Lições Bíblicas Cpad
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ADULTOS
2º Trimestre de 2021
Título: Dons Espirituais e Ministeriais —
Servindo a Deus e aos homens com poder
extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 12: O diaconato
Data: 20 de Junho de 2021
TEXTO ÁUREO
“Porque os que servirem bem como diáconos
adquirirão para si uma boa posição e muita
confiança na fé que há em Cristo
Jesus.” (1Tm 3.13).
VERDADE PRÁTICA
Embora o diaconato seja um ministério
específico, a diaconia é uma missão de todo o
crente.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
1 Timóteo 3.8-13.
8 — Da mesma sorte os diáconos sejam
honestos, não de língua dobre, não dados a
muito vinho, não cobiçosos de torpe
ganância,
9 — guardando o mistério da fé em uma pura
consciência.
10 — E também estes sejam primeiro
provados, depois sirvam, se forem
irrepreensíveis.
11 — Da mesma sorte as mulheres sejam
honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em
tudo.
12 — Os diáconos sejam maridos de uma
mulher e governem bem seus filhos e suas
próprias casas.
13 — Porque os que servirem bem como
diáconos adquirirão para si uma boa posição
e muita confiança na fé que há em Cristo
Jesus.
HINOS SUGERIDOS
115, 175 e 394 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar a importância da função de diácono.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se
ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Analisar o estilo de vida diaconal
de Jesus;
II. Explicar a instituição do
ministério do diácono;
III. Discorrer sobre o perfil e a
função do diácono.
INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
Servir: uma ordenança de nosso Senhor
(Mc 12.30,31). O ministério de serviço ao
próximo é o símbolo de amor na instituição
dos diáconos relatada no livro dos Atos dos
Apóstolos, no sexto capítulo. Aqui, os
apóstolos foram coerentes com o ensinamento
de Jesus de Nazaré. Há muito, o nosso Senhor
havia ensinado sobre a urgência de resolver
questões sociais e de caráter humanitário de
quem quer que fosse. O problema registrado
em Atos 6 foi de caráter étnico, mas hoje
outros grandes problemas afligem muitos
membros da igreja local. Que o serviço dos
diáconos de Cristo nos inspire a cultivar um
estilo de vida diaconal baseado na história de
Jesus de Nazaré.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para concluir a presente
lição, sugerimos uma atividade prática para
executá-la junto à classe. Procure o secretário
da igreja e se informe sobre as pessoas
enfermas que não podem ir aos cultos
rotineiros. De acordo com a quantidade de
enfermos, e após a Escola Dominical, separe
grupos de três ou quatro pessoas (depende da
quantidade de alunos) para fazerem uma
visita. Ao chegar no lar da pessoa visitada,
ore, leia a Palavra e cante para ela. Converse
um pouco de modo que ela sinta-se bem
acolhida. Ao final da atividade, reúna todos os
grupos e explique-lhes que esta é uma prática
diaconal transbordante de amor e baseada no
ensino de Jesus de Nazaré (Mt 25.36,43).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
No primeiro século da era cristã, a Igreja
cresceu sob o avivamento do Espírito e
expandiu-se pelo mundo. Na mesma medida
em que cresceu, surgiram também problemas
na esfera social, demandando urgentes
providências. Por uma sábia e unânime
decisão, em assembleia, a igreja de Jerusalém
escolheu sete homens de moral ilibada e
cheios do Espírito Santo, para administrarem
esse “importante negócio” (At 6.3). Nesta
lição estudaremos esse importante ministério
de serviço que, por causa de uma crise étnica
na igreja, levou os apóstolos a proporem
medidas que serviram de base para instituir a
função diaconal. Esta, até hoje, faz parte do
ministério ordenado pelas igrejas cristãs.
PONTO CENTRAL
A função de diácono remonta o serviço
voluntário prestado para alguém.
