Minuta - Impugnação
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Juízo de Comércio
Juiz 1
--- CREDOR---., credor reclamante nos autos do processo à margem referenciado, tendo tido
conhecimento das listas de créditos reconhecidos e não reconhecidos apresentados pelo
Administrador da Insolvência vem, nos termos e ao abrigo do art. 130.º, n.º 1 do CIRE,
1.º.
2.º.
O crédito reclamado foi incluído na lista de créditos não reconhecidos, sob o nº ____,
conforme comunicação remetida pela Comissão Liquidatária, nos termos do disposto no artigo
129.º, n.º 4, do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, aprovado pelo Decreto-
Lei n.º 53/2004, de 18 de março, aplicável por força do disposto nos artigos 8.º, n.º 1, e 9.º, n.º
3, do Decreto-Lei n.º 199/2006, de 25 de outubro.
3.º.
O Reclamante pretende que lhe seja reconhecido um crédito sobre a insolvência em virtude de
ser titular ser titular de ____ações representativas do capital social do BES.
4.º.
No que se refere à pretensão de ser incluído na lista de credores com fundamento na sua
qualidade de acionista do BES, deu-se como assente que, nas relações jurídico-societárias
correntes entre uma sociedade comercial e os seus acionistas, a sociedade não é devedora do
reembolso do valor nominal ou da cifra representativa do seu capital social pelo número de
ações, nem tão-pouco do pagamento de um determinado montante que os acionistas
entendam representar o valor das ações, seja ele o valor constante de um extrato, o valor
investido na subscrição ou aquisição das ações, o valor da cotação das ações numa
determinada data ou qualquer outro.
No entanto,
5.º.
Num cenário de liquidação, os acionistas têm, em abstrato, direito a receber a sua quota-parte
no remanescente do produto da liquidação, desde que, naturalmente, tal remanescente
exista, i.e. se ainda existir algum produto da liquidação após terem sido pagos na íntegra a
totalidade dos créditos sobre a insolvência, conforme resulta do artigo 184.º do CIRE.
6.º.
Este direito deverá ser qualificado tecnicamente como um crédito sobre a insolvência, uma vez
que o seu fundamento radica na própria liquidação e está dependente de os ativos do devedor
serem suficientes para prover ao pagamento da integralidade dos créditos sobre a insolvência.
7.º.
E.D.
O Advogado