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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Campus Curitiba

Departamento Acadêmico de Mecânica


Engenharia Mecânica

Henrique Vermonde, Ulisses Paulo Costa Filho, Natasha Marina


Jacobs, Giuliano Bryan

Relatório Eletrotécnica – ET64J – S44 – Gelson Roberto Mara

CURITIBA
2019
Henrique Vermonde, Ulisses Paulo Costa Filho, Natasha Marina Jacobs,
Giuliano Bryan

Relatório Eletrotécnica – ET64J – S44 – Gelson Roberto Mara

Trabalho Acadêmico apresentado ao


curso de Engenharia Mecânica, do
Departamento Acadêmico de Mecânica da
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, a ser utilizado para relatar os
assuntos abordados na disciplina de
eletrotécnica.

Orientador: Prof. Gelson Roberto Mara.

CURITIBA
2019
SUMÁRIO

1. Elementos Ativos e Passivos 5

1.1 Introdução Teórica de Elementos Ativos e Passivos 5

2. Continuação Elementos Ativos e Passivos 17

2.1 Fontes de Tensão Contínua 17

2.2 Aula Prática - Instalações Elétricas Residenciais 23

3. Continuação Elementos Ativos e Passivos 26

3.1 Fonte de Tensão Alternada 26

3.2 Aula Prática 30

4. Correntes de malhas e transformadores de potência 33

4.1 Correntes de Malhas 33

4.2 Aula Prática 38

5. Teste de equipamentos de medição e Leitura de Resistência de Trafos 44

5.1 Teste de equipamentos de medição 44

5.2 Leitura de Resistência de Trafos 46

6. Transformadores de Potência 50

6.1 Teoria e representação de Trafos (Transformadores) 50

7. Transformador Monofásico operando com carga 57

7.1 Teoria utilizando relação de transformação 57

7.2 Aula Prática 64

8. Transformadores de Potência 69

8.1. Aula Teórica 69

9. Referências 75
1. ELEMENTOS ATIVOS E PASSIVOS

1.1 Introdução Teórica de Elementos Ativos e Passivos

Houve a introdução dos conceitos de elementos ativos e passivos e o conceito das


fontes de tensão contínua e alternada.

Podemos definir elementos ativos e passivos entendendo que os elementos ativos


fornecem potência, enquanto que os elementos passivos absorvem a potência
aplicada ao sistema.

Elementos Ativos

Com relação às fontes de tensão, teremos fontes de tensão contínua e fontes de


tensão alternada

Fontes de tensão continua

Mantém uma corrente elétrica constante entre seus terminais independente


da tensão elétrica que tenha que impor entre os mesmos para estabelecer o valor
nominal de sua corrente.

Figura 1 – Circuito com fonte contínua


Onde:

V ou E é a tensão elétrica em volts [V];

Ri= Resistência [Ohm];

I= intensidade de corrente elétrica [Amp];

A seta acima de “E” indica onde está o polo positivo;

Quando o elemento é ativo a corrente entra pelo polo negativo e percorre em sentido
do positivo.

Gráfico 1 – tensão contínua x corrente

Explicação do gráfico: O gráfico analisa os pontos onde teremos o E(máx) que é


onde não há corrente circulando no circuito e no ponto onde a corrente é máxima
𝑣
𝐼= 𝑅𝑖

Caso se queira saber o valor máximo da corrente, basta curto-circuitar o circuito


(E=0).
Exemplo 1:

Utilizando o modelo abaixo com fonte de tensão máxima V=48v e Ri=2Ω, calcule:

a) Vmáx

b) Emáx

c) Imáx

d)E e 𝑖 para uma carga de 100Ω

Figura 2 – Circuitos exemplificadores

Resolução:

a)48 V, pois a máxima tensão é quando toda tensão está aplicado sob o circuito.

b)48v, pois é quando toda tensão de V está sendo transmitido, sem resistência.

c) Imáx=Vmáx/Ri= 48/2= 24V

d)

V= Ri*i+E E= RL*i

V= Ri*i+RL*i E= 100*0,47

48= 2*i+100*i E= 47V

i = 0,47A
Exemplo 2:

Figura 3 – Circuito do exemplo 2

Uma fonte de tensão contínua V= 60V, i=3A (valor nominal) e potência máxima de
Pmáx=150W=Prc. Calcular: RL, E e Ri.

Resolução:

Encontrando o valor de RL:


2
𝑃𝑅𝐿 = 𝑖 * 𝑅𝐿

𝑃𝑅𝐿
𝑅𝐿 = 2
𝑖

150
𝑅𝐿 = 2 = 16, 67Ω
3

Encontrando o valor de E:
𝐸 = 𝑅𝐿 * 𝑖 = 16, 7 * 3

𝐸 = 50, 1𝑉

Encontrando o valor de Ri:


2
𝑃𝑅𝐿 = 𝑖 * 𝑅𝐿 = 9 * 16, 7 = 150, 3𝑊

𝑉 = 𝑖 * (𝑅𝑖 + 𝑅𝐿)

(
60 = 3 * 𝑅𝑖 + 16, 7 )
𝑅𝑖 = 3, 3Ω

Gráfico 2 – Tensão sem corrente em função do tempo


Gráfico 3 – Corrente contínua em função do tempo

Os valores de tensão e corrente em função do tempo vão decair quando aplicados a


cargas. No gráfico x1 a
fonte contínua está sem
carga. No gráfico x2 a
corrente será contínua.

Fontes de tensão
alternadas

Diferente da fonte de tensão contínua, permite que o sentido da corrente elétrica em


seus terminais alterne entre positivo e negativo.
Figura 4 – Circuito de corrente alternada

Gráfico 4 – Variação senoidal da tensão ao longo do tempo

Onde suas características serão as seguintes:

Sem carga: Com carga: Onde ω é a velocidade

V⁰=E⁰ E⁰<V⁰ angular em [rad/s]

i⁰=0 i⁰ =/= 0

ω = 2π * 𝑓
Há de lembrarmos que a frequência utilizada no Brasil, por exemplo, é de 60Hz (60
ciclos/s). O símbolo ⁰ é a representação de fasor, do qual apresenta apenas módulo
e direção.

Gráfico 5 – influência de um campo magnético rotacional

Exemplo:
Figura 5 – Circuito do exemplo especificado

Fator de potência = cos(φ)=0,75 (Típico de corrente alternada representarmos


fatores de potência)

Carga RL:30Ω

Realizar: Calculo corrente, fator de potência, Período e ∆𝑉𝑅𝑖.

Cálculo da Corrente:

𝑉° = 𝑅 * 𝑖°

(
127|0° = 𝑅𝑖 + 𝑅𝐿 * 𝑖° )
(0°)
𝑖° = 𝑅𝑖+𝑅𝐿

(0°)
5+30|−φ
= 3, 63| − φ 𝐴

Onde − φ é a corrente atrasada em relação à tensão em − φ

Substituindo o Fator de potência=0,75 teremos:


Já que –φ = − 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 0, 75

3, 73|− 41, 41° A

Cálculo do ∆𝑉𝑅𝑖

∆𝑉𝑅𝑖 = 𝑅𝑖 * 𝑖°

∆𝑉𝑅𝑖 = 5 * 3, 63| − 41, 41

∆𝑉𝑅𝑖 = 5 * [3, 63. cos 𝑐𝑜𝑠 (− 41, 41) + 𝑗. 3, 63. 𝑠𝑒𝑛(− 41, 41)

∆𝑉𝑅𝑖 = 5 * [2, 72 − 𝑗. 2, 4]

( )
2 2 12
∆𝑉𝑅𝑖 = (13, 6) + (12)² |𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 − 13,6

∆𝑉𝑅𝑖 = 18, 14 |− 41, 42° 𝑉

Resultados:

𝑖° = 3, 73|− 41, 41°

∆𝑉𝑅𝑖 = 18, 14 |− 41, 42° 𝑉

Verificação de resultados:
°
𝑉° = ∆𝑉𝑅𝑖 + 𝑉𝑅𝐿

𝑉° = 18, 14 |− 41, 41° + 108, 90|− 41, 41°


𝑉° = [18, 14. cos 𝑐𝑜𝑠 (− 41, 41) + 𝑗. 𝑠𝑒𝑛(− 41, 41)] + [108, 9. cos 𝑐𝑜𝑠 (− 41, 41) + 𝑗. 108, 9. 𝑠𝑒𝑛(

𝑉° = [13, 60 − 𝑗11, 99] + [81, 68 − 𝑗. 72, 03]

𝑉° = [95, 28 − 𝑗84, 02]

2 2 84,02
𝑉° = 95, 28 + 84, 02²|𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 − 95,28

𝑉° = 127, 03|− 41, 41°

Figura 6 – representação do fasor e atraso da corrente com relação à tensão

Onde φ equivale a arccos(0,75) = 41,41º

Exercício proposto como aula prática:


