01 - Petição Inicial - Ação de Regresso

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 9

AO DOUTO JUÍZO DA ____ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE

PORTO VELHO - RO

SOCIAL ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS, pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 15.850.639/0001-33, localizado na
Avenida Jorge Teixeira, nº 1423, Bairro Nossa Senhora das Graças, Porto
Velho – RO, CEP: 76.804-017, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, por intermédio de seus advogados infra-assinados, com
fundamento no art. 283 c/c art. 884 do código civil, bem como as demais
disposições legais que regem a matéria, ajuizar a presente

AÇÃO REGRESSIVA DECORRENTE DA AÇÃO


TRABALHISTA

Em face de CASA ALTA CONSTRUÇÕES LTDA, pessoa jurídica


de direito provado, inscrita no CNPJ nº 77.578.623/0001-70, localizada na
avenida Carlos Gomes, 2828, Bairro São Cristóvão, Porto Velho-RO, CEP
76.804-021, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor.
I – DOS FATOS

A SOCIAL ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS, foi condenada


solidariamente com a CASA ALTA CONSTRUÇÕES LTDA, ao
pagamento das verbas trabalhistas para o Senhor ORLENILSON
BARBOZA DA SILVA, nos autos do processo nº 0001001-
71.2015.5.14.0004, oriundo da 4ª vara do trabalho da comarca de Porto
Velho-RO, acrescidos ainda de encargos previdenciários, fiscais e custas.

Todavia, apenas a empresa SOCIAL ADMINISTRADORA DE


IMÓVEIS, arcou com os valores e custas do processo, uma vez que a CASA
ALTA CONSTRUÇÕES LTDA se manteve inerte com relação aos
pagamentos, inclusive sem possibilidade de bloqueios judiciais, uma vez que
não havia saldo disponível.

Ressalta-se que a SOCIAL ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS,


atua na administração e locação de imóveis, sendo assim, há diversos
contratos de locação de seus imóveis em vigor. Em razão disso, a autora
recebe o pagamento dos aluguéis, como forma de garantia dos imóveis
locados.

Ocorre que, em 09 de dezembro de 2019, a SOCIAL


ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS, apresentou embargos à execução,
uma vez que foi bloqueado via bacenjud o importe de R$ 90.346,50 (nove mil,
trezentos e quarenta e seis reais e cinquenta centavos), porém os referidos
valores bloqueados eram referentes à contratos de locação de imóveis, pois
são utilizados como caução.
Em 28 de janeiro de 2020, houve audiência de tentativa de conciliação
entre as partes, onde a autora firmou proposta conciliatória, quitando o
processo, pagando a quantia líquida de R$ 106.167,00 (cento e seis mil, cento
e sessenta e sete reais), da seguinte forma: levantamento da quantia de R$
R$53.083,62 (cinquenta e três mil, oitenta e três reais e sessenta e dois
centavos), bloqueada por meio do convênio Bacenjud, em favor do
reclamante, mediante expedição de alvará e pagamento de 09 (nove) parcelas
mensais e sucessivas de R$5.898,18 (cinco mil, oitocentos e noventa e oito
reais e dezoito centavos), por meio de depósito na conta bancária do
escritório de advocacia que patrocinava a causa do reclamante.

Por fim, quando da finalização do acordo na esfera trabalhista, a autora


requereu a consignação em ata que a mesma se resguardava ao direito de
regresso em relação a segunda reclamada CASA ALTA CONSTRUÇÕES
LTDA.

Eis a síntese dos fatos.

II – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO – ART. 319, VII DO CPC.

O art. 319, VII, do código de processo civil dispõe que a petição inicial
deverá indicar a opção do autor pela realização da audiência de conciliação ou
não. Portanto, a autora manifesta interesse na referida audiência.

III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


a) DA SOLIDARIEDADE ENTRE AS PARTES – DECISÃO
CONDENATÓRIA TRABALHISTA TRANSITADA EM JULGADO

A presente ação de regresso tem como base sentença trabalhista


condenatória, em que reconheceu judicialmente a solidariedade entra a autora
e a ré, ao pagamento das verbas trabalhistas do contrato de trabalho do Sr.
Orlenilson Barboza da Silva.

Conforme já informado acima, a autora teve bloqueado judicialmente o


valor de R$ 53.083,62 (cinquenta e três mil, oitenta e três reais e sessenta e
dois centavos), e com o fito de evitar futuros bloqueios, firmou proposta
conciliatória, ao qual foi aceita pelo reclamante na ação trabalhista, o
pagamento de 09 (nove) parcelas mensais e sucessivas de R$5.898,18 (cinco
mil, oitocentos e noventa e oito reais e dezoito centavos), por meio de
depósito na conta bancária do escritório de advocacia que patrocinava a causa
do reclamante.

O art. 283 do código civil, determina que o devedor solidário que pagar
a dívida dos demais tem direito de reaver os valores despendidos, vejamos:

Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a
exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se
igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se
iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.

Ainda, o art. 884 do código civil dispõe que aquele, que sem justa causa,
se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente
auferido. Ora Excelência, conforme podemos observar, a empresa ré deixou
de arcar com o valor que também era devido seu, se mantendo inerte nos
autos.

