Aulas de Ciência Política e Teoria Geral Do Estado
Aulas de Ciência Política e Teoria Geral Do Estado
Aulas de Ciência Política e Teoria Geral Do Estado
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*Sem rigor acadêmico ou pretensão nesse sentido.
*Texto nunca revisado e com erros de digitação que não serão corrigidos....
Aulas de Ciência Política e Teoria Geral do Estado
Prof. João Paulo de Campos Echeverria.
Aula 1.
Apresentações. Questões gerais.
Aula 2.
1. O que é política?
a. Conceito e terminologia;
i. Decorre da expressão grega “polis”, que designa cidade, coisa urbana, civil, publico
talvez, e “até mesmo social e sociável”1.
ii. Historicamente era um termo restrito a tratar de obras relacionadas ao Estado, e que
hoje são adjetivadas pelo uso da ciência ou teoria, como a ciência política e a teoria
de Estado.
iii. Na modernidade o termo ganha um aspecto mais amplo, e a política passa a ser
utilizada de maneira mais ampla, para tratar das coisas que, de uma forma ou de
outra, se relacionam em alguma medida com o Estado.
iv. Segundo Norberto Bobbio, “a polis é, por vezes, o sujeito, quando referidos à esfera
da Política atos como o ordenar ou proibir alguma coisa com efeitos vinculadores
para todos os membros de um determinado grupo social, o exercício de um domínio
exclusivo sobre um determinado território, o legislar através de normas válidas erga
omnes, o tirar e transferir recursos de um setor da sociedade para outros etc. (...)” 2
v. Aristoteles: “§ 9 É evidente, pois, que a cidade faz parte das coisas da natureza, que
o homem é naturalmente um animal político, destinado a viver em sociedade, e que
aquele que, por instinto, e não porque qualquer circunstância o inibe, deixa de fazer
parte de uma cidade, é um ser vil ou superior ao homem. Tal indivíduo merece, como
disse Homero, a censura cruel de ser um sem família, sem leis, sem lar. Porque ele é
1 BOBBIO. Dicionário.
2 BOBBIO. Dicionário.
ANOTAÇÕES PARA AULA. 2
*Sem rigor acadêmico ou pretensão nesse sentido.
*Texto nunca revisado e com erros de digitação que não serão corrigidos....
ávido de combates, e, como as aves de rapina, incapaz de se submeter a qualquer
obediência”.3
• A percepção de Aristóteles era a de que uma organização comunitária
hierarquicamente estruturada era uma necessidade do homem, algo que
decorre de sua essência e natureza como um fenômeno moral orientado e
superior ao próprio indivíduo. Mais do que isso, ele indicava que o homem
só se realizava enquanto tal no Estado, pois que fora desse organismo
moral (para Aristóteles o Estado era um organismo moral), o homem não
passaria de um animal servil.
vi. “O conceito de polícia como práxis humana está intimamente relacionado com a
noção de poder”.4
vii. O conceito de política ainda pode ser estar ligado à ideia de distribuição de poder no
Estado, ou até na sociedade. “A palavra política enfatiza ‘o processo de tomada de
decisões no que diz respeito a atividades públicas ou produtos: acerca do que é feito,
de quem o recebe e o quê. (...) qualquer comunidade maior do que a família contém
um elemento de política.
A política pode, também, ser definida ‘como atividade através da qual são conciliados
os diferentes interesses, dentro de uma determinada unidade de governo, dando a
cada um deles uma participação no poder, proporcional à sua importância para o
bem-estar e a sobrevivência de toda comunidade.” Nesse sentido, pode-se afirmar
que a política é uma forma de governar nas sociedades divididas, sem o uso indevido
da violência.”5
viii. Para Max Weber, por outro lado, a política está em tudo quanto relacionado ao
Estado e dentro do Estado, ainda que não relacionado diretamente a ele. Se insere
como uma categoria de direção organizacional da sociedade e entre ela, ou seja, nas
relações de poder que são travadas dentro da sociedade em sentido amplo. Como,
por exemplo, a “política de uma esposa hábil, que procura governar seu marido”.
Refere-se, aqui também, a divisão do poder. 6
ix. “Podemos também entender a arte da política como destreza, habilidade, perícia,
com que se maneja assunto delicado ou uma atitude já estabelecida com respeito a
determinados assuntos. Nesse sentido, também, uma questão se torna política
quando e na medida em que se transforma em uma questão polêmica”. 7
• Política, assim, pode ser compreendida como instrumento de distribuição
de poder por meio do diálogo.
x. Terminologia em inglês: Policy, politics e polity.
