6 - Resumo Farmacologia II - Quinolonas e Sulfas
6 - Resumo Farmacologia II - Quinolonas e Sulfas
6 - Resumo Farmacologia II - Quinolonas e Sulfas
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
Quinolonas
Introdução
1962 – Lesher e col. Sintetizaram o Ácido Nalidíxico como sub-produto da síntese da cloroquina.
Ácido Nalidíxico - base das quinolonas que se desenvolveram a partir de 1980.
o Ácido Nalidíxico, um derivado sintético produzido a partir do processamento da Cloroquina, foi
descoberto em meados dos anos 80.
o Desde então, novos representantes das quinolonas vêm sendo sintetizados e incorporados ao
arsenal terapêuticos.
o As quinolonas passaram de antibióticos utilizados quase que exclusivamente para tratamento de
infecções do trato urinário para uma das classes de antibióticos mais prescritos no mundo,
respondendo por um quinto de todos os antimicrobianos vendidos em meados da década passada.
No início dos anos 80, com o acréscimo de um átomo de flúor na posição 6 do anel quinolônico, surgiram as
fluorquinolonas.
o A denominação Fluorquinolonas deriva da adição de Flúor às moléculas básicas e caracteriza as
quinolonas de segunda geração.
Histórico
o Década de 60
Surge o 1ª membro da classe: Ác. Nalidíxico
o Década de 70
Surgem os outros como: Ác. Oxolónico, Cinoxacino, Ác. Piromídico, Ác. Pipemídico
o Década de 80
Fluoroquinolonas.
OBS: Não há representante das quinolonas de quarta geração em nosso meio (brasil).
Estrutura
É composta por um anel básico formado por
4 amino quinolona Anel 4-oxo-1,4-
dihidroquinolina.
Pesquisas demonstram que modificações
estruturais em todas as posições, exceto no
grupo 4-oxo (neste não adianta), produzem
potentes agentes antimicrobianos.
o O 4 amino quinolona Anel 4-oxo-1,4-
dihidroquinolina é comum a todas.
o Modificações em alguns sítios
centrais destas estruturas químicas
explicam características importantes relacionadas ao espectro de ação, farmacocinética e perfil de
toxicidade destes antibióticos ao longo das décadas.
Modificações estruturais no anel exercem influência sobre:
o Atividade antimicrobiana: as quinolonas de 1°
geração possuem atividade antimicrobiana
diferente das de 4° geração.
o Afinidade pelo sítio alvo.
o Alterações na toxicidade, praticamente quanto
mais se modificava, mais se aumentava a
toxicidade também.
o Melhora penetração celular, esses por
modificação no anel básico.
o Alteram farmacocinética das quinolonas.
Flúor posição 6 – influência
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
o Aumenta atividade antibacteriana.
o Aumenta afinidade pela enzima.
o Aumenta penetração célula.
Substituintes posição 7, 8 e 1
o Aumentam espectro de ação para gram (-) e gram (+).
As Quinolonas estão divididas em gerações
(king e col e ambrose e Owens Jr – 2000)
o Sendo que essas gerações são
baseadas no espectro antimicrobiano
e no tempo de lançamento do
fármaco.
IMPORTANTE LEMBRAR: A adição de radicais
às quatro estruturas básicas das quinolonas,
permitiu melhorias relacionadas ao espectro
de ação antibacteriano, penetração tecidual e
absorção oral.
Mecanismo de ação
Interferência na síntese do DNA bacteriano, através da inibição de 2 enzimas (topoisomerases):
o DNA- girase (Gram (-))
o Topoisomerase IV (Gram (+))
o Essas enzimas são responsáveis pelo controle do processo de divisão, reunião de novas cadeias e
enovelamento do novo DNA bacteriano durante a replicação.
Elas abrem, desenovelam, dividem, reúnem a nova cadeia e enovelam novamente o DNA, ou
seja, elas são essenciais para o funcionamento desse processo.
o A inibição destas duas moléculas faz com que as cadeias de DNA sejam formadas com falhas nas
estruturas em sua composição, inibindo a replicação e levando à morte bacteriana.
Relaxamento espirais:
o Extremidades livres do DNA induzem síntese descontrolada de RNAm, proteínas, exonucleases – o que
leva a célula a MORTE CELULAR.
As quinolonas são consideradas bactericidas para a maioria das síndromes infecciosas onde possuem
indicação.
