A Importancia Da Compatibilizacao de Projetos Das Edificacoes para Minimizar As Falhas Na Execucao Reduzir Custos e Garantir Um Maior Controle de Qualidade

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 66

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA-UFPB

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

A IMPORTÂNCIA DA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS DAS


EDIFICAÇÕES PARA MINIMIZAR AS FALHAS NA EXECUÇÃO, REDUZIR
CUSTOS E GARANTIR UM MAIOR CONTROLE DE QUALIDADE

UGO RAFAEL GONÇALVES NÓBREGA

JOÃO PESSOA - PB
2017
UGO RAFAEL GONÇALVES NÓBREGA

A IMPORTÂNCIA DA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS DAS


EDIFICAÇÕES PARA MINIMIZAR AS FALHAS NA EXECUÇÃO, REDUZIR
CUSTOS E GARANTIR UM MAIOR CONTROLE DE QUALIDADE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Departamento de Engenharia Civil da
Universidade Federal da Paraíba-UFPB,
como requisito parcial básico e obrigatório
para a conclusão de curso e obtenção do
título de Engenheiro Civil.

Orientador(a): Prof. Dr. Ubiratan Henrique


Oliveira Pimentel.

JOÃO PESSOA - PB
2017
N754a Nóbrega, Ugo Rafael Gonçalves
A importância da compatibilização de projetos das
edificações para minimizar as falhas na execução, reduzir
custos e garantir um maior controle de qualidade. / Ugo Rafael
Gonçalves Nóbrega. - João Pessoa: UFPB, 2017.

65 fl. il.:

Orientador: Prof. Dr. Ubiratan Henrique Oliveira Pimentel


Monografia (Curso de Graduação em Engenharia de Civil)
Centro de Tecnologia / Campos I / Universidade Federal da Paraiba.

1. Construção Civil 2. Compatibilização 3. Redução dos custos 4.


Incompatibilidades 5. Economias I. Título.

BS/CT/UFPB CDU: 2.d. 62:658.5(043)


UGO RAFAEL GONÇALVES NÓBREGA

A IMPORTÂNCIA DA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS DAS


EDIFICAÇÕES PARA MINIMIZAR AS FALHAS NA EXECUÇÃO, REDUZIR
CUSTOS E GARANTIR UM MAIOR CONTROLE DE QUALIDADE

Trabalho de conclusão do Curso de Graduação da Universidade Federal da Paraíba-UFPB,


como requisito para obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil, apresentado a
seguinte Comissão julgadora:

DATA DE APROVAÇÃO ____/____/2017.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________
Prof. Dr. Ubiratan Henrique Oliveira Pimentel.
Orientador

_______________________________________________________
Prof.(a) UFPB
Examinador (a)

_______________________________________________________
Prof.(a) UFPB
Examinador (a)
A Deus por ter me dado saúde e força para
superar as dificuldades e os obstáculos.
Aos meus pais, João Nóbrega da Silva Neto
e Marisdete Dantas Gonçalves Nóbrega, e a
todos aqueles que me apoiaram durante essa
jornada.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, o qual permitiu quе tudo isso acontecesse, fonte de toda
sabedoria, responsável por tudo o que somos, e o que seremos, ao meu Deus eu te agradeço.
Aos meus pais, João Nóbrega da Silva Neto e Marisdete Dantas Gonçalves
Nóbrega, um grande exemplo de bondade e paciência. Que me ensinaram os valores da
vida, incentivando nos meus estudos e não medindo esforços para isto. Com certeza sem
eles, eu não conseguiria.
Aos meus irmãos Igor Roffman e João Victor por sempre acreditam e mim e me
incentivarem.
A Ícaro Rodrigues, amigo de todas horas que sempre me ajudou e me incentivou
durante toda minha caminhada acadêmica.
A Mayara Pessoa e a Rodolfo Cipriano pelo auxilio na realização deste trabalho e
pelo incessante apoio em todas as horas.
A todos da família Nóbrega por todo o apoio dado durante essa jornada, por toda
força dada nos momentos de dificuldades, pessoas estas que são essenciais na minha vida,
sempre me dando todo o amor que podem, acreditando sempre na minha capacidade, até
mesmo quando eu duvido, e vibrando em todas as minhas conquistas.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Ubiratan Henrique Oliveira Pimentel, pela
oportunidade e por sempre confiar em mim.
A todos quе direta оu indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеu
Muito Obrigado.
RESUMO

Na presente conjuntura do mercado da construção civil brasileira, com um grande


numero de obras e prazos reduzidos para a execução, é comum a constatação de altos índices
de incompatibilidades e retrabalhos. Tal característica pode ser remetida ao déficit de
profissionais especializados em compatibilização de projetos.Portanto o objetivo do presente
trabalho é estudar e diagnosticar o processo de desenvolvimento de projetos, evidenciando a
dimensão da pratica de compatibilização de projetos na engenharia civil, enfatizando os
benefícios a fim de alcançar os resultados almejados, e também a verificação das
interferências entre os principais projetos.
O trabalho realiza uma revisão bibliográfica para que se torne possível contrastar
os assuntos técnicos estudados, conceituando pontos importantes como a definição de
projeto, assim como seu método de desenvolvimento e sua relevância no âmbito da
construção civil e a retificação de princípios a respeito da compatibilização, que atestam
vantagens e economias geradas pela compatibilização de projetos na construção civil e a
preocupação com o meio ambiente em virtudes dos grandes volumes de resíduos descartados
a cada ano em todo o mundo devido a construção civil. Apresentam assim resultados para a
nova construção civil, com dados necessários ao desenvolvimento dos indicadores que
foram obtidos através de um levantamento exaustivo dos dados de estudos anteriores.

Palavras-chave: Construção Civil; Compatibilização; Redução dos custos;


Incompatibilidades; Economias.
ABSTRACT

In the current conjuncture of the brazilian construction market, with a large number
of works with reduced deadlines for execution, it is common to find high rates of project
incompatibilities and rework. This feature can be referred to the deficit of professionals
specialized in project compatibilization. Therefore, the objective of the present research is to
study and diagnose the project development process, pointing the dimension of the practice
of compatibilizing projects in Civil Engineering, emphasizing the benefits in order to
achieve the desired results, as well as the verification of the interferences between the main
projects.
The work brings a bibliographical research so that it becomes possible to contrast
the studied technical subjects, conceptualizing important points as the definition of project,
its method of development and its relevance in the scope of civil construction and the
rectification of principles regarding compatibilization, which certifies to the advantages and
savings generated by the compatibilization of projects in civil construction and the concern
for the environment due to the large volumes of waste disposed each year all around the
world due to construction. Results for the new civil construction are presented, along with
data necessary for the development of indicators that were obtained through an exhaustive
survey of data from previous studies.

Keywords: Construction; Compatibility; Economy; Incompatibilities; Reduced costs.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Processo de desenvolvimento de projetos atual .....................................................19


Figura 2: Possibilidade de maior investimento na fase de projeto X prática corrente ..........20
Figura 3: Interferência pilar X esquadria; 2. Interferência pilar X circulação .......................32
Figura 4: Planta baixa, com destaque nas esquadrias em conflito com o projeto estrutural ..32
Figura 5: Planta de forma dos pilares, com destaque nos pilares com conflito com o
arquitetônico ...........................................................................................................................33
Figura 6: Da esquerda pra direita, detalhe arquitetônico do pilar, detalhe estrutural do pilar,
solução para fixação do granito .............................................................................................33
Figura 7: Pilar sendo revestido em alvenaria, pilar revestido com granito ...........................34
Figura 8: Ralo do box do banheiro posicionado de forma centralizada .................................36
Figura 9: divergência entre shaft da arquitetura e local dos tubos de queda e ventilação ......37
figura 10: Projeto arquitetônico (à esquerda), projeto sanitário (ao centro) e projeto ................
hidráulico ( à direita) .............................................................................................................37
Figura 11: Detalhe de tubulação (verde) perfurando o forro de gesso (vermelho) ...............38
Figura 12: Falta de tomada próxima à antena (à esquerda), unidades condensadoras na
prumada das esquadrias (à direita) ........................................................................................40
Figura 13: Tomadas onde não existem paredes (à esquerda), Interruptor atrás da porta (à
direita). ...................................................................................................................................40
Figura 14: Interferência entre projeto estrutural e hidrossanitário .........................................42
Figura 15: Tubulacao furando viga.........................................................................................42
Figura 16: Duto elétrico em conflito com viga.......................................................................43
Figura 17: Duto elétrico em conflito com viga.......................................................................44
Figura 18: Interferências hidrossanitário e elétrico ................................................................45
Figura 19: Interferências hidrossanitário e elétrico ................................................................46
Figura 20: Interferências hidrossanitário e elétrico ................................................................46
Figura 21: orçamento previsto da obra ...................................................................................50
Figura 22: orçamento reajustado para a obra. ........................................................................51
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Incompatibilidades arquitetura X estrutura ...........................................................30

Gráfico 2: Capacidade de influenciar no custo final de uma obra ao longo de suas fases. ....52

Gráfico 3: Capacidade de influencia das fases da obra no seu custo final. ............................52
LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Interferências Arquitetônico X Estrutural ............................................................29


Tabela 02: Interferências Arquitetônico X Estrutural ............................................................31
Tabela 03: Custo adicional de mão-de-obra para o serviço. ..................................................34
Tabela 04: Interferências Arquitetônicos X Hidrossanitário ..................................................35
Tabela 05: Interferências Arquitetonico X Hidrossanitario .................................................. 36
Tabela 06: Interferências Arquitetônicos X Elétrico .............................................................39
Tabela 07: Interferências Arquitetônico X Elétrico ................................................................41
Tabela 08: Interferências estrutural X hidrossanitario ............................................................41
Tabela 09: Interferências estrutural X hidrossanitário ............................................................41
Tabela 10 : Interferências estrutural X Elétrico ......................................................................43
Tabela 11 : Interferências estrutural X Elétrico......................................................................43
Tabela 12: Interferências Instalações x Instalações. ..............................................................44
Tabela 13: Tipos de incompatibilidades referente ao sistema hidráulico e suas possíveis
soluções. .................................................................................................................................45
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................12

2 OBJETIVOS .....................................................................................................................14

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................15

3.1 HISTÓRICO DO PROCESSO DE PROJETOS .......................................................15

3.2 CONCEITO DE COMPATIBILIZAÇÃO DOS PROJETOS .................................18

3.3 IDENTIFICAÇÃO DAS FALHAS NOS PROJETOS CONSTRUTIVOS ..............22

3.3.1 Arquitetônico ...............................................................................................................22

3.3.2 Estrutural ......................................................................................................................24

3.3.3 Instalações ....................................................................................................................26

3.3.3.1 Elétrico ......................................................................................................................26

3.3.3.2 Hidrossanitário ..........................................................................................................27

3.4 INTERFERÊNCIAS .....................................................................................................29

3.4.1 Projeto arquitetônico X Projeto Estrutural ..................................................................29

3.4.2 Projeto Arquitetônico X Projeto Hidrossanitário ..........................................................34

3.4.3 Projeto arquitetônico X Projeto Elétrico .......................................................................38

3.4.4 Projeto Estrutural X Projeto Hidrossanitário .................................................................40


3.4.5 Projeto Estrutural X Projeto Elétrico .............................................................................42
3.4.6 Projeto Hidrossanitário X Projeto Elétrico ....................................................................44
4 METODOLOGIA ..............................................................................................................48
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................................49
5.1 AUMENTO DE TEMPO E CUSTOS DA OBRA .......................................................49
5.2 GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO .....................................................53
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................56
REFERÊNCIAS....................................................................................................................58
12

1 INTRODUÇÃO

Para adaptar-se as mudanças, o setor de construção civil teve que readequar seus
processos às necessidades atuais do cliente, em uma sociedade cada vez mais tecnológica e
com informação rápida. Essas mudanças impactam na geração dos projetos, que devem ser
inovadores, atendendo a expectativas de construtoras, incorporadores e consumidor, tanto
quanto da qualidade, como da eficiência e produtividade.
Mas, apesar do avanço tecnológico que esse ramo industrial apresentou nos últimos
anos, ainda é prática comum em empresas de pequeno porte o desenvolvimento de projetos
sem a utilização da compatibilização de suas disciplinas, gerando em conseqüência vários
fatores negativos, tais como: má qualidade da edificação, maior índice de retrabalhos,
acréscimo no custo da obra, a construção civil vem buscando em todos os setores um nível
de profissionalismo a fim de reduzir os custos e aumentar os lucros.
Todo o processo do projeto na construção de edificações é discutido, com ênfase no
relacionamento entre a proposta e a qualidade na edificação. A compatibilização dos
projetos é o fato de priorizar os vários projetos do referido empreendimento, identificar as
possíveis interferências e possibilitar programar reuniões com as partes interessadas visando
resolver tais contratempos, a não compatibilização acarreta, quase sempre, desperdícios e
falhas no resultado final do projeto, o que compromete a qualidade, escopo, custo e prazo do
empreendimento.
Desta forma, arquitetos, engenheiros, fornecedores, agentes financeiros, investidores,
entre outros, são envolvidos nas fases do processo do projeto que teoricamente, termina no
cliente ou usuário final. Quando esse envolvimento não acontece, há um acarretamento de
má gestão dos projetos, ou seja, perdas na construção civil e as possíveis reduções de custo,
embasada na baixa dos lucros ocasionados pelo desperdício relacionados a perda de
materiais.
A motivação principal do trabalho reside no fato de que com a ampla evolução da
Indústria da Construção Civil, vemos ainda alguns ranços na Construção, como obras em
projetos, projetos defeituosos, e mão de obra de má qualidade, e que essa nossa indústria
apresenta características próprias, entre as quais destacamos a necessidade de diferentes
tipos de profissionais, alguns mais amadores, outros mais industrializados. A cadeira
produtiva da construção civil é responsável por grandes impactos ambientais em todas as
etapas do seu processo, que vai desde a extração, produção de materiais, construção, uso, até
a demolição (JOHN, 2001).
13