Figura 7 - Circuito do exemplo especificado

a) Cálculo da Corrente:

𝑉° = 𝑅 * 𝑖°

(
220|30° = 𝑅𝑖 + 𝑅𝐿 * 𝑖° )
(0°)
𝑖° = 𝑅𝑖+𝑅𝐿

(30°)
5+50|−φ

= 4| 30 − φ 𝐴

Substituindo o Fator de potência = 0,75 teremos:

–φ = − 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 0, 95

4|30 − 18, 19 A =

=4|11, 8 A

b) Cálculo do ∆𝑉𝑅𝑖
∆𝑉𝑅𝑖 = 𝑅𝑖 * 𝑖°

∆𝑉𝑅𝑖 = 5 * 4|11, 8

∆𝑉𝑅𝑖 = 5 * [4. cos 𝑐𝑜𝑠 (11, 8) + 𝑗. 4. 𝑠𝑒𝑛(11, 8)]

∆𝑉𝑅𝑖 = 5 * [3, 92 + 𝑗. 0, 81]

( )
2 2 4,09
∆𝑉𝑅𝑖 = (19, 66) + (4, 09)² |𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 − 19,66

∆𝑉𝑅𝑖 = 20, 08 |− 11, 79° 𝑉

c) Cálculo de E

𝐸 = 𝑅𝐿 * 𝑖°

𝐸 = 50 * [4. (𝑐𝑜𝑠11, 8 + 4. 𝑗. 𝑠𝑒𝑛(11, 8)]

𝐸 = 200 * (0, 978 + 𝑗 * 0, 204)

( )
2 2 40,89
𝐸= (195, 77) + (40, 89)² |𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 − 195,77

𝐸 = 199, 99 |− 11, 80° 𝑉


2. CONTINUAÇÃO ELEMENTOS ATIVOS E PASSIVOS

2.1 Fontes de Tensão Contínua

Em aula foi resolvido um circuito composto por uma fonte e nove resistores. Segue
abaixo o exercício proposto em sala:

Figura 8 - Representação do circuito do exercício

Tendo isto, pediu-se que fosse calculado os valores para os seguintes itens:

a) E
b) It
c) IR4, VR6, IR9
d) Pt, PR4, PR9
2.1.2 Resolução do circuito

Primeiro devemos fazer associação de resistores:

Re1 em paralelo:
1 1 1
𝑅𝑒1
= 𝑅5
+ 𝑅6

1 1 1 1
𝑅𝑒1
= 10
+ 10
= 5

𝑅𝑒1 = 5Ω

Re2 em paralelo:
1 1 1 1
𝑅𝑒2
= 𝑅7
+ 𝑅8
+ 𝑅9

1 1 1 1
𝑅𝑒2
= 5
+ 5
+ 5

5
𝑅𝑒2 = 3

Re3 em série:

𝑅𝑒3 = 𝑅3 + 𝑅𝑒1 + 𝑅𝑒2

5 80
𝑅𝑒3 = 20 + 5 + 3
= 3

80
𝑅𝑒3 = 3

Re4 em paralelo:
1 1 1
𝑅𝑒4
= 𝑅3
+ 𝑅𝑒3

1 1 1
𝑅𝑒4
= 20
+ 80
3

80
𝑅𝑒4 = 7

Rt como soma das demais resistências:

𝑅𝑒𝑡 = 𝑅𝑖 + 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅𝑒4

80
𝑅𝑒𝑡 = 2 + 5 + 10 + 7

𝑅𝑒𝑡 = 28, 43Ω

Em seguida, calculamos a corrente total It:

𝑉 = 𝑅𝑒𝑡 × 𝐼𝑡

𝑉
𝐼𝑡 = 𝑅𝑒𝑡

120
𝐼𝑡 = 28,43

𝐼𝑡 = 4, 22𝐴

Agora, através da Lei das Tensões de Kirchhoff encontramos E:

∑ 𝑉 = ∑ 𝑅×𝐼𝑡

[(𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅𝑒4) × 𝐼𝑡] − 𝐸 = 0

80
[(5 + 10 + 7
) × 4, 22] − 𝐸 = 0

𝐸 = 111, 54𝑉
Devemos encontrar VRe4:

𝑉𝑅 = 𝑅𝑒4 × 𝐼𝑡
𝑒4

𝑉𝑅 = 11, 43 × 4, 22
𝑒4

𝑉𝑅 = 48, 23𝑉
𝑒4

E usarmos para encontrar IR3 e IR4 através da Lei das Correntes de Kirchhoff:

∑ 𝐼𝑐ℎ𝑒𝑔𝑎𝑚 𝑛ó = ∑ 𝐼𝑠𝑎𝑒𝑚 𝑛ó

𝐼𝑡 = 𝐼𝑅3 + 𝐼𝑅4

𝐼𝑅3 = 𝐼𝑡 − 𝐼𝑅4

𝑉𝑅
𝐼𝑅3 = 𝐼𝑡 − 𝑅4
𝑒4

48,23
𝐼𝑅3 = 44, 22 − 20

𝐼𝑅3 = 1, 81𝐴

𝐼𝑅4 = 2, 41𝐴

Sabendo o valor de IR3 podemos calcular o valor de VRe6:

𝑉𝑅 = 𝑅𝑒1 × 𝐼𝑅3
𝑒6

𝑉𝑅 = 5×1, 81𝐴
𝑒6

𝑉𝑅 = 9, 05𝑉
𝑒6

Também calcularmos IR9:


𝐼𝑅3
𝐼𝑅9 = 3
1,81
𝐼𝑅9 = 3

𝐼𝑅9 = 0, 60𝐴

Por fim, para o cálculo das potências Pt, PR4, PR9 usamos a 1a Lei de Ohm:

𝑃 = 𝑉×𝐼

𝑃𝑡 = 𝑉×𝐼𝑡

𝑃𝑡 = 120×4, 22

𝑃𝑡 = 506, 4𝑊

𝑃𝑅4 = 𝑉𝑅4 × 𝐼𝑅4

𝑃𝑅4 = 𝑅4 × 𝐼𝑅4 × 𝐼𝑅4

𝑃𝑅4 = 20×2, 41×2, 41

𝑃𝑅4 = 116, 16𝑊

𝑃𝑅9 = 𝑉𝑅9 × 𝐼𝑅9

𝑃𝑅9 = 𝑅9 × 𝐼𝑅9 × 𝐼𝑅9

𝑃𝑅9 = 5×0, 60×0, 60

𝑃𝑅9 = 1, 8𝑊

Respostas das alternativas a, b, c e d serão, portanto:


a)

𝐸 = 111, 54𝑉

b)

𝐼𝑡 = 4, 22𝐴

c)

𝐼𝑅4 = 2, 41𝐴

𝑉𝑅 = 9, 05𝑉
𝑒6

𝐼𝑅9 = 0, 60𝐴

d)

𝑃𝑡 = 506, 4𝑊

𝑃𝑅4 = 116, 16𝑊

𝑃𝑅9 = 1, 8𝑊
2.2 Aula Prática - Instalações Elétricas Residenciais

2.2.1 Distribuição elétrica

Nesta aula prática discutimos a respeito do sistema de distribuição elétrica nas


cidades através dos postes de energia e transformadores. Durante a aula foi feito
um desenho para ilustrar as instalações elétricas.

Figura 9 Representação da distribuição elétrica

No esquema podemos ver que nos postes os cabos de alta tensão, estes possuem
tensão fase-fase VFF = 13,8KV. Essa tensão passa por um transformador que reduz a
tensão nos cabos para duas diferentes: fase-fase VFF = 220V e tensão fase-neutro
VFN = 127V. Esses cabos são chamados de Fase e Neutro e possuem tensões
reduzidas que são conectadas no medidor de potência de cada residência para que
seja controlada a quantidade de energia consumida por cada uma delas. Por fim,
são ligados no quadro de distribuição de disjuntores que distribuem a corrente
elétrica para todo o estabelecimento. A figura abaixo indica uma residência e sua
instalação elétrica.
Figura 10 Instalações elétricas residenciais

2.2.2 Diagrama Multifilar

O diagrama multifilar representa um sistema elétrico com os condutores e suas


conexões com componentes. Esse diagrama detalha todas as conexões de um
projeto elétrico e através dele é possível visualizar a distribuição das cargas e
verificar conexões em detalhes. Abaixo temos um diagrama multifilar com um
interruptor e uma lâmpada.

Figura 11 - Diagrama Multifilar interruptor e lâmpada


Neste outro exemplo temos um diagrama multifilar representando um quadro de
distribuição de disjuntores com um disjuntor geral e quatro disjuntores
termomagnéticos unipolares que tem por finalidade proteger as instalações elétricas
contra possíveis danos relacionados a sobrecargas e curtos-circuitos.

