Guia de Primeiro Socorros em PA Caes e Gatos
Guia de Primeiro Socorros em PA Caes e Gatos
Guia de Primeiro Socorros em PA Caes e Gatos
Guia de
Primeiros Socorros
para Cães e Gatos
webanimal.com.br
Índice
Introdução.................................................................................................................... 3
Procure ler este guia previamente, pelo menos uma vez, pois isso o
ajudará muito quando precisar. Você saberá o que fazer e terá mais
autoconfiança.
Lembre-se que, numa situação difícil, seja qual for o caso, mantenha
a calma, ou você poderá cometer erros e não conseguir colocar em
prática uma medida simples, mas importante.
Silvia Parisi
Médica Veterinária
www.webanimal.com.br
Introdução 3
Capítulo 1
Informações básicas que você precisa saber tendo. Por segurança, é melhor usar focinheira ou mordaça no cão e
conter o gato enrolando-o numa toalha. Outros locais do corpo do ani-
Para poder socorrer um cão ou gato, você precisa ter algumas informa- mal, como axilas e boca, não são apropriados para medir a temperatura.
ções básicas de como funciona o organismo do animal. Só assim será
possível avaliar o estado geral em que ele se encontra. • Hipertermia (aumento da temperatura acima de 39º C)
Quando ocorre:
As ocorrências graves em animais dividem-se em dois casos: - em episódios de febre
- após exercícios físicos ou exposição ao sol
• Emergência: requer medidas imediatas, pois a vida pode depender - quando o animal apresenta tremores (p. exemplo: medo)
delas. Exemplo - hemorragia, parada cardíaca e/ou respiratória, atro- - durante confinamento em local muito quente (dentro do carro ou
pelamento, envenenamento, choque elétrico, afogamento, etc. caixa de transporte em dias de verão).
• Urgência: é uma ocorrência de menor gravidade, mas que precisa • Hipotermia (queda da temperatura abaixo de 38º C)
ser socorrida a tempo para que o animal não tenha complicações Quando ocorre:
mais sérias. Exemplo: vômito ou diarreia intensos, piometra (infecção - durante o estado de choque
uterina), ausência de urina por mais de 24hs, convulsão e outros. - após hemorragia grave
- em situações onde a temperatura externa é muito baixa.
NÃO SE ARRISQUE!
Avaliação do quadro de emergência ladas, coração e/ou pulmões não estão funcionando bem. Se a muco-
sa estiver pálida, o animal tem anemia ou pode estar ocorrendo hem-
Caso você venha a se defrontar com uma situação de emergência, é orragia interna, caso a temperatura dele também esteja baixa (cap. 1).
preciso fazer uma avaliação rápida do estado geral do cão/gato.
4º. Cheque o estado de hidratação puxando a pele da lateral das costas do
É claro que você deve focar no problema mais evidente. Se for o caso
animal. Se ela demorar a voltar ou não voltar, ele está desidratado (cap. 1).
de um corte profundo com perda sanguínea importante, estanque
primeiro a hemorragia e depois pense no resto. 5º. Observe a boca:
O roteiro abaixo não precisa ser seguido exatamente na ordem em - note se há presença de sangue.
que será apresentado. Em uma situação que necessita de intervenção - puxe a língua do animal (use um pedaço de gaze para não es-
rápida, talvez você não tenha tempo de analisar todos esses itens. Mas corregar). Verifique se existe algum objeto obstruindo a garganta,
é importante saber observar o estado geral do animal para poder agir. como: brinquedo, pedaço de osso e outros.
- observe se todos os dentes estão firmes e inteiros.
Para manipular o cachorro acidentado é imprescindível usar focinheira
ou improvisar uma mordaça. 6º. Analise os olhos do animal para saber se há lesão nas pálpebras
Gatos acidentados podem ficar extremamente ariscos. Use ou perfurações no globo ocular. Se tiver uma pequena lanterna,
uma focinheira para gatos e/ou jogue sobre ele uma toalha para note se as pupilas dele reagem à luz contraindo-se (reflexo pupilar).
diminuir o estresse. Toque nos cílios para verificar se há reação de piscar (reflexo pal-
pebral). Se este último estiver ausente, o animal pode estar morto.