Nesse contexto, esse trabalho foi embasado numa revisão bibliográfica, uma análise
meticulosa e ampla das publicações correntes para conscientizar a compatibilização de
projetos como fator primordial para diminuição de retrabalhos e problemas durante a
execução dos serviços, este trabalho pretende demonstrar os benefícios da compatibilização
de projetos em obras de construção civil, objeto de estudo e na racionalização de seus
processos a fim de aprimorar sua consuntibilidade, uma vez que a falta de projetos
adequados é a principal responsável pelos fatores que contribuem para erros e falhas na
construção civil. (CAMBIAGHI, 1992).
Portanto, existe a necessidade de analisar as falhas que se desenvolvem durante o
processo de execução de uma obra devido à falta de compatibilização de projetos. Os
imprevistos que são gerados têm acarretado em prejuízos, diante desse fato, desenvolve a
ideia de evidenciar a realidade que ocorre nos canteiros de obras com o objetivo de
conscientizar a todos sobre a importância do planejamento bem elaborado fazendo com que
os resultados que a empresa almeja sejam satisfatórios.
14

2 OBJETIVOS

Esta produção acadêmica tem como objetivo principal descrever problemas


causados pela falta de compatibilização em projetos.
E como objetivos específicos serão demonstrados algumas soluções práticas de
compatibilização, auxiliando para que se perceba uma melhoria sistêmica na realização dos
projetos, bem como a aproximação entre as áreas que o mesmo a constitui.
15

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Histórico do processo de projetos

O desenvolvimento da engenharia aconteceu de forma paralela ao da civilização


humana, através da necessidade da interligação do conhecimento teórico e prático (BAZZO
& PEREIRA, 2000).
Porém, podemos observar algumas mudanças raras quando há uma evolução na
tecnologia que afeta contextos históricos e sociais, ou seja, iniciaram-se as primeiras
transformações científicas, promovidas com a finalidade de oportunizar a vida das pessoas.
Pode-se afirmar então, que a engenharia surgiu a partir da preocupação da espécie com
aplicação e aprimoramento de técnicas que facilitassem trabalhos realizados no cotidiano.
(AFONSO & FLEURY, 2012)
Fatos que contribuíram para tais transformações foram o domínio da escrita e da
matemática e outras mudanças culturais e sociais no período neolítico, acontecimentos como
a introdução da agricultura, a modelagem de cerâmica e a domesticação de animais, que
resultou em descobertas e acumulo de informações. A engenharia do passado foi aquela
caracterizada pelos grandes esforços do homem no sentido de criar e aperfeiçoar artefatos
que aproveitassem os recursos naturais, trazendo consequências que refletem nos dias
atuais. (TELLES, 1984, apud, BAZZO & PEREIRA, 2000).
Entretanto, não foi de um instante para outro que o homem passou a aplicar os
conhecimentos científicos às técnicas, mas a longa caminhada de aplicação desses
conhecimentos à solução de problemas.
É difícil estabelecer o início da atividade da engenharia no Brasil, entretanto,
registros mostram que a atividade de engenharia civil no Brasil iniciou de forma não
regulamentada no período colonial com a construção de fortificação e igrejas (MORAES,
2005).
De acordo com Telles (1984), durante esse período duas categorias de profissionais
atuavam no campo da engenharia: os oficiais Engenheiros e os Mestres Pedreiros, os oficiais
engenheiros pertenciam ao Exército Português, que possuíam um curso regular, eram as
pessoas que tinham domínio sistemático da área, já os mestres, eram chamados de mestres
de riscos, sem nenhum conhecimento cientifico, pois seus conhecimentos eram herdados de
geração. A formalização dos cursos de engenharia iniciou- se em 17 de dezembro de 1792,
com a criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, na cidade do Rio de
16

Janeiro. De fato, a abertura de cursos de graduação em Engenharia Civil e em Arquitetura


em várias partes do país, ajudaram na expansão do setor construtivo nacional e na
qualificação da mão de obra interna (PARDAL; LEIZER, 1996).
Todo esse movimento gerou mudanças, tanto nos aspectos tecnológicos, culturais e
mercadológicos, influenciando diretamente na concepção dos projetos, que devem ser
cada vez mais inovadores e adequados as necessidades atuais, satisfazendo os pedidos dos
construtores, da equipe e dos consumidores em qualidade e eficiência. (RODRÍGUEZ &
HEINECK, 2001)
No Brasil, os empreendedores tratavam o processo projetual de forma pouco
investigativa, nas quais as questões fundamentais para o desenvolvimento da obra eram
desconsideradas, de fato, pelas empresas os projetos são tratados como uma atividade
secundaria encarregada com projetistas independentes contratados por normas de preços. .
Outra característica dos projetos no setor é que eles são orientados para a definição do
produto sem considerar adequadamente a forma e as implicações quanto à produção das
soluções adotadas, mas as especificações e os detalhamentos dos produtos são incompletos e
falhos, as vezes nem previstas no projeto e muitas vezes resolvidos durante a obra. (AVILA,
2011)
Hoje a engenharia está presente em todas as ramificações da sociedade,
contribuindo para o bom funcionamento da vida em comunidade e conforme a humanidade
evolui e se desenvolve, a engenharia e suas técnicas também devem ser desenvolvidas e
aprimoradas em concordância com as necessidades de cada época. Assim, o engenheiro deve
ter uma visão sistemática, ou seja, um bom domínio da realidade física e por extensão, das
atividades social e econômica, para a projeção e solução de problemas gerados relacionados
ao contexto atual. Quando isso não acontece, resulta na falta de racionalização na
concordância entre a ideia e a execução de projetos (STEMMER, 1988).
A palavra projeto deriva do latim, projectum, que significa antes de uma ação,
assim, a definição de projeto e uma ação prévia de um empreendimento, pesquisa ou
desenho planejado para alcançar um objetivo. (PMBOOK, 2013).

[...] um projeto é uma organização de pessoas dedicadas que visam atingir um


propósito e objetivo específico. Projetos geralmente envolvem gastos, ações ou
empreendimentos únicos de altos riscos e devem ser completados numa certa data
por um montante de dinheiro, dentro de alguma expectativa de desempenho.
(TUMAN, 1983, p. 12)
17

De acordo com a NBR: 5674:1999 em sua interpretação, pode-se afirmar que um


projeto é o ato de descrever graficamente ou textualmente um serviço ou obra de arquitetura
ou engenharia, atribuindo seus aspectos técnicos, econômicos financeiros e legais.
Para a NBR 13531:1995 a concepção de um projeto é caracterizada como a
antecipação da fabricação do objeto a ser projetado, não especificando apenas edificações,
mas ideias que obedeçam todos os princípios técnicos existentes em arquitetura e
engenharia. Especificando as etapas de projeto desde sua etapa inicial até a concepção do
projeto para execução.
Projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades
inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos
limites de um orçamento e de um período de tempo dados (PROCHONW, 1999).
Projeto é caracterizado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início,
meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por
pessoas dentro dos parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e
qualidade (VIANA, 2005).
Projetar é um trabalho complexo que busca obter soluções dinâmicas, funcionais e
econômicas. Além de atender as exigências do consumidor, e se ajustar as necessidades
ambientais, requer conhecimento de técnicas, elementos e estilos, de forma que consiga
harmonizar a forma e a função para corresponder às necessidades desejadas. Além de ser
desenvolvido a partir da necessidade do mercado e ou desejo de empreendedor e aquisição
do terreno, após isso deve-se ter aprovação dos órgãos competentes, lançando-se assim um
empreendimento no mercado (FABRICIO, 1999).
O conceito descrito acima é a essência de um projeto, mas, com o passar do tempo,
em meados da década de 60, a demanda imobiliária cresceu e assim começaram a surgir os
escritórios técnicos especializados em arquitetura, estruturas e instalações esses profissionais
trabalham de forma conjunta, onde a equipe tinha contato direto com a pratica da
construção. Porém, com o passar do tempo, os construtores ficaram mais distanciados das
atividades de projetos e projetistas longe das execuções por eles projetadas, foi quando
observou-se um desperdício gerado pela falta de vinculo, essa falta de racionalização,
ultimamente observada e reflexo do setor da construção civil (MIKALDO & SCHEER,
2008).
18

3.2 Conceito de compatibilização de projetos

Segundo o dicionário da língua portuguesa, compatibilização, é o ato ou efeito de


compatibilizar, tornar compatíveis componentes que ocupam o lugar num mesmo espaço de
maneira harmoniosa sem a existência de interferência entre eles.
Para o âmbito da engenharia civil, pode-se entender esses componentes como
informações, memorias de cálculo, desenhos, que sejam precisas e consistentes para a
elaboração dos projetos. Portanto compatibilização de projetos é a prática que torna os
projetos compatíveis, possibilitando soluções integradas entre as várias áreas que toram uma
obra viável. Mas para cada estudioso há uma visão diferente de compatibilidade
(BAUERMANN, 2002).
Como o crescimento do mercado imobiliário por volta da década de 60 os
escritórios de projetos que antes abrangiam todo o processo de criação passaram a focar em
áreas especificas como arquitetura, estrutura e instalações, no inicio deu certo pois os
profissionais tinham conhecimento de todas as áreas envolvidas no desenvolvimento da
edificação, mas como o passar do tempo o conhecimento os envolvidos se especializavam
cada vez mais na sua área e o conhecimento generalizado foi se perdendo, em decorrência
disso foram surgindo incompatibilidade nos projetos que só eram identificadas na obra.
Esses problemas começaram a ser percebidos por volta dos anos 80 quando as empresas
perceberam o aumento dos custos na obra e a necessidade de compatibilizar projetos
(COSTA, 2013).
Farina (2002), fala sobre que a especialização da mão de obra na área de sistemas
prediais não acompanhou o avanço da tecnologia, ou seja, a maioria das empresas de projeto
subutiliza as novas ferramentas, utilizando apenas para a função de desenho. Outro fator, é a
terceirização, método que as grandes empresas tendem a utilizar, isso leva a dificuldades
como: padronização de representação e soluções técnicas, controle de prazos e conteúdo de
projetos, aumento de possibilidades de incompatibilidade entre projetos de diferentes
sistemas prediais de um mesmo edifício, entre outro.
Atualmente, os profissionais trabalham isoladamente, isto é, cada projeto é
desenvolvido por um especialista e normalmente não ocorre troca de informações com os
demais profissionais que desenvolvem os outros projetos concomitantemente, conforme Figura
01. Isso acontece devido a crescente especialização dos profissionais em um determinado setor,
faz com que os mesmos realizem seus projetos isoladamente.
19

Figura 1: Processo de desenvolvimento de projetos atual.

Fonte: Autoria Própria (2017).

A compatibilização nada mais é do que a atividade de gerenciar e integrar os


projetos de determinada edificação, visando o ajuste entre eles, com o objetivo de minimizar
os conflitos existentes, facilitando a execução, otimizando e racionalizando os materiais, o
tempo, a mão de obra e a manutenção. Compreende a ação de detectar falhas relacionadas às
interferências e inconsistência físicas entre elementos da obra (CALLEGARI, 2007).
No que diz respeito à redução de interferências entre os diversos tipos de projetos
compatibilização de projetos é uma etapa decisiva, quando se utiliza essa ferramenta, a
execução de obras ocorre de maneira padronizada, planejada e racionalizada, tornando-se
assim um agente integrador das diferentes disciplinas de projeto com um procedimento que
visa à identificação e resolução das interferências precocemente. Assim, essas interferências
são reduzidas minimizando erros na execução da obra. Desta forma, os ganhos obtidos são
refletidos em todos os subsistemas e torna possível uma execução planejada, padronizada e
que contribua para racionalização (GRAZIANO, 2003).
A compatibilidade é prescrita como qualidade do projeto cujas partes do sistema
ocupam espaços que não conflitam entre si e, além disso, que dispõem de dados
compartilhados com consistência e confiabilidade até o final do processo de projeto e da
obra (GRAZIANO, 2003).
Várias são as falhas possíveis de ocorrer durante a etapa de concepção do
empreendimento. Elas podem se originar durante o lançamento da estrutura (, na execução do
anteprojeto, ou durante a elaboração do projeto de execução, também chamado de projeto final
de engenharia (OLIVEIRA, 2013).
Compatibilizar projetos envolve uma tarefa de sobrepor os diversos projetos e
apontar as interferências, assim como organizar reuniões entre os envolvidos na elaboração
do projeto para solucionar as interferências encontradas. E isso deve acontecer em todas as
etapas do projeto, desde os estudos preliminares até o projeto executivo, partindo de uma
20

integração geral das soluções até a constatação das interferências (RODRIGUEZ &
HEINECK 2001).
Quanto maior o custo e o tempo desempenhados na elaboração do projeto, maior
será a probabilidade de redução de custos e prazos, o que se pode evidenciar através da
Figura 1 abaixo; logo, quanto maiores forem os investimentos iniciais em projetos, melhores
serão os resultados em uma redução nos custos finais da obra (BARROS & MELHADO
1993, apud, SOUZA, 2010).

