Filosofia e Políticas Educacionais
Filosofia e Políticas Educacionais
Filosofia e Políticas Educacionais
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
8 FILOSOFIA CLÁSSICA............................................................................. 20
11 ÉTICA .................................................................................................... 25
12 MORAL .................................................................................................. 27
1
17 O IDEB NO CONTEXTO DAS AVALIAÇÕES EM LARGA ESCALA NAS
ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS ...................................................................... 48
2
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
3
2 INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
Fonte: Google.com
Este ramo do conhecimento que pode ser caracterizado de três modos: seja
pelo conteúdo ou temas tratados, seja pela função que exerce na cultura, seja pela
forma como trata tais temas. Com relação aos conteúdos, contemporaneamente, a
Filosofia trata de conceitos como o bem, beleza, justiça, verdade. Mas, nem sempre
a Filosofia tratou de temas selecionados, como os indicados acima. Inicialmente, na
4
Grécia, a Filosofia tratava de todos os temas, já que até o séc. XIX não havia uma
separação entre ciência e filosofia, incorporava todo o saber (SENEDA, 2009).
No entanto, a Filosofia inaugurou um modo novo de tratamento dos temas a
que passa a se dedicar, determinando uma mudança na forma de conhecimento do
mundo até então vigente. A filosofia em sua trajetória histórica procura resposta as
questões percebidas e a cada época são respondidas a partir de diferentes reflexões
que constituem correntes ou escolas de pensamentos. Platão (427-347a.C) e
Aristóteles (384-322 a.C) deram à filosofia uma de suas melhores definições. Eles
viram a filosofia como um discurso admirado e espantado com o mundo. A filosofia
faz, na concepção tradicional que aparece em Platão e Aristóteles, ou seja, põe certas
perguntas que nos obrigam a olhar o banal como não mais banal. A filosofia, então, é
o vocabulário com o qual desbanalizamos o banal. Tudo com o qual estamos
acostumados torna-se motivo para uma suspeita, tudo que é corriqueiro fica sob o
crivo de uma sentença indignada, e então deixamos de nos aceitar como
acostumados com as coisas que até então estão estávamos acostumados.
6
3 CONCEPÇÕES DE HOMEM
Fonte: Google.com
7
3.1 Concepção metafísica
Costa (2004), propõe que Descartes, Loocke, Galileu e Newton criaram novas
teorias sobre o conhecimento e que até hoje orientam a ciência e pesquisas
científicas, pois desenvolveram o método científico. A ciência percebe regularidades
na natureza e o homem procura encontrar as regularidades que marcam seu
comportamento. A educação inspira-se numa metodologia que enfatiza a rigorosa
programação dos passos para se adquirir o conhecimento (behaviorismo/psicologia
comportamentalista). Tentativa de adequar a metodologia das ciências humanas ao
método das ciências da natureza (experimentação, controle e generalização).
Contrapõem-se às teorias humanistas.
8
Marx: o mundo material é anterior ao espírito, e este deriva daquele. Os homens
se definem pela produção e pelo trabalho coletivo. O homem deve ser compreendido
como um ser real, concreto, situado em um contexto histórico-social. Privilegia-se o
processo, a contradição e o caráter social do se fazer homem. A pedagogia
contemporânea busca o homem como pessoa ou ser social numa interação entre
sujeito e sociedade (COSTA, 2004).
Fonte: Google.com
Costa (2004) afirma que o homem é um ser que interroga a vida, e deve
interrogá-la continuamente. O modo de perguntar difere de homem para homem, mas
o próprio enigma sempre permanece. A resposta do homem ocorre dentro de um
determinado contexto histórico.
Ainda de acordo com o autor o homem, como os outros seres vivos, também
se esforça para se preservar, numa das coisas que difere dos outros organismos é
que produz os meios para sua existência, reorganizando e modificando os recursos
naturais disponíveis. Age dirigido por finalidades conscientes, para responder aos
desafios da natureza e para sobrevivência.