A jurisprudência é uníssona em afirmar a possibilidade da ação de


regresso contra devedor solidário em processo trabalhista, vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE


RESSARCIMENTO.DÉBITO PROVENIENTE DE AÇÃO
TRABALHISTA.CONDENAÇÃO SOLIDÁRIA DE
AMBAS AS LITIGANTES NA JUSTIÇA DO
TRABALHO.PAGAMENTO INTEGRAL POR UMA DAS
EMPRESAS.DIREITO DE REGRESSO DA PARTE QUE
ARCOU COM A INTEGRALIDADE DO DÉBITO ATÉ O
LIMITE DA SUA QUOTA PARTE. ART. 283, CPC.
PRESCRIÇÃO AFASTADA. ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
(ART. 206, § 3º, IV, CC). DATA DO EFETIVO
DESEMBOLSO COMO TERMO INICIAL. DISCUSSÃO
INDIFERENTE QUANTO À FORMAÇÃO DE GRUPO
ECONÔMICO. AMBAS AS INSTITUIÇÕES FORAM
SOLIDARIAMENTE CONDENADAS NA JUSTIÇA DO
TRABALHO. DECISÃO QUE TRANSITOU EM JULGADO.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
(TJPR - 7ª C. Cível - AC - 1030484-6 - Região Metropolitana de
Londrina - Foro Central de Londrina - Rel.: Juiz Victor Martim
Batschke - Unânime - J. 11.06.2013) (TJ-PR - APL: 10304846 PR
1030484-6 (Acórdão), Relator: Juiz Victor Martim Batschke, Data
de Julgamento: 11/06/2013, 7ª Câmara Cível, Data de Publicação:
DJ: 1164 16/08/2013) (grifamos)
APELAÇÃO. AÇÃO DE REGRESSO. CONDENAÇÃO
SOLIDÁRIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO.
REQUERIDA QUE PAGOU QUASE A
INTEGRALIDADE DA CONDENAÇÃO. SENTENÇA
QUE RECONHECEU O DEVER DA REQUERIDA
RESSARCIR A AUTORA NO EQUIVALENTE A 50% DA
CONDENAÇÃO QUE DEVE SER MANTIDA.
DEVEDOR SOLIDÁRIO QUE QUITA A DÍVIDA TEM
DIREITO DE EXIGIR DO CODEVEDOR SUA QUOTA
PARTE, ART. 283 CC. COMPROVAÇÃO DE QUE, IN
CASU, A CULPA DAS DUAS REQUERIDAS SE
EQUIVALEM PELO QUE DEVE SER MANTIDA A
RESPONSABILIDADE DE CADA UMA CUSTEAR 50% DO
MONTANTE INDENIZATÓRIO. DEMONSTRADO QUE A
AUTORA QUITOU PARTE DO QUE SERIA DEVIDO PELA
REQUERIDA, LEGÍTIMO O PLEITO DE
RESSARCIMENTO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO
DESPROVIDO. (TJPR - 10ª C. Cível - 0000115-
83.2014.8.16.0139 - Prudentópolis - Rel.: Desembargadora Ângela
Khury - J. 25.10.2018) (TJ-PR - APL: 00001158320148160139 PR
0000115-83.2014.8.16.0139 (Acórdão), Relator: Desembargadora
Ângela Khury, Data de Julgamento: 25/10/2018, 10ª Câmara
Cível, Data de Publicação: 14/11/2018) (grifamos)

Posto isso, requer seja a empresa ré condenada a ressarcir o prejuízo


sofrido pela empresa autora, no que tange ao pagamento da condenação
trabalhista, na medida de sua quota parte, conforme cálculos apresentados
abaixo.
b) DA VALOR TOTAL QUITADO NO ACORDO
HOMOLOGADO EM JUÍZO

No caso em comento, através da ata de audiência homologatória do


acordo trabalhista entabulado entre as partes, a empresa autora arcou sozinha
com o valor de R$ 106.107,00 (cento e seis mil e cento e sete reais), conforme
trecho da ata de audiência homologatória do acordo, vejamos:

Assim, considerando o disposto no art. 283 do Código Civil, o devedor


solidário que satisfez a dívida por inteiro tem o direito de exigir de cada um
dos codevedores a sua quota parte.

Diante disso, a autora pleiteia 50% (cinquenta por cento) do valor pago,
em razão da condenação trabalhista solidária, perfazendo o importe de R$
53.053,50 (cinquenta e três mil, cinquenta e três reais e cinquenta
centavos).

VI – DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, requer:


a) A citação da ré para comparecer em audiência de tentativa de
conciliação, nos termos do art. 319, IV e 334 do CPC;

b) O reconhecimento do direito de regresso da empresa SOCIAL


ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS, nos termos do art. 283 c/c art. 884
do CPC, em razão do pagamento na integralidade da condenação trabalhista;

c) A condenação da requerida ao pagamento das verbas trabalhistas


do acordo entabulado, conforme sentença homologatória, e tudo que dela
decorrer, tais como encargos previdenciários e fiscais, juros, correção
monetária, custas processuais, nos termos do cálculo apresentado, acrescidos
de juros e correção monetária, a título de ressarcimento dos danos sofridos
pela SOCIAL ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS decorrentes da
responsabilidade solidária reconhecida na esfera trabalhista.

Por oportuno requer que todas as intimações sejam publicadas


EXCLUSIVAMENTE em nome de JOSÉ VITOR COSTA JUNIOR
OAB/RO 4.575, sob pena de nulidade.

Dá-se a causa o valor de R$ 53.053,50 (cinquenta e três mil,


cinquenta e três reais e cinquenta centavos).

Nesses termos,
Requer deferimento.

Porto Velho/RO, 08 de junho de 2021.


JOSÉ VITOR COSTA JÚNIOR EVERTON MELO DA ROSA
OAB/RO 4.575 OAB/RO 6.544

GUILHERME SANTOS SANTANA


OAB/RO 10.000

Você também pode gostar