Figura 2 – Possibilidade de maior investimento na fase de projeto X pratica corrente.

Fonte: ( Barros e Melhado, 1993 apud Melhado, 1994 citado por Souza 2010)

Ainda segundo Souza (2010) diversos autores seguem para o consenso de que a
fase inicial do empreendimento é a mais importante, pois é nela que se reúnem as
oportunidades para diminuir o número de falhas.
O desenvolvimento dos projetos esta relacionado aos de arquitetura e
complementares que esboçam a idealização do empreendimento, e deve indicar de maneira
mais geral relações com as demais fases da obra e seus agentes (FABRICIO, 2002).
O caráter de um empreendimento tem que ser compreendido como a habilidade de
atender as necessidades de todos os clientes, e em condições de utilização esperadas,
resultando na soma de três indicadores: planejamento, projeto e execução da obra. O autor
também admite os problemas patológicos da construção civil, como mostrados no gráfico
abaixo. (TAVARES JUNIOR, 2001, apud ABRANTES, 1995).
21

Assim sendo, pode-se trazer a seguinte contribuição a respeito do objetivo da


compatibilização de projetos:

[...] a compatibilização visa ajustar os interesses individuais dos projetistas as


necessidades coletivas, enfatizando a necessidade de se trabalhar em conjunto,
com uma visão do coletivo, onde todos os membros tenham um papel primordial
no processo, tanto na criação coletiva como no aperfeiçoamento do projeto. (GUS,
1996, 10p).

De forma resumida, as responsabilidades típicas de coordenação de projetos se


relacionam às tarefas de iniciar o processo de projeto, planejar o processo, gerenciar a
equipe de projeto, garantir a compatibilidade entre as soluções dos vários projetistas e
controlar os fluxos de informações entre projetistas.
E ainda pode-se mensurar a seguinte contribuição sobre objetivo de um projeto bem
elaborado:
Para que um projeto seja um produto de qualidade e atenda a todas as expectativas,
é necessário que este seja elaborado de forma coordenada e a obra não seja
interrompida por problemas de interferência ou alterações resolvidas “in loco”.
Para isso, é necessário que haja uma reorganização em todo o processo de projeto,
buscando o desenvolvimento coordenado do projeto nas diversas etapas do edifício
e a introdução de tecnologias construtivas racionalizadas. Sendo assim, os projetos
deverão apresentar uma visão global do empreend imento, contendo todas as
características do produto e um planejamento das atividades a serem executadas
visando atender às necessidades dos clientes e aos sistemas constru tivos da
empresa (VANNI, 1999, p.16).

Todas essas afirmações denotam que a compatibilização de projetos é fundamental,


visto que é a partir do projeto arquitetônico que o processo de compatibilização se inicia,
fazendo-se necessário então o acompanhamento do engenheiro em todas as fases da
construção para que haja uma racionalização, resultando numa execução satisfatória,
separando assim a atividade projetual da execução.
A compatibilização de projetos compreende a atividade de sobrepor os vários
projetos e identificar as interferências, bem como programar reuniões, entre os diversos
projetistas e a coordenação, como objetivo de resolver interferências que tenham sido
detectadas (PICCHI, 1993).
Muitas medidas de racionalização construtiva baseiam-se na aplicação de princípios
que visam o aumento do nível organizacional dos empreendimentos. Estes princípios
constituem-se em ferramentas básicas, que orientam as decisões em todo o processo de
produção de um edifício, que vai desde a concepção dos projetos até o planejamento e
organização da execução (CRUZ, 2011).
22

A compatibilização de projetos, como resultado da integração das interfaces dos


projetos de arquitetura e complementares de edifícios tem sido considerada como a melhor
abordagem para resolver os problemas da fragmentação dos projetos e com isso reduzir ou
até eliminar alguns dos principais problemas: as interferências físicas, perdas de
funcionalidade e recursos decorrentes de incompatibilidade de projetos (SOUSA 2010).
A compatibilização de projetos que nada mais é do que identificar a falta de
compatibilização entre o projeto arquitetônico e seus complementares e tem como intuito
subordinar os interesses individuais dos projetistas às demandas do processo como um todo
e salienta a necessidade que se trabalhe dentro de uma visão sistêmica, onde todos os
intervenientes passam a ter um papel fundamental no processo tanto na participação
cooperativa no desenvolvimento dos projetos quanto no próprio aprimoramento contínuo
deste processo (GRILO, 2002).

3.3 Identificação das falhas nos projetos construtivos

Nesse capitulo abordaremos os principais tipos de projetos de uma edificação, as


possíveis incompatibilidades que podem ocorre entre si e métodos para resolução dessas
faltas de compatibilidade, contudo para isso não foi realizado um estudo de caso nem
métodos experimentais apenas métodos dedutivos e pesquisas bibliografias, mas nada que
possa atrapalhar na confiabilidade dos dados citados, visto que existem muitos estudos
científicos sobre o tema.

3.3.1 Arquitetônico

Após concebido o projeto arquitetônico procedem os complementares, visto dessa


forma, os projetos complementares são dependentes da qualidade do projeto arquitetônico.
A partir do projeto arquitetônico é que o processo de compatibilização se inicia,
preferencialmente na etapa de estudo preliminar, onde ainda há maior flexibilidade e
possibilidade de um desenvolvimento compatível com os projetos complementares. Ele é
responsável por concretizar o desejo do cliente, criar, expressar de forma geométrica as
necessidades destes, atendendo aos mais diversos tipos de utilização, uma edificação, por
exemplo, tem como base o projeto de arquitetura, que serve de embrião para os projetos
complementares, é uma junção dos desejos do cliente com o que a legislação vigente
permite executar (DELESDERRIER, 2015).
23

Em suma, o arquiteto deve ter conhecimentos básicos dos projetos complementares


para discernir as condições necessárias para a execução dos mesmos. Com isso, o
profissional conseguirá conceber o projeto arquitetônico de forma harmônica aos projetos
complementares.
Pode-se definir Projeto Arquitetônico como a materialização da ideia, do espaço
imaginado, é a representação da concepção projetual. Através dele é possível estudar a
melhor maneira de atender as necessidades dos usuários e a melhor forma de resolver todos
os problemas envolvidos nesse processo. Assim a finalidade do projeto arquitetônico é
prever possíveis problemas de execução do projeto proposto e garantindo que a obra saia
como planejada (ECOLOGICCONSTRUÇÕES, 2017).
Segundo SALGADO (2007), o desenvolvimento do projeto de arquitetura pode ser
entendido como um processo gerencial, traduzido em uma sequência linear de etapas, que
englobam a compreensão do problema, a produção de uma solução projetual e a avaliação
desta solução. Todas estas etapas precisam ser entendidas como um processo criativo,
interativo e aberto.
As fases de um projeto arquitetônico contempla levantamento de dados, estudo
preliminar, anteprojeto, projeto para aprovação legal e projeto para execução, como se
poderá perceber abaixo:

Levantamento de dados : Estuda-se as principais características do terreno e entorno,


enquanto o cliente indica seus objetivos e necessidades. Estudo preliminar: Em seguida ao
processo de levantamento de dados, o arquiteto já tem condições para fazer um esboço inicial
do projeto. Assim dar se inicio a elaboração da planta com o aval do cliente. Anteprojeto:
Nesta etapa, as dimensões e características da obra serão definidas. Será elaborado o projeto
com a criação da planta-baixa de cada pavimento, contendo informações de cada ambiente,
pilares, cálculo das áreas e etc. A volumetria, estrutura, planta de cobertura e instalações
gerais serão definidas. Projeto legal: A configuração do projeto deve estar de acordo com as
normas indicadas pelos órgãos competentes, com a finalidade de ser aprovada pela prefeitura
municipal da cidade. Projeto executivo: Ultimo projeto, consiste no desenvolvimento
detalhado do anteprojeto. Integrando o projeto aos projetos complementares (elétrico, hidro
sanitário, estrutural, telefônico, combate a incêndio e etc), dando plenas condições à
execução da obra, conforme o detalhamento do projeto (BARRISSON, 2016, p.18).

Em cada etapa do projeto são trabalhadas diferentes particularidades, com o


envolvimento de agentes específicos em cada uma delas, que agregam problemas e soluções,
ou seja, as etapas funcionam de modo integrado e cada adversidade que acontece em uma
etapa, gera consequência futura.
Por exemplo, problemas na identificação dos requisitos dos projetistas e usuários
que causam modificação resultando em incompatibilidades dessas fases posteriores, erros na
24

fase de projeto legal são por exemplo, problema na contratação dos projetistas
complementares antes da aprovação legal do projeto arquitetônico; agrupamento informal e
tardio das informações sobre espaços para instalações e equipamentos dos demais
projetistas; e o erro de remontagem do projeto arquitetônico devido às divergências dos
lançamentos dos projetos complementares por informações fornecidas errôneas que pode ser
observado na fase de projeto Executivo. (DELESDERRIER, 2015, apud, DA SILVEIRA,
2002).

3.3.2 Estrutural

O projeto estrutural tem a finalidade de elaborar uma estrutura que atenda todas as
necessidades as quais ela vai ser produzida, atendendo critérios de segurança, situações
utilização, condições econômica, estética, questões ambientais, condições construtivas e
restrições legais. A conclusão do projeto estrutural se da com a especificação completa de
uma estrutura, ou seja, compreendendo todas as suas características gerais, tais como
locação e detalhamentos primordiais a construção. Logo, o projeto estrutural tem inicio com
uma visão geral da estrutura e tem fim com a documentação que proporciona a sua
construção. São numerosas e muito complexas suas etapas. Tais como o prognostico do
comportamento da estrutura de modo que possam obedecer adequadamente as exigências de
segurança e utilização para as quais foi criada (MARTHA, 2010).
O resultado estrutural utilizado no projeto é obrigado a seguir as exigências de
qualidade especificadas nas normas técnicas, que tenha eficiência necessária para garantir a
não ruptura, tendo plenas condições de serviço e garantindo a durabilidade da estrutura.
Deve também levar em consideração as exigências arquitetônicas, funcionais, construtivas,
estruturais e de associação com os projetos complementares (NBR 6118:2014).
Assim como o projeto arquitetônico, o projeto estrutural é dividido em fases, a
definição de estrutura, a partir do projeto arquitetônico, constitui a primeira fase do projeto
estrutural. Nessa fase, definem-se as localizações das vigas, os posicionamentos dos pilares
e as dimensões preliminares dos diversos elementos estruturais. Essas dimensões são
escolhidas a priori, levando-se em conta os seguintes fatores: vãos de lajes e vigas, altura do
edifício, número de pilares em cada direção, etc. Em todo caso, recorre-se a experiências
anteriores, de projetos de edifícios similares. Essas dimensões são necessárias para o início
dos cálculos, podendo ser alterada à medida que o projeto de elaboração vai avançando
(ARAÚJO, 2014).
25

O lançamento da estrutura deve-se, também, levar em conta sua interposição com


os demais projetos de engenharia, como o projeto elétrico, e o projeto hidro sanitário, por
exemplo, elaborados por outros profissionais envolvidos. O foco do projeto de estrutura é
seguir sempre o projeto arquitetônico. Quando isso não for possível abre-se um diálogo entre
arquiteto e construtor para se chegar a uma solução adequada. Mas existem outras questões a
serem abordadas que os projetistas se deparam na sua rotina de trabalho que merecem ser
destacadas (NASCIMENTO, 2015).
O resultado de um projeto elaborado pelo engenheiro de estrutura é constituído por
desenhos, especificações e critérios de projetos. As dimensões e a disposição dos elementos
estruturais devem permitir a passagem das tubulações previstas nesse plano (ARAÚJO,
2012).
Ou seja, o calculista deve estudar a fundo para que se tenha uma racionalização das
peças da estrutura e de seus componentes, além de estudo de solo para uma possível solução
para que a sua fundação se adapte ao tipo de projeto em questão.
Normalmente o dimensionamento de estruturas de concreto armado, habitualmente
é dado por meio de processos de interação, com base em uma geometria pré-definida pelo
engenheiro. Apoiado em sua experiência, realiza um projeto inicial das seções transversais
de concreto e aço. Posteriormente efetua as verificações de resistência e comparadas com as
solicitações atuantes para deliberar a necessidade da realização de uma nova tentativa, com o
intuito de minimizar custos no projeto, ou se o resultado obtido é satisfatório. Tal
procedimento deve ser repetido varias vezes ate que o projetista considere ter detectado o
melhor resultado entre os experimentados (SIAS; ALVES, 2015).
Pode-se citar alguns acidentes ou defeitos graves devido a erros em projetos
estruturais, por exemplo, a contratação de um projeto com prazo politico isso exige um
inicio de projeto antes de coleta de dados, além disso, a data de entrega final do projeto é
fixada antes de conhecer as dificuldades. Isso gera consequências já que o projetista
geralmente tem de refazer o projeto com prazos mais apertados podendo haver assim que o
contratante negue um novo projeto ou alguma revisão, deixando assim o projetista
insatisfeito e resultados não favoráveis (VASCONCELOS, 2014).
Dessa forma, podem-se destacar os pilares de um bom projeto de estrutura:
segurança, economia, durabilidade, sustentabilidade. Se um desses pilares for
desconsiderado, corre-se o risco de perder sua funcionalidade, perde-se em qualidade e o
profissional poderá ficar para traz na corrida da competividade do mercado
(VASCONCELOS, 2014).
26

3.3.3 Instalações

Os projetos de instalações consistem na associação de elementos construtivos


estabelecidos em analogia aos conceitos e técnicas específicas da arquitetura e da
engenharia, que ao fazer parte da edificação exerce em condições pertinentes sua função de
transporte de energia (projeto elétrico), gases, líquidos e sólidos (projeto hidro sanitário)
(NBR 13531:1995).
O arquiteto desenvolve o projeto de arquitetura com base nas análies do engenheiro
de estruturas, que lança e calcula a estrutura e, por sua vez os engenheiros de instalações
(elétrico, hidro sanitário, telefonia, luminotécnia, climatização, proteção contra incêndio,
SPDA e etc.) elaboram o projeto dentro de suas especialidades. Mas devido a maior
relevância, abordaremos nesse trabalho apenas os projetos de instalações elétricas e hidro
sanitárias.