Figura 12 - Quadro de distribuição de disjuntores


3. CONTINUAÇÃO ELEMENTOS ATIVOS E PASSIVOS

3.1 Fonte de Tensão Alternada

Nesta aula teórica foi resolvido um circuito com o objetivo de encontrar a impedância
resultante, a corrente atrasada e o fator de potência. A figura 13 representa o circuito
estudado.

Figura 13 – Circuito de tensão alternada

O circuito possui frequência (𝑓) de 60 Hz e voltagem fasorial (V°) de 220V(0º). A


impedância fasorial (Z°) é calculada utilizando a equação:
𝑍° = 𝑅 + 𝑗𝑋𝐿

Onde R é a resistência e 𝑋𝐿 é a reatância indutiva. 𝑋𝐿 é obtido segundo a equação:

𝑋𝐿 = 2π𝑓𝐿
Onde 𝐿 é o valor do indutor.

O primeiro passo para a resolução do circuito é calcular o valor de todas as 4


reatâncias indutivas.

𝑗𝑋𝐿1 = 𝑗2π𝑓𝐿1

−3
𝑗𝑋𝐿1 = 𝑗2π. 60. 200. 10

𝑗𝑋𝐿1 = 𝑗75, 4 Ω

𝑗𝑋𝐿2 = 𝑗𝑋𝐿1

𝑗𝑋𝐿3 = 𝑗2π𝑓𝐿3

−3
𝑗𝑋𝐿3 = 𝑗2π. 60. 100. 10

𝑗𝑋𝐿3 = 𝑗37, 7 Ω

𝑗𝑋𝐿4 = 𝑗𝑋𝐿3

A primeira impedância fasorial é resultado do arranjo em paralelo da resistência R6


e do indutor L4.
Figura 14 – Representação do circuito 1

𝑗𝑋𝐿4.𝑅6
𝑍°𝑒1 = 𝑗𝑋𝐿4+𝑅6

𝑗37,7.30
𝑍°𝑒1 = 𝑗37,7+30

1131(90°)
𝑍°𝑒1 = 48,18(51,49°)

𝑍°𝑒1 = 23, 47(38, 51°) Ω

A segunda impedância fasorial é obtida com o arranjo em série da resistência R3 e


R5 com o indutor L3 e a impedância fasorial 𝑍°𝑒1.

Figura 15 – Representação do circuito 2

𝑍°𝑒2 = 𝑅3 + 𝑅5 + 𝑍°𝑒1 + 𝑗𝑋𝐿3

𝑍°𝑒2 = 10 + 10 + 𝑗37, 7 + 23, 47. cos 𝑐𝑜𝑠 (38, 51°) + 𝑗23, 47. 𝑠𝑒𝑛(38, 51°)

𝑍°𝑒2 = 38, 37 + 𝑗52, 31 Ω


A terceira impedância fasorial é obtida com o arranjo em série do indutor L1 e L2 e
do arranjo em paralelo com a impedância fasorial 𝑍°𝑒2.

(𝑗𝑋𝐿1+𝑗𝑋𝐿2).𝑍°𝑒2
𝑍°𝑒3 =
(𝑗𝑋𝐿1+𝑗𝑋𝐿2)+𝑍°𝑒2
𝑗150,8.(38,37+𝑗52,31)
𝑍°𝑒3 = 38,37+𝑗203,11

150,8(90°).64,87(53,74°)
𝑍°𝑒3 = 206,70(79,30°)

𝑍°𝑒3 = 47, 33(64, 44°) Ω

A quarta impedância fasorial é obtida com o arranjo em série da resistência R2 e da


impedância fasorial 𝑍°𝑒2 e do arranjo em paralelo com a resistência R4.

(𝑅2+𝑗𝑋𝐿3).𝑅4
𝑍°𝑒4 =
(𝑅2+𝑗𝑋𝐿3)+𝑅4
200+946,6(64,44°)
𝑍°𝑒4 = 30+47,33(64,44°)

1048,53(54,53°)
𝑍°𝑒4 = 66,07(40,26°)

𝑍°𝑒4 = 15, 87(14, 27°) Ω

A figura a seguir representa o circuito equivalente:

Figura 16 - Diagrama do circuito equivalente


A quarta impedância fasorial é a impedância resultante do circuito e com ele pode-se
calcular a corrente atrasada.
𝑉°
𝑖1 = 𝑍°𝑒4

220
𝑖1 = 15,87(14,27°)

𝑖1 = 13, 86(− 14, 27°) 𝐴

O fator de potência é equivalente ao cosseno do ângulo da corrente atrasada:

𝐹𝑃 = cos 𝑐𝑜𝑠 (− 14, 27°) = 0, 969


3.2 Aula Prática

Objetivos
Nesta prática foram montados três circuitos que simulavam instalações elétricas. O
primeiro circuito tem como objetivo comandar uma lâmpada através de um ponto
com um interruptor simples, O segundo circuito montado comanda uma lâmpada
através de dois pontos com dois interruptores paralelos e o terceiro circuito tem
como objetivo comandar uma lâmpada através de três pontos com dois interruptores
paralelos e um interruptor intermediário. Esses ensaios também visaram encontrar
propriedades como resistência, intensidade de corrente e potência nas instalações
estudadas.

Materiais e Métodos
Para este ensaio usou-se uma lâmpada que produz 100W de potência e que
funciona com tensão 127V, um interruptor simples, dois interruptores paralelos, um
interruptor intermediário, multímetros para avaliar as propriedades dos circuitos e
fios condutores para ligar os instrumentos à bancada.

O primeiro circuito comandou uma lâmpada através de um ponto com um interruptor


simples e é representado pelo seguinte diagrama multifilar.

Figura 17 - Instalação com um interruptor simples


O segundo circuito comandou uma lâmpada através de dois pontos com dois
interruptores paralelos e é representado pelo seguinte diagrama multifilar.

Figura 18 - Representação de dois interruptores paralelos

O ultimo circuito estudado comandou uma lâmpada através de três pontos com dois
interruptores paralelos e um interruptor intermediário e é representado pelo seguinte
diagrama multifilar.

Figura 19 – Representação de interruptor intermediário e dois interruptores paralelos

3.2.3 Resultados e Discussões

Com essas informações é possível calcular a resistência da lâmpada utilizando a


seguinte equação:
𝑉²
𝑅= 𝑃
127²
𝑅= 100

𝑅 = 161, 29 Ω

A resistência medida diretamente na lâmpada com um multímetro tem valor de 12Ω.


A diferença entre o valor calculado e o medido é devido ao fato da lâmpada estar
fora de funcionamento, pois a elevação da temperatura durante o funcionamento
afeta os valores de resistência da lâmpada.

A corrente que deve atravessar a lâmpada pode ser encontrada com o valor da
potência e da resistência que foi calculada através de equação:

𝑃
𝑖= 𝑅

100
𝑖= 161,29

𝑖 = 0, 787 𝐴

Utilizando um multímetro foi verificado que a corrente que atravessa a lâmpada é de


0,75A. Essa pequena diferença pode ser explicada pela resistência interna dos fios
pelo qual a corrente atravessa.

A potência verificada com o multímetro foi de 95W. Novamente a diferença pode ser
explicada pela resistência interna dos fios que compõem o circuito.

3.2.4 Conclusões

Com o experimento pudemos perceber que as diferenças entre a corrente, potência


e tensão nominais e as verificadas na prática, ocorrem, de fato, devido a aspectos
como a resistência interna dos fios, mudanças de temperatura de trabalho na
lâmpada, material fabricado e até por dissipação de energia (Efeito Joule).
4. CORRENTES DE MALHAS E TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

4.1 Correntes de Malhas

Durante essa aula foi resolvido um exercício de circuito elétrico fazendo uso do
método das malhas. Método o qual busca simplificar o circuito obtendo resistências
equivalentes fazendo uso da Lei de Kirchhoff das tensões, que diz que o somatório
das tensões em torno de uma malha é igual a zero.

O exercício pedido se baseou no seguinte conjunto de malhas:

Figura 20 -Circuito usado para o exercício

Deveríamos determinar os seguintes valores:

a) IT
b) PT
c) 𝑉𝑅
4
Resolução do circuito fornecido

O primeiro passo é a redução da malha a uma malha equivalente, ou seja,


simplificar a malha atrás da obtenção de resistências equivalentes até chegar a uma
malha simples.