Mecanismos de resistência
Origem cromossômica:
o Modificação do alvo:
DNA-girase (Topoisomerase) modificadas que não sofrem ação pelas drogas pois possuem
seus sítios de ação alterados.
o Menor difusão da droga:
Modificação dos canais porínicos da membrana externa das bactérias
Mecanismo de efluxo:
o A resistência ás quinolonas se deve à presença e ativação de Bombas de Efluxo que levam a diminuição
da concentração intracelular do antibiótico.
Efeitos adversos:
5 a 10% têm Efeitos Adversos
Comuns: Náusea, vômito, dor e diarreia
Colite Pseudomembranosa: rara
Hipersensibilidade: urticária, eosinofilia, erupções maculo-papulares e febre
Alergia, Fotodermatite
Alteração TGO/TGP
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
Taquiarritmias
Artralgia, Tendinite
Síndrome do Temafloxacino:
o Hipoglicemia
o Hemólise
o IRA
o Insuficiência Hepática
o Trombocitopenia
Farmacocinética
As quinolonas, com exceção do Ácido Nalidíxico e da Norfloxacina, são consideradas drogas de alto Volume
de Distribuição (Vd) e Ligação Protéica (Lp) reduzida o que, pelo menos em parte, explica sua adequada
penetração nos diversos compartimentos do organismo.
o Baixa ligação protéica: 30%
Absorção por VO
o Norfloxacino: Biodisponibilidade baixa de 30%
o Ciprofloxacino: Biodisponibilidade de 70%
o Pefloxacino, levofloxacino, gatifloxacino e ofloxacino: Biodisp. > 90%
o OBS: incorporação de radicais às estruturas básicas da classe permite às quinolonas altas taxas de
absorção oral.
Meia-vida prolongada:
o Isso serve para as quinolonas de 3ª e 4ª geração.
Atravessam a barreira
placentária:
o 70 a 90% da
concentração
sérica materna
no sangue fetal
e líquido amniótico.
Eliminadas em alta concentração no leite materno.
o As quinolonas também atravessam a membrana placentária e são excretas no leite materno.
Ajustes: Insuficiência Renal e Hepática graves
o As quinolonas e seus metabólitos são eliminados preferencialmente pela via renal. Em geral, não há
necessidade de ajustes significativos de dose de acordo com a função renal ou hepática, com exceção
da ciprofloxacina.
São considerados antibióticos concentração-dependentes, mostrando melhor efeito terapêutico quando
administrados em doses maiores e em menor número de vezes.
OBS: ANTIÁCIDOS: interferem na absorção da maior parte das quinolonas, tomar cuidado se o paciente não
faz uso.
Resumindo, são antibióticos ótimos pois são absorvidos por VO, bem distribuídos, age em vários tecidos,
contudo, são muito tóxicos.
Efeitos colaterais
São pouco comuns (incidência de 5 a 10%), os que mais ocorrem são:
o Fototoxicidade, alterações no ritmo cardíaco e encefalopatia.
o náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal
Hipersensibilidade: urticária, eosinofilia, erupções maculo-papulares e febre
Tendinite e ruptura de tendões (pefloxacino)
o Professora disse que teve tendinite quando tomou cefalosporina de 3° geração.
o O paciente acaba tendo esses sintomas durante ou após o tratamento e aí ele tem essa ruptura de
tendão.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
Lesões articulares (ainda não comprovados em humanos).
o Há relatos de deposição em tecido cartilaginosos de animais em crescimento que levam as lesões
articulares.
Fotodermatite
Alteração TGO/TGP
Prolongamento do intervalo QT
Fototoxicidade – escurecimento da pele e mucosas – quanto maior a geração, maior a chance de aparecer as
manchas.
SNC: cefaleia, insônia, alteração de humor, alucinações, delírio, convulsão
o 2013 – FDA mandou colocar na bula: neuropatia periférica início rápido, por meses ou anos,
permanentemente.
Síndrome temafloxacino – O que levou a sua retirada de comércio.
o Hipoglicemia
o Hemólise
o IRA
o Insuficiência hepática trombocitopenia,
o Coagulação intravascular intradisseminada.
Resumindo, os principais efeitos adversos das quinolonas (mais perigosos) são:
o Lesões articulares, Fotodermatite e fototoxicidade, e afecções no SNC, síndrome do temafloxacino e
aumento do risco de dissecção aórtica e aneurisma.