3.3.3.1 Instalações Elétricas

A interação do projeto de instalação com o projeto arquitetônico inicia na fase do


projeto legal, a partir dai é que se definem questões como: áreas dentro da edificação para
equipamentos, necessidade de subestação e espaço de medidores. O projeto elétrico
dependendo da carga envolvida pode ser executado por um engenheiro civil.
(NASCIMENTO, 2015).
De acordo com a NBR 5410:2005 a norma usada em questão, deve ser utilizada em
tensão nominal a 1000 V em corrente alternada e frequência inferior a 400 Hz ou 1500 V em
corrente continua. Por esse motivo, deve ser feito por profissionais qualificados
(DELESDERRIER, 2015).
Ao se iniciar um projeto elétrico o profissional deve obter as normas, prescrições e
regulamentos que envolvam informações relevantes ao fornecimento de energia elétrica da
concessionária que administra a região em que será construída a edificação (MACINTYRE
& NISKIER, 2000).
O projeto de instalações elétricas tem como objetivo garantir a segurança,
resguardando o usuário do imóvel, garantindo que o sistema funcione de forma correta.
Devido a essas necessidades o projeto tem que ser feito por profissionais capacitados, como
27

um engenheiro civil ou um engenheiro eletricista a depender da complexidade do sistema


dimensionado (POMPERMAIER & ROSSI, 2015).
De posse das concepções arquitetônicas, estruturais, o projetista de instalações dá
inicio a elaboração de seu trabalho, com vistas à apresentação de fundamentos gráficos que
estabeleçam as características do sistema elétrico, pressupostos no projeto arquitetônico
(MELHADO,1998).

3.3.3.2 Instalações hidro sanitárias

Responsável por proporcionar água potável e saneamento, que são condições


essenciais ao dia a dia humano, garantindo separação absoluta entre o sistema hidráulico e o
sistema sanitário, com o intuito de não contaminar a agua potável (NASCIMENTO, 2015).
O projeto hidro sanitário tem a obrigação de ser planejado seguindo as
características de cada edificação, de preferencia posteriormente ao termino do projeto
estrutural. (FERREIRA FILHO & MAGALHÃES, 2011).
O projeto hidrossanitário em análise corresponde aos sistemas de fornecimento de
agua fria e quente, coleta de aguas pluviais, e coleta predial de agua e esgoto. Onde para
cada sistema supracitado, existe uma sucessão de normas que regulamentam todo o processo
de projeto desde a concepção do projeta, seguido pela especificação dos materiais e pelos
procedimentos construtivos.
Na análise previa dos projetos hidro sanitários precisarão ser estabelecidos os
seguintes critérios: capacidade dos reservatórios, com base no tipo de distribuição de agua;
posição das válvulas redutoras e de reservatórios intermediários dimensões e localização das
bombas, barrilete, shafts, altura mínima do reservatório, posição dos medidores e etc.
(RODRÍGUEZ, 2001, apud, ROMANO, 2003).
É formado pelo projeto executivo, memorial descritivo e especificações técnicas.
Para dar garantia de qualidade do projeto é necessário seguir algumas exigências básicas,
que são: analise das possiblidades de traçado, atendimento as necessidades dos clientes,
respeito às normas, compatibilização com os outros projetos, observação critica do
dimensionamento, construtibilidade e manutenção do projeto, esboço em desenhos com
intuito de facilitar a execução (NBR 5626:1998; NBR 8160:1999).
As instalações hidrossanitárias são responsáveis diretas pelas condições de saúde e
higiene requeridas para a habitação, além de apoiarem todas as funções humanas nela
desenvolvidas (cocção de alimentos, higiene pessoal, condução de esgotos e águas servidas
28

etc.). As instalações devem ser incorporadas à construção, de forma a garantir a segurança


dos usuários, sem riscos de queimaduras (instalações de água quente), ou outros acidentes.
Devem ainda harmonizar-se com a deformabilidade das estruturas, interações com o solo e
características físico-químicas dos demais materiais de construção. (NBR 15575-6, 2013,
p.3).
A troca de informações entre os projetos de arquitetura e hidro sanitário se da pela
obrigação da definição dos shafts. Como o projeto estrutural é pela necessidade de analisar a
posição entre as vigas e pilares, para que não haja interferências com o assentamento das
tubulações (DELESDERRIER, 2015).
O projeto sanitário, conforme a NBR 8160:1999, é composto pelo projeto
executivo, memoriais descritivos e especificações técnicas, assim como pelos quantitativos.
O projeto executivo deve apresentar:

As plantas baixas dos diferentes níveis, com a indicação dos tubos de quedas,
ramais e desvios, colunas de ventilação e dispositivos em geral; Planta baixa do
pavimento inferior, com traçado e localização dos subcoletores, coletores prediais,
dispositivos de inspeção, local de lançamento do esgoto sanitário e as suas
respectivas cotas; Esquema vertical ou fluxograma geral podendo ser apresentado
junto com o sistema predial de águas pluviais, sem escala, indicando os
componentes do sistema e suas interligações; Plantas dos ambientes sanitários, em
escala adequada, contendo também a indicação do encaminh amento das
tubulações (NBR 8160:1999).

O projeto hidráulico, regido pela NBR 5626:1998 assim como o sanitário, deve
apresentar projeto executivo, memoriais descritivos, especificações técnicas e quantitativos.
O projeto executivo deve ser composto por:

Plantas baixas de todos os níveis, inclusive cobertura, indicando as colunas de


água e seus respectivos diâmetros; Detalhes como perspectivas e cortes, para
melhor compreensão do sistema, contendo informações como distribuição do
sistema de água, diâmetros, peças de utilização, cotas e comprimento das
tubulações; Alimentador predial e seu caminho até o barrilete e a distribuição do
barrilete para as colunas e dispositivos necessários (NBR 8160:1999).

Os sistemas hidrossanitários têm demonstrado ser um dos principais causadores de


patologias pós-ocupação. Verifica-se que a maioria dos problemas encontrados nos SHP está
relacionada às falhas de execução (como por exemplo, vazamentos e entupimentos), sendo
as falhas de projeto a segunda causa, seguido das falhas de uso (falta de informações) e por
último as falhas inerentes aos materiais (OLIVEIRA, 2013).
29

Os sistema hidrosanitários são suscetíveis a vícios, e quando isso acontece há


interferências em vários outros subsistemas, tais como: vedações, revestimentos de paredes e
de forro, pintura, acabamentos, impermeabilizações, onerando ainda mais os custos de
manutenção pós-ocupação.

3.4 Interferências

Com a finalidade de caracterizar os problemas expostos por esse trabalho, serão


utilizados parâmetros fundamentados por pesquisas dos autores referenciados. Desta
maneira, é feito o uso de ferramentas metodológicas de: consulta a bibliografia vigente sobra
à temática discutida (livros, teses, dissertações, trabalhos de conclusão de curso, artigos
científicos etc.).

3.4.1 Projeto Arquitetônico X Projeto Estrutural

No decorrer do procedimento construtivo é possível encontrar diversos


acontecimentos incomuns. Como abordam interesses e objetivos distintos, os projetos
arquitetônico e estrutural apresentam diversas interferências.
Em maio as interferências mais comuns evolvendo essas especialidades de projetos
se ressalta a ausência de alinhamento entre os elementos estruturais (pilares e vigas) e
elementos de arquitetura (paredes, esquadrias), criando a necessidade de uma maior
demanda no volume de revestimento para compensar a falta de alinhamento, dificultando a
colocação de elementos das esquadrias, aumentando os custos da obra, gerando resíduos,
ocasionando atrasos e retrabalho. Assim, observa-se a seguinte tabela:

Tabela 01: Interferências Arquitetônico X Estrutural.

Fonte: (DE SENA, 2012)


30

Com base na analise das interferências entre os projetos de arquitetura e estrutura,


Sena elaborou o gráfico abaixo, onde fica evidenciado que para o projeto de sua análise,
61% das interferências entre esses projetos é proveniente da altura das vigas, pois os
arquitetos estipulam um pré-dimensionamento para os elementos estruturais, mas muitas
vezes esse não é o adequado para a segurança da estrutura e o calculista tem que aumentar a
dimensão desses elementos, por isso a grande quantidade de interferências relacionadas a
esse motivo (SENA, 2012).

Gráfico 1: Incompatibilidades arquitetura X estrutura.

Fonte: (DE SENA, 2012).

Outra produção científica que também aborda uma unidade residencial de 07


pavimentos com 08 unidades residências duplex, 01 loja comercial e área de lazer na
cobertura, área total de 1.921,79 m² (segundo projeto arquitetônico aprovado pela Prefeitura
Municipal de Ipatinga), e em busca de garantir qualidades verificou a compatibilidade entre
os projetos arquitetônicos e estrutural realizando uma sobreposição das plantas de fôrma das
lajes com as plantas de arquitetura de cada pavimento. Como exemplo de incompatibilidades
entre o projeto arquitetônico e estrutural, apresentaremos a tabela abaixo mostrando todas as
interferências físicas e funcionais contendo a identificação do elemento conflitante, o tipo de
interferência e o procedimento proposto para ajuste da incompatibilidade (ÁVILA, 2011).
31

Tabela 02: Interferências Arquitetônico X Estrutural.


PROCEDIMENTO
ITEM CONFLITO/INTERFERÊNCIA
PROPOSTO
Pilar posicionado sobre a porta Girar o pilar 90 anti-horário,
de acesso a escada. embutido na alvenaria.

Pilares posicionados no eixo do Fazer transição dos pilares


edifício, reduzindo o numero de para otimizar vagas na
vagas de estacionamento. garagem.

PILAR Pilar reduzindo largura da Girar o pilar 90 anti-horário,


circulação na caixa de escada. embutido na alvenaria.
Fazer transição para limite
Posição do pilar em conflito
das varandas, liberando vão
com esquadria.
para esquadria.
Pilares Recuar pilares para que a
interrompendo/sobrepondo esquadria continue passe a
esquadria continua. frente dos mesmos.
Posição convencional da viga Inverter a viga preservando
reduz a dimensão da esquadria. altura inicial da esquadria.
Recuar viga neste trecho
Viga do pé direito duplo
para que a esquadria passe a
interrompe esquadria.
frente da mesma.
Viga alta no pé direito duplo
Transformar em viga fixa.
reduz o pé direito da cozinha.

Posição convencional da viga Inverter viga para aumentar


VIGA
diminui o pé direito da rampa. o pé direito nesse trecho.
Inverter viga nos trechos de
Posição convencional da viga
interferência, liberando o
reduz a dimensão da esquadria.
acesso à varanda.
Posição convencional da viga
Inverter vigas nas bordas
fará necessária a utilização de
das varandas.
forro para acabamento.
Inexistência das vigas para Executar viga até o limite
apoio da alvenaria. frontal/ exterior do edifício.
Laje avança até o limite
posterior do lote, eliminando Interromper laje 1,65m antes
iluminação e ventilação para o do limite posterior do lote.
Laje subsolo.
Laje nervurada nesse trecho fará
necessária a utilização de forro Transformar em laje maciça.
para acabamento.
Fonte (ÁVILA, 2011, adaptado pelo autor).
32

Figura 3: Interferência pilar X esquadria; 2. Interferência pilar X circulação.

Fonte (ÁVILA, 2011, adaptado pelo autor)

Através desta verificação foram identificadas falhas recorrentes em alguns


pavimentos. As figuras abaixo ilustram conflitos entre os projetos arquitetônico e estrutural,
nessa situação há pilares dispostos sobre as esquadrias. Entre as possíveis soluções para
resolver o problema, que seriam mudar a posição dos pilares ou mudar a posição das
esquadrias, foi preferível mudar a posição das esquadrias, pois seria mais complexo mudar a
posição dos pilares, isso exigiria um redimensionamento da estrutura, demandando maior
tempo e gerando mais despesas (SANTOS et al. 2013).