𝑅7×𝑅8 20×20
𝑅𝑒1 = 𝑅7+𝑅8
= 20+20
= 10Ω

𝑅𝑒2 = 𝑅3 + 𝑅4 + 𝑅𝑒1 = 10 + 20 + 10 = 40Ω

𝑅5×𝑅𝑒2 10×40
𝑅𝑒3 = 𝑅5+𝑅𝑒2
= 10+40
= 8Ω

𝑅𝑒4 = 𝑅2 + 𝑅𝑒3 = 5 + 8 = 13Ω

𝑅6×𝑅𝑒4 10×13
𝑅𝑒5 = 𝑅6+𝑅𝑒4
= 10+13
= 5, 65Ω

𝑅𝑒𝑇 = 𝑅1 + 𝑅𝑒5 = 2 + 5, 65 = 7, 65Ω

Assim, fazendo uso da Lei de Ohm chega-se ao primeiro dos resultados esperados,

𝑉 = 𝑅𝑒𝑇 × 𝐼𝑇
𝑉 100
𝐼𝑇 = 𝑅𝑒𝑇
= 7,56
= 13, 07𝐴.

E com a corrente total se chega na potência total, que é mais um dos resultados
procurados no exercício,

𝑃𝑇 = 𝑉×𝐼𝑇 = 100×13, 07 = 1307, 00𝑊

Para obter a tensão no resistor R4 se faz uso da Lei de Kirchhoff, assim, para a
malha “gabg”, tem-se:

− 𝑉 + 𝑉𝑅 + 𝑉𝑅 = 0
2 𝑒3

− 73, 89 + 𝑅2 × 𝐼2 + 𝑉𝑅 = 0
6

𝑉𝑅 = 73, 86𝑉
6

𝐼𝑇 = 𝐼2 + 𝐼6

𝑉𝑅
73,86
𝐼2 = 𝐼𝑇 − 𝐼6 = 13, 07 − 6

𝑅6
= 13, 07 − 10
= 5, 69𝐴

Para a malha “gbcfg” tem-se:

− 𝑉𝑅 + 𝑉 𝑅 + 𝑉 𝑅 = 0
6 2 𝑒3

− 73, 86 + 𝑅2 × 𝐼2 + 𝑉𝑅 = 0
𝑒3

𝑉𝑅 = 73, 86 − 5×5, 69 = 45, 41𝑉


𝑒3

𝑉𝑅
45,41
𝐼5 = 𝑒3

𝑅5
= 10
= 4, 54𝐴

𝐼3 = 𝐼2 − 𝐼5

𝐼3 = 5, 69 − 4, 54 = 1, 15𝐴

Para a malha “fcdef”, têm-se:


− 𝑉𝑅 + 𝑅3 × 𝐼3 + 𝑅4 × 𝐼3 + 𝑅𝑒1 × 𝐼3 = 0
5

− 𝑅5 × 𝐼5 + 10×1, 15 + 𝑉𝑅 + 10×1, 15 = 0
4

𝑉𝑅 = 45, 40 − 23, 00 = 22, 4𝑉


4

Resolução pela Lei de Kirchhoff com determinantes

Na aula também foi feita a resolução desse mesmo exercício fazendo uso da regra
de determinantes para resolução de sistemas, fazendo uso da seguinde forma do
conjunto de malhas:

Figura 21 - Malha usada na resolução por determinantes

Parte inicial da malha:

(
− 𝑉 + 𝑅1 × 𝐼𝐴 + 𝑅6 × 𝐼𝐴 − 𝐼𝐵 = 0 )
(𝑅1 + 𝑅6) × 𝐼𝐴 − 𝑅6 × 𝐼𝐵 + 0×𝐼𝐶 = 𝑉
12×𝐼𝐴 − 10×𝐼𝐵 + 0×𝐼𝐶 = 100*

Parte intermediária da malha:

( )
10× 𝐼𝐵 − 𝐼𝐴 + 𝑅2 × 𝐼𝐵 + 𝑅5 × 𝐼𝐵 − 𝐼𝐶 = 0( )
− 10×𝐼𝐴 + 20×𝐼𝐵 − 5×𝐼𝐶 = 0*

Parte final da malha:


( )
𝑅5 × 𝐼𝐶 − 𝐼𝐵 + 𝑅3 × 𝐼𝐶 + 𝑅𝑒1 × 𝐼𝐶 = 0

0×𝐼𝐴 − 10×𝐼𝐵 + 30×𝐼𝐶 = 0*

Então, usando-se das equações marcadas com (*), chega-se no sistema:

{12×𝐼𝐴 − 10×𝐼𝐵 + 0×𝐼𝐶 = 100 − 10×𝐼𝐴 + 20×𝐼𝐵 − 5×𝐼𝐶 = 0 0×𝐼𝐴 − 10×𝐼𝐵 + 30×𝐼𝐶 = 0

A partir do qual se começa o método de Cramer para resolução de sistemas, que se


baseia em achar determinantes de uma matriz a qual tem uma de suas colunas
relacionadas a uma incógnita é substituídas pela coluna dos resultados, achando
assim um devido determinante, o qual é dividido pelo determinante da matriz das
incógnitas.

Assim o cálculo segue da forma:

∆ = |12 − 10 0 − 10 20 − 5 0 − 10 30 |12 − 10 − 10 20 0 − 10 | = 7200 − [600 + 3000]

∆𝐼𝐴 = |100 − 10 0 0 20 − 5 0 − 10 30 |100 − 10 0 20 0 − 10 | = 60000 − 5000 = 55000

{12×𝐼𝐴 − 10×𝐼𝐵 + 0×𝐼𝐶 = 100 − 10×𝐼𝐴 + 25×𝐼𝐵 − 10×𝐼𝐶 = 0 0×𝐼𝐴 − 10×𝐼𝐵 + 30×𝐼𝐶 = 0

∆ = 4800

∆𝐼𝐴 = |100 − 10 0 0 25 − 10 0 − 10 30 |100 − 10 0 25 0 − 10 |

{12×𝐼𝐴 − 10×𝐼𝐵 + 0×𝐼𝐶 = 100 − 10×𝐼𝐴 + 25×𝐼𝐵 − 10×𝐼𝐶 = 0 0×𝐼𝐴 − 10×𝐼𝐵 + 50×𝐼𝐶 = 0

∆ = |12 − 10 0 − 10 25 − 10 0 − 10 50 |12 − 10 − 10 25 0 − 10 | = 8800

∆𝐼𝐴 = 115000

∆𝐼𝐵 = |12 100 0 − 10 0 − 10 0 0 50 | = 50000

∆𝐼𝐶 = |12 − 10 1000 − 10 25 0 0 − 10 0 | = 10000

∆𝐼𝐴 115000
𝐼𝐴 = ∆
= 8800
= 13, 07𝐴
∆𝐼𝐵 50000
𝐼𝐵 = ∆
= 8800
= 5, 69𝐴

∆𝐼𝐶 10000
𝐼𝐶 = ∆
= 8800
= 1, 14𝐴

𝑉𝑅 = 𝑅4 × 𝐼𝐶 = 20×1, 14 = 22, 80𝑉


4

Chegando em valores semelhantes aos obtidos através do primeiro método.

4.2 Aula Prática

Transformadores de Potência

Nessa aula foi feita uma introdução aos transformadores de potência começando
pelos transformadores monofásicos, os quais tiveram seu núcleo esquematizado da
seguinte forma:

Figura 22 - Núcleo de um Transformador de Potência Monofásico

Os transformadores de Potência são os mais comuns. Podem ser transformadores


monofásicos ou trifásicos. Ao tratarmos dos monofásicos, devemos observar que,
apesar do nome “monofásico” ser intuitivo e nos levar a pensar que trabalhar-se-á
com apenas uma fase, é possível que trabalhemos com até duas fases distintas
(127V – 220V). Tem como objetivo a redução de tensão para que se possa utilizar
algum aparelho que requer uma tensão mais baixa (caso evidenciado em
residências com o uso de eletrodomésticos). Os transformadores de potência funcionam
apenas com fontes tensão alternada e tem como função, mudar a tensão e a corrente de um

circuito sem haver alteração na potência através de um campo magnético 𝐻˙ gerado pela
tensão alternada da fonte, fazendo com que a corrente entre com um valor pelo enrolamento
primário, formado por N1 espiras, e saia com outro valor pelo enrolamento secundário, o qual
é formado por N2 espiras. Nesses instrumentos, a potência é transmitida de um enrolamento
para o outro, mas como N1≠N2 a tensão e a corrente mudam.

Transformadores de potência podem ser elevadores ou abaixadores, dependendo da


relação entre N1 e N2, onde se houver mais espiras no primário, a tensão no primário
será maior que no secundário, portanto o transformador seria abaixador, mas caso
ocorra o contrário, N2>N1, então terá tensão secundária maior e será um
transformador elevador.

Funcionamento

Figura 23 – Outra representação do transformador monofásico

Podemos perceber que há a passagem de uma corrente alternada no mecanismo,


onde ocorre uma passagem de um campo magnético que varia ao longo do tempo.
Devemos notar também que a tensão vai variar conforme o número de espiras do
trafo.

