Bandagem Adultos

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ISSN 2317-1782 (Online version)

Os efeitos da bandagem elástica no


Artigo Original
Original Article músculo trapézio em adultos saudáveis

Andréa Pereira da Silva1  The taping method effects on the trapezius


Adriana Rahal Rebouças de Carvalho2 
Fernanda Chiarion Sassi3  muscle in healthy adults
Marta Assumpção de Andrada e Silva1 

Descritores RESUMO
Fonoaudiologia Objetivo: Verificar o efeito da bandagem elástica no músculo trapézio, por meio da eletromiografia e de um
Eletromiografia questionário autorreferido em adultos saudáveis. Método: Participaram 51 adultos saudáveis, de ambos os sexos,
na faixa etária entre 20 e 35 anos. Os sujeitos foram divididos em três grupos: G1, que utilizou a bandagem
Sistema Musculoesquelético elástica com tensão; G2, que utilizou a bandagem elástica sem tensão; e G3, grupo controle, que não utilizou
Adulto a bandagem. A aplicação da bandagem ocorreu no músculo trapézio, bilateralmente. Para a mensuração dos
Sensação resultados, foram coletados sinais eletromiográficos antes, durante e depois do uso da bandagem, e foi aplicado
um questionário qualitativo. Resultados: Não houve diferenças significativas nos achados eletromiográficos antes
e depois do uso da bandagem, em cada grupo e na comparação entre os grupos. Na confrontação G1 com G2,
nos momentos antes e durante o uso da bandagem, foi verificada uma diferença estatisticamente significante na
variável contração voluntária máxima do lado esquerdo. No questionário, a maioria dos sujeitos relatou sensação
de relaxamento com o uso da bandagem. Conclusão: Os sujeitos da amostra que utilizaram a bandagem não
apresentaram diferenças estatisticamente significantes na eletromiografia. Em relação ao questionário, a maioria
dos sujeitos pesquisados afirmou sensação de relaxamento após o uso da bandagem.

Keywords ABSTRACT
Speech, Speech-language Therapy Purpose: To verify the elastic therapeutic tape effects on the trapezius muscle in healthy adults, using data from
Electromyography surface electromyography and a self-reported questionnaire. Methods: A total of 51 across sex healthy adults
were enrolled in this study, whose age range was 20 to 35 years.. The individuals were divided into three groups:
Musculoskeletal System G1, who wore the elastic therapeutic tape applied with tension; G2, who wore the elastic therapeutic tape applied
Adult with no tension; and G3, control group, who did not wear the elastic therapeutic tape. The elastic therapeutic
Sensation tape was bilaterally applied on the trapezius muscle. For measuring results, surface electromyography signals
were collected before, while and after the elastic therapeutic tape was worn, and a qualitative questionnaire
was applied. Results: There were no significant differences in either pre- or post-electromyography findings
within each group, or when groups were compared. When comparing G1 and G2 moments before and while the
elastic therapeutic tape was worn, a statistically significant difference was noted during the maximum voluntary
contraction variable on the individuals’ left side. When answering the questionnaire, most individuals mentioned
a relaxing feeling while wearing the elastic therapeutic tape. Conclusion: The individuals wearing the elastic
therapeutic tape in this sample did not present any significant differences during the surface electromyography
assessment. As for the questionnaire, most of the individuals investigated reported a relaxing feeling after
wearing the elastic therapeutic tape.

Endereço para correspondência: Trabalho realizado no Programa de Estudos Pós-graduação em Fonoaudiologia, Pontifícia Universidade Católica
Andréa Pereira da Silva de São Paulo – PUC-SP - São Paulo (SP), Brasil.
Pontíficia Universidade Católica de São 1
Pontíficia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP - São Paulo (SP), Brasil.
Paulo – PUC-SP 2
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo - São Paulo (SP), Brasil.
Rua Dr. Nogueira Martins, 304/111, São 3
Universidade de São Paulo – USP - São Paulo (SP), Brasil.
Paulo (SP), Brasil, CEP: 04143-020.
E-mail: [email protected] Fonte de financiamento: A bolsa recebida para a realização do mestrado que originou esse artigo foi no período
de 2013 a 2015 e não havia número de processo do financiamento.
Conflito de interesses: nada a declarar.
Recebido em: Abril 23, 2018

Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite
Aceito em: Janeiro 24, 2019 uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado.