Figura 4: Planta baixa, com destaque nas esquadrias em conflito com o projeto estrutural.

Fonte: (AMECO, apud, SANTOS et al. 2013).


33

Figura 5: Planta de forma dos pilares, com destaque nos pilares com conflito com o arquitetônico.

Fonte: (AMECO apud Santos et. al. 2013)

Todas estas não-conformidades apresentadas quando não corrigidas dão origem a


vários problemas, entre os quais: desperdícios de materiais e mão-de-obra, atraso no
cronograma de execução e geração de diversas patologias.
Outro exemplo de incompatibilidade entre os projetos arquitetônico e estrutural é
onde o projeto estrutural seguiu um caminho mais simples, dimensionando um pilar
retangular, que foi em desacordo com a estética do projeto arquitetônico que previa um pilar
de formato trapezoidal. Como se refere a um elemento estrutural da edificação foram
seguidas as recomendações do projeto estrutural, para seguir o projeto arquitetônico optou-
se por revestir o pilar com alvenaria para que tomasse a forma trapezoidal estabelecida pelo
arquiteto, e para fixação do granito foi feito enchimento da alvenaria no local onde a peça
seria fixada (DOLABELA & FERNANDES, 2014).

Figura 6: Da esquerda pra direita, detalhe arquitetônico do pilar, detalhe estrutural do pilar, solução para
fixação do granito.Fonte: (DOLABELA & FERNANDES, 2014).
34

Figura 7: Pilar sendo revestido em alvenaria – à esquerda e pilar revestido com granito – à direita.

(Fonte: DOLABELA & FERNANDES, 2014)

Esse problema atrasou de um a dois dias o cronograma da obra, resultando num


acréscimo orçamentário referente à mão-de-obra e ao material. Na tabela abaixo pode ser
observado em media o aumento do custo de mão-de-obra.

Tabela3: Custo adicional de mão-de-obra para o serviço.


MÃO-DE-OBRA DIARIA QUANTIDADE TOTAL
PEDREIRO R$ 300,00 02 R$ 600,00
ENCARREGADO R$ 500,00 1/2 R$ 250,00
MESTRE DE
R$ 850,00 1/3 R$ 283,33
OBRAS
ENGENHEIRO R$ 1.200,00 1/4 R$ 300,00
TOTAL (Um mil quatrocentos e trinta e três
R$ 1.433,33
reais e trinta e três centavos)
Fonte (DOLABELA; FERNANDES, 2014 adaptado)

3.4.2 Projeto Arquitetônico x Projeto Hidrossanitário

Pode-se observar algumas incompatibilidades entre elementos conflitantes através de


uma análise direta entre os elementos de arquitetura (paredes esquadrias e shafts/circulações
verticais) e os elementos das instalações hidrosanitárias, (tubos de água fria, esgotos e tubo
de ventilação).
A tabela abaixo mostra exemplos de interferências físicas e funcionais identificadas
contendo a identificação do elemento conflitante, o tipo de interferência e o procedimento
proposto para ajuste da incompatibilidade. O maior problema que costuma gerar atraso é
35

geralmente o desencontro de aparelhos como vasos e pias e suas entradas de água e saída de
esgoto.

Tabela 04: Interferências Arquitetônicos X Hidrossanitário.


DISCIPLINAS CARACTERISTRICAS DAS ITENS MODO DE
ANALISADAS INTERFERENCIAS CONFRONTADOS ANALISE
Interseção de prumadas de
Tubulação de queda
agua fria e quente com as Hard Clash
X esquadrias
esquadrias
Desalinhamento de
Tubulação de queda Visual e
ARQUITETÔNICO X HIDROSSANITARIO

paredes com prumadas de


X shaft Hard Clash
esgoto e de agua
Tubulação de esgoto
Tubulação de esgoto
impedindo a colocação de Soft Clash
X forro
forro na altura correta
Inserção de dutos Dutos de passagem
Hard Clash
horizontais e paredes X paredes
Diferença no
posicionamento de Peças
aparelhos e equipamentos hidrossanitária X
Soft Clash
hidrossanitários, nos tubulações ( AF, AQ
projetos arquitetônicos e e ES)
de instalações.
Interferência de elementos
Bancada X Registros Soft e
decorativos com aparelhos
e válvulas Hard Clash
hidrossanitários
Fonte (SENA, 2012, adaptado pelo autor).

A constatação das incompatibilidades entre os projetos arquitetônico e


hidrossanitario, foi feita com a sobreposição das plantas das instalações hidrosanitárias com
as plantas de arquitetura de cada pavimento. Na tabela abaixo são listadas algumas das
incompatibilidades encontradas por (AVILA, 2011). A figura 8 retrata bem esse caso de
divergência entre os projetos, pois algo aparentemente simples que é a diferença de locação
do ralo do banheiro, mas é um problemas que causa diversos transtornos, pois a água do
chuveiro não ira escoar com facilidade devido a sua posição, causando diversos incômodos
pelo acumulo de água.
36

Tabela 05: Interferências Arquitetonico X Hidrossanitario.


PROCEDIMENTO
ITEM CONFLITO/INTERFERÊNCIA
PROPOSTO

Inexistência de ralos no Adicionar ralos para


piso da garagem captação da água

Canaleta com grelha Reposicionar na


PLUVIAL posicionada no meio da extremidade de cada
rampa rampa

Canaleta com grelha na Reposicionar ralo na


cobertura extremidade do box

Posição centralizada do
Reposicionar ralo na
ESGOTO ralo seco no box do
extremidade do box
banheiro social
Fonte (ÁVILA, 2011, adaptado pelo autor).

Figura 8: Ralo do box do banheiro posicionado de forma centralizada.

Fonte (ÁVILA, 2011, adaptado pelo autor).

Para caracterizar as interferências em projetos (de Sousa, 2010) faz uma analise nos
projetos de um empreendimento residencial de treze pavimentos com área total de
3.930,36m² em fase de execução situado no centro de Petrolina-PE. Não houve
compatibilização entre os projetos no seu desenvolvimento, haja vista que foram escritórios
totalmente distintos que desenvolveram os projetos, os projetos de arquitetura foram
elaborados por um escritório em Petrolina-PE, os projetos estruturais em Salvador-BA e os
projetos de instalações em Recife-PE. A compatibilização foi feita pela superposição dos
diversos projetos como o auxilio do software Autodesk® AutoCad®, como pode ser notado
na figura a baixo, a incompatibilidade entre arquitetura e hidrossanitario pela divergência na
locação dos tubos de queda e ventilação com o shaft da arquitetura (Sousa, 2010).
37

Figura 9: divergência entre shaft da arquitetura e local dos tubos de queda e ventilação.

Fonte ( SOUSA, 2010, adaptado pelo autor)

Um estudo de caso em uma construtora na cidade de Natal-RN, onde o projeto


escolhido era um residencial composto por quatro torres de dezesseis pavimentos com uma
área total de 1468,47m² em seu trabalho foram realizadas entrevistas semiestruturadas além
de modelagens para detecção de interferências nos projetos da unidade residencial já
construída, para modelagem foi utilizado os softwares Autodesk® Revit® e a verificação
das incompatibilidades foram feitas pelo software Autodesk® Navisworks®. A figura
abaixo fica evidenciada a falta de compatibilidade entre os projetos arquitetônico e
hidrossanitario, onde o projeto hidrossanitario especifica um preenchimento na alvenaria
para instalar as tubulações e conexões, que não foi previsto no projeto arquitetônico,
diminuindo assim as dimensões do ambiente, sendo capaz de afetar o uso, haja visto que os
apartamentos tem uma área de 46,25m² (PAIVA, 2016).

Figura 10: Projeto arquitetônico (à esquerda), projeto sanitário (ao centro) e projeto hidráulico ( à direita).

Fonte: (PAIVA, 2016).

Um estudo de caso em uma residência unifamiliar com área de 266,77m²,


localizada em Florianópolis-PR, todos os projetos foram cedidos pela construtora, que à
38

partir da a autora modelou os projetos em 3D com o software Autodesk® Revit®, e em


seguida exportou para o software Autodesk® Navisworks® onde foram detectadas noventa
e três interferências entre os projetos arquitetônico e hidrossanitario (BORTOLOTTO,2014).
A figura abaixo mostra a interferência entre o forro de gesso estabelecido pelo
projeto de arquitetura e a tubulação:

Figura 11: Detalhe de tubulação (verde) perfurando o forro de gesso (vermelho).

Fonte( BORTOLOTTO,2014).

3.4.3 Projeto arquitetônico X Projeto Elétrico

Pode-se observar algumas incompatibilidades entre elementos conflitantes através


de uma análise direta entre os elementos de arquitetura (paredes esquadrias e bancadas) e os
elementos de instalações elétricas (interruptores, tomadas, ponto de luz e QD). A tabela
abaixo mostra exemplos de interferências físicas e funcionais identificadas contendo a
identificação do elemento conflitante, o tipo de interferência e o procedimento proposto para
ajuste da incompatibilidade.

Tabela 06: Interferências Arquitetônicos X Elétrico.


DISCIPLINAS CARACTERISTRICAS DAS ITENS MODO DE
ANALISADAS INTERFERENCIAS CONFRONTADOS ANALISE
Interruptores localizados
ARQUITETONICO

Interruptores X
X ELETRICO

atrás das folhas de Visual


portas
aberturas de portas
Interferências de tomadas, Portas X
Hard e
interruptores e QD com interruptores/
Soft Clash
portas. tomadas / QD
Fonte (DE SENA 2012, adaptado pelo autor).
39

A constatação das incompatibilidades entre os projetos foi feita com a sobreposição


dos projetos e com o auxilio do software CAD, onde todos os conflitos físicos e funcionais
foram identificados, são listadas na tabela abaixo as principais interferências (ÁVILA,
2011).

Tabela 7: Interferências Arquitetônico X Elétrico.

ITEM CONFLITO/INTERFERÊNCIA PROCEDIMENTO PROPOSTO

Reposicionar na parede da
QUADRO DE Posicionamento do quadro
caixa de escada próximo ao
DISTRIBUIÇÃO distante do medidor
medidor

Inexistência de tomada Adicionar ponto elétrico


TOMADA
próxima ao ponto de antena paralelo ao ponto da antena

Luminária desalinhada com a


LUMINARIA Posicionar sobre a bancada
bancada

Posicionamento da
UNIDADE Reposicionar a alimentação
alimentação sobre a esquadria
CONDENSADORA na parede do banheiro
do jardim

PONTO AR Posicionado na extremidade Posicionar centralizado a


CONDICIONADO da parede parede

Ponto de alimentação do Rotacionar posição do ponto


PONTO
chuveiro na suíte posicionado em 90 graus instalando-o na
CHUVEIRO
sobre o pilar parede lateral
Fonte (Ávila, 2011, adaptado pelo autor)

As figuras abaixo ilustram, no primeiro caso a falta do ponto de alimentação


próximo ao ponto da antena, impedindo a instalação de um aparelho televisor no local, e no
segundo caso as unidades condensadoras posicionadas na prumada das esquadrias.
40

Figura 12: Falta de tomada próxima à antena (à esquerda), unidades condensadoras na prumada das esquadrias
(à direita).

Fonte (ÁVILA, 2011, adaptado pelo autor).

Devido a grande presença de componentes no projeto elétrico diversas podem ser as


incompatibilidades encontradas, abaixo são exemplificadas duas incompatibilidades
encontradas no estudo de caso realizado na dissertação de (De Sousa, 2010), são
incompatibilizações entre os projetos, a locação de pontos de tomada onde não existem
paredes, e o interruptor da lâmpada posicionado atrás da folha de abertura da porta.

Figura 13: Tomadas onde não existem paredes (à esquerda), Interruptor atrás da porta (à direit a).

Fonte (DE SOUSA, 2010).

3.4.4 Projeto Estrutural x Hidrossanitario

O lançamento da estrutura deve, também, levar em conta sua interferência com os


das dimensões e a disposição dos elementos estruturais, que devem permitir a passagem das
tubulações previstas nesses projetos.
Na tabela abaixo foi citado problemas referentes às passagens de tubulações em
pilares e interseção de tubulações de hidráulica.
41

Tabela 8: Interferências estrutural X hidrossanitário.


DISCIPLINAS CARACTERISTRICAS DAS ITENS MODO DE
ANALISADAS INTERFERENCIAS CONFRONTADOS ANALISE
Passagem de tubulações
Tubulação X pilares Hard Clash
interceptando pilares
Interseção de dutos de
ESTRUTURAL X HIDROSSANITARIO

ventilação com vigas e Dutos de ventilação


Hard Clash
pilares sem previsão da X vigas e pilares
passagem
Furos de passagem que não
foram previstos ou Tubulações
Soft Clash
decorrentes de alterações horizontais X vigas
de projetos
Furos em lajes para
Tubos de queda X Soft e
passagem de prumadas
lajes Hard Clash
com pouco detalhamento
Interseção de prumadas
com vigas (geralmente em Tubos de queda x
Hard Clash
projetos com diversas vigas
formas)
Fonte: (DE SENA 2012, adaptado pelo autor)

Outro problema que costuma gerar atrasos é o desencontro de aparelhos como vasos e
pias e suas entradas de água e saída de esgoto.

