Controle Estatístico Do Processo - Unicesumar
Controle Estatístico Do Processo - Unicesumar
Controle Estatístico Do Processo - Unicesumar
DO PROCESSO
PROFESSOR
Me. Maílson José da Silva
ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Renata Cristina de Souza
Chatalov
Projeto Gráfico e Capa C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Núcleo de Educação a Distância. SILVA, Maílson José da.
e Thayla Guimarães Controle Estatístico do Processo.
Editoração Maílson José da Silva.
Andreza Diniz Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. Reimpresso 2021.
192 p.
Design Educacional
“Graduação - EaD”.
Rossana Costa Giani
1. Controle 2. Estatística 3. Processo. EaD. I. Título.
Revisão Textual
Cindy Mayumi Okamoto Luca
Ilustração
André Azevedo
Fotos CDD - 22 ed. 658.5
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Shutterstock Impresso por:
ISBN 978-85-459-2077-9
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/2624890823247854
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
Seja bem-vindo(a) à disciplina de Controle Estatístico do Processo (CEP). A partir de agora, você
estudará a aplicação de conceitos estatísticos no gerenciamento de processos. A qualidade de
produtos depende do bom desempenho dos diversos fatores usados na produção de bens e
serviços. Assim, esta disciplina apresentará conceitos e ferramentas utilizados para promover
e monitorar o desempenho desses fatores que constituem um processo.
explorando Ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
8 UNIDADE 02
52
ESTATÍSTICA INTRODUÇÃO AO
DESCRITIVA CONTROLE
E NOÇÕES DE ESTATÍSTICO
PROBABILIDADE DO PROCESSO
E FERRAMENTAS DE
CONTROLE
UNIDADE 03
94 UNIDADE 04
126
CONTROLE CONTROLE
ESTATÍSTICO ESTATÍSTICO
DO PROCESSO DO PROCESSO
POR ATRIBUTOS POR VARIÁVEIS
UNIDADE 05
166 FECHAMENTO
185
CAPACIDADE DE CONCLUSÃO GERAL
PROCESSOS
1
ESTATÍSTICA DESCRITIVA
E NOÇÕES DE
PROBABILIDADE
PROFESSOR
Me. Maílson José da Silva
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Definição e aplicação da estatística
descritiva • Tipos de variáveis • Medidas de tendência central e posição • Medidas de variação ou de
dispersão • Noções de probabilidade.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar a estatística descritiva e expor exemplos de sua utilização • Classificar as variáveis usadas
na estatística descritiva • Explicar as medidas de tendência central e posição • Explanar as medidas de
variação • Trabalhar as noções de probabilidade utilizadas no Controle Estatístico do Processo (CEP).
INTRODUÇÃO
APLICAÇÃO
DA ESTATÍSTICA
descritiva
pensando juntos
Como uma empresa de ônibus pode determinar o número de linhas e veículos necessá-
rios para atender a demanda de transporte municipal?
No nosso dia a dia, como a estatística está presente? Você possui seus próprios
dados estatísticos. Por exemplo, o gasto médio mensal com roupas, alimentação,
transporte etc. são dados que manipulamos constantemente. Caso você tenha
uma grande família, você pode comparar o seu peso com os demais membros,
a fim de verificar se está muito acima ou muito abaixo da média de peso dos
membros da sua família.
A estatística também está presente na indústria, que é o foco do nosso estudo,
uma vez que a prestação de serviços e a produção de bens utilizam e geram da-
10
dos para o seu funcionamento. Enquanto dados de entrada, temos, por exemplo,
UNICESUMAR
a quantidade gasta, mensalmente, com matéria-prima, terceirizações, material
de uso e consumo, material de embalagem etc. Já como dados de saída, há a
quantidade produzida, diariamente, de cada modelo de produto, a quantidade
de serviços prestados, o total de insumos gastos para a produção etc.
Além disso, as características dos materiais utilizados no processo produtivo
e dos bens/serviços produzidos podem ser medidas. Essas medições geram da-
dos úteis para o gerenciamento dos processos. Por exemplo, em uma indústria
de chapas de alumínio, pode-se medir a espessura das chapas produzidas. Com
base nas medições de um determinado lote, pode-se decidir se ele está, ou não,
dentro das especificações. Observe que esse é o nosso interesse no CEP: controlar
e gerenciar processos.
Quais são os objetivos da estatística? Ela é uma ciência utilizada para a coleta,
organização, análise e interpretação de dados, os quais provêm de observações,
contagens, respostas e medições. Por meio da interpretação dos dados, tomam-se
decisões nas mais diferentes áreas.
Observe que uma parte da estatística é responsável por coletar, organizar e
representar os dados. Isso acontece, por exemplo, quando registramos o tempo
de conclusão para a lavagem de cada veículo de pequeno porte que chega em um
lava-rápido. Após coletar o tempo de cada lavagem, podemos apresentar esses
dados em uma tabela, a qual mostrará o horário de chegada e de saída de cada
veículo bem como o tempo gasto. Ainda, podemos representar o tempo médio
para a lavagem de um veículo.
Perceba que fizemos a coleta, a organização e a representação dos dados, os
quais, nesse caso, são os tempos de entrada e saída de cada veículo que chega
até o lava-rápido. Essa parte da estatística é chamada de estatística descritiva,
pois visa apenas descrever os dados coletados. A outra parte da estatística será
responsável por elaborar conclusões a partir dos dados coletados, a denominada
estatística inferencial. Em nosso exemplo do lava-rápido, a estatística inferen-
cial pode ser usada para estimar a probabilidade de um veículo ser lavado com
uma certa duração de tempo.
Agora, você consegue visualizar as aplicações dessas duas partes da estatística?
Veja mais um exemplo aplicado à indústria metalúrgica: quando se coleta e orga-
niza dados sobre o diâmetro de tubos produzidos e se representa o diâmetro mé-
dio em um relatório, há a estatística descritiva. Quando um gerente de qualidade
quer saber a probabilidade de um tubo ser produzido dentro das especificações,
11
será necessário aplicar a estatística inferencial. Pense, nesse momento, em todas as
UNIDADE 1
pensando juntos
Pelo fato de que o nosso foco, neste tópico, é a estatística descritiva, apresentaremos
um exemplo de como coletar, organizar e representar dados. No desenvolvimento do
exemplo, você compreenderá melhor os conceitos, até agora, apresentados e saberá
como podemos representar os dados, por meio de tabelas e gráficos. Os dados desse
exemplo serão usados, também, na explicação dos conceitos dos demais tópicos.
Exemplo
Uma empresa que fabrica artigos em alumínio deseja saber qual dos seus dois
fornecedores de chapas de alumínio entrega o material de maneira mais rápida. Para
isso, coletou-se dados dos tempos de entrega, medidos desde o dia do pedido até o
dia da entrega, durante um mês, e resumidos na tabela a seguir:
12
Tempo de entrega - Tempo de entrega -
UNICESUMAR
Pedido
Fornecedor 1 (dia) Fornecedor 2 (dias)
1 10 7
2 15 11
3 13 9
4 6 7
5 13 6
6 7 12
7 13 11
8 11 6
9 12 7
10 10 10
11 7 5
12 2 10
13 5 5
14 6 4
15 7 5
16 9 13
17 11 6
18 8 3
19 2 10
20 3 6
13
Ao visualizar os dados da Tabela 1, você consegue saber qual fornecedor é o mais
UNIDADE 1
rápido? Pela forma como os dados foram apresentados, fica um pouco difícil res-
ponder, não é mesmo? Assim, faremos um tratamento estatístico para representar
melhor os dados, por meio da transformação de dados “soltos” em “organizados”.