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INTRODUÇÃO vezes na semana, ao passo que nenhuma aplicação foi realizada
no grupo controle. Um dos resultados encontrados foi que o
A bandagem elástica é composta de um material terapêutico grupo pesquisa demonstrou melhora com significância estatística
constituído por microfios de elastano envoltos por fios de na escala de dor e na abertura de boca após duas semanas de
algodão retorcido, sem qualquer medicamento. Esse material foi intervenção.
desenvolvido para grudar na pele humana por tempo prolongado, O uso clínico da bandagem elástica tem crescido, bem
com o objetivo de realizar a estimulação tegumentar(1,2). como a investigação da sua aplicabilidade e eficácia no meio
Os estímulos realizados com a bandagem elástica no científico(1,3,10-12). A utilização desse material como recurso
tegumento aumentam a sensação da área da pele e, dessa forma, terapêutico auxiliar nas alterações da motricidade orofacial, da
promovem a condução dessa informação(1,3). Esse caminho do deglutição e da fonação necessita de maior investigação com
tegumento até a área somatossensorial do córtex cerebral e diferentes sujeitos e métodos.
do cerebelo acontece por via aferente, o que desencadeia uma Como esse recurso é recente na atuação terapêutica, o
resposta motora(3). entendimento de seu efeito na musculatura de indivíduos
A aplicação da bandagem elástica é realizada na reabilitação saudáveis pode promover maior conhecimento na aplicação
das disfunções musculoesqueléticas, proporcionando o aumento clínica, além de favorecer o direcionamento de pesquisas em
ou a diminuição da excitação neuronal do músculo, conforme indivíduos com disfunções. Com base na experiência clínica dos
o objetivo terapêutico determinado, após a avaliação clínica(1). autores deste estudo, tem-se como hipótese que a aplicação da
A maior concentração de estudos encontrados na literatura sobre bandagem elástica terá algum tipo de efeito nas fibras musculares
o uso da bandagem está na área de Fisioterapia, com utilização de indivíduos saudáveis. Assim, o objetivo deste estudo foi
principalmente, em tratamentos da dor(4-6), no esporte(7) e em verificar o efeito da bandagem elástica no músculo trapézio
neurologia(8). por meio da eletromiografia e de um questionário autorreferido
A utilização desse material como recurso terapêutico na em adultos saudáveis.
atuação fonoaudiológica é recente. A primeira publicação
sobre o tema ocorreu em 2009(9), evidenciando a efetividade MÉTODO
da bandagem elástica no tratamento do escape extra-oral de
saliva em 42 crianças com paralisia cerebral. Nesse estudo, O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
a bandagem foi aplicada na região supra-hióidea, durante um da universidade, sob o número de CAAE 18557513.1.0000.5482.
mês, com diminuição da frequência e da severidade da sialorreia Ressalta-se que foram cumpridos os princípios éticos, conforme
após o uso. a Resolução n0 466, de 2012. Os sujeitos voluntários assinaram
Em outra pesquisa(10), o uso da bandagem também esteve o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Trata-se de
relacionado à melhora da sialorreia. Fizeram parte desse estudo estudo prospectivo observacional.
11 crianças com sequelas neurológicas, que também utilizaram A amostra foi composta de 51 sujeitos, adultos, jovens e
a bandagem por um mês na mesma musculatura. Os autores saudáveis, de ambos os gêneros, na faixa etária entre 20 e 35 anos,
verificaram redução da sialorreia, dos engasgos e do número recrutados por meio da snowballing technique(13), na qual a
de toalhas após o tratamento, mas sem a manutenção desses seleção começa a partir de contatos pessoais, aumentando, em
ganhos após um período de três meses. seguida, pela adição de contatos dos primeiros participantes.
Outros autores também investigaram (11) a influência Foram considerados saudáveis os sujeitos que não apresentaram
biomecânica da bandagem elástica na musculatura extrínseca os seguintes fatores de exclusão: possuir histórico de traumas
lateral anterior da laringe em indivíduos disfônicos e em sua ortopédicos e/ou cirurgias da cintura escapular (ombro, braço
qualidade vocal. Como método, a amostra foi composta de e qualquer parte da região cervical); presença de dor nessa
30 pacientes disfônicos que foram divididos em dois grupos região e/ou doença musculoesquelética, degenerativa e/ou
de 15 pessoas: o primeiro recebeu terapia fonoaudiológica articular (fibromialgia, artrose, artrite, osteoporose, reumatismo
tradicional complementada com bandagem elástica, enquanto o e tendinite); alterações crônicas ou; problemas neurológicos
segundo grupo foi submetido apenas à terapia tradicional (grupo e/ou psiquiátricos (como por exemplo, convulsão e depressão);
controle), com a gravação da voz antes e depois do tratamento. uso de medicamentos como analgésicos, relaxantes musculares,
Também foi aplicado o instrumento de Índice de Desvantagem antidepressivos ou anti-inflamatórios e, no caso das mulheres,
Vocal (IDV). Após o tratamento, os dois grupos obtiveram uma gravidez. Todos os sujeitos foram medidos e pesados para o
melhoria estatisticamente significativa na qualidade vocal nos cálculo do índice de massa corporal (IMC).
aspectos da acústica do jitter e da proporção de ruído harmônico A amostra deste estudo foi dividida de forma randomizada em
no IDV, contudo, o grupo pesquisa também obteve melhora nos três grupos: G1, composto de 18 sujeitos, no qual a bandagem
domínios físico e emocional. elástica foi aplicada com tensão; G2, composto por 17 sujeitos,
Outro estudo(4) pertinente à reabilitação fonoaudiológica no qual a bandagem elástica foi aplicada sem tensão; G3 (grupo
investigou o efeito da bandagem elástica na dor e na amplitude controle), com 16 sujeitos, no qual não foi aplicada a bandagem
do movimento da articulação temporo-mandibular. A amostra elástica. A escolha dos sujeitos para determinação dos grupos
teve 42 sujeitos divididos em grupo pesquisa e grupo controle. foi feita por sorteio.
A aplicação da bandagem elástica ocorreu no músculo A aplicação da bandagem ocorreu no músculo trapézio fibras
esternocleidomastoideo dos sujeitos do grupo pesquisa três descendentes, bilateralmente. A eleição dessa musculatura se deu

