis com a utilização de softwares educativos que
favoreçam o desenvolvimento do conhecimento geométrico.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O avanço tecnológico e a aplicabilidade de seus recursos nas diversas áreas
e tarefas da vida humana fazem com que as experiências e informações que
circulam no âmbito escolar requeiram nova roupagem para atingirem os objetivos
traçados. Segundo Bettega (2010) a escola deve se apropriar de novas linguagens
audiovisuais e informáticas, para atender as exigências frequentes do mundo
contemporâneo que requer uma sintonia cada vez mais sofisticada com o
conhecimento científico e os valores étnico-culturais vigentes na sociedade.
Para D’Ambrósio (2007) a incorporação de toda a tecnologia que está
disponível hoje se torna essencial para fazer da matemática uma ciência atual. A
escola neste sentido deve partir para utilização cada vez maior dos recursos
tecnológicos digitais, pois segundo Valente (2008) isso faz com que os alunos
possam se expressar através de novos instrumentos, surgindo oportunidades para a
integração em um novo contexto educacional.
Tais recursos tecnológicos passam a ampliar as estratégias de ensino,
auxiliando a prática pedagógica do professor, uma vez que facilitam a aprendizagem
do aluno, tornando-a significativa e atraente. Valente (2008) ressalta que essas
tecnologias mudam o ambiente em que os professores trabalham, gerando impacto
importante na natureza do seu trabalho e em sua identidade profissional. Essas
constantes inovações tecnológicas, de acordo com Sampaio e Leite (1999) geram
impactos na forma de organização social, no âmbito do trabalho e no cotidiano de
tais profissionais.
O professor precisa estar preparado para lidar com este novo processo
educacional, onde deverá usar novos equipamentos e softwares na educação
matemática. Neste sentido, Imbernón (2002) fala de uma formação continuada dos
professores, que vise à utilização das tecnologias digitais no contexto escolar, indo
muito além da atualização científica, pedagógica ou didática, e se transformando em
meio de reflexão e preparação para lidar com as mudanças e incertezas constantes
na área. Bettega (2010) completa afirmando que tais mudanças no campo
tecnológico, fazem com que a formação continuada do professor sirva para defender
uma escola com ensino de qualidade.
No que se refere ao ensino da geometria, o papel do professor se destaca
ainda mais, pois a mudança de postura do mesmo diante da adoção de tecnologias
digitais torna-se, em grande parte, fator decisivo para a aprendizagem dos alunos,
pois poderá proporcionar a estes uma real compreensão dos conceitos geométricos.
A importância dos recursos digitais para o ensino da geometria está em seu grande
potencial para o ensino, Gravina (2012) destaca o papel didático dos programas de
geometria dinâmica, que favorecem a construção, experimentação e representação
de modelos dispostos no plano e no espaço.
Pavanello (1993) e Lorenzato (1995) já enfatizavam em suas pesquisas a
importância de se implementar o ensino da geometria, saindo do velho modelo
tradicional de aplicações de fórmulas desprovidas de significados, questionando
pontos relevantes sobre o espaço da geometria nos currículos escolares, bem como
a formação dos professores para o trabalho com a mesma em sala de aula. Essas
lacunas presentes no ensino da geometria aumentam significativamente as
dificuldades de aprendizagem dos alunos, fator este que novamente leva-nos a
pensar no uso das tecnologias digitais no ensino da geometria e na formação dos
professores para o trabalho com as mesmas.
4. INDICAÇÃO METODOLÓGICA
5. REFERÊNCIAS
BETTEGA, Maria H. S. Educação continuada na era digital. 2 ed. São Paulo: Cortez,
2010.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997.
CARNEIRO, Reginaldo Fernando; PASSOS, Carmen Lucia Brancaglion. Vivências de
professores de matemática em início de carreira na utilização das tecnologias da
informação e comunicação. Revista eletrônica ZETETIKÉ-Cempem-FE-Unicamp. v. 17,
n.32, 2009. Disponível em: <
http://www.fe.unicamp.br/revistas/ged/zetetike/article/view/2718/2444 >. Acesso em: 19 de
setembro de 2018.
D´AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática – Da teoria a prática. 14 ed. Campinas,
São Paulo: Papirus/SBEM, 2007.
GRAVINA, M. A., e M. V. A. BASSO. Mídias digitais na Educação Matemática. In: GRAVINA,
M. A.; BÚRIGO, E. Z.; BASSO, M. V. A.; GARCIA, V. C. V. (Orgs). In: Matemática, Mídias
Digitais e Didática: tripé para formação do professor de Matemática. Porto Alegre:
Evangraf, 2012. p. 11 – 35.
IMBERNON, Fernando. Formação docente profissional: forma-se para a mudança e a
incerteza. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2002.
LOBO DA COSTA, N. M; PRADO, M. E. B. B. A integração das tecnologias digitais ao
ensino de Matemática: desafio constante no cotidiano escolar do professor. Revista do
programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul, v. 8, n. 16, p. 99-120, 2015.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia
científica. – 6. ed. – 5. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2007.
PENTEADO, M. G. Redes de trabalho: expansão das possibilidades da informação na
educação matemática da escola básica. In: Bicudo, M. A. V.; Borba, M. C. Educação
Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Editora Cortez, 2012, p. 308-320.
SAMPAIO, Marisa Narciso e LEITE, Lígia Silva. Alfabetização tecnológica do professor.
2.ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
VALENTE, J. A. As tecnologias digitais e os diferentes letramentos. Revista Pátio. Porto
Alegre, RS, v.11, n.44, 2008.