Podemos representar o tempo de entrega em classes de frequência. Para cada
fornecedor, construiremos uma tabela de frequência e organizaremos os dados
de forma crescente. Em seguida, calculamos a diferença entre o maior e o menor
valor, obtendo a amplitude total dos dados. Depois, dividimos essa amplitude pelo
número total de classes desejadas. Como recomendação, deve-se ter um total de
5 a 20 classes (LARSON; FARBER, 2015).
Ordenando os dados: para o primeiro fornecedor, temos os seguintes dados
ordenados do menor para o maior:
2 � � � � � � � � � 2 � � � � � � � � 3 � � � � � � � � 5 � � � � � � � � 6 � � � � � � � � 6 � � � � � � � � 7 � � � � � � � � 7 � � � � � � � � 7 � � � � � � � � 8 � � � � � � � � 9 � � � � � � � 10
� � � � � � � 10
� � � � � � � 11
�� � � � �
11� � � � � � 12 � � � � � � � � � � � 13
� � � � � � 13 � � � � � � � 13 � � � � � � � 15 �
= 13
Amplitude de classe =
/ 5 2, 6
h = AT / n
Em que:
h = Amplitude de classe
AT = Amplitude total (calculada anteriormente)
n = número de classes (nesse caso foi escolhido 5 classes)
Pelo fato de que os nossos dados são valores inteiros, em dias, é conveniente
arredondar a amplitude da classe para um número inteiro. Como a amplitude
total não é muito alta, arredondaremos o valor da amplitude de cada classe para
2. Portanto, há cinco classes com amplitude de 2 unidades.
14
UNICESUMAR
pensando juntos
Determinando as classes e sua frequência: pelo fato de que o menor valor dos
nossos dados é 2, a classe de menor amplitude terá limite inferior a 2 e serão
somadas 2 unidades para determinar o seu limite superior. Assim será feito para
determinar as demais classes. Em seguida, contaremos quantos valores dos nos-
sos dados estão dentro da frequência determinada. Por exemplo, a primeira clas-
se é 2 − 4 . A segunda classe será 5 − 7 (acrescentamos uma unidade para deter-
minar o limite inferior da segunda classe). Quantos valores temos entre 2 e 4?
Observando os dados, percebemos que é um total de 3. Essa é a frequência da
classe 2 − 4 . A Tabela 2 mostra as classes e a sua distribuição de frequência:
Classe Frequência
2 −− 4 3
5 −− 7 6
8 − − 10 4
11 − − 13 6
14 − − 16 1
Total 20
Tabela 2 - Distribuição de frequência do tempo de entrega de material do fornecedor 1
Fonte: o autor.
15
Classe Frequência
UNIDADE 1
3 −− 5 5
6 −− 8 7
9 − − 11 6
12 − − 14 2
15 − − 17 0
Total 20
Tabela 3 - Distribuição de frequência do tempo de entrega de material do fornecedor
Fonte: o autor.
Agora, com os dados organizados, fica mais fácil visualizar o tempo de entre-
ga para cada fornecedor. Observamos que o fornecedor 1 possui entregas com
maior frequência, entre 5 e 7 e 11 e 13. Já o fornecedor 2 possui entregas com
maior frequência entre 6 e 8 e 9 e 11. Para melhorar, ainda mais, a visualização
dos dados, podemos calcular o ponto médio e a frequência relativa de cada
classe. O ponto médio é dado pela soma entre os limites da classe dividido por 2.
Já a frequência relativa é o resultado da frequência da classe dividido pelo total
de dados (no nosso exemplo, são 20 dados). As tabelas, a seguir, apresentam os
resultados calculados:
Frequência
Classe Frequência Ponto médio
relativa
2 −− 4 3 0, 15 3
5 −− 7 6 0, 30 6
8 − − 10 4 0, 20 9
11 − − 13 6 0, 30 12
14 − − 16 1 0, 05 15
Total 20 1
Tabela 4 - Distribuição de frequência do tempo de entrega do fornecedor 1 com valores do
16
ponto médio e frequência relativa / Fonte: o autor.
Frequência
UNICESUMAR
Classe Frequência Ponto médio
relativa
3 −− 5 5 0, 25 4
6 −− 8 7 0, 35 7
9 − − 11 6 0, 30 10
12 − − 14 2 0, 10 11
15 − − 17 0 0 16
Total 20 1
Tabela 5 - Distribuição de frequência do tempo de entrega do fornecedor 2 com valores do
ponto médio e frequência relativa / Fonte: o autor.
5
FREQUÊNCIA
0
1,5-4,5 4,5-7,5 7,5-10,5 10,5-13,5 13,5-16,5
FRONTEIRAS DE CLASSE
5
FREQUÊNCIA
0
2,5-5,5 5,5-8,5 8,5-11,5 11,5-14,5 14,5-17,5
Observe que, no eixo horizontal, as fronteiras de classe não são iguais aos limites
inferior e superior de classe. Além disso, realizamos a subtração e adição de 0,5
para calcular as fronteiras. Isso é feito, pois não podem existir lacunas entre as
barras, ou seja, o ponto em que uma termina é o ponto em que a outra se inicia.
pensando juntos
Outros gráficos podem ser utilizados para representar a frequência de distribuição, tais
como o polígono de frequência, o histograma de frequência relativa e o histograma de
frequência acumulada. O polígono de frequência não é representado por barras, mas por
uma linha cujos valores são os pontos médios de cada classe. O histograma de frequência
relativa apresenta barras, porém os valores são os de frequência relativa, e não o valor da
frequência de cada classe. Já o histograma de frequência acumulada é um gráfico de linha
que cresce de forma acumulada.
Fonte: o autor.
18
2
TIPOS DE
UNICESUMAR
VARIÁVEIS
Assim como foi estudado até agora, a estatística é utilizada para entender me-
lhor os eventos que envolvem dados numéricos e pode ser aplicada aos dados
não numéricos. Esses dados se originam de estudos estatísticos, os quais podem
ser observacionais ou experimentais. Os estudos observacionais são aqueles
em que não existe interferência na geração dos resultados, ou seja, os dados são
coletados, apenas, conforme a sua ocorrência. Esse é caso da coleta das dimen-
sões de produtos fabricados em uma linha de produção, do tempo de entrega
de fornecedores, da temperatura de um forno ao longo do dia etc. Já os estudos
experimentais são aqueles em que o pesquisador interfere nos resultados, com o
objetivo de verificar a influência de uma variável sobre outras. Esse é o caso da
coleta de dados de resistência de uma chapa moldada de acrílico, que depende da
temperatura do forno. Assim, molda-se um grupo de chapas a uma temperatura
mais baixa e outro grupo a uma temperatura mais alta. Mede-se, em seguida,
a resistência dessas chapas a fim de verificar a interferência da temperatura na
resistência. Em outras palavras, trabalha-se com um grupo de tratamento (as
chapas que recebem maior temperatura) e um grupo de controle (as chapas que
recebem menor temperatura).
pensando juntos
Que tipo de estudo estatístico é utilizado para determinar a eficácia de um novo medicamento?
19
Todos os tipos de estudos lidam com dados, os quais representam variáveis que
UNIDADE 1
Operações possíveis
Nível de
mensuração Categorizar Ordenar Subtrair Determinar
os dados os dados os dados múltiplos
Os dados nominais são aqueles que expressam qualidades, por exemplo, cor de
uma peça, nome, número do lote etc. Para esses dados, é possível apenas realizar
a operação de categorizar. Por exemplo, pode-se dividir as peças em duas cate-
gorias: as com cores mais claras e as com cores mais escuras.
