Cartilha Saude Violencia
Cartilha Saude Violencia
Cartilha Saude Violencia
Linha de Cuidado
para a Atenção Integral à Saúde
de Crianças, Adolescentes
e suas Famílias
em Situação de Violências
Brasília – DF
2010
© 2010 Ministério da Saúde.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que
não seja para venda ou qualquer fim comercial.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.
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Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs
Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.
Linha de cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de
violências: orientação para gestores e profissionais de saúde / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010.
104, p. : il. - (Série F. Comunicação e Educação em Saúde)
ISBN 978-85-334-1688-8
1. Saúde pública. 2. Violência. 3. Políticas públicas. I. Título. II. Série.
CDU 614-053.2
Apresentação 7
1 Introdução 9
2 Promoção da saúde e prevenção de violências 13
Promoção de vínculos e fortalecimento da resiliência 14
Prevenção de violências na família e na comunidade 17
Vulnerabilidades à violência e proteção de crianças e adolescentes 19
Promoção da cultura de paz 23
3 Tipos e natureza de violências que atingem crianças e adolescentes 27
4 Alerta para os sinais e sintomas de violências contra crianças e adolescentes 35
Violência psicológica 38
Violência física 39
Negligência 44
Violência sexual 46
5 Linha de cuidado para a atenção integral à saúde de crianças,
adolescentes e suas famílias em situação de violências 49
Acolhimento 52
Atendimento 55
Cuidados profiláticos e tratamento para a violência sexual 64
Notificação 71
Seguimento na rede de cuidado e de proteção social 73
6 Rede de Cuidado e de Proteção Social para a Atenção Integral às Crianças,
Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências 77
Rede intrassetorial 78
Rede intersetorial 84
Articulação entre as redes intrassetorial e intersetorial de cuidado e de proteção social 87
7 Considerações finais 89
8 Referências 93
9 Anexos 97
Apresentação
Ministério da Saúde
8
1 Introdução
“A saúde pública tem obtido resultados notáveis nas últimas décadas,
particularmente em relação à redução dos índices de muitas doenças
infantis. Entretanto, salvar nossas crianças dessas doenças apenas para
permitir que se tornem vítimas da violência [...] seria uma falha da
saúde pública”
(Diretora da OMS, Brundtland apud Krug et al., 2002).
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Ministério da Saúde - Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências
Classificação etária da Nesses 20 anos, percebem-se os avanços das políticas de saúde dirigidas às
infância e da adolescência crianças nos indicadores de saúde, a exemplo da redução da mortalidade
Para o ECA, a criança é a infantil. Em contrapartida, observa-se mudança no perfil dos problemas
pessoa até 11 anos de idade de saúde do País. As causas externas (acidentes e violências) ocupam a
e o adolescente entre 12 e primeira causa de morte na faixa etária de 1 a 19 anos (BRASIL, 2009a).
18 anos. O Ministério da
Menos visíveis, porém mais disseminados, são os efeitos da violência e do
Saúde considera criança
sofrimento individual de crianças e adolescentes, que podem se perpe-
a pessoa de 0 a 9 anos e o
adolescente de 10 a 19
tuar durante a infância e a adolescência, com consequências até a idade
anos. A divisão em ciclos adulta, constituindo-se em desafios para os gestores e profissionais.
de vida, adotada pelo
Ministério da Saúde, visa Desde 2006, o Ministério da Saúde, com a finalidade de conhecer a
atender as especificidades magnitude dos casos de acidentes e violências no País que não levam ao
nas fases de crescimento e óbito ou à internação, estruturou o Sistema de Vigilância de Violências e
desenvolvimento da criança e Acidentes (Viva), o qual se constitui por dois componentes: (1) vigilância
o início da puberdade. de violência doméstica, sexual, e/ou outras violências interpessoais e au-
toprovocadas (Viva-Contínuo), módulo incorporado ao Sistema Nacio-
nal de Agravos de Notificação (Sinan-Net); e (2) vigilância de violências
e acidentes em emergências hospitalares (Viva-Sentinela), realizada por
meio de pesquisa a cada dois anos. Esses componentes possibilitam a
obtenção de informações que permitem o planejamento das ações de
prevenção a esses agravos e a atenção integral às vítimas de acidentes e
violências em todo o território nacional.
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Introdução
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Promoção da saúde e prevenção de violências
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(2) família coesa, em que não há negligência e existe pelo menos um adul-
to com laço afetivo forte com a criança ou o adolescente, que oferece
suporte emocional nos momentos de crise;
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Promoção da saúde e prevenção de violências
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Promoção da saúde e prevenção de violências
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Promoção da saúde e prevenção de violências
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Nesse período, a desvinculação da mãe com o bebê que está sendo gestado
ao lado do relacionamento hostil ou agressivo entre os pais e as atitudes
agressivas ou indiferentes em relação ao bebê são os fatores que mais sina-
lizam para o profissional sobre o risco da ocorrência de violência atual e
no futuro. Se essas condições permanecem após o nascimento da criança,
é grande a sua vulnerabilidade à violência. Outras situações que sinalizam
nesse mesmo sentido podem ser a dificuldade excessiva para a maternagem
ou paternagem, a recusa em amamentar, o desmame precoce sem motivos
aparentes, o cansaço e a insegurança persistentes, as queixas exageradas às
demandas da criança e a suposição injustificada de doenças.
