Cartilha Redação A Mil 3.0 - Lucas Felpi
Cartilha Redação A Mil 3.0 - Lucas Felpi
Cartilha Redação A Mil 3.0 - Lucas Felpi
Esse ano, temos uma novidade especial e muito requisitada para a cartilha:
análises exclusivas de todas as redações! Eu chamei a minha professora da
época de escola, Prof.ª Débora Menezes, que me ensinou tudo o que eu sei
e me levou até o 1000, para se juntar ao projeto e fazer parte de tudo isso.
E, para isso, contamos com o apoio do Colégio Rio Branco ao projeto, o
qual agradeço imensamente!
1
Para cada autor, você vai ver o espelho da redação, o
texto transcrito e os comentários da Débora. Porque
fazemos questão de te certificar das notas, escaneando o
QR Code ao lado, você encontra todos os comprovantes
de nota máxima dos participantes.
Por último, venho contar aqui uma novidade em primeira mão, que temos
preparado há muito tempo em segredo, e é emocionante estar tão perto
de lançar pro mundo! Eu, juntamente com a Débora, vou lançar em agosto
um curso completo de Redação Enem, do início ao fim, que vai explicar
tudo — tudo mesmo —, que você precisa saber saindo do zero e chegando
nas notas mais altas! É o primeiro curso feito por um aluno nota 1000 e
uma professora especialista, e definitivamente o curso de redação mais
completo da internet. Esse é o Redplay — O treinamento Redação Enem
nota 1000! Você, leitor da cartilha, já vai ter um desconto especial de 10%
no curso com o cupom REDAMIL10 quando lançar. O curso lança em
agosto e você não vai querer perder a chance de maratonar tudo que a
gente preparou pra você até o Enem! Fica ligado em lucasfelpi.com.br ;)
Muito boa sorte nos estudos, tenha confiança em si mesmo e saiba que as
pessoas que escreveram esses textos também já estiveram no seu lugar:
sem saber por onde começar, não achando que conseguiriam, e muitas
delas inclusive lendo esta mesma cartilha no ano passado. Ano que vem,
pode ser você!
Lucas Felpi
2
Sumário
Tema 1 | "O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira" 6
Adrielly Dias 7
Espelho 7
Transcrição 8
Análise 9
Aécio Filho 10
Espelho 10
Transcrição 11
Análise 12
Alan Albuquerque 13
Espelho 13
Transcrição 14
Análise 15
Aline Soares 16
Espelho 16
Transcrição 17
Análise 18
Ingrid Ascef 22
Espelho 22
Transcrição 23
Análise 24
Isabela Saraiva 25
Espelho 25
Transcrição 26
Análise 27
Isabella Bernardes 28
Espelho 29
Transcrição 29
Análise 30
Isabella Gadelha 32
Espelho 32
Transcrição 33
Análise 34
3
Ivan Carlos Silva 35
Espelho 35
Transcrição 36
Análise 37
Juan Sampaio 38
Espelho 38
Transcrição 39
Análise 40
Julia Motta 41
Espelho 41
Transcrição 42
Análise 43
Julia Vieira 44
Espelho 44
Transcrição 45
Análise 46
Larissa Cunha 47
Espelho 47
Transcrição 48
Análise 49
Ludmila Coelho 50
Espelho 50
Transcrição 51
Análise 52
Matheus Vitorino 59
Espelho 59
Transcrição 60
Análise 61
Nathaly Nobre 62
Espelho 62
Transcrição 63
Análise 64
4
Raíssa Fontoura 66
Espelho 66
Transcrição 67
Análise 68
Ramon Ribeiro 69
Espelho 69
Transcrição 70
Análise 71
Sofia Vale 72
Espelho 72
Transcrição 73
Análise 74
Savicevic Ortega 78
Espelho 78
Transcrição 79
Análise 80
Gabriela Traven 83
Espelho 83
Transcrição 84
Análise 85
Agradecimentos 87
5
Tema 1:
"O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira"
Enem 2020 Impresso
Foto: Reprodução/Inep
6
Adrielly Dias
18 anos | Conselheiro Lafaiete - MG | @adrielly_dias
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
7
Transcrição
8
Análise
Prof.ª Débora Menezes
A estratégia pensada por ela pode ser vista por meio do seguinte projeto:
utilização de um repertório — o filme “Joker” ou "Coringa" — como forma de
apresentar o tema ao leitor. Em seguida, ligar a temática do repertório com as
problemáticas que serão desenvolvidas em seu texto:
Vale ressaltar que o uso de um repertório é uma boa estratégia, mas não a
única, para iniciar a introdução. No decorrer do texto, a Adrielly separa cada
problemática acima em um parágrafo e discorre sobre cada uma delas por
meio da estratégia:
repertório
+ problemática do parágrafo
Podemos perceber que ela encontrou uma forma clara de organizar suas
ideias. E você, já encontrou a sua?