OBSERVAÇÃO 1ª: (importante)
o Levam a maiores riscos de desenvolver a tendinite e ruptura de tendão, artralgias...
o Não devem ser prescritas para:
Tratar infecções autolimitantes.
Pacientes alérgicos.
Infecções leves e moderadas (pneumonia adquirida na comunidade (PAC), cistite, bronquite
crônica...), exceto em falha terapêutica com outros ATM.
Cuidado quando prescrito para pessoas idosas, transplantados, em uso de corticoides.
Esses pacientes possuem maior risco de desenvolver a tendinite e ruptura de tendão
e todos devem ser avisados que em caso de dor em tendões, consultar imediatamente
o medico.
OBSERVAÇÃO 2ª: (importante)
o As Fluoroquinolonas sistêmica e inaladas podem aumentar o risco de aneurisma e dissecção aórtica.
o Pacientes em risco (exemplo, idosos), devem ter o risco-benefício medido.
o Condições predisponentes:
Historico familiar.
Aneurisma preexistente.
Síndrome de marfan....
o Esses pacientes devem ser orientados sobre os riscos e orientados a procurar imediatamente o pronto
atendimento caso apresentem dor severa repentina abdominal, torácica ou lombar.
Rosoxacino
Trata gonorreia.
99% Absorção oral
Uso exclusivo no tratamento da gonorréia em dose única de 300 mg em homem e mulher
Eradacil caps 150 mg
Não age contra clamídia ou micoplasma
Ácido Pipemídico
Introduzido no mercado em 1974
Espectro de ação idem Ác. Nalidíxico, porém mais potente e tem alguma ação contra Pseudomonas sp
Tratamento de ITU – Mesmo dos outros.
Pouco metabolizada no organismo
Eliminação renal, biliar e fezes
Pipurol cp 200 e 400 mg e xarope 200 mg/ 5 mL
200 a 400 mg 12/12 h VO
Quinolonas De 2ª geração
Elevada potência antimicrobiana contra cocos e bacilos Gram (-)
Moderada ou potente ação anti-Pseudomonas aeruginosa
Atividade contra estafilococos sensiveis à Oxacilina
Boa difusão tissular (concentração sistêmica: exceto norfloxacino)
2ª Grupo: alta penetração
intracelular (atípicos).
Atividade contra estafilococos beta-
lactamase+ (bactérias resistentes)
Mesmo com as melhoras, ainda não
ativo contra estreptococo,
pneumococo, anaeróbios, enterococos e bacilo Gram+
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
Ação sistêmica (exceto Norfloxacino e Lomofloxacino)
VO (Grupo A) e VO e EV (Grupo B).
Pefloxacino (GRUPO B)
Sintetizado em 1980
VO e EV
Mesmo espectro de ação que Norfloxacino
Farmacocinética:
o 100% biodisponibilidade VO.
Boa disponibilidade.
o Antiácidos: reduzem em 50% a absorção
o Ação Sistêmica
o Metabolização hepática
o Excreção renal 15%
o Penetra bem em LCR, mesmo com BHE íntegra.
o Penetra em ossos e próstata.
Indicado
o Gonorréia
o Prostatites
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
o Meningoencefalites (Haemophilus sp.)
o Osteomielites (Staphylococcus sp.) PODE!
o Endocardite (Enterobactérias)
o Sepse
o ITU
Apresentação:
o Peflacin CP e Ampola 400 mg
o EV 400 mg 12/12 h
Quinolonas de 3ª geração
As quinolonas de terceira geração são conhecidas como quinolonas respiratórias por serem consideradas
boas opções de tratamento para infecções respiratórias altas e pneumonias adquiridas na comunidade
o Ação contra Gram (-) e Gram (+) (estreptococos hemolíticos, pneumococo e bactérias atípicas).
o São chamadas de “quinolonas respiratórias” – boa opção para pneumonia como alternativa TOP!
Pequena ação anti-Pseudomonas
Gatifloxacino e Moxifloxacino: ação contra alguns anaeróbios de pele e vias aéreas.
