Apostila de Introdução Ao Turismo 2019

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SELMA AULO DE AZEVEDO

INTRODUÇÃO AO TURISMO

RIO DE JANEIRO
UNIDADE I

O PROFISSIONAL TURISMÓLOGO
As melhores perspectivas vêm do crescimento do turismo interno. Entre
2005 e 2013, o número de viagens realizadas no país subiu de 139 milhões
para perto de 202 milhões. Os segmentos de turismo de intercâmbio e
eventos estão em alta. Também oferecem boas perspectivas os clubes
recreativos, onde o turismólogo é responsável pelo planejamento e gestão
da política de lazer, e a área de transportes turísticos (rodoviário,
ferroviário, aquaviário e aéreo). 'Nas transportadoras, o profissional atua
principalmente na gestão dos terminais voltados aos visitantes.
Parques nacionais e unidades de conservação cada vez mais demandam o
trabalho do profissional de turismo. Com o reconhecimento da profissão
em 2012, começam a ser oferecidas vagas em concursos públicos, que
buscam o bacharel para atuar em secretarias municipais ou estaduais e no
assessoramento a políticas públicas de incremento do turismo regional.
Também há espaço para empreendedorismo, e o número de consultorias
tem aumentado. O desafio do setor é melhorar a remuneração dos
profissionais. Em 2015, o Rio de Janeiro estabeleceu um piso salarial
estadual para turismólogos, de R$ 2.432, 72. No início da carreira, o
tecnólogo leva vantagem sobre o bacharel, devido à formação mais prática.
No entanto, a diferença salarial entre bacharéis e tecnólogos fica entre 20%
e 30%.

Agência de viagens
Organizar roteiros turísticos e ecoturisticos e apresentá-los aos clientes,
informando-os sobre meios de transporte, opções de hospedagem e atrações
dos locais que serão visitados. Emitir passagens, reservar vaga em hotéis,
restaurantes e espetáculos.
Alimentos e bebidas
Atuar em restaurantes, casas noturnas e hotéis na coordenação e
operacionalização da área.
Ecoturismo
Organizar roteiros ecológicos.
Eventos
Organizar, desenvolver e apresentar eventos tanto de negócios quanto de
entretenimento.
Hotelaria
Administrar hotéis e supervisionar os serviços oferecidos aos hóspedes.
Negociar com fornecedores de mantimentos. Auxiliar no planejamento da
montagem e na organização de novos empreendimentos hoteleiros.
Marketing
Desenvolver análises de mercado, buscando estratégias para satisfazer as
necessidades dos clientes, mantê-los féis e captar novos. Criar projetos de
divulgação de um município, um estado, uma região, uma propriedade ou
um produto, de modo a atrair visitantes e investimentos.
Planejamento
Identificar o potencial turístico e elaborar estratégias de exploração nesse
segmento em um município, estado ou região. Analisar o impacto do
turismo sobre o meio ambiente e a cultura local, estimular a preservação
ambiental e o desenvolvimento sustentável da atividade.
Transporte
Atuar na coordenação e supervisão de serviços de empresas aéreas,
marítimas, rodoviárias e ferroviárias.
Turismo de negócios
Organizar viagens e eventos para profissionais, como congressos, feiras e
convenções.
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.591, DE 18 DE JANEIRO DE 2012.

Reconhece a profissão de Turismólogo e


 
disciplina o seu exercício. 

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei: 

Art. 1o  (VETADO). 

Art. 2o  Consideram-se atividades do Turismólogo: 

I - planejar, organizar, dirigir, controlar, gerir e operacionalizar instituições e


estabelecimentos ligados ao turismo; 

II - coordenar e orientar trabalhos de seleção e classificação de locais e áreas de


interesse turístico, visando ao adequado aproveitamento dos recursos naturais e culturais,
de acordo com sua natureza geográfica, histórica, artística e cultural, bem como realizar
estudos de viabilidade econômica ou técnica; 

III - atuar como responsável técnico em empreendimentos que tenham o turismo e o


lazer como seu objetivo social ou estatutário; 

IV - diagnosticar as potencialidades e as deficiências para o desenvolvimento do


turismo nos Municípios, regiões e Estados da Federação; 

V - formular e implantar prognósticos e proposições para o desenvolvimento do


turismo nos Municípios, regiões e Estados da Federação; 

VI - criar e implantar roteiros e rotas turísticas; 

VII - desenvolver e comercializar novos produtos turísticos; 

VIII - analisar estudos relativos a levantamentos socioeconômicos e culturais, na área


de turismo ou em outras áreas que tenham influência sobre as atividades e serviços de
turismo; 

IX - pesquisar, sistematizar, atualizar e divulgar informações sobre a demanda


turística; 

X - coordenar, orientar e elaborar planos e projetos de marketing turístico; 

XI - identificar, desenvolver e operacionalizar formas de divulgação dos produtos


turísticos existentes; 

XII - formular programas e projetos que viabilizem a permanência de turistas nos


centros receptivos; 

XIII - organizar eventos de âmbito público e privado, em diferentes escalas e


tipologias; 
XIV - planejar, organizar, controlar, implantar, gerir e operacionalizar empresas
turísticas de todas as esferas, em conjunto com outros profissionais afins, como agências de
viagens e turismo, transportadoras e terminais turísticos, organizadoras de eventos, serviços
de animação, parques temáticos, hotelaria e demais empreendimentos do setor;  

XV - planejar, organizar e aplicar programas de qualidade dos produtos e


empreendimentos turísticos, conforme normas estabelecidas pelos órgãos competentes; 

XVI - emitir laudos e pareceres técnicos referentes à capacitação ou não de locais e


estabelecimentos voltados ao atendimento do turismo receptivo, conforme normas
estabelecidas pelos órgãos competentes; 

XVII - lecionar em estabelecimentos de ensino técnico ou superior; 

XVIII - coordenar e orientar levantamentos, estudos e pesquisas relativamente a


instituições, empresas e estabelecimentos privados que atendam ao setor turístico. 

Art. 3o  (VETADO). 

Art. 4o  (VETADO). 

Art. 5o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília,  18  de janeiro de 2012; 191o da Independência e 124o da República. 

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Paulo Roberto dos Santos Pinto
Gastão Vieira
Luís Inácio Lucena Adams

 (Publicada no Diário Oficial de 19 de janeiro de 2012, Seção 1)

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RAZÃO DOS VETOS 

 MENSAGEM Nº 10, DE 18 DE JANEIRO DE 2012.

Senhor Presidente do Senado Federal,

Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1o do art. 66 da Constituição, decidi


vetar parcialmente, por inconstitucionalidade, o Projeto de Lei no 290, de 2001 (no 6.906/02
na Câmara dos Deputados), que “Reconhece a profissão de Turismólogo e disciplina o seu
exercício”.

Ouvidos, os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Justiça e a Advocacia-Geral da União


manifestaram-se pelo veto aos seguintes dispositivos:

Arts. 1o, 3o e 4o

“Art. 1o A profissão de Turismólogo será exercida:

I - pelos diplomados em curso superior de Bacharelado em Turismo, ou em Hotelaria,


ministrados por estabelecimentos de ensino superior, oficiais ou reconhecidos em todo o
território nacional;
II - pelos diplomados em curso similar ministrado por estabelecimentos equivalentes no
exterior, após a revalidação do diploma, de acordo com a legislação em vigor;

III - por aqueles que, embora não diplomados nos termos dos incisos I e II, venham
exercendo, até a data da publicação desta Lei, as atividades de Turismólogo, elencadas no
art. 2o, comprovada e ininterruptamente há, pelo menos, cinco anos.”

“Art. 3o O exercício da profissão de Turismólogo requer registro em órgão federal


competente mediante apresentação de:

I - documento comprobatório da conclusão dos cursos previstos nos incisos I e II do art. 1o,
ou comprovação do exercício das atividades de Turismólogo, previsto no inciso III do art. 1o;

II - Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), expedida pelo Ministério do Trabalho e


Emprego.”

“Art. 4o A comprovação do exercício da profissão de Turismólogo, de que trata o inciso III do


art. 1o, far-se-á no prazo de cento e oitenta dias, a contar da publicação desta Lei.”

Razão dos vetos

“A Constituição, em seu art. 5o, inciso XIII, assegura o livre exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, cabendo a imposição de restrições apenas quando houver a possibilidade
de ocorrer algum dano à sociedade.”

Essa, Senhor Presidente, a razão que me levou a vetar os dispositivos acima mencionados do
projeto em causa, a qual ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros do
Congresso Nacional.

Este texto não substitui o publicado no DOU de 19.1.2012

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 LEI DO DIA NACIONAL DO BACHAREL EM TURISMO

 Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 10.457, DE 14 DE MAIO DE 2002.

Institui o Dia do Bacharel em Turismo.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

Art. 1o Fica instituído o "Dia do Bacharel em Turismo", a ser comemorado, anualmente, em


todo o território nacional, no dia 27 de setembro.

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 14 de maio de 2002; 181o da Independência e 114o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Paulo Renato Souza
Francisco Weffort
Caio Luiz de Carvalho
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 15.5.2002

PL 3629-A de autoria do Dep. Otávio Leite, altera o Dia Nacional do Bacharel em Turismo
para Dia Nacional do Turismólogo e Profissionais do Turismo, conforme proposta da ABBTUR.

http://www2.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=5E5599F38EAD
E1CDA76BD7D3927381E5.proposicoesWeb1?codteor=1215661&filename=Avulso+-
PL+3629/2012

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CÓDIGO ÉTICO MUNDIAL PARA EL TURISMO

Adoptado por la resolución A/RES/406(XIII) de la decimotercera Asamblea General de la


OMT (Santiago de Chile, 1 de octubre de 1999).

http://dtxtq4w60xqpw.cloudfront.net/sites/all/files/docpdf/gcetbrochureglobalcodees.pdf

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 LEI GERAL DO TURISMO

LEI Nº 11.771, DE 17 DE SETEMBRO DE 2008.

Dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no


planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico; revoga a Lei no 6.505, de 13
de dezembro de 1977, o Decreto-Lei no 2.294, de 21 de novembro de 1986, e dispositivos
da Lei no 8.181, de 28 de março de 1991; e dá outras providências.

Em setembro de 2008, presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou a Lei nº 11.771/08 - a
Lei Geral do Turismo (LGT).
A LGT reuniu várias normas relativas ao setor que se encontravam dispersas dentro da
legislação brasileira, submetidas a interpretações diversas, e traçou os parâmetros para o
desenvolvimento do setor.

A regulamentação trouxe novidades como a instituição do Sistema Nacional de Turismo, a


obrigatoriedade do Cadastur e o estabelecimento de normas sobre a Política Nacional de
Turismo. Conheça a Lei Geral do Turismo n.º 11.771/08, de 17 de setembro de 2008.

Dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no


planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico; revoga a Lei no 6.505, de 13
de dezembro de 1977, o Decreto-Lei no 2.294, de 21 de novembro de 1986, e dispositivos
da Lei no 8.181, de 28 de março de 1991; e dá outras providências.

Conheça a Lei na íntegra no site da Presidência da República

 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11771.htm

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 LEI QUE ESTABELECE PISO SALARIAL PARA TURISMÓLOGOS, ALÉM DE OUTRAS
CATEGORIAS PROFISSIONAIS NO RIO DE JANEIRO

http://www.rj.gov.br/web/setrab/exibeconteudo?article-id=244747

Ver Art 1, VIII

 VIII - R$ 2.432,72 (dois mil, quatrocentos e trinta e dois reais e setenta e dois centavos) -
Para administradores de empresas; arquivistas de nível superior; advogados; contadores;
psicólogos; V E T A D O ; fonoaudiólogos; fisioterapeutas; terapeutas ocupacionais;
arquitetos; engenheiros; estatísticos; profissionais de educação física; sociólogo; assistentes
sociais; biólogos; nutricionistas; biomédicos; bibliotecários de nível superior; farmacêuticos;
enfermeiros; bombeiro civil mestre, formado em engenharia com especialização em
prevenção e combate a incêndio, turismólogo, secretários executivos bilíngües e
empregados em empresas prestadoras de serviços de brigada de incêndio (nível superior);

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PROJETO DE LEI 3629/2012 - Dep. Otávio Leite

Altera a Lei nº 10.457, de 14 de maio de 2002, substituindo a expressão "Dia do Bacharel


em Turismo" por "Dia Nacional do Turismólogo e dos Profissionais do Turismo".

http://www2.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=540209

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PROJETO DE LEI 4030/2008 - Dep. Otávio Leite - PSDB/RJ

Inclui os guias de turismo, as instituições de ensino universitário bem como os cursos


técnicos e de qualificação profissional em turismo, e os Turismólogos como prestadores de
serviços turísticos.

http://www2.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=410370

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PROJETO DE LEI 2478/2015 - Dep. Adalberto Cavalcanti -  PTB/PE

Altera o art. 2º da Lei nº 12.591, de 18 de janeiro de 2012, que "reconhece a profissão de


Turismólogo e disciplina o seu exercício", para dispor sobre a formação desse profissional.

http://www2.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1594768

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LEI QUE ESTABELECE O DIA NACIONAL DOS TRABALHADORES EM TURISMO E


HOSPITALIDADE  

LEI 12884 Institui o Dia Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12884.htm

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LEI QUE ESTABELECE PISO SALARIAL AOS TURISMÓLOGOS NO RIO DE JANEIRO

http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/9a8c63522249
e25083257fa2006043c8?OpenDocument

LEI Nº 7267 DE 26 DE ABRIL 2016.

INSTITUI PISOS SALARIAIS NO ÂMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PARA AS


CATEGORIAS PROFISSIONAIS QUE MENCIONA E ESTABELECE OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 


Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:

Art. 1º No Estado do Rio de Janeiro, o piso salarial dos empregados, integrantes das
categorias profissionais abaixo enunciadas, que não o tenham definido em lei federal,
convenção ou acordo coletivo de trabalho que o fixe a maior, será de:

I - R$ 1.052,34 (Um mil, cinquenta e dois reais e trinta e quatro centavos) - para os
trabalhadores agropecuários e florestais; empregados domésticos; serventes; trabalhadores
de serviços de conservação; manutenção; empresas comerciais; industriais; áreas verdes e
logradouros públicos, não especializados; contínuo e mensageiro; auxiliar de serviços gerais
e de escritório; auxiliares de garçom, barboy, lavadores e guardadores de carro e
trabalhadores de pet shops;

II - R$ 1.091,12 (Um mil, noventa e um reais e doze centavos) - para classificadores de


correspondências e carteiros; maqueiros; auxiliar de massagista; trabalhadores em serviços
administrativos; cozinheiros; operadores de caixa, inclusive de supermercados; lavadeiras e
tintureiros; barbeiros; cabeleireiros; manicures e pedicures; operadores de máquinas e
implementos de agricultura, pecuária e exploração florestal; trabalhadores de tratamento de
madeira, de fabricação de papel e papelão; fiandeiros; tecelões e tingidores; trabalhadores
de curtimento; trabalhadores de preparação de alimentos e bebidas; trabalhadores de
costura e estofadores; trabalhadores de fabricação de calçados e artefatos de couro;
vidreiros e ceramistas; confeccionadores de produtos de papel e papelão; dedetizadores;
pescadores; criadores de rãs; cuidadores de idosos, trabalhadores dos serviços de higiene e
saúde; trabalhadores de serviços de proteção e segurança; trabalhadores de serviços de
turismo e hospedagem; motoboys, esteticistas, maquiadores, depiladores, trabalhadores em
loterias e vendedores e comerciários; trabalhadores da construção civil; despachantes;
fiscais; cobradores de transporte coletivo (exceto cobradores de transporte ferroviário);
trabalhadores de minas e pedreiras; sondadores; pintores; cortadores; polidores e
gravadores de pedras; pedreiros; trabalhadores de fabricação de produtos de borracha e
plástico; cabineiros de elevador e garçons;

III - R$ 1.168,70 (Um mil, cento e sessenta e oito reais e setenta centavos) - para
administradores; capatazes de explorações agropecuárias, florestais; trabalhadores de
usinagem de metais; encanadores; soldadores; chapeadores; caldeireiros; montadores de
estruturas metálicas; trabalhadores de artes gráficas; condutores de veículos de transportes;
trabalhadores de confecção de instrumentos musicais, produtos de vime e similares;
trabalhadores de derivados de minerais não metálicos; trabalhadores de movimentação e
manipulação de mercadorias e materiais; operadores de máquinas da construção civil e
mineração; telegrafistas; barman; porteiros, porteiros noturnos e zeladores de edifícios e
condomínios; trabalhadores em podologia; atendentes de consultório, clínica médica e
serviço hospitalar; técnicos em reabilitação de dependentes químicos, trabalhadores de
serviços de contabilidade e caixas; operadores de máquinas de processamento automático
de dados; secretários; datilógrafos e estenógrafos; chefes de serviços de transportes e
comunicações; telefonistas e operadores de telefone e de telemarketing; teleatendentes;
teleoperadores nível 1 a 10; operadores de call center; atendentes de cadastro;
representantes de serviços empresariais; agentes de marketing; agentes de cobrança;
agentes de venda; atendentes de call center; auxiliares técnicos de telecom nível 1 a 3;
operadores de suporte CNS; representantes de serviços 103; atendentes de retenção;
operadores de atendimento nível 1 a 3; representantes de serviços; assistentes de serviços
nível 1 a 3; telemarketing ativos e receptivos; trabalhadores da rede de energia e
telecomunicações; supervisores de compras e de vendas; compradores; agentes técnicos de
venda e representantes comerciais; mordomos e governantas; trabalhadores de serventia e
comissários (nos serviços de transporte de passageiros); agentes de mestria; mestre;
contramestres; supervisor de produção e manutenção industrial; trabalhadores metalúrgicos
e siderúrgicos; operadores de instalações de processamento químico; trabalhadores de
tratamentos de fumo e de fabricação de charutos e cigarros; operadores de estação de rádio,
televisão e de equipamentos de sonorização e de projeção cinematográfica; operadores de
máquinas fixas e de equipamentos similares; sommeliers e maitres de hotel; músicos,
ajustadores mecânicos; montadores e mecânicos de máquinas, veículos e instrumentos de
precisão; eletricistas; eletrônicos; joalheiros e ourives; marceneiros e operadores de
máquinas de lavrar madeira; supervisores de produção e manutenção industrial; frentistas e
lubrificadores; bombeiros civis nível básico, combatente direto ou não do fogo; técnicos de
administração; técnicos de elevadores; técnicos estatísticos; terapeutas holísticos; doulas,
técnicos de imobilização ortopédica; agentes de transporte e trânsito; guardiões de piscina;
guias de turismo, práticos de farmácia; auxiliares de enfermagem, auxiliares ou assistentes
de biblioteca e empregados em empresas prestadoras de serviços de brigada de incêndio
(nível básico);

IV - R$ 1.415,98 (Um mil, quatrocentos e quinze reais e noventa e oito centavos) - para
trabalhadores de serviço de contabilidade de nível técnico; técnicos em enfermagem;
trabalhadores de nível técnico devidamente registrados nos conselhos de suas áreas;
técnicos de transações imobiliárias; técnicos em secretariado; técnicos em farmácia; técnicos
em laboratório; bombeiro civil líder, formado como técnico em prevenção e combate a
incêndio, em nível de ensino médio; técnicos em higiene dental, técnicos de biblioteca e
empregados em empresas prestadoras de serviços de brigada de incêndio (nível médio);

V - R$ 2.135,60 (Dois mil, cento e trinta e cinco reais e sessenta centavos) - para os
professores de Ensino Fundamental (1° ao 5° ano), com regime de 40 (quarenta) horas
semanais, técnicos de eletrônica, técnico de eletrotécnica e telecomunicações; técnicos em
mecatrônica; tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS; técnicos de
segurança do trabalho; motoristas de ambulância, técnico de instrumentalização cirúrgica e
taxistas profissionais reconhecidos pela Lei Federal nº 12.468, de 26 de agosto de 2011,
bem como, aqueles que se encontrem em contrato celebrado com empresas de locação de
veículos, excetuando-se os permissionários autônomos que possuem motorista auxiliar;

VI - R$ 2.684,99 (Dois mil, seiscentos e oitenta e quatro reais e noventa e nove centavos) -
para administradores de empresas; arquivistas de nível superior; advogados; contadores;
psicólogos; fonoaudiólogos; fisioterapeutas; terapeutas ocupacionais; arquitetos;
estatísticos; profissionais de educação física; sociólogo; assistentes sociais; biólogos;
nutricionistas; biomédicos; bibliotecários de nível superior; farmacêuticos; enfermeiros;
bombeiro civil mestre, formado em engenharia com especialização em prevenção e combate
a incêndio, turismólogo, secretários executivos e empregados em empresas prestadoras de
serviços de brigada de incêndio (nível superior);

§ 1º. O disposto no inciso III deste artigo aplica-se a telefonistas e operadores de telefone e
de telemarketing; teleoperadores nível 1 a 10; operadores de call center; atendentes de
cadastro; representantes de serviços empresariais; agentes de marketing; agentes de
cobrança; agentes de venda; atendentes de call center; auxiliares técnicos de telecom nível
1 a 3; operadores de suporte CNS; representantes de serviços 103; atendentes de retenção;
operadores de atendimento nível 1 a 3; representantes de serviços; assistentes de serviços
nível 1 a 3; telemarketing ativos e receptivos, cuja jornada de trabalho seja de 06 (seis)
horas diárias ou 180 (cento e oitenta) horas mensais.
§ 2º Ficam obrigados os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário à observação dos pisos
previstos nesta Lei em todos os editais de licitação para a contratação de empresa
prestadora de serviços, Organizações Sociais, e demais modalidades de terceirização de mão
de obra.”