Os dados ordinais são aqueles que expressam o valor de uma ordem e podem
ser dados quantitativos ou qualitativos. Para esses dados, podem ser realizadas as
operações de categorização e de ordenação de dados. Por exemplo, a variável nú-
mero de lote pode ser categorizada e ordenada por ordem de chegada de cada lote.
Os dados de nível de mensuração intervalar são aqueles que são medidos a
partir de uma escala. Por exemplo, a temperatura de um forno é um dado de nível
20
intervalar, pois segue a escala de temperatura. O valor zero de temperatura, por sua
UNICESUMAR
vez, não é um zero natural, visto que representa apenas uma posição em uma escala.
Para esse tipo de dados, é possível fazer a sua categorização, ordenação e subtração.
Por fim, os dados de nível de mensuração razão são aqueles que são medidos,
ou não, em uma escala, mas o valor de zero representa um zero natural. Além dis-
so, pode-se calcular valores múltiplos entre eles. A variável quantidade produzida
no dia é um valor no nível de mensuração razão, pois, em um determinado dia,
a produção pode ser zero, no segundo, 20 unidades e, no terceiro dia, pode ser
de 40 unidades. Assim, o valor da produção do terceiro dia é igual a duas vezes
o valor da produção do segundo dia.
Para representar os dados qualitativos e quantitativos, são utilizados diferen-
tes tipos de gráficos. Observe a figura a seguir:
DOUTORADO TECNÓLOGO
20,6%
26,5%
20,6%
MESTRADO
48,3%
BACHARELADO
21
25.0
UNIDADE 1
15.0
10.0
5.0
0.0
206.00 208.00 210.00 212.00 214.00 216.00 218.00 220.00 222.00 224.00 226.00
TENSÃO (V)
325
300
275
250
Assinantes (em milhões)
225
200
175
150
125
100
75
50
25
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Figura 5 - Evolução no número de assinantes de telefonia celular
Fonte: Larson e Farber (2015, p. 56).
Agora que você já conhece os tipos de variáveis que são trabalhadas na es-
tatística e que também são usadas no Controle Estatístico do Processo (CEP),
estudaremos as medidas de tendência central, posição e dispersão, uma vez que
são muito úteis para se entender o comportamento dos dados.
22
3
MEDIDAS DE
UNICESUMAR
TENDÊNCIA
CENTRAL
e posição
Utilizar uma medida que tende a um valor central é uma prática comum no dia
a dia. Por exemplo, caso você meça o peso de 20 sacos de arroz de 5kg , talvez, os
valores encontrados não sejam, exatamente, 5kg . Todavia, você observará que
os valores obtidos se aproximam muito de 5kg ou, em outras palavras, tendem
a 5kg . As dimensões de peças, o peso de cada uma delas, o número de defeitos,
entre outras variáveis, são valores que desejamos conhecer em uma indústria.
Pelo fato de que existe variabilidade, utilizamos as medidas de tendência central
para representá-las. As medidas de tendência central são: média, média ponde-
rada, mediana e moda. Compreenderemos cada uma por meio do exemplo da
entrega de chapas de alumínio de dois fornecedores, o qual foi apresentado no
primeiro tópico desta unidade.
Média
X (média amostral)
n
Em que:
μ:média populacional
X : média amostral
X ório dos valores do conjunto de dados
N:total de dados para a populaçãoo
n:total de dados para a amostra
X
X
(2 2 3 5 6 6 7 7 7 8 9 10 10 11 11 12 13 13 13 15)
n 20
170
X 8, 5 dias
20
X
X
(3 4 5 5 5 6 6 6 6 7 7 7 9 10 10 10 11 11 12 13)
n 20
153
X 7, 65 dias
20
24
Média ponderada
UNICESUMAR
No cálculo da média, considera-se que cada dado possui a mesma representati-
vidade em relação aos demais. O que difere um dado do outro é o seu valor. No
cálculo da média ponderada, os dados podem se diferir um do outro tanto pelo
seu valor quanto pelo seu peso relativo em relação aos demais. Por exemplo, no
cálculo da previsão de demanda de um certo fabricante, a metodologia adotada
é o cálculo da média ponderada da demanda das três últimas semanas. Cada
semana possui uma representatividade: a semana mais recente carrega uma re-
presentatividade (peso) de 0, 7 e as demais possuem o peso de 0, 15 . A fórmula
utilizada no cálculo da média ponderada é:
X
( X .w)
w
Em que:
X : média amostral
( X .w) : somatório da multiplicação de cada valor pelo seu peso w
w : somatório dos pesos w
200 0, 7
180 0, 15
150 0, 15
X
( X .w) (200 0, 70) (180 0,15) (150 0,15) 189, 5 190 unidades
w (0, 70 0,15 0,15)) 1
25
Média de distribuição de frequência
UNIDADE 1
Os dados que utilizamos para calcular a média do tempo de entrega dos dois
fornecedores do primeiro tópico são dados individuais. Contudo, em algumas
situações, os dados são apresentados de forma agrupada em classes. Podemos
visualizar os dados do mesmo exemplo agrupados em classes nas Tabelas 4 e 5.
Para calcular a média desses dados, utilizamos as seguintes equações:
(X. f )
µ (média populacional)
N
(X. f )
X (média amostral)
n
Em que:
µ :média populacional
X : média amostral
(X f ) tório do produto entre o valor médio de cada classe e a sua frequência
N:total de dados para a população, dado pela somatóriaa da frequên
ncia de todas as classes
n:total de dados para a amostra, dado pela somatória da frequência de todas as classes
X
( X . f ) (3 3) (6 6) (9 4) (12 6) (15 1) 168 8, 4 dias
n 20 20
Por meio dos dados da Tabela 5, o tempo médio de entrega do fornecedor 2 é
calculado por:
X
( X . f ) (4 5) (7 7) (10 6) (11 2) (16 0) 151 7, 55 diass
n 20 20
Observe que as médias calculadas se diferem um pouco das médias calculadas
para dados individuais, mas mostram que o fornecedor 2 possui um tempo de
entrega menor do que o fornecedor 1.
26
Mediana
UNICESUMAR
Além do valor médio de um conjunto de dados, tem-se a mediana como medida
de tendência central. A mediana é o valor do meio de um conjunto de dados, o
qual é ordenado em ordem crescente. Os dados ordenados em ordem crescente
do nosso exemplo do primeiro tópico são:
■ Fornecedor 1: 2 2 3 5 6 6 7 7 7 8 9 10 10 11 11 12 13 13 13 15
■ Fornecedor 2: 3 4 5 5 5 6 6 6 6 7 7 � �� 7 � 9 10 10 10 11 11 12 13
Caso o total de dados do conjunto fosse um número ímpar, como 19 dados, por
°
exemplo, a mediana seria o 10 valor do conjunto de dados ordenados, pois ele
divide o conjunto em duas partes iguais de 9 dados cada. Pelo valor da mediana,
concluímos, também, que o fornecedor 2 possui o menor tempo de entrega.
Moda
■ Fornecedor 1: 2 2 3 5 6 6 7 7 7 8 9 10 10 11 11 12 13 13 13 15
■ Fornecedor 2: 3 4 5 5 5 6 6 6 6 7 7 � �� 7 � 9 10 10 10 11 11 12 13
27
Qual é o valor que mais se repete para cada fornecedor? Observamos que, para
UNIDADE 1
explorando Ideias
Existem distribuições de dados cujos valores não se repetem. Sendo assim, é chamado de
amodal, ou seja, não existe moda.