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em decorrência da sua relação com o alinhamento biomecânico pontos de fixação foi realizada na pele dos sujeitos por meio
da face e do pescoço a fim de contribuir com as diversas funções de caneta dermatográfica da marca Securline.
do sistema estomatognático e da respiração(14,15). Uma faixa rígida com velcro foi confeccionada para a
A tensão na aplicação da bandagem elástica se dá pelo pesquisa e esta foi fixada sob os pés da cadeira na qual o
estiramento dos seus fios de elastano, o que promove uma maior sujeito voluntário estava posicionado e ajustada sobre o ACR
informação sensorial na região tegumentar na qual é aplicada. de cada indivíduo(19) (Figura 1). A utilização dessa faixa teve
Para esta pesquisa, utilizou-se a bandagem elástica da marca como finalidade restringir o movimento durante a contração
TherapyTex (aprovada pela Agência Nacional de Vigilância voluntária máxima (CVM).
Sanitária, sob o registro 8078464001). Após a fixação dos eletrodos e da faixa rígida, a atividade
Para medir a intervenção, foi utilizada a eletromiografia elétrica do músculo trapézio fibras descendentes foi coletada
de superfície (EMGs), um instrumento que fornece dados da durante o repouso de 10 segundos e em três CVMs de 5 segundos
atividade elétrica muscular. O recurso é utilizado na clínica e cada, nos quais foram descartados pelo próprio programa o
em pesquisas de Fonoaudiologia(16,17). primeiro e o último segundo. Os grupos G1 e G2 tiveram a coleta
Todas as gravações eletromiográficas foram realizadas de dados realizada antes, imediatamente após a colocação da
usando sensores de superfície padrão (sEMG S). Foi utilizado bandagem elástica (Figura 2) e depois de 24 horas. O G3 teve
um eletromiógrafo de superfície de 8 canais New Miotool apenas duas coletas, antes e depois de 24 horas, sem uso da
(Miotec Equipamentos Biomédicos, Brasil), com habilitação bandagem.
de dois canais com 16 bits de resolução e taxa de amostragem A coleta de repouso foi realizada sem que o sujeito recebesse
de 2.000 amostras por segundo. Conforme recomendação do qualquer instrução do início do exame, a fim de evitar interferência
SENIAM (Surface ElectroMyoGraphy for the Non-Invasive do examinador. Para evitar dúvidas na execução da CVM durante
Assessment of Muscles)(18), foram utilizados eletrodos descartáveis a EMGs, a pesquisadora demonstrou o movimento solicitado.
do tipo Medtrace infantil 100 (Kendall), redondos, single, As ordens fornecidas pela pesquisadora foram: prepara e, na
constituídos de prata cloretada (Ag/AgCL) com 10mm de sequência, contrai. Essas ordens foram repetidas três vezes
diâmetro, associados a um gel condutor. seguidas; o sujeito deveria realizar o movimento de elevação
Esse sistema de EMG possui um filtro de banda larga, com
largura de banda (RMS) de 20 a 500 Hz, e um filtro de entalhe
de 60 Hz. O sistema usa a tecnologia Active Electrode, que é
um conjunto de sensor compacto que inclui um pré-amplificador
de instrumento miniaturizado. A localização do amplificador
no local do eletrodo permite que os artefatos sejam cancelados
e que o sinal seja impulsionado antes de ser transferido pelo
cabo do eletrodo (nível de ruído de 5 μV RMS). Cada registro
eletromiográfico foi filtrado de onda completa e passa-baixa.
O programa de computador indica a média, o desvio-padrão
(DP), o mínimo, o máximo e a amplitude de atividade muscular
durante cada tentativa. A atividade muscular eletromiográfica
foi quantificada em microvolts (μV).
Como material adicional, também foram utilizados um laptop
marca Dell, modelo Inspiron 1440, com sistema operacional
Windows 7, e um software MiotecSuite, da MIOTEC.
Para o procedimento de coleta da EMGs, os sujeitos foram Figura 1. Imagem do posicionamento e da fixação dos eletrodos e da
faixa rígida no sujeito voluntário. Fonte: Autor
convidados a sentar-se, confortavelmente, em uma cadeira sem
braço e com encosto. As costas deviam ficar apoiadas, com os
braços verticalmente ao longo do corpo, os pés apoiados no chão,
a cabeça posicionada (plano de Frankfurt, paralelo ao chão) e
o olhar direcionado para um ponto à frente. Foi solicitado que
respirassem normalmente e evitassem falar ou movimentar-se
durante o exame. Para evitar interferência, os sujeitos foram
posicionados de costas para o equipamento de EMGs.
Na sequência, os sujeitos tiveram a pele limpa com gaze
embebida em álcool 70% e, quando necessário, foi realizada
tricotomia, a fim de diminuir a impedância entre a pele e os
eletrodos, por meio do aparador de pelo Philips NT9110/30.
O ponto para a fixação dos eletrodos foi determinado partir das
recomendações do SENIAM(18), na metade da distância entre
a linha da sétima vértebra cervical (C7) e o acrômio (ACR), Figura 2. Imagem do sujeito com a bandagem elástica, os eletrodos
e um eletrodo de referência foi fixado na C7. A marcação dos e a faixa rígida. Fonte: Autor