I. A DIACONIA DE JESUS CRISTO
1. Significado do termo. O termo
grego diaconia significa “ministério” ou
“serviço”. A vida inteira de Jesus aqui na
Terra demonstrou o verdadeiro sentido da
diaconia em todos os seus aspectos. Na
realidade, seu ministério terreno evidenciou o
quanto Ele foi “apóstolo da nossa confissão”
(Hb 3.1), profeta (Lc 24.19), evangelista (Lc
4.18,19), pastor (Jo 10.11), mas
principalmente, diácono por excelência (Mt
20.28). O apóstolo Paulo disse que Jesus,
“sendo em forma de Deus, não teve por
usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se
a si mesmo, tomando a forma de servo,
fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6-
7). Segundo a Bíblia de Estudo Palavras-
Chave, a expressão “tomando a forma de
servo” denota o sentido de uma condição
humilde.
2. Serviço de escravo. Na véspera da sua
crucificação, o Senhor Jesus reuniu os seus
doze discípulos para comer a última ceia.
Tomando uma toalha e uma bacia com água,
ele começou a lavar os pés dos discípulos, um
a um (Jo 13.4,5). Não há atitude mais
comovente do nosso Senhor como o relato do
lava-pés, demonstrando serviço, exemplo e
humildade. A “diaconia da toalha e da bacia”
é a convocação cristocêntrica para uma vida
de serviço humilde (Jo 13.12-17).
3. O discípulo é um serviçal. Certa vez,
Tiago e João pediram ao Senhor lugares de
destaques, “à direita” e “à esquerda” de Jesus,
quando da implantação do seu Reino (Mc
10.35-37). Os discípulos ainda não haviam
compreendido a mensagem de Jesus. A
proposta do Nazareno nunca foi a de
estabelecer uma hierarquia de poder temporal
para a sua igreja, mas a de serviço conforme
demonstra sua resposta a eles: “entre vós não
será assim; antes, qualquer que, entre vós,
quiser ser grande será vosso serviçal
[diakonos]. E qualquer que, dentre vós, quiser
ser o primeiro será servo de todos. Porque o
Filho do Homem também não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em
resgate de muitos” (Mc 10.43-45).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A diaconia de Jesus Cristo está centralizada
na disponibilidade em servir o próximo.
CONHEÇA MAIS
“Os diáconos servem nas diversas
atividades da Igreja: eles cooperam como
porteiros e recepcionistas, na ordem do culto e
na distribuição dos emblemas da Ceia do
Senhor. As suas atividades, porém, não são
restritas a isso; eles também cooperam como
professores e superintendentes ou dirigentes
de escola dominical, líderes de jovens e
adolescentes, atuando também em diversos
outros trabalhos nas Igrejas, desde autorizados
por seus superiores. São ‘varões de boa
reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria[…]’”. Para ler mais, consulte a
obra Declaração de Fé das Assembleias de
Deus, editada pela CPAD, p.138,139.
II. A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
1. O conceito da função. A palavra
diácono (gr. diakonos ), segundo
o Dicionário Vine, refere-se àquele que presta
trabalhos voluntários aludindo aos exemplos
dos criados domésticos dos tempos do Novo
Testamento. O termo destaca, em especial, a
função de um mestre ou de um pastor cristão,
entrelaçando o sentido técnico do diácono ou
diaconisa. Outra palavra grega relacionada a
“diácono” é doulos . Esta refere-se a “um
servo” ou “um escravo” (Mt 13.27,28; Jo
4.51). Portanto, a ideia preponderante que a
função do diácono remonta é a do serviço
voluntário prestado, pelo “ministro”, o
“servo” ou o “assistente”, para a alguém.
2. Origem do diaconato. “A bênção”,
“problema” e “reivindicação” são palavras-
chave para o advento do ministério formal dos
diáconos em o Novo Testamento. A bênção
foi o extraordinário crescimento da igreja
local em Jerusalém. A questão étnica causada
pela situação social de muitos que aceitavam a
fé, especialmente envolvendo viúvas judias de
fala hebraica e as de fala grega (At 6.1), era o
problema. A reivindicação pode ser vista na
manifestação verbal destas viúvas que,
sentindo-se injustiçadas pelo que elas
interpretaram ser uma forma de discriminação
dos líderes da igreja de Jerusalém, cobraram
sua assistência (At 6.1).