Ação sistêmica contra Gram –
Ação contra Gram +: Estreptococos
,Pneumococo e bactérias atípicas
Farmacocinética:
o VO biodisponibilidade 99%
o VO e EV
o Ação sistêmica
o Não penetra bem LCR
o Pouco metabolizada
o 65% eliminada pelos rins
Levofloxacino (importante)
Farmacocinética:
o VO biodisponibilidade 99%
o Pode ser utilizada por VO e EV
o Ação sistêmica
o Não penetra bem LCR
o Pouco metabolizada
o 65% eliminada pelos rins
o antiácidos interferem na absorção (nao tomar com antiacido)
Espectro de Ação:
o Gram –
o Estafilococos
o Estreptococos
o Clamídia, Legionela, Micoplasma (bacterias atipicas)
o Mycobacterium sp.
o H.pylori
o Pseudomonas (inferior à Cipro)
o Moraxella sp.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
o Possuem um espectro de ação maior em relação à Norfloxacina e à Ciprofloxacina, já que mantém a
atividade em enterobactérias e Pseudomonas aeruginosa e oferece cobertura consistente para gram
positivos, incluindo o Estreptococcus pneumoniae e os microorganismos atípicos como Legionella
pneumophila, Micoplasma pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae.
INDICAÇÕES
o Otite
o Sinusite
o BCP e pneumonias atípicas
o Bronquites
o ITU (talvez não escolha essa)
o Prostatite (as drogas de 2ª geração são bem indicadas)
Apresentação: Posologia – prostatite
o 250 a 500 mg/dia
o Levaquin ou Tavanic
o CP
Moxifloxacino (Importante)
Substituiu a gatifloxacina.
Lançada em 1996
Espectro de Ação:
o Gram negativos
o Estafilococos
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
o Estreptococos
o Clamídia, Legionela, Micoplasma
o Mycobacterium sp.
o H.pylori
o Pseudomonas (inferior à Cipro)
o Moraxella sp.
o Bacterioides Fragilis
Farmacocinética:
o Metabolização hepática
o Biodisponibilidade VO 89%
o VO e IV
o Boa penetração em LCR (meningites chega a 80% da concentração sérica)
o 20% Eliminação na urina
o Efeito pós antibiótico (abaixo da concentração inibitória mínima ainda paralisa a bactéria)
Indicações:
o ITU
o Otite
o Sinusite
o BCP
o Obs: indicada para o tratamento de infecções respiratória altas, PAC e infecções complexas de pele
e partes moles, podendo ser utilizada em ambas como monoterapia empírica.
o O ganho de espectro também se justifica pela atividade em anaeróbios, incluindo o Bacterioides
flagilis, o que contribuiu para a sua indicação no tratamento de infecções de menor gravidade do trato
intestinal, também como monoterapia empírica.
Apresentação:
o Brasil : Avalox VO e EV 400mg
o Colírio- Vigamox
Gemifloxacino (importante)
Apresentação: (Factive 400 mg CP/Dia)
Em licenciamento mercado brasileiro
Espectro de Ação:
o Gram –
o Estafilococos
o Estreptococos
o Clamídia, Legionela, Micoplasma
o Mycobacterium sp.
o H.pylori
o Pseudomonas (inferior à Cipro)
o Moraxella sp.
A última quinolona disponibilizada para uso clínico no Brasil, mantém o mesmo espectro de ação da
Moxifloxacina, embora tenha recebido somente indicação para o tratamento de infecções respiratórias
altas e PAC de menor gravidade.
o Estas restrições, pelo menos em parte, são decorrentes das limitações da apresentação oral, única
forma disponível no país.
Quinolonas de 4ª geração
Ação contra anaeróbios, incluindo os componentes do grupo do Bacteroides fragilis e outros aneróbios
intestinais, bactérias aeróbicas G+ e G-.
Retirados do mercado:
o Trovafloxacino – hepatotóxico
o Clinafoxacino – cardiotóxico
o Sitafloxacino – Fototoxicidade
*Moxifloxacino
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
Metabolismo hepático.
Biodisponibilidade VO 89%
VO e IV.
Boa penetração no LCR (meningites chega a 80% na concentração sérica).
20% eliminação na urina.
Efeito pós antibiótico (abaixo da concentração inibitória mínima ainda paralisa a bactéria).
Indicações:
o ITU.
o Otite.
o Sinusite.
o BCP.
Apresentação:
o Avalox cpx e frasco uso EV – 400 mg.
o Solução oftálmica Vigamox.
PROVA Importante sobre quinolonas: Aprender sobre os efeitos adversos e orientações que devem ser passados para
o paciente.
Introdução
São antibióticos sintéticos.