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Promoção da saúde e prevenção de violências
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Promoção da saúde e prevenção de violências
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Promoção da saúde e prevenção de violências
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Tipos e natureza de violências que atingem crianças e adolescentes
3 Tipos e natureza de
violências que atingem crianças e
adolescentes
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Tipos de violência
Física
Sexual
Psicológica
Negligência/
Abandono
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Tipos e natureza de violências que atingem crianças e adolescentes
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A violência estrutural Neste documento serão abordadas com maior ênfase as categorias ou
ou social diz respeito tipos da violência interpessoal, dividida em intrafamiliar e comunitária,
às diferentes formas considerando que são os tipos mais frequentes e nas quais a saúde tem
de manutenção das maior possibilidade de intervenção no campo da prevenção e da atenção
desigualdades sociais, à saúde das pessoas que sofrem ou praticam essas formas de violência.
culturais, de gênero, etárias
e étnicas que produzem a A seguir, são apresentadas as violências segundo sua natureza:
miséria, a fome, e as diversas
formas de submissão e a) Violência física: caracterizada como todo ato violento com uso da
exploração de umas pessoas força física de forma intencional, não acidental, praticada por pais,
pelas outras (MINAYO, 2009). responsáveis, familiares ou pessoas próximas da criança ou adoles-
Aparece naturalizada na
cente, que pode ferir, lesar, provocar dor e sofrimento ou destruir
sociedade, mas se constitui
como solo fértil para
a pessoa, deixando ou não marcas evidentes no corpo, e podendo
as principais formas de provocar inclusive a morte (BRASIL, 2004). Pode ser praticada por
relações violentas. meio de tapas, beliscões, chutes e arremessos de objetos, o que causa
lesões, traumas, queimaduras e mutilações. Apesar de subnotificada,
é a mais identificada pelos serviços de saúde.
O que é violência de
gênero? Síndrome do bebê Sacudido
São formas de dominação, É causada por violenta movimentação da criança, segurada pelos braços
opressão e crueldade nas ou tronco. Esta ação provoca o choque entre a calota craniana e o
relações de homens e tecido encefálico deslocado, ocorrendo desde micro hemorragias, por
mulheres, estruturalmente rupturas de artérias e veias, até hemorragias maciças e rompimento de
construídas e reproduzidas fibras do tecido nervoso.
no cotidiano. Geralmente é
sofrida por mulheres, embora
também possa ser dirigida aos Síndrome de Munchausen por procuração
homens, e é naturalizada no É caracterizada pela simulação ou criação, por um dos responsáveis
processo de socialização de ou cuidador (com grande frequência a mãe), de sinais ou sintomas que
meninos e meninas. caracterizam doenças em seus filhos. É considerada uma forma de
violência física por exigir dos profissionais da área da saúde a execução
de uma série de exames e investigações extremamente penosos para
a criança. Esses responsáveis chegam a falsificar o material colhido
para exames, induzindo o médico a tratamentos desnecessários ou
investigações cada vez mais complexas e agressivas.
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Tipos e natureza de violências que atingem crianças e adolescentes
Por isto, o castigo corporal é considerado uma violência física e não deve
ser usado como recurso pedagógico para impor limites às crianças e aos
adolescentes. A recomendação fundamental é proteger e dar atenção a
crianças e adolescentes diante de qualquer ato que possa prejudicar seu
desenvolvimento, buscando sempre a orientação por meio do diálogo.
Para saber mais consulte o site www.naobataeduque.org.br.
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Bullying
Ocorre com frequência nas escolas e é caracterizado pela agressão,
dominação e prepotência entre pares. Envolve comportamento
intencionalmente nocivo e repetitivo de submissão e humilhação.
Colocar apelidos, humilhar, discriminar, bater, roubar, aterrorizar,
excluir e divulgar comentários maldosos são alguns exemplos (LOPES
NETO, 2005).
No bullying, a violência física e psicológica podem estar presentes.
Para uma atuação efetiva do setor saúde, são necessárias ações com as
escolas, identificando comportamentos de risco, aconselhando famílias,
rastreando sintomas e incentivando a implantação de programas
anti-bullying nas escolas.
O cyberbullying é um fenômeno mais recente, caracterizado
pela ocorrência de e-mails, mensagens por pagers ou celulares,
telefonemas, fotos digitais, sites pessoais difamatórios, ações
difamatórias on-line como recursos para a adoção de comportamentos
deliberados, repetidos e hostis.
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Tipos e natureza de violências que atingem crianças e adolescentes
c) Violência sexual: é todo ato ou jogo sexual com intenção de estimu- A Lei nº 12.015/2009,
lar sexualmente a criança ou o adolescente, visando utilizá-lo para ob- que versa sobre Crimes
ter satisfação sexual, em que os autores da violência estão em estágio contra a Dignidade Sexual,
de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança ou considera como crime
adolescente. Abrange relações homo ou heterossexuais. Pode ocor- de estupro de vulnerável,
independentemente do sexo
rer em uma variedade de situações como: estupro, incesto, assédio
da vítima, qualquer tipo
sexual, exploração sexual, pornografia, pedofilia, manipulação de de relacionamento sexual
genitália, mamas e ânus, até o ato sexual com penetração, imposi- (conjunção carnal ou outro
ção de intimidades, exibicionismo, jogos sexuais e práticas eróticas ato libidinoso) com crianças
não consentidas e impostas e “voyeurismo” (obtenção de prazer sexual e adolescentes com idade
por meio da observação) (BRASIL, 2004). É predominantemente inferior a 14 anos. É crime
também a prática de tais atos
doméstica, especialmente na infância. Os principais perpetradores
diante de menores de 14 anos
são os companheiros das mães, e, em seguida, os pais biológicos, ou a indução a presenciá-los
avôs, tios, padrinhos, bem como mães, avós, tias e outros que man- (BRASIL, 2009c).
têm com a criança uma relação de dependência, afeto ou confiança,
num contexto de relações incestuosas.
