Caracterização de Maciços Rochosos
Caracterização de Maciços Rochosos
Caracterização de Maciços Rochosos
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 2
2 – ROCHA INTACTA ..................................................................................................................................... 4
2.1 Litologia .............................................................................................................................................. 5
2.2 Alteração ............................................................................................................................................ 6
2.3 Coerência ............................................................................................................................................ 8
3 - DESCONTINUIDADES ............................................................................................................................... 9
3.1 – Grau de fraturamento ................................................................................................................... 10
3.2 - Rock Quality Designation (RQD) ..................................................................................................... 11
3.3 Persistência....................................................................................................................................... 15
3.4 Rugosidade ....................................................................................................................................... 15
3.5 Abertura e preenchimento ............................................................................................................... 17
3.6 Resistência ............................................................................................ Erro! Indicador não definido.
4. PERMEABILIDADE ....................................................................................... Erro! Indicador não definido.
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1 - INTRODUÇÃO
Entende-se por maciço rochoso uma massa de rocha interrompida por
descontinuidades, sob certas condições hidrogeológicas.
Descontinuidades são juntas, falhas, contatos litológicos, foliações
metamórficas. Assim o maciço é composto por um agregado descontínuo de
blocos, com formas geométricas irregulares, alternados com zonas de rocha
intemperizadas em graus variáveis e com propriedades físicas muito diferentes,
quando comparadas com a mesma massa de rocha intacta.
Os maciços rochosos são essencialmente heterogêneos, anisotrópicos e
descontínuos. A definição de meio homogêneo ou heterogêneo, isotrópico ou
anisotrópico, contínuo ou descontínuo é função da escala da porção do maciço
analisada, em relação à obra considerada (IPT,1984). A Figura 1 ilustra bem esta
constatação.
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presentes do que propriamente da resistência das porções intactas da rocha
(Fiori e Carmignani, 2009).
Na Figura 2(a) está representado um maciço com dois sistemas de
descontinuidades e um corpo de prova retirado da rocha intacta. Na Figura 2(b)
estão mostrados os comportamentos de ambos em uma curva tensão x
deformação. Verifica-se que o maciço apresenta menor resistência que a rocha
intacta, uma vez que as descontinuidades modificam as propriedades de
resistência, geralmente reduzindo-as.
Figura 2. (a) Maciço rochoso e rocha intacta e (b) curva tensão x deformação dos
dois materiais.
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A caracterização constitui em identificar e qualificar ou quantificar os
principais parâmetros que influenciam no comportamento geral do maciço
rochoso. Tais parâmetros podem ser utilizados individualmente em análises ou
avaliados em conjunto nos sistemas de classificação geomecânica.
A caracterização geológico-geotécnica dos maciços rochosos é feita com
base na análise dos seus componentes: rocha intacta, descontinuidades e
presença de água.
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Quadro 01. Propriedades da matriz rochosa e métodos para sua determinação.
Propriedades Métodos de
determinação
Composição mineralógica
Descrição visual
Fábrica e textura
Microscopia ótica e eletrônica
Granulometria
Difração de raios X
Cor
Porosidade (η)
Propriedades de
identificação e Peso específico (ϒ) Ensaios de laboratório
classificação
Umidade (µ)
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Conforme proposta da International Association of Engineering Geology
(IAEG, 1981), a seguinte classificação é sugerida: tipo litológico, tipo geotécnico,
suíte litológica e complexo litológico.
O tipo litológico apresenta homogeneidade em relação à composição,
textura e estrutura, mas geralmente não é uniforme nas propriedades físicas.
O tipo geotécnico apresenta alta homogeneidade física. O tipo geotécnico
está relacionado diretamente com variantes petrográficas dentro do tipo
litológico. Exemplos são os tipos geotécnicos basalto maciço, vesicular ou
amigdaloidal, variantes petrográficos do tipo litológico basalto, que apresentam
características físicas muito distintas entre si (resistência, porosidade,
densidade). Outro exemplo são as variantes de arenito friável (pouco resistente
e muito permeável) e arenito silicificado (muitas vezes com resistência similar a
uma rocha cristalina).
O complexo litológico compreende uma série de tipos litológicos
geneticamente relacionados, desenvolvidos sobre condições geotectônicas e
paleogeográficas específicas.
A suíte litológica compreende muitos complexos litológicos desenvolvidos
sobre condições geotectônicas e paleogeográficas similares.