Podemos relacionar a corrente do sistema como função da corrente de perdas


(perdas energéticas que ocorrem no núcleo do sistema) e corrente de magnetização:

𝐼˙0 = 𝐼˙𝑃 + 𝐼˙ρ


As correntes de perdas são perdas geradas com a dissipação de energia do
sistema, que abordaremos mais adiante. As correntes de magnetização estão
relacionadas ao fluxo magnético gerado no trafo.

Podemos relacionar também a tensão com relação ao número de espiras. Essas


relações podemos classificar como:

Trafos Elevadores

𝑉2 > 𝑉1 ⇒ 𝑛2 > 𝑛1

A expressão nos revela que quando temos em um dos lados um número de espiras
maior que o outro, a relação se dá da mesma forma para as tensões.

Trafos Abaixadores

𝑉2 < 𝑉1 ⇒ 𝑛2 < 𝑛1

Analogamente para o caso inverso.

É possível fazermos uma análise quanto à Lei de Faraday para se saber a carga
elétrica em função do número de espiras e fluxo magnético. Podemos relacionar da
seguinte forma:
ⅆϕ
𝑒𝑛 = 𝑁𝑛 ⅆ𝑡

Isso nos dá uma boa base de análise para identificarmos a disposição das bobinas
quanto à eficiência do fluxo magnético e número de espiras.

Algumas relações importantes que o transformador possui é em relação a


proporcionalidade direta de algumas grandezas físicas. São elas:

𝑉1 𝑁1 𝐼1
𝑉2
= 𝑁2
= 𝐼2
Corrente de Foucault

A corrente de perdas (Ip), gerada pela variação do fluxo magnético através de


uma superfície sólida, é também denominada como corrente de Foucault.
Analisando uma superfície com dimensões consideráveis, ao sofrer dissipação de
energia por efeito Joule é perceptível um grande aumento na temperatura. Isto
possibilita a utilização dessa corrente em máquinas térmicas, como aquecedores e
fornos de indução.

No entanto, este fenômeno não é desejável em circuitos elétricos, visto que o


aumento de temperatura proveniente do efeito Joule poderá danificar seus
componentes. Para combater isso, são usados materiais laminados ou materiais
com placas de isolamento de componentes.

Em transformadores, a corrente de Foucault pode ser representada como na


imagem a seguir:

Figura 24 - Corrente de Foucault em Transformador

Para mensurar a energia perdida por meio das correntes de Foucault, é possível
calcular a Potência perdida pela equação:

𝑃𝑎𝑝 = 𝑅𝑛𝐼𝑝2

Sendo:

𝑃𝑎𝑝= Potência ativa perdida

𝑅𝑛= Resistência do núcleo do transformador

𝐼𝑝2= Corrente de Foucault


Histerese Magnética

A histerese magnética é um fenômeno característico de substâncias


ferromagnéticas que consiste na imantação residual do material após o contato com
um campo magnético. Este fenômeno é utilizado na construção de ímãs
permanentes.

É possível observar esse fenômeno em transformadores, visto que suas


bobinas, ao conduzirem corrente elétrica, geram um campo magnético que imanta
seu núcleo ferromagnético. O fenômeno se torna evidente quando há diminuição na
intensidade da corrente elétrica fornecida às bobinas.

O gráfico A, a seguir representado, relaciona o tempo com a tensão do


transformador. Já o gráfico B, denominado laço de histerese, representa o campo
magnético gerado pela bobina do transformador (B) pelo campo criado pela
magnetização do núcleo (H) em relação aos pontos citados no gráfico A.
Gráfico 6 - Tensão x tempo

Gráfico 7 - Laço de Histerese

A seguir, vamos analisar os seguimentos do gráfico do laço de histerese:

Origem – 1: Percebe-se o crescimento quase linear da magnetização do núcleo


ferromagnético comparando-o com o campo da bobina. O aumento da corrente
elétrica que passa pelas bobinas é diretamente proporcional à magnetização do
núcleo, e, consequentemente ao campo magnético.

1 – 2 : Ao reduzir a corrente elétrica da bobina, o campo magnético reduz, e,


consequentemente, o campo magnético do núcleo diminui. No entanto, o
retardamento não ocorre pelo caminho inicial.

2 - 3 : Para compensar o campo gerado pelo núcleo do transformador, uma corrente


de sentido contrário é aplicada na bobina com o objetivo de eliminar a imantação
gerada por ele.

3 – 4 : Após o campo do núcleo ferromagnético ser anulado, a corrente criada em


sentido oposto continua percorrendo a bobina – o que magnetiza o material
ferromagnético. Isto é perceptível no ponto 5, já que seu módulo do campo
magnético é igual ao do ponto 2, sendo o valor máximo atingido.

4 - 5 – 6 : como não houve uma nova inversão no sentido da corrente da


bobina, o campo magnético não retorna ao ponto inicial.
Além disso, a região hachurada do gráfico B é equivalente às perdas de
potência do transformador em [W].

5. TESTE DE EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO E LEITURA DE RESISTÊNCIA DE TRAFOS

5.1 Teste de equipamentos de medição

Objetivos

O Principal objetivo da aula que se deu no dia 03/05/19 foi o de testar os multímetros
da Universidade, após muito tempo de uso, diversos equipamentos foram
deteriorados, então vários foram recolhidos no intuito de uma posterior manutenção,
entretanto não havia certeza se todos eles estavam realmente avariados ou era
apenas necessidade de troca de bateria, também não se sabia quais eram os
problemas que cada um deles detinha. Para resolver tais pendências o Professor
utilizou-se do horário da aula para que pudesse ser desenvolvida uma aula prática
em que os alunos aprendessem ao mesmo tempo que realizavam um serviço para a
Universidade. Dessa forma a turma toda foi convocada a comparecer aos
laboratórios de elétrica no subsolo da sede centro, onde foram realizados os
procedimentos.

Materiais e Métodos

Para a realização dos testes foram utilizados uma bancada elétrica bifásica, um
varivolt da STP tipo ATV - 215 – h, de uma fase entrada de 220V, 60Hz e saída de
240V, 6,3A e potência máxima de 1,5 kVA. Um transformador de potência
monofásico da Trafo tipo bus, com potência de 1VA, frequência 60Hz, impedância de
4.8% a 75°C, isolamento classe A, nível de isolamento 0,6kV, refrigeração passiva.
Além disso foram testados oito multímetros de marcas variadas de números de
registro: 157/3151, 175/3158 - 6, 00054432, 00053507, 00053498, 535010 e 137.

Conclusões

Primeiramente foram trazidos do almoxarifado os multímetros supostamente


avariados, o Professor distribuiu um multímetro a cada aluno, nossa equipe,
composta por seis integrantes, recebeu, então, seis multímetros. O primeiro teste
realizado era apenas tentar ligar cada multímetro para determinar se era possível,
dos seis equipamentos testados apenas um ligou, o de número de registro 53498,
todos os outros voltaram a caixa para futura inspeção, para checar se era
necessária apenas a troca da bateria ou uma manutenção efetiva, porém esta tarefa
não foi incumbida aos alunos. Mais dois equipamentos foram pegos, os que haviam
sobrado da pilha que fora distribuída, ambos ligaram, os números 137 e 53510.

O segundo procedimento realizado foi o teste de tensão, queria-se verificar se os


equipamentos ainda podiam medir com precisão a tensão da rede. Cada um dos
multímetros foi ligado à bancada em fase-neutro, 110, e fase-fase 220V. Para isso
foram ligados cada um dos multímetros em fase-neutro e fase-fase na bancada, com
dois bornes foram ligados nas fases da bancada e então um na entrada COM e o
outro na entrada de tensão do multímetro. Assim como representado abaixo na
imagem obtida em ensinando elétrica (2019).

Nesse teste o equipamento de número 53498 demonstrou-se com defeito, tanto na


configuração fase-neutro (127V), quanto na fase-fase (220V), ele apresentou valores
de 8V. Concluiu-se, então, que o multímetro era incapaz de medir tensão e
necessitava de manutenção. Os outros dois foram submetidos ao próximo teste,
medição de corrente. Para isso foram ligados ambos os multímetros em um
esquema como o mostrado abaixo, onde estão ligados o varivolt e o transformador
de potência citados anteriormente.

Figura 25 - Teste de corrente com transformador

Tendo os multímetros ligados como mostra o esquema acima foi verificado que um
deles não conseguia chegar no valor correto de corrente, segundo o Professor
Doutor Gelson Roberto Mara, o defeito se deve, possivelmente, ao fusível de
corrente estar queimado, o multímetro m questão era o de número 53510.

Com esses testes foi possível verificar que dos sete multímetros, apenas um deles
não apresentava nenhum defeito, o de número 137. Quatro deles não ligavam, um
não conseguia ler a tensão e o outro não conseguia ler corrente.