As sulfonamidas e as diaminopirimidinas são conjuntamente denominadas drogas antifólicas, conforme
mecanismo de ação descrito adiante neste capítulo.
o Como apresentam ação sinérgica, devem ser estudadas conjuntamente.
Os principais representantes da classe das sulfonamidas são o sulfametoxazol e a sulfadiazina.
Entre os derivados diaminopirimidínicos estão a trimetoprima e a pirimetamina.
A utilização conjunta das sulfonamidas com um derivado diaminopirimidínico (trimetoprima) foi empregada a
partir de 1968, o que possibilitou maior eficácia terapêutica para o tratamento de diversas infecções
bacterianas e também para algumas causadas por protozoários e fungos.
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
Ácido fólico (B9 ou Vitamina M), da família dos folatos, ajuda a formar o ácido tetrahidrofólico, que atua como
uma coenzima no metabolismo dos aminoácidos, na formação dos ácidos nucléicos, das hemácias e do tecido.
o Mamíferos são capazes de utilizar o ácido fólico pré-formado,
o Microorganismos são incapazes de utilizar ácido fólico pré-formado, necessitando sintetizá-lo a partir
do PABA.
Mecanismo de ação:
o As sulfonamidas e as diaminopirimidinas bloqueiam, sequencialmente, a biossíntese de
tetraidrofolatos (a forma ativa do ácido folínico).
o As sulfonamidas inibem as sintetases, que transformam o ácido paraaminobenzoico (PABA) em
ácido fólico.
O Sulfametoxazol
inibe a síntese do
ácido fólico
competindo com o
PABA pela enzima
diidropteroato
sintetases.
o As diaminopirimidinas inibem as redutases, que reduzem o ácido fólico a ácido folínico.
O trimetoprim inibe a diidrofolato – redutase, uma enzima responsável pela formação do
ácido tetraidrofólico
o Não havendo a formação de tetraidrofolatos, fica comprometida a síntese de bases nitrogenadas
(purinas), que iriam originar os ácidos nucleicos. Desta maneira, o uso associado de sulfonamidas e
diaminopirimidinas promove bloqueio sequencial na via de síntese do ácido folínico de
microrganismos sensíveis.
Pergunta: Por que deve ser ministrado ácido fólico para o paciente que se encontra em uso prolongado da
associação dos medicamentos acima?
o Preciso do ácido fólico pois apesar de os mamíferos terem o acido fólico pré-formado previamente
produzido, ainda são afetados pelo uso das diaminopirimidinas como demonstra o quadro anterior,
logo, pessoas em uso desses medicamentos podem desenvolver principalmente anemia pela baixa
produção de aminoácidos e interferência na produção do grupo heme.
Diaminopirimidinas
Envolvem:
o PIRIMETAMINA
o TRIMETROPRIMA
Uso:
o Trimetroprima = usado para bactéria
Trimetroprima é mais específica para as redutases bacterianas, ao contrário das
pirimetamina
o Pirimetamina = usada para protozoário
Pirimetamina
Sintetizada em 1950 por Hitchings e Elion, prêmio Nobel 1988.
Era a droga de eleição para tratamento de malária falciparum até a década de 60.
o Hoje é totalmente inócua, devido a reação de steven-jhonson.
Farmacocinética:
o Uso VO com boa absorção ou EV
o Meia Vida 120 h – superlonga.
o Metabolização hepática
o Excreção renal e biliar
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
o Excretado pelo leite materno
o Penetra LCR
PRINCIPAIS INDICAÇÕES (Em associação com sulfadiazina)
o TOXOPLASMOSE NA GESTANTE COM INFECÇÃO FETAL (após 1º Trimestre)
o TOXOPLASMOSE EM AIDS.
o TOXOPLASMOSE CONGENITA
o NEUROTOXOPLASMOSE
o UVEITE
o TOXOPLASMOSE NO RN.
o ISOSPORÍASE.
EFEITOS COLATERIAS
o Anemia Megaloblástica – Pela intervenção na via do ácido fólico.
o Teratogênica em animais de laboratório (fenda palatina, focomelia
(má formação de braços e membros, sindactilia (não há separação dos
dedos)
o Por isso, deve ser evitada dá para gestante ainda no 1ª trimestre.