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dos ombros em direção às orelhas o máximo que conseguisse, relacionados à instrumentação e a fatores individuais, tais como
durante esse comando verbal. Após o tempo de 5 segundos, ao a geometria muscular e a impedância dos tecidos(22), podem
comando da palavra relaxa, ele deveria voltar à posição inicial. ser reduzidos.
Antes da coleta de dados, essa sequência foi treinada uma vez Optou-se, nesta pesquisa, por realizar a normalização
para evitar erros de execução. Vale pontuar que o indivíduo pelo pico do sinal eletromiográfico. Assim, os dados obtidos
realizava três CVMs de 5 segundos, com intervalo de descanso de representam a conversão dos valores absolutos do registro (média
10 segundos entre as contrações, para prevenir fadiga muscular. da atividade elétrica) em percentual de um valor de referência
Terminada a coleta da EMGs, o G3 foi dispensado e a (pico máximo da atividade elétrica).
bandagem foi colocada nos indivíduos que estavam nos grupos Além do uso da EMGs, foi ainda elaborado um questionário
G1 e G2. A técnica de aplicação utilizada para esses grupos com o intuito de captar os dados qualitativos e perceptivos
foi a técnica Y(2) (Figura 3). A extensão total da bandagem referentes ao uso da bandagem. O questionário foi composto
foi medida de C7 até o ACR. Na sequência, a bandagem foi de duas partes: uma de identificação, com informações sobre
dividida ao meio em dois terços de sua extensão total, sendo idade, sexo, peso, altura, dominância manual e profissão; e outra
estes considerados como o ponto móvel. aplicada após o uso da bandagem, para verificar as mudanças na
Com o intuito de determinar a tensão utilizada na bandagem rotina, as sensações causadas pelo uso e também a presença ou
dos sujeitos do G1, um quarto da extensão de cada perna do não de desconforto com a utilização da bandagem. Essa segunda
ponto móvel foi retirado. Assim, a tensão dada na bandagem parte somente foi respondida pelos sujeitos do G1 e do G2.
pôde ser determinada com mais precisão. Existem pesquisas(4,11) Os dados foram digitalizados em planilha Excel e analisados
que apontam um percentual da tensão, mas sem explicar com no software SPSS, versão 17. A análise estatística verificou as
clareza como ele foi obtido. diferenças em relação ao sexo, à idade e índice de massa corporal
Os sujeitos que utilizaram a bandagem receberam verbalmente (IMC) entre os grupos estudados. Além disso, foi aplicado o
e por escrito orientações referentes ao uso da mesma. Além teste qui-quadrado. Na comparação dos dados da atividade
disso, foram instruídos a permanecer com a bandagem até o elétrica muscular entre os grupos G1 e G2, tanto no momento de
dia seguinte, sem alteração da rotina diária. repouso como no de CVM, utilizou-se o teste estatístico Anova
Os dados da análise eletromiográfica foram obtidos em RAW, e Kruskal-Wallis. O mesmo teste foi utilizado na comparação
registro bruto do sinal elétrico com unidade µV. Foi verificado dos dados eletromiográficos no repouso e na CVM dos grupos
o espectro de frequência por meio da transformada rápida de G1, G2 e G3. Estabeleceu-se um nível de significância (p) de
Fourier (FFT- Fast Fourier Transform), para a identificação de 5% (0,05), assinalado com asterisco (*).
ruídos e artefatos do sinal e, após a retificação do sinal, foram
obtidos os valores em root mean square (RMS)(20), através do RESULTADOS
programa MiotecSuite. Os valores das três CVMs em RMS
foram determinados, além do valor em repouso, obtido antes A Tabela 1 apresenta a descrição e a comparação dos dados
das contrações. de idade, IMC e gênero entre os grupos de indivíduos estudados,
Com o intuito de comparar os dados antes da intervenção, o que demonstra uma homogeneidade da amostra.
depois dela e intersujeitos, os dados eletromiográficos foram Para comparar os grupos e retirar a influência dos valores
normalizados de acordo com a literatura(19,21). O processo de iniciais nas variáveis de repouso e CVM, na comparação dos
normalização é fundamental para a comparação dos sinais grupos, considerou-se a diferença relativa (DR) de cada indivíduo.
eletromiográficos, entre os registros de um mesmo sujeito ou entre A DR entre as respostas dos momentos pré e durante é dada
sujeitos diferentes. Dessa maneira, os fatores de interferência por: DR = [(Durante - Pré) / Pré] x 100 e, de maneira análoga, a
DR entre pré e pós (24 h) é dada por: DR = [(Pós - Pré) / Pré] x 100.
Assim, DR indica o quanto variou a resposta do indivíduo após
a realização do tratamento, cujos valores estão representados
nas Tabelas 2 e 3.
Na Tabela 2, apresenta-se a comparação dos dados
eletromiográficos no repouso e na CVM, tanto do lado direito
como do esquerdo, dos indivíduos dos grupos G1 e G2. Verifica-se
que houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos
somente no resultado da CVM esquerda.
A comparação dos dados eletromiográficos entre os três
grupos estudados encontra-se na Tabela 3, não sendo possível
observar diferença estatisticamente significativa desses dados.
A Figura 4 demonstra o número de respostas positivas do
questionário depois do uso da bandagem para os grupos G1 e G2.
Destaca-se que oito sujeitos do G1 e do G2 referiram maior
relaxamento após o uso da bandagem, seguidos de coceira (seis
sujeitos no G1 e cinco no G2) e melhora na qualidade do sono
Figura 3. Modelo do corte da bandagem na técnica Y. Fonte: Autor (três no G1 e cinco no G2).