3 ARISTOTELES. A Política. Tradução de Nestor Silveira. São Paulo: Folha de São Paulo, 2010, pp. 2-3
4 Reinaldo Dias. Pg. 2.
5 Reinaldo Dias. Pg. 3.
6 WEBER. Duas Vocações. Pg. 65-66.
7 Reinaldo Dias. Pg. 5.
ANOTAÇÕES PARA AULA. 3
*Sem rigor acadêmico ou pretensão nesse sentido.
*Texto nunca revisado e com erros de digitação que não serão corrigidos....
• Importante não confundir os significados, usualmente transpostos para
nosso dia a dia de maneira confusa. Policy significa ação de governo, tipo
uma política pública, por exemplo. Politics como instrumento, estratégia
de diálogo, tal como nos usamos o termo “política” em sentido amplo, ou
seja, mecanismo de interação estratégica. Polity, por fim, trabalha a ideia
de sistemas de governo.8
b. Finalidade;
i. Método de governo imanente. Ou seja, baseado na experiência possível e no diálogo
entre os homens, e não sob a regência metafísica de um deus.
• Finalidade essa que é limitada, portanto, cuidado. Isso porque se temos a
política como instrumento de diálogo, é claro que ela não é limitada ao
critério de secularidade, ou seja, da distinção entre o governo dos homens
e o governo de um deus.
ii. Política usada com a finalidade de gestão do poder;
• A obra de Nicolau Maquiavel (“O príncipe”) é um dos melhores exemplos
do uso da política como meio. A finalidade da política, no caso, está no
meio.
c. Prática;
i. Enquanto instrumental, a prática da política é realizada no dia a dia das relações
cognitivas na sociedade e na administração do poder no âmbito da sociedade, e em
todos os microcosmos sociais (seja no lar, na empresa, no Estado, no time de futebol,
no sindicato, enfim, em todos os cantos onde há ação diretiva de poder).
d. Política e direito;
i. O direito é um mecanismo de pacificação social;
• Nesse ponto, interessante notar que a política serve de instrumental de
necessária aplicação no aparato do direito, seja na formulação das bases
do ordenamento jurídico, que reduz a complexidade social em sentido
normativo, ou ainda na dinâmica dos litígios e relações sociais reguladas,
ou ainda no direito privado.
• Se a política está na dinâmica da distribuição do poder na sociedade, seja
diante do Estado ou no âmbito das relações sociais, tem-se que o direito
depende da política para se materializar.
Aula 3.
1. O Poder.
a. “O poder é um processo social”.9
i. O poder é um processo social na medida em que se manifesta na sociedade a partir
de um movimento relacional entre os indivíduos.
b. Existência do poder, manifestação do poder, realidade do poder.
i. O poder manifesta-se na sociedade a partir da manifestação de vontades, e se
realiza, ou melhor, se torna realidade, quando essa vontade manifesta é capaz de
influir na realidade de um grupo ou de determinada pessoa de maneira direta
(relação cognitiva).
ii. O poder existe na medida da eleição de valores pelo grupo – legitimidade do
poder. Um exemplo é a violência, que quando valorizada no campo social é um
instrumento de poder (nesse caso, não necessariamente legítimo). Caso da
religião. O poder da religião é maior quando mais presente for a fé na sociedade.
Assim, será “poderoso” o sacerdote em uma sociedade religiosa.
iii. O poder pressupõe um ato relacional entre dois indivíduos ou entre organizações,
ou entre pessoas e organizações. Sempre implica em relação.10
iv. Poder pressupõe a sobreposição e superioridade de um sobre outro? Ou
dependência? *Não creio, pois a relação de poder, penso, é independente, na
medida a realidade pode impor um poder sem a existência de dependência ou
superioridade de um sobre o outro. Nesse ponto, Reinaldo Dias trabalha com a
ideia de que a superioridade e/ou dependência é necessária.11
c. Poder na sociedade.
i. O poder está em todas as relações sociais, e as vezes legitimado por um valor em
abstrato, como a economia, a política, a cultura, a família etc.
2. A Origem do Poder
a. Nasce com a capacidade de coagir;
b. E quanto relacional, pela perspectiva consensual e cooperativa;
c. Reinaldo Dias defende que o poder se manifesta – e tem origem – quando “o
indivíduo se encontra com o poder quando a sua conduta não é decidida por
ele mesmo, mas uma decisão tomada por outro que é capaz de determinar
seu comportamento”.12
• Nesse ponto, registro, entendo que o poder parte de uma
abstração outra que não diretiva, ou seja, não depende de um
cenário em que um indivíduo se submete a outro – ou a uma
organização que seja.