Fonte: o autor.
Observe que existem três opções para descrever o valor central de um conjunto
de dados: média, mediana e moda. Qual delas utilizar? É recomendado que você
calcule os três valores para observar se há diferenças significativas entre eles. Por
exemplo, conjuntos de dados com valores muito extremos podem alterar a média
para valores muito baixos ou muito altos. Nesses casos, a mediana ou a moda
descreveriam melhor a tendência central dos dados.
Já os dados que se distanciam muito do centro podem não ser representativos.
Eles são chamados de outliers e aprenderemos a como calcular o intervalo que
representa esses valores a seguir. De toda forma, é preciso ficar atento ao valor
de média calculado para se certificar se ele não é influenciado por poucos dados
com valores extremos, os quais não representam muito a realidade do conjunto
de dados. Por exemplo, caso um dos fornecedores do exemplo apresentado tivesse
um problema raro de incêndio em uma parte de suas instalações, o que acarre-
taria um tempo de entrega de 150 dias, esse valor traria a média do conjunto de
dados para um valor mais alto do que o normal. Não representaria, entretanto, o
comportamento de entrega do fornecedor em condições normais.
Medidas de posição
Além das medidas de tendência central, podem ser calculadas outras medidas para se
entender melhor a distribuição de um conjunto de dados. São as medidas de posição.
28
É conveniente separar os dados não apenas por intermédio do valor do meio
UNICESUMAR
(a mediana). Para tanto, existe outra forma de separação: as separatizes. Elas divi-
dem (separam) um conjunto de dados em partes iguais, as chamadas primeiro
quartil Q1 , as quais representam até 25% dos dados. Já o segundo quartil Q2
representa até 50% dos dados, enquanto o terceiro quartil Q3 representa até
75% dos dados. Para entender melhor esse conceito, veja o exemplo a seguir:
Imagine a situação em que foi coletado o total do faturamento anual de 15
empresas de pequeno porte do setor de confecções de sua região. Os dados foram
organizados em ordem crescente, conforme pode ser visualizado a seguir:
Valores em mil reais:
800 900 950 980 1000 1000 1100 1130 1250 1250 1300 1350 1400 1440 1500
Para encontrar cada uma das três separatrizes Q1, Q2 e Q3 , dividimos os dados
em três partes iguais:
800 900 9509801000 1000 110011301250 1250 130013501400 1440 1500
Ainda, é possível afirmar que 75% das empresas faturam, no mínimo, 980 mil reais;
50% faturam, no mínimo, 1130 reais; e 25% faturam, no mínimo, 1350 reais.
Se calcularmos o valor de Q3 − Q1 , obteremos a amplitude interquartil AIQ ,
a qual demonstra a amplitude da porção central dos dados. Além disso, ela re-
presenta 50% dos dados e é utilizada para determinar outliers. Para o nosso
exemplo, sabe-se que AIQ Q3 Q1 1350 980 370 mil reais. Assim como
já fora explicado, os outliers são valores que ficam muito longe dos demais dados,
visto que podem ficar na extremidade esquerda ou direita do conjunto de dados
(valores muito baixos ou valores muito altos) e são calculados por:
Outlier Q1 1, 5 AIQ
Outlier Q3 1, 5 AIQ
29
Para os dados do nosso exemplo, sabe-se que:
UNIDADE 1
Outlier Q1 1, 5 AIQ
Outlier 980 1, 5 370
Outlier 425 mil reais
Outlier Q3 1, 5 AIQ
Outlier 1350 1, 5 370
Outlier 1905 mil reais
Observamos, em nossos dados, que não existem valores abaixo de 425 mil reais
ou acima de 1905 mil reais. Portanto, nenhum valor é um outlier. Caso houves-
se, por exemplo, um dado com valor de 100 mil reais, ele seria um outlier e, como
tal, seria preciso verificar se existe alguma causa especial que gerou tal valor. Para
calcular a média dos dados, é recomendado não considerar esse valor.
Para finalizar os conceitos utilizados na representação dos dados, em estatís-
tica descritiva, estudaremos as medidas de variação dos dados.
30
4
MEDIDAS DE
UNICESUMAR
VARIAÇÃO
ou de dispersão
Amplitude
Desvio
1 10 1, 5
2 15 6, 5
3 13 4, 5
4 6 −2, 5
5 13 4, 5
6 7 −1, 5
7 13 4, 5
8 11 2, 5
9 12 3, 5
10 10 1, 5
11 7 −1, 5
12 2 −6, 5
13 5 −3, 5
32
Tempo de entrega Desvio
UNICESUMAR
Pedido
(dias) (valor – média)
14 6 −2, 5
15 7 −1, 5
16 9 0, 5
17 11 2, 5
18 8 −0, 5
19 2 −6, 5
20 3 −5, 5
Observe que os valores “se desviam” da média tanto para cima (valores positivos)
quanto para baixo (valores negativos). O desvio é utilizado para calcular duas
outras medidas importantes de variação: a variância e o desvio padrão.
Variância
33
Em que:
UNIDADE 1
σ 2 : variância populacional
X:valor de cada dado da população ou amostra
µ:média populacional
N:total de dados para a população
s 2 :variância amostral
X : média amostral
n:total de dados para a amostra
1 10 1, 5 2, 25
2 15 6, 5 42, 25
3 13 4, 5 20, 25
4 6 −2, 5 6, 25
5 13 4, 5 20, 25
6 7 −1, 5 2, 25
7 13 4, 5 20, 25
8 11 2, 5 6, 25
9 12 3, 5 12, 25
10 10 1, 5 2, 25
11 7 −1, 5 2, 25
34
Tempo de Desvio Desvio ao
UNICESUMAR
Pedido
entrega (dias) (valor - média) quadrado
12 2 −6, 5 42, 25
13 5 −3, 5 12, 25
14 6 −2, 5 6, 25
15 7 −1, 5 2, 25
16 9 0, 5 0, 25
17 11 2, 5 6, 25
18 8 −0, 5 0, 25
19 2 −6, 5 42, 25
20 3 −5, 5 30, 25
Somatório: 279
s2
( X X )2 279 279
14, 7 dias
n 1 20 1 19
Observe que o valor da variância expressa a unidade ao quadrado, mas nos inte-
ressa o valor com a sua unidade original. Para tanto, calculamos o desvio padrão.
Desvio padrão
(X µ) 2
σ (desvio padrão populacional)
N
(X X )2
s (desvio padrão amostral)
n 1
35
Assim, o desvio padrão para os dados do fornecedor 1 do nosso exemplo é igual a:
UNIDADE 1
s
( X X )2
279
279
3, 8 dias
n 1 20 1 19
s
( X X )2
156, 55
156, 55
2, 9
n 1 20 1 19
Coeficiente de variação
O coeficiente de variação pode ser usado para comparar a variação entre dois
conjuntos de dados com unidades de medidas iguais ou diferentes. Ao calcular
o seu valor para os dados do exemplo, é sabível que:
36
UNICESUMAR
s 3, 8
■ Fornecedor 1: CV
= = 0, 45
X 8, 4
s 2, 9
■ Fornecedor 2: CV
= = 0, 38
X 7, 55
Desse modo,, é possível concluir que o fornecedor 2 possui um coeficiente de va-
riação menor, o que significa que seus resultados de tempo de entrega de pedidos
estão mais próximos do valor médio do conjunto de dados, quando comparados
com os dados do fornecedor 1.
