Inspeção Escolar
Inspeção Escolar
Inspeção Escolar
Rui Abílio
Este resumo, pretende trazer uma discussão sobre a Inspecção Escolar: do controle a
democratização do ensino, com o objectivo geral de mostrar a evolução do papel do inspector
escolar com a democratização do ensino. E especificamente apresentar o papel do inspector
escolar, observando sua importância, origem, transposições e contradições no contexto social,
político do inspector no passado e na actualidade e sua importância na qualidade do ensino;
repensar o perfil necessário a esse profissional sob a perspectiva de uma gestão democrática e
participativa. Assim surge a questão: O que é a Inspecção?
Segundo De Abreu (2011) “Inspeção é a ação de olhar. É o exame; vistoria. Encargo de vigiar,
superintender. Cargo, emprego de inspetor” (2011.p.322). Constata-se que ser Inspector é
desempenhar o cargo, então quem é o Inspector?
Para Augusto (2010), inspetor é aquele que inspeciona, examina, verifica, exerce vigilância,
fiscaliza. As ações do inspetor compreendem basicamente na verificação das obrigações legais
prescritas, das instituições e pessoas que as integram, assim como, as restrições e proibições de
ações, tendo em vista o funcionamento correto e legal dos serviços.
Segundo Lawn (2001 apud Augusto), a inspeção é uma das ferramentas que regula e controla o
funcionamento das escolas. De acordo com Augusto (2010). A inspeção é uma prática educativa
que se reveste de forte cunho político e acentuado caráter pedagógico. Nesta óptica, De Abreu
(2011) avança que "cabe à inspeção vigiar e controlar, bem como, avaliar, orientar, corrigir,
contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino. O Inspetor exerce as suas funções no
estabelecimento de ensino sem estar vinculado a ele, atualmente, é um profissional lotado nas
Superintendências regionais de ensino" (2011, p.322).
A evolução da inspecção é de acordo com a história de um Pais, o que prova ser uma profissão
antiga. De acordo com Saviani (2002), o inspetor era nomeado de diferentes modos ao longo da
história de acordo com sua situação hierárquica e função. Isto mostra que o Inspector da
educação no caso concreto, deve ser indivíduo idóneo e responsável dotado de experiencia.
De acordo com Senore (apud Augusto, 2010), a inspeção precisa ser vista como um processo de
mediação e suas ações devem estar fundamentadas em uma conduta ética, deontológica, para
evitar assim, as decisões arbitrárias dos inspectores.
O processo de inspecção tem como finalidade medir a qualidade de aprendizagem dos alunos,
com isto, segundo Santos (2008), a inspecção era avaliada utilizando o item aproveitamento,
onde o inspector verificava a habilidade dos alunos para a leitura, o uso da linguagem oral e os
conhecimentos referentes à educação moral e cívica, aritmética, língua portuguesa, história e
geografia.
A postura do inspector é indispensável para o exercício das suas funções, o que significa que o
domínio das normas de funcionamento, a disciplina e responsabilidade profissional são
elementos característicos, para actuar em consonância com a nova realidade social.
Segundo Medina (2005) o inspetor deve ser capaz de encontrar nos dispositivos legais, os
caminhos mais apropriados e as alternativas possíveis para alcançar seus objetivos, garantindo
assim a qualidade do ensino. Ele deve ter competência suficiente para melhorar as condições de
trabalho dos educadores, tornando mais fértil e satisfatória a atuação desses profissionais.
Para Tavares e Escott (2005), o inspetor deve ser criador de espaços que favoreçam novas
relações dentro das escolas para que os alunos, os pais, professores e funcionários se
transformem numa equipe capaz de construir uma escola voltada para a aprendizagem do aluno
e sua formação como cidadão comprometido com o desenvolvimento da sociedade. O inspetor
deve também estar preparado para se deparar com dificuldades, ser capaz de trabalhar causas e
não efeitos, estimular pensamentos transformadores, mudar posturas, articular informações e
acções, lutar contra as condições precárias de trabalho e lidar com incertezas e imprevistos.
Espera-se do inspector, tendo em vista os novos paradigmas educacionais, que ele tenha
compromisso, vontade política, competência, dinamismo e sabedoria, para refutar o
autoritarismo e a arrogância do passado e adoptar posturas que contribuam para o crescimento
profissional do gestor, professor, efectiva aprendizagem dos alunos e melhoria da qualidade da
educação.
Por isso, o inspector escolar está sempre em contacto com as comunidades escolares, e é o
profissional que tem um papel relevante na comunicação com os órgãos da administração
superior do sistema educacional e as escolas. Desta forma, ele poderá sugerir mudanças, criando
assim, condições para a implementação de uma política de democratização da educação,
garantindo o acesso de todas as camadas da sociedade às instituições de ensino, ao
conhecimento e à cultura, utilizando modelos de inspecção aplicáveis a nova realidade.
Modelos de Inspecção
Modelo clássico – o sistema educativo é desconcentração administrativa que detêm controle e
apoio as áreas pedagógicas e administrativas, os inspectores localizados em cada escalão de
administração;
CONCLUSÃO
O inspector escolar adquiriu consciência de que a escola é o reflexo da sociedade na qual está
inserida e somente com uma educação democrática, participativa e transformadora é possível
formar cidadãos preparados para viver num mundo cheio de incertezas e em constante
transformação.
REFERÊNCIAS