Se houver sangramento, larvas de mosca ou outra condição nau-
seante, use luvas. 7º. Avalie o focinho, observando se há líquidos, espuma ou sangue.
1º. Observe se o animal está respirando e se há batimentos cardía- 8º. Apalpe o abdômen para verificar se ele está flácido, contraído de-
cos. Se esses sinais vitais estiverem ausentes, inicie a massagem mais e se há dor à palpação.
cardíaca e/ou a respiração artificial (cap. 6 e 7).
9º. Verifique o restante do corpo para constatar possíveis ferimentos,
2º. Coloque a mão no abdômen do animal, em um local sem pelos, cortes, fraturas ou inchaços.
para ter ideia de sua temperatura. Se achar que o cão/gato está frio
ou quente demais, ou estiver em dúvida, meça a temperatura dele
com o termômetro. Ela deve estar entre 38º C e 39º C. Variações de
DICA:
meio grau não causam preocupação (cap. 1). Após o exame geral, inicie o socorro pelo
problema que comprometa a vida do ani-
3º. Analise a cor das gengivas e parte interna das pálpebras (mucosas). mal: parada cardíaca, parada respiratória e
Elas devem estar com a coloração vermelho-róseo. Se estiverem azu- hemorragias são os principais.
Métodos de contenção e transporte Se você não tiver uma focinheira ou ela não for do tamanho adequa-
do para o cão, faça uma mordaça com um pedaço de faixa crepe ou
Toda vez que você precisar socorrer um animal, não importa a es- improvise com o cadarço do sapato. Siga o esquema abaixo.
pécie, lembre-se sempre: SE ESTIVER COM DOR, ELE REAGIRÁ
TENTANDO MORDER.
Mesmo que o animal seja seu, tenha temperamento dócil e nunca mor-
deu alguém, a reação à dor é natural. Não esqueça jamais dessa in-
formação. Se não considerar esse risco, além do animal, você também
ficará machucado e não poderá ajudar em nada.
Use um ou mais métodos descritos abaixo antes de começar o * Use sempre três laços: o primeiro em cima do focinho, o segundo embaixo e o
atendimento. terceiro atrás da orelha.
• Imobilização usando coleira e guia: Também nesse caso, uma segunda pessoa deverá ajudar, segurando
as patas traseiras para o animal não se debater.
É possível imobilizar o animal que
Use esse método quando o cão não consegue se levantar, mas pode
demonstra agressividade passan-
virar-se e morder.
do a guia pelas grades de um por-
tão ou enrolando-a em um poste ou No caso de gatos, embora os métodos anteriores
perna de uma mesa. Posicione o possam ser utilizados, a contenção mais comum em
pescoço do cão bem encostado ao felinos é feita segurando o gato firmemente pela pele
anteparo para que a cabeça fique atrás do pescoço com uma mão e usando a outra
segura. Atenção para que a colei- para imobilizar as patas traseiras.
ra esteja apertada o bastante para
evitar que o animal escape, mas Um gato bravo é difícil de conter, pois além da mordi-
não a ponto de causar asfixia. da, ele usa as garras para se defender e possui grande
flexibilidade no corpo. Por esse motivo, em algumas si-
Após a cabeça estar imobilizada, um ajudante deve segurar as patas tuações é preciso enrolar as extremidades das patas,
traseiras para que o animal não se movimente. Use esse método quan- uma a uma, com fita crepe ou esparadrapo para evitar
do o cão consegue ficar em pé e pode atacar durante o atendimento. que o gato exponha as unhas e consiga arranhar.