60
Frequência
40
20
0
146 148 150 152 154
Dimensão (mm)
Figura 6 - Distribuição do diâmetro de 200 peças fabricadas / Fonte: o autor.
Observe, por meio do gráfico, que o maior número de peças foi fabricado com
150mm . Além disso, existem frequências menores tanto do lado esquerdo quan-
to do lado direito do valor de 150mm . Se desenharmos uma linha que se apro-
xima dos pontos médios de cada barra, obteremos uma curva semelhante a um
sino, conforme
80 ilustra a figura a seguir:
37
60
Frequência
40
UNIDADE 1
80
60
Frequência
40
20
0
146 148 150 152 154
Dimensão (mm)
Figura 7 - Os dados seguem uma distribuição normal em forma de sino / Fonte: o autor.
95% dentro
de +- 2 desvios padrão
68% dentro
de+- 1 desvio
padrão
2,35% 2,35%
Assim, considerando que a média dos dados de diâmetro de peças é de 149, 9mm
e que o desvio padrão é de 1, 6mm , é sabível que 68% dos dados estão entre
149, 9 1, 6 148, 3mm e 149, 9 1, 6 151, 5mm .
38
5
NOÇÕES DE
UNICESUMAR
PROBABILIDADE
denominado obter um número que seja menor que quatro, o qual é formado
pelos resultados 1, 2 e 3 . É possível, também, ter outro evento, o obter um núme-
ro ímpar, por exemplo, formado pelos resultados 1, 3 e 5 , e assim por diante.
É a partir da comparação entre o total de resultados de um evento e o total
de resultados do espaço amostral que se calcula a probabilidade de um evento
ocorrer. Por exemplo, o evento denominado obter um número ímpar possui três
resultados: 1, 3 e 5 . Já o espaço amostral possui um total de seis resultados:
1, 2, 3, 4, 5 e 6 . Calculamos a probabilidade clássica desse evento pela divisão
de 3 por 6 , que é igual a 0, 5 . Em outras palavras, existe uma probabilidade de
0, 5 ou de 50% de se obter um número ímpar no lançamento de um dado.
Existe um princípio muito útil para determinar a probabilidade de uma com-
binação de evento. É o princípio fundamental da contagem.
Tipos de probabilidade
UNICESUMAR
possíveis e cada um deles são igualmente possíveis de ocorrer. É o caso, por exem-
plo, do lançamento de uma moeda. Se a moeda não estiver “viciada”, tanto a face
denominada cara quanto a chamada de coroa são igualmente possíveis de ocorrer.
Assim, a probabilidade clássica de um evento é calculada por:
n º resultados _ no _ evento _ E
P( E ) =
nº _ resultados _ no _ espaço _ amostral
Suponha que o evento ( E ) seja obter cara no lançamento de uma moeda. Sabe-
mos que o número de resultados desse evento é igual a 1 , pois existe apenas uma
cara na moeda. Já o número de resultados do espaço amostral é igual a 2 , pois
existem dois resultados possíveis no lançamento de uma moeda: cara ou coroa.
Assim, é sabível que:
n º resultados _ no _ evento _ E 1
P( E ) = = = 0, 5 ou 50%
nº _ resultados _ no _ espaço _ amostral 2
frequência _ do _ evento _ E
P( E ) =
frequência _ total
Valor da
0 0,25 0,50 0,75 1
probabilidade
chance
Qualificação impossível improvável provável certo
igual
42
Eventos complementares
UNICESUMAR
Um evento complementar é aquele que complementa o evento que está sendo es-
tudado. Por exemplo, o evento complementar do evento denominado selecionar
uma peça com defeito de um lote de produção é o evento chamado selecionar
uma peça sem defeito de um lote de produção. Matematicamente, a probabilidade
do evento complementar é dada por:
P E� 1 PE
Probabilidade condicional
P( B A)
Em que se lê: probabilidade do evento B, dado o evento A. Em outras palavras, a
probabilidade do evento B depende do evento A.
P B | A P B
Em outras palavras, a probabilidade do evento B é igual na ocorrência, ou não,
do evento A . Como exemplo, temos o evento denominado duplicar a quantida-
de de vendas anuais e o chamado encontrar uma peça defeituosa em um lote de
100 peças. A ocorrência do primeiro evento não influencia na ocorrência do
segundo e vice-versa.
43
Regra da multiplicação
UNIDADE 1
P A e B P A P B
Portanto, podemos afirmar que é provável que seja produzida uma peça boa nas
duas máquinas. Caso os eventos sejam dependentes, a escrita da equação anterior
se altera para:
P A e B P A . P( B | A)
Quando dois eventos não podem ocorrer ao mesmo tempo, afirmamos que eles
são, mutuamente, exclusivos. Utilize, como exemplo, dois eventos: um denomi-
nado selecionar uma peça boa e outro chamado selecionar uma peça ruim. Per-
ceba que ou um evento acontece, ou o outro acontece. É impossível selecionar
uma peça que seja boa e ruim. Já o evento chamado selecionar uma peça boa e o
denominado selecionar uma peça com 2kg não são, mutuamente, exclusivos,
pois é possível selecionar uma peça que seja boa e tenha uma massa de 2kg .
44
Regra da adição
UNICESUMAR
Essa regra é muito importante para calcularmos a probabilidade de ocorrência
de um ou de outro evento. Por exemplo: qual é a probabilidade de se produzir
uma peça boa em, pelo menos, uma máquina, de um total de duas máquinas
diferentes? Para responder à pergunta, precisamos determinar a probabilidade
de se produzir uma peça boa em cada uma das máquinas. Suponha que, na pri-
meira máquina, a probabilidade seja de 0, 8 , enquanto, na segunda, seja de 0, 9 .
Ao utilizar a regra da adição, conseguimos calcular a probabilidade de se produzir
uma peça boa nas duas máquinas por meio da equação:
P A ou B P A P B P A e B
P A ou B P A P B P A e B 0, 8 0, 9 0, 72 0, 98
Portanto, há uma probabilidade quase certa de se produzir, pelo menos, uma peça
boa nas duas máquinas. Caso os eventos sejam, mutuamente, exclusivos, a escrita
da equação anterior se altera para:
P A ou B P A . P B
Observe que essa equação remove a parcela P A e B , pois os eventos são, mu-
tuamente, exclusivos.
Finalizamos a nossa introdução aos conceitos de probabilidade. Na próxima
unidade, iniciaremos o estudo das ferramentas aplicadas no Controle Estatístico do
Processo (CEP), por meio do uso de alguns dos conceitos trabalhados, nesta unidade.
45
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 1
46
na prática
A sequência correta é:
a) V, F, V, F.
b) V, F, V, V.
c) F, V, F, V.
d) V, V, F, F.
e) V, V, F, V.
2. Um relatório de produção apresenta dois valores: (a) diâmetro de peça e (b) quan-
tidade produzida. As variáveis (a) e (b) possuem nível de mensuração, respectiva-
mente:
a) Razão e razão.
b) Intervalar e razão.
c) Ordinal e quantitativo.
d) Qualitativo e ordinal.
e) Intervalar e quantitativo.
47
na prática
10 75 75 80 85
Calcule a média, a moda e a mediana dos valores. Qual delas é o melhor valor para
representar a produtividade do trabalhador, durante as cinco semanas?
I - Um possível evento é selecionar uma peça boa do lote produzido pela máquina 1.