• No caso, penso que o poder se manifesta de maneira mais
abstrata na sociedade, não necessariamente de maneira
personificada em alguém. Exemplo é a economia, ou o poder
econômico, que não necessariamente personificado em uma
pessoa é capaz de dirigir comportamentos, tal como o poder
político ou da própria violência. O caso da violência é até
emblemático, pois o poder se dá pela autoridade da violência em
abstrato.
d. O Poder simbólico. O poder que se manifesta na pessoa que sofre o poder e
não na que impõe o poder. É invisível e sensível por quem desenha a conduta
a partir de uma realidade imposta e não personificada (Pierre Bourdieu). Ex.:
o tal racismo institucional “sofrido”. A questão das classes sociais e mesmo de
gênero.
Aula 4.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO ESTUDO DA POLÍTICA
O campo da política. O significado de política. As inter-relações entre política e os conceitos
de poder. O poder: fontes, formas de aquisição, efeitos, legitimidade, legalidade e teorias
das elites. Ideologias.
2. A lógica das elites está associada ao poder, especialmente no sentido de quem carrega o
poder compõe a elite.
3. Então, quem tem o poder econômico, compõe a elite econômica, quem tem o poder
político, compõe a elite política, quem tem grande conhecimento, compõe a elite
intelectual, e etc.
a. Todos os campos influenciam na tomada de decisões do poder público,
especialmente no campo político. Há uma disputa constante.
4. Trata-se, a rigor, de uma minoria que se destaca no campo social a que está envolvido ou
que pretende influência. A ideia da chamada teoria das elites trabalha com a ideia
segundo a qual em toda a sociedade existe um grupo minoritário que detém o poder
sobre os demais, nos mais diversos campos de poder.
a. Teoria de Gaetano Mosca: Governantes x Governados. Quem tem o poder contra
quem não tem. O aparato estatal estaria a disposição da elite governante.
b. Teoria de Vilfredo Pareto: aristocracia e elite. Primeiro a usar do termo. Existem
um campo de desigualdades naturais entre os homens que, por sua vez,
estabelece uma lógica de superioridade e inferioridade, que Pareto identificou a
partir da riqueza e do poder (quanto mais rico ou poderoso, mais forte ou
pertencente à elite).
i. Para ele, há uma luta constante no âmbito das elites e de participação nas
elites.
ii. Fonte das revoluções.
5537 adi
Aula 5.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO ESTUDO DA POLÍTICA
O campo da política. O significado de política. As inter-relações entre política e os conceitos
de poder. O poder: fontes, formas de aquisição, efeitos, legitimidade, legalidade e teorias
das elites. Ideologias.
7. Ainda em Marx, vê-se um sentido de ideologia relacionado à dominação das massas pela
classe burguesa. Como se essa pequena classe incutisse na massa uma falsa realidade
proveniente das relações do indivíduo com o ambiente espacial, ou seja, com o mundo. 19
8. Vilfredo Pareto também faz críticas à lógica da ideologia conceitual, referindo-se à uma
percepção de falsidade do mundo, a partir de teorias da sociologia e da política.
9. A diferença de Marx e Pareto reside no fato de que enquanto Marx trabalha a “ideologia
como produto da sociedade”, para Pareto trata-se de um produto da consciência
individual.
10. Giovanni Sartori: ideologia x pragmatismo: a ideologia refere-se à um sistema de crenças
de caráter cognitivo (reativo, interativo) e passional, enquanto o pragmatismo,
inversamente, nega uma realidade estabelecida sob crenças.
14. O ESTADO!!! O que é o Estado? Qual a origem do Estado? Porque existe o Estado?
Aula 6.
O ESTADO
Conceitos e concepções. Justificativas teóricas. A construção histórica dos Estados na Europa.
Elementos constitutivos. Finalidades. Funções. O Poder Executivo. O Poder Legislativo. Formas
de Estado. A soberania.
ESTADO.