O animal em situação de emergência, principalmente em casos de Deixar de usar um método de contenção é muito arriscado, principal-
atropelamento, fraturas ou suspeita de hemorragia interna, deve ser mente quando não se conhece o animal que precisa de socorro.
manipulado o menos possível.
• rolos de atadura/faixa crepe (2 rolos de tamanho • seringa de 10 ml: para irrigar ferimentos com antis-
médio): para fixar curativos e talas. Pode ser usada sépticos e aspirar secreções.
para amordaçar o cão.
• esparadrapo micropore (1 rolo médio): para fixar • termômetro: para avaliar a temperatura retal.
a faixa crepe em curativos ou imobilizar as patas de
gatos que arranham.
• pinça: para remover espinhos e larvas da pele ou
objetos estranhos da garganta.
• tesoura pequena com ponta arredondada: para
cortar pelos e faixa crepe. • álcool antisséptico (1 frasco pequeno): para de-
sinfetar as mãos de quem irá socorrer o animal e
materiais metálicos (pinça e tesoura).
• antisséptico (Líquido de Dakin, Água oxigenada 10
vol. ou Iodo Povidine): para desinfetar ferimentos,
cortes e outras lesões da pele. • focinheira de nylon (opcional): para evitar mordidas.
• soro fisiológico (4 ampolas de 10 ml cada): para • lanterna pequena (opcional): para observar cavida-
limpar ferimentos e queimaduras. des e avaliar o reflexo da pupila.
Como fazer curativos Após a desinfecção da ferida, mantenha o local protegido. Use atadu-
ras de gaze limpas e secas para esse fim. Aplique-as sobre o ferimento
Curativo é o procedimento de limpeza, desinfecção e proteção de já limpo (fig. 2).
uma lesão qualquer.
Prepare o local que receberá o curativo (use luvas):
perda de sangue. Ela é provocada por cortes profundos, perfurações rimento com água oxigenada, líquido
ou brigas entre animais. Hemorragias superficiais ocorrem quando de Dakin ou iodo povidine. Aplique pomada antibiótica.
pequenos vasos que irrigam a pele são rompidos e a perda de sangue - Se um vaso sanguíneo for atingido, o sangramento não irá parar facil-
é considerável, mas nunca fatal. Um exemplo é o sangramento causa- mente. Mantenha a pressão sobre a região até chegar ao veterinário.
do por escoriação, pequeno corte ou outro ferimento na pele. Se um - Nas patas e cauda, você pode aplicar
vaso sanguíneo for rompido (veia ou artéria), a hemorragia pode ser um torniquete se o sangramento for se-
grave e deve ser estancada imediatamente. Os vasos atingidos mais vero. Com um pedaço de faixa crepe ou
facilmente localizam-se nas patas, cauda, orelhas e pescoço. cadarço de sapato, amarre o membro um
pouco acima da região do sangramento
A hemorragia grave pode ser fatal, por isso, ela precisa ser inter- (fig. 3). Afrouxe a cada 5 minutos e de- fig.3
rompida o mais depressa possível e o volume de líquido perdido pois volte a apertar.
pelo organismo, reposto.
Após a queda de um lugar muito alto, pancada no abdômen ou tórax, • O que fazer:
atropelamento ou outro acidente, o animal poderá perder sangue re- - Caso haja um acidente, atropelamento ou queda, meça a tempe-
sultado do rompimento de um órgão ou vaso sanguíneo. ratura retal do animal com o termômetro (cap. 1). Repita a cada 30
Os sinais que podemos notar no caso de hemorragia interna minutos e observe se ela está caindo.
são: queda de temperatura, palidez nas mucosas (gengivas e - Se o animal estiver agressivo, coloque a focinheira ou faça uma
parte interna das pálpebras) e fraqueza. Pode haver perda de
mordaça com um pedaço de faixa crepe ou cadarço de sapato
consciência e dor abdominal.
antes de qualquer procedimento (cap. 3).