Art. 2º O Estado enviará projeto de lei definindo os pisos salariais regionais no âmbito do
Estado do Rio de Janeiro até o dia 30 de dezembro do ano anterior.

Art. 3º Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário deverão observar os valores do Piso


Salarial Regional previsto em lei estadual em todos os editais de licitação para contratação
de empresa prestadora de serviço.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se também a toda a administração
indireta, inclusive às Organizações Sociais contratadas pelo poder público.

Art. 4º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, produzindo os seus efeitos a
partir de 1º de janeiro de 2016, revogadas as disposições da Lei nº 6.983, de 31 de março
de 2015.

Rio de Janeiro, em 26 de abril de 2016.

FRANCISCO DORNELLES 
Governador em exercício
 

1.HISTÓRIA DO TURISMO

1.1 ANTIGÜIDADE
Deslocamentos efetuados por homens livres, por vontade própria e com fins pacíficos.
- Fenícios (1.000 a C.): por serem de uma região inóspita para a agricultura, foram os
pioneiros no desenvolvimento do comércio internacional, como instrumento de
sobrevivência. Realizaram grandes viagens a China e Índia. Foi o primeiro povo a
desenvolver o conceito moderno de viagens.

1.2 MOTIVAÇÕES PARA VIAJAR


 Curiosidade  Impulsionadas pelo desejo de conhecer os costumes e instituições
de outros povos.
 Interesse Político  Viagens com objetivo de manter relações diplomáticas que
visavam entendimentos e identidade política.
 Interesse Comercial  Viagens com objetivos lucrativos.
 Exemplo: Árabes adquiriam produtos na China e vendiam no Egito e Itália.
 Sentimentos Religiosos
Exemplo: Chineses adeptos de Buda iam à Índia orar.

1.3 INÍCIO
 A Grécia antiga apresentou inúmeros pólos de atração, oferecendo várias formas de
lazer, tais como: atividades culturais e artísticas, cursos, conferência, festivais
públicos, competições esportivas e muitas outras solenidades, que constituíram
centros de grande interesse, justificando as viagens empreendidas.
776 a.C. a 393 (mil anos)
Jogos Olímpicos Gregos - atraíam gregos e romanos
Zeus - tomaria forma humana

 Século VI a C – surgem os primeiros albergues, operando de forma artesanal


(parte de residências ou mesmo quartos), para atender demanda de hospedagem,
em função do intercâmbio comercial entre as cidades européias da região
mediterrânea.

 Heródoto (484-406 a C.), um dos primeiros historiadores da humanidade, viajou


pela Fenícia, Egito, Grécia e mar Morto.

1.4 EXPANSÃO DO IMPÉRIO ROMANO


Marco do Turismo

ROMA
 construção de estradas em melhores condições – rede de estradas de aproximada-
mente 80.000 Km (Via Apia 312 a C. – Roma/Brindisi, Via Aurélia 144 a C. -
Roma/Marselha)
 construção de teatros, casas de diversões, circos e etc.
 calendário de festas, de acontecimentos sociais, esportivos e religiosos

 Os Romanos de classe alta saem para veranear. Nesse período eram usuais
viagens dos romanos para as cidades litorâneas para banhos medicinais. A
talassoterapia, portanto, data de cerca de quinhentos anos antes de Cristo. Foram
os primeiros SPAS registrados na história da humanidade.
 Centro Turístico: Pompéia  tavernas, banhos públicos, salas de dados (atuais
cassinos), espetáculos na sua arena com capacidade para 20.000 espectadores,
vários bordéis e dois teatros.
 Hostellum  espécie de palacetes em que rei e nobres se hospedavam em suas
viagens.

ALEXANDRIA (séc. III a C.)


 era um centro cultural e comercial de grande porte (mais de 500 mil habitantes)
que possuía nos seus arredores centros de lazer para atender às necessidades de
evasão dos seus cidadãos.
 Pausamias em 170 d.C. publicou o primeiro guia turístico – “Itinerário da Grécia”,
repleto de informações sobre locais a serem visitados, os caminhos a serem
seguidos e várias sugestões e conselhos.

QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO


Ruptura do fenômeno, devido a falta de segurança.

SÉC. X / SÉC. XI
Ressurgimento:
 Antigos núcleos comerciais (Veneza)
 Centros culturais tradicionais: Roma, Paris, Bolonha, Coimbra. Iniciou-se o
intercâmbio de professores e alunos entre as universidades européias.
 Cruzadas  organizadas para recuperar o Santo Sepulcro e expulsar os turcos
otomanos da terra santa, colocaram nos caminhos da Europa muitos viajantes,
entre peregrinos, soldados e mercadores, que se hospedavam gratuitamente em
abadias/conventos, propiciando também, a transformação das pousadas (antes
caridosas) em atividades lucrativas.

SÉC. XII / SÉC. XIII


 Benjamin de Tudela, judeu residente em Zargoza, em 1160, viajou através da
Europa, Pérsia e Índia.
 Marco Pólo (1271), veneziano, visitou o extremo oriente – longa permanência na
Mongólia e China.

FINAL DA IDADE MÉDIA


 Estalagens  com o crescimento das cidades e o início da Revolução Mercantil,
houve grande desenvolvimento das estalagens, que passaram a oferecer, além dos
serviços de alojamento, refeições e vinhos, cocheiras e alimentação para os cavalos,
troca de parelhas e serviços de manutenção e limpeza para as charretes ou outro
tipo de veículo.
 1407  foi criada a primeira lei para registro de hóspedes na França, buscando
aumentar a segurança nas hospedarias.

1. 5 RENASCIMENTO / GRANDES NAVEGAÇÕES


Renascimento (volta ao humanismo) aonde são ressaltados os valores do homem,
consequentemente impulso às viagens individuais, realizadas por curiosidade com o
fim de instrução e por custo próprio.

O Renascimento promoveu o retorno a curiosidade e ao gosto pelo conhecer.


Expandiram-se, igualmente, as viagens da aristocracia, motivadas pela demonstração
do novo status e poder econômico, muitos jovens da nobreza e da classe média
inglesa começaram a realizar viagens denominadas GRAND TOUR, a fim de
complementarem seus conhecimentos e ganharem experiência profissional. Essas
viagens foram consideradas manifestações nas quais se estabeleceram as bases do
turismo moderno.

Havia muitas discussões entre os filósofos, porque alguns diziam que as viagens não
educavam, só traziam vícios. Os defensores das viagens entendiam que as escolas
jamais conseguiriam o mesmo resultado pedagógico permitido pela observação direta
dos usos e costumes, da política, do governo, da religião, da arte de outras nações.
Eles entendiam que os jovens voltariam enriquecidos para exercer cargos políticos e
que poderiam transformar a Inglaterra, país conhecido como terra do comércio, em
terra das artes e das letras.
 1552/França  publicação do guia de estradas, de autoria de Charles Estienne,
intitulado “O guia fiel dos estrangeiros em viagem pela França para considerar as
belezas, para aprender a língua e fazer seus exercícios”;
 1561/França  regulamenta as tarifas das pousadas;
 1612/Inglaterra  Francis Bacon escreve o guia “Of Travel”, publicação com o
objetivo de orientar os turistas;
 1638/Veneza-Itália  regulamenta-se os jogos dos cassinos;
 As cidades, a partir, do século XVII, passaram a se constituir num “atrativo
turístico”, devido: arquitetura, beleza natural, patrimônio cultural e centro de
negócios.

1.6 SÉCULO XVIII - FRANÇA


A França já tinha uma boa infra-estrutura, cerca de 40 mil km de estradas em boas
condições. As nobrezas inglesa e francesa “descobrem” os Alpes e Cote D’Azur -
viagens individuais para privilegiados.

1.7 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1750 A 1820)


 Inglaterra  as estalagens foram substituídas pelos Inns, que conquistaram a
reputação de serem os melhores hospedeiros daquela época. Tiveram seu
desenvolvimento em Londres e arredores, onde os innkeepers diversificaram e
valorizaram seus serviços, que passaram a ser vistos como alto padrão de limpeza e
excelente alimentação.
 desenvolvimento das ferrovias fez com que o movimento turístico assumisse novas
proporções.

1.8 SÉCULO XIX (O Turismo Moderno)


O surgimento do turismo na forma que o conhecemos hoje não foi um fato isolado; o
turismo sempre esteve ligado ao modo de produção e ao desenvolvimento tecnológico.

O modo de produção determina quem viaja, e o desenvolvimento tecnológico, como


fazê-lo.

Após o advento da Revolução Industrial, começaram as primeiras viagens organizadas


com a intervenção de um agente de viagens, iniciando assim, o turismo moderno.

1.9 1841 - INGLATERRA


Cidade Leicester
THOMAS COOK – um vendedor de bíblias, organizou uma viagem de trem para 570
passageiros entre as cidades de Leicester e Lougborouog, configurando a primeira
viagem agenciada. Em 1846, realizou uma viagem similar de Londres a Glasgow com
800 pessoas, utilizando os serviços de guias turísticos. Era o começo do turismo
coletivo, a “excursão organizada” que atualmente leva o nome de all inclusive tour,
package ou pacote.

 Viagem programada
 Benefícios das Viagens Coletivas
 Redução dos custos
- Transporte
- Hospedagem OPERAÇÃO
- Alimentação
1858 - Thomas Cook funda a agência THOMAS COOK & SON
Filial no Brasil - Carlson Wagons Lits Turismo

1841 - EUA
Henry Wells funda uma Transportadora de Carga se associando mais tarde a John
Fargo, fundando assim, a WELLS FARGO (Diligências para o Oeste).
Com a necessidade de transportar dinheiro, eles fundaram uma CASA BANCÁRIA em
1850, gerando mais tarde a AMERICAN EXPRESS COMPANY (Agência).

1840 - PORTUGAL
Cidade do Porto
JOÃO ABREU (Profissão Armador) - responsável pela venda de passagens para os
portugueses que queriam imigrar para o Brasil e também obtinha e legalizava
documentos necessários para esta vinda.

PARÂMETRO
 THOMAS COOK inicia pela OPERAÇÃO.
 HENRY WELLS e JOHN FARGO pela TRANSPORTADORA.
 JOÃO ABREU pela AGÊNCIA DE VIAGENS

1870 - FRANÇA
Paris
CESAR RITZ – suíço, filho de camponeses, construiu em 1870 o primeiro
estabelecimento hoteleiro em Paris, considerado um marco inicial da hotelaria
planejada. As inovações foram o banheiro privativo em cada quarto e a uniformização
dos empregados.