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Exploração sexual
Caracteriza-se pela utilização sexual de crianças e adolescentes com
intenção do lucro ou troca, seja financeiro ou de qualquer espécie. Em
geral são usados meios de coação ou persuasão, podendo haver um
intermediário como aliciador. É uma forma de violência sexual que afeta
todas as classes sociais, etnias e ambos os sexos, entretanto é mais
comum entre adolescentes mulheres provenientes de classes populares
de baixa renda. Esse tipo de violência ocorre de quatro formas: em rede
de prostituição, de pornografia, especialmente na internet, de tráfico para
fins sexuais e em viagens, e no turismo (BRASIL, 2008).
O que é negligência d) Negligência: caracteriza-se pelas omissões dos adultos (pais ou outros
emocional? responsáveis pela criança ou adolescente, inclusive institucionais), ao
Apesar de difícil deixarem de prover as necessidades básicas para o desenvolvimento
identificação, ocorre físico, emocional e social de crianças e adolescentes (BRASIL, 2004).
quando os responsáveis, Inclui a privação de medicamentos; a falta de atendimento à saúde e
independentemente das à educação; o descuido com a higiene; a falta de estímulo, de proteção
justificativas, deixam de dar
de condições climáticas (frio, calor), de condições para a frequência à
suporte afetivo e psicológico à
criança ou ao adolescente.
escola e a falta de atenção necessária para o desenvolvimento físico,
moral e espiritual (BRASIL, 2004). O abandono é a forma mais gra-
ve de negligência. A negligência não está vinculada às circunstâncias
de pobreza, podendo ocorrer em casos em que recursos razoáveis
estão disponíveis para a família ou o responsável.
Cabe lembrar que uma criança ou um adolescente pode ser afetado por
mais de um tipo ou natureza de violência, especialmente, em situações
crônicas e graves, inclusive porque muitas dessas situações se relacionam.
Por exemplo, a violência física ocorre quase sempre junto com a psicoló-
gica; e uma criança que sofre violência sexual e psicológica em casa pode
também ser envolvida em situação de exploração sexual.
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4 Alerta para os sinais e sintomas
de violências contra crianças e
adolescentes
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Alerta para os sinais e sintomas de violências contra crianças e adolescentes
CRIANÇA
ADOLESCENTE
SINAIS DA VIOLÊNCIA Até 11 1a4 5a9
10 a 19 anos
meses anos anos
Choros sem motivo aparente
Irritabilidade frequente, sem causa aparente
Olhar indiferente e apatia
Tristeza constante
Demonstrações de desconforto no colo
Reações negativas exageradas a estímulos comuns ou
imposição de limites
Atraso no desenvolvimento; perdas ou regressão de
etapas atingidas
Dificuldades na amamentação, podendo chegar à
recusa alimentar; vômitos persistentes
Distúrbios de alimentação
Enurese e encoprese
Atraso e dificuldades no desenvolvimento da fala
Distúrbios do sono
Dificuldades de socialização e tendência ao isolamento
Aumento da incidência de doenças, injustificável por
causas orgânicas, especialmente as de fundo alérgico
Afecções de pele frequentes, sem causa aparente
Distúrbios de aprendizagem até o fracasso na escola
Comportamentos extremos de agressividade ou
destrutividade
Ansiedade ou medo ligado a determinadas pessoas,
sexo, objetos ou situações
Pesadelos frequentes, terror noturno
Tiques ou manias
Comportamentos obsessivos ou atitudes compulsivas
Baixa autoestima e autoconfiança
Automutilação, escarificações, desejo de morte e
tentativa de suicídio
Problemas ou déficit de atenção
Sintomas de hiperatividade
Comportamento de risco, levando a traumas
frequentes ou acidentes
Uso abusivo de drogas
* Os espaços coloridos indicam a presença do sinal da violência na respectiva faixa etária.
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Violência psicológica
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Alerta para os sinais e sintomas de violências contra crianças e adolescentes
Violência física
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• Fraturas em espiral.
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Alerta para os sinais e sintomas de violências contra crianças e adolescentes
D) Lesões de face
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• Hemorragia digestiva.
O profissional de saúde deve As crianças e adolescentes com doenças crônicas ou com deficiências são
dar especial atenção aos de alto risco para violência, pois seus responsáveis têm disponíveis vários
quadros de crises convulsivas, tipos de medicamentos receitados pelo médico.
especialmente quando nunca
foram presenciados por mais
de um familiar ou pessoa da Sinais de envenenamento ou de intoxicações intencionais
convivência diária, ou ainda
perante uma evolução não
esperada para o quadro
• Indícios de grande ingestão de produto tóxico ou cáustico, que, em
apresentado. Essas situações
casos de ingestão acidental, não seriam tomados em grande volume pela
podem ser indícios de
criança devido ao gosto ser ruim ou pela dor que provoca.