A temperatura dos cães e gatos varia de 38ºC a 39ºC. No caso de hipo-
- Manipule o cão/gato com cuidado, evitando movimentos bruscos.
termia (temperatura baixa), os valores serão inferiores a 37ºC (cap. 1).
- Se a temperatura estiver baixa (inferior a 37,5º C) ou começar a
O aparecimento de sangue na urina, fezes ou vômito, não significa
diminuir, enrole o animal num cobertor e coloque uma fonte
hemorragia interna. Quando ele aparece em pequenas quantidades
ou com aspecto de rajadas, a causa da perda de sangue precisa ser de calor próxima a ele. Use bolsa térmica aquecida ou improvise
investigada, mas não deve causar desespero. enchendo uma garrafa com água quente.
• JARARACA
• CORAL
Responsável pela maioria dos acidentes com cobras no Brasil. Exis-
Responsáveis por menos de 0,4% dos acidentes. É difícil diferenciar
tem várias espécies que vivem em ambientes diferentes em todas as
as corais verdadeiras das falsas, não venenosas. Vivem escondidas
regiões do Brasil. Alcançam, no máximo, 2 metros de comprimento.
em tocas e aparecem em inundações. O veneno é muito potente e
- Sintomas do envenenamento: dor, inchaço muito evidente, man- pode matar em minutos.
chas arroxeadas na pele ou dentro da boca e sangramento. Pode
- Sintomas do envenenamento: sinais neurológicos como dificul-
aparecer sangue na urina.
dade para abrir os olhos, falta de ar, dificuldade de engolir, insufi-
- Complicações: gangrena, descolamentos da pele, bolhas ou abs- ciência respiratória aguda.
cesso no local da picada; insuficiência renal aguda.
Para saber mais sobre acidentes com cobras, visite o site do
Instituto Butantã: www.butantan.gov.br
Informe-se com o veterinário para que ele oriente você como aplicar
o soro em caso de emergência.
DICA:
Soro antiofídico polivalente (contra ja-
raracas, surucucus e cascavéis) – uso
veterinário: 0800 4007997
Vômitos e Diarreia Além disso, o organismo perde muito ácido. O animal torna-se fraco e
apático, pois seu organismo está desequilibrado.
- Tosse severa: o esforço constante em tossir pode causar vômitos. Diarreia é a perda de líquido através das fezes, que se tornam pasto-
sas ou aquosas. Se for muito intensa (líquida e em grande quantidade),
O vômito pode ser atribuído a inúmeras causas. Não podemos deter-
a diarreia causa desidratação severa rapidamente.
minar a doença se apenas esse sinal clínico estiver presente.
Mesmo que o animal continue bebendo água, a perda de líquido atra-
O conteúdo do vômito tem aspecto espumoso e incolor. É constituído
vés da diarreia é muito maior do que a reposição. Isso resulta em de-
por suco gástrico, com ou sem restos alimentares. Pode apresentar
sidratação leve, moderada ou grave. Ocorre desequilíbrio, pois o orga-
coloração amarelada por refluxo de bílis.
nismo torna-se alcalino. O animal fica apático, fraco e pode apresentar
O animal que vomita excessivamente corre risco de desidratação, pois tremores pela dor abdominal ocasionada por cólicas (fortes contrações
ele não absorve os líquidos necessários para manter-se hidratado. intestinais para expulsar as fezes).
• O que fazer:
- Verifique se o animal está de-
DICA: sidratado: puxe a pele na lateral
do corpo (cap. 1). Se a pele de-
Quando o animal vomita alimentos e
morar a voltar, há desidratação.
água, suspenda os dois. Se ele tiver mui-
Se a pele não voltar, a situação
ta sede, coloque uma pedra de gelo para
é grave e o animal corre risco de
ele lamber e se acalmar.
entrar em choque (cap. 5). Leve-o ao veterinário imediatamente.
- No caso de vômitos e diarreia, a primeira coisa a fazer é retirar a
comida. Jejum de 12 a 24 hs se faz necessário para a recupera-
ção do estômago e intestino.