O turismo do século XIX esteve marcado pelo trem no turismo doméstico, e pelo navio
no turismo internacional. A sociedade toda esteve marcada pelas conseqüências desta
melhoria nos transportes nas áreas de comércio, indústria, serviços e na realocação de
mão-de-obra. As pessoas deixaram de trabalhar na terra e passaram a fazê-lo nas
indústrias de manufatura, depois nos transportes, especialmente na ferrovia e,
finalmente, no setor terciário ligado à navegação.

Surgiu uma classe média que passou a ter cada vez melhores salários, podendo pagar
entretenimentos como corrida de cavalos.
Outros fatores que contribuíram para o desenvolvimento do turismo no século XIX
foram: segurança, salubridade e alfabetização crescente. A segurança foi propiciada
pelo estabelecimento de polícia regular; a salubridade, pelo tratamento das águas e a
instalação de esgoto em várias cidades européias, diminuindo o risco de cólera e tifo.
O maior índice de alfabetização do povo levou à maior leitura dos jornais que,
informando, estimularam o desejo de viajar.

SÉCULO XX
O século XX vem encontrar o Fenômeno Turístico em pleno desenvolvimento,
movimentando grandes massas humanas. A modificação das estruturas econômicas e
sociais, provocada pela Revolução Industrial e meios de comunicação que atingiu os
transportes, o desenvolvimento das estradas e o conceito da prática do lazer em geral
fortaleceram, sobremodo, o setor turístico.
2. HISTÓRICO DO TURISMO NO BRASIL

2.1 No Brasil, o marco principal do início da atividade turística, nos moldes do século
presente, aconteceu em 1922 motivada pela festividade do Centenário da
Independência.
 no início do século XIX, a corte portuguesa se transfere para o Brasil e com isso há
um grande desenvolvimento urbano, notadamente no Rio de Janeiro. Cresce a
demanda por hospedagem na cidade em função da visita de diplomatas e de
comerciantes, iniciando-se assim, a hotelaria brasileira. Nesses período se
desenvolve Petrópolis como primeira estância climática brasileira, local escolhido
pela realeza para fugir do calor do Rio de Janeiro;
 na segunda metade do século XIX, principalmente pela ação do Visconde de Mauá,
se desenvolvem os transportes movidos a vapor. Em 1852 é fundada a Companhia
de Navegação a Vapor do Amazonas e em 1858 é inaugurado o primeiro trecho
ferroviário no Rio de Janeiro. Essa evolução dos transportes, evidentemente,
propiciou um grande incremento de deslocamentos, notadamente de e para o Rio
de Janeiro;
 na metade do século XIX, existiam no Rio de Janeiro entre hotéis, hospedarias e
restaurantes cerca de 200 estabelecimentos;
 São Paulo  hotéis com algum padrão de qualidade em torno do ano de 1870;
 1885  inauguração do trem para subir ao Corcovado;
 1908  inauguração do Hotel Avenida no Rio de Janeiro, com 220 quartos, o maior
do Brasil, marcando o início da hotelaria moderna do país;
 1922  inauguração do Hotel Glória, com 180 apartamentos;
 1923  inauguração do Copacabana Palace e criação da Sociedade Brasileira de
Turismo (Touring Clube);
 1927  a empresa aérea Lufthansa cria no Brasil a Confor Syndicat que mais tarde
daria origem à VARIG. Esta empresa e posteriormente a Panair do Brasil dão
impulso para o turismo interno e externo;
 Década de 40  momento de grande desenvolvimento da hotelaria brasileira,
graças ao incentivo dos governos estaduais. Foram construídos os hotéis-cassinos:
Hotel Quitandinha em Petrópolis, Parque Balneário, em Santos; Grande Hotel de
Poços de Caldas; Grande Hotel Lambari; Grande Hotel Araxá e o Grande Hotel São
Pedro, em Águas de São Pedro. Todos marcaram época pelas suntuosas edificações
e pela animação;
 1968  o governo brasileiro criou os primeiros instrumentos de regulamentação da
atividade com a criação do CNTUR – Conselho Nacional de Turismo, o FUNGETUR –
Fundo Geral de Turismo e a EMBRATUR – Empresa Brasileira de Turismo. Incentivo
a hotelaria 5* e cadeias hoteleiras nacionais (Rede Othon, Vila Rica e Luxor);
 1972  Rede Hilton inaugura o São Paulo Hilton, marcando a virada na
administração hoteleira profissional no Brasil.
PRINCIPAIS CAUSAS DA EXPANSÃO DO TURISMO

 Legislação Social que determina o tempo de trabalho, o repouso semanal e as férias


anuais remuneradas.

 Melhoria geral do nível de vida, maiores rendas individuais, possibilidades de


trabalho, principalmente nos países desenvolvidos. A valorização do produto do
Trabalho possibilitou às pessoas dar vazão à potencialidade de viajar, inerente a
cada ser humano.

 O desenvolvimento cultural despertou maiores necessidades e curiosidade pelas


viagens, que passaram a representar uma forma de aperfeiçoamento dos
conhecimentos e da formação humana.

 O crescimento demográfico, provocando maiores concentrações urbanas advindas


da industrialização e desenvolvimento, em busca do repouso, distração,
recuperação física e mental.

 Maiores facilidades alfandegárias, melhorando a circulação turística.

 O progresso dos transportes, em geral, representou o grande impulso nas


atividades turísticas - aéreo, terrestre, ferroviário e marítimo. Com o
desenvolvimento das estradas incrementou-se o transporte individual. O avião
encurtou as distâncias, desenvolvendo maior rapidez e maior capacidade de
transporte.

 A melhoria e aperfeiçoamento dos veículos de comercialização turística e o


fortalecimento de novos métodos de viagens organizadas minimizaram os custos e
ofereceram maior segurança aos viajantes.

 As medidas incentivadoras de alguns governos, dirigidas na captação de maiores


fluxos e no fomento e apoio para o desenvolvimento dos equipamentos de oferta,
contribuíram decisivamente para a expansão do setor.

Hoje, as viagens turísticas ocupam lugar de destaque nas relações econômicas, sociais
e políticas das sociedades. O turismo, sendo caracterizado por um tipo de serviço à
disposição dos homens da sociedade industrial moderna, passou a integrar a vida de
todas as nações e a contribuir de maneira significativa em todos os setores, tornando-
se imprescindível para as atividades econômicas do século XX.
Unidade II
CONCEITOS DE TURISMO
Conhecendo o Turismo

Turismo que negócio é este? Como podemos entender desta atividade para que
possamos desenvolver trabalhos nesta área?. Seguem aqui alguns conceitos básicos
desta atividade.

O Turismo somente começou a ser estudado e conceituado no inicio do século XX, na


Europa algumas escolas começaram a estudar esta atividade e desenvolveram alguns
conceitos, ate chegarmos a um conceito único e universal dado pela Organização
Mundial do Turismo (OMT).

“ Turismo- uma atividade econômica representada pelo conjunto de transações –


compra e venda de serviços turísticos – efetuadas entre os agentes econômicos do
turismo. É gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora
dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por qualquer motivo,
excetuando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local que visita
(EMBRATUR, 1992).

“ O Turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens


e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo
inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outros.” Organização Mundial
do Turismo– OMT- 1994.

Definição de turista

Na segunda metade do século XVIII, passou a ser normal os jovens aristocratas


ingleses fazerem uma viagem a que se chamou a Grand Tour, uma viagem de
aproximadamente 3 anos pelo continente europeu com fins educativos.
Desta viagem nasce o termo touriste designando as pessoas que faziam a Tour,
introduzido em França por Stendhal nas suas “Mèmoires d’un Touriste”.
Muitas outras línguas adoptaram posteriormente as palavras francesas tourisme e
touriste com o sentido restrito de viagem feita sem fim lucrativo, por distração,
repouso ou satisfação da curiosidade de conhecer outros locais e outras pessoas,
embora a viagem não fosse encarada como um mero capricho, mas antes uma forma
de aprendizagem ou um meio complementar de educação.
De acordo com o conteúdo inicial da expressão, os doentes de uma estancia termal, os
comerciantes que visitam uma feira ou uma exposição, ou os crentes que se deslocam
à Terra Santa, entre outros, não são turistas.
No entanto, todos eles ao deslocarem-se para fora da sua residência habitual utilizam
os mesmos meios, que aqueles que viajam por puro prazer. A única diferença existente
entre ambos é a motivação que originou a viagem, porém os efeitos sociais e
económicos são idênticos.
Existem quatro elementos que se têm de ter em conta naquela que é a definição
moderna do termo turista:
 Deslocação
 Residência
 Duração da permanência
 Remuneração

A definição de turista não tem sido tarefa fácil em virtude da dificuldade em enquadrar
no mesmo conceito realidades, por vezes, muito distintas mas com pontos comuns
inseparáveis e gerando fenómenos semelhantes, mas nem sempre produzindo
resultados iguais.
Definições de turistas
1937 – Comissão Económica da Sociedade das Nações (SDN) – necessidade de tornar
mais comparáveis as estatísticas internacionais e de encontrar variáveis semelhantes.
Turista – toda a pessoa que viaja por uma duração de 24 horas, ou mais, para um país
diferente do da sua residência.
Sendo imprecisa e não contemplando a remuneração a Comissão enumerou as
categorias de pessoas que deveriam ser consideradas turistas.
1950 – União Internacional dos Organismos Oficiais de Turismo (UIOOT), mais tarde
Organização Mundial de Turismo (OMT) – entende que não se justifica a exclusão dos
estudantes da definição anterior e passou a incluir no conceito de turista os
excursionistas.
1963 – Conferência das Nações Unidas sobre o Turismo e as Viagens Internacionais –
adotou, para fins estatísticos, a definição de visitante.
Visitante – toda a pessoa que se desloca a um país, diferente daquele onde tem a sua
residência habitual, desde que aí não exerça uma profissão remunerada.

Esta definição desdobra-se em turistas e excursionistas.


Turistas – os visitantes que permanecem pelo menos 24 horas no país visitado e
cujos motivos da viagem podem ser agrupados em: lazer e negócios, razões familiares,
missões, reuniões.
Excursionistas – visitantes temporários que permaneçam menos de 24 horas no país
visitado
Estas definições das nações Unidas são incompletas pois apenas contemplam o turismo
internacional.

1983 – Organização Mundial de Turismo – elabora definição de turismo nacional.

Visitante nacional – toda a pessoa, qualquer que seja a sua nacionalidade, que reside
num país e que se desloca a um lugar situado nesse país e cujo motivo principal da
visita é diferente do de aí exercer uma atividade remunerada.