Síndrome de Munchausen por • Caso agudo ou crônico de origem obscura e sintomas complexos,
Procuração. que envolve comprometimento de vários órgãos ou sistemas, como
sistema nervoso central, dos mecanismos de coagulação, digestório,
ou acompanhado de sinais de depressão respiratória, sem que se possa
enquadrá-los em doença conhecida.
• Criança trazida pelos responsáveis com queixa de envenenamento
acidental, mas com relato do acidente confuso e discordante entre
os pais, habitualmente associado à ausência de preocupação pela
identificação do agente tóxico, com sinais de uso de grandes quantidades.
• Demora na procura do atendimento após envenenamento dito como
“acidental”, sem demonstração de preocupação dos responsáveis pelo
tempo perdido para tratamento.
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Alerta para os sinais e sintomas de violências contra crianças e adolescentes
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Alerta para os sinais e sintomas de violências contra crianças e adolescentes
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Para o profissional de saúde, apesar de, na maioria das vezes, não existir
evidências físicas diretas da violência sexual, alguns sinais são relevantes:
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Alerta para os sinais e sintomas de violências contra crianças e adolescentes
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5 Linha de Cuidado para a
atenção integral à saúde de
crianças , adolescentes e suas
famílias em situação de violências
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fazer com que o outro se sinta pertencido. Mais que uma atitude de
solidariedade, é uma atitude de inclusão.
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Linha de Cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências
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Caps: Centros de Atenção Psicossocial; 2Capsi: Centro de Atenção Psicossocial Infantil; 3Cras: Centro de Referência de Assistência Social; 4Creas: Centro de Referência Especializado
de Assistência Social; 5CTA: Centro de Testagem e Aconselhamento; 6SAE: Serviço de Atenção Especializada.
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Rede intersetorial
CT – Conselho Tutelar
Cras – Centro de Referência de Assistência Social
Creas – Centro de Referência Especializado de Assistência Social
Escolas, creches e outros serviços de ensino
MP – Ministério Público
VIJ – Varas da Infância e da Juventude
Deca – Delegacias Especializadas para Crianças e Adolescentes
IML – Instituto Médico Legal
Disque 100 – Disque Denúncia Nacional de Violência Sexual
PPCAAM - Programa de Atenção a Criança e Adolescente
Ameaçados de Morte
ONGs – Organizações não governamentais
Os serviços da rede de saúde devem esgotar todos os recursos para oferecer os cuidados e a proteção de crianças, adolescentes
e suas famílias em situação de violências nas dimensões do acolhimento, atendimento, notificação e seguimento na rede de
cuidados e de proteção social. * Caps-ad: Centro de Atenção Psicossocial/Álcool e Drogas
Acolhimento
O primeiro passo para o cuidado de crianças e adolescentes em situação
de violência é o acolhimento, atentando para o fato de que eles poderão
se encontrar com grande ansiedade e medo ou, especialmente, nos casos
crônicos, desamparados e em estado de sofrimento.
Além disso, desde os casos leves aos mais graves, a criança ou o adoles-
cente costuma ser colocado como partícipe ou causador do ato agressivo
pelo autor de violência, e essa culpa pode bloquear sua “revelação” e acei-
tação do atendimento. A desculpabilização é um passo imprescindível na
condução de situações desse tipo.
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Linha de Cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências
Atendimento
O atendimento dos casos de violência não deve ser uma ação solitária
do profissional. É, desde o princípio, uma ação multiprofissional, no
próprio serviço, e articulada com a rede de cuidado e de proteção social
detalhada no capítulo 6 deste documento.
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Linha de Cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências
de proteção. Por exemplo, se uma violência sexual for perpetrada por al-
guém que reside com a criança ou adolescente, a família poderá pressio-
nar para que essa negue ou retire o que disse. Nesses casos, a criança ou
o adolescente poderá sofrer riscos ainda maiores. E, se a equipe decidir
abordar os familiares, deverá fazê-lo de modo estratégico, por exemplo,
entrando em contato com membros que não estão envolvidos com a
violência, de preferência com o consentimento ou indicações da criança
ou do adolescente.
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Linha de Cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências
Abordagem multiprofissional
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A consulta clínica
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(oral,vaginal e/ou anal), e/ou anal) e oral com anal e vaginal) a primeira menstruação e
sangue e outros líquidos ejaculação (ver Quadro 5). antes da menopausa)
corporais
• Realização de • Solicitar e aconselhar teste • Avaliar o esquema vacinal da • Escolha adequada do
aconselhamento (anti-HIV) vítima (3 doses) método
• Intolerância gástrica • Escolha da associação do • Avaliar a exposição crônica/ • Dosagem a ser administrada
Cuidados
Orientações importantes
Para a identificação do autor da violência é imprescindível a coleta
do material das roupas, dos pelos pubianos, do conteúdo vaginal e
endocervical, oral ou anal. Não esquecer que todo o material colhido
deve ser identificado com o nome, a data e a hora em que foi realizada a
coleta e que não deve ser guardado em sacos plásticos, pois favorece a
proliferação de bactérias.
Para não mascarar as provas, o profissional deve evitar contato físico
direto com a vítima durante a coleta de material. Por isso, recomenda-se
o uso de luvas durante o exame físico e o procedimento de coleta.