Tabela 09: Interferências estrutural X hidrossanitário.

PROCEDIMENTO
ITEM CONFLITO/INTERFERÊNCIA
PROPOSTO
Tubos de queda e
Reposicionar no shaft
ESGOTO ventilação passando por
próximo da prumada
elementos estruturais
Prumadas de água fria
Reposicionar no shaft
passando por elementos
próximo da prumada
estruturais
ÁGUA Rotacionar posição do
Alimentação do chuveiro
chuveiro em 90
no banheiro suíte instalando-o na parede
posicionada sobre o pilar lateral
Fonte (ÁVILA, 2011, adaptado pelo autor)

Ainda sobre o estudo de caso feito por (PAIVA,2016) a figura abaixo mostra
interferência entre projeto estrutural e hidrossanitario, onde a tubulação em vermelho esta
passando por dentro da viga em verde.
42

Figura14: Interferencia entre projeto estrutural e hidrossanitario.

Fonte (PAIVA, 2016).

Em um dos estudos de caso realizados analisa-se os conflitos existentes entre os


projetos de uma edificação multifamiliar de dez pavimentos, com uma área de 3.500m² e
com o auxilio do sistema de análise de interferências (SAI) e do AutoCAD®, localizou as
interferências entre os projetos estrutural e hidrossanitario, a figura abaixo mostra uma
interferência física entre esses projetos, onde um dos elementos da tubulação hidráulica
perfura a viga (MILKADO JUNIOR, 2006).

Figura 15: Tubulacao furando viga.

Fonte: ( MIKALDO JÚNIOR, 2006)

3.4.5 Projeto estrutural x elétrico

A maioria das interferências envolvendo instalações elétricas em pavimentos tipo se


repete em toda a edificação. Estudos identificaram alguns problemas referentes ao
posicionamento de interruptores, que são listados nas tabelas abaixo.
43

Tabela10 : Interferências estrutural X Elétrico.


CARACTERISTRICAS MODO
DISCIPLINAS ITENS
DAS DE
ANALISADAS CONFRONTADOS
INTERFERENCIAS ANALISE
ESTRUTURAL Interseção de tomadas,
Elementos de Hard
X interruptores e QD com
elétrica x pilares Clash
ELETRICO pilares.
Fonte (DE SENA 2012, adaptado pelo autor)

Tabela 11 : Interferências estrutural X Elétrico


CONFLITO/INTERFER PROCEDIMENTO
ITEM
ÊNCIA PROPOSTO
Ponto de alimentação do Rotacionar posição do
Ponto chuveiro chuveiro na suíte ponto em 90 instalando-o
posicionado sobre pilar na parede lateral
Conjunto de interruptores
INTERRUPTOR paralelos posicionados Reposicionar na alvenaria
sobre pilar
Fonte: (ÁVILA 2011, adaptado pelo autor)

Em sua analise tridimensional dos projetos, (PAIVA, 2016) verificou a existência


de sessenta e quatro interferências entre os projetos estrutural e elétrico, que é mostrado na
figura a baixo onde existe um conflito entra o elemento estrutural viga (cor verde) e o duto
de passagem da fiação elétrica (cor vermelha).

Figura16: Duto elétrico em conflito com viga.

Fonte (PAIVA, 2016).

Um registro fotográfico de interferências que foram observadas durante a execução


da obra, mostrado abaixo, onde os dutos por onde passam as instalações elétricas estão em
conflito com vigas, e como solução foi adotado um rebaixamento do forro de gesso
(DESREDELIE,2015).
44

Figura 17: Duto elétrico em conflito com viga.

Fonte (DESREDELIE,2015)

3.4.6 Hidrossanitario x Elétrico

Tabela 12: Interferências Instalações x Instalações.

Fonte: (ÁVILA, 2011, adaptado pelo autor)

Em mais um dos trabalhos analisados, lista-se algumas incompatibilidades entre os


elementos conflitantes através de uma análise direta entre os elementos das instalações
hidrosanitárias (água fria, esgoto e colunas de ventilação e esgoto) e os elementos das
instalações elétricas (iluminação, tomadas, interruptores e eletrodutos). Verificou-se então,
que as tomadas posicionadas no ponto elétrico estão em conflito com as colunas de esgoto,
pontos de luz no teto em conflito com os tubos de esgoto no teto e com caixas sifonadas,
conforme a tabela abaixo (DE SOUSA, 2010).
45

Tabela 13: Tipos de incompatibilidades referente ao sistema hidráulico e suas possíveis soluções.

ITEM CONFLITO/INTERFERÊNCIA PROCEDIMENTO PROPOSTO


Tubo de recalque na mesma
Reposicionar no shaft proximo da
prumada do medidor de
prumada
energia
ÁGUA
Tubo de água quente na
Reposicionar no shaft proximo da
mesma prumada do medidor
prumada
de energia
Fonte: (ÁVILA, 2011, adaptado pelo autor)

Com a obra já em andamento, na fase de execução das instalações, pode-se registar um


caso de interferências entre as instalações do seu estudo de caso. Na figura abaixo podemos
observar instalações hidrossanitarias de água (cor marrom), esgoto (cor branca) e gás (cor verde)
em conflito com as instalações elétricas (cor amarela) (PEREIRA et al. 2015).

Figura 18: Interferências hidrossanitario e elétrico.

Fonte: (PEREIRA et. al. 2015)

Na figura abaixo podemos ver pontos de luz, interruptores e tomadas em conflito


com as tubulações de esgoto e de água.
46

Figura 19: Interferências hidrossanitario e elétrico.

Fonte (PAIVA, 2016).

Usando como método de análise, pode-se identificar interferências físicas, onde


tubulações de água e esgoto cruzam com os dutos elétricos. Esse fato pode ser observado na
figura abaixo (SOUSA, 2010).

Figura 20: Interferências hidrosanitario e elétrico.

Fonte (DE SOUSA, 2010).

Com base nos dados analisados das bibliografias dos diversos autores, podemos
perceber que existem inúmeras lacunas na elaboração dos projetos, a constatação de
interferências entre todos os projetos analisados (arquitetônico, estrutural, hidrossanitario e
elétrico), nos permite observar que a grande maioria das incompatibilidades tem como
origem os projetos de instalações, haja vista que são mais numerosos em todas as
edificações. Também pode ser observados que existem diversas maneiras de localizar as
47

incompatibilidades, desde a mais simples que é a sobreposição dos projetos, até as mais
complexas e elaboradas com uso de software que montam os projetos em 3D e fazem a
analise das inconsistências. O fato de cada projeto ser elaborado por um escritório diferente
e a falta de um agente compatibilizador é fator primordial para que essas interferências
aconteçam (SOUSA, 2010).
48

4 METODOLOGIA

As noções acerca da compatibilização de projetos na construção civil, forma de


execução e as razões que nos levam a essa prática foi realizado através de pesquisas,
utilização a internet e revistas específicas do setor, assim como artigos publicados em sites
por professores e pesquisadores de diversas instituições de ensino brasileiras e estrangeiras.
A revisão bibliográfica pesquisou, principalmente, os temas sobre as atividades de
compatibilização de projetos e a coordenação de projetos. Além de outros conteúdos que
fundamental o trabalho, relevantes ao seu desenvolvimento, como as falhas resultantes da
falta de compatibilização, a gestão do processo de projeto, gestão da qualidade de projetos e
os problemas causados pela falta de compatibilização dos projetos.
O presente trabalho consiste numa revisão bibliográfica, consulta de normas e
relatórios técnicos e tomando com base estudos de caso.
O trabalho foi elaborado em seis capítulos, no qual o primeiro é apresentado e
delimitado o tema.
O segundo capítulo aborda a descrição dos objetivos do estudo e sua justificativa.
O terceiro capítulo enfoca no conceito de projeto, nas diversas disciplinas existentes
no processo de elaboração de projetos, no papel do projeto na conformidade das obras de
edificações, na identificação das falhas nos processos construtivos e na analise das
incompatibilidades existentes nos casos estudados na bibliografia.
O terceiro capítulo refere-se ao desenvolvimento de projetos na construção civil,
destacando a caracterização e contratação de profissionais do processo de projetos.
O quarto capítulo descreve a metodologia adotada para a elaboração do presente
trabalho.
O quinto capítulo aborda os resultados e discussões da compatibilização de projetos,
dando ênfase aos problemas causados por sua falta.
O sexto capítulo irá apresentar as considerações finais.
49

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Aumento de tempo e custos da obra

No Brasil, o setor da construção civil, mesmo com as mais atuais evoluções


tecnológicas na produção de novas opções de materiais e de processos construtivos, ainda se
depara com processos realizados de forma artesanal e quase não utiliza os métodos que
tiveram êxito nos demais âmbitos industriais. Ou seja, a construção civil ainda vem sofrendo
alguns problemas, como, diminuição da produtividade, na defasagem da qualidade do
produto final, nos custos e datas de entrega prevista e efetuada e nas elevadas perdas na
construção, isso refere-se a dificuldade encontrada de gerir os processos, como:
planejamento, controle de produção, desenvolvimento e controle de custos (JACÓ, 2003).
Um bom planejamento físico começa muito antes do início da obra. A quantidade é
imprescindivelmente a qualidade dos dados coletados no processo de criação dos projetos
são indispensáveis, no entanto diversas construtoras cometem erros nessa etapa, por
desconsiderar dados e ignorar a probabilidade de ocorrer de erros (SANTOS et. al. 2013).
Devido ao grande crescimento na demanda do mercado imobiliário, faz com que as
empresas buscassem cada vez mais entregar os empreendimentos em um prazo cada vez
menor, por esse motivo fases importantes no processo de criação dos projetos são
negligenciadas, comprometendo a qualidade das edificações. Estes fatores podem ser
considerados como as causas dos aumentos de custo e dos atrasos na conclusão dos
empreendimentos, causando assim resultados negativos, que apesar do aumento no preço
dos imóveis não pode se igualar aos prejuízos no canteiro de obras (JUSTE 2013).
A falta de qualificação da gestão a que estão submetidos às obras, devido à forma
superficial utilizada para representar o sistema de produção, é um dos motivos que explica o
baixo rendimento do setor, pois o padrão utilizado para representação do sistema de
produção é por sua vez muito superficial. (ISATTO et.al 2000).
As falhas encontradas nos projetos podem ser notadas durante o inicio da execução
da obra, resultando em perca de tempo logo no primeiro mês de construção, Além do tempo
perdido, a mão de obra paralisada e a revisão dos projetos resultaram em gastos além dos
previstos inicialmente. A etapa inicial para o desenvolvimento de qualquer cronograma é a
definição objetiva dos vários serviços (aí incluídos prazos e preços) que também serão os
principais pontos de controle e acompanhamento. A definição das atividades (escopo) é um
processo posterior e que visa um melhor detalhamento do trabalho a ser realizado,
explicitando as especificações de materiais e técnicas construtivas (SANTOS et. al. 2013).
50

As tabelas abaixo foram retiradas do estudo de caso que ilustra o aumento dos
custos na obra devido à falta de compatibilidade entre os projetos executivos, não caso em
questão não houve um aumento do tempo devido a contratação de uma equipe extra que
ficou responsável por corrigir eventuais incompatibilidade, que em outras casas onde não
fosse possível a contratação de uma equipe extra, acarretaria também em um aumento no
prazo de entrega da obra. Os custos adicionais para corrigir os projetos e as
incompatibilidades, acarretaram em um aumento de R$ 15.243,25 no valor final da obra, tal
quantia equivale a um aumento de 5,28% fato preocupante para um setor que trabalha com
margens de lucro em torno de 10% a 15%.(SANTOS et. al. 2013).

Figura 21: orçamento previsto da obra.

Fonte: (AMECO, apud, SANTOS et. al. 2013 adaptado pelo autor).
51

Figura 22: orçamento reajustado para a obra.

Fonte: (AMECO, apud ,SANTOS et al. 2013 adaptado pelo autor).

Um fato do entendimento de todos os profissionais do ramo da construção civil que


um dos principais responsáveis pelo aumento dos custos é justamente o desperdício de
materiais e retrabalho, esse fato também é responsável pela diminuição da qualidade da
obra. A ocorrência desses eventos é notoriamente vinculada à falta de compatibilização entre
os projetos das edificações. É de conhecimento de todos os profissionais que atuam na
construção civil que uma das principais formas de perder dinheiro reside justamente no
desperdício de materiais e no retrabalho. Este fato pode claramente ser associado à falta de
compatibilização de projetos, que será debatido na sequência do trabalho. Outro fator que
resulta em desperdício são erros de concepção dos projetos (OLIVEIRA, 2015).
Estudos comprovam que decisões tomadas na fase de projeto tem maior capacidade
de influenciar o custo final da obra. Esse fato pode ser visualizado nos gráficos abaixo, que
ilustram a capacidade de influencia de cada fase no custo final da obra.
52

Gráfico 2: Capacidade de influenciar no custo final de uma obra ao longo de suas fases.

Fonte: (Fabricio 2002)

Gráfico 3: Capacidade de influencia das fases da obra no seu custo final.

