Relatório - Dilatômetro - Laboratório Virtual

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

JOSÉ ROSA DE SOUZA FARIAS - 20189004695


LAURA ALMEIDA PEREIRA DOS SANTOS - 20179138710

DILATÔMETRO

TERESINA

2021
1. Introdução

A dilatação térmica é o aumento das dimensões de corpo a partir do


aumento da temperatura, ela ocorre com quase todos os materiais, no estado
sólido, líquido ou gasoso [1]. Os materiais reagem de forma diferente a variação
de temperatura, contudo a maioria deles se expande quando aquecidos [2]. Esta
mudança depende da constituição do material, a expansão é gerada pelo
aquecimento que leva ao aumento da vibração dos átomos constituintes do
material e, consequentemente, da distância média entre eles [2].

A dilatação linear é aquela em que que predomina a variação em apenas


uma dimensão, ou seja, o comprimento do material quando um corpo é
submetido a uma elevação de temperatura, a dilatação. Dentre os objetos que
sofrem essa dilatação pode-se citar barras, cabos e fios [2].

A variação do comprimento (𝛥𝐿), representada na equação 1, ocorre de


maneira proporcional à variação de temperatura (𝛥𝑇) e ao comprimento inicial
(𝐿0 ) e também leva em consideração as propriedades do material com que o
objeto é feito, este é a constante de proporcionalidade da expressão, chamada
de coeficiente de dilatação linear (α). Assim podemos expressar por meio da
equação 01:

𝛥𝐿 = 𝛼 ⋅ 𝐿0 ⋅ 𝛥𝑇 (01)

Por meio de manipulações matemáticas pode-se obter o coeficiente de


dilatação linear (α). Assim podemos expressar por meio da equação 02:

𝛥𝐿
𝑎= (02)
𝐿0 𝛥𝑇

Para o estudo da dilatação térmica usa-se o dilatômetro, por meio dele é


possível determinar o coeficiente de dilatação e a variação de comprimento em
barras finas ou tubos de diferentes materiais [3]. No presente experimento, por
meio de um dilatômetro, analisou-se a dilatação de tubos metálicos de diversos
materiais, como ela se comportava em cada um dos materiais e os dados
obtidos.
2. Experimento

2.1 Materiais

Para a realização do experimento foram utilizados:

• Corpos de prova de diferentes comprimentos e materiais;


• Termômetro;
• Bico de Bunsen;
• Relógio comparador;
• Batente móvel.

2.2 Métodos

Para a realização do experimento os corpos de prova inicialmente tiveram


a sua temperatura inicial (T0) aferida, em seguida os corpos de prova foram
colocados um a um no dilatômetro e o relógio comparador foi zerado. Após isso
o sistema de aquecimento foi ligado e através do relógio comparador foi possível
acompanhar a dilatação (𝛥𝐿) do corpo de prova até a estabilização da sua
temperatura T. Por fim, assim que a temperatura estabilizou, os dados foram
coletados e o sistema de aquecimento foi desligado.

3. Resultados e discussões

3.1 Determinação do coeficiente de dilatação linear

Os dados e resultados obtidos através do experimento de dilatação


térmica linear realizados no laboratório de física foram anotados, analisados e
comparados.

Tabela 01 – Valores experimentais da temperatura, da dilatação e dos coeficientes de dilatação


linear dos corpos de prova com 500 mm de comprimento de diferentes materiais.

Material T0 (°C) 𝛥𝐿 (mm) T (°C) 𝛥𝑇 (°C) 𝛼 (°C-1)


Cobre 24,9 0,62 97,7 72,8 1,7 x 10-5
Latão 24,9 0,07 97,8 72,9 1,92 x 10-5
Aço 24,8 0,39 97,7 72,9 1,06 x 10-5
Os valores dos coeficientes de dilatação térmica linear dos materiais foram
obtidos a partir do comprimento inicial, da variação de comprimento e da
variação de temperatura aplicando a Equação 02. Esses valores são
comparados com os encontrados na literatura na Tabela 02.

• Para o Cobre
0,62
𝛼= 𝛼 = 1,7x10−5 °𝐶 −1
97,7 × 500

• Para o latão
0,7
𝛼= 𝛼 = 1,92x10−5 °𝐶 −1
97,8 × 500

• Para o alumínio
0,39
𝛼= 𝛼 = 1,06x10−5 °𝐶 −1
97,7 × 500

Tabela 02: Valores experimentais dos coeficientes de dilatação linear de alumínio, latão e ferro
fundido comparados aos respectivos valores de referência.