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Quadro 4 – Profilaxia das DST não virais para crianças e adolescentes com menos de 45kg
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Via de
Medicamento Apresentação Posologia
administração
ZIDOVUDINA Solução oral 10mg/ml 180mg/m2/dose, de 12/12h
Oral
(ZDV) Cápsula 100mg Dose máxima: 300mg/dose
4mg/kg – dose – 12/12h
Dose máxima:
LAMIVUDINA Solução oral 10mg/ml
Oral 150mg – 12/12h
(3TC) Comprimidos 150mg
> 12 anos: 150mg 12/12h ou
300mg em dose única diária
Solução oral: Crianças < 2 anos:
80mg/20mg/mL 300mg/m2 – 12/12h
LOPINAVIR/ (LPV /r) Crianças > 2anos:
Oral
RITONAVIR Comprimidos: 230mg/m2 – 12/12h
200mg/50mg Dose máxima: 200mg – 12/12h
(LPV/r) Adolescentes: 400mg – 12/12 h
Observação: (1) Superfície corporal (m2) = (Peso x 4) + 7
Peso + 90
(2) Peso em kg = 2 x idade + 8
Fonte: (BRASIL, 2007, 2010).
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Outra questão que deve ser considerada nos serviços é quando a gravidez
já está confirmada e a paciente é uma adolescente entre 10 e 19 anos.
Como proceder? Que medidas tomar? Neste caso, a lei brasileira se posi-
ciona favorável ao aborto no artigo 128 do Código Penal:
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Linha de Cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências
Um serviço que realize todas essas ações deve fazer parte da Rede de Cuida-
do e de Proteção Social para a Atenção Integral às Crianças, Adolescentes
e suas Famílias em Situação de Violências, descrita no capítulo 6.
Notificação
A notificação deve ser realizada como um instrumento importante de
proteção e não de denúncia e punição. É um direito da criança, do(a)
adolescente e da família viver em um ambiente que promova o bem-estar
físico, social e emocional livre de qualquer forma de violência, opressão
ou negligência.
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Cabe à coordenação do serviço de saúde definir o(s) responsável(eis) pela assinatura na ficha de notificação.
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No caso de o município não contar com o IML e nem dispor de médico que
passou por capacitação, é possível adotar algumas alternativas tais como:
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6 Rede de cuidado e de proteção
social para a atenção integral
às crianças , adolescentes e suas
famílias em situação de violências
Rede é uma articulação projetos comuns”, que contribuem para a integralidade da atenção, defesa,
política entre pares que, proteção e garantia de direitos das crianças, dos adolescentes e suas famí-
para se estabelecer, exige: lias em situação de violência (MEIRELLES; SILVA, 2007, p. 141).
reconhecer (que o outro
existe e é importante); As redes de atenção são formadas por um complexo de serviços articula-
conhecer (o que o outro dos, que realizam desde a atenção primária à saúde até os serviços mais
faz); colaborar (prestar especializados, com o objetivo de garantir a integralidade do cuidado em
ajuda quando necessário);
um dado espaço-população (http://portal.saude.gov.br/portal/arqui-
cooperar (compartilhar
saberes, ações e poderes)
vos/pdf/documento_redes_versao_01out2009.pdf).
e associar-se (compartilhar
objetivos e projetos). Estas Para que uma articulação em rede se fortaleça, é essencial que os distintos
condições preliminares atores das organizações envolvidas se integrem não somente para trocar
resultam, respectivamente, experiências, mas principalmente para enfrentar problemas concretos e
em autonomia, vontade, comuns, cuja solução não está ao alcance de um isoladamente.
dinamismo, multiliderança,
informação, descentralização Nesse sentido, é fundamental que cada município organize e estruture a
e múltiplos níveis de sua rede de saúde articulada com as redes da assistência social, da educa-
operacionalização (OLIVEIRA,
ção e com os sistemas de justiça, segurança pública, Ministério Público,
2001).
Defensoria Pública, Varas da Infância e Juventude, Conselho Tutelar e
conselhos de direitos e a sociedade civil organizada existentes no terri-
tório para fortalecer e/ou implementar a rede de cuidado e de proteção
social para a atenção integral às crianças, adolescentes e suas famílias em
situação de violências.
Rede intrassetorial
As especificidades do atendimento nos diferentes níveis de atenção
em saúde exigem dos profissionais habilidades e conhecimentos dife-
renciados para a abordagem de cada caso, levando em consideração o
serviço onde o profissional se encontra e os dispositivos da rede que
lhe são oferecidos. A Figura 1 ilustra um exemplo dessa articulação de
rede intrassetorial do setor saúde, tendo a atenção primária, Unidades
Básicas/Equipes da Saúde da Família, como coordenadora do cuidado
no território.
78
Rede de cuidado e de proteção social para a atenção integral às crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências
Maternidade
Laboratório
I
UPA Unidade de Pronto Atendimento)
~ l....-c-e-nt-r-Os-d-e-A-t-e-n-çã-O-P-s-ic-O-ss-O-c-ia...ll)
Ü .1L--c-e-n-t-ro-d-e-A-t-e-nç-ã-o-P-S-ic-o-ss-o-ci-a'I'1
TI' infanúi I
.. lL---;c"':e~n~tr~o-:d::e-:A::t~en~ç~ã:'o-;;P~si:'co~s~s:'oc~ia:;i1'
-• de Alcool e Drogas J
79
Ministério da Saúde - Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências
O Programa Saúde na Escola Tais equipes possuem espaço privilegiado para a identificação dos casos
(PSE), foi instituído pelo de violência pelo grande leque de ações e pelo envolvimento dos pro-
Decreto nº 6.286/2007, como
fissionais com as ações de saúde individual e coletiva desenvolvidas no
uma política intersetorial entre
os ministérios da Saúde e
território. Por estarem geograficamente muito próximos das famílias, os
da Educação na perspectiva profissionais da atenção primária têm maior possibilidade de identificar
da atenção integral à saúde sinais e sintomas de violências em crianças e adolescentes, realizar o aco-
de crianças, adolescentes e lhimento, atendimento (diagnóstico, tratamento e cuidados), notificar
jovens, no âmbito das escolas os casos e encaminhar para rede de cuidados e de proteção social.