- Caso o animal beba água e vomite, retire os líquidos também. En-
quanto estiver comendo e bebendo, ele continuará a ter vômito e
diarreia. A perda de líquidos irá se agravar.
- Hidrate-o: ofereça pequenas quantidades de soro caseiro várias
vezes ao dia. Use uma seringa para fazer com que o animal beba.
Se o soro provocar vômitos, suspenda-o.
A hidratação por via oral não é eficaz no caso de desidratação
grave. Use-a apenas se não conseguir encontrar um veterinário.
Soro caseiro:
200ml de água fervida ou filtrada (1 copo)
1 colher de sobremesa de açúcar
1 pitada de sal
Animais idosos, cardíacos ou com problemas circulatórios podem apre- - Afrouxe coleira ou enforcador e certifique-se que não haja
sentar desmaios após situações de extrema excitação ou estresse. nada obstruindo a garganta.
Problemas durante o parto - O feto é expulso aos poucos. A cabeça pode aparecer primeiro, ou as
patas traseiras. Essas duas apresentações são normais.
DICA:
Na última semana de gestação prepare um
lugar tranquilo e coloque lá a cama da fê-
mea para que ela se acostume com o local.
• O que fazer: - A fêmea pariu o filhote, mas não liga para ele ou tenta atacá-lo:
- Eclâmpsia é a situação mais grave para a fêmea. Ela começa a Se a fêmea não rasgar a bolsa que envolve o feto, pegue um pano
tremer e fica muito ofegante. Tenta andar, mas parece desorien- limpo ou toalha e faça você mesmo:
tada. Isso ocorre por falta de cálcio no organismo. O útero não
se contrai para expulsar os fetos, os músculos enfraquecem e 1. Coloque as luvas e rasgue a bolsa que envolve o feto.
pode ocorrer parada cardíaca.
2. Posicione o filhote de ca-
Leve a fêmea imediatamente para uma clínica, pois ela preci- beça para baixo e enxugue
sará de cálcio endovenoso. A eclâmpsia também pode ocorrer o focinho para retirar líqui-
durante a fase de amamentação dos filhotes. Pode ser evitada dos que ele possa ter aspira-
com a administração cálcio a partir de 15 dias antes do parto do. Pegue uma seringa sem
agulha e com ela tente aspi-
até o desmame dos filhotes.
rar a secreção das narinas
- Não há contrações e a temperatura da cadela baixou há do recém-nascido.
mais de 24 hs: apalpe levemente o abdômen da fêmea e cer-
3. Assim que o filhote começar a respirar, seque o corpo com vigor
tifique-se de que os fetos estejam vivos e se mexendo. Caso
para ativar a circulação. Ele não precisa “chorar”, mas você deve
não seja evidenciado movimento algum, leve a fêmea rapida-
ter certeza de que esteja respirando sozinho e se movimentando.
mente ao veterinário. Se os fetos estiverem vivos, ligue para o
veterinário e deixe-o de prontidão. 4. Abra a boca do filhote e abaixe sua língua, se ele não es-
tiver respirando. Sopre em seu interior, mas sem exagero.
- As contrações começaram há 30 minutos, mas o filhote não apa- Continue massageando o filhote, secando o focinho e enxugan-
rece ou não consegue sair: o feto pode ser grande demais, pode do o líquido que dele sair. Sopre mais vezes, se necessário.
não haver dilatação suficiente ou o filhote estar na posição errada.
5. Corte o cordão umbilical a 10 cm de distância do filhote.
Não tente retirá-lo à força, é melhor levar a fêmea ao veterinário. Só será necessário amarrar o cordão se ele estiver san-
Poderá ser necessária cirurgia cesariana.
É importante ter cuidado com os animais epiléticos, pois durante - Pressione o tórax do animal, próximo às costelas, para
um ataque eles podem cair na piscina e se afogar. bombear a água para fora do pulmão.
