UFCD - 9640 - Aula 1

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Comportamentos disfuncionais na

criança e no jovem

Daniela Magalhães
Objetivos

Identificar fatores de risco no comportamento da


criança e do jovem.

Colaborar na implementação de estratégias de


intervenção com crianças e jovens com comportamentos
disfuncionais e perturbações do comportamento.
Conteúdos
Comportamentos disfuncionais na criança ou jovem
Ansiedade e distúrbios emocionais
Depressão
Agressividade
Isolamento
Sono e seus problemas

Perturbações do comportamento: diagnóstico, avaliação e intervenção


Fatores de risco de perturbação do comportamento:
Individuais: fatores genéticos, défices neurocognitivos da criança, período pré e pós
natal
Familiares: Tipo de vinculação, disfunção familiar, patologia psiquiátrica parental
Ambientais: Grupos de pares delinquentes, insucesso e absentismo escolares,
exposição a violência nos meios de comunicação
Conteúdos (continuação)
Perturbações do comportamento: diagnóstico, avaliação e
intervenção
Fatores de stress e fatores de resiliência

Comportamentos disruptivos e antissociais: conceitos, causas e


consequências
Indisciplina, violência, “bullying”
Papel da família
Estilos parentais e sua relação com comportamentos disfuncionais ou
disruptivos
Papel das instituições
Papel dos profissionais

Estratégias de intervenção
Atividade prática – Quebra gelo
Complete as seguintes frases:
1. Sinto falta de …
2. Não gosto de …
3. Sinto-me feliz quando …
4. Costumo chorar quando…
5. Estou cansado (a) de …
6. O que eu queria mesmo era …
7. Na escola estou incomodado (a) com …
8. Se eu pudesse ir para qualquer lugar no mundo, iria
para…
Comportamentos disfuncionais na criança ou
jovem – Ansiedade e distúrbios emocionais
Ansiedade – O que é?
A ansiedade é uma emoção
normal, quando as pessoas
vivem, no seu dia a dia,
situações como falar em
público, entrevistas de
emprego, realização de testes,
e é caraterizada por
sentimentos de tensão,
preocupação, insegurança,
normalmente acompanhados
por alterações físicas.
O que é a ansiedade infantil?

A ansiedade está presente desde a infância, e detém extrema importância pois alerta-nos para
uma situação de perigo iminente, proporcionando a análise do que está a ocorrer, e viabilizando
uma resposta protetora da ameaça. Constitui, portanto, um sistema de defesa, que não só é
sensível ao desenvolvimento das crianças e adolescentes, como também se relaciona com questões
evolutivas (de sobrevivência), mesmo que estas já não se enquadrem no contexto atual do jovem.
Quando é que uma criança sente
ansiedade?
A maioria das crianças pequenas revelam algum medo ao se
separarem das mães, especialmente em ambientes não familiares.
Entre os 3 e 4 anos, é comum o medo do escuro, de monstros, de
insetos e de aranhas.
A criança tímida reage às novas situações, primeiramente com
medo ou afastando-se.
Nas crianças maiores, os medos mais comuns são de agressão ou
de morte.
As crianças maiores e os adolescentes frequentemente ficam
ansiosos quando precisam apresentar um livro diante de seus
colegas.
Nota: Tais dificuldades não devem ser encaradas como evidências de distúrbios. Entretanto, se essas manifestações de
ansiedade se tornam exageradas ao ponto que prejudicam significativamente a função ou causam aflição grave
e/ou evitação, transtorno de ansiedade dever ser considerado. Em algum momento durante a infância, cerca
de 10 a 15% das crianças experimentam um transtorno de ansiedade.
Acedido em 3 de maio de 2021, ManuaisMSD; https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/transtornos-mentais-em-crian%C3%A7as-
e-adolescentes/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-ansiedade-em-crian%C3%A7as-e-adolescentes
Alguns sintomas de ansiedade nas
crianças
mudança nos hábitos alimentares, podendo ser comer muito
ou menos que o habitual;
enxaquecas ou dores inexplicáveis;
pesadelos recorrentes;
distúrbios do sono;
pedir para dormir com os pais com frequência;
isolamento social;
fobias;
perda de vontade de fazer atividades e brincadeiras as quais
gostava;
destruição de brinquedos ou objetos pessoais;
tristeza ou apreensão constante com temas além da sua
compreensão; Ansiedade na infância em tempo de pandemia- dicas:
problemas digestivos. https://www.youtube.com/watch?v=_rcOROV8y1M
Perturbações de ansiedade

Ansiedade de separação
 Tiques
Ansiedade social na infância
Fobias e medos
Dificuldades de adaptação à escola
 Efetivamente, não raramente, birras e
amuos marcam os primeiros dias na casa de
avós ou de outros familiares próximos, na
pré-escola ou em qualquer outro lugar em
que os pais não se encontram.

 “Quero a minha mãe”; expressam, entre


soluços, níveis elevados de ansiedade na
ausência dos pais ou de familiares mais
chegados, designada por ANSIEDADE DE
SEPARAÇÃO
Ansiedade de separação:
Como distinguir o normal do patológico?
Perturbação da ansiedade de separação
 A perturbação da ansiedade de separação caracteriza-se pela ansiedade
excessiva ao estar longe de casa ou ao separar-se das pessoas a que a
criança está ligada.

