Richard Bacon - Namoro e Cortejo
Richard Bacon - Namoro e Cortejo
Richard Bacon - Namoro e Cortejo
Lina Mendes
1 - Namoro:
Encontrando Um Parceiro Para a Vida
Desejos desordenados
Vamos lidar com um segundo problema esta
manhã, que é o problema da luxúria. A luxúria é um
desejo excessivo por qualquer coisa. Luxúria é
quando você deseja algo mais do que deveria ou de
uma forma que não deveria. Existem desejos
perfeitamente legítimos na vida. Em 1 Coríntios 9,
Paulo falou de seu desejo de que as pessoas fossem
salvas. Ele falou de seu desejo de ver as pessoas virem
ao Senhor Jesus Cristo. Ele falou de seu desejo de
pregar o evangelho ― tanto que ele disse no versículo
16: "Ai de mim, se eu não pregar o evangelho!" Que
desejo forte é esse! Ao contrário dos estoicos, não
dizemos que os desejos são desordenados porque são
fortes. Devemos ter paixões e desejos fortes. Um
desejo se torna desordenado ― uma luxúria ― quando
é pela coisa errada, ou é mantido pela pessoa errada,
ou é exercido da maneira errada. Isso é o que
queremos dizer com desejo excessivo. É aquele que
não está devidamente limitado pela Palavra de Deus;
alguém que está fora das ordenanças de Deus.
A natureza de homens e mulheres caídos
Por que a luxúria é um dos problemas ao se
namorar para encontrar um companheiro? É porque
os homens desejam mulheres, e as mulheres desejam
ser cobiçadas pelos homens. Os homens estão mais
ligados ao visual. Os homens estão mais ligados ao
que veem. Assim, Jesus ensinou em Mateus 5.28:
“Mas, eu vos digo que qualquer que olhar para uma
mulher e cobiçá-la, já cometeu adultério com ela em
seu coração”. Ele já cometeu adultério com ela em seu
pensamento, em seu coração. Ele já pensou nisso; ele
já cedeu ao desejo excessivo por ela. Jó disse (31.1):
“Eu fiz uma aliança com os meus olhos; por que então
eu pensaria em uma donzela?”. A luxúria entra no
coração pela “porta dos olhos”.
As mulheres, por outro lado, normalmente
desejam ser cobiçadas. Isso é uma das coisas que nos
tornam diferentes. Quando você olha pelo mundo
animal, a maneira como Deus fez os pássaros e os
mamíferos e assim por diante, qual geralmente é o
mais ornamentado, o mais bonito? Todas as coisas
sendo iguais, em geral, o macho é o mais
ornamentado dos dois. Por exemplo, dos cardeais, o
macho é o vermelho brilhante, e a fêmea é o
vermelho-amarronzado opaco. Mas, na espécie
humana, o que as mulheres fazem? Eles se vestem
para serem mais ornamentados, não é? Por quê?
Porque é da natureza das mulheres desejarem ser
cobiçadas.
A verdadeira beleza
Por que Pedro avisa as mulheres sobre trançar
o cabelo e usar joias de ouro? Não é porque o cabelo
trançado ou o ouro sejam em si maus. Na verdade, de
acordo com o capítulo 2 de Gênesis, o ouro daquela
terra era bom. A razão pela qual Pedro dissuade as
mulheres de trançar o cabelo e usar ornamentos de
ouro e joias é porque elas tendem a pensar nisso como
beleza, em vez de pensar no que Deus chama de
beleza propriamente dita. Por que nós, presbiterianos,
evitamos decorar nossas paredes, erguer estátuas e
tornar nossas casas de culto tão ornamentadas quanto
as outras? É porque acreditamos que a beleza da
santidade é preferida à santidade "pretensiosa" da
beleza. Agora, isso não quer dizer que não desejemos
coisas bonitas; nós queremos. Mas precisamos ter
cuidado para que elas não se tornem para nós uma
luxúria excessiva.
Estatísticas desanimadoras
Não vou entrar em detalhes ― apenas os fatos,
sem os detalhes, são desanimadores o suficiente. De
acordo com a Northwestern University Medical
School e com a pesquisa de Barna, mais da metade
(55%) dos jovens evangélicos já se envolveu no ato
sexual antes dos dezoito anos3. É de se admirar que as
pessoas não consigam ver a diferença entre os filhos
da igreja e os pagãos? Quase três quartos deles (74%)
se envolveram em algum nível de imoralidade sexual
aos dezoito anos.