II - O espaço amostral do experimento de selecionar peças da máquina 2 é igual
ao total de peças produzidas pela máquina.
III - Caso a probabilidade de se produzir uma peça boa na máquina 1 seja de 0,75,
pode-se afirmar que, provavelmente, essa máquina produzirá uma peça boa.
IV - Para calcular a probabilidade de produção de uma boa peça na máquina 1 e na
máquina 2, é preciso utilizar a regra da adição.
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, III e IV, apenas.
48
aprimore-se
49
aprimore-se
50
eu recomendo!
livro
51
2
anotações
INTRODUÇÃO
AO
CONTROLE ESTATÍSTICO
DO PROCESSO
CONTROLE
ESTATÍSTICO
do processo
Você já fez uma refeição com base em uma receita culinária que você visualizou
na Internet ou aprendeu com algum(a) amigo(a)? Caso sim, o resultado foi bom?
Provavelmente, você já percebeu que nem sempre uma refeição fica com o mesmo
sabor! Se a sua refeição ficou ruim, talvez, você pense: “sou um(a) péssimo(a)
cozinheiro(a)!”; “os ingredientes não eram de qualidade”; “o forno não ajudou”
ou, ainda, “esta receita deve estar errada!”.
A situação apresentada se assemelha muito com o que ocorre na produção de
bens e serviços em indústrias e prestadoras de serviços. Isso se deve, uma vez que
é fácil identificar que nem sempre todos os produtos/serviços de uma empresa
saem com a mesma qualidade. Existe a possibilidade de comprarmos um produto
no mercado e, ao abri-lo, encontrarmos algum defeito. Contudo, na maioria das
vezes, o produto é bom (exceto se o fornecedor seja, extremamente, ruim, o que
indica que ele não sobreviverá por muito tempo no mercado). Ao nos depararmos
com um produto defeituoso, podemos imaginar uma série de coisas que podem
ter ocorrido e que causaram o defeito:
1. A matéria-prima utilizada pelo fornecedor não possuía qualidade.
2. Os empregados da empresa não possuíam habilidade.
3. Os equipamentos utilizados no processo de fabricação estavam com pro-
blemas de funcionamento.
54
4. Os instrumentos de medida, tais como trenas, réguas, balanças e medi-
UNICESUMAR
dores de tensão, estavam descalibrados.
5. O local em que o produto foi fabricado possuía péssimas condições am-
bientais, como péssima higiene ou temperatura, por exemplo.
6. A informação contida nos procedimentos de trabalho do fabricante pos-
suía erros ou instruções imprecisas.
Todos esses seis itens apresentados são exemplos dos chamados 6M que com-
põem um processo: matéria-prima, mão de obra, máquinas, medidas, meio am-
biente e método. Esses 6M podem ser identificados na situação apresentada no
início da unidade, a qual discorria sobre a confecção de um prato a partir de uma
receita, visto que qualquer variação em um desses “M” impactará na qualidade
final da sua receita ou, no contexto empresarial, na qualidade final do produto/
serviço. É por isso que precisamos fazer um controle de cada um desses seis ele-
mentos, o qual é realizado por meio do Controle Estatístico do Processo (CEP).
pensando juntos
Qualidade
56
Assim, a qualidade do produto é planejada pelo fabricante, que determina
UNICESUMAR
as especificações que o item deverá ter para satisfazer os seus consumidores.
Em seguida, o fabricante deve tomar cuidado para que, durante a fabricação do
produto, todas as atividades contribuam para que as especificações determinadas
sejam atendidas. É, principalmente, nesse momento, que o CEP entra em ação: ele
deve monitorar o processo produtivo por meio da coleta de dados e análises es-
tatísticas, garantindo que o processo produtivo não produzirá itens com defeitos
ou fora das especificações. Se o processo produz itens dentro das especificações, é
um indicativo que ele está sob controle. Portanto, o CEP visa à produção de itens
com qualidade, atendendo às especificações dos clientes.
Tipos de controle
57
Processo
UNIDADE 2
Tipos de causas
Assim como já fora exposto, existem seis elementos que compõem um processo:
matéria-prima, mão de obra, máquinas, medidas, meio ambiente e método. Esses
elementos são as seis grandes causas de um processo que produzirão um efeito.
Em termos dos resultados de cada causa, podemos dividi-las em dois tipos: cau-
sas comuns (ou aleatórias) e causas especiais (ou assinaláveis). Para explicá-las,
utilizaremos, como exemplo, o processo de empacotamento de arroz.
58
No processo de empacotamento de arroz, temos uma especificação do cliente
UNICESUMAR
a ser atendida, como o fato de cada pacote ter cinco quilogramas de massa, por
exemplo. Suponha que dez pacotes são retirados, aleatoriamente, para a confe-
rência de sua massa (medida em quilogramas): dentre os dez, dificilmente, todos
terão a mesma massa. Assim sendo, haverá uma variação. Se ela for muito peque-
na, ou seja, tenha valores em termos de poucos miligramas, pode-se considerar
que isso não ocasionará nenhum problema ao cliente e é aceitável no mercado.
Nessa ocasião, é plausível afirmar que existem causas comuns atuando, as quais
são inerentes ao processo. Elas produzem variabilidade, mas são aceitáveis.
Imaginemos, agora, que, dentre os dez pacotes de arroz, quatro deles apre-
sentem massa com uma variação de um quilograma. Nesse caso, os clientes não
aceitarão esse tipo de produto, bem como não será aprovado pelo órgão que faz
o controle desses itens no mercado. Isso se deve, porque a variabilidade existente
é muito grande. Portanto, pode-se afirmar que, nessa situação, existem causas
especiais atuando, as quais produzem variações devido a situações particulares.
Assim, pode ser, por exemplo, que a máquina empacotadora esteja desregulada.
No CEP, o objetivo é reduzir as causas comuns e eliminar as causas especiais.
Quando apenas as causas comuns atuam sobre o processo, há um grande indi-
cativo de que ele está sob controle estatístico. Processos assim são previsíveis,
ou seja, é possível prever com segurança que eles não produzirão itens fora das
especificações dos clientes.
Defeitos e problemas
60
cinco dias. O item de controle, nesse caso, é o tempo de entrega. Observamos que
UNICESUMAR
o nível alcançado, hoje, pelo fabricante A, em relação ao tempo de entrega, está
longe do nível desejado, o qual seria, no mínimo, o tempo de entrega igual ao seu
concorrente. Há, portanto, um problema, visto que existe uma diferença entre o
nível alcançado e o nível desejado em um determinado item de controle. Todavia,
problemas podem ser positivos. Por exemplo, reconhecer que há essa diferença no
tempo de entrega pode motivar o fabricante A a tomar medidas para melhorar o
seu processo, de tal modo a reduzir o tempo de entrega do referido item.
Pelo fato de que o CEP envolve o cálculo de medidas estatísticas, tais como média,
mediana, moda, desvio padrão, variância, amplitude, probabilidades e a confecção
de diversos tipos de gráficos, é necessário utilizar softwares adequados. Para tanto,
é usado um editor de planilhas, como o Microsoft Excel, e softwares de estatística,
tais como o Minitab e o R, por exemplo. Ao longo da unidade, apresentaremos
alguns exemplos, utilizando recursos computacionais. Assim, é importante que
você faça um estudo extra sobre essas ferramentas e aprenda a utilizá-las no que
diz respeito aos cálculos que estudaremos.
explorando Ideias
61
2
GRÁFICO DE
UNIDADE 2
DISPERSÃO
62
O que é um gráfico de dispersão
UNICESUMAR
Imagine o seguinte contexto: você e seu amigo possuem um veículo da mesma
marca, o qual foi fabricado no mesmo ano. Todas as características desses dois
veículos são iguais: pneus, acessórios, calibração dos pneus, manutenção e até
mesmo a pintura. Além disso, você e seu amigo fazem regularmente, uma vez por
mês, uma viagem de 300 km pela mesma estrada. No entanto, conversando com
seu amigo, você descobriu que ele gasta cinco litros a menos de gasolina do que
você nessa viagem. Agora, pergunto-lhe: por que isso acontece?