e/ou das unidades básicas de
saúde, realizadas pelas Equipes
de Saúde da Família. Para a Serviços de atenção especializada , urgência e
elaboração de projetos locais, emergência
acesse: http://dab.saude.gov.br/
81
Ministério da Saúde - Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências
82
Rede de cuidado e de proteção social para a atenção integral às crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências
83
Ministério da Saúde - Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências
Rede intersetorial
Além dos serviços de saúde, existem outros serviços no território que
atendem crianças e adolescentes em situação de violência que devem es-
tabelecer um fluxo referenciado, dialógico e permanente de informações
com todos os serviços disponíveis no município e, na ausência desses,
recomenda-se buscar interlocução com serviços de municípios vizinhos
para fazer parte da rede de cuidados e de proteção social.
84
Rede de cuidado e de proteção social para a atenção integral às crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências
Sistemas de Ensino
86
Rede de cuidado e de proteção social para a atenção integral às crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências
~ Hospital -
Urgência e Emergência
UPA Unidade de
Pronto Atendimento
"
Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência
tt1 Centros de
Atenção Psicossocial
~ Centro de Atenção
Psicossocial Infantil
1< Escola
~ Centro de Referencia
de Assistência Social ~ Ministério Público
Vara da Infância e da
Juventude
Disque Nacional de EnfrentaITlento
Exploração Sexual de Crianças
e Adolescentes
Diagnóstico da situação
como os serviços regionalizados, quando for o caso.
2. Identificar no município os serviços que se constituem como “porta de
entrada” ou primeiro atendimento para atenção integral à criança, aos
adolescentes, às adolescentes e suas famílias em situação de violências.
3. Caracterizar os serviços/instituições que realizam o atendimento de crianças,
adolescentes e suas famílias em situação de violências (composição da equipe
multiprofissinal; existência de protocolos e fluxos de atendimento, articulação
em rede – intra e intersetorial –, tipo de atendimento prestado; endereço,
telefones, e-mail, horário de atendimento entre outros).
4. Pactuar com os gestores locais (distritais, municipais e estaduais) que
Mobilização social e
88
((J
((J cJ
((J cJ
((J cJ
cJ
7 Considerações finais
a:5' cd'
qqq,eQ.,qCJ:2,.
<d' <d' <d' cr::5'
89
Ministério da Saúde - Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências
90
Considerações finais
•
•
• •
•
•
• Educação
•
•
•
• • •
Conselho
Sistemas
• • • Tutelar
de Ensino
• Saúde Mental
na Atenção
Básica
•
Núcleos de
CentrO -ode
j\tença . \
Psico SSoCla .,
infanto-)'uvenl
Unidade
de Pronto
•
Prevenção • Aten d'mento
Sistema de das Violências ~
I
Justiça e de
Direitos Humanos
Promoça-o da Saude
Núcleos de
• •
•
Apoio à
Saúde da Família saÚdej
da Família
•
•
91
Ministério da Saúde - Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências
92
Considerações finais
8 Referências
ADAMS, J. A. et al. Guidelines for medical care of children who may have been sexually abused.
Journal of Pediatric and Adolescent Gynecology, Philadelphia, v. 20, n. 3. p. 163-172, Jun.
2007.
ASSIS, S. G.; AVANCI, J. Q.; PESCE, R. P. Resiliência: enfatizando a proteção dos adolescentes.
Porto Alegre: Artmed, 2005.
ASSIS, S. G.; AVANCI, J. Q. É possível prevenir a violência? refletindo sobre risco, proteção,
prevenção e promoção da saúde. In: NJAINE, K.; ASSIS, S. G.; CONSTANTINO, P. (Org.).
Impactos da violência na saúde. 2. ed. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2009. 380 p.
AVANCI, J. Q.; ASSIS, S. G.; PESCE, R. P. Depressão em crianças: uma reflexão sobre crescer em
meio à violência. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2008.
BARRETO, M. Uma jornada de humilhações. São Paulo: Fapesp, 2000. Disponível em: <http://
www.assediomoral.org/spip.php?article1>. Acesso em: 13 nov. 2009.
BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis: Vozes, 1999.
BRASIL. Lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009. Altera o Título VI da Parte Especial do Decreto-
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, e o art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de
julho de 1990, que dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do inciso XLIII do art. 5o da
Constituição Federal e revoga a Lei no 2.252, de 1o de julho de 1954, que trata de corrupção
de menores. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, p. 1, de 10 de agosto de 2009,
Brasília, DF, 2009c. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/
Lei/L12015.htm>. Acesso em: 24, out., 2009.
93
Ministério da Saúde - Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências
BRASIL. Ministério da Saúde. Violência faz mal à saúde. Brasília: Ministério da Súde, 2004. 296 p.
BUSS, P. M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro,
v. 5, n. 1, p. 163-177, 2000.