3. A escolha dos diáconos. Para resolver o
impasse, orando e impondo-lhes as mãos, os
apóstolos separaram sete irmãos de boa
reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria para administrar uma questão étnica
e social (At 6.2-7). Foi uma decisão de caráter
pacificador e de muito bom-senso para a
igreja não se perder em permanentes
desentendimentos. O objetivo era estimulá-la
a resolver a questão reconhecendo o caminho
equivocado antes aderido pelos líderes até
aquele momento. Assim, eles puderam
executar as mudanças necessárias e
resolveram uma questão que poderia trazer
sérios problemas para a igreja de Jerusalém.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
O livro dos Atos dos Apóstolos, no capítulo 6,
descreve a instituição do ministério de
diácono.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Comunhão Quebrada: A Comunidade
Escolhe Sete Diáconos
Os crentes se dedicam a formar uma
comunidade de comunhão (At 2.42), que acha
expressão em compartilhar as possessões com
os necessitados. Como exemplo positivo de
comunhão, Lucas chamou atenção a Barnabé
(At 4.36,37); em contraste, Ananias e sua
esposa são exemplos negativos (At 5.1-11).
No capítulo 6, Lucas informa um desarranjo
na comunhão causado pela negligência da
comunidade para com suas viúvas gregas. No
meio de tremendo progresso da Igreja, este
problema coloca a unidade eclesiástica em
sério perigo.
Nesta época, a comunidade cristã consiste
em dois grupos: os judeus gregos
( hellenistai , ‘crentes de fala grega’) e os
judeus hebreus ( hebraioi , ‘crentes de fala
aramaica’). Os judeus gregos de Atos 6 são
crentes que foram fortemente influenciados
pela cultura grega, provavelmente enquanto
viviam fora da Palestina, ao passo que os
judeus hebreus são cristãos que sempre
viveram na terra nativa da Palestina”
(STRONSTAD, Roger; ARRINGTON,
French L. (Eds.) Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. Volume
1: Mateus a Atos. 4ª Edição. Rio de Janeiro:
CPAD, 2009, p.657).
III. O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO
1. Qualificações do diácono. As
qualificações dos diáconos descritas no livro
de Atos e na Primeira Carta a Timóteo
revelam que em nada elas diferem da
atribuição ética exigida aos bispos (1 Timóteo
e Tito).
a) Caráter moral (1Tm 5.8). Os diáconos
devem ser pessoas honradas, dignas, corretas
e íntegras. Não pode haver “língua dobre”
neles, isto é, a sua palavra deve ser sim, sim e
não, não. A ganância por dinheiro tem de
passar longe da sua vida, pois sua função é
exatamente a de executar trabalhos
administrativos da igreja local, como auxiliar
nas tarefas do culto e acompanhar as viúvas e
os pobres da Igreja do Senhor.
b) Caráter espiritual (1Tm 5.9,10). Ter a
plena convicção do que é crer no Evangelho.
O diácono guarda a revelação de Deus que
está em Cristo Jesus, o nosso Senhor (cf. Rm
16.25). Por isso, a liderança e a igreja local
devem avaliar o candidato ao diaconato
levando em conta o seu caráter moral e
espiritual.
c) Caráter familiar. O candidato deve ser
marido de uma mulher, fiel à sua esposa e
bom pai. A exemplo dos bispos, os diáconos
devem ser zelosos com o seu lar, amar as suas
esposas com amor sacrifical. Devem respeitar
os seus filhos, para obterem deles o mesmo
respeito. O “serviço” do diácono à sua família
revelará como ele servirá a igreja local.