Para responder a essa pergunta, podemos utilizar o gráfico de dispersão. Para
utilizá-lo, primeiro, elabora-se uma hipótese sobre a situação em análise. No nos-
so exemplo, é possível produzir o seguinte pressuposto: o rendimento (medido
em km por litro de gasolina) depende da velocidade média desenvolvida no per-
curso (medida em km / h ). De posse dessa hipótese, elaboraremos um gráfico de
dispersão, relacionando essas duas variáveis: km por litro de gasolina x km / h .
Dessa forma, o gráfico mostrará se existe correlação entre essas duas variáveis, ou
seja, se a variável velocidade média é preditora da variável rendimento.
Assim, é plausível afirmar que um gráfico de dispersão é uma ferramenta que
evidencia se existe, ou não, correlação entre as duas variáveis que são estudadas.
Se existir a correlação, pode-se afirmar que uma variável prediz o comportamento
da outra, ou seja, para o nosso exemplo, a variável rendimento do veículo pode
ser predita pela variável velocidade média.
O gráfico de dispersão é elaborado com quatro objetivos básicos, a saber:
■ Para identificar um problema.
■ Para solucionar um problema.
■ Para melhorar a eficiência no controle da qualidade.
■ Para evitar ensaios destrutivos.
Por exemplo, em uma indústria, pode-se coletar dados sobre número de de-
feitos e tentar correlaciona-lo com alguma variável do processo: velocidade de
uma esteira, temperatura do ambiente, nível de iluminação etc. Ao identificar essa
correlação, pode-se elaborar um plano para solucionar o problema de defeitos.
Dessa forma, o gráfico serve como uma espécie de detetive, a fim de descobrir as
possíveis causas de um problema.
63
Ainda, utilizamos o gráfico de dispersão para realizar um controle melhor da
UNIDADE 2
qualidade. Por exemplo, se for descoberto que a qualidade do corte de uma peça
relaciona-se à tensão elétrica V , pode-se fazer um controle dessa variável para
melhorar a qualidade de corte da peça.
Outro objetivo muito importante de se utilizar o gráfico de dispersão é para
evitar ensaios destrutivos. Por exemplo, para saber se uma peça resiste a um
determinado esforço, pode-se realizar um teste em que a peça será submetida a
um esforço que ocasionará a sua destruição. Por outro lado, esse ensaio pode ser
substituído por um estudo que correlacione a resistência da peça com alguma
outra variável, como a dureza do material, por exemplo. Observe, na figura a
seguir, qual é a “cara” de um gráfico de dispersão:
20,0
RENDIMENTO (km/litro)
15,0
10,0
5,0
0,0
65 75 85 95 105
Velocidade média (km/h)
Figura 1 - Exemplo de um gráfico de dispersão / Fonte: o autor.
Perceba que há, no eixo na horizontal, a variável preditora da variável que está no
eixo na vertical. Em outras palavras, o rendimento de um veículo está correlacio-
nado com a velocidade média desenvolvida durante a viagem. Observe, também,
que, à medida que a velocidade aumenta, o rendimento diminui. Existe, portanto,
uma correlação negativa nesse caso. Agora, aprenderemos a elaborar esse gráfico.
UNICESUMAR
possuía, aproximadamente, dois metros e meio de lado e era colocada em uma
máquina denominada vacuum forming. Essa máquina possui, basicamente, um
forno que aquece a chapa de acrílico. Após aquecida, a chapa é “sugada” sobre um
molde que lhe dá forma, conforme o produto fabricado. No caso em questão, após
moldadas, observou-se que algumas chapas logo quebravam, seja no transporte
dentro da indústria, seja durante a entrega para o cliente final. Foi formulada, en-
tão, a seguinte hipótese: o número de defeitos (chapas quebradas) correlaciona-se
à temperatura de operação do forno da máquina (medida em º C ). Estudemos,
agora, as etapas para a construção do diagrama de dispersão.
Colete os dados
Número de chapas
Número da medida i Temperatura (ºC)
quebradas (unidade)
1 140,0 1
2 141,5 2
3 143,0 4
4 144,5 5
5 146,0 5
6 147,5 3
7 149,0 2
65
Número de chapas
UNIDADE 2
8 150,5 1
9 152,0 1
10 153,5 2
11 155,0 4
12 156,5 3
13 158,0 2
14 159,5 4
15 161,0 5
16 162,5 5
17 164,0 3
18 165,5 1
19 167,0 3
20 168,5 2
21 170,0 1
22 171,5 2
23 173,0 2
24 174,5 3
25 176,0 2
26 177,5 1
27 179,0 4
28 180,5 3
29 182,0 2
30 183,5 2
66
Escolha em que eixo cada variável será representada
UNICESUMAR
Nesta etapa, é preciso verificar qual variável é a preditora da outra, ou seja, qual
variável pode predizer o comportamento da outra. Assim, deve-se determinar
qual variável é a independente (que fica no eixo horizontal do gráfico) e qual é
dependente (que permanece no eixo vertical do gráfico). Para o nosso caso, o
número de chapas quebradas é a variável dependente da variável temperatura.
Lembre-se que a nossa hipótese é a de que o número de chapas quebradas rela-
ciona-seà temperatura em que as chapas são moldadas. Assim, teremos, no eixo
da horizontal, a variável temperatura em º C e, no eixo vertical, a variável número
de chapas quebradas em unidade.
67
Desenhe as escalas
UNIDADE 2
O gráfico de dispersão pode ser feito à mão ou com a ajuda de um software. Com
o uso de software, é possível desenhar as escalas, configurando os seus parâme-
tros. A figura, a seguir, ilustra as escalas desenhadas por meio do Microsoft Excel:
6
Número de chapas quebradas (unidade)
0
135,0 140,0 145,0 150,0 155,0 160,0 165,0 170,0 175,0 180,0 185,0 190,0
Temperatura (ºC)
Além dos pontos plotados no gráfico, é preciso inserir informações, tais como tí-
tulo, período de coleta dos dados, número de pares de observações, identificação
e unidade de medida de cada eixo bem como a identificação do responsável pela
construção do gráfico. Todas essas informações são representadas na figura a seguir:
68
Período de coleta dos dados:
6 02/01/2019 a 22/01/2019
UNICESUMAR
Responsável: MJS
30 pares de dados coletados
0
135,0 140,0 145,0 150,0 155,0 160,0 165,0 170,0 175,0 180,0 185,0 190,0
Temperatura (ºC)
Figura 3 – Gráfico de dispersão da temperatura e número de chapas quebradas / Fonte: o autor.
y y x x
x
Legenda:
x x (a) Elevada correlação positiva
x x x x
x x (b) Moderada correlação positiva
x x x x
x x x x x (c) Ausência de correlação
x x x (d) Moderada correlação negativa
x x x x x x (e) Elevada correlação negativa
x
x x x x x xx
x x xx
x (e) x
(d)
Figura 4 - Possíveis padrões para diagramas de dispersão / Fonte: Werkema (2006, p. 168).