2.2 ALTERAÇÃO
As rochas podem sofrer alteração de origem física ou química. O
intemperismo físico dá origem a modificações no tamanho e número de
descontinuidades, o intemperismo químico decompõe quimicamente os minerais
promovendo alterações químicas e mineralógicas.
Os maciços rochosos sujeitos ao intemperismo por longos períodos de
tempo vão apresentar diferentes graus de alteração.
De uma maneira geral as rochas da crosta apresentam geralmente
intemperizadas em algum grau, uma vez que sempre existirão fraturas a grandes
profundidades nas as quais ocorre infiltração de água provocando alguma
alteração química nos minerais.
Nesta concepção todas as classificações descritivas da alteração de
rochas definem vários graus de intemperismo. A seguir apresentamos algumas
mais utilizadas no âmbito nacional e internacionalmente.
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No Quadro 1 é apresentada a classificação geral do grau de intemperismo
ou da alteração de material rochoso da Geologial Society, extraído de Fiori e
Carmignani (2009).
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Apresenta minerais
totalmente alterados e a
A4/ W4 /REA Rocha extremamente alterada rocha é intensamente
descolorida, gradando para
cores de solo.
2.3 COERÊNCIA
A coerência é uma característica importante na caracterização do maciço
e está diretamente ligada ao tipo e grau de alteração da rocha. É definida com
base em propriedades de tenacidade, dureza e friabilidade das rochas e é
determinada tátil-visualmente, através da apreciação da resistência que a rocha
oferece ao impacto do martelo e ao risco com lâmina de aço.
A partir estes critérios classifica-se a rocha em coerente, medianamente
coerente, pouco coerente ou incoerente. Da mesma forma que a alteração, trata-
se de critério relativo, válido para comparação entre variedades de um mesmo
litotipo (Serra Júnior e Ojima, 1999). O grau de coerência permite uma estimativa
do valor da resistência à compressão simples, conforme Quadro 3.
Resistência a compressão
Denominação Descrição Características
uniaxial (MPa) *
Extremament
Marcada pela unha R0 0,25 – 1,0
e branda
C5 Esmigalha-se sob o impacto da ponta
Muito branda do martelo de geólogo, pode ser R1 1,0 – 5,0
raspada por canivete
Pode ser raspada por canivete com
dificuldade, marcada por firme
C4 Branda R2 5,0 – 25
pancada com a ponta do martelo de
geólogo
Não pode ser raspada por canivete,
Medianamen amostras podem ser fraturadas com
C3 R3 25 – 50
te resistente um único golpe do martelo de
geólogo
Amostras requerem mais de um
C2 Resistente R4 50 – 100
golpe de martelo para fraturarem-se
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Extremament Amostras podem somente ser
R6 > 250
e resistente lascadas com o martelo de geólogo
3 - DESCONTINUIDADES
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3.1 – GRAU DE FRATURAMENTO
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Sendo a frequência λ, tem-se:
λ = N/L (1)
E = 1/λ (2)
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Figura 4. Obtenção do RQD em amostras de sondagem rotativa.
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Figura 5 – Determinação do índice Jv. S1, S2 e S3 correspondem aos espaçamentos médios
entre os respectivos sistemas e juntas.
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Figura 6. Relação entre RQD e frequência de descontinuidades (Priest & Hudson, 1976).
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3.3 PERSISTÊNCIA
3.4 RUGOSIDADE
A rugosidade das paredes das descontinuidades constitui uma
propriedade importante, pois é responsável por uma parcela do atrito entre elas,
parâmetro de grande importante na resistência ao cisalhamento,
A rugosidade pode ser obtida descritivamente conforme a Figura 8, ou por
meio de atribuição de um valor, designado JRC, conforme a Figura 9.
Barton (1973) sugeriu um método para estimar a resistência ao
cisalhamento (τ) de uma junta baseado no coeficiente de rugosidade (JRC). Ele
foi expresso em termos da relação empírica, a seguir:
𝜏 𝐽𝐶𝑆
= 𝑡𝑎𝑛 [𝐽𝑅𝐶𝑙𝑜𝑔 ( )] + ∅𝑟
𝜎𝑛 𝜎𝑛
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Figura 8. Perfis de rugosidade segundo ISRM (1981).
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Figura 9. Joint Roughness Coefficient (JRC), Segundo Barton & Choubey (1997).
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REFERÊNCIAS
Barton, N.; Choubey, V. (1997). The shear strength of rock joints in theory and
practice. Rock Mechanics, vol. 10, nº 1, pp. 1-54.
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