Turistas nacionais – visitantes com uma permanência no local visitado, pelo menos
de 24 horas mas não superior a um ano e cujos motivos de viagem podem ser
agrupados em prazer, férias, desportos ou negócios, visita a parentes e amigos,
missão, reunião, conferência, saúde, estudos, religião.

Excursionistas nacionais – visitantes que permanecem no local visitado menos de


24 horas.
Atuais definições da ONU:
Visitante – é toda a pessoa que se desloca temporariamente para fora da sua
residência habitual, quer seja no seu próprio país ou no estrangeiro, por uma razão
que não seja a de aí exercer uma atividade remunerada.
Turista – é todo o visitante temporário que permanece no local visitado mais de 24
horas.
Excursionista – é todo o visitante temporário que permanece fora da sua residência
habitual menos de 24 horas.

CLASSIFICAÇÕES DE TURISMO

1. Segundo a origem dos visitantes


Turismo doméstico ou interno – que resulta das deslocações dos residentes de um
país, quer tenham a nacionalidade ou não desse país, viajando apenas dentro do
próprio país.
Turismo receptor (inbound tourism) – abrange as visitas a um país por não
residentes.
Turismo emissor (outboun tourism) – resulta das visitas de residentes de um país a
outro ou outros países.
Turismo interior – abrange o turismo realizado dentro das fronteiras de um país e
compreende o turismo doméstico e o receptor.
Turismo nacional – refere-se aos movimentos dos residentes de um dado país e
compreende o turismo doméstico e emissor.
Turismo internacional – abrange unicamente as deslocações que obrigam
atravessar uma fronteira, consiste no turismo receptor adicionado do emissor.

OFERTA TURÍSTICA

EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
ATRATIVOS TURÍSTICOS TURÍSTICOS
1. Meios de Hospedagem
1. Atrativos Naturais 2. Alimentação
2. Atrativos Históricos-Culturais 3. Agenciamento e Transportes
3. Manifestações e Usos 4. Instalações para Eventos
Tradicionais e Populares 5. Entretenimentos
4. Realizações Técnicas e 6. Outros Serviços
Científicas Contemporâneas
5. Eventos/Acontecimentos
Programados

INFRA-ESTRUTURA DE APOIO
TURÍSTICO
1. Informações Básicas do Município
SUPRA-ESTRUTURA TURÍSTICA 2. Sistemas de Transportes
1. Órgãos e entidades públicas 3. Sistemas de Comunicação
2. Associações de classe 4. Sistemas de Segurança
5. Sistemas Médico Hospitalar
3. Entidades civis - ONGs
6. Sistema Educacional

Atrativo Turístico

1. Definição

O conceito de atrativo turístico é bastante complexo, uma vez que a atratividade


exercida por certos elementos varia de forma acentuada conforme o perfil do turista. Os
atrativos, então, estão intimamente relacionados com as motivações de viagens dos
turistas e a avaliação que os mesmos fazem destes elementos.

O Prof. Mário Beni define atrativo turístico como “todo lugar, objeto ou acontecimento
de interesse turístico que motiva o deslocamento de grupos humanos para conhecê-
los”.

O atrativo turístico possui, em regra, tanto maior valor quanto mais acentuado e
desenvolvido for o seu caráter diferencial. Sabe-se que, normalmente, o turista procura
sempre conhecer aquilo que mostra-se diferente dos aspectos de sua vida cotidiana.
Assim, aquele atrativo que é único, sem outros semelhantes, certamente terá maior valor
para o turista.

2. Classificação

Para uma melhor sistematização e análise, os atrativos turísticos podem ser divididos
em cinco grandes grupos:

2.1. Naturais

São os elementos do espaço geográfico que constituem a paisagem. Incluem:

a) Relevo montanhoso: constituído por elevações que podem chegar ao limite


de 8.000 m de altitude. Compreende vários subtipos:

 Picos/cumes
 Serras
 Montes/morros/colinas

b) Planaltos e planícies: planaltos são regiões mais elevadas, delimitadas por


escarpas íngremes; planícies são áreas extensas e planas, podendo ser
costeiras (como no litoral brasileiro) ou continental (planície amazônica ou
do pantanal). Também podem envolver:

 Chapadas/tabuleiros
 Patamares
 Matacões/pedras
 Vales
 Rochedos

c) Litoral ou costa: consiste no domínio geomorfológico situado entre o mar e


o continente. Inclui as seguintes formações:

 Praias
 Restingas
 Mangues
 Baías/enseadas
 Sacos
 Cabos e pontas
 Falésias/barreiras
 Dunas

d) Terras insulares: correspondem aos territórios formados por ilhas.

 Ilhas
 Arquipélagos
 Recifes/atóis

e) Hidrografia: é o conjunto das águas correntes ou estáveis de uma região.


Compreende:

 Rios
 Lagos/lagoas/represas
 Praias fluviais/deltas

f) Pântanos: são regiões inundadas por águas estagnadas.

g) Quedas d’água: as cachoeiras são quedas verticais ou muito íngremes de


água no curso de um rio; as cataratas são grandes quedas d’água sobre um
precipício; e saltos e cascatas são quedas menores.

h) Fontes hidrominerais ou hidrotermais: são águas ricas em sais,


caracterizadas por suas propriedades terapêuticas ou de revigoramento,
podendo ser ferruginosas, magnesianas, sulfurosas e radioativas. São termais
as que apresentam a temperatura mais quente que a do ambiente.

i) Parques: são áreas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais


excepcionais, objeto de preservação permanente. Destinam-se a fins
científicos, culturais, educativos e recreativos.

j) Reservas de fauna e flora: são áreas delimitadas, nas quais existem


condições primitivas naturais da fauna e da flora, destinadas à realização de
pesquisas básicas aplicadas à ecologia, à proteção do ambiente natural e ao
desenvolvimento da educação conservacionista.

k) Grutas/cavernas: são cavidades de formas variadas que podem constituir,


muitas vezes, verdadeiros salões ou galerias.

l) Áreas de caça e pesca: são áreas destinadas à permissão temporária de caça


e pesca, determinadas por medidas legais para as diferentes regiões do país.

2.2. Histórico-culturais

São manifestações sustentadas por elementos materiais que se apresentam sob a forma
de bens móveis ou imóveis. Para os bens imóveis são considerados apenas aqueles ditos
fixos, ou seja, aqueles pertencentes ou não a coleções ou acervos, que estejam em
exposições permanentes no mesmo local.

a) Monumentos: são todas as obras – bens móveis e imóveis – produzidas pelo


homem ao longo de sua história, consideradas testemunhos culturais, e que
permitam a visitação pública e/ou sejam elementos componentes da
paisagem e do ambiente interno dos roteiros turísticos.

 Arquitetura civil: edificações públicas ou privadas, urbanas ou rurais,


com função de residência, ou para ensino e pesquisa, serviço e comércio.
Exemplos: paços municipais, casas de câmara e cadeia, casas de
alfândega, solares, mansões, palacetes, casas paroquiais, chafarizes,
fontes, asilos, etc.
 Arquitetura religiosa/funerária: são edificações construídas para
abrigar funções de cultos, atividades assistenciais de proteção, amparo,
arrimo, serviço médico e outros, e de homenagens fúnebres, como por
exemplo oratórios, capelas, abadias, igrejas, conventos, mosteiros,
mesquitas, sinagogas, mausoléus, cemitérios, etc.
 Arquitetura industrial/agrícola: são edificações especialmente
construídas para abrigar atividades industriais e/ou agrícolas, como por
exemplo engenhos, moinhos, usinas, alambiques, fábricas, etc.
 Arquitetura militar: são edificações construídas para suprir as funções
de defesa e proteção do território nacional. Exemplos: fortes, fortalezas,
quartéis.
 Ruínas: são remanescentes de antigas obras (de arquitetura ou escultura),
recuperáveis ou não, com interesse para visitação pública.
 Esculturas: obras de arte representadas pela matéria-prima trabalhada
em relevo ou em três dimensões.
 Pinturas: obras de arte realizadas em quadros, painéis ou outras
composições planas, tendo a cor como elemento básico, com a finalidade
de representar figuras ou formas abstratas.
 Existem outros bens móveis fixos (exceto pintura ou escultura) ou os
não-fixos, como jóias, objetos de porcelana, lustres, mobiliário, livros
raros, etc.

b) Sítios: são áreas consideradas como testemunho cultural do homem ao longo


de sua história, pela homogeneidade e interesse especialmente artístico,
histórico, científico e lendário, desde que permitam a visitação pública.

 Históricos: são áreas que, por motivos históricos e/ou artísticos, representam
importantes testemunhos para a cultura nacional, regional ou local.
 Científicos: são áreas que, por motivos científicos, representam importantes
testemunhos da atividade humana, prestando-se para pesquisas arqueológicas
e/ou paleontológicas.

c) Instituições culturais de estudo, pesquisa e lazer: são as instituições que,


de forma permanente, atuam conservando e apresentando coleções de
objetos de cunho cultural e/ou científico de qualquer área do conhecimento
ou atividade humana, com a finalidade de estudo, educação e satisfação, que
possibilitou a visitação pública, como por exemplo os museus. Dependendo
do caráter do seu acesso, podem ser históricos, científicos, artísticos ou
tecnológicos. Englobam:
 Bibliotecas
 Arquivos
 Institutos históricos e culturais
2.3. Manifestações e usos tradicionais e populares

São todas as práticas culturais que são tidas como específicas do próprio local ou da
região, ou ainda idênticas em nível nacional como: atividades cotidianas e festivas de
cunho sagrado ou profano, de caráter popular e folclórico, consideradas objeto de
apreciação e/ou participação turística.

a) Festas, comemorações e atividades: são as manifestações tradicionais e/ou


populares, que ocorrem em datas fixas ou móveis, caracterizadas por atos
e/ou comemorações religiosas, populares, folclóricas ou cívicas.

 Religiosas: são as cerimônias em datas litúrgicas, homenagens a santos,


novenas, trezenas, ladainhas, missas, romarias, procissões, jubileus e
outros. Incluem também as cerimônias de outros cultos, cristãos ou não.

 Populares e folclóricas: incluem as apresentações de música e dança, de


autos, peças e encenações, literatura (cordel e outros), e crenças e
crendices (mitos e lendas). Exemplos: capoeira, carimbó, boi-bumbá,
marujada, maracatu, maculelê, rodeios, folia-de-reis, mamulengo, samba-
de-roda, etc.