Material 𝛼 (°C-1) 𝛼 (°C-1)


Cobre 1,7 x 10-5 1,7 x 10-5
Latão 1,92 x 10-5 2,0 x 10 -5
Aço 1,06 x 10-5 1,1 x 10 -5

Os valores dos coeficientes de expansão linear obtidos


experimentalmente estão em conformidade com os encontrados na literatura,
contudo alguns deles apresentam diferenças. As diferenças entre esses valores
podem ter sido causadas por incertezas na composição do material dos corpos
de prova ou podem ter sido geradas durante o experimento em função de um
posicionamento inadequado no dilatometro, falhas nos instrumentos de medida,
por exemplo.
3.2 Variação no comprimento final de um tubo metálico em função do seu
comprimento inicial

Os corpos de prova de cobre de diferentes tamanhos foram analisados a


fim de comparar a dilatação linear em um mesmo material. Os dados obtidos
para essa etapa do experimento foram inseridos na Tabela 03.

Tabela 03 – Temperatura e dilatação dos corpos de prova de cobre de diferentes comprimentos.

𝐿𝟎 (mm) T0 (°C) 𝛥𝐿 (mm) T (°C) 𝛥𝑇 (°C)


500 24,9 0.62 97,7 72,8
400 24,9 0,49 97,6 72,7
350 25,0 0,43 97,7 72,7
300 24,9 0,37 97,7 72,8

Para uma melhor visualização e comparação entre a dilatação sofrida


pelos diferentes tubos de cobre, segue o Gráfico 01.

Gráfico 01: Variação do comprimento (L) em função do comprimento inicial (𝐿0 ), experimentada
em cada tubo metálico.

O coeficiente angular é a tangente de inclinação da reta. No Gráfico 01,


no qual representa o comprimento inicial versus Variação de comprimento, o
coeficiente angular representa a o valor da multiplicação do coeficiente de
dilatação linear pela variação de temperatura como mostrado na Figura 01.

Gráfico 02 - representação da relação entre a variação do comprimento e o comprimento inicial

𝛥𝐿
𝑎 = 𝑡𝑎𝑛 𝑥 =
𝐿0

𝐿0 ⋅ 𝛼 ⋅ 𝛥𝜃
𝑎=
𝐿0

𝑎 = 𝛼 ⋅ 𝛥𝜃

Desse modo, efetuando os cálculos de acordo com os valores da Tabela 03


obtemos o seguinte valor para o coeficiente angular (CA):

𝛥𝐿 𝛥𝑦 (𝑦 − 𝑦0 )
𝐶𝐴 = = =
𝛥𝑥 𝛥𝑥 (𝑥 − 𝑥0 )

0,62 − 0,49
𝐶𝐴 =
500 − 400

0,13
𝐶𝐴 = 𝐶𝐴 = 1,3 × 10−3
100

Logo,

𝐶𝐴 = 𝛼 ⋅ 𝛥𝑇

𝐶𝐴 = (1,7𝑥10−5 °C−1 )𝑥 72,8 °C 𝐶𝐴 = 1,3𝑥10−3


Uma vez que a variação de temperatura é constante, materiais iguais de
tamanhos distintos possuem variações no comprimento diretamente
proporcionais ao seu comprimento inicial. Logo, corpos maiores possuem
variações menores e corpos menores possuem variações de comprimento
menores. Tal fato é exemplificado pelo experimento e anotações das variações
de comprimento crescentes em função de uma mesma variação de temperatura
para diferentes tamanhos de barras de cobre como mostra a Tabela 03.

4. Conclusões

No presente trabalho foi utilizado o dilatômetro para a verificar a dilatação


do cobre, do latão e do aço, e através destes resultados, foi possível obter o
coeficiente de dilatação linear com boa concordância com valores referenciados
na literatura. Foi identificado que o corpo de prova de latão apresentou a maior
dilatação linear e coeficiente de dilatação, seguido pelo de cobre e pelo de aço
que teve os menores valores. Ao comparar a dilatação dos quatro corpos de
prova de cobre pode-se observar que a dilatação deles foi proporcional ao seu
comprimento inicial. A variação de comprimento depende do material e é
diretamente proporcional ao comprimento inicial e a variação de temperatura. A
realização do procedimento experimental atendeu as expectativas e agregou
conhecimento prático e teórico.

5. Referencias

[1] SILVA, Domiciano Correa Marques da. "Dilatação térmica dos sólidos e líquidos"; Brasil
Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/dilatacao-termica.htm. Acesso em
03 de junho de 2021.

[2] SOUSA, Yan Sampaio; DISCIPLINA DE FÍSICA, I. I. Dilatação térmica linear.

[3] BRAGHINI, Francisco Garcia; PRATA, Guilherme Nery. Dilatômetro linear. In: 10º
CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DO IFSP. 2019.

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