11
Na medida de nossas forças, construímos, uma filosofia e a ela nos
acomodamos, tão bem como tão mal, em nossa ânsia e inquietação de compreender
e de pacificar o espírito. Quando a ciência vai refazendo o mundo e a onda de
transformação alcança as peças mais delicadas da existência humana, só quem vive
à margem da vida, sem interesse e sem paixões, sem amores e sem ódios, pode julgar
que dispensa uma filosofia. Só com uma vida profundamente superficial podemos não
sentir as solicitações diversas e antagônicas das diferentes fases do conhecimento
humano, e os conflitos e perplexidades atordoantes da hora presente (SCARIOTTO,
2007).
Aprender concepções e verdades que engessam o processo de ação e reflexão
diante do mundo e de sua própria existência, é desta que filosofia transforma o
homem. Contudo, boa parte da filosofia volta-se mais para o modo pelo qual
conhecemos as coisas do que propriamente para as coisas que conhecemos, sendo
essa uma segunda razão pela qual a filosofia parece carecer de conteúdo
(RODRIGUES, 2015).
No entanto, discussões a respeito de um critério definitivo de verdade podem
determinar, na medida em que recomendam a aplicação de um dado critério, quais as
proposições que na prática deliberamos serem verdadeiras. Não é tarefa da filosofia
investigar intenções ocultas e preexistentes da realidade, mas interpretar uma
realidade carente de intenções, mediante a capacidade de construção de figuras, de
imagens a partir dos elementos isolados da realidade; ela levanta as questões, cuja
investigação exaustiva é tarefa das ciências; uma tarefa à qual a filosofia permanece
continuamente vinculada, porque sua intensa luminosidade não conseguiria inflamar-
se em outro lugar a não ser contra essas duras questões (RODRIGUES, 2015).
Ainda de acordo com o autor a filosofia tem exercido, por mais que ignoremos
isso, uma admirável influência indireta até mesmo sobre a vida de gente que nunca
ouviu falar nela. Indiretamente, tem sido destilada através de sermões, da literatura,
dos jornais e da tradição oral, afetando assim toda a perspectiva geral do mundo. Em
grande parte, foi através de sua influência que se fez da religião cristã o que ela é
hoje. Devemos originalmente a filósofos ideias que desempenharam papel
fundamental para o pensamento em geral, mesmo em seu aspecto popular, como, por
exemplo, a concepção de que nenhum homem pode ser tratado apenas como um
12
meio ou a de que o estabelecimento de um governo depende do consentimento dos
governado.
No âmbito da política, a influência das concepções filosóficas tem sido
expressiva. É inegável que a influência da filosofia sobre a política pode às vezes ser
nefasta: os filósofos alemães do século XIX podem ser parcialmente
responsabilizados pelo desenvolvimento de um nacionalismo exacerbado que
posteriormente veio a assumir formas bastante deturpadas. Todavia, não resta dúvida
de que essa responsabilidade tem sido frequentemente muito exagerada, sendo difícil
determiná-la exatamente, o que se deve ao fato de aqueles filósofos terem sido
obscuros (RODRIGUES, 2015).
Contudo, Scariotto, (2007), salienta que se uma filosofia de má qualidade pode
exercer influência nefasta sobre a política, com as filosofias de boa qualidade pode
ocorrer o contrário. Não há meios de impedir tais influências sendo, portanto,
extremamente oportuno que dediquemos especial atenção à filosofia com o intuito de
constatar se concepções que exerceram alguma influência foram mais positivas do
que nefastas.
5 PERÍODOS DA FILOSOFIA
Fonte: Google.com
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De acordo com Nascimento (2017), a filosofia tem dois objetivos importantes.
Em primeiro lugar, tenta dar ao homem uma visão unificada do universo em que vive.
Em segundo lugar, procura fazer com que a pessoa tenha um pensamento mais
crítico, ao aguçar sua capacidade de raciocinar com clareza e precisão. A filosofia é
como uma tentativa geralmente obstinada de pensar com clareza. Um filósofo é uma
pessoa que pensa com maior profundidade e obstinação do que as outras. O termo
filosofia origina-se de duas palavras gregas, philo e sophia, que, reunidas, significam
amor à sabedoria.
A filosofia possui um grande valor para as pessoas que vivem nesse mundo
complicado. Muitas delas não têm fundamentos ou crenças que norteiem suas vidas.