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Tabela 1. Distribuição numérica, média, desvio-padrão, valores mínimo e máximo das variáveis gênero, idade e IMC de acordo com os grupos
de pesquisa
Grupos N Média DP Mínimo Máximo p-valor
Gênero G1 Fem. 11 - - - - 0,96
G1 Masc. 7 - - - -
G2 Fem. 10 - - - -
G2 Masc. 7 - - - -
G3 Fem. 9 - - - -
G3 Masc. 7 - - - -
Idade G1 - 18 26,3 4,3 20 35 0,74
G2 - 17 25,2 4,7 20 35
G3 - 16 25,9 4,5 20 34
IMC G1 - 18 24,8 4,3 18,4 35,3 0,99
G2 - 17 24,7 3,9 19,5 33,6
G3 - 16 24,9 4,7 17,8 33,6
Teste de associação qui-quadrado (comparativo de gênero); Teste Kruskal-Wallis (comparativo de idade e IMC)
Legenda: Fem. = feminino; Masc. = masculino; N = número de sujeitos; DP = desvio-padrão; G1 = grupo de sujeitos com bandagem e tensão; G2 = grupo de
sujeitos com bandagem sem tensão; G3 = grupo controle; IMC = ndice de massa corporal (divisão do peso pela altura ao quadrado); p-valor = nível descritivo

Tabela 2. Comparação entre média, mediana, desvio-padrão, valores mínimo e máximo da diferença relativa dos dados eletromiográficos
normalizados de acordo com as variáveis repouso e contração voluntária máxima de ambos os lados nos momentos pré e imediatamente após
aplicação da bandagem, entre os grupos G1 e G2
p-valor
Variáveis Grupo Média Mediana DP Mínimo Máximo
Kruskal-Wallis
Repouso (D) G1 -8,0 -4,0 30,6 -75,8 48,8 0,906
G2 -8,3 -4,3 19,6 -57,9 14,4
Repouso (E) G1 5,4 -2,7 22,7 -18,2 59,1 0,344
G2 1,3 2,1 27,5 -84,6 58,5
CVM (D) G1 5,8 2,2 16,1 -15,1 46,0 0,236
G2 -1,4 -0,8 8,2 -16,7 9,7
CVM (E) G1 -0,4 2,0 9,7 -13,3 30,3 0,044*
G2 3,8 5,6 8,7 -13,3 18,9
*valor significante ≤ 0,05 Teste Kruskal-Wallis;
Legenda: DP = desvio-padrão; D = lado direito; E = lado esquerdo; CVM = contração voluntária máxima; G1 = grupo de sujeitos com bandagem e tensão;
G2 = grupo de sujeitos com bandagem sem tensão; p-valor = nível descritivo

