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Relatório - Lei de Ohm - Laboratório Virtual

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

JOSÉ ROSA DE SOUZA FARIAS - 20189004695


LAURA ALMEIDA PEREIRA DOS SANTOS - 20179138710

LEI DE OHM

TERESINA

2021
1. Introdução

As Leis de Ohm, postuladas pelo físico alemão Georg Simon Ohm (1787-
1854) em 1827, são consideradas fundamentais para a eletricidade [1]. Essas
leis foram formuladas a partir de experimentos realizados com diferentes tipos
de condutores. A primeira Lei de Ohm diz que a corrente elétrica é diretamente
proporcional à diferença de potência aplicada [2]. Além disso, de acordo com
essa lei, a razão entre o potencial elétrico e a corrente elétrica
é sempre constante para resistores ôhmicos [3].

𝑉
𝑅= Equação 1
𝐼
ou

𝑉=𝑅𝑥𝐼 Equação 2
Onde:

R: resistência, medida em Ohm (Ω)


U: diferença de potencial elétrico (ddp), medido em Volts (V)
I: intensidade da corrente elétrica, medida em Ampére (A).

A segunda lei de Ohm estabelece que a resistência elétrica de um material


é diretamente proporcional ao seu comprimento, inversamente proporcional à
sua área de secção transversal [1]. Essa grandeza está relacionada ao material
do qual um corpo é formado [3]. É representada pela seguinte fórmula:

𝜌𝑥𝐿
𝑅= Equação 3
𝐴
Onde:

R: resistência (Ω)
ρ: resistividade do condutor (depende do material e de sua temperatura,
medida em Ω.m)
L: comprimento (m)
A: área de secção transversal (mm2)

2. Experimento
2.1 Materiais

Para a realização do experimento foram utilizados:

• Multímetro;
• Interruptor;
• Fonte de alimentação;
• Painel Dias Blanco.

2.2 Métodos

O experimento foi realizado em uma série de etapas, variando de acordo com os


bornes utilizados. Na primeira etapa inicialmente a ponta de prova positiva do
multímetro foi inserida no borne “A1” e a ponta de prova negativa no borne “B1”
após isso o mesmo foi realizado nos pontos “AC1”, AD1” e “AE1”. O multímetro
foi ligado, ele foi ajustado para a posição adequada para a realização de
medições de resistência elétrica de até 200 Ω e os valores mostrados em sua
tela para o valor da resistência, correspondente a ligação feita, foram
observados. Foram realizadas medições para os resistores 3, 4 e 5 no painel
Dias Blanco, nas respectivas posições “AE3”, “AE4” e “AE5”. A ponta de prova
negativa do multímetro foi posicionada na posição “E4” e a ponta de prova
positiva do multímetro na fonte de tensão. Conectou-se a ponta de prova da fonte
de tensão no painel Dias. O multímetro foi novamente ajustado para a posição
favorável à realização medições da corrente elétrica. Por fim, a fonte foi ligada e
a sua tensão foi variada, aproximadamente, de 0,5 em 0,5 até que seu valor
chegasse a 2,5.

3. Resultados e discussões

3.1 Fase I – Resistência elétrica em função da área e do comprimento do


condutor

3.1.1 Medindo resistividade de um resistor em função do comprimento


Nessa etapa o multímetro foi ajustado para a posição adequada para a
realização de medições de resistência elétrica, sendo essa de até 200 Ω. Na
Tabela 01 estão presentes dos dados coletados na análise dos pontos medidos
no resistor 01 e os valores da resistividade do resistor 1 em função do
comprimento.

Resistor 1 L (m) R (Ω) R/L (Ω /m)


AB 0,25 4,1 16,4
AC 0,50 8,3 16,6
AD 0,75 12,4 16,53
AE 1,00 16,6 16,6
Tabela 01 – Dados coletados nos pontos analisados do resistor 1.

3.1.2 Medindo resistividade de um resistor em função da área

As medidas foram realizadas, também, nos resistores 3, 4 e 5 no painel


Dias Blanco, nas respectivas posições “AE3”, “AE4” e “AE5”. Os valores
encontrados para os pontos medidos nos resistores e os valores das
resistividades dos resistores em função da área são apresentados na Tabela 02.

A (m2) R (Ω) R. A (Ω.m2)


Resistor 3 4,07 x 10-7 3,3 1,34 x 10-6
Resistor 4 2,04 x 10-7 4,8 9,79 x 10-7
Resistor 5 3,2 x 10-7 0 0
Tabela 02 – Dados coletados nos pontos analisados dos resistores 3,4 e 5.

3.2 FASE II – A corrente elétrica em função da tensão e da resistência elétrica


em um fio resistor

3.2.1 AJUSTANDO A FONTE DE TENSÃO

Na Tabela 03 estão presentes os dados coletados nos pontos analisados


do resistor 4 ao variar a tensão da fonte de tensão de 0,5 em 0,5 até que o valor
chegasse em 2,5.
V(V) I (A) V/i (V/A)
0,5 V 0,09 A 5,56 Ω
1,0 V 0,19 A 5,26 Ω
1,5 V 0,28 A 5,00 Ω
2,0 V 0,38 A 5,13 Ω
2,5 V 0,48 A 5,00 Ω
Tabela 03 – Dados coletados nos pontos analisados no resistor 4.