A filosofia pode fornecer-lhes uma estrutura racional, com a qual podem pensar. Ao
aceitar uma determinada corrente filosófica, o homem tem possibilidade de começar
a buscar certos objetos e dirigir seu comportamento. Por exemplo, um estoico tenta
dominar suas emoções; um epicurista busca a felicidade através do prazer; o
racionalista tenta chegar ao conhecimento através da razão; o cristão luta pela
salvação através da graça e dos ensinamentos de Jesus Cristo (BRANCO, 2004).
De acordo com o autor supracitado cada conjunto de crenças leva a um
determinado modo de pensar e a um comportamento diferente. A filosofia também
examina fundamentos de outros estudos. Pergunta ao cientista social o que acredita
ser a natureza do homem. Indaga ao físico por que utiliza o método científico. A
filosofia procura organizar as conclusões das várias ciências para mostrar os diversos
modos como estão relacionadas.
15
6 FILOSOFIA OCIDENTAL
Fonte: pixers.be
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resultados das ciências; compatibilidades e incompatibilidades entre as ciências;
formas de relações entre as ciências, etc. (SEVERINO, 2006).
Teoria do conhecimento ou estudo das diferentes modalidades de
conhecimento humano: o conhecimento sensorial ou sensação e percepção; a
memória e a imaginação; o conhecimento intelectual; a ideia de verdade e falsidade;
a ideia de ilusão e realidade; formas de conhecer o espaço e o tempo; formas de
conhecer relações; conhecimento ingênuo e conhecimento científico; diferença entre
conhecimento científico e filosófico, etc. (SEVERINO, 2006).
Ética: estudo dos valores morais (as virtudes), da relação entre vontade e
paixão, vontade e razão; finalidades e valores da ação moral; ideias de liberdade,
responsabilidade, dever, obrigação, etc. (SEVERINO, 2006).
Filosofia política: estudo sobre a natureza do poder e da autoridade; ideia de
direito, lei, justiça, dominação, violência; formas dos regimes políticos e suas
fundamentações; nascimento e formas do Estado; ideias autoritárias, conservadoras,
revolucionárias e libertárias; teorias da revolução e da reforma; análise e crítica das
ideologias (SEVERINO, 2006).
Filosofia da História: estudo sobre a dimensão temporal da existência humana
como existência sócio-política e cultural; teorias do progresso, da evolução e teorias
da descontinuidade histórica; significado das diferenças culturais e históricas, suas
razões e consequências (SEVERINO, 2006).
Filosofia da arte ou estética: estudo das formas de arte, do trabalho artístico;
ideia de obra de arte e de criação; relação entre matéria e forma nas artes; relação
entre arte e sociedade, arte e política, arte e ética (SEVERINO, 2006).
Filosofia da linguagem: a linguagem como manifestação da humanidade do
homem; signos, significações; a comunicação; passagem da linguagem oral à escrita,
da linguagem cotidiana à filosófica, à literária, à científica; diferentes modalidades de
linguagem como diferentes formas de expressão e de comunicação. (SEVERINO,
2006).
História da Filosofia: estudo dos diferentes períodos da Filosofia; de grupos de
filósofos segundo os temas e problemas que abordam; de relações entre o
pensamento filosófico e as condições econômicas, políticas, sociais e culturais de uma
sociedade; mudanças ou transformações de conceitos filosóficos em diferentes
17
épocas; mudanças na concepção do que seja a Filosofia e de seu papel ou finalidade.
(SEVERINO, 2006).
O autor ainda afirma que os dois tipos fundamentais de investigação filosófica
são a filosofia analítica, que é o estudo lógico dos conceitos, tratando o assunto tão
amplo e globalizador que se torna impossível a experimentação, e a filosofia sintética,
que é a organização dos mesmos num sistema unificado, onde a mente se volta para
as minudências, os pormenores, a gênese do assunto, seus aspectos reais em
oposição a seus aspectos aparentes.
Para os gregos clássicos, o termo filosofia significa a busca do conhecimento
por si próprio e abrange todas as áreas do pensamento especulativo. Daí o estudo da
filosofia no mundo de hoje – a filosofia aplicada – envolver às mais diversas áreas:
filosofia da ciência, filosofia da arte, filosofia da educação, filosofia da matemática,
filosofia política, filosofia do direito, etc. Filosofia da Educação: A tarefa da filosofia é
interrogar o mundo para interpretá-lo; à Filosofia da Educação cabe refletir
criticamente a ação pedagógica, examinar a concepção de homem, os valores, os
pressupostos do conhecimento, avaliar currículos, etc. (SEVERINO, 2006).