2. A função dos diáconos em Atos
6. Quando foram instituídos diáconos, setes
homens de fala grega foram separados para
assistir socialmente as viúvas: tanto as de fala
hebraica como as de fala grega. Os diáconos
não podiam permitir que houvesse injustiças
de caráter social na igreja do primeiro século.
A função do diaconato era fundamentalmente
de caráter social.
3. A função dos diáconos
hoje. Atualmente, a função primordial do
diácono é auxiliar a igreja local através das
orientações do seu pastor em atividades
ligadas a visitar os enfermos, os necessitados
e os desviados, bem como cuidar das tarefas
espirituais ligadas ao culto, como a distribuir
os elementos da Ceia do Senhor, recolher as
contribuições para a manutenção da igreja
local (dízimos e ofertas) e auxiliar na ordem e
na segurança da liturgia do culto, bem como
de outras tarefas já mencionadas.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Para o perfil e a função do diácono deve-se
levar em conta o caráter moral, o caráter
espiritual e o caráter familiar do candidato.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[Sobre a Escolha dos diáconos]
[…] Lucas não declara como é feita a
escolha dos sete homens, mas a congregação
como um todo vê a sensatez da proposta dos
apóstolos (v.5) e participa na escolha destes
diáconos. A qualificação básica é a
espiritualidade, mas eles devem ser distintos
de duas maneiras.
Eles têm de ser ‘cheios do Espírito Santo’.
Em vez de ser meros bons administradores ou
gerentes de recursos, esta qualificação lhes
exige que sejam capacitados pelo Espírito na
ordem dos discípulos no Dia de Pentecostes.
Quer dizer, eles devem ter o poder de uma fé
que faz milagres.
Eles também têm de ser ‘cheios […] de
sabedoria’. Complementar aos atos de poder
está o discurso inspirado pelo Espírito. Os
diáconos têm de ser poderosos em obras e
palavras. Como pessoas competentes e
maduras que são inspiradas pelo Espírito, elas
têm de ter bom senso prático e serem capazes
de lidar com delicados problemas de
propriedade. Seu ministério inclui negócios
empresariais e a distribuição de ajuda para os
necessitados, mas também deve ser espiritual
e carismático. Eles devem exercer quaisquer
dons espirituais que Deus lhes concedeu.
Entre os sete homens escolhidos para servir
como diáconos estão Estêvão e Filipe (os
únicos dois sobre quem Lucas apresenta
detalhes). Filipe se destaca como pregador
carismático (At 8.4-8,26-40; 21.8); ele é o
primeiro a fundar uma igreja entre os
samaritanos. Estêvão é descrito como ‘homem
cheio de fé’ (v.5), sem dúvida significando a
fé que faz milagres. Ele faz ‘prodígios e
grandes sinais entre o povo’ (v.8), e seus
oponentes não sabem como lidar com a
pregação que ele faz (v.10). O ministério
destes dois homens ilustra os ministérios dos
diáconos carismáticos, os quais se estendem
muito além das preocupações práticas do dia a
dia da Igreja.
A ordenação dos sete diáconos fornece bom
modelo para ministraras minorias da Igreja.
Como na Igreja primitiva, devemos nos
preocupar com o modo como as minorias —
os pobres, as viúvas, os órfãos e as pessoas de
diferentes origens raciais — são tratadas.
Semelhante às viúvas crentes de fala grega,
tais pessoas são indefesas, e suas necessidades
podem ser negligenciadas. Cada congregação
deve ter um programa próprio para ministrar
aos que estão em desvantagem e às minorias,
e entregar este ministério àqueles que são
espiritualmente dotados e compromissados a
cuidar deles” (STRONSTAD, Roger;
ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário
Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. Volume 1: Mateus a Atos. 4ª
Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2009,
pp.657,658).