 Cívicas: são as cerimônias oficiais, como feriados nos âmbitos nacional,


estadual e municipal, as trocas de guarda e hasteamento de bandeira.
Exemplos: paradas e desfiles militares.

b) Gastronomia: é o conjunto de comidas e bebidas típicas e/ou tradicionais da


região, que se caracterizem por suas formas peculiares e/ou exóticas de
produção, apresentação ou degustação.

c) Artesanato: são objetos produzidos manualmente ou com máquinas


rudimentares, em pequena escala, por artistas populares de uma localidade.
As técnicas variam de acordo com a região e com a matéria-prima utilizada,
sendo as mais comuns: cerâmica, cestaria, madeira, tecelagem, bordados,
metal, pedras, rendas, couro, plumaria e, mais recentemente, a reciclagem de
lixo.

d) Feiras e mercados: são os locais de compra e venda de produtos


tradicionais da região, que podem estar instalados em locais fechados ou ao
ar livre, funcionando com freqüência diária ou semanal. Exemplos: Mercado
Modelo (Salvador), Feira de Caruaru (Pernambuco) e Mercado do Ver-o-
Peso (Belém).

2.4. Realizações Técnicas e Científicas

São obras e complexos científicos e/ou tecnológicos próprios para a exploração nas
áreas de mineração, agricultura, pecuária ou da indústria e outras instalações que, por
suas características de elaboração técnica, estimulam o seu aproveitamento como
recurso de atração turística, permitindo, pois, a visitação pública.
a) Exploração de minério: são locais de extração mineral (minas, jazidas e
outros) que, por seus métodos e técnicas, apresentem interesses e condições
para a visitação turística.
b) Exploração agrícola e/ou pastoril: áreas rurais, como fazendas, sítios ou
chácaras, públicas ou privadas, onde sejam desenvolvidas atividades e
pesquisas agrícolas e/ou pastoris com técnicas ou métodos que despertem
interesse e condições para a visitação turística. Podem ser:

 Fazendas-modelo: áreas de exploração agropecuária, normalmente


privadas, que empregam as técnicas mais modernas do setor e que sejam
passíveis de visitação pública.

 Estações experimentais: são áreas públicas nas quais o governo investe


em pesquisas agropecuárias visando a melhoria da produção e que
possam ser visitadas pelos turistas.

c) Exploração industrial: fábricas, indústrias ou complexos industriais que,


pela peculiaridade das técnicas utilizadas, ou dos seus produtos, despertem
interesse ou tenham condições para a visitação turística.

d) Obras de arte e técnicas: são obras de engenharia que, por sua


grandiosidade ou complexidade de execução e operação, despertem interesse
e tenham condições para a visitação turística, como grandes obras de
reurbanização (Aterro do Flamengo – RJ e Parque das Mangabeiras-MG) e
usinas hidrelétricas.

e) Centros científicos e técnicos: são instituições, públicas ou privadas, cuja


finalidade principal é o desenvolvimento de atividades de pesquisa e estudos
técnicos e científicos, e que permitam a visitação pública.

 Zoológicos/Aquários/Viveiros: instituições destinadas à conservação e


criação de animais e que permitam a visitação pública.

 Jardins botânicos e hortos: instituições destinadas à conservação e


multiplicação de espécimes vegetais, visando sua preservação e a visitação
pública.

 Planetários: são anfiteatros dotados de equipamentos que permitem


visualizações e simulações da situação e do movimento do sistema solar.

2.5. Acontecimentos Programados

São acontecimentos organizados visando o intercâmbio e à divulgação de matérias


científicas e técnicas, à comercialização de produtos, ao desenvolvimento e à prática de
atividades desportivas, culturais e até assistenciais, que atuam como estímulo para o
Turismo.

a) Congressos e convenções: são encontros de grupos profissionais dirigidos


principalmente à apresentação de proposições, discussão e solução de
problemas inerentes às suas áreas específicas de conhecimento e/ou trabalho,
e/ou organizações e sociedades. Exemplos: conferências, encontros,
jornadas, reuniões, seminários, simpósios, fóruns, painéis, mesas-redondas e
outros.

b) Feiras e exposições: são mostras que têm como principal motivo a


apresentação ou comercialização de produtos para o mercado interno ou
externo, abrangendo os setores econômicos da indústria, comércio,
agricultura, pecuária e tecnologia, entre outros. Os principais tipos são: feiras
e exposições comerciais e industriais (Salão do Automóvel, Feira de
Utilidades Domésticas – UD, Utilar-Modecor, Fenasoft), e feiras e
exposições agropecuárias (Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, Fenagro).

c) Realizações diversas:

 Desportivas: competições de diversas modalidades, organizadas em


nível local, regional, nacional ou internacional, dirigidas normalmente à
classificação e premiação. Exemplos: Grande Prêmio de Fórmula 1,
campeonatos nacionais de futebol, maratonas, Copa do Mundo,
Olimpíadas.

 Artísticas/Culturais: apresentações de variadas formas de expressões


culturais, organizadas para fins de estudo, informação cultural ou
recreação. Exemplos: concursos e apresentações de música e canto, artes
plásticas, gráficas, cinematográficas, danças clássica e moderna; cursos;
festivais de cinema e musicais; óperas.

 Sociais/Assistenciais: acontecimentos com caráter de lazer e


entretenimento – não necessariamente cultural – nos quais se enquadram
também os que têm fins beneficentes. Exemplos: leilões e bingos
beneficentes, Feiras das Nações, shows beneficentes e outros.

 Gastronômicas/Produtos: são acontecimentos organizados para a


degustação e/ou demonstração de hábitos culinários, produtos de uso ou
de cultivo local, que, além das apresentações, costumam incluir reuniões
e discussões.

 Festas Etno-culturais-religiosas: são eventos de colônias de imigrantes


e descendentes radicados em determinadas áreas, que buscam relembrar
e comemorar as datas dos padroeiros das cidades e regiões de origem.
Caracterizam-se pela ambientação típica, trajes folclóricos, gastronomia
típica, música, dança e gestual próprios. Exemplos: Festa de San
Gennaro, no bairro da Mooca em São Paulo, e Festa da Boa Morte em
Cachoeira-BA.

 Feiras de antiguidades e mercados de achados: são conhecidos


internacionalmente como “mercado das pulgas”; estes eventos são
realizados em, locais tradicionais como centros históricos e são muito
freqüentados por turistas estrangeiros que procuram objetos de arte e
utensílios de época.
ESTUDO DA DEMANDA TURÍSTICA

A demanda turística pode ser definida como a quantidade de bens


e serviços turísticos que os indivíduos desejam e são capazes de
consumir a um dado preço, em um determinado período de tempo.

O estudo da demanda turística deve estabelecer:


1. Perfil do turista/consumidor
2. Mercados emissores para a área em estudo
3. Tipo/modalidade de turismo a ser implantado e/ou incrementado
4. Quantificação dos fluxos existentes e/ou esperados e, a partir daí a
necessidade de aumento e/ou implantação de equipamentos e
serviços turísticos
5. Atrativos turísticos que deverão ser explorados e, de qual maneira.

ESTUDO DA DEMANDA TURÍSTICA

Fatores que Influenciam a Demanda

1. Preços dos produtos turísticos: quanto menor o


preço maior a demanda pelo produto.

2. Preços de outros produtos concorrentes com o


produto turístico.

3. Nível de renda do consumidor: quanto maior a


renda média do consumidor, maior será a
demanda por produtos turísticos.

4. Motivações/Gostos do consumidor (modismo).


Perfil Psicográfico do Consumidor do Produto turístico
Plog (1974)

Mesocêntricos

Semi-psicocêntrico Semi-alocêntrico

Psicocêntricos Alocêntricos

Alocêntricos → são os turistas motivados por áreas não turísticas, novas


experiências, destinos diferentes e alto nível de atividade no destino
escolhido.
Psicocêntricos → são os motivados por destinos que sejam familiares, com
um alto desenvolvimento de equipamentos turísticos e onde há pouca
atividade.
A maioria das pessoas pode ser classificada entre esses dois tipos, numa
categoria que Plog denomina mid-cêntricos.

FATORES DETERMINANTES DA DEMANDA

1. FATORES ECONÔMICOS
 Nível de renda disponível
De acordo com o aumento da renda há uma probabilidade do
aumento do consumo de produtos turísticos.
 Nível dos preços
O aumento dos preços em um determinado destino turístico implica
a diminuição de sua demanda, que tenderá a continuar gastando
com o turismo, mas em outro destino.
 Política fiscal e controle dos gastos de turismo
O aumento da pressão fiscal nos centros emissores provoca a
diminuição da renda disponível para viagens de turismo, produzindo
a diminuição da demanda por produtos turísticos.
 Financiamento
A possibilidade de financiar as viagens a longo prazo permite ao
viajante realizar mais gastos com o turismo e com maior freqüência.
 Taxas de Câmbio
Quando a moeda do centro emissor está fortalecida em relação ao
dólar, gera uma demanda deste para os centros receptores onde a
moeda local está enfraquecida em relação á moeda americana.
FATORES DETERMINANTES DA DEMANDA

2. FATORES SOCIOCUTURAIS DOS CONSUMIDORES

 Motivação
A decisão pelo consumo de um produto turístico é subjetiva do
ponto de vista do consumidor, estando diretamente
relacionada à:
 Sua atitude ao valorizar, positiva ou negativamente,
determinados fatores ou objetos
 Suas percepções
 Sua personalidade
 Suas experiências anteriores

O risco financeiro na compra de um produto turístico é alto,


pois o consumidor adquire um produto intangível, que está
distante do seu entorno habitual e que exige um certo
planejamento prévio para o consumo.

FATORES DETERMINANTES DA DEMANDA

2. FATORES SOCIOCUTURAIS DOS CONSUMIDORES

 Condicionantes socioculturais
 Faixa etária
 Profissão
 Tipo de ocupação / emprego
 Nível de escolaridade
 Status
 Tempo de lazer
 Costumes de épocas de viagens = sazonalidade
 Crenças ideológicas, religiosas ou políticas
 Fatores políticos
 Fatores demográficos
 Grau de urbanização das áreas emissoras
 Nível de desemprego
 Índice de natalidade
 Índice de envelhecimento
FATORES DETERMINANTES DA DEMANDA

3. FATORES ALEATÓRIOS / CONJUNTURAIS

 Crises políticas
 Guerras
 Cataclismos: terremotos, tsunamis, vulcões, etc.

Classiflcação da Demanda Turística Relacionada aos


Motivos Para Viajar

• Demanda efetiva ou atual → é o número de pessoas que


participam da atividade turística, ou seja, que efetivamente
viajam.

• Demanda não efetiva → é o setor da população que não viaja


por al­gum motivo.
• a demanda potencial → aqueles que viajarão quando obtiverem
algumas mudança pessoais (mais tempo livre, mais dinheiro, etc.)
• a demanda adiada → é o setor da população não pode viajar por
algum problema ou pela oferta (ativida­de terrorista num local,
falta de alojamento, etc.)
• a não demanda → caracterizada por pessoas adversas às
viagens, ou seja aquelas que não desejam viajar .
PRODUTO
 Algo que pode ser oferecido a um mercado com a finalidade de
chamar a atenção, seja admirando-o, utilizando-o ou consumindo-o,
com o objetivo de satisfazer um desejo ou uma necessidade (Kotler,
1988).