5.2 Leitura de Resistência de Trafos

Objetivos

No mesmo dia, seguindo o teste com os multímetros, foram realizados testes para a
determinação da resistência nos terminais de um transformado, o objetivo era analisar a
resistência para ter em mente como se dá parte das perdas que ocorrem ao se transformar
energia elétrica, além disso o professor tinha um certa “pegadinha” preparada para nossas
medições e suposições.
Materiais e Métodos

Para a realização dos testes foram utilizados uma bancada elétrica bifásica, um varivolt da
STP tipo ATV - 215 – h, de uma fase entrada de 220V, 60Hz e saída de 240V, 6,3A e
potência máxima de 1,5 kVA. Um transformador de potência monofásico da Trafo tipo bus,
com potência de 1VA, frequência 60Hz, impedância de 4.8% a 75°C, isolamento classe A,
nível de isolamento 0,6kV, refrigeração passiva. Além disso foram utilizados multímetros de
marcas variadas.

Conclusões

Para a realização dos experimentos o transformador foi montado junto ao varivolt na


bancada com a seguinte configuração.

Figura 26 – Configuração na bancada

O sistema foi energizado e os valores foram obtidos, acima é possível ver que há
mais multímetros do que seria necessário, isso porque alguns estão ali para o teste
citado anteriormente. Aqui fizemos a leitura de 13A e 110V. Com base nas leituras
foi possível determinar a razão de transformação e assim calcular as correntes que
passam pelo transformador. O Professor Doutor Gelson Roberto Mara realizou os
cálculos na lousa, são os seguintes.
As contas foram comparadas as medições de resistência obtidas nos terminais do
transformador, Rx1 – x4 = 0,6Ω, Rx2 – x3 = 0,6Ω e RT = 0,4Ω. Os valores se
demonstraram discrepantes com aqueles calculados. Como um desafio o Professor
deixou a pergunta do porquê os valores eram diferentes. Então na aula seguinte isso
foi respondido.
6. TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

6.1 Teoria e representação de Trafos (Transformadores)

Simbologia:

Trafo Monofásico

Figura 27 - Representação Transformador monofásico

Transformadores Trifásicos:

(Trafo trifásico)

Figura 28 - Transformador Abaixador Estrela-Estrela


Conceitos de transformadores:

Existem tensões primárias e secundárias, a primária é a tensão que alimenta as


subestações e a secundária são as tensões que são distribuídas para as residências
e instalações como comércio. - As tensões secundarias são apresentadas sempre
em dois valores a tensão de linha e a tensão de fase. - A tensão de linha é referente
a medição em um sistema trifásico entre duas fases e a tensão de fase entre a fase
e o ponto de neutro.

Tensão de linha é a tensão medida nas fases

𝑉𝑟𝑠 = 𝑉𝑠𝑡 = 𝑉𝑟𝑡

Tensão de Fase é a medição de tensão de fase entre a fase e ponto neutro, sendo
essa tensão medida no componente elétrico, por exemplo na bobina

𝑉𝐻1𝑁 = 𝑉𝐻2𝑁 = 𝑉𝐻3𝑁

Um exemplo interessante de citarmos é no caso de:

𝑉𝐻1𝐻2 = 𝑉𝐻1𝑁 + 𝑉𝐻2𝑁

é a tensão de fase encima do componente.

● Correntes de linha: 𝑖𝑇 = 𝑖𝑅 = 𝑖𝑠 são as correntes que circulam na fase

● Correntes de Fase: 𝑖𝐻1 = 𝑖𝐻2 = 𝑖𝐻3 são as correntes que já entraram e

circulam dentro das bobinas do transformador.


2
● Ligações Estrela: 𝑖𝐿(𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎) = 𝑖𝐹(𝑓𝑎𝑠𝑒) e 𝑉𝐿 = 3𝑉𝐹 (apenas ligação estrela).
Figura 29 - Modelo transformador

Ligação Triângulo - Estrela:


Figura 30 – Representação em triângulo - estrela

Apresenta os mesmos conceitos de Linha e fase

Figura 31 - Linha de fase

Tensões de Linha: 𝑉𝑟𝑠 = 𝑉𝑠𝑡 = 𝑉𝑟𝑡


Tensões de Fase: 𝑉𝐻1𝐻2 = 𝑉𝐻1𝐻3 = 𝑉𝐻3𝐻2

𝑉𝐿 = 𝑉 𝐹

Corrente de Linha: 𝑖𝑇 = 𝑖𝑅 = 𝑖𝑠

Corrente de Fase: 𝑖𝐻1𝐻2 = 𝑖𝐻2𝐻3 = 𝑖𝐻1𝐻3


2
𝑖𝐿 = 3𝑖𝐹, equação obtida através da lei dos cossenos

Transformadores Trifásicos:

Enrolamento alta Tensão


Como o próprio nome sugere, ele é construído em três bobinas, cada um abrigando
dois rolamentos: circuito primário e circuito secundário. Dessa forma, é possível
realizar tensões simples e tensões compostas.

Figura 32 – Transformador Trifásico

Relação de transformação (a)

Elemento que acopla coisas de lados distintos sem a necessidade de contato


elétrico.
𝑁1 𝑉1 𝐸1 𝑖2
𝑎= 𝑁2
= 𝑉2
= 𝐸2
= 𝑖1

𝑉1
𝑎= 𝑉2
=> 𝑉1 = 𝑎 * 𝑉2

𝑆1 = 𝑆2

P1=P2
𝑆1 𝑉1*𝑖2 𝑍1 𝑉1 𝑖2
𝑆2
= 𝑉2*𝑖1
=> 𝑍2
= 𝑖1
* 𝑉2

Sendo assim a relação entre impedância será:


𝑍1
𝑍2
= 𝑎* 𝑎

𝑅1+𝑗𝑋1 2
𝑅2+𝑗𝑋2
=𝑎
Aula prática (TEORIA)

Transformador:

Operação em vazio: transformador operando sem carga

Considerando o circuito elétrico equivalente (modelo transformador abaixo)

Figura 33 - Circuito Elétrico com potenciais E1 e E2 atuando sem carga

Considerando que
° °
(𝑅𝑝/𝑗𝑋φ)≫𝑅1 + 𝑗𝑋φ => 𝑉1≅𝑎 * 𝐸2

Onde:

𝑖0 = 𝑖𝑝 = 𝑖φ

° ° ° °
𝑉1 = 𝑉0 = 𝑍0 * 𝑖0

°
𝑍0 = 𝑅𝑝 + 𝑗𝑋φ
Sendo assim temos que

𝑐𝑜𝑠φ0 = 𝑖𝑝/𝑖0

𝑠𝑒𝑛φ0 = 𝑖𝐹/𝑖0

Então:

𝑖𝑝 = 𝑖0 * 𝑐𝑜𝑠φ0

𝑖φ = 𝑖0 * 𝑠𝑒𝑛φ0

Como

𝑖 = 𝑖φ + 𝑖 𝑝

𝑖 = 𝑖0 * 𝑐𝑜𝑠φ0 − 𝑗. 𝑖0 * 𝑠𝑒𝑛φ0

Então os parâmetros 𝑅𝑝 e 𝑗𝑋φ podem ser definidos:

°
𝑉0 = 𝑅𝑝 * 𝑖𝑝 = 𝑗𝑋φ * 𝑖φ

𝑅𝑝 =
𝑉0
=
(0 )
°

[Ω]
𝑖𝑝 °
𝑖0.𝑐𝑜𝑠φ0|0

E
°

𝑗𝑋φ =
𝑉0
=
(0 ) °

[Ω]
𝑖0 °
𝑖0.𝑠𝑒𝑛φ0|−90
7. TRANSFORMADOR MONOFÁSICO OPERANDO COM CARGA

7.1 Teoria utilizando relação de transformação

Na aula foi considerado o circuito elétrico abaixo:

Figura 34 - Circuito elétrico com carga

Na situação extrema, quando a carga excede seu valor nominal, colocamos em


curto o secundário do transformador. Assim temos:

𝐼1 = 𝐼2/𝑎

𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 0

Então, o circuito equivalente reduz-se à:

Figura 35 - Circuito elétrico equivalente


Nele, temos:

𝑉𝑐𝑐 = 𝑍𝑐𝑐 × 𝐼1

𝑍𝑐𝑐 = 𝑅𝑇 + 𝑗𝑋𝑇

Considerando que:
2 2
(𝑅𝑝//𝑗𝑋 φ) ≫𝑎 𝑅2 + 𝑎 𝑗𝑋2

Cálculo dos parâmetros R1, R2, jX1, jX2:

As perdas por efeito Joule para a situação mostrada é:


2
𝑃𝑗 = 𝑅𝑇𝐼1

𝑃𝑗
𝑅𝑇 = 2
𝐼1

2
𝑅𝑇 = 𝑅1 + 𝑎 𝑅2

2 𝑃𝑗
(𝑅1 + 𝑎 𝑅2) = 2
𝐼1

Como Ri naturalmente pertence ao enrolamento primário, isto é, valor conhecido,


temos:

2 𝑃𝑗
𝑎 𝑅2 = 2 − 𝑅1
𝐼1

A impedância do curto-circuito:

𝑉˙𝑐𝑐
𝑍˙𝑐𝑐 =
𝐼˙1
Em módulo, temos:
𝑉𝑐𝑐
𝑍𝑐𝑐 = 𝐼1
[Ω]

Como,

𝑍˙𝑐𝑐 = 𝑅𝑇 + 𝑗𝑋𝑇

Podemos escrever em módulo:

𝑍˙𝑐𝑐 = 𝑅𝑇 + 𝑗𝑋𝑇

Então,

2 2 2
𝑋𝑇 = 𝑍𝑐𝑐 − 𝑅
𝑇

𝑗𝑋𝑇 = 𝑗𝑋1 + 𝑗𝑋2

2 2
(𝑋1 + 𝑋2) = 𝑍𝑐𝑐− 𝑅𝑇

( ) ( )
2
𝑉𝑐𝑐 𝑃𝐽
(𝑋1 + 𝑋2) = 𝐼1
− 2
𝐼1

Do ponto de vista da operação, podemos considerar:

𝑗𝑋𝑇 = 𝑗𝑋2

Por fim, concluímos:


2

( ) ( )
2
1 𝑉𝑐𝑐 𝑃𝐽
𝑗𝑋1 = 𝑗𝑋2 = 2
𝑗 𝐼1
− 2
𝐼1
Exercício:

Um transformador monofásico de potência 220/110V- 1kVA foi ensaiado em vazio e


em curto circuito apresentando os seguintes valores:

1- Ensaio vazio: tem como objetivo determinar perdas no ferro (núcleo) por histerese
magnética e corrente de Foucault.

Figura 36 - Circuitos ensaio em vazio

Foi feita uma simulação antes de realizar o ensaio, pois, caso o valor da corrente
seja muito alto podemos danificar o transformador.
𝑆2 1000
𝐼2 = 𝑉2
= 110

𝐼2 = 9, 09𝐴

𝑉1 220
𝑎= 𝑉2
= 110
= 2

𝐼2
𝑎= 𝐼1

𝐼2 9,09
𝐼1 = 2
= 2

𝐼1 = 4, 54𝐴
Valores apresentados:

P0 = 40W

V0 = 220V

I0 = 0,85A

Cálculo dos parâmetros Rp e jXf

O fator de potência em vazio é dado por:

𝑃0 = 𝑉0 × 𝑖0 × cos 𝑐𝑜𝑠 φ0 ( )
𝐹𝑃0 = cos 𝑐𝑜𝑠 φ0 ( )
𝑃0
( )
cos 𝑐𝑜𝑠 φ0 = 𝑉0×𝑖0

( )
cos 𝑐𝑜𝑠 φ0 =
40
220×0,85

cos 𝑐𝑜𝑠 φ0( ) = 0, 2139

φ0 = 77, 65°

Além disso, temos:

𝑉0 = 𝑅𝑃 × 𝐼𝑃 = 𝑗𝑋φ × 𝐼φ

𝐼0 = 𝐼𝑃 + 𝐼φ

𝑜
𝐼0 = 0, 85 |− 77, 65

Então, encontramos os valores para I0:

𝐼0 = 𝐼0 × cos 𝑐𝑜𝑠 φ0( ) − 𝑗𝐼0 × φ0( )


𝑜 𝑜
(
𝐼0 = 0, 85× cos 𝑐𝑜𝑠 77, 65 ) (
− 𝑗0, 85× 77, 65 )
𝐼0 = 0, 1818 − 𝑗0, 8303

Por fim, encontramos:


𝑜
𝐼𝑝 = 0, 1818 |0 𝐴

𝑜
𝐼φ =− 𝑗0, 8303 |− 90 𝐴

𝑜
220 |0
𝑅𝑃 = 𝑜
0,2828 |0

𝑅𝑃 = 1210, 12Ω

𝑉0
𝑗𝑋φ = 𝑖φ

𝑜
220 |0
𝑗𝑋φ = 𝑜
0,8303 |−90

𝑜
𝑗𝑋φ = 264, 96 |90

𝑗𝑋φ = 𝑗264, 96 Ω

2- Ensaio em curto: tem como objetivo determinar perdas que ocorrem nos
enrolamentos e trechos correspondentes do circuito magnético por efeito Joule,
dispersão de fluxo e espraiamento.

Figura 37 - Ensaio em curto

Valores apresentados:
Pj = 50W

Vcc = 12V

I1 = 4,54A

Cálculo dos parâmetros R2, jX1 e jX2

O valor de R1 medido em curto-circuito foi:

𝑅1 = 0, 8 Ω

Entretanto, aplicamos um fator de correção entre 1,10 a 1,30 vezes a resistência


medida em curto-circuito. Então, obtivemos:

𝑅1𝑐𝑐 = 0, 8 Ω

𝑅1𝑐𝐴 = 1, 10 ×0, 8

𝑅1𝑐𝐴 = 0, 88 Ω

Calculo de 𝑅2:

𝑃𝐽 = 𝑅𝑇𝐼1

𝑃𝐽
𝑅𝑇 = 2
𝐼1

𝑃𝐽
𝑅1 + 𝑎²𝑅2 = 2
𝐼1

𝑃𝐽
𝑎²𝑅2 = 2 − 𝑅1
𝐼1

50
𝑎²𝑅2 = 2 − 0, 88
(4,54)

𝑅2 = 1, 546 Ω
Calculo de 𝑗𝑋1 𝑒 𝑗𝑋2:

2 2
𝑗𝑋1 = 𝑗𝑋2 =
1
2
𝑗 ( ) ( )
𝑉𝐶𝐶
𝐼1

𝑃𝐽
𝐼1

2
𝑗𝑋1 = 𝑗𝑋2 =
1
2
𝑗
12 2
( )
4,54
− ( ) 50
4,54
2

𝑗𝑋1 = 𝑗𝑋2 = 𝑗0, 525Ω


7.2 Aula Prática

Nesta aula foi apresentado um circuito elétrico equivalente, no qual o professor


pediu que calculássemos diversos dados. Abaixo estão ilustrados o circuito e os
seguintes problemas:

Figura 38 - Circuito elétrico

a) i)

b) j)

c) k)

d) l)

e) m)

f) n)

g)

h)
Resolução:
Primeiramente foi obtido a impedância equivalente:
𝑃 = 𝑉×𝐼
2
𝑉
𝑃= 𝑅

110²
𝑅𝑙 = 900
= 13, 44Ω

2
𝑎 𝑅𝑙 = 4×13, 44 = 53, 76Ω

Figura 39 - Circuito elétrico equivalente

Com o uso da Lei de Malhas pudemos calcular os valores das impedâncias


equivalentes conforme abaixo:

𝑍𝑒2 = 1, 546 + 𝑗0, 525 + 53, 76

𝑍𝑒2 = 55, 306 + 𝑗0, 525

𝑍𝑒2 = 55, 3(0, 54°)Ω

𝑅𝑝𝑗φ
𝑍𝑒1 = 𝑅𝑝+𝑗φ

1210,12×𝑗264,96
𝑍𝑒1 = 1210,12+𝑗264,96

320633,4(50°)
𝑍𝑒1 = 1258,79(12,35°)

𝑍𝑒1 = 258, 83(77, 65°)


𝑍𝑒1 = 55, 3 + 𝑗252, 84Ω

𝑍𝑒3 = 0, 88 + 𝑗0, 525

𝑍𝑒3 = 1, 0247(30, 82°) Ω

(55,306+𝑗0,525)(55,3+𝑗252,84)
𝑍𝑒4 = (55,306+𝑗0,525+55,3+𝑗252,84)

3058,42+𝑗29032+𝑗13983,57−13274
𝑍𝑒4 = 110,606+𝑗253,365

2925,68+𝑗14012,602
𝑍𝑒4 = 110,606+𝑗253,365

14314,77(78,2°)
𝑍𝑒4 = 276,45(66,42°)

𝑍𝑒4 = 51, 78(11, 78°)Ω

𝑍𝑒 = 51, 78(11, 78°) + 1, 025(30, 82°)

𝑍𝑒 = 50, 7 + 𝑗10, 57 + 0, 88 + 𝑗0, 525

𝑍𝑒 = 52, 76(12, 14°)Ω

Figura 40 - Circuito elétrico com Impedância equivalente

Em seguida, utilizando os valores encontrados foi possível calcular os diversos


dados solicitados:

a)
b)

c)

d)

e)

f)
g)

h)

i)
0
(
= 2×4, 17 − 12, 14 )

j)

k)
l)

m)

n)

8. TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

8.1. Aula Teórica

Nesta aula teórica foram estudados os procedimentos para dois ensaios que foram
realizados posteriormente na aula prática. Os tópicos estudados foram o ensaio em
vazio e o ensaio em curto circuito em um transformador de tensão nominal de 1kVA.