 Um certo grau da ansiedade devida a uma separação é normal e


observa-se em quase todas as crianças, sobretudo nos bebés e nas
crianças pequenas.

 Em contrapartida, a perturbação da ansiedade de separação é a


ansiedade excessiva que ultrapassa a que se pode esperar para o grau
de desenvolvimento da criança. Uma situação perturbadora na vida,
como a morte de um familiar, um amigo, um animal doméstico, uma
mudança de lugar de residência ou uma mudança de escola,
habitualmente desencadeia a perturbação.
Perturbação da ansiedade de separação
(continuação)
 A ausência dos pais exacerba, na criança, o medo primitivo
de ser abandonado, de que algo de mau possa acontecer, de
perda dos pais ou de ficar só no mundo.
 Este tipo de ansiedade é comummente acompanhada por
sintomas fisiológicos, como seja a respiração acelerada,
taquicardia (batimento cardíaco acelerado), agitação (ex.,
movimentos dos braços e pernas ou agitação interna), choro,
vómitos e/ou diarreias, entre outros. Mais raramente,
podem acontecer sintomas regressivos, como enurese ou
encoprese, voltar a dormir com os pais, pedir a chucha ou
regredir na fala.
Perturbação da ansiedade de separação
(continuação)

 Alguns progenitores não facilitam a existência de períodos de


ausência gradualmente maiores a fim de promoverem a educação para
a separação. Por vezes, um ou ambos os pais desenvolvem uma
ligação excessiva aos filhos, o que normalmente se agrava em
contextos particulares, como seja o caso do divórcio dos pais,
sobrepreocupação da mãe, crenças erradas acerca da maternidade
e/ou paternidade.
 O próprio excesso de proteção e medo de que ocorra algo que
prejudique a criança, por negligência ou descuido, faz com que os pais
não confiem em ninguém para tomar conta dos seus filhos. O que
facilita a emergência e reforço da crença “Só estou bem e segura com
os meus pais”
Perturbação da ansiedade de separação
(continuação)

 Por diversos motivos, as crianças podem estar sujeitas a uma


socialização pobre, ausente ou limitada. É o caso, por
exemplo, das crianças que não têm a oportunidade de
conviverem com outras da mesma idade, ficam sozinhas em
casa ou frequentam locais especiais (ex., colégios internos ou
lares de acolhimento).

 Por outro lado, o medo dos próprios pais pode revelar-se um


fator predisponente da ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO, o que
se traduz em preocupações excessivas e, por vezes, irrealistas
(ex., medo de rapto, maus tratos, estranhos)
Perturbação da ansiedade de separação
(continuação)

Importa saber que a ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO tende a ser reforçada


pelo acréscimo da própria ansiedade da mãe ou do pai quando se
afastam da criança, por duas razões:
 por perceção do perigo e insegurança do filho;
 pelo sentimento de culpa por causarem sofrimento ao próprio filho.

Ao reaproximarem-se, os pais reforçam ainda negativamente o medo e a


exteriorização do mesmo (ex., os pais não conseguem separar-se do
filho quando este chora e voltam para buscá-lo), dado que o
comportamento de aproximação promove a tranquilização da criança e,
simultaneamente, dos pais.
Sintomas da ansiedade de separação

 A perturbação da ansiedade de separação dura, no mínimo,


um mês e ocasiona muito stress e uma grave disfunção.
 A duração do processo reflete a sua gravidade.
 As crianças que sofrem desta perturbação sentem uma
grande dor ao deixarem a sua casa ou ao separarem-se das
pessoas a que estão ligadas.
 Em geral precisam de conhecer o paradeiro destas e sentem
medo de que lhes aconteça qualquer coisa de terrível.
Sintomas da ansiedade de separação
 Viajar sozinhas incomoda-as e podem negar-se a ir à escola,
a um acampamento, a visitar ou a dormir em casa de amigos.
 Algumas crianças são incapazes de ficar sozinhas num
quarto, agarrando-se a um dos pais ou seguindo-os como
uma sombra por toda a casa.
 Em geral têm dificuldades na altura de adormecerem.
 A criança com perturbação da ansiedade de separação pode
insistir em que alguém fique no quarto até adormecer.
 Os pesadelos podem representar os medos da criança,
como a morte da família num incêndio ou qualquer outra
catástrofe.
Tratamento da ansiedade de separação
 Visto que a criança que sofre desta perturbação em geral se
nega a ir à escola, o objetivo mais imediato do tratamento é
conseguir que a criança se integre na mesma.
 A terapia de apoio, sobretudo quando é proporcionada
pelos pais e professores, é em geral suficiente para conseguir
este propósito.
 Em alguns casos graves, os medicamentos contra a
ansiedade e os antidepressivos podem ser eficazes.
 Uma pequeníssima proporção de crianças desenvolve
sintomas graves e requer hospitalização.
Brainstorming de grupo:

Que estratégias poderemos usar ao educar uma


criança para prevenir que esta venha a sofrer de
ansiedade de separação?

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