Estudar o Estado implica em “analisar os mais variados aspectos que envolvem o próprio
funcionamento das instituições responsáveis por essa sociedade.”21
1. Conceito:
a. O Estado é o reflexo do seu povo.
b. O Estado é uma entidade fictícia criada para estabelecer um convívio harmônico.
i. Civilização x barbárie: necessidade do Estado e complexidades
consequentes;
ii. Soberania;
iii. Jurisdição como função de substituição dos indivíduos na resolução de
conflitos sociais;
b. HELLER: Realista. Na qual concordo, diga-se, pois que entende o Estado a partir da
realidade, “ou seja, como formação histórica, a partir de suas ligações com a
realidade social”.
a. Teocracia;
b. A Polis grega;
c. Civitas romana;
d. Outras formas antigas de Estado (características gerais):
i. Não tinha caráter “nacional”, em termos de um povo ligado à raízes
históricas comuns, seja por tradições, lembranças, costumes, língua e
cultura, mas geralmente estavam unidos pela guerra;
ii. Modelo social por classes em forma rígida (escravos, por exemplo);
iii. “governos marcados pela autocracia ou por monarquias despóticas e o
caráter autoritário e autoritário e teocrático do poder político;
iv. Sistema econômico sob domínio da escravidão;
Aula 6.
O ESTADO
Conceitos e concepções. Justificativas teóricas. A construção histórica dos Estados na Europa.
Elementos constitutivos. Finalidades. Funções. O Poder Executivo. O Poder Legislativo. O Poder
Judiciário. Formas de Estado. A soberania.
Voltando ao Estado....
O Estado é uma figura abstrata criada pela sociedade. Também podemos entender que o Estado
é uma sociedade política criada pela vontade de unificação e desenvolvimento do homem, com
intuito de regulamentar a vida em sociedade.
O Estado é uma criação humana.
O Estado originou-se da vontade de preservação desse interesse ou bem comum, pois que a
sociedade natural não detinha os mecanismos (regulamentação) necessários para promover a
paz e o bem estar de seus membros. Assim, a única forma de preservação do bem comum foi a
delegação de poder a um único centro, o Estado.
Visão contratualista:
“A visão instrumental do Estado na tradição contratualista aponta para a instituição estatal como
criação artificial dos homens, apresentando-o como um "instrumento" da vontade racional dos
ANOTAÇÕES PARA AULA. 16
*Sem rigor acadêmico ou pretensão nesse sentido.
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indivíduos que o "inventam", sempre buscando o atingimento de determinados fins que marcam
ou identificam as condicionantes de sua criação.”
...
Assim, o pensamento contratualista pretende estabelecer, ao mesmo tempo, a origem do Estado
e o fundamento do poder políti co a partir de um acordo de vontades, tácito ou expresso, que
ponha fim ao estágio pré-político (estado de natureza) e dê início à socie dade política (estado
civil).” 23
Visão orgânica:
“A concepção orgânica contrapõe-se à ideia contratualista, vendo a sociedade como "natural" ao
homem. Nesta, por outro lado, a Sociedade/Estado é vista como uma criação artificial da razão
humana através do consenso, acordo tácito ou expresso entre a maioria ou a unanimidade dos
indivíduos... Fim do Estado Natural e o início do Estado Social e Político.” 24
O ESTADO
Conceitos e concepções. Justificativas teóricas. A construção histórica dos Estados na Europa.
Elementos constitutivos. Finalidades. Funções. O Poder Executivo. O Poder Legislativo. O
Poder Judiciário. Formas de Estado. A soberania.
1. Reflexo do povo;
2. Organização da sociedade;
3. Estruturação do poder;
4. Exercício de soberania;
5. Limitação de território.
Contrato Social: momento de passagem do Estado de natureza para o Estado político e social.
1. Cada um dos autores, entre Hobbes, Locke e Rousseau, enxergam essa passagem de
forma distinta, embora todos eles compreendam a necessidade de um “acordo” de
vontades e submissão de todos sob esse mesmo organismo de poder, o Estado.
4. Rousseau: “...o caos teria vindo pela desigualdade, pela destruição da piedade natural e
da justiça, tornando os homens maus, o que colocaria a sociedade em estado de guerra.
Na formação da sociedade civil, toda a piedade cai por terra, sendo que “desde o
momento em que um homem teve necessidade do auxílio do outro, desde que se
percebeu que seria útil a um só indivíduo contar com provisões para dois, desapareceu a
igualdade, a propriedade se introduziu, o trabalho se tornou necessário.”28
• Para Rousseau, diferentemente de Hobbes, o homem se torna mau, nas nasce mau. E o
que faz ganhar essa natureza é o próprio desenvolvimento da civilização 29.