PRODUTO TURÍSTICO
Conjunto de bens e serviços que são utilizados para o consumo
turístico por determinados grupos de usuários (OMT, 2001, p. 290).

Conjunto de bens e serviços produzidos em diversas unidades


econômicas que sofre uma agregação no mercado ao serem postos em
destaque os atrativos turísticos (Beni, 2001. p.172).

 É a amálgama de elementos tangíveis e intangíveis, centralizados


numa atividade específica e numa determinada destinação, as
facilidades e as formas de acesso, das quais o turista compra a
combinação de atividades e arranjos (Medlik e Midleton).

ESTRUTURA DO PRODUTO TURÍSTICO

NÚCLEO DO PRODUTO
• Base do produto; é o serviço entendido como benefício principal, que
é expresso no produto para satisfazer às necessidades do segmento
alvo.
PRODUTO TANGÍVEL
• Produto físico ou serviço oferecido num determinado tempo e
a um determinado preço.
VALOR AGREGADO
• Serviços periféricos; elemento tangíveis e intangíveis
adicionados ao núcleo do produto, os quais irão compor o
diferencial do produto no mercado.
 bem de consumo abstrato; os consumidores
não podem vê-lo antes da compra, nem testá-lo
 coincidência espacial e temporal da venda e da
prestação do serviço turístico
 impossibilidade de estocagem
 concentração das atividades turísticas no tempo
e no espaço: sazonalidade
 instabilidade da demanda
 acentuada concorrência

Características:

 O produto turístico é sempre diferenciado, ou seja homogêneo, o


que é fundamental para entender a concorrência entre eles. Nem
sempre é o preço que decide se um produto será ou não
consumido.

 O número de empresas no mercado turístico é bastante elevado, o


que impede a constituição de um monopólio por parte da oferta.

 A demanda turística é bastante ampla, o que ajuda a controlar o


regime de preços dos produtos turísticos; quanto maior a demanda
por um produto, menor serão seus preços.
FATORES DE DESEQUILÍBRIO DO MERCADO TURÍSTICO
Licínio Cunha, p.189

O mercado turístico se caracteriza pela instabilidade

1. Fatores estruturais
 são provocados por fatores que se mantêm por períodos longos e que
só se alteram muito lentamente.

a) Sazonalidade: distribuição da procura ao longo do ano de forma


desigual, pro­vocando uma concentração nuns meses mais do que
noutros.
b) Imobilidade de oferta: não permite que a oferta turística se desloque com
a demanda, constituindo um fator de desequilíbrio estrutural do
mercado turístico.
c) concentração dós recursos turísticos: desigual divisão geográfica dos
recursos turísticos conduz à concentração dos equipamentos e das
correntes turísticas.
d) saturação e sobrecarga turística: ponto a partir do qual os movimentos
de pessoas ou as instalações num determinado espaço ultra­passam o
nível aceitável para o ambiente humano e físico da zona de acolhimento
ou das vias a que a ela conduzem.

FATORES DE DESEQUILÍBRIO DO MERCADO TURÍSTICO


Licínio Cunha, p.189

2. Fatores conjunturais
 A influência destes fatores pode exercer-se não só na redução aa
procura mas também no desvio das correntes turísticas.

a) Econômico;
b) Social e institucional;
c) Político e militar.

Unidade III- SEGMENTAÇÃO DO MERCADO TURISTICO

OBJETIVO ESPECÍFICO
CONHECER OS SEGMENTOS DO TURISMO

CONTEÚDO ESPECÍFICO
1.1 A segmentação é entendida como uma forma de organizar o turismo para fins de
planejamento, gestão e mercado. Os segmentos turísticos podem ser estabelecidos a
partir dos elementos de identidade da oferta e também das características e variáveis
da demanda.
A partir da oferta, a segmentação define tipos de turismo cuja identidade pode ser
conferida pela existência, em um território, de:
• atividades, práticas e tradições (agropecuária, pesca, esporte, manifestações
culturais, manifestações de fé)
• aspectos e características (geográficas, históricas, arquitetônicas, urbanísticas,
sociais)
• determinados serviços e infra-estrutura (de saúde, de educação, de eventos, de
hospedagem, de lazer)
Com enfoque na demanda, a segmentação é definida pela identificação de certos
grupos de consumidores caracterizados a partir das suas especificidades em relação a
alguns fatores que determinam suas decisões, preferências e motivações, ou seja, a
partir das características e das variáveis da demanda.
Os produtos e roteiros turísticos, de modo geral, são definidos com base na oferta (em
relação à demanda), de modo a caracterizar segmentos ou tipos de turismo
específicos. Assim, as características dos segmentos da oferta é que determinam a
imagem do roteiro, ou seja, a sua identidade, e embasam a estruturação de produtos,
sempre em função da demanda. Esta identidade, no entanto, não significa que o
produto só pode apresentar e oferecer atividades relacionadas a apenas um segmento
- de oferta ou de demanda. Ao adotar a segmentação como estratégia, procurou-se
organizar, primeiramente, os segmentos da oferta, sabendo-se que neste documento
não se abarca o universo de que se constitui o turismo. Ainda porque novas
denominações surgem a cada tempo, em decorrência da incessante e dinâmica busca
de novas experiências, aliada às inovações tecnológicas e à criatividade dos
operadores de mercado.
As definições ora apresentadas fundamentam-se no conceito de turismo estabelecido
pela Organização Mundial de Turismo - OMT, adotado oficialmente pelo Brasil, que
compreende “as atividades que as pessoas realizam durante viagens e estadas em
lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período inferior a um ano, com
finalidade de lazer, negócios ou outras”

Nesse processo de organização, o Turismo Social vem sendo tratado pelo Ministério do
Turismo sob uma nova visão, como uma forma de se conduzir e praticar a atividade
turística, visando promover a igualdade de oportunidades, sem discriminação, acessível
a todos, de maneira solidária, em condições de respeito e sob os princípios da
sustentabilidade e da ética. Portanto, as premissas, estratégias e ações definidas para
o Turismo Social perpassam transversalmente todos os segmentos ou tipos de turismo,
como forma de se promover a inclusão pela atividade turística.
A partir dessa concepção, é importante entender que, sob a ótica do turista, o
interesse social concentra-se no turista em si, como sujeito pertencente a
determinados grupos de consumidores com renda insuficiente para usufruir da
experiência turística, ou a grupos que, por motivos diversos, têm suas possibilidades
de lazer limitadas. Essa constitui a abordagem clássica de Turismo Social, que trata
das viagens de lazer para segmentos populares e da parcela da população em situação
de vulnerabilidade.
Pela ótica do prestador de serviços turísticos o foco está nos pequenos e micro
empreendedores e nos trabalhadores que têm a possibilidade de inclusão social
viabilizada pelas oportunidades advindas da atividade turística. O incentivo às
iniciativas de tais empreendedores e a integração com outras atividades econômicas do
arranjo produtivo do turismo e às atividades produtivas tradicionais são alguns dos
temas relevantes nesta abordagem.
Pela ótica dos grupos e comunidades de interesse turístico, a ênfase está nas
condições sociais e culturais de um determinado grupo ou comunidade que integra o
ativo turístico local. A conservação do patrimônio cultural, natural e social da
população local é um dos temas desenvolvidos sob esta abordagem.

SEGMENTAÇÃO DA ATIVIDADE:
-TURISMO SOCIAL OU DE LAZER;
-TURISMO RELIGIOSO;
-TURISMO DE SAÚDE;
-TURISMO DE EDUCAÇÃO;
-TURISMO DE AVENTURA;
-TURISMO DE NEGÓCIOS;
-TURISMO DE OBSERVAÇÃO;
-TURISMO ESPORTIVO;
-TURISMO CULTURAL;
-ETC.

UNIDADE IV - Políticas Públicas de turismo

Missão do Ministério do Turismo

Desenvolver o turismo como uma atividade econômica sustentável, com papel


relevante na geração de empregos e divisas, proporcionando a inclusão social. O
Ministério do Turismo inova na condução de políticas públicas com um modelo de
gestão descentralizado, orientado pelo pensamento estratégico.

Tipos de Projeto - Mtur

 I - Projetos de Desenvolvimento de Turismo Sustentável e Infância;


 II - Projetos de Fortalecimento Institucional;
 III - Projetos de Infra-Estrutura Turística;
 IV - Projetos de Implantação de Centros de Informações Turísticas;
 V - Projetos de Sinalização Turística;
 VI - Projetos de Adequação do Patrimônio Histórico e Cultural para
Utilização Turística;
 VII - Projetos de Qualificação de Profissionais Associados ao
Segmento de Turismo;
  VIII - Projetos de Certificação de Profissionais, Empreendimentos,
Equipamentos e Produtos do Segmento Turístico;

 IX - Projetos de Fomento de Desenvolvimento Turístico Local;


 X - Projetos para Promoção e Divulgação dos Produtos Associados ao
Turismo Brasileiro;
 XI - Projetos de Estudos e Pesquisas do Turismo Brasileiro;
 XII - Projetos de Promoção e Participação em Eventos Turísticos
Nacionais e Internacionais;
 XIII - Projetos de Apoio a Comercialização dos Destinos, Serviços e
Produtos Turísticos Brasileiros no Exterior;
 XIV - Projetos de Eventos a Promoção do Turismo.

UNIDADE IV

IMPACTOS ECONOMICOS DA ATIDADE TURÍSTICA

OBJETIVO ESPECÍFICO
Entender a importância da sustentabilidade no turismo

CONTEÚDO ESPECÍFICO

O turismo repercute intensamente na economia dos países e regiões nas


quais se desenvolve, sendo seus efeitos e impactos mais acentuados nas
áreas com economia frágeis.

Países em desenvolvimento: alto índices de desemprego, baixo


desenvolvimento industrial, grande dependência da agricultura, alta
participação estrangeira na propriedade das empresas industriais e de
serviços.

Turismo enquanto setor de exportação de bens de serviços (invisíveis):


contribui com a entrada de divisas, suaviza o problema do desemprego,
substitui as exportações tradicionais mais susceptíveis às variações do
mercado mundial.

Atividade de exportação invisível para os países receptores, com a


característica de que os turistas efetuam o consumo dos bens e serviços
no próprio destino turístico.