Estão presentes nas Tabelas 04, 05 e 06 os dados dos cinco resistores


tais como material e dimensões.

Resistor 1 Resistor 2
Material= KDS Material= Kanthal DSD
Área = (A) = 𝝅𝒓2 Área = (A) = 𝜋𝑟2
L = 1000 mm = 1m L = 1000 mm = 1m
Diâmetro: 0,32 mm Diâmetro: 0,51 mm
Raio: 0,16mm = 1,6 x 10-4 m Raio: 0,255mm = 2,55x10-4 m
Área(A): 3,14 x (1,6 x 10-4)2 = 8,04x10-8 m2 Área(A): 3,14 x (2,55 x 10-4)2 = 2,04x10-7 m2
Tabela 04 – Dados dos resistores 1 e 2.

Resistor 3 Resistor 4
Material= KDS Material= Níquel - Cromo
Área = (A) = 𝝅𝒓2 Área = (A) = 𝜋𝒓2
L = 1000 mm = 1m L = 1000 mm = 1m
Diâmetro: 0,72 mm Diâmetro: 0,51 mm
Raio: 0,36mm = 3,6x10-4 m Raio: 0,255mm = 2,55x10-4 m
Área(A): 3,14 x (3,6x10-4)2 = 4,07x10-7 m2 Área(A): 3,14 x (2,55x10-4)2 = 2,04x10-7 m2
Tabela 05 – Dados dos resistores 3 e 4.
Resistor 5
Material= Cobre Esmaltado AWG 22
Área = (A) = 𝝅𝒓2
L = 1000 mm = 1m
Diâmetro: 0,64 mm
Raio: 0,32mm = 3,2x10-4 m
Área(A): 3,14 x (3,2x10-4)2 = 3,22x10-7 m2
Tabela 06 – Dados do resistor 5.

RESISTIVIDADE DE UM RESISTOR EM FUNÇÃO DO COMPRIMENTO


A partir dos dados obtidos durante o experimento é possível fazer um
gráfico da resistência elétrica em função do comprimento do resistor, conforme
ilustra o Gráfico 01.

Gráfico 1 - resistência elétrica em função do comprimento do resistor


A partir do Gráfico 1 é possível calcular a resistividade do resistor 1,
conforme a equação a seguir:
𝛥𝑦 𝛥𝑅 𝜌
𝑇𝑔 𝛼 = = = =
𝛥𝑥 𝛥𝐿 𝐴
(16,6 − 12,4) 4,20
𝑇𝑔 𝛼 = =
(1,00 − 0,75) 0,25
Logo,
𝜌
𝑇𝑔 𝛼 = 16,80 =
𝐴
Portando o valor da resistividade é dado por:
𝜌 = 𝐴 𝑥 16,80 = (8,04𝑥10−8 𝑚2 )𝑥16,80

𝜌 = 1,35𝑥10−6 Ω𝑚

Conforme descrito nas tabelas e no gráfico 1, é possível observar que a


resistência elétrica R de um condutor é diretamente proporcional ao seu
comprimento L e inversamente proporcional a área de sua secção transversal A.
Além disso, o valor da constante de proporcionalidade dessa relação,
denominada Resistividade Elétrica (ρ) que possui valor específico para cada tipo
de material, influencia no valor final da resistência elétrica de um condutor.
A partir dos dados obtidos é possível também calcular a resistividade de
cada um dos cinco resistores por meio da Equação 3, conforme é apresentado
nas Tabelas 07, 08, 09, 10 e 11.

𝐀
Resistor 1 L (m) R (Ω) A (m2) 𝝆 = 𝑹 𝒙 ( ) (Ω 𝐱 𝐦)
𝐋

AB 0,25 4,1 1,31x10-6


AC 0,5 8,3 1,33x10-6
8,04x10-8
AD 0,75 12,4 1,32x10-6
AE 1 16,6 1,33 x10-6
Valor médio da resistividade do resistor 1 1,32x10-6
Tabela 07 – Resistividade do resistor 1.

𝐀
Resistor 2 L (m) R (Ω) A (m2) 𝝆 = 𝑹 𝒙 ( ) (Ω 𝐱 𝐦)
𝐋

AB 0,25 1,7 1,34x10-6


AC 0,5 3,3 1,35x10-6
2,04x10-7
AD 0,75 5,0 1,36x10-6
AE 1 6,7 1,37x10-6
Valor médio da resistividade do resistor 2 1,36x10-6
Tabela 08 – Resistividade do resistor 2.
𝐀
Resistor 3 L (m) R (Ω) A (m2) 𝝆 = 𝑹 𝒙 ( ) (Ω 𝐱 𝐦)
𝐋

AB 0,25 0,9 1,47x10-6


AC 0,5 1,6 1,30x10-6
4,07x10-7
AD 0,75 2,6 1,41x10-6
AE 1 3,3 1,34x10-6
Valor médio da resistividade do resistor 3 1,38x10-6
Tabela 09 – Resistividade do resistor 3.