• CONTRATO SOCIAL DE ROUSSEAU: “"A passagem do estado de natureza até o estado
social produz no homem uma mudança bem acentuada, substituindo, em sua conduta, o
ins tinto pelo sentimento de justiça, e outorgando a suas ações relações morais que antes
estavam ausentes. Somente assim, quando a voz do dever substitui o impulso físico, e o
direito substitui o apetite, o homem, que até então se havia limitado a contemplar-se a si
mesmo, se vê obrigado a atuar segundo outros princípios, consultando com sua razão
antes de escutar as suas inclinações. No entanto, ainda que esse novo estado acarrete
privações de muitas das vantagens que lhe concede a natureza, obtém compensações
muito grandes, suas faculdades se exercitam e se ampliam, suas ideias se desenvolvem,
seus sentimentos se enobrecem e sua alma se eleva até um grau tal que - se o mau uso
da nova condição com frequência não lhe aviltasse, fazendo com que se situe mais abaixo
de seu estado originário – teria que agradecer sem parar o feliz instante em que foi
arrancado para sempre daquele lugar, convertendo o animal estúpido e limitado que era,
em um ser inteligente, em um homem.” 30
• A vontade geral que moveria os homens a formação desse conjunto estaria no bem
comum, percebido pelo convívio coletivo. Não se origina na autoridade imposta por um
terceiro, ou na submissão do povo sobre esse poder, como diz Hobbes, mas
essencialmente “da união entre iguais”. Momento em que cada indivíduo renúncia aos
próprios interesses em prol da coletividade.
Tipos de ESTADO.
1. Estado absolutista: Poder absoluto (legislador absoluto, supremo e inquestionado);
2. Estado totalitário: “toda e qualquer organização de poder em que o autoritarismo e a
centralização estão fortemente presentes;
3. Estado liberal: reconhecimento amplo da autonomia do indivíduo; marcado pela menor
participação do Estado na vida dos indivíduos;
4. Estado social: conserva sua adesão à ordem capitalista, de liberdade do indivíduo
empregada no Estado liberal, mas impõe a participação do Estado na coesão e harmonia
social. Em resumo, para além da liberdade plena dos indivíduos, cujos interesses plurais
tornam inconciliável a vida em sociedade, o Estado precisa garantir bem estar.
O ESTADO
Conceitos e concepções. Justificativas teóricas. A construção histórica dos Estados na Europa.
Elementos constitutivos. Finalidades. Funções. O Poder Executivo. O Poder Legislativo. O
Poder Judiciário. Formas de Estado. A soberania.
4. ESTADO X GOVERNO:
a. A distinção acontece com o fenômeno contratualista de Jean Jacques Rousseau;
b. Estado não se confunde com governo;
c. Estado é uma figura abstrata, porem perene e estática no sentido institucional;
d. Governo é transitório por excelência, e, portanto, dinâmico;
e. Governos passam, o Estado continua.
f. Ideologias são carregadas enquanto valores de governo, não do Estado;
g. Governo, quando democrático, é representativo de ideais da maioria;
h. Estado é representativo de valores do todo. Daí porque dizer que sobre direitos e
garantias fundamentais não há que se impor a maioria, porquanto é
representativo da totalidade a fim de proteger individualmente a todos;
a. Unitário:
i. caracteriza-se “pela organização política compacta, centralizada, sem
divisões ou atribuições de poder que não as administrativas”.
ii. Pode haver ou não separações das funções do Estado, mas não há divisão
interna de poderes – não existem outras figuras autônomas no Estado
além dele mesmo;
iii. EX: China, Itália, Israel, Coreia, Irã, Japão, Jamaica, Cuba, e muitos outros:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_unitário#Lista_de_Estados_unitário
s
b. Federado:
ANOTAÇÕES PARA AULA. 23
*Sem rigor acadêmico ou pretensão nesse sentido.
*Texto nunca revisado e com erros de digitação que não serão corrigidos....
i. Modelo criado com o constitucionalismo estadunidense;
ii. Não se tratava de uma construção teórica, mas de uma aplicação da
realidade vivenciada pelas 13 colônias inglesas que conformaram o
fenômeno constitucional na Filadélfia em 1787.
iii. “Estado soberano, formado por uma pluralidade de Estados, no qual o
poder do Estado emana dos Estados-membros, ligados numa unidade
estatal” (Jellinek apud Bonavides).
iv. “Descentralização política fixada na Constituição (ou, então, na repartição
constitucional de competências)” – Michel Temer.
v. Os modelos federalistas divergem de acordo com a formação histórica de
cada Estado;
c. Confederado:
i. “união permanente de Estados independentes, união que assenta-se num
pacto, pelo qual se unem os Estados com o objetivo de proteger o
território da Confederação exterior ente e assegurar entre eles a paz
interior”.
ii. Aliados permanentes, mas alheios a um poder central;
iii. Direito autônomo no âmbito interno;
iv. Cada Estado conserva sua personalidade jurídica e soberania
independente;
6. SOBERANIA