Tabela 3. Comparação entre média, mediana, desvio-padrão, valores mínimo e máximo da diferença relativa dos dados eletromiográficos,
normalizados de acordo com as variáveis repouso e contração voluntária máxima de ambos os lados, nos momentos pré e pós entre os grupos
G1, G2 e G3
p-valor
Variáveis Grupo Média Mediana DP Mínimo Máximo
Kruskal-Wallis
Repouso (D) G1 -4,9 -2,2 38,5 -87,3 92,3 0,537
G2 3,3 2,8 28,1 -66,8 64,2
G3 7,5 1,1 46,2 -58,6 152,7
Repouso (E) G1 2,4 0,4 20,9 -33,2 45,9 0,697
G2 2,7 0,2 9,9 -14,2 21,4
G3 2,0 3,6 18,2 -15,2 49,4
CVM (D) G1 1,7 0,4 23,3 -61,1 54,4 0,732
G2 -0,2 1,0 8,8 -18,9 12,7
G3 3,1 3,5 9,6 -13,3 23,9
CVM (E) G1 5,8 6,4 11,5 -11,6 31,3 0,710
G2 2,6 0,7 10,2 -18,6 22,3
G3 3,4 3,2 7,0 -9,7 20,7
Teste Kruskal-Wallis
Legenda: DP = desvio-padrão; D = lado direito; E = lado esquerdo; CVM = contração voluntária máxima; G1 = grupo de sujeitos com bandagem e tensão;
G2 = grupo de sujeitos com bandagem sem tensão; G3 = grupo controle; p-valor = nível descritivo

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Na comparação dos dados eletromiográficos dos sujeitos
do G1 e do G2, não foi observada diferença estatisticamente
significante, embora tenha sido observada diferença significativa
na variável contração voluntária máxima (CVM) do lado
esquerdo, na mensuração da diferença relativa do G1, quando
comparado ao G2. Acredita-se que essa diferença observada seja
decorrente de um fato isolado, uma vez que as outras variáveis
similares, ou seja, que também se relacionam aos parâmetros a
serem pesquisados, não obtiveram diferença significativa quando
comparadas entre os grupos estudados. Na experiência clínica
Figura 4. Gráfico de comparação das respostas afirmativas do dos autores, não foi possível constatar uma modificação somente
questionário entre os grupos G1 e G2 com relação às sensações da em um dos aspectos estudados, o que o faz ser considerado um
aplicação da bandagem fato isolado, sem repercussão funcional.
Na comparação entre os grupos G1, G2 e G3 em repouso
(antes) e depois do uso da bandagem, não foi verificada
diferença estatística nos dados eletromiográficos. Pode-se
DISCUSSÃO afirmar, com a análise dos resultados, que os sujeitos do grupo
que utilizaram a bandagem, com tensão (G1), do grupo que
O recurso terapêutico da bandagem elástica passou a ser utilizou sem tensão (G2) e do grupo controle (G3), produziram
bastante utilizado na Fonoaudiologia nos últimos anos. Observa-se respostas muito variadas na eletromiografia, mas semelhantes
esse recurso em pauta em diversas discussões clínicas, em na comparação entre os grupos.
congressos, artigos, entre outros encontros científicos(1,9-12), Estes achados são semelhantes ao estudo(26) realizado para
mas sua utilização nos dias de hoje ainda está muito baseada verificar os efeitos imediatos e tardios no quadríceps femoral,
na prática clínica(1,3). no equilíbrio e na função de membro inferior em 36 mulheres
Mesmo tendo a clínica como ponto de partida, verifica-se saudáveis. Essas mulheres foram divididas de forma aleatória
hoje uma preocupação em pesquisas científicas que possam em três grupos: controle (com 10 minutos de repouso), um grupo
comparar e mensurar seus efeitos(10-12,23,24). O grande desafio com aplicação de bandagem sem tensão no quadríceps e o outro
desta pesquisa foi o de como quantificar tais mudanças em uma grupo com bandagem com tensão na mesma musculatura. Para
população saudável. mensurar os resultados, foi avaliado o desempenho isocinético
Na busca do melhor instrumento para mensurar os efeitos com dinamômetro e em plataforma de baropodometria, teste
da bandagem elástica, conforme pontuado acima, esta pesquisa de salto único, equilíbrio estático em um pé e EMGs em cinco
optou pelo uso da eletromiografia de superfície. A escolha desse etapas, antes de qualquer intervenção, imediatamente após a
instrumento deveu-se à sua frequente aplicação em estudos intervenção e nos intervalos de 48h e 72h, sendo essa última
científicos que objetivam verificar a mudança nas condições realizada 24h após a retirada da bandagem. Não foi evidenciada
musculares diante de intervenções terapêuticas(17,19,23). nenhuma mudança nas questões avaliadas. Os autores afirmaram a
A população deste estudo foi formada por indivíduos necessidade de estudos em população em processo de reabilitação.
saudáveis. Essa escolha ocorreu na perspectiva de focalizar a A criação de um grupo que recebesse aplicação da bandagem
ação da bandagem elástica frente à fibra muscular em padrões sem tensão (no caso, o G2) foi justificada pela hipótese de que
de normalidade, em uma amostra homogênea. somente estímulos no tegumento já seriam suficientes para
Vale pontuar que a bandagem elástica é um recurso terapêutico estimular os receptores somatossensoriais inseridos na pele e,
utilizado em conjunto com outros recursos, técnicas e exercícios assim, produzir resposta motora(2). Para determinados autores(5,26),
na terapia fonoaudiológica, em tratamentos motores e/ou a estimulação tegumentar com aplicação da bandagem sem
funcionais. Na pesquisa, o recurso precisou ser isolado, o que tensão pode ser considerada uma forma de placebo.
caracteriza um recorte na forma de sua utilização. Esperava-se nesta pesquisa que os sujeitos que receberam
Escolheu-se o músculo trapézio fibras descendentes pelo aplicação da bandagem com tensão apresentassem maior resposta
fato de se relacionar ao alinhamento biomecânico da face e do de relaxamento muscular em comparação àqueles em que a
pescoço e, dessa forma, contribuir com as diversas funções dos bandagem foi aplicada sem tensão. Vale destacar que muitos
sistemas estomatognático e respiratório(14,15,25). indivíduos saudáveis da pesquisa, já apresentavam em repouso
Observa-se que, em relação às características demográficas, valores discrepantes. Os resultados demonstraram que, além
como sexo, idade e índice de massa corporal (IMC) dos sujeitos da semelhança dos dados eletromiográficos entre os grupos
da amostra, não houve diferença estatisticamente significante G1 e G2, também os resultados do questionário, depois do uso
entre os grupos G1, G2 e G3. O IMC foi considerado como da bandagem, foram semelhantes na maioria dos sujeitos em
uma possível variável entre os grupos, para que não houvesse relação ao relaxamento. Já no que diz respeito à qualidade do
discrepância em relação ao tecido adiposo e interferisse na sono, o resultado mais expressivo ocorreu no grupo G2, grupo
sensação tegumentar da aplicação da bandagem. Assim, após com a bandagem sem tensão. É importante pontuar que a coceira
análise das variáveis estudadas, pode-se constatar homogeneidade era uma resposta esperada, já que o aumento da circulação
entre os grupos estudados. sanguínea pode gerar essa resposta.