Fonte: (CONSTRUCTION INDUSTRY INSTITUTE 1987, apud, DELESDERRIER, 2015).


53

É justamente durante a fase de planejamento que existe o maior numero de


possibilidades de influenciar nas características finais da obra, reduzindo custos, se tornado
progressivamente menor durante a evolução do empreendimento (HAMMARLUND &
JOSEPHSON, 1992).

5.2 Geração de resíduos da construção civil

Resíduo de construção civil pode ser definido como um resíduo proveniente de


construções, reparos, reformas e demolições de estruturas e estradas (LEVY, 1997).
A construção civil é o setor da economia que consome mais recursos naturais. O
interesse em saber a quantidade de resíduos gerada pela indústria da construção civil existe
há algum tempo, muitas vezes inserido na discussão da redução de desperdícios
(CARNEIRO, et. al. 2001).
Os materiais descartados pelas obras de construção civil que são gerados nas
cidades constituem-se em verdadeiras jazidas de matérias-primas que não são aproveitadas e
causam grandes prejuízos à qualidade de vida de seus habitantes, isso porque a deposição
irregular do resíduo é muito comum em todo mundo, além de criar uma imagem negativa
para as administrações públicas (PINTO, 1989).
Os resíduos devem ser classificados de acordo com seu risco ambiental para que
assim possam sofrer um descarte correto. A norma NBR 10004/1987 trata da classificação
dos resíduos sólidos e de acordo com esta norma os resíduos de construção e demolição
podem ser classificados em resíduos de classe III, resíduos inertes, isso porque esse tipo de
resíduo possui componentes minerais não poluentes e são quimicamente inertes (VAZ
FILHO & CORDEIRO, 2000).
No entanto alguns estudiosos acreditam que isso é uma inverdade, pois os resíduos
de construção civil são compostos de materiais pesados e volumosos que quando mal
descartados se tornam focos para depósitos de outros tipos de resíduos, gerando
contaminação devido a solicitação de certas substancias nocivas além do mas esses resíduos
podem conter tintura podendo perolar pelo solo contaminando-o (FEDERLE, 2015, apud
PENG, et al. , 1997).
Esse interesse tem se acirrado com a discussão de questões ambientais, já que parte
dos materiais descartados pelas obras é abandonado em locais inadequados, quase sempre
clandestinos, o que provoca danos às áreas sadias como o seu esgotamento e poluição de
aquíferos, outra quantidade é depositada em cursos d’água o que causa colapso das margens
54

e poluição de suas águas, um problema, uma vez que desperdiçar materiais, seja na forma de
resíduo (mais comumente denominado entulho de construção) ou sob outra natureza,
significa desperdiçar recursos naturais, o que coloca a indústria da construção civil no centro
das discussões na busca pelo desenvolvimento sustentável nas suas diversas dimensões
(OLIVEIRA & ASSIS, 1998).
A ineficiência em alguns dos processos produtivos e, principalmente, o seu
tamanho fazem com que a indústria da construção civil seja reconhecidamente uma grande
geradora de resíduos. Do ponto de vista ambiental, o problema principal com este tipo de
resíduo está relacionado a sua deposição irregular e aos grandes volumes produzidos.
(PINTO, 1999).
O estudo de soluções práticas que apontem para a reutilização do entulho na própria
construção civil, contribui para amenizar o problema urbano dos depósitos (ZORDAN,
1997).
Uma das formas de solução para os problemas gerados é a reciclagem de resíduos,
em que a construção civil tem um grande potencial de utilização dos resíduos, uma vez que
ela chega a consumir até 75% de recursos naturais (JOHN, 2000).
O aumento da quantidade de resíduos gerados na construção civil tem perdas
significativas de materiais e consequentemente aumenta o numero de resíduos gerados. Isso
acontece devido à falta de algumas medidas relativamente simples como gerenciamento do
armazenamento de material no canteiro de obras que esta interligada a perda de material,
deve-se fazer então medidas de prevenção (ISSATTO, et al. 2000).
A falta de planejamento e outras medidas resulta em malefícios ao meio ambiente a
opção de incorporar materiais reciclados pode ser considerada como uma boa ferramenta
para a conservação de energia e de recursos naturais (GOLDSTEIN, 1995).
Ressalta que o gerenciamento de resíduos de construção civil e demolição no
próprio local de sua geração representa uma importante ferramenta para que a indústria de
construção assuma sua obrigação de descarte com o resíduo gerado no ambiente urbano
assim evitando despesas e problemas para órgãos públicos responsáveis (PINTO,2000).
A redução da geração de resíduos deve ser levada em relevância por todas as partes
envolvidas no processo construtivo desde a fase de desenvolvimento do projeto até a analise
de custos, evitando assim processos lineares de construção que resultarão na baixa
compatibilização dos diversos projetos e sua má execução no canteiro de obas. Isso quer
dizer que deve haver um envolvimento entre clientes, projetistas, consultores e os demais
55

contratados com um único objetivo que é o de impedir custos desnecessários com a grande
quantidade de entulho gerado. Logo, algumas noções devem ser consideradas:

Não tomar decisões após a fase de planejamento da obra; Compatibilização entre


os projetos antes da execução da obra; Alinhamento da comunicação entre
arquitetos, engenheiros, empreiteiros e clientes; Considerar projeto e viabilidade
de construção ao mesmo tempo, buscando materiais e técnicas construtivas
adequadas a cada necessidade, logo um aumento de custo inicialmente pode
significar uma futura economia; Projetos baseados no ciclo de vida das edificações
são mais onerosos que os projetos desenvolvidos sem essa preocupação. Assim,
são investimentos a serem feitos com base em um retorno a longo prazo (FRAGA,
2006, p. 24)

Na maioria das vezes as perdas são geradas por incompatibilização dos processos
construtivos, devido a falta de alinhamento desde a fase inicial de implementação da obre
ate a fase final. Uma ausência de padronização de elementos construtivos, falta de
especificações técnicas, baixa qualidade e pouco detalhamento dos projetos que podem levar
a erros que acabam se traduzindo em perdas e consequentemente na geração de resíduos de
demolição (GRIGOLI, 2000).
Estudiosos acreditam que as perdas podem ser diminuídas e ate evitadas quando
uma simples definição de uma politica de administração de materiais quanto para aplicação
de sua utilização. Tal iniciativa pode melhorar o manuseio e estocagem de materiais e
possibilitar a identificados e o controle de perdas durante o processo construtivo
(FORMOSO, et al., 1998).
56

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho foi elaborado seguindo a logica dos assuntos pertinentes a


compatibilização de projetos, assim como os efeitos negativos a uma edificação por não
utilizar as praticas de compatibilização. Diante disso foram analisadas situações pertinentes
ao contexto da compatibilização de projetos, processo elaboração de projeto. Além disso,
foram abordadas questões como os atrasos gerados, o aumento dos custos, a má qualidade
nos serviços e o aumento na geração de resíduos.
Um fato de significativa importância que deve ser evidenciado é que a
compatibilização tem que ser feita no decorrer de todo o processo de concepção dos
projetos, pois ele é responsável pela minimização dos erros e por procurar antecipadamente
respostadas, resultando em grandes economias de tempo e dinheiro. Principalmente se feita
desde o inicio da obra onde a possibilidade de redução dos custos e dos impactos é bem
maior, facilitando a execução da obra de forma mais rápida e reduzindo as possibilidades de
retrabalho, ou seja, dando mais construtibilidade a edificação. Em outras palavras torna a
obra mais eficiente e racional.
Como a análise dos estudos de caso das referencias adotadas, foi possível constatar
que a figura do agente compatibilizador ainda é pouco presente nas empresas do ramo e que
existe pouca comunicação entre os escritórios que elaboram os projetos, além das
interferências entre os mesmos, que na maioria das vezes só são observadas na hora da
própria execução e resolvidas na por meio de improvisos, gerando retrabalho, desperdício de
materiais e aumento do custo da obra.
O uso de novas tecnologias é considerado como ferramenta fundamental a
engenharia, dentre elas podemos destacar a plataforma BIM (BUILDING INFORMATION
MODELING) foi desenvolvida com o intuito de englobar todas as informações pertinentes à
elaboração dos projetos, permitindo agrupar em um mesmo arquivo todos os dados do
projeto, por trabalhar de forma a agrupar todos os projetos e sempre de podo tridimensional
a plataforma BIM é vista como uma evolução ao modo tradicional de se projetar. O uso do
BIM possibilitou uma melhor gestão dos dados e modelar em 3D permite uma melhor
visualização do espaço, tornando o processo de compatibilização mais fácil, por reduzir a
falta de integração entre os projetos. Essas características tornam o uso do BIM como
ferramenta fundamental a compatibilização e a correção de erros não detectados nos projetos
tradicionais modelados em 2D.
57

Uma das formas que muitas vezes as empresas adotam para tentar ver as
incompatibilidades entre os projetos é a sobreposição das plantas, só que nos casos de
projetos como os de instalações não é possível verificar as interferências entre as isométricas
e elementos como vigas e pilares por exemplo.
Compatibilizar os projetos é a forma mais simples de atingir metas como
construtibilidade, racionalidade, sustentabilidade e qualidade nas edificações.
58

REFERÊNCIAS

ABNT NBR 6118:2014 Projeto de estruturas de concreto – Procedimento

AFONSO, A. A.; FLEURY, N. Para conhecimento – história da engenharia. Disponível em:


<http://alexronald.wordpress.com/>. Acesso em: 12 de maio de 2017.

ABRANTES, V. Construção em bom português. Téchne, n.14, p.27-31, jan./fev. 1995.

ARAÚJO, José Milton de Projeto estrutural de edifícios de concreto armado / José Milton de
Araújo. - Rio Grande: Dunas, 3ª.ed. 2014.

ARAÚJO, J. M . Pilares esbeltos de concreto armado. Parte 2: Verificação dos métodos


simplificados da NBR-6118. Revista Teoria e Prática na Engenharia Civil, Rio Grande: Ed.
Dunas, n.19, p.25-35, maio, 2012. Disponível em: <www.editoradunas.com.br/revistatpec>.
Acesso em: 14 de abril de 2017.

ÁVILA, Vinícius Martins. Compatibilização de projetos na construção civil: estudo de


caso em um edifício residencial multifamiliar. Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Construção Civil da Escola de Engenharia UFMG -- 2011.84 f.

BARROS, M.M.S.B.;MELHADO, S.B. Racionalização do projeto de edifícios construídos


pelo processo tradicional. São Paulo, 1993. / Seminário apresentado no curso de pós-
graduação da EPUSP.

BAZZO, W. A.; PEREIRA, L. T. V. Introdução a engenharia. Florianópolis: UFSC, 2000.

BAZZO, W. A.; PEREIRA, L. T. V. Introducao a Engenharia – Conceitos, Ferramentas e


comportamentos. Florianópolis : Ed. da UFSC, p. 69 – 70. 2006.

BAUERMANN, Maristela. Uma investigação sobre o processo de projeto em edifícios de


andares múltiplos em aço. Ouro Preto: UFOP, 2002. xiv, 254p. Dissertação (Mestrado).
Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas. Departamento de Engenharia Civil.

BORTOLOTTO, Mariana Cristina et al. COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS DE UMA


HABITAÇÃO: Verificação de incompatibilidades no sistema de projetação 2D e na
modelagem 3D. 2015.
59

CALLEGARI, S. Analise da Compatibilização de Projetos em Três Edifícios Residenciais


Multifamiliares. Dissertação – Arquitetura e Urbanismo. Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis, 2007.

CAMBIAGHI, H. Projeto e obra no difícil caminho da qualidade. Obra, Planejamento e


Construção, São Paulo, n. 37, p. 10-12, jun. 1992.

CARNEIRO, A.P.; BRUM, I. A.; COSTA, D.B. et al. Characterization of C&D waste and
processed debris aiming the production of construction materials. In: CIB SYMPOSIUM IN
CONSTRUCTION AND ENVIRONMENT: THEORY INTO PRACTICE, 2000, São
Paulo, Brazil. Proceeding. São Paulo: CIB. 2000. 10p

CLELAND, David I.; KING, William Richard. Project management handbook. 1983.

CONDE, C. M. Gestão integrada de projetos . percepção de estudantes de arquitetura


capixabas. Engenharia, Ciência e Tecnologia, Vitória, ano 3, n. 18, p. 41-49, nov./dez.
2000.

COSTA, Bruno Faria Gonçalves. Qualidade na construção civil: analise da produtividade e


de qualidade de uma empresa recém certificada. Brasília. 2013.

CRUZ, Gabriela Pontes Silva. Coordenação e. compatibilização de projetos para construção


de edifícios: estudos de caso em instituições públicas e privadas. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal de Viçosa, 2011.

DA SILVEIRA, Jacson Carlos et al. Problemas encontrados em obras devido às falhas


no processo de projeto: visão do engenheiro de obra. In: II Workshop Nacional de Gestão
do Processo de Projeto na Construção de Edificações. 2002.

DELESDERRIER, Ariane Bonato . Estudo de Falhas em Obras de Edificações Oriundas da


Falta de Compatibilidade entre Projeto / Ariane Bonato Delesderrier – Rio de Janeiro: UFRJ
/ Escola Politécnica, 2015. Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica / Curso de
Engenharia Civil, 2015.