HORNOR, G. Child sexual abuse: psychosocial risk factors. Journl of Pediatric Health Care,[S. l.],
v. 16, n. 4, p. 187-192, 2002.
KRUG, E. G. et al. (Ed.). Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra: Organização
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de Janeiro, v. 81, n. 5, p. 164-172, nov. 2005. Suplemento.
94
Referências
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NJAINE, K. ; ASSIS, S. G. ; CONSTANTINO, P. (Org.). Impactos da violência na saúde. Rio de
Janeiro: FIOCRUZ, 2009. p. 21-42.
PFEIFFER, L.; WAKSMAN R.D. I. Violência na infância e adolescência. In: Campos, J. A. (ed).
Manual de segurança da criança e do adolescente. Belo Horizonte: Sociedade Brasileira de
Pediatria, p. 95-278, 2004.
95
9 Anexos
98
Anexos
99
Ministério da Saúde - Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências
FICHA DE NOTIFICAÇÃO / INVESTIGAÇÃO INDIVIDUAL VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLÊNCIAS
Definicão de caso: Suspeita ou confirmação de violência. Considera-se violência como o uso intencional de força física ou do
poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha
possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (OMS, 2002).
Atencão: Em casos de suspeita ou confirmação de violência contra crianças e adolescentes, a notificação deve ser obrigatória e
dirigida aos Conselhos Tutelares e/ou autoridades competentes (Juizado da Infância e Juventude e/ou Ministério Público da
localidade), de acordo com o art. 13 da Lei no 8.069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. Também são
considerados de notificação compulsória todos os casos de violência contra a mulher (Decreto-Lei no 5.099 de 03/06/2004, Lei
no 10.778/2003) e maus tratos contra a pessoa idosa (artigo 19 da Lei no 10.741/2003).
~_A_9_ffi_V_o_~_o_en_ç_a~_V_I_O_L_Ê_N_C_I_A_D_O~M_É~S~T=~=A~,S~E~X=U_A_L_E_/_O_U_O~U_T_R_A_S~~~C_Ód_~_O_(_C_ID_1_0_)Jl
3
_ VIOLÊNCIAS Y09
D~adan~fi~~o
I I I
14 U1_F Il 5 Município de notificação I Código (IBGE)
L~ I I I I I
l6 Unidade de Saúde (ou outra fonte notificadora) Código (CNES) J [7 ~ata da ~corrên~ia d~ vi~lênciaJ
~ ---'-----'_..J-----L_..I..-----'-_"---~
l~
1 - Hora . 12 Gestante
~ I
13 Raça /C 01
I I I I I
10 (ou) Idade 2-Dia J 11 SexOM-Mascuhno
l 3 - Mês
~--=-LI-,--'1---:-:----:-__4'-.--c...A::.::no"---'
14 Escolaridade
F- Feminino
I - Ignorado
J~i~~~~~~~raci~~~~;;;;'~;~:
9-tanarado
5_tl~TrimJ'-st~o se aplica l-Branca
4-Parda
2-Preta 3-Amarela
5-lndigena 9-lgnorado
O-Analfabeto 1_1 a a 4a série incompleta do EF (antigo primário ou 1° grau) 2-4 a série completa do EF (antigo primário ou 1° grau)
3_S a à aa série incompleta do EF (antigo ginásio ou 1° grau) 4-Ensino fundamental completo (antigo ginásio ou 1° grau) 5-Ensino médio incompleto (antigo colegial ou 2° grau)
6-Ensino médio completo (antigo colegial ou 2° grau) 7-Educação superior incompleta 8-Educação superior completa 9-lgnorado 10- Não se aplica
--,----I_C_Ó.L~i_9_OLI _'-----'----'--.JJ
LO
l20 Bairro J l,--21__ _g-,ra,---d_o_u_ro_(r_u_a_,a_v_e_n_id_a_,_.·_) -=--
l22 Número Jl 23 Complemento (apto., casa, ... ) J l24 Geo campo 1 J
Dados Complementares
l31 Ocupação
~
.g
l • .
45 Pon t o d e Ref erencla J
t46 Zona
1 - Urbana 2 - Rural
3 - Periurbana 9 - Iqnorado
l47 Hora da ocorrência
~
(00:00 - 23:59 horas)
-'--_----'_ _- - . J
~ 48 Local de ocorrência 07 - Comércio/serviços '11149 Ocorreu outras vezes?
01 - Residência 04 - Local de prática esportiva 08 - Indústrias/construção Il'---_1_-_S_im
__2_-_N_ã_O__9_-_I_gn_o_r_a_do
_ _--./
02 - Habitação coletiva 05 - Bar ou similar 09 _Outro 1150 A lesão foi autoprovocada?
100 '------ '----0_3_-_E_sc_o_la --=O:..::6_-_V:..:i.=.aLP:..::ú.=.b::..:lic:..::a'---- 9::...:9'-.-----'-"1gc..:n.=.0:..:ra:..:d:..::o -.Jll'----_1_-_S_i_m__
2_-_N_ã_o__9_-_1:..::9_no_r_a_d_o_ _J
Violência doméstica, sexual e/ou outras violências Sinan NET SVS 10/07/2008
Anexos
--
51 Tipo de violência 1-Sim 2- Não 9-lgnorado 52 Meio de agressão 1-Sim 2- Não 9-lgnorado
o:
'O o: Física Tráfico de seres humanos
Força corporal/ Obj. pérfuro- Arma de fogo
.:="c::l espancamento cortante
OJlC Psicológica/Moral Financeira/Econômica Intervenção legal
0<""
"õõ Substância/ Ameaça
.e- .;; Tortura Negligência/Abandono Outros Enforcamento
Obj. quente
Outro
E-
Sexual Trabalho infantil Obj. contundente Envenenamento
,=
53 Se ocorreu violência sexual, qual o tipo? 1- Sim 2 - Não 8 - Não se aplica 9-lgnorado f54l Se ocorreu penetração, qual o tipo?