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Os sujeitos dos dois grupos (G1 e G2), nos quais houve instrumento mais indicado para mensurar o possível relaxamento
a aplicação da bandagem, não receberam nenhum tipo de causado pela utilização da bandagem. Outro ponto foi como
informação sobre o possível efeito desta. Logo, ao constatar, medir e comparar a propriocepção de cada sujeito saudável,
na aplicação do questionário, que eles referiram melhora no posto que a percepção do corpo é absolutamente subjetiva e
padrão do sono, o que seria um efeito esperado com relaxamento dependente da história de vida de cada sujeito.
muscular proveniente das aplicações, é possível inferir que o A bandagem elástica é um recurso que faz parte de um todo
recurso terapêutico da bandagem elástica atingiu seus objetivos, dentro de um planejamento terapêutico. Não é um recurso que
mesmo que a eletromiografia não tenha encontrado esses dados. substitui a expertise clínica do terapeuta e seu conhecimento sobre
Nos dias atuais, tem-se à disposição uma série de recursos os procedimentos de tratamento, e sim algo que complementa
tecnológicos para a mensuração de dados, porém nem sempre o processo de reabilitação. Os resultados do presente estudo
estes conseguem capturar as sutilezas das informações que se tem sugerem que o uso da bandagem elástica apresentou resultados
na clínica. Objetivar o subjetivo é o maior desafio do pesquisador qualitativos positivos em indivíduos saudáveis. Estudos futuros
clínico. Nesta pesquisa, buscou-se encontrar um instrumento podem investigar a aplicação desse recurso terapêutico em
de mensuração quantitativa dos resultados; contudo, este pode diferentes populações com alterações de motricidade orofacial
não ter sido eficaz em mostrar possíveis mudanças musculares e de voz, associadas ou não a outras doenças.
decorrentes da aplicação da bandagem em sujeitos sem queixas Uma das limitações deste estudo foi a de que, apesar de
que, por sua vez, foram notadas no questionário qualitativo. ter sido randomizado, o examinador que realizou a coleta
A constatação de resultados por medidas subjetivas pode ser não estava cego para os grupos. Entretanto, a realização da
encontrada em pesquisa realizada(27) com o objetivo de verificar
coleta e os procedimentos realizados seguiram as normas e as
o efeito da estimulação elétrica neuromuscular na deglutição de
recomendações do SENIAM e ISEK. Nos próximos estudos,
sujeitos com acidente vascular cerebral. Nesse estudo, foram
acredita-se ser pertinente um estudo duplo cego.
comparados dois grupos de sujeitos, um recebendo a estimulação
elétrica, e outro, a fonoterapia tradicional, utilizando-se como
CONCLUSÃO
métodos de mensuração a videofluoroscopia da deglutição,
a escala analógica para autoavaliação da queixa, a avaliação No grupo pesquisado de indivíduos saudáveis, a bandagem
nutricional e a avaliação da função motora oral. Os resultados
elástica aplicada no músculo trapézio não apresentou efeito
demonstraram que todos os pacientes se beneficiaram da
na atividade elétrica muscular mensurada pela EMGs. Porém,
eletroestimulação, com mudanças nos dados de avaliações
percebeu-se ganho qualitativo em relação ao relaxamento
subjetivas, mas sem apresentar diferença entre os resultados
muscular e à qualidade do sono de acordo com o questionário
nas avaliações objetivas.
autorreferido aplicado.
Nos últimos anos, a Medicina e, mais recentemente, a
Fonoaudiologia começaram a buscar em suas pesquisas científicas
AGRADECIMENTOS
a prática baseada em evidência. Assim como em outras áreas,
esse caminho tem o intuito de promover cientificidade à prática