DE OLIVEIRA, F. R. C., COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS: OS PRINCIPAIS


IMPACTOS NO RESULTADO FINAL DE UM EMPREENDIMENO DA
CONSTRUÇÃO CIVIL, BELO HORIZONTE 2015.
60

DE SENA, T. S. A aplicação da metodologia bim para a compatibilização de projetos.


Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Civil, Escola Politécnica, Universidade
Federal da Bahia, Salvador, 2012.

DOLABELA, G. S.; Fernandes, J. G. M.; Falhas devido à falta de compatibilização de


projetos – estudo de casos em obras de edificações. Revista Pensar Engenharia, v. 2, n. 1,
jan. 2014.

FABRICIO, Márcio Minto; BAHÍA, Josaphat Lope; MELHADO, Silvio Burrattino. Estudo
da sequencia de etapas do projeto na construção de edifícios: cenário e perspectivas. In:
Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 18, 1998, Niterói.

FABRÍCIO, M. M. Projeto simultâneo na construção de edifícios. Tese (Curso de Pós -


graduação em Engenharia Civil), São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo, 2002.

FARINA, H. et al. Programa de necessidades para sistemas prediais e a qualidade do


projeto. In: Encontro Nacional de Tecnologia no ambiente construído. 9ª ed., 2002, Foz do
Iguaçu. Anais. Porto Alegre: ANTAC, 2002.

FILHO, Joel Vidal Ferreira; MAGALHÃES, Luciana Nunes de. ESTUDO DE alterações em
projetos civis em fase de execução. Construindo, Belo Horizonte, v.3, n.2, p.32-36, jul./dez.
2011.

FRAGA, M. F. PANORAMA DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL


EM BELO HORIZONTE: MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO COM BASE EM PROJETO E
PLANEJAMENTO DE OBRAS BELO HORIZONTE Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da
Universidade Federal de Minas Gerais, 2006

GOLDSTEIN, H. Not your father’s concret. Civil Engineering, v. 65, n.5, p. 60-63, 1995.

GRAZIANO, F. P.. Compatibilização de Projetos. 2003. Dissertação (Mestrado


Profissionalizante), Instituto de Pesquisa Tecnológica – IPT, São Paulo.

GRILO, LEONARDO_ Gestão do processo de projeto no segmento de construção de


edifícios por encomenda - Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo, 2002.
61

GRAZIANO, F. P.. Compatibilização de Projetos. 2003. Dissertação (Mestrado


Profissionalizante), Instituto de Pesquisa Tecnológica – IPT, São Paulo.

GUS, M. Método para a Concepção de Sistemas de gerenciamento da etapa de prjetos da


construção civil: Dissertação de Mestrado. CPGEC - UFRGS. Julho 1999.

HAMMARLUND, Y.,JOSEPHSON, P.E. Qualidade; cada erro tem seu preço. Trad. de
Vera M.C. Fernandes Hachich. Téchne, n.1, p.32-34, nov./dez. 1992.

HELDMAN, Kim. Gerência de projetos: guia para o exame oficial do PMI. Gulf
Professional Publishing, 2006.

ISATTO, Eduardo L.; FORMOSO, Carlos T.; DE CESARE, Cláudia M.; HIROTA, Ercília
H. & ALVES, Thaís C.L. Lean construction: diretrizes e ferramentas para o controle de
perdas na construção civil. Porto Alegre, SEBRAE/RS, 2000. Série SEBRAE Construção
Civil, Vol. 5.

JACÓ, R. M. S.; ARAÚJO, N. M. C. A terceirização de serviços em empresas


construtoras que aderiram ao PBQP-H. In: III SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GESTÃO
E ECONOMIA DA CONSTRUÇÃO. III SIBRAGEC. São Carlos, 2003.

JOHN, V. M. Aproveitamento de resíduos sólidos como materiais de construção. IN: Cassa,


JCS et al [organizadores]. Reciclagem de entulho para a produção de materiais de
construção. Salvador: UDUFBA, 2001.

JÚNIOR, Wandemberg Tavares. Desenvolvimento de um modelo para compatibilização


das interfaces entre especialidades do projeto de edificações em empresas construtoras
de pequeno porte. 2001. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina,
Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.

JUSTE, M.C. "PROJETO: FERRAMENTA DETERMINANTE PARA O CUSTO DE UM


EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO" Curso de Especialização em Construção Civil
Escola de Engenharia da UFMG Belo Horizonte-2013

LAYTON, Jr.; EDWIN, T. American Ideologies of Science and Engineering. Technology


and Culture, 17, n. 4, p. 688-701, 1976.

LEVY, S. M. Reciclagem do entulho de construção civil, para utilização como agregado


de argamassas e concretos. São Paulo, 1997. 147p. Dissertação ( Mestrado) – Escola
Politécnica – Universidade de São Paulo.
62

MACINTYRE, Archibald Joseph; NISKIER, Julio. Instalações Elétricas. 4ª ed. Rio de


Janeiro: Editora LTC, 2000.

MARCEL, Faria Fraga, Panorama da geração de resíduos da construção civil em Belo


Horizonte: medidas de minimização com base em projeto e planejamento de obras.
Belo Horizonte. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Saneamento,
Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Universidade Federal de Minas Gerais, 2006.

MACIEL, L. L.; MELHADO, S. B. Qualidade na construção civil: fundamentos. São


Paulo: EPUSP, 1996. 23 p. TT/PCC/15. Texto técnico.

MARTHA, Luiz Fernando, 1955 – analise de estruturas: conceitos e métodos básicos. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2010.

MACIEL, L. L.; MELHADO, S. B. Qualidade na construção civil: fundamentos. São


Paulo: Escola Politécnica/USP, 1995. TT/PCC/15.

MIKALDO JR, Jorge. Estudo comparativo do processo de compatibilização de projetos


em 2D e 3D com uso de TI. Curitiba: 2006.

MIKALDO JR, Jorge. SCHEER, Sergio. Compatibilização de projetos ou engenharia


simultânea: qual a melhor solução? 2008. Curitiba, Paraná.

MELHADO, Silvio B. Tendências de evolução no processo de projeto de edificações a


partir da introdução dos sistemas de gestão da qualidade. In: Encontro Nacional de
Engenharia de Produção. Gramado, 1998.

MORAES, J. C. T. B. 500 anos de engenharia no Brasil. São Paulo: IMESP, 2005.

NASCIMENTO, Rafael Lucas. Compatibilização de Projetos. Rio de Janeiro: UFRJ / Escola


Politécnica, 2015. Projeto de graduação – UFRJ/ Escola Politécnica / Curso de Engenharia
Civil, 2015.

NBR 15575: Edificações Habitacionais – Desempenho. Parte 6: Sistemas Hidrossanitários.


Rio de Janeiro, 2013.

NBR 5410. Instalações de Baixa Tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.


63

NBR 5674. Manutenção de edificações – Procedimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 1999.

NBR 8160: Sistemas prediais de esgoto sanitário- Projeto e execução. Rio de Janeiro, 1999.
NBR 5626: Instalação predial de água fria. Rio de Janeiro, 1999.

NBR 15575: Edificações Habitacionais – Desempenho. Parte 1: Requisitos gerais. Rio de


Janeiro, 2013.

NBR 13531:Elaboração de projetos de edificações – Atividades. Rio de Janeiro, 1995.

OLIVEIRA, M.J. E; ASSIS, C.S. Estudo da reciclagem de resíduos gerados pela construção
civil. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE QUALIDADE AMBIENTAL, 2, 1998, Porto
Alegre. Anais. Porto Alegre: Editora EDPUCRS, 1998. p. 99-104.

OLIVEIRA, Daniel Ferreira O Conceito de Qualidade Aliado às Patologias na Construção


Civil / Daniel Ferreira Oliveira – Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2013.

PAIVA, Daniel Capistrano Sarinho. Uso do Bim para compatibilização de projetos:


Barreiras e oportunidades em uma empresa construtora. Artigo científico (Graduação) -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Departamento de
Engenharia Civil. Natal, RN, 2016.

PARDAL, P.; LEIZER, L. O berço da engenharia brasileira. Revista de Ensino de


Engenharia, n. 16, p. 37-40, 1996.

PARDAL, P. 140 anos de doutorado e 75 de livre docência no ensino de engenharia no


Brasil. Rio de Janeiro: Escola de Engenharia - UFRJ, 1986.

PEREIRA, L. M.; SAFFARO, F. A.; HIROTA, E. H.; SAITO, C. Estudo exploratório


comparativo da eficácia entre protótipos físico, analítico 2D e 3D na identificação de
inconsistências de projetos Gestão e Tecnologia de Projetos, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 29-47,
jan./jun. 2015

PICCHI, F. A. Entrevista. Revista Téchne, São Paulo, mar. / abr. 1993.

PIM. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos. Guia PMBOOK® 5ª Ed.


EUA: Project Management Institute, 2013.
64

PINTO, T. P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção


urbana. São Paulo, 1999. Tese (doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São
Paulo, 189p.

PINTO, Tarcísio P. Perda de materiais em processos construtivos tradicionais. São Carlos,


1989.

POMPERMAIER, P.; ROSSI, P. P. ADEQUAÇÃO PROJETUAL: COMPATIBILIZAÇÃO


DE PROJETOS DE UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR. Trabalho de Conclusão de
Curso, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco. 2015.

PROCHNOW, Míriam; SCHAFFER, Wigold B. Pequeno manual para elaboração de


projetos. Rio do Sul: APREMAVI/AMAVI/FEEC, 1999. (Apostila de curso).

RODRÍGUEZ, Marco Antônio Arancibia; HEINECK, Luiz Fernando Mahlmann.


Coordenação de projetos: uma experiência de 10 anos dentro de empresas construtoras de
médio porte. Simpósio brasileiro de gestão da qualidade e organização do trabalho no
ambiente construído, v. 2, 2001.

RODRÍGUEZ, Arancibia; ANTÔNIO, Marco. Coordenação de projetos em edificações.


Curso de Desenvolvimento Profissional. Florianópolis: Pini, 2001.

ROMANO, Fabiane Vieira, 1972 – Modelo de Referencia para o Gerenciamento do


Processo de Projeto Integrado de Edificações – Florianópolis, SC: PPGEP/UFSC, 2003.

SALGADO, Mônica Santos. Gestão do Processo de Projeto na Construção do Edifício –


revisão 1. Apostila. GEPARQ – Grupo de Pesquisa Gestão em Projetos de Arquitetura,
Programa de Pós Graduação em Arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2007.

SANTOS, W. J.; BRANCO, L, A, M, N,; ABREU FLHO, J, V,. Compatibilização de


projetos: análise de algumas falhas em uma edificação pública. IX congresso nacional de
gestão em excelência em gestão, 2013.

SIAS, Francesco Mayer; ALVES, Elcio Cassimiro. Dimensionamento ótimo de pilares de


concreto armado (doi.: 10.5216/reec. V9i3. 31421). REEC-Revista Eletrônica de
Engenharia Civil, v. 9, n. 3, 2015.

SOUSA, Francisco Jesus de. Compatibilização de projetos em edifícios de múltiplos


andares-Estudo de Caso. Tese de Doutorado. Masters dissertation, Catholic University of
Pernambuco. Recife, Brazil. 2010.
65

STEMMER, C. E. A questão do projeto nos cursos de engenharia-texto no 1. Fórum


ABENGE. Revista Ensino de Engenharia, v. 7, n. 1, p. 3-6, 1988.

TELLES, P. C. S. História da engenharia no Brasil: século XX. 2. ed. Rio de Janeiro:


Clavero, 1984.
______. História da engenharia no Brasil: século XX. 2. ed. Rio de Janeiro: Clavero,
1994.

______. História da engenharia no Brasil: séculos XVI a XIX. 2. ed. Rio de Janeiro:
Clavero, 1994.

TELLES, P. C. S. História da engenharia no Brasil: século XX. 2. ed. Rio de Janeiro:


Clavero, 1994.

TUMAN, G. J. Development and Implementation of Effective Project Management


Information and Control Systems. In: CLELAND, D. I.; KING, W, R. Project
Management Handbook. Nova Iorque: Van Nostrand Reinhold, 1983.

TELLES, P. C. S. História da engenharia no Brasil. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos S/A, 1984.

VANNI, c. m. k.; GOMES, a. m.; ANDERY, p. r. p. Análise de falhas aplicada à otimização


de projetos de edificações. Encontro de Engenharia de Produção. Anais ABEPRO / UFRJ,
Rio de Janeiro, 1999.

VASCONCELOS, Augusto Carlos. Venenos Letais para um Projeto Estrutural. Revista TQS
News, Ed. 39. São Paulo, 2014.

VAZ FILHO, P.; CORDEIRO, J. S. Construction solid waste and urban drainage: a problem
to be solve. In: CIB SYMPOSIUM IN CONSTRUCTION AND ENVIRONMENT:
THEORY INTO PRACTICE, 2000, São Paulo, Brazil, Proceedings… [CD-ROM], São
Paulo: CIB, 2000. 12p.

VIANA VARGAS, Ricardo. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais


competitivos. 6. ed. atual. - Rio de Janeiro - Brasport. 2005.

Você também pode gostar