-; Assédio sexual Atentado violento ao pudor 1- Sim 2 - Não 8 - Não se aplica 9- Ignorado
Exploração sexual
:l= Pornografia infantil Outros Anal
rJ} Estupro Oral Vaginal
.~
<::i 155 Prnred,meo!o ,e.""do 1-Sim 2 - Não 8 - Não se aplica 9-lgnorado
õ
~
;;
.::=
Profilaxia DST
Profilaxia HIV
Profilaxia Hepatite B
Coleta de sangue
Coleta de sêmen
Coleta de secreção vaginal
Contracepção de emergência
Aborto previsto em lei
I
ª
e':
56 Consequências da ocorrência detectadas no momento da notificação 1-Sim 2 - Não 8 - Não se aplica 9-lgnorado
<~
,=,0
~ ';::
Aborto DST Transtorno mental
Tentativa de suicídio
L
Estresse pós-traumático
c o: Gravidez Transtorno comportamental Outros
0'0
cS!...- -
57 Natureza da lesao (considerar somente o diagnostico pnnclpal) 10 - Queimadura [TI
01 - Contusão 04 - Fratura 07 - Traumatismo crânio-encefálico 11 - Outros _.,,--- _
02 - Corte/perfuração/laceração 05 - Amputação 08 - Politraumatismo 88 - Não se aplica
o 03 - Entorse/luxação 06 - Traumatismo dentário 09 - Intoxicação 99 - Ignorado
O
] 58 Parte do corpo atingida (considerar somente o diagnóstico principal) T
01 - Cabeça/face 04 - Coluna/medula 07 - Quadril/pelve 10- Órgãos genitais/ânus
02 - Pescoço 05 - Tórax/dorso 08 - Membros superiores 11 - Múltiplos órgãos/regiões
'--_0'-'3'----_B=-0.:...c'-'a.:.../d.:...e.:...nc..:t.:...es-=-----_-----'0'-'6_-c..:Ac..:b.:...d'-'0'---m:..ce-=----- -----"0:..c9_-:..cM:..ce::..cm-=-----br'-'0:..cs:..cinc..:f:..ce::..crio.:...rc..:e:..cs 8_8_-_N_ã_o_s_e_a-'-p_lic_a 9_9_-_I_g_n_or_a_d_o_--'
,------
59 Número de 60 Vínculo I grau de parentesco com a pessoa atendida 1-Sim 2 - Não 9-lgnorado 61 Sexo do provável 62 Suspeita de
õl o envolvidos uso de álcool
;. 'o: autor da agressão
'O: '" Pai Ex-Cônjuge Amigos/conhecidos Policial/agente
E ~ 1-Um Mãe Namorado(a) Desconhecido(a) da lei
Q.~ 1 - Masculino 1-Sim
o o: 2 - Dois ou Padrasto 2 - Feminino
'0'0 Ex-Namorado(a) Cuidador(a) Própria pessoa 2 - Não
'"o ...o mais 3 - Ambos os sexos
'0_ 9 -Ignorado Madrasta Filho(a) Patrão/chefe Outros_ _ _ 9-lgnorado
~
o: =
o: Cônjuge Irmão(ã) Pessoa com relação institucional
9 -Ignorado
'5"". ll65 Violência Relacionada Se sim, foi emitida a Comunicação de r 1 jl167 Circunstância da lesão
=
~
ao Trabalho
1 - Sim 2 - Não 9 - Ignorado
Acidente do Trabalho (CAT)
1- Sim 2 - Não 8 - Não se aplica 9- Ignorado Il CID 10 - Cap XX r 1
"" 68 Classificação final
1 - Confirmado
[69 Evolução do caso Se óbito por violência, Data de encerramento
2 - Descartado
1 _Alta 3 - bito por Violência 9 data
2 _ Evasão / Fuga 4 - Obito por outras causas
3 - Provável 9 -Ignorado
8 - Inconclusivo 1
Informações complementares e observações
l Nome do acompanhante J lVinculo/grau de parentesco Jl(D~D) ~elelfon~
l;:
Violência doméstica, sexual e/ou outras violências Sinan NET SVS 10/07/2008 101
Ministério da Saúde - Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências
102
Formato: 21 x 26 cm
Tipologia: Goudy Old Style
Papel: Couchê 90g/m2(miolo)
Cartão supremo 250g/m2 (capa)
CTP, impressão e acabamento: Ediouro Gráfica e Editora Ltda.
Rio de Janeiro, outubro de 2010.
Disque Saúde
0800. 611 997
Disque 100
Denúncia Nacional de Enfrentamento
da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes
Disque 180
Central de Atendimento à Mulher
(C~~[E~
Centro Llltlno-Arnericano de Estudos
de Vloltncill e Saúde Jorge Careli
~
1IIlIA_1I11Í111Í1UC1
8EIlGIOAROUCA
ENSP
._II ~~i~O~a
SUS •
Ministério
da Saúde
- de Saude
ISBN: 978-85-334-1688-8