7 FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA
Fonte: netmundi.org
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De acordo com Morais (2010) a pré-socráticos são os filósofos anteriores a
Sócrates que viveram na Grécia por volta do século VI a.C., considerados os criadores
da filosofia ocidental. Essa fase, que corresponde à época de formação da civilização
helênica, se caracteriza pela preocupação com a natureza e o cosmo.
19
Por volta de fins do século V a.C., os sofistas passaram a ter um importante
papel na evolução das cidades - estado gregas. A famosa máxima de Protágoras (490-
410 a.C), “o homem é a medida de todas as coisas”, é representativa da atitude
filosófica desta escola. Os sofistas, como Protágoras e Górgias (485-380), são
educadores pagos pelos alunos. Pretendem substituir a educação tradicional,
destinada a preparar guerreiros e atletas, por uma nova pedagogia, preocupada em
formar o cidadão da nova democracia ateniense. Com eles, a arte da retórica – falar
bem e de maneira convincente a respeito de qualquer assunto – alcança grande
desenvolvimento (BOCAYUVA, 2010).
Pitágoras (582-500 A. C) afirma que a verdadeira substância original é a alma
imortal, que preexiste ao corpo e no qual se encarna como em uma prisão, como
castigo pelas culpas da existência anterior. O pitagorismo representa a primeira
tentativa de apreender o conteúdo inteligível das coisas, a essência, prenúncio do
mundo das ideias de Platão (BOCAYUVA, 2010).
8 FILOSOFIA CLÁSSICA
Fonte: netmundi.org
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9 FILOSOFIA MEDIEVAL
Fonte: slideshare.net
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10 FILOSOFIA MODERNA
Fonte: revistahcsm.coc.fiocruz.br
De acordo com Andrade (2017) a partir do século XV, a filosofia moderna tem
estado caracterizada por uma contínua interação entre sistemas de pensamento,
fundada em uma interpretação mecanicista e materialista do universo, e os que se
baseiam na fé no pensamento humano como única realidade última. Esta interação
reflete o efeito crescente das descobertas científicas e das transformações políticas
na especulação filosófica. À religiosidade medieval, a filosofia moderna apresenta-se
leiga, profana, crítica e encontra na razão sua fundamentação.
O autor ainda afirma que para compreender a si e o mundo, o homem moderno
debruça-se ainda mais sobre o conhecimento: quer entender a sua própria capacidade
de entender, de conhecer. A teoria do conhecimento pode ser entendida como a
investigação acerca das condições do conhecimento verdadeiro. Conhecer é
representar cuidadosamente o que é exterior à mente, a representação é o processo
pelo qual a mente torna presente diante de si a imagem, a ideia ou o conceito de
algum objeto
Portanto, para que exista conhecimento será necessária a relação entre dois
elementos básicos: um sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente) e um
objeto (a realidade, o mundo, os fenômenos). Só haverá conhecimento se o sujeito
conseguir apreender o objeto, isto é, conseguir representa-lo mentalmente. É possível
24
o conhecimento verdadeiro ou tudo é incerteza? Na realidade, o conhecimento é a
fabricação do ideal sobre a terra (ANDRADE, 2017)
11 ÉTICA
Fonte: riooportunidadesdenegocios.com.br
25
11.1 A Ética na Filosofia
Este é o principal pilar da diferenciação entre Moral e Ética, pois, para ela, toda
moral é normativa, enquanto designada a ditar aos sujeitos os padrões de conduta,
assim como os valores e costumes das sociedades das quais participam. Já a ética
não é necessariamente normativa, e vem, em seguida, sistematizando a subdivisão
de ética em normativa e não normativa, sendo que, normativa seria a ética de deveres
e obrigações; e não normativa, seria a ética que tem como objeto de estudo as ações
e paixões humanas, embasadas no ideal da felicidade, de acordo com o critério da
relação razão - vontade – liberdade (SILVAA , 2016).