𝐀
Resistor 4 L (m) R (Ω) A (m2) 𝝆 = 𝑹 𝒙 ( ) (Ω 𝐱 𝐦)
𝐋

AB 0,25 1,3 1,06x10-6


AC 0,5 2,5 1,02x10-6
2,04x10-7
AD 0,75 3,8 1,03x10-6
AE 1 5,0 1,02x10-6
Valor médio da resistividade do resistor 4 1,03x10-6
Tabela 10 – Resistividade do resistor 4.

𝐀
Resistor 5 L (m) R (Ω) A (m2) 𝝆 = 𝑹 𝒙 ( ) (Ω 𝐱 𝐦)
𝐋

AB 0,25 0 0
AC 0,5 0 0
3,22x10-7
AD 0,75 0 0
AE 1 0 0
Valor médio da resistividade do resistor 5 0
Tabela 11 – Resistividade do resistor 5.
Verificou-se que o resistor 3 foi o que apresentou a maior resistividade,
apesar do resistor 1 ser formado pelo mesmo material, o resistor 3 apresenta
área de secção transversal maior, fator que reduz sua resistência elétrica, e
consequentemente sua resistividade.
A partir dos gráficos 2 a 5, bem como da tabela 11, que relacionam a
tensão elétrica em volts com a intensidade da corrente elétrica utilizada é
possível observar que conforme a intensidade da corrente elétrica é aumentada,
o valor da tensão elétrica também aumenta, todavia, o aumento não sofre
variação na mesma proporção, por conta disso, é possível observar pequenas
inclinações nos gráficos. Deste modo, pode-se concluir que os resistores não
são resistores ôhmicos.

Tensão (V) 1AE 2AE 3AE 4AE 5AE


0,5 0,03 0,07 0,13 0,09 X
1 0,05 0,14 0,28 0,19 X
1,5 0,08 0,22 0,43 0,28 X
2 0,11 0,29 0,58 0,38 X
2,5 0,14 0,37 0,73 0,48 X
Tabela 11 – Condutores e trechos.
Não foi possível realizar a medição de corrente elétrica no resistor 5. O
resistor apresentou resistência nula nos 4 trechos verificados. Desse modo, foi
possível concluir que tal resistor estava em curto circuito, ou seja, devido á baixa
resistência elétrica entre os polos do circuito elétrico, acarretando a passagem
de excesso de corrente elétrica, onde a depender do modelo e /ou instrumento
utilizado para realizar as medições no circuito elétrico pode existir a possibilidade
de não ser possível identificar o valor numérico da intensidade da corrente
elétrica, como aconteceu durante o experimento no laboratório virtual.
Possivelmente uma ligação errada foi realizada ao eliminar algum componente
do circuito elétrico, responsável por originar uma tensão nula.
Por fim, o terceiro resistor apresentou maior valor para a corrente elétrica
(0,73A). Esse valor é atribuído ao aumento do diâmetro do condutor, o que reduz
a resistência do condutor á passagem de elétrons, facilitando o fluxo de corrente
elétrica pelo condutor.

4. Conclusões

Após a realização deste experimento, foi possível aprofundar os


conhecimentos acerca da primeira lei de Ohm. Primeiramente, foi possível
compreender os fatores que influenciam no valor numérico da resistência elétrica
de determinado material, que varia para cada tipo de material, uma vez que cada
tipo de material possui um valor distinto para resistividade elétrica. Além disso,
foi possível conclui também que quando acontece o fenômeno curto-circuito, há
uma baixa resistência entre os polos do circuito elétrico, a passagem da corrente
elétrica, capaz de causar a passagem de excesso de corrente, onde dependendo
do instrumento (modelo) utilizado para medir a intensidade da corrente, há a
possibilidade de não ser possível efetuar a medição, como ocorreu neste
experimento virtual.

5. Referencias
[1] GOUVEIO, Rosimar. Leis de Ohm, toda matéria. Disponível em :<
https://www.todamateria.com.br/leis-de-ohm/>. Acesso em 14 de julho de 2021
[2] DIAS, Fabiana. Leis de Ohm, Educa mais Brasil. Disponível em :<
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/fisica/leis-de-ohm >. Acesso em 14 de julho de 2021
[3] HELERBROCK, Rafael. "Lei de Ohm"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/a-lei-ohm.htm. Acesso em 14 de julho de 2021.
[4] Tipler, Paul, A.; Mosca, G. Física para Cientistas e Engenheiros - Vol. 3, 5a ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2006.
[8] Halliday, Resnick. Fundamentos de física: Eletricidade e Magnetismo. 10. ed. Rio de Janeiro:
LTC Editora, 2016, 691f.

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