Outras partes do corpo podem ser atingidas, porém, isso é bem - Pode haver infecção, por isso o profissional indicará tratamento
menos comum. com antibiótico, se achar conveniente.
Note que o ouriço não lança os espinhos, o cão é quem o ataca e - Prenda seu cão nas noites seguintes, pois o ouriço tem hábitos
acaba se machucando. O número e tamanho dos espinhos fixados noturnos e seu animal poderá atacá-lo novamente.
podem ser assustadores. Se o ouriço for adulto, eles podem che-
gar a medir quase dez centímetros.
Acudir um animal nessas condições é problemático, pois a retirada dos es-
pinhos é dolorosa e é necessária a sedação do para tratar a região da boca.
DICA:
Para evitar miíase, mantenha as moscas
longe. O lixo deve estar sempre tampado.
Não deixe fezes e urina do seu animal es-
palhadas pelo quintal.
Você vai precisar de: - Nódulos sob a pele com um orifício aberto são indicativos de ber-
ne. Cada abertura contém apenas uma larva.
Luva, pinça, gaze, faixa crepe, antisséptico, lanterna e repelente
contra moscas.
- Se não houver um veterinário por perto, tente retirá-lo aper-
tando a base do nódulo, como se tivesse espremendo a
O que fazer: pele. O berne irá projetar-se para fora do orifício.
- Se tiver dúvida, jogue um pouco de antisséptico no interior da le- - Caso o berne venha a romper-
são e observe. Caso haja larvas, elas irão se mover. se durante a remoção, não se
preocupe. Retire apenas o que
- Leve se animal ao veterinário para sedá-lo e remover as larvas. puder.
- Se o acesso ao veterinário não for possível imediatamente, tente - Aplique antisséptico no orifí-
retirar as larvas, uma a uma, com a pinça. Jogue-as num reci- cio e ele cicatrizará em dois
piente com água ou álcool. ou três dias.
- Limpe o local com antisséptico e aplique pomada antibiótica. - Se tiver à mão repelente contra moscas, aplique no local. Não
é preciso fazer curativo.
- Proteja a lesão com gaze e fixe-a com faixa crepe e esparadrapo.
- Inúmeros bernes podem estar espalhados pelo corpo do ani-
- Repita a operação no dia seguinte e procure uma clínica. mal, em locais dolorosos, como orelhas, pele que recobre o
pênis e cauda. Será muito difícil retirá-los sem a sedação, leve
- Consulte o veterinário para que ele recomende uma medica-
ção oral que acabe com as larvas que possam ter restado. seu animal ao veterinário.
Acrescente esse medicamento à caixa de primeiros socorros,
caso necessite numa emergência.
Por mais adestrado que seja o cão, ele não deve andar solto nas ruas. - Verifique se há batimentos cardíacos. Faça massagem cardí-
Use sempre uma guia, pois a reação do cachorro pode ser imprevisível aca se preciso (cap. 6).
ao ver uma cadela do outro lado da rua, um gato ou um desafeto canino. - Verifique se o animal respira. Faça respiração artificial, se
Gatos que vivem livres também estão sujeitos a se acidentar. necessário (cap. 7).
- Verifique se há hemorragias externas. Estanque-as se o san-
O atropelamento pode causar rompimento de órgãos como fígado, pul-
gramento for abundante (cap. 8).
mão, bexiga e baço, além de fraturas e lesões graves na coluna vertebral.
- Verifique a temperatura do animal com a mão ou usando ter-
Muitos casos de atropelamento, inclusive por motos e bicicletas, po-
mômetro, se tiver dúvida (cap. 1). Queda de temperatura pode
dem ser fatais pela hemorragia interna que causam.
significar hemorragia interna.
As quedas também acontecem, frequentemente de lajes altas onde - Trate o estado de choque, se houver – lembre-se que choque
o cão costuma ficar, ou sacadas. Ao latir para um estranho ou outro significa coração e respiração acelerada com temperatura baixa
animal, o cachorro pode sofrer uma queda grave. A queda de gatos da (cap. 5). Mantenha o animal aquecido.
janela de apartamentos é bastante comum. É importante ter redes de
- Observe se existem fraturas e imobilize o que for possível (cap. 20).
proteção em todas as janelas para evitar esse tipo de acidente.