(...) entre as tarefas da ética como filosofia moral são essenciais as que
seguem: 1) elucidar em que consiste o moral, que não se identifica com os
restantes saberes práticos (com o jurídico, o político ou o religioso), ainda
esteja estreitamente conectado com eles; 2) tentar fundamentar o moral; ou
seja, inquirir as razões para que haja moral ou denunciar que não as há.
Distintos modelos filosóficos, valendo-se de métodos específicos, oferecem
respostas diversas, que vão desde afirmar a impossibilidade ou inclusive a
indesejabilidade de fundamentar racionalmente o moral, até oferecer um
fundamento; 3) tentar uma aplicação dos princípios éticos descobertos aos
distintos âmbitos da vida cotidiana. (CORTINA, 2010, apud SILVA, 2016, p.
31).
26
Seria responsabilidade da Ética a definição da figura do agente ético e de suas
atitudes, que corresponde ao sujeito consciente, que sabe o que são suas ações,
sendo livre para escolher o que faz, e responsável pelas consequências de seus atos.
E, neste mesmo sentido, o sujeito, desde que em perfeito estado de juízo, já possui a
ideia do que é certo ou errado, em suas atitudes, orientados pelos códigos de conduta
da sociedade em que vive, que definem como fazer (SILVA, 2016).
12 MORAL
Fonte: asemananews.com.br
Silva (2016), propõe que a expressão moral deriva da palavra romana mores,
com o sentido de costumes, conjunto de normas adquiridas pelo hábito reiterado de
sua prática. São regras de conduta que regulamentam o comportamento do indivíduo
na sociedade, garantindo o funcionamento, a estabilidade e a possibilidade de
transformação da própria sociedade.
27
que a existência de princípios morais estáticos seria impossível. É a parte subjetiva
da ética, que ordena o comportamento humano para consigo mesmo, além de
englobar os costumes, obrigações, maneiras e procedência do homem, em convívio
com os demais. Assim, a moral é compreendida na forma de uma conduta voluntária,
isenta de pressões externas ao indivíduo, acrescida de uma listagem de normas de
ação específica, estando então, implícita em códigos, normatizações e leis, que
regulamentam a ação do ser humano, em meio social (SILVA, 2016).
Torna-se oportuno ressaltar que o objeto da Ética é a moral, vista como um dos
aspectos do comportamento humano. É a moralidade positiva, é o conjunto de regras
de comportamento e formas de vida, através das quais tende o homem a realizar o
valor do bem. Sob essa vertente, moral e ética significam algo muito semelhante,
sendo que a distinção conceitual existente não elimina o uso corrente das duas
expressões como intercambiáveis (SILVA, 2016).
13 POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Fonte: medium.com
29
[...] a educação depende da política no que diz respeito a determinadas
condições objetivas como a definição de prioridades orçamentárias que se
reflete na constituição- consolidação-expansão da infraestrutura dos serviços
educacionais etc.; e a política depende da educação no que diz respeito a
certas condições subjetivas como a aquisição de determinados elementos
básicos que possibilitem o acesso à informação, a difusão das propostas
políticas, a formação de quadros para os partidos e organizações políticas de
diferentes tipos, etc. (SAVIANI, 1986, apud GRACIANO, 2017, p.15).
30
14 AS POLÍTICAS DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA NO BRASIL
Fonte: Google.com
32
giratória para onde eram levadas às crianças abandonadas, mantendo os pais no
anonimato (GRACIANO, 2017).
Durante os séculos XIX e XX a ideologia de caridade foi substituída pela
ideologia filantrópica com a criação dos primeiros "institutos de atenção à criança".
Sendo fundado em 1899, o Instituto de Proteção e Assistência à Infância no Rio de
Janeiro, pelo Dr. Arthur Moncorvo Filho e o Instituto Disciplinar de São Paulo, criado
em 1902. O Estado passou a ter papel ativo no atendimento a crianças e adolescentes
privados de assistência que deveriam então submeter-se às suas determinações, para
que não ameaçassem a sociedade, mas a família era responsabilizada pelo abandono
(GRACIANO, 2017).
Em 1927 instituiu-se o primeiro Código de Menores que tratou de questões
referentes a higiene da infância, bem como da delinquência, estabelecendo sobre a
infância vigilância pública, classificando os menores em abandonados e delinquentes.