Apresentação:
o Daraprim cp 25 mg VO Figura 1 Focomelia
o Fansidar (em associação com sulffadoxina) VO e EV
Trimetroprima
Sintetizado por Hitchings et al. Em 1956
Derivado da pirimidina
Mecanismo de Ação:
o Além de inibir síntese de nucleotídeos, inibe ou atrapalha formação de PC (inibe formação do
fosfatídeos).
Geralmente em associação com Sulfametoxazol que possui farmacocinética similar
o Nome da Associação = COTRIMOXAZOL
Farmacocinética:
o Boa absorção por VO, sem interferência por alimentos
o Meia Vida 13 h
o Trimetroprima é metabolizada e 80% eliminada pelo rim
o Boa penetração LCR
Indicações clínicas (cotrimoxazol)
o PARACOCCIDIOIDOMICOSE - não é mais droga de eleição.
o CRIPTOSPORIDOSE.
o PNEUMOCISTOSE (droga de eleição)
o TOXOPLASMOSE – profilaxia primária.
o INFECÇÕES BACTERIANAS (Ca-MRSA).
Efeitos adversos
o Bem tolerado normalmente.
o Deve ser evitado na gravidez, na medida do possível, pelo risco teratogênico.
Usar somente quando casos que o risco é menor que o benefício que pode trazer.
o Anemia megaloblástica, leucopenia e plaquetopenia – Pela intervenção na via do ácido fólico.
Sulfas
Envolvem
o SULFONAMIDAS
o SULFONAS
o OUTROS DERIVADOS SULFÚRICOS
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
Sulfonamidas
Em 1908 – Gelmo: realizou a síntese da primeira sulfa (sulfonamidas), porém não publicou nada.
1909 – Patente da sulfanilamida como possível agente bacteriano (Holien)
Domagk em 1932 em infecções estreptocócicas em camundongos e em sua própria filha.
o Estava pesquisando corantes, verificou que um certo corante vermelho (prontosil rubrum) era ativo
contra infecções estafilococcica em ratos.
o A filha se machucou e estava com uma infecção e com o risco de perder o braço por necrose, ele
usou o “tal corante” e milagrosamente a filha dele melhorou.
1936: foi demonstrado que a urina de ratos tratados com o corante era ativa contra colônias in vitro.
o Descoberto que o corante era na verdade uma pró-droga, que depois de metabolizada tornava-se a
sulfanilamida.
1938 – Prêmio Nobel de Medicina.
Fleming – Penicilina G: descoberta 5 anos antes porém usada apenas em 1941
1935- Uso mundial das sulfas
Estrutura química das sulfas:
o Composto básico: sulfanilamida
o Obs: As sulfas clinicamente úteis derivam-se da sulfanilamida.
Classificação (1)
o Sulfonamidas de ação curta ou intermediária (½ vida aproximada de 12 horas):
Sulfisoxazole
Sulfametoxazol (único que interessa)
Sulfametizole
Sulfamidina
Sulfacarbamida
Classificação (2) (nenhuma é mais usada)
o Sulfonamidas de ação longa ação: (½ vida aproximada de 150 horas):
Sulfametoxipiridazina.
Sulfameter.
Sulfadimetoxina
Sulfadoxina (em associação com pirimetamina constitui o Fansidar)
OBS: Associação a síndrome de Stevens – Johnson, por isso não é mais usada.
Classificação (3)
o Sulfonamidas limitadas ao trato gastro - intestinal:
Sulfaguanidina
Sulfasuxidina
Sulfatalidina
Salicilazosulfapiridina (sulfasalazina)*
OBS: Metabólito sulfapiridina pode ser absorvido, especialmente para tratar doença de
chron.
Classificação (4) (sulfas tópicas)
o Acetato de mafenide (sulfamylon)
Induz acidose metabólica por inibição da anidrase carbônica.
o Sulfadiazina de prata (bactericida)
o Sulfacetamida de sódio**
Utilizada em soluções oftálmicas, inclusive para tratamento adjuntivo do tracoma.
Derivados:
o Sulfadiazina
o Sulfametoxazol
o Sulfadoxina
Farmacocinética:
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
o Usadas isoladamente, a maioria das bactérias apresenta resistência, por isso não são usadas
isoladamente, sempre em conjunto.
o Bem absorvidas por VO
o Pouco excretado no leite
o Boa penetração na próstata
o Excreção renal ativa e bile
o Meia-Vida: 12 horas
Sulfadiazina-pirimietamina (importante)
o A mais eficaz conta Toxoplasma gondii.
o São drogas de uso exclusivo por via oral, com absorção completa. Também atravessam a barreira
hematoencefálica e placentária.
o A principal indicação para esta combinação de drogas antifólicas é o tratamento da toxoplasmose,
incluindo aquela adquirida durante a gestação com comprovação de infecção fetal.