Agradecemos à CAPES pelo auxilio financeiro e à Inovva
clínica. O isolamento de um recurso terapêutico, como foi neste
Medical pela doação de bandagem.
estudo a bandagem elástica, não reflete uma prática, de fato,
clínica, uma vez que se tem abordagens amplas, complexas e
REFERÊNCIAS
individuais em um processo de reabilitação.
Em um outro estudo, os autores(28) investigaram o efeito da 1. Silva AP, Escamez NES, Morini N Jr, Andrada e Silva MA. Método
bandagem elástica em 21 sujeitos com suspeita de síndrome Therapy Taping: bandagem elástica como recurso terapêutico na clínica
do impacto do ombro, por meio da verificação da redução da fonoaudiológica. DistComun. 2014;26(4):805-8.
atividade elétrica, pela eletromiografia, em atividade de alcance 2. Morini N Jr. Bandagem terapêutica: conceito de estimulação tegumentar.
em uma prateleira. Os parâmetros encontravam-se aumentados São Paulo: Roca; 2013. p. 130.
no momento anterior ao uso da bandagem, em decorrência da 3. Silva AP, Morini N Jr, Faiçal AZ. O Método Therapy Taping: conceito de
disfunção apresentada. Os autores pontuaram que aconteceram estimulação tegumentar nos tratamentos de motricidade orofocial. In Motta
AR, Furlan RMMM, Tessitore A, Berretin-Felix G, Silva HJ, Marchesan
modificações funcionais decorrentes da aplicação da bandagem IQ. Motricidade orofacial: atuação nos diferentes níveis de atenção à saúde.
no músculo trapézio. O estudo acima evidencia que a mensuração São Jose dos Campos: Pulso; 2017. p. 101-12.
da atividade elétrica, durante a realização de uma função, é, 4. Bae Y. Change the myofascial pain and range of motion of the temporomandibular
de fato, diferente do movimento isolado. Nessa perspectiva, joint following kinesio taping of latent myofascial trigger points in the
pode-se pensar o quanto essa questão influenciou esta pesquisa. sternocleidomastoid muscle. J Phys Ther Sci. 2014;26(9):1321-4. http://
Ao refletir sobre os resultados encontrados nesta pesquisa e dx.doi.org/10.1589/jpts.26.1321. PMid:25276008.
nos achados da literatura, surgiram determinados questionamentos. 5. Chang NJ, Chou W, Hsiao PC, Chang WD, Lo YM. Acute effects of
Kinesio taping on pain, disability and back extensor muscle endurance
O primeiro ponto é se, de fato, a eletromiografia é um instrumento
in patients with low back pain caused by magnetic resonance imaging:
adequado para mensurar o relaxamento muscular, uma vez que confirmed lumbar disc degeneration. J Back Musculoskeletal Rehabil.
não existe um parâmetro de valores de normalidade para uma 2018;31(1):85-93. http://dx.doi.org/10.3233/BMR-169681. PMid:28800306.
musculatura considerada normal. Sendo assim, a eletromiografia, 6. Logan CA, Bhashyam AR, Tisosky AJ, Haber DB, Jorgensen A, Roy
principalmente na população normal, provavelmente não foi o A, et al. Systematic review of the effect of taping technique son patello

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Disponível em: http://www.seniam.org/ Contribuição dos autores
19. Calamita SA, Biasotto-Gonzalez DA, Melo NC, Santos DM, Lassa R, APS autora principal do artigo, elaborando e realizando a pesquisa, além
Mendonça FS, et al. Evaluation of the immediate effect of acupuncture on da escrita do artigo; ARRC e FCS colaboraram com sugestões de mudança e
pain, cervical range of motion and electromyographic activity of the upper correção no artigo; MAAS colaborou com a elaboração da pesquisa, elaboração
trapezius muscle in patients with non specific neck pain: study protocol e correção do artigo.

Silva et al. CoDAS 2019;31(5):e20180077 DOI: 10.1590/2317-1782/20192018077 8/8

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