33
cobrança de ações para prover recursos financeiros e fundamentar a política nacional
de educação (GRACIANO, 2017).
34
bem-estar presente e futuro e de destinar-lhes proteção integral, mantendo-os a salvo
de toda e qualquer negligência, discriminação, violência, crueldade, opressão e
exploração. Cabendo a família, a comunidade, a sociedade e ao Poder Público
assegurar, que isso esses direitos sejam cumpridos (GRACIANO, 2017).
No âmbito da educação as décadas de 1990 e 2000 trouxeram em seu bojo
propostas educacionais apoiadas por organismos internacionais (Banco Mundial e
UNESCO) e políticas sociais nacionais para todos os níveis de ensino: a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB 9394/96, o Plano Nacional de
Educação (2001), a implementarão do Fundo de Manutenção de Desenvolvimento do
Ensino Fundamental - FUNDEF (1996).
Fonte: neuroconecta.com.br
35
questionada, porque se tornou cultura. Está na alma da escola e do professor”
(DEMO, 2004, apud GRACIANO, 2017, p.21).
Inclusão significa ‘escola para todos’, Direito que toda criança possui e que
requer empenho e articulação de todas as instâncias da sociedade. Educação
Inclusiva exige o atendimento de Necessidades Especiais, não apenas dos
portadores de deficiências, mas de todas as crianças. Implica trabalhar com
a diversidade, de forma interativa - escola e setores sensíveis. Deve estar
orientada para o acolhimento, aceitação, esforço coletivo e equiparação de
oportunidades de desenvolvimento. Requer que as crianças portadoras de
necessidades especiais saiam da exclusão e participem de classes comuns.
Para isso, é necessário um diagnóstico cuidadoso que levante as
36
necessidades específicas de cada criança. (SCOTTO, 2005, apud
GRACIANO, 2017, p.22).
37
Cabe à escola integrar-se à comunidade a qual pertence, e fazer do currículo o
grande articulador do trabalho pedagógico com o contexto social e cultural dos seus
usuários. É de extrema importância no processo de inclusão a conscientização de que
todos são pessoas que possuem diferenças e singularidades. Ao passo que há
necessidades educacionais comuns, independentes da condição social, cultural e
pessoal (que geralmente fazem parte do currículo escolar), há também uma bagagem
pessoal, da qual fazem parte crenças, visão do mundo e interesses distintos, inerentes
à cultura de origem do aluno (LEONARDO, 2008).
38
16 AS REFORMAS DA EDUCAÇÃO: POLÍTICAS DE RESULTADOS E O MODELO
DE MERCADO
Fonte: /theintercept.com
Segundo Dantas e Jesus (2003), no final da década de 1970 surgem nos países
desenvolvidos atividades que demandam produtividade e eficiência em meio às
práticas sociais. A globalização e o desenvolvimento tecnológico são fatores que
nortearam os rumos da sociedade e ocasionaram mudanças significativas nas
práticas cotidianas das pessoas e das instituições públicas e privadas. O acesso e a
aceitação de um novo modelo social significaram rupturas com o que até então estava
estabelecido e proporcionou aos países em desenvolvimento e os subdesenvolvidos
a tentar se adaptarem a esses novos modelos para ter acesso ao conhecimento, ao
comércio e a lógica mercantilista. A recente reestruturação de sistemas educacionais
pode ser explicada de forma correta recorrendo-se ao entendimento da globalização.
Desse modo, para compreender como se deu o desenvolvimento das reformas
nas políticas educacionais, faz-se necessário analisar o processo da globalização e a
sua relação com a educação no contexto social. A partir do fenômeno da globalização,
a educação foi tomando novos rumos e consequentemente, a influência desta incidiu
em várias consequências, entre elas, políticas educacionais formuladas por empresas
multilaterais que visavam à formação dos sujeitos para a atuação no mercado de
trabalho, à mão de obra barata, desqualificada, à procura do lucro e, assim,
ressignificando o papel social da educação (DANTAS, JESUS, 2003).