O ensaio em vazio tinha como objetivo determinar perdas no ferro (núcleo) por
histerese magnética e corrente de Foucault. O procedimento consistiu em anotar os
dados da placa de identificação do trafo, aumentar gradativamente a tensão através
de um varivolt até alcançar 220V e anotar as leituras de voltímetros, amperímetros e
wattímetros acoplados no circuito.

Com a leitura dos instrumentos pode-se encontrar 𝑉0, 𝑖0 e 𝑃0. 𝑃0 é a potência ativa e

representa as perdas que ocorrem no ferro. Este ensaio também permite a


determinação de 𝑅𝑃, 𝑗𝑋φ e o fator de potência em vazio (𝐹𝑃0), e pode ser

determinado com a equação:


𝑃0
𝐹𝑃0 = cos 𝑐𝑜𝑠 φ0 ( ) = 𝑉0. 𝑖0

A figura 47 representa o diagrama do circuito em vazio que foi estudado.

Figura 41 - Diagrama do circuito em vazio

O ensaio em curto circuito tinha como objetivo determinar perdas que ocorrem nos
enrolamentos e trechos correspondentes do circuito magnético por efeito Joule,
dispersão de fluxo e espraiamento. O procedimento consistiu em anotar os dados da
placa de identificação do trafo, aumentar gradativamente a tensão através de um
varivolt até que o amperímetro indique a corrente nominal do enrolamento em ensaio
e anotar as leituras de voltímetros, amperímetros e wattímetros acoplados no
circuito.

Com a leitura dos instrumentos pode-se encontrar 𝑉𝐶𝐶, 𝑖1 e 𝑃𝐽. 𝑉𝐶𝐶 é a tensão de

curto circuito, 𝑖1 a corrente nominal e 𝑃𝐽 representa as perdas totais no circuito. Este

ensaio também permite a determinação de 𝑅1, 𝑗𝑋1, 𝑅2 e 𝑗𝑋2. 𝑖1 deve ser determinada

antes de realizar o ensaio, pois, caso o valor seja excedido, a corrente pode
danificar o transformador.
𝑆2
𝑖2 = 𝑉2

1000
𝑖2 = 110

𝑖2 = 9, 09 𝐴
𝑉1
𝑎= 𝑉2

220
𝑎= 110

𝑎=2

𝑖2
𝑖1 = 𝑎

9,09
𝑖1 = 2

𝑖1 = 4, 54 𝐴

A figura 48 representa o diagrama do circuito em curto que foi estudado.

Figura 42 - Diagrama do circuito em curto


8.2 Aula Prática

Objetivos

Este experimento estudou o comportamento de dois circuitos envolvendo


transformadores. O ensaio em vazio tinha como objetivo determinar perdas no ferro
(núcleo) por histerese magnética e corrente de Foucault. O ensaio em curto circuito
tinha como objetivo determinar perdas que ocorrem nos enrolamentos e trechos
correspondentes do circuito magnético por efeito Joule, dispersão de fluxo e
espraiamento.

Materiais e Métodos

Para ambos os ensaios foi utilizado um transformador de tensão nominal de 1kVA. O


procedimento para o ensaio em vazio consistiu em anotar os dados da placa de
identificação do trafo, aumentar gradativamente a tensão através de um varivolt até
alcançar 220V e anotar as leituras de voltímetros, amperímetros e wattímetros
acoplados no circuito. Com a leitura dos instrumentos pode-se encontrar 𝑉0, 𝑖0 e 𝑃0.

𝑃0 é a potência ativa e representa as perdas que ocorrem no ferro. Este ensaio

também permite a determinação de 𝑅𝑃, 𝑗𝑋φ e o fator de potência em vazio (𝐹𝑃0).

O procedimento do ensaio em curto-circuito consistiu em anotar os dados da placa


de identificação do trafo, aumentar gradativamente a tensão através de um varivolt
até que o amperímetro indique a corrente nominal do enrolamento em ensaio e
anotar as leituras de voltímetros, amperímetros e wattímetros acoplados no circuito.
Com a leitura dos instrumentos pode-se encontrar 𝑉𝐶𝐶, 𝑖1 e 𝑃𝐽. 𝑉𝐶𝐶 é a tensão de

curto circuito, 𝑖1 a corrente nominal e 𝑃𝐽 representa as perdas totais no circuito. Este

ensaio também permite a determinação de 𝑅1, 𝑗𝑋1, 𝑅2 e 𝑗𝑋2.

Resultados e Discussões
Para o ensaio em vazio, os valores indicados pelos instrumentos para 𝑉0, 𝑖0 e 𝑃0

foram 220V, 1,27A e 24W respectivamente. A determinação de 𝐹𝑃0, 𝑅𝑃, 𝑗𝑋φ, 𝑖𝑃 e 𝑖φ

foi feito através de equações e serão demonstradas a seguir:


𝑃0
𝐹𝑃0 = cos 𝑐𝑜𝑠 φ0 ( ) = 𝑉0. 𝑖0

( )
𝐹𝑃0 = cos 𝑐𝑜𝑠 φ0 =
24
1,27.220

( )
𝐹𝑃0 = cos 𝑐𝑜𝑠 φ0 = 0, 0869

φ0 = 85, 07°

O cálculo para 𝑖𝑃 e 𝑖φ:

𝑖𝑃 = 𝑖0. cos 𝑐𝑜𝑠 φ0 ( )


𝑖𝑃 = 1, 27. 0, 0869

𝑖𝑃 = 0, 109 𝐴

( )
𝑖φ = 𝑖0. φ0

𝑖φ = 1, 27. 0, 9963

𝑖φ = 1, 265 𝐴

O cálculo para 𝑅𝑃 e 𝑗𝑋φ:

𝑉0
𝑅𝑃 = 𝑖𝑃

220
𝑅𝑃 = 0,109

𝑅𝑃 = 2018, 35 Ω
𝑉0
𝑗𝑋φ = 𝑖φ

220
𝑗𝑋φ = 1,265

𝑗𝑋φ = 173, 61 Ω

Para o ensaio em curto circuito, a corrente foi elevada até atingir o valor de 4,54A e
os valores indicados pelos instrumentos para 𝑉𝐶𝐶 e 𝑃𝐽 foram 6V e 17W

respectivamente. O valor da resistência 𝑅1 entre os terminais H1 e H4 foi medido

como 0,9Ω. A determinação de 𝑅2, 𝑗𝑋1 e 𝑗𝑋2 foi feito através de equações e serão

demonstradas a seguir:
𝑃𝐽
𝑎²𝑅2 = 𝑖1²
− 𝑅1

17
𝑎²𝑅2 = 20,61
− 0, 9

2²𝑅2 =− 0, 075

𝑅2 =− 0, 019 Ω

2 2
𝑗𝑋1 = 𝑗 .
1
2 ( ) ( )
𝑉𝐶𝐶
𝑖1

𝑃𝐽
𝑖1

2 17 2
1
𝑗𝑋1 = 𝑗 2 . ( ) ( )
6
4,54
− 4,54

1
𝑗𝑋1 = 𝑗 2 . 1, 75 − 14, 02

1
𝑗𝑋1 = 2
. 12, 27

𝑗𝑋1 = 1, 75 Ω
𝑗𝑋2 = 𝑗𝑋1

Conclusões

Os ensaios foram bem-sucedidos, pois permitiram encontrar os parâmetros


desejados através da leitura de instrumentos e utilização de equações. Para o
ensaio em vazio foi possível determinar com a leitura dos instrumentos 𝑉0, 𝑖0 e 𝑃0. 𝑅𝑃

, 𝑗𝑋φ e o fator de potência em vazio (𝐹𝑃0) também foram obtidos com o auxilio de

equações. No ensaio em curto-circuito encontrou-se 𝑉𝐶𝐶, 𝑖1 e 𝑃𝐽 através da leitura

dos instrumentos e também permitiu a determinação de 𝑅1, 𝑗𝑋1, 𝑅2 e 𝑗𝑋2.


9. REFERÊNCIAS

MARA, Gelson Roberto. Notas de aula. 22 mar. 2019, 01 jun. 2019. Notas de Aula.

"Correntes de Foucault" em Só Física. Virtuous Tecnologia da Informação,


2008-2019. Disponível na Internet em 

http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/InducaoMagnetica/corrented
efoucault.php

JÚNIOR, Joab Silas da Silva. Histerese magnética. [S. l].


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/histerese-magnetica.htm.

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