E isso por quê? Em parte, pelo menos, é porque
os filmes do mundo, a literatura do mundo, a
televisão do mundo, as canções do mundo, o rádio do
mundo, a cultura do mundo estão todos dizendo aos
nossos filhos que não há nada de errado nisso. Na
verdade, o mundo afirma: isso é o que é o amor. No
entanto, esses mesmos filmes, literatura, televisão,
canções e rádio não alertam nossos filhos sobre o
estupro num encontro e sobre o sexo não consumado.
E onde essas coisas acontecem? Acontecem em carros.
E por que aquele rapaz e aquela moça estão juntos em
um carro? Porque eles estão em um encontro. E isso
resulta em fornicação, culpa, gravidez, doença,
aborto, separação e amargura.
4
Na versão King James, a palavra 'meu' foi fornecida pelos
tradutores; ela não está lá no original.
Quando as pessoas namoram e passam algum
tempo sozinhas, não é o caso que o amor está sendo
despertado e estimulado? Não apenas os desejos
físicos, mas também os desejos emocionais e
espirituais. Doug Wilson, pastor de uma igreja
protestante em Moscou, Idaho, disse que quando uma
pessoa se entrega a outra pessoa, emocional e
espiritualmente, ela não pode deixar de se entregar a
ela fisicamente, assim como você não pode desenrolar
a extremidade esquerda de um carpete sem
desenrolar a extremidade direita do carpete. Quando
um homem e uma mulher se dão um ao outro
emocional e espiritualmente, a entrega corporal
também ocorre. Então, Salomão aqui no Cântico de
Salomão nos adverte para não despertar o amor, não
despertar esse sentimento, não despertar esse apego
até que seja o momento certo.
Quanto às estatísticas mencionadas
anteriormente, cabe perguntar como isso poderia
acontecer. Eles foram ensinados da melhor forma, não
foram? No entanto, eles saem e fazem isso apesar de
todos os bons conselhos que receberam. Acontece de
qualquer maneira. Como isso acontece? O desejo
romântico é estimulado. Um menino e uma menina
juntos, sozinhos, sem supervisão, sem treinamento,
no escuro, em um quarto ambulante; um quarto sobre
rodas. É assim que acontece.
Mas a Bíblia diz para fugir das concupiscências
da juventude e não dar ocasião ao diabo. Se for ilegal
fazermos isso, é sensato evitarmos. Devemos evitar
aquilo que agita, devemos evitar aquilo que desperta
desejos desordenados.
O problema da ociosidade
Então, falamos sobre passar algum tempo
juntos sozinhos e sobre roupas indecentes. Que tal a
ociosidade? Você já parou para pensar em como sua
mente vagueia e em que direção ela vagueia quando
você está ocioso? Minha avó sempre disse que mãos
ociosas são a oficina do diabo. Bem, esse princípio
está na Bíblia. Quando não tratamos de nossos
chamados; quando não estamos fazendo as coisas que
Deus deseja que façamos, então, provavelmente,
estamos na área em que estamos sendo tentados. Não
estamos fugindo dos desejos juvenis. Uma das piores
coisas que podemos ter é o tempo em nossas mãos.
Pode ser muito prejudicial para nós simplesmente por
causa de como nossas mentes funcionam. O rei Davi
deveria estar em guerra quando foi tentado a pecar
com Bate-Seba.
Outra coisa a evitar é o envolvimento
emocional e espiritual com alguém cedo demais.
Novamente, não podemos nos dar a alguém
emocionalmente e espiritualmente sem que outras
coisas se sigam naturalmente. Portanto, se evitarmos
o que desperta a luxúria, estaremos fugindo da
luxúria juvenil. E o que seriam essas coisas? Sem
tempo juntos a sós, sem vestimentas indecentes, sem
ociosidade e sem envolvimento emocional e espiritual
cedo demais.
5 “Post hoc ergo propter hoc” é uma expressão latina que significa
“depois disso, logo por causa disso”. Esse é o nome de uma
falácia que ocorre quando concluímos existir uma relação causal
entre dois eventos pelo fato de geralmente ou sempre ocorrerem
em sequência. Essa falácia também é chamada de falsa causa,
correlação coincidente ou causa questionável. Por exemplo:
“Sempre que eu lavo os tênis, chove. Logo, lavar meus tênis faz
chover” [N. do T.].
I. Sentimentos (a abordagem romântica)
Nesta lição, quero que examinemos “namoro e
romance” versus “namoro e aliança”: duas
abordagens diferentes para encontrar um cônjuge. O
romance é baseado em sentimentos, afeições e
emoções. Nós nos envolvemos emocionalmente com
alguém. E, como nos envolvemos emocionalmente,
acreditamos que o próximo passo lógico é fazer dessa
pessoa nosso parceiro de vida. Em nenhum lugar da
Bíblia somos instruídos a basear qualquer decisão
dessa magnitude em algo como uma emoção ou
sentimento. Em nenhum lugar das Escrituras é dito
que o romance é a base do casamento. A ideia de
basear uma decisão tão importante em meros
sentimentos é relativamente nova. Deixe-me lembrar
a você que aqueles que se casam por motivos de
apego emocional estão procurando problemas. Eu
não disse que o casamento deles nunca vai funcionar.