39
A “globalização” é frequentemente considerada como representando um
inelutável progresso no sentido da homogeneidade cultural, como um
conjunto de forças que estão a tornar os estados-nação obsoletos e que pode
resultar em algo parecido com uma política mundial, e como refletindo o
crescimento irresistível da tecnologia da informação. (DALE, 2004, apud
SILVA, 2019, p. 262).
De acordo com Peroni, Caetano e Lima (2017) a globalização está voltada para
a homogeneização da cultura em que os estados-nação perdem sua força, sua
contribuição na sociedade e, por sua vez, o crescimento da tecnologia da informação
colaborou para o fenômeno da globalização e da homogeneização das culturas. Na
abordagem denominada de “Agenda Globalmente Estruturada para a Educação”,
destaca-se que a globalização “é vista como sendo construída através de três
conjuntos de atividades relacionadas entre si, econômicas, políticas e culturais”.
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religiosas e jurídicas interligadas de modo complexo (PERONI, CAETANO, LIMA,
2017).
A partir da década de 1990, no Brasil, aconteceram algumas mudanças nas
quais ocasionaram um novo modelo de sociedade por meio da concepção política do
neoliberalismo. O modelo neoliberal tem como princípio possibilitar que as pessoas
tenham autonomia para desenvolverem suas atividades educativas, de saúde e de
lazer sem o auxílio do Estado, pois até então havia uma defesa de que o Estado seria
o provedor das ações básicas para os cidadãos (PERONI, CAETANO, LIMA, 2017).
Após a implantação das políticas neoliberais no contexto brasileiro, muitas
rupturas aconteceram, mudando as ações dos cidadãos no cenário político e social
no Brasil. As práticas neoliberais surgiram no Brasil com intensidade no mandato de
Fernando Collor de Melo (1990-1992) e se consolidaram nos mandatos de Fernando
Henrique Cardoso (1995-2003) que apresentam à sociedade brasileira uma nova
concepção política que tem como principal fator um Estado mínimo com práticas do
voluntariado para a sociedade civil e um Estado Avaliador, por meio da implantação
de políticas que favorecem aos empresários e ao mercado financeiro (DANTAS,
JESUS, 2003).
Após a vivência das práticas neoliberais na sociedade brasileira surgiram
diversos fenômenos que evidenciaram as consequências dessa política na esfera
social, entre elas destacam-se o fracasso reiterado das tentativas de estabilização da
economia e controle da inflação, retração econômica, aumento das desigualdades,
violência urbana e a má qualidade de vida para a população menos favorecida. As
desigualdades sociais, a falta de oportunidade de emprego, de lazer, de saúde e de
educação de boa qualidade para a população foram os aspectos que mais ficaram em
evidência, c e pequenas cidades as comunidades populares, ficando evidente que a
maioria da população vive sem as mínimas condições de moradia, de saneamento
básico, de iluminação pública de qualidade, de transporte e de lazer (DANTAS,
JESUS, 2003).
Em meio às desigualdades visíveis na sociedade brasileira é possível perceber
uma pequena fração da população em condições favoráveis tendo suas empresas e
seus patrimônios como aspectos que lhes garantem segurança e os bens necessários
para ter uma vida digna, diferente da classe trabalhadora que tem sua força de
trabalho explorada pelos empresários que formam a burguesia/elite brasileira. Assim,
41
pode-se afirmar que a concepção política neoliberal favorece a classe dominante, pois
este paradigma político foi elaborado com princípios favoráveis a classe já favorecida,
enquanto que a classe que necessita da intervenção do Estado não tem nenhum
auxílio, mesmo que mínimo, para tornar suas vidas menos sofridas (DANTAS, JESUS,
2003).
Dessa forma, cabe destacar que o neoliberalismo é uma concepção política
que tem em suas raízes uma ideologia dominante, com preceitos reformistas, os quais
contribuem para a intensificação das desigualdades social, política, cultural,
econômica e educacional.
42
As ações que os organismos internacionais desenvolvem nas escolas públicas
são favoráveis aos seus próprios interesses, pois a partir da disseminação das
ideologias mercadológicas que estão presentes nos projetos e nas atividades
realizadas, a sociedade aprimora esses objetivos, uma vez que as políticas
desenvolvidas têm intenções, contribuindo para um paradigma de sociedade, de
homem e de cultura. Na década de 1970, a participação do Banco Mundial no ensino
básico, no Brasil, era de 1%, elevando-se para 43% na década de 1980, atualmente
a principal instituição internacional que intervém na escola pública brasileira é a
UNESCO, por meio de seus projetos em todo território nacional (DANTAS, JESUS,
2003).