BENEFÍCIOS ECONÔMICOS DO TURISMO PARA AS ÁREAS


RECEPTORAS

Contribui para o equilíbrio da balança de pagamento


Entrada de divisas geradas pelos visitantes internacionais menos a saída de
divisas geradas pelos turistas nacionais no exterior
Efeitos:
Primários = diretos e facilmente mensuráveis
Secundários = produzidos pelos gastos turísticos que se infiltram na
economia local. Podem ser
Diretos: gastos com divulgação, juros, importações necessárias para
atender os visitantes, etc;
Indiretos: gastos das empresas turísticas com provedores de bens e serviços
locais;
Induzidos: parte da renda vai para a população local, através de salários,
rendimentos, etc., a qual movimenta a economia local.

Terciários = fluxos monetários que não se iniciam diretamente pelo turismo,


mas que estão relacionados com ele: industria óptica, de couro, etc.

CUSTOS ECONÔMICOS DO TURISMO PARA AS ÁREAS RECEPTORAS

 Custos de oportunidades
Avaliar os custos de aplicação de recursos naturais, sociais e culturais
no turismo no lugar de outros setores

 Custos derivados das flutuações da demanda turística = sazonalidade


A demanda turística é sempre temporária e muito sensível às
variações de preços, tendências econômicas, mudanças políticas e à moda.

 Possível inflação derivada da atividade turística


O turista tem poder aquisitivo sempre superior à população receptora
e, gera a subida dos preços locais o que afeta a todos indiscriminadamente.

 Perda de benefícios econômicos potenciais


A maior parte dos lucros obtidos com a atividade turística vai para os
lugares das empresas investidoras.

 Distorções da economia local


O turismo se concentra em determinadas regiões em detrimento de
outras e/ou, absorve a mão de obra local, deixando outros setores
econômicos sem capital humano.

AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS MACROECONÔMICOS DO TURISMO

 Impactos econômicos originado no gasto turístico


 Metodologia dos multiplicadores econômicos: a demanda para
a produção do setor turístico afeta a demanda de outros
setores que fornecem bens e serviços para o funcionamento
dele.

 Impactos econômicos causado pelo desenvolvimento da atividade


turística
 Metodologia das contas-satelite da OMT

 Metodologia da análise custo-benefícios = comparação dos


custos e dos benefícios que um projeto representa para uma
determinada região.
- Identificação dos impactos
- Previsão e quantificação dos custos e dos benefícios
- Avaliação em termos monetários
- Seleção de um critério de seleção

TURISMO – IMPACTOS SOCIOCULTURAIS

TURISMO: encontro de pessoas com bagagens culturais e socioeconômicas


diferentes que podem ocorrer :
 quando o turista compra um bem ou serviço;
 quando ambos compartilham o mesmo espaço físico (praias,
passeios, etc.);
 quando ambos trocam informações e/ou idéias.

 As diferenças (idiomas, costumes e hábitos de consumo,


comportamento social, valores religiosos ou éticos, etc.) provocam
impactos socioculturais = positivos e negativos.

 Impactos socioculturais:
 Diretos: contatos diretos, efeito demonstração
 Indiretos: mudanças geradas pelas novas formas de
comunicação
transportes, e infra-estrutura local;
 Induzidos: mudanças geradas no local em conseqüência do
turismo

FASES DO CONTATO ENTRE TURISTAS E MORADORES:


 Fase de euforia: o turismo desperta o entusiasmo da
população;
 Fase de apatia: turismo visto como negócio lucrativo; contatos
formais;
 Fase de irritação: moradores só aceitam o turismo se tiverem
compensações;
 Fase de antagonismo: turismo é visto como a causa de todos os
pontos negativos;
 Fase final: não há mais turismo.

IMPACTOS SOCIOCULTURAIS
POSITIVOS
– Melhorias nas comodidades e nas instalações das localidades
turísticas;
– Recuperação e conservação de valores culturais;
• Preservação e reabilitação de monumentos, edifícios e
lugares históricos
• Revitalização dos costumes locais: artesanato, folclore,
festivais, gastronomia, etc.
– Efeito demonstração: mudanças sociais positivas na
comunidade;
– Aumento da tolerância social.

NEGATIVOS
– Surgimentos dos “Guetos” turísticos;
– Importação de mão de obra para ocupar os melhores cargos;
– Dependência de divisas estrangeiras;
– Aumento da prostituição, do jogo, do consumo de drogas, do
terrorismo
– Descaracterização da cultura local – mercantilização das
tradições locais;
– Difusão e permanência de imagens estereotipadas.

TURISMO : IMPACTOS AMBIENTAIS

“O turismo é um consumidor específico de recursos naturais, pois estes


constituem a base para o desenvolvimento da atividade turística” (OMT,
2001,p.227)

Impactos ambientais do turismo

– Negativos
- poluição arquitetônica
- privatização de áreas naturais
- segregação dos moradores locais
- problemas com tratamento do lixo produzido
- problemas com tratamento e purificação das águas
- congestionamento = poluição sonora e do ar
- erosão dos solos
- desequilíbrio hídrico (escassez de água)
- desmatamentos de áreas naturais

- Positivos
- Aprovação de medidas de conservação e melhoria
da qualidade ambiental
- Criação de unidades de conservação ambiental
- Preservação e recuperação de sítios arqueológicos
- Restauração e preservação de edifícios e lugares
Históricos
- Estabelecimento de modelos de qualidade de serviços
- Introdução de iniciativas de planejamento

PLANEJAMENTO TURÍSTICO
definir os objetivos do desenvolvimento da atividade, indicando meios
para executá-lo, tentando elevar ao máximo os benefícios econômicos,
sociais e culturais, buscando alcançar um equilíbrio entre a oferta e a
demanda turística.

PLANO = documento que retrata o processo de planejamento


PLANEJAMENTO = local, regional, nacional ...

ETAPAS DO PLANEJAMENTO
= Formulação de um modelo de priorização dos objetivos
= Avaliação das estratégias
= Escolha dos procedimentos

TURISMO SUSTENTÁVEL
 Turismo:
 setor/atividade econômica multisetorial, composto por uma
rede de produtores independentes que, juntos compõem o
produto turístico;
 Vulnerável às mudanças do entorno natural, cultural e
econômico, assim como à qualquer variação e incidentes que
ocorram nos limites de uma região receptora;
 Atividade que, pela sua própria natureza, sempre gera impactos
– positivos e negativos – tanto para a comunidade receptora
quanto para os visitantes.

 Conceitos:
 Desenvolvimento sustentável: aquele que atende às
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades
(Relatório Brundtland, 1987).
 Turismo Sustentável: modelo de desenvolvimento econômico
projetado para:
 Melhorar a qualidade de vida da população local
 Prover experiências de melhor qualidade para os
visitantes
 Manter a qualidade do meio ambiente da qual dependem
a população local e os visitantes
 A efetivação de aumento dos níveis de rentabilidade
econômica da atividade turística para os residentes
locais
 Assegurar a obtenção de lucros pelos empresários
turísticos (trade turístico)

Princípios do desenvolvimento sustentável

 O planejamento do turismo e seu desenvolvimento devem ser parte


das estratégias do desenvolvimento sustentável de uma região,
estado ou nação, devendo envolver a população local, o governo e o
trade turístico local;
 Empresários, grupos, associações e indivíduos devem seguir princípios
éticos que respeitem a cultura e o meio ambiente da área, da
economia e do modo tradicional de vida, do comportamento da
comunidade e dos princípios políticos;
 O turismo deve ser planejado de maneira sustentável levando em
consideração a proteção do meio ambiente;
 O turismo deve distribuir de forma eqüitativa os lucros entre os
promotores do turismo e a população local;

 É essencial ter boa informação, pesquisa e comunicação da natureza


do turismo, especialmente para os moradores do local, dando
prioridade para um desenvolvimento duradouro;
 A população local deve se envolver no planejamento e no
desenvolvimento dos planos locais junto com o governo, os
empresários e outros interessados;
 Ao iniciar um projeto, há necessidades de realizar a análise integrada
do meio ambiente, da sociedade e da economia, dando enfoques
distintos aos diferentes tipos de turismo;
 Os planos de desenvolvimento turístico devem permitir que a
população local se beneficie dele, justificando as mudanças
necessárias na situação inicial.

Fonte: Conferência Globo’90, Brasil, OMT

TURISMO SUSTENTÁVEL

 Deve conjugar três fatores que se inter-relacionam de forma


dinâmica:
 Sustentabilidade econômica: assegura um crescimento turístico
eficiente, o emprego e os níveis satisfatórios de renda, junto
com um controle sobre os custos e benefícios dos recursos,
garantindo a continuidade para as gerações futuras;
 Sustentabilidade ecológica: assegura que o desenvolvimento
turístico seja compatível com a manutenção dos processos
biológicos;
 Sustentabilidade sociocultural: garante o desenvolvimento
turístico compatível com a cultura e os valores das populações
locais, preservando a identidade da comunidade.

DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL

CAPACIDADE DE CARGA DO LOCAL

Capacidade de carga total de um destino é o máximo uso que se pode fazer


dele, sem que sejam causados efeitos negativos sobre seus próprios
recursos biológicos, sem reduzir a satisfação dos visitantes ou, sem produzir
efeito adverso sobre a comunidade receptora, a economia ou a cultura da
área.
 Capacidade de carga ecológica
 Capacidade de carga social
 Capacidade de carga do turista/visitante
 Capacidade de carga econômica
PAPEL DOS PARTICIPANTES DO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO
SUSTENTÁVEL

 Governos
 Trabalhar junto com os empresários para o estabelecimento de
políticas sustentáveis
 Proporcionar uma política de incentivo que favoreça o
crescimento equilibrado
 Avaliar os impactos sobre os destinos turísticos
 Controlar a capacidade de carga
 Incluir o turismo nos planos de governo
 Comunidades Locais
 Proporcionar interações culturais entre a comunidade local e os
visitantes
 Proporcionar serviços aos visitantes
 Tomar decisões e ter iniciativas sobre as ações locais
 Participar dos custos dos projetos e ações
 Proteger as normas culturais

• PAPEL DOS PARTICIPANTES DO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO


SUSTENTÁVEL
 Trade turístico
 Eliminar uso de agrotóxicos
 Desenvolver o uso equilibrado do solo, da água e da mata
 Trata dos resíduos sólidos e líquidos
 Adotar técnicas eficientes de energia
 Realizar práticas de marketing verde
 Proporcionar um cuia aos turistas visando orientá-los poara um
comportamento responsável
 Incorporar valores do meio ambiente nos processos de decisões
empresarias
 Gerar auditorias meio ambientais próprias
 Turistas/Visitantes
 Escolher destinos com responsabilidade ambiental
 Integrar-se às comunidades receptoras
 Não pertubar as populações nativas
 Realizar suas atividades com pouco impacto
 Apoiar as atividades de conservação do meio ambiente
 ONGs
 Participar dos comitês de controle ambiental
 Criar ações de apoio ao desenvolvimento sustentável
 Contribuir para planos de educação sobre o turismo sustentável
 Controlar os impactos sobre as comunidades locais

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