CONCLUSÃO
O diaconato foi instituído pelos apóstolos
de Cristo quando a comunidade cristã cresceu
e precisou ter pessoas que pudessem resolver
questões relacionadas a problemas sociais que
demandavam atenção e cuidado. Hoje, os
diáconos servem à igreja e a Deus em
trabalhos diferentes, e a liderança das igrejas
locais deve valorizar o seu trabalho e
reconhecê-los como excelentes servidores do
Reino de Deus, pois, no sentido lato, todos
somos diáconos da Igreja de Deus.
PARA REFLETIR
A respeito de “O Diaconato” responda:
Qual o significado do termo grego
“diaconia”?
“Ministério” ou “serviço”.
Qual o significado da “diaconia da toalha e
da bacia”?
Significa a convocação cristocêntrica para
uma vida de serviço humilde (Jo 13.12-17).
Quais as qualificações para o diaconato?
Caráter moral, caráter espiritual e caráter
familiar.
Qual a função dos diáconos em Atos 6?
Assistir socialmente as viúvas: tanto as de fala
hebraica como as de fala grega.
Qual a função dos diáconos hoje?
Auxiliar a igreja local através das orientações
do seu pastor em atividades ligadas a visitar
os enfermos, os necessitados e os desviados,
bem como cuidar das tarefas espirituais
ligadas ao culto, como distribuir os elementos
da Ceia do Senhor, recolher as contribuições
para a manutenção da igreja local (dízimos e
ofertas) e auxiliar na ordem e na segurança do
culto, bem como de outras tarefas para as
quais for designado.
SUBSÍDIOS ENSINADOR
CRISTÃO
O DIACONATO
Por que existe o ministério do diácono?
Qual a sua função e importância na vida da
igreja local? Estas perguntas podem e devem
ser trabalhadas em sala de aula. Muitos alunos
não têm a convivência da realidade e dos
meandros da organização eclesiástica de suas
igrejas locais. Por isso esta é uma excelente
oportunidade para abordar um assunto que faz
parte da vida cristã de todo membro em uma
comunidade local.
Para responder às perguntas elaboradas
acima, deve-se partir do sexto capítulo do
livro dos Atos dos Apóstolos, pois ali, pela
primeira vez, foi constituído um ministério
específico de caráter social para resolver uma
variante problemática de aspecto étnico: um
problema entre as viúvas de fala hebraica e as
de fala grega. Tal problema poderia
atravancar o avanço da igreja que estava em
Jerusalém. Os apóstolos sentiram-se cobrados
a solucionar um problema não muito fácil;
entretanto, os ministérios da Palavra e da
Oração não poderiam ficar em segundo plano.
Por outro lado, também não poderia ficar em
segundo plano a sobrevivência humana.
Orientados pelo Espírito Santo, e também
dotados por um profundo bom senso,
juntamente com a igreja, os apóstolos não
hesitaram em tomar a decisão de separar sete
homens judeus de fala grega — Estêvão,
Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e
Nicolau — para resolverem uma questão de
caráter social e urgente. Assim, a igreja de
Jerusalém voltou à normalidade da sua
atividade coadunando a prática proclamatória
do Evangelho com o serviço de interferir
socialmente na vida dos crentes e não-crentes
também, para suprir a necessidade de quem
precisava de ajuda. Por isso, o caráter do
ministério diaconal é profunda e biblicamente
enraizado numa intensa preocupação social. O
diácono de Atos não foi chamado para fazer
apenas trabalhos meramente litúrgicos, (como
colher dízimos e ofertas e servir a Santa Ceia),
mas principalmente a cuidar dos mais
necessitados, visitar as viúvas e os enfermos,
amparando quem realmente precisa de
cuidados na comunidade cristã local.
Por conseguinte, o serviço de diácono não é
simplesmente uma função eclesiástica, mas
um trabalho baseado em um estilo de vida
ensinado e promovido por Jesus. Quando um
crente olha para o verdadeiro diácono, ele
deve sentir-se impulsionado para viver um
estilo de vida diaconal, como o de Cristo em
seu ministério terreno. Pois o diaconato é um
estilo de vida centralizado em Jesus, jamais
em si mesmo.