OBS: Se não há infecção fetal, utiliza-se a espiramicina.
o Fundamental fazer reposição de acido folinico quando em uso prolongado.
o Efeitos adversos:
Devido à ação no metabolismo do ácido folínico, a pirimetamina pode causar toxicidade
medular, semelhante ao descrito para o cotrimoxazol, especialmente nos casos em que há
utilização da droga por tempo prolongado. Também é relatado eritrodermia, náusea e
vômitos.
Sulfametoxazol em associação com a Trimetroprima (COTRIMOXAZOL) (importante)
o Trata-se de composto bem absorvido por via oral, sem interferência de alimentos.
o Há disponível também a formulação endovenosa.
o Atravessa a barreira hematoencefálica, atingindo concentrações terapêuticas no líquor.
o Difunde-se por tecidos de órgãos, tais como próstata, fígado e pulmão.
o Tem ação sobre bactérias gramnegativas, gram-positivas, protozoários e fungos.
No entanto, a resistência bacteriana a estas drogas tem se difundido amplamente, tanto na
comunidade quanto no ambiente hospitalar, limitando seu uso para infecções causadas por
Streptococcus, Staphylococcus, Enterobacteriaceas, dentre outros.
o Clinica:
ITU e prostatite.
Toxoplasmose (profilaxia)
Em relação às infecções fúngicas, é a principal alternativa terapêutica para tratamento e
profilaxia primária e secundária de infecções por Pneumocystis jirovecii, infecção
oportunista frequente em portadores de HIV/aids. Também atua sobre Paracoccidioides
brasiliensis, fungo causador de uma das micoses sistêmicas mais comuns no Brasil, a
paracoccidioidomicose.
Sulfadoxina
o Toxoplasmose
Sulfadiazina Argêntica (prata)
o Usada na forma de creme em queimados.
o Ação contra G+ e G-, inclusive Psudomonas sp. e Candida albicans
o Prata tem ação bactericida.
Sulfasalazina:
o Usada VO na doença de Crohn
INDICAÇÕES CLÍNICAS
o ITU
o PARACOCCIDIOIDOMICOSE
o PROSTATITE
o PNEUMOCISTOSE (P.jivoreci) (bactrim)
o ISOSPORÍASE (bactrim)
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O Circo
RESUMO FARMACOLOGIA
Assunto: Quinolonas e Sulfas
o CRIPTOSPORIDÍASE
o COLITES
o QUEIMADOS
EFEITOS ADVERSOS
o Aumenta os efeitos do álcool, metotrexate (antimetabólico), anticoagulantes, hipoglicemiantes,
fenitoína e tiopental.
Não pode ser tomada com álcool.
o Náusea, vômito, dor abdominal
o Alergia
o Hiperpotassemia (diminui excreção renal)
o Anemia hemolítica (G-6-P-D).
o Leucopenia.
o Aplasia medular (rara).
o Hepatite
o Kernicterus – Hiperbilirrubinemia.
Posologia – Apresentação
o Sulfadiazina CP 500 mg Suladrin
o Cotrimoxazol: 20 a 30 mg kg/dia 1212/h VO Bactrim, Infectrim, Triglobe, CP 80 mg TMP + 400 mg
Sulfa.
Solução 40 TMP +200 MG Sulfa cada 5 mL
Sulfasalazina 1 a 2 g 6/6h VO CP 500 mg Azulfin
Sulfadiazina Argêntica 1% bisnagas com 15, 30 e 50 g
Sulfonas
Dapsona , DDS
Tratamento primário da Hanseníase
Meia-Vida de 12 horas
Organodepositária (rins, fígado) + ciclo enterobiliar que mantém a droga por 35 dias.
80% eliminada pelos rins
Usado no tratamento da Hanseníase (diariamente) em associação com a rifampicina (mensal) por 6 meses a
12 meses.
Apresentação: Usa-se a dose padrão de 100 mg/dia e em crianças 2mg/kg/dia
Efeitos adversos: alergia, anemia hemolítica, metemeglobinemia, fotodermatite
Apresentação: CP de 50 e 100 mg RENAME
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