Eu disse que eles estão procurando encrenca. É como
uma criança procurando se queimar quando brinca
com fósforos. Ela pode não incendiar a casa da
primeira vez, mas ainda assim não a incentivamos a
brincar com fósforos. Na verdade, dizemos a ela: “não
brinque com fósforos, porque você pode incendiar a
casa”. E assim é com nossas emoções. Eu lhe advirto
da mesma forma que a Bíblia avisa em Provérbios
6.27: “Pode um homem levar carvão ao peito e não
queimar as suas vestes?”. Se continuarmos a agir de
forma ímpia, estaremos nos colocando em risco. Se
brincarmos com o pecado, podemos nos queimar.
A Bíblia ensina que os sentimentos são o
subproduto do compromisso pactual. Um subproduto
é algo que é adicionado a; não é uma parte essencial ou
função principal, é algo extra que resulta como uma
casualidade do propósito principal. Primeiro, temos
um compromisso pactual. Comprometemo-nos com
aquele com quem acreditamos que Deus quer que
casemos, e então as emoções surgem como um
subproduto desse compromisso. Porque Deus está
satisfeito conosco, porque Deus se agrada do que
fazemos, Ele nos concede o sentimento correto sobre
nosso cônjuge de longa data. O namoro, por outro
lado, coloca os sentimentos como o precursor ou
mesmo alicerce para o compromisso do casamento.
Mas o que acontece quando esses sentimentos
mudam? O fundamento, o precursor ou o
pressuposto foram embora e todo o casamento está
prestes a desmoronar. Não ouço a música moderna,
mas tenho certeza de que você está tão ciente quanto
eu do fato de que a maioria das músicas modernas é
sobre relacionamentos que terminaram porque os
sentimentos de alguém mudaram. Faz parte da nossa
cultura. O namoro não só faz parte da nossa cultura,
mas também o resultado do namoro faz parte da
nossa cultura. Em nossa cultura hoje, estamos muito
acostumados com a ideia de relacionamentos
terminando. Muitas vezes, porque o casamento foi
baseado em emoções, o casamento rapidamente
termina em divórcio quando essas emoções mudam.
Pastores e conselheiros matrimoniais de todo o
mundo veem casais cujos relacionamentos não são
apenas frágeis, mas estão rachando, prontos para se
separarem. Observe que é muito interessante que
muito poucas pessoas tenham tempo para o
aconselhamento matrimonial antes do casamento, mas
muitas procuram aconselhamento somente depois que o
casamento começa a ruir. É como o velho ditado que diz
que nunca há tempo para se fazer o certo, mas sempre
há tempo para se tentar de novo. E assim é no
casamento: se recebermos o aconselhamento com
antecedência, se soubermos para onde estamos indo
antes de fazê-lo, então podemos esperar sucesso.
Efésios 5.25 fala sobre como o marido deve amar sua
esposa. Na língua grega, existem três palavras-chave
que significam amor. A palavra “eros” é a palavra que
se esperaria encontrar para marido e mulher: é a
palavra da qual extraímos a palavra “erótico”.
Significa um desejo apaixonado por alguém. Em
Efésios 5.25, onde Paulo está dizendo ao marido para
amar sua esposa, esperaríamos que ele estivesse se
referindo a esse tipo de amor. Mas o amor de que
Paulo fala, em Efésios 5.25 é a palavra grega “agapao”.
“Ágape” é um amor volitivo. É um amor que decide
sentir. É um amor ao qual posso ser rendido e ao qual
posso render a outros. Não é um amor que tenho de
estimular as emoções para sentir: é um amor que
posso começar a praticar imediatamente. Assim como
sou chamado a amar a Deus com todo o meu coração,
alma, mente e força, e ao meu próximo como a mim
mesmo, também sou chamado a amar minha esposa
como Cristo amou a Igreja. Paulo não exige que
amemos nossas esposas de uma forma erótica, mas
sim que amemos nossas esposas com amor ágape.
Devemos amar nossa esposa com o mesmo tipo de
amor com que devemos amar a Deus. É um amor
volitivo: é um amor que determinamos que faremos.
Isso significa que não devemos ter sentimentos por
nossas esposas? Claro que não! Mas devemos fazer o
amor volitivo acontecer primeiro, então os
sentimentos seguirão como um subproduto natural
do amor volitivo.