9
Aécio Filho
17 anos | Natal - RN | @aeciopffilho
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
10
Transcrição
11
Análise
Prof.ª Débora Menezes
O Aécio fez o que é exigido para chegar à nota máxima da competência que
avalia o repertório sociocultural, a Competência 2. Ele trouxe repertórios...
2. ...relacionados ao tema
a. Todos os repertórios utilizados estão ligados a pelo menos um
dos elementos da frase temática: estigma / doenças mentais /
sociedade brasileira.
Sobre os outros aspectos que levaram à nota mil, podemos destacar uma boa
organização do projeto de texto, com retomada de repertório — a Constituição
Cidadã — no final do texto. Além disso, temos duas propostas de intervenção,
para não deixar nenhuma problemática sem uma possível solução.
12
Alan Albuquerque
20 anos | Rio de Janeiro - RJ | @alaalbuquerque
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
13
Transcrição
14
Análise
Prof.ª Débora Menezes
O Alan consegue apresentar um texto claro e objetivo. Ele opta por iniciar a
redação por meio de um repertório sociocultural bem relacionado ao tema —
a obra literária “Triste Fim de Policarpo Quaresma" — e de terminar o texto
retomando esse repertório e relacionando-o à proposta de intervenção.
Falando de proposta, vale destacar dois fatores que foram cruciais para que
ele tenha conseguido os 200 pontos nesta competência:
Vamos analisar:
15
Aline Soares
18 anos | João Pessoa - PB | @ensinaline
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
16
Transcrição
17
Análise
Prof.ª Débora Menezes
No 2º parágrafo: “No que tange a”, "esse processo", "nessa perspectiva", “desse
setor”, “essa temática”, “dessa maneira”, “o que resulta na”, “no entanto”,
“apesar da”, “essa lei”, “pois” , “nessa área”, “diante dos fatos apresentados” e
"essa realidade".
Em primeiro lugar, a negligência do Estado, no que tange à saúde mental, é
um dos fatores que impedem esse processo. Nessa perspectiva, a escassez de projetos
estatais que visem à assistência psiquiátrica na sociedade contribui para a precariedade
desse setor e para a continuidade do estigma envolvendo essa temática. Dessa maneira,
parte da população deixa de possuir tratamento adequado, o que resulta na piora da
saúde mental e na sua exclusão social. No entanto, apesar da Constituição Federal de
1988 determinar como direito fundamental do cidadão brasileiro o acesso à saúde de
qualidade, essa lei não é concretizada, pois não há investimentos estatais suficientes
nessa área. Diante dos fatos apresentados, é imprescindível uma ação do Estado para
mudar essa realidade.
A riqueza no uso dos conectivos pode ser vista, também, nos parágrafos
posteriores (3º e 4º). Há, ainda, a presença obrigatória de conectivos no início
de pelo menos 2 parágrafos. Neste texto, a Aline optou por colocar
"Outrossim" no 3º e “Portanto” no 4º. "Outrossim" não é a primeira palavra do
parágrafo, mas está no primeiro período e cumpre com a função de ligar os
parágrafos, então é mais do que válido! Parabéns, Aline! :)
18
Anna Beatriz Torres
20 anos | Rio de Janeiro - RJ | @1moldetorres
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
19
Transcrição
20
Análise
Prof.ª Débora Menezes
21
Ingrid Ascef
24 anos | Campinas - SP | @ingridascef
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
22
Transcrição
23
Análise
Prof.ª Débora Menezes
A Ingrid conseguiu trazer uma nova discussão para seu texto, com uma nova
análise, sem precisar de mais um repertório da sua cabeça para isso. Ela
mostrou que é possível, e super produtivo, utilizar também os textos da
coletânea. Mas atenção, não é permitido copiar as informações! Em vez disso,
extraia o assunto e/ou a ideia e crie sua própria argumentação, assim como a
Ingrid fez. Arrasou!
Por falar em repertório, chamo a atenção para um ponto. Neste texto, há uma
citação a respeito da médica Nise da Silveira. Ainda caberia, dentro do
parágrafo, uma breve (mas breve mesmo) contextualização sobre a
importância da médica para a temática e a psiquiatria. Isso para mostrar ao
leitor os grandes feitos dela no ramo da medicina e valorizar ainda mais o seu
repertório. Novamente, trata-se apenas de uma dica para quando você for
citar uma personalidade notória.
Parabéns, Ingrid!
24
Isabela Saraiva
21 anos | Brasília - DF | @iisabeauty
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
25
Transcrição
26
Análise
Prof.ª Débora Menezes
Ainda no parágrafo, ela finaliza com uma reflexão que foi iniciada lá na tese,
reforçada pelo repertório e complementada por uma análise que une tudo
isso no final. Digamos que ela fecha com chave de ouro.
Vale destacar que ela não fez a sua argumentação depender do repertório,
mas sim o contrário. Parece que o repertório depende da tese no início do
parágrafo, e ele aparece só para dar maior credibilidade às ideias boas que a
Isa apresenta. Isso é, sem dúvida, um ponto que merece nossos aplausos.
27
Isabella Bernardes
20 anos | Rio de Janeiro - RJ | @bella.motiva
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
28
Transcrição
29
Análise
Prof.ª Débora Menezes
Em relação à coerência dos elementos, podemos ver que a Isa escolheu muito
bem cada um deles:
30
Isabella Gadelha
18 anos | Castanhal - PA
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
31
Transcrição
"Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que, indo contra
a comunidade médica tradicional da sua época, lutou a favor de um
tratamento humanizado para pessoas com transtornos psicológicos. No
contexto nacional atual, indivíduos com patologias mentais ainda sofrem com
diversos estigmas criados. Isso ocorre, pois faltam informações corretas sobre
o assunto e, também, existe uma carência de representatividade desse grupo
nas mídias.
32
Análise
Prof.ª Débora Menezes
Vocês devem ter ouvido falar que não é interessante repetir a mesma palavra
diversas vezes na sua redação, tanto dentro do parágrafo quanto no texto
como um todo. A Isa sabe bem disso e se esforçou para evitar essas
repetições.
Logo no 1º parágrafo, podemos ver que ela traz 2 formas diferentes para se
referir a uma mesma ideia: “transtornos psicológicos” e “patologias mentais”,
para evitar repetir sempre o termo “doenças mentais”. Além disso, ela utiliza o
conectivo “desse grupo” para não repetir a expressão “das pessoas com
transtornos mentais”. Durante o texto, há, ainda, outras expressões que se
encaixam no mesmo caso: “portadores de doenças psiquiátricas", "transtornos
neurológicos", "sobre o tema", "desses indivíduos", "essas pessoas" (conectivos
de retomada) e "distúrbios psicológicos”.
Parabéns, Isabella!
33
Ivan Carlos Silva
25 anos | Fortaleza - CE | @ivancarloseat e @ivancarlossilvamelo
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
34
Transcrição
35
Análise
Prof.ª Débora Menezes
A presença ou ausência dos conectivos pode definir se sua nota será máxima
ou não. Muitos estudantes esquecem desses elementos ou têm dificuldades
em colocá-los no texto, por isso é importante o treino!
Aproveito para trazer uma observação sobre a expressão “fazer que”, que
aparece 2 vezes no texto: "Assim, o tratamento tardio faz que..." e "fazendo que,
consequentemente...". Apesar de gramaticalmente correta, quando
escrevemos “faz que” parece que está faltando algo, não? Já quando
utilizamos “faz com que”, a frase fica muito mais fluida/harmônica. O leitor
tende a aceitar melhor (sonoramente) a segunda opção. A língua permite as
duas formas, mas se puderem, prefiram a expressão “faz com que” quando a
intenção for apontar a consequência de uma ação. Parabéns, Ivan Carlos!
36
Juan Sampaio
21 anos | Paulo Afonso - BA
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
37
Transcrição
38
Análise
Prof.ª Débora Menezes
O Juan fez um texto que transparece certo treino antes da prova. Como
assim? É possível ver, por meio da estratégia que utiliza para compor seus dois
parágrafos de desenvolvimento, que ele testou e achou uma forma segura e
eficiente de apresentar suas ideias. Encontrar uma estratégia de organização
que funcione na sua redação é importante para que você vá muito mais
confiante para a prova.
39
Julia Motta
17 anos | João Pessoa - PB | @julia.mottac
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
40
Transcrição
41
Análise
Prof.ª Débora Menezes
Quando lemos o texto da Julia temos a sensação de que ela estudou a fundo o
tema! Isso é possível devido à forma como ela discorre sobre as problemáticas
que o envolvem, indo, muitas vezes, além do que ela se propôs a falar no
parágrafo. Ou seja, em seus parágrafos de argumentação, ela não apenas
explica os problemas que apresentou lá no 1º parágrafo do texto, como
também complementa-os com consequências e análises que nos levam a
diversas reflexões.
Este texto nos permite ter uma visão completa do tema e não apenas um
pequeno recorte. Já informo que não é simples fazer isso, pelo contrário, é
arriscado, pois podemos ampliar demais nossa argumentação, deixarmos
pontas soltas e acabarmos fugindo do nosso objetivo principal. Mas esse não
foi um problema para Julia, ela desafiou e deu certo! Repare no que ela fez:
Foi uma boa condução do leitor durante o texto, Ju, merece palmas!
42
Julia Vieira
18 anos | Imperatriz - MA | @juliaavvieira
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
43
Transcrição
44
Análise
Prof.ª Débora Menezes
Repare que ela poderia ter escrito simplesmente: “Nessa perspectiva, é válido
retomar a questão relacionada à omissão estatal nesse caso.” Se eu retiro as
frases que estão entre as vírgulas e que servem para
esclarecer/complementar as informações para o leitor, tenho apenas um
trecho simples, sem muita elaboração. Retirei um trecho que retoma um
ponto que já tinha sido tratado antes no texto: “acerca da lógica referente aos
transtornos da mente no espectro brasileiro”. Troquei, ainda, algumas palavras
para mostrar que a escolha do vocabulário também torna o texto mais/menos
atrativo: “aspecto supracitado quanto” por “a questão relacionada”.
Façam o teste: tirem os trechos em destaque e vejam como o texto fica pobre
em informação. E assim ocorrerá em todo o texto: sempre que pode, ela coloca
uma observação entre os períodos e enriquece sua argumentação!
Gostaria de chamar a atenção para uma situação específica que ocorre nesta
redação: quando aparece o trecho “a fim de que o longa norte-americano se
torne apenas uma ficção” (fim do 1º parágrafo), faltou esclarecer que, na
verdade, o desejo da Julia era de que o ocorrido com Arthur Fleck, no longa
norte-americano, se tornasse apenas ficção, e não o longa metragem inteiro,
porque ele já é uma ficção. Ou seja, faltou especificar a questão do
personagem para que a frase ficasse mais coerente. É um deslize muito
pontual que não prejudicou o texto. Como não há outros pontos assim na
redação, o projeto de texto não perdeu nota. Ju, arrasou!
45
Larissa Cunha
21 anos | Maricá - RJ | @jalecoinformativo
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
46
Transcrição
"Na obra “O Alienista”, o autor Machado de Assis aborda a questão das
doenças mentais, já no período do Realismo literário - século XIX, - por meio do
personagem Doutor Bacamarte. No enredo, nota-se o empenho do protagonista
de aprisionar os diagnosticados na “Casa Verde”, local que se assemelha aos
manicômios, na tentativa de isolá-los da sociedade. Apesar do ínterim entre a
publicação do livro e o contexto hodierno, percebe-se que as doenças de cunho
psíquico ainda são estigmatizadas no Brasil. Nesse viés, torna-se crucial analisar
as causas desse revés, dentre as quais se destacam a omissão do Estado e o
preconceito da sociedade.
47
Análise
Prof.ª Débora Menezes
48
Ludmila Coelho
18 anos | Vitória - ES | @ludmilacoelho_
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
49
Transcrição
50
Análise
Prof.ª Débora Menezes
Ludmila mostrou que não se encaixa no grupo dos participantes que utilizam
todos os repertórios da mesma forma ou que escolhem somente um tipo de
repertório ― o que também não é errado, é só mais uma dentre tantas
estratégias que os estudantes escolhem.
Em seu texto, ela utiliza desde repertórios que discutem diretamente o tema
("O alienista" – 1º parágrafo), até repertórios que inicialmente não se articulam
com a temática, mas que, por meio da relação de sentido feita pela
participante, passam a ser pertinentes ao tema e bem desenvolvidos
("Cidadão de papel" e "O dilema das redes"). Essa é uma estratégia muito
interessante, pois muitas vezes você não consegue encontrar um repertório
relacionado diretamente ao tema e se frustra com isso.
Para utilizar tal estratégia, é preciso conseguir explicar com clareza em seu
texto sobre a relação que você está tentando estabelecer entre o repertório e
o tema da redação.
51
Luiz Pablo Oliveira
23 anos | Aracaju - SE | @luiiizpablo
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
52
Transcrição
53
Análise
Prof.ª Débora Menezes
Destaquei esses pontos, pois normalmente uma das problemáticas dos textos
envolve diretamente o Estado/Governo, porque os estudantes tendem a se
sentirem mais seguros quando podem embasar as causas dos problemas em
instituições que deveriam evitá-las, como o Governo. Já o Luiz foi por outro
caminho: decidiu não falar diretamente da alçada governamental, mas sim de
outros pontos que envolvem o tema, e se saiu muito bem, mostrando que é
possível falar do tema sem ficar preso a discussões que envolvem o Governo.
Destaquei essas observações para mostrar que você não é obrigado a citar o
Governo para tudo! Dá para ampliar um pouquinho mais o olhar e trazer
outras estratégias de argumentação.
Parabéns, Luiz!
54
Maria Julia Passos
20 anos | Niterói - RJ | @majupassos_
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
55
Transcrição
56
Análise
Prof.ª Débora Menezes
A Maria Julia sabe muito bem marcar a sua opinião dentro do texto. Durante
toda a sua argumentação, ela faz uso de algumas expressões que reforçam a
sua tese. Esse é um ponto importante do texto dissertativo-argumentativo,
pois, ao ler a sua redação, o avaliador precisa enxergar explicitamente a sua
opinião, do começo ao fim. A estratégia da Maju foi: avaliar com adjetivos o
máximo possível daquilo que estiver falando. Vamos ver alguns trechos.
Perceba que todos esses trechos poderiam ser escritos sem essas marcas de
opinião, mas tornariam o texto menos expressivo/argumentativo. Atente-se à
forma como eles deixam claro o ponto de vista no decorrer da redação. A
Maria Julia avaliou as informações o máximo que pode, o que, com certeza,
contribuiu para a sua nota 1000.
Parabéns, Maju!
57
Matheus Vitorino
21 anos | Maceió - AL | @medicinathings
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
58
Transcrição
59
Análise
Prof.ª Débora Menezes
“a jovem, que não teve amparo nem da escola e nem do Estado, comete suicídio”
60
Nathaly Nobre
19 anos | Maceió - AL | @nathalynobre
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
61
Transcrição
62
Análise
Prof.ª Débora Menezes
Muitos alunos colocariam um ponto final aqui, pois pensariam não ser
necessário acrescentar nenhuma outra informação. No entanto, a Nathaly
continua o período com o conectivo “uma vez que”, o que a obriga a trazer
mais conteúdo para seu parágrafo, neste caso uma causa para o que foi dito.
“[...] mesmo que retire dele os prazeres e a sanidade física e mental [...]”
Claro que já sabemos que a frase não terminará nessa conclusão, pois a
Nathaly colocou um novo conectivo, neste caso foi o “porquanto”, que passa
a ideia de explicação/justificativa:
Quando a gente pensa que acabou, ela consegue complementar ainda mais
as ideias! No meio da última frase explicativa há, ainda, o conectivo “por
conseguinte”, que marca um efeito do que foi dito anteriormente:
63
“[...] por conseguinte, a ansiedade e a depressão são absurdamente
naturalizadas em razão das poucas políticas públicas incentivadoras e
conscientizadoras.”
64
Raíssa Fontoura
20 anos | São Paulo - SP | @rahfontoura_ e @raissanosestudos
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
65
Transcrição
"De acordo com o filósofo Platão, a associação entre saúde física e mental
seria imprescindível para a manutenção da integridade humana. Nesse contexto,
elucida-se a necessidade de maior atenção ao aspecto psicológico, o qual, além
de estar suscetível a doenças, também é alvo de estigmatização na sociedade
brasileira. Tal discriminação é configurada a partir da carência informacional
concatenada à idealização da vida nas redes sociais, o que gera a falta de suporte
aos necessitados. Isso mostra que esse revés deve ser solucionado urgentemente.
Urge, portanto, que o Ministério da Saúde crie uma plataforma, por meio
de recursos digitais, que contenha informações a respeito das doenças mentais e
que proponha comportamentos e atitudes adequadas a serem adotados durante
uma interação com uma pessoa que esteja com alguma patologia do gênero,
além de divulgar os sinais mais frequentes relacionados à ausência de saúde
psicológica. Essa medida promoverá uma maior rede informacional e propiciará
um maior apoio aos necessitados. Ademais, também cabe à sociedade e à mídia
elaborar campanhas que preguem a contrariedade ao preconceito no que tange
aos doentes dessa natureza, o que pode ser efetivado através de mobilizações em
redes sociais e por intermédio de programas televisivos com viés informativo. Tal
iniciativa é capaz de engajar a população brasileira no combate a esse tipo de
discriminação. Com isso, a ideia platônica será convertida em realidade no Brasil."
66
Análise
Prof.ª Débora Menezes
Vocabulário diferenciado!
A Raissa fez um texto digno de aplausos no que tange à escolha das palavras.
Não é uma exigência utilizar palavras rebuscadas na redação, basta evitar
clichês/gírias/impropérios para ter um texto apresentável. Mas o que a Raissa
fez foi trocar alguns termos muito simples por outros que dão mais força e
clareza ao que ela está dizendo. Como isso acontece em todo o texto, temos
que considerar como um diferencial da sua redação.
Não temos como analisar todas as palavras do texto, então vamos nos ater a
apenas algumas delas:
● 1º parágrafo
○ Imprescindível = uma forma simples de dizer seria “importante/
indispensável”
○ Integridade humana = dentro do contexto algumas pessoas
diriam apenas “saúde do ser humano”
○ Concatenada = na forma simples, “ligada”
○ Revés = alguns diriam apenas “situação desagradável”
● 2º parágrafo
○ Ausência de informações precisas e contundentes = a galera que
tem pressa só colocaria “falta de informação”; aqui, além de deixar
o período mais expressivo, ela ainda consegue marcar o seu
ponto de vista
○ Veiculação virtual de uma vida idealizada = a maneira mais
simples de dizer seria “mostrar uma vida perfeita na internet”
○ Em especial no que concerne à saúde mental = muitos
escreveriam apenas “sobre a saúde mental”
○ A carência de conhecimento associada à irrealidade digitalmente
disseminada arquitetam esse lastimável panorama = se
reestruturássemos com palavras simples e menos expressivas,
teríamos algo como “a falta de conhecimento e as vidas falsas
que aparecem na internet levam ao problema atual”
67
Ramon Ribeiro
15 anos | Macaúbas - BA | @ramon_142019
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
68
Transcrição
69
Análise
Prof.ª Débora Menezes
Percebam que ele traz uma avaliação ao utilizar palavras como “inoperância
governamental” e “falta de comprometimento”. Como essas expressões são
claramente a opinião dele, visto que outra pessoa poderia discordar e trazer
outra avaliação, temos a sua tese dentro da apresentação das problemáticas.
Vale ressaltar que essa é apenas uma das muitas estratégias que existem para
marcar a tese no texto. O Ramon escolheu trazer a opinião com a
apresentação dos problemas, mas poderia ter feito isso de maneira separada,
ou seja, ter trazido ao final do parágrafo uma frase com a sua opinião sobre o
tema, sem necessariamente estar junto de outros elementos. Vamos lembrar,
ainda, que a tese é importante porque toda a argumentação que virá após a
sua introdução deve ter como objetivo defendê-la.
70
Sofia Vale
19 anos | Belém - PA | @sofia_lv
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
71
Transcrição
72
Análise
Prof.ª Débora Menezes
Tendo essas duas problemáticas em mãos, Sofia teve que pensar em como
desenvolvê-las durante o texto. Para isso ela escolheu os seguintes
argumentos:
73
Sofia refletiu sobre o tema e abordou-o de uma forma simples e muito
verdadeira, o que torna sua redação sensível ao tema e causa a aproximação
entre o leitor e o texto, tamanha é sua descrição da realidade. Faz muito
sentido a estratégia utilizada por ela: se estou falando de problemas sociais
que afetam milhares de pessoas, nada mais justo do que mostrar
detalhadamente como esses problemas ocorrem no dia a dia da sociedade.
Garota esperta!
74
Tema 2:
"O desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil"
Enem 2020 Digital
75
Foto: Reprodução/Inep
76
Savicevic Ortega
20 anos | Recife - PE | @savicevicortega
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
77
Transcrição
78
Análise
Prof.ª Débora Menezes
Vejam que é diferente de dizer “tal problema tem como causa o/a X e como
consequência o/a Y”. Ele diz apenas que irá discutir as causas e as
consequências. Não foi extremamente específico e isso não é um problema,
mas sim uma estratégia! Ao não trazer uma discussão em especial como
causa e outra como consequência, ele abre espaço para discutir mais de uma
delas. Isso não é uma regra, nem melhor ou pior do que outras formas de
apresentar as problemáticas, mas sim mais uma possibilidade.
Destaco dois pontos importantes para que esse projeto tenha dado certo:
79
2. Há um diálogo entre as duas causas e também entre as duas
consequências, e isso permite que haja um trabalho em conjunto
durante o texto. Se Savicevic tivesse escolhido causas e consequências
muito distintas, provavelmente alguma delas iria ficar pouco
desenvolvida, sem espaço para aprofundamento no texto. No entanto,
como ele escolheu pontos que se interligam (industrialização/
desenvolvimento de uma região estagnação de outras hierarquização
das regiões/globalização/desigualdade social, pobreza e segregação
socioespacial), ficou mais fácil transitar entre um e outro. Além disso,
essa situação permite que, muitas vezes, uma informação
complemente a outra.
80
Tema 3:
"A falta de empatia nas relações sociais no Brasil"
Enem 2020 Reaplicação/PPL
Foto: Reprodução/Inep
81
Gabriela Traven
17 anos | Manaus - AM | @gabb.tr e @redwithgabi
Espelho
Foto: Reprodução/Inep
82
Transcrição
'"Amai o próximo como a si mesmo." Essa citação, feita no livro sagrado dos
cristãos, a Bíblia, mostra a importância de promover a empatia ao próximo para o
bom funcionamento da sociedade. Entretanto, no cenário atual brasileiro, é
evidente a falta desse sentimento nas relações sociais, conforme pode ser visto no
número de casos de violência contra a mulher e de agressão aos indivíduos com
orientação sexual distinta. Assim, torna-se necessária a adoção de medidas pelos
órgãos governamentais e pela população, visando o retorno da harmonia
interpessoal.
Mediante os fatos expostos, é dever das escolas, por meio de parcerias com
as famílias dos estudantes, estabelecer um horário para dialogar sobre a
estruturação do pensamento machista na sociedade, mostrando a sua origem e
as consequências advindas do período colonial, para criar homens mais
simpáticos e, consequentemente, diminuir o número de casos de feminicídio.
Além disso, o Ministério da Cidadania, por intermédio de investimentos
governamentais, deve melhorar as delegacias de polícia, usando o capital
fornecido para promover rondas periódicas, instalação de mais câmeras e
atendimento psicológico gratuito para as vítimas de ataques homofóbicos, com o
intuito de assegurar segurança a pessoas de qualquer orientação sexual. Logo,
com a adoção dessas medidas, a citação feita na Bíblia poderá ser uma realidade.'
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Análise
Prof.ª Débora Menezes
Na introdução, ela utilizou uma citação da Bíblia para falar sobre empatia e já
apresentar o tema. Em seguida, apresentou as problemáticas que aparecerão
nos seus parágrafos de argumentação:
Na conclusão, vemos duas propostas com os agentes que ela apresentou nos
dois parágrafos anteriores. Deu para ver que o leitor foi muito bem conduzido
durante a redação. Vemos no texto da Gabi um esquema bem organizado de
suas ideias, em que ela utiliza a mesma estrutura para os dois parágrafos de
argumentação, mudando apenas o assunto a ser tratado.
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Provavelmente, esta foi a estratégia que a Gabi descobriu que funciona
para ela em um parágrafo de desenvolvimento:
A organização do texto fez toda a diferença, assim como a boa escolha dos
argumentos e sua pertinência com o tema.
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Agradecimentos
Reconhecimento dos autores a pessoas/instituições decisivas para seus resultados:
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Prof.ª Ana Paula Colaço
Prof.ª Auremita Rodrigues
Prof.ª Brenda Pinheiro
Prof.ª Camila Santiago
Prof.ª Carla MacPherson
Prof.ª Carol Achutti
Prof.ª Cláudia Regina Silva
Prof.ª Cleide Assunção
Prof.ª Cristina Margalho
Prof.ª Daiane Morales
Prof.ª Fabiana Lopes
Prof.ª Fernanda Pessoa
Prof.ª Hilda Nunes
Prof.ª Lorraine Zanutim
Prof.ª Magda Juliana
Prof.ª Mara Gasparotto
Prof.ª Nicinha Câmara
Prof.ª Priscila Germomosgeschi
Prof.ª Rafaella Freitas
Prof.ª Renata Osório
Prof.ª Roberta Matos
Prof.ª Verônica Monteiro
Prof.ª Verônica Pinheiro
Prof.ª Waldivia Ceccon
Redação Online
Renzo Estrela
Sandra Lee Soares
Sandra Valéria
Simone Martins
Sistema de Ensino Contextual
Solange Cunha
Somine Couto
Tânia Bernardes
Thábita Hanna
Thiers de Souza
Thizzah Cecília
Valdir Vila Verde
Vivian Lemos
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