69
No gráfico (a), observamos uma elevada correlação positiva, ou seja, à medida que
UNIDADE 2
70
Ainda, quando se trabalha com dados provenientes de diferentes fontes,
UNICESUMAR
pode-se realizar uma estratificação para verificar se há, ou não, correlação. Em
algumas situações, dados misturados de diferentes fontes podem esconder uma
correlação não percebida quando os dados são analisados em sua totalidade. Por
exemplo: para o caso que apresentamos sobre o número de defeitos e temperatura
de operação da máquina de vacuum forming, caso os dados fossem provenientes
de cinco tipos diferentes de máquinas, pode ser que a correlação não seja per-
cebida para a totalidade dos dados. Todavia, se forem separados por máquina,
talvez, a correlação apareça. Assim, pode-se estratificar por máquina, operador,
fornecedor, período de trabalho etc.
Voltando ao nosso exemplo, agora que você conhece os possíveis padrões para
os diagramas de dispersão, observe a Figura 3: você acredita que existe correlação?
Ela é forte ou fraca? Positiva ou negativa? Para responder a essas perguntas com
mais certeza e para não confiarmos cem por cento em nossa percepção visual,
devemos utilizar o chamado coeficiente de correlação linear. Esse coeficiente
mostrará se existe correlação, qual é o seu grau de intensidade e se é positiva ou
negativa. Dessa forma, para calcularmos, utilizamos as seguintes equações:
S xy
r
S xx S yy
Em que:
As equações são:
n
1 n n
S xy xi yi xi yi
i 1 n i 1 i 1
n 2
1 n
S xx xi xi
2
i 1 n i 1
71
n 2
1 n
UNIDADE 2
S yy yi yi
2
i 1 n i 1
Não se assuste! Para aplicar essas equações nos dados da Tabela 1, precisamos, primei-
ro, calcular os valores ao quadrado de cada variável bem como os valores de somas.
Assim, considere que a variável temperatura é a variável x e a variável quantidade
de chapas quebradas é a variável y . Observe, na tabela a seguir, os dados calculados:
i xi yi xi2 yi2 xi yi
1 140,0 1 19600,0 1,0 140,0
UNICESUMAR
21 170,0 1 28900,0 1,0 170,0
n 2
1 n 1 2
S xx xi xi 789948, 8 4852, 5 5056, 925
2
n i 1 30
i 1
n 2
1 n 1 2
S yy yi yi 264 80 50, 667
2
i 1 n i 1 30
S xy 85, 5
r 0, 17
S xx S yy 5056, 925 50, 667
Quando existe uma forte correlação, seja negativa, seja positiva, o valor de r
é próximo de -1 ou de 1, respectivamente. Pelo fato de que o valor calculado
ficou próximo de zero, pode-se concluir que a correlação entre as duas variáveis
é inexistente. Em outras palavras, não há correlação entre o número de chapas
quebradas e a temperatura em que elas são moldadas.
73
UNIDADE 2
explorando Ideias
O cálculo do índice de correlação pode ser feito por meio softwares específicos. O soft-
ware de planilhas Microsoft Excel possui uma ferramenta para fazer a correlação entre
dados. Basta digitar os dados de entrada, os quais representam as variáveis x e y, em
seguida, ir até a aba “Dados” e, depois, até o item “Análise de Dados”. Dentre as opções
disponíveis, há o item “Correlação”. Ao selecioná-lo, você determinará o intervalo de da-
dos contendo as variáveis x e y. Posteriormente, ao clicar em “Ok”, o software apresentará
o valor do coeficiente de correlação.
Observação: dependendo da versão do software, o caminho para se realizar a correlação
pode ser um pouco diferente.
Fonte: o autor.
3 HISTOGRAMA
Se eu lhe perguntasse quantos passos você caminha durante um dia, como você
me responderia? Primeiramente, você teria que encontrar uma maneira para
contar os seus passos. Suponha que você utilize um pedômetro, um dispositivo
capaz de contar o número de passos que uma pessoa dá ao longo do dia: saben-
do o número de passos em cada dia, provavelmente, você responderia a minha
pergunta, informando um valor médio. Em outras palavras, sua resposta seria do
tipo: “em média, eu caminho 6000 passos por dia”.
É claro que existem dias em que você caminha menos, como nos fins de
semana chuvosos, em que você fica em casa, por exemplo. Não só, mas também
existem dias nos quais você caminha mais, tais como naqueles em que você pra-
74
tica atividades físicas ou sai para passear. Enfim, o valor médio de passos dados
UNICESUMAR
por dia representa apenas uma estimativa de um comportamento que quero
entender ao fazer a pergunta, ou seja, nesse caso, seu comportamento de deslo-
camento sem utilizar veículos.
Para se obter um entendimento mais claro e próximo da realidade, ao contrário
de responder, utilizando um valor médio, você poderia utilizar um histograma. As-
sim como já fora estudado na unidade anterior, o histograma é utilizado para repre-
sentar a frequência de valores que estão sendo observados. Veja, na figura a seguir,
um histograma que representa o número de passos dados por dia por uma pessoa:
Histograma do número de passos dados no dia (período de coleta: 01/01 a 02/03)
tamanho da amostra = 60
10
Frequência
0
4000 4500 5000 5500 6000
Número de passos no dia (unidade)
Figura 5 - Histograma do número de passos dados, diariamente, por uma pessoa durante 60
dias / Fonte: o autor.
população, a qual terá valores de medida (por exemplo, tamanho, massa, dureza
etc.) que seguirão um padrão de ocorrência. Assim, cada processo terá uma dis-
tribuição de valores e é possível identificar essa distribuição no histograma. Veja,
por exemplo, o histograma que apresentamos na Figura 5: a distribuição, grafi-
camente, é assimétrica para a esquerda, isto é, a parte mais baixa está à esquerda
e a parte mais alta está à direita. Ainda, graficamente, podemos observar que a
distribuição possui um valor médio entre 5500 e 6000 passos.
Na indústria, o histograma é muito útil para identificar um problema. Por
exemplo, se for feito um histograma dos dados de produtividade de uma máqui-
na, ao longo de seis meses, poderá ser constatado se os níveis de produtividade
estão aceitáveis ou não. Caso seja identificado, no histograma, que existe uma
frequência considerável de dias, em que a produtividade foi abaixo do esperado,
um problema pode existir.
Detalharemos como se constrói um histograma e explicaremos como ele pode
ser interpretado do ponto de vista do CEP. Lembre-se que, atualmente, é possível
utilizar softwares que facilitam a sua elaboração e a de outros tipos de gráficos.
Construção de um histograma
Esse histograma é o mais simples de ser construído e, no CEP, pode ser utilizado
para descrever o número de peças defeituosas em uma caixa diante de um lote
grande de caixas. Por exemplo, em um lote de 200 caixas, quantas peças defei-
tuosas existe em cada caixa? Primeiramente, deve ser feita a abertura de cada
caixa e verificadas as peças que estão lá dentro. Em seguida, registra-se o número
de peças com defeito. Após a contagem, é verificada a frequência do número de
defeitos. Suponha que, dentre as 200 caixas, cada uma apresentou um número
76
de peças defeituosas entre 0 a 10 itens. Assim, no eixo horizontal do histogra-
UNICESUMAR
ma, teremos valores de 0 a 10 . Já no eixo vertical, haverá a altura de cada barra,
representando a frequência de cada número de itens defeituosos.
Para melhor exemplificar, suponha a seguinte distribuição de dados:
0 40