Em 1996 foi lançado pelos organismos internacionais um relatório que tem
como objetivo apresentar os quatro pilares da educação designados como: aprender
a ser, aprender a fazer, aprender a conhecer e aprender a conviver. Esses pilares são,
segundo os organismos internacionais, princípios que devem nortear as práticas
educacionais, pois são planejados e vivenciados pelos países dos Estados Unidos,
França e Espanha tendo resultados positivos. Por meio das influências internacionais
pode-se refletir sobre aspectos pertinentes para a educação brasileira. A
produtividade e a eficiência são princípios propagados pelos organismos
internacionais os quais repercutem nas políticas públicas e são aprimoradas pelos
educadores e profissionais da educação fazendo com que os estudantes também se
insiram nessa lógica de interesses, com intenções bem definidas. As reformas
educacionais são exemplos significativos de espaços que dialogam com instituições
internacionais concebendo novas posturas de interesse exclusivo dos reformadores.
(DANTAS, JESUS, 2003).
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dessas orientações. As políticas de Estado para a educação, como o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério (FUNDEF), instituído pela Emenda Constitucional n. 14, de setembro de
1996, e regulamentado pela Lei n. º 9.424, de 24 de dezembro de 1996, também
seguiam os mesmos padrões, repercutindo diretamente na sociedade, apresentando
consequências para as demais etapas de escolarização (DANTAS, JESUS, 2003).
Outro aspecto para mencionar é a lógica de interesses que há na atuação dos
organismos internacionais ao financiar/emprestar e criar programas educativos para
as escolas públicas brasileiras. Enfim, existe uma lógica de poder e de subordinação
que acaba gerando riquezas para uns e pobreza para outros.
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qual requer exclusivamente resultados nas diferentes dimensões do processo
educacional.
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16.1 Quadro I: Médias a serem atingidas pelas escolas públicas no IDEB e no
PISA até 2021
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escaparem de escolas ruins, e o fim da distância de desempenho entre ricos
e pobres, negros e brancos. (RAVICTH, 2011, apud SILVA, 2019, p. 271).
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[...] dentre os perigosos efeitos de uma situação de quase-mercado, situam-
se as formas pelas quais as escolas que desejam manter ou ampliar sua
posição no mercado “peneiram” para garantir que determinados tipos de
alunos, com características específicas, sejam aceitos, enquanto outros tipos
de alunos são considerados insuficientes. Em algumas escolas, os
estereótipos foram reproduzidos de forma que as meninas fossem vistas
como mais valiosas, assim como alunos de certas comunidades asiáticas.
Crianças afrocaribenhas quase sempre eram consideradas fracassadas.
(APPLE, 2002, apud SILVA, 2019, p. 273).
Fonte: pbagora.com.br
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Outro fator de tensão nesse processo é a neutralidade da autonomia do
professor, uma vez que os objetivos educacionais e o planejamento do docente são
objetos da didática do profissional da educação que não estão tendo visibilidade nas
políticas de avaliações em larga escala. É importante refletir sobre estas questões,
pois possibilitam visualizar a sociedade que queremos formar, assim como a
concepção de escola, de homem e de educação que as políticas públicas
educacionais estão desenvolvendo (SILVA, 2019).
Nessa dimensão é possível afirmar que o objetivo maior dos burocratas da
educação é quantificação do saber, assim como os dados quantitativos e suas
repercussões no cenário nacional e internacional. As políticas educacionais
desenvolvidas para a construção do IDEB são propícias ao empobrecimento da
educação pública democrática, inclusiva e de boa qualidade, uma vez que a exclusão
de saberes e de alguns estudantes se dá no contexto de vivência dos amontoados de
testes e treinamentos para a realização das provas. Outro fator refere-se à dimensão
da pressão aos professores por resultados satisfatórios, ou quando o seu salário está
associado ao sucesso da criança nas provas da avaliação externa, ela interfere
irremediavelmente nesta relação e sela o destino da criança (SILVA, 2019).
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