- Faça uma maca usando toalha ou pedaço de pano. Transporte
Há animais que pulam a janela de automóveis em movimento. Por isso,
o animal com cuidado.
todo cão deve ser transportado em caixas próprias para animais. Ou
então, presos pela guia no cinto de segurança do veículo. - Se o animal estiver feroz, tente colocar a focinheira ou faça uma
mordaça com a faixa crepe, pedaço de pano ou até o cadarço do
sapato (cap. 3). Em gatos, jogue uma toalha ou pano grosso sobre
DICA: o animal para que ele se acalme.
Existem cintos de segurança próprios - Encaminhe o animal para uma clínica que tenha condições de
para animais que evitam acidentes. atender a emergências graves.
- Se o cão abocanhou um sapo, lave a boca do animal com bas- Somente em situações extremas, quando é impossível levar o animal
tante água. Ele irá salivar (babar) por algum tempo. Caso o cachor- a uma clínica, você deve tratá-lo em casa.
ro apresente incoordenação ou fraqueza, leve-o ao veterinário.
SEMPRE leve seu animal ao veterinário em caso de intoxicação!
SEU ANIMAL INALOU UM TÓXICO:
IMPORTANTE:
Agentes tóxicos podem causar vômito e diarreia por alguns dias. Se
isso ocorrer, o animal não deve se alimentar e precisará de soro para
não desidratar rapidamente.
Você pode tentar dar soro por via orar em pequenas quantidades, vá-
rias vezes ao dia, através da seringa. Porém, se o vômito persistir, o
soro só poderá ser administrado por via injetável (cap. 14).
Choque pelo calor (intermação) O que fazer no caso de CHOQUE PELO CALOR (intermação)?
Você vai precisar de:
Gelo, toalha e cobertor.
Cães e gatos não possuem glândulas de suor, portanto,
não conseguem suar para diminuir a temperatura do • O que fazer:
organismo, como nós humanos fazemos. - Observe os sinais vitais: temperatura, batimentos cardíacos e
frequência respiratória.
Quando o animal precisa de atendimento - Tosse semelhante a um engasgo após exercício físico ou ex-
citação: cães e gatos podem ter alteração cardíaca importante.
veterinário urgente?
- Abdômen muito dilatado: se o cão apareceu subitamente com o
abdômen imenso, pode ter ocorrido torção no estômago. É comum
Existem situações que não são consideradas emergências, em raças grandes que comem apenas uma vez ao dia. O cão pre-
mas é preciso levar o animal o quanto antes para ser cisa ser levado ao veterinário imediatamente.
examinado pelo veterinário. - Corrimento ocular e nasal: se esses dois sinais estiverem
presentes, há suspeita de cinomose, uma doença viral grave
que deve ser tratada o quanto antes. Em gatos, pode tratar-se
As situações abaixo necessitam de observação e atendimento de urgência:
do vírus da rinotraqueíte.
- Corrimentos vaginais: 30 dias após o cio a cadela pode apresen-
Esteja sempre atendo para esses e qualquer outro sintoma anormal
tar ou não corrimento vaginal espesso. A fêmea não come, vomita,
que seu cão possa apresentar. Quando se diagnostica e trata qualquer
tem febre e bebe muita água. Estes são sinais de infecção uterina
doença no início, a chance de recuperação é sempre maior.
grave (piometra). Os mesmos sinais aparecem nas gatas.
82 Guia de primeiros socorros Capítulo 28 – Quando o animal precisa de atendimento veterinário urgente? 83
A autora
Silvia Parisi é médica veterinária formada pela
Universidade Federal de Uberlândia em 1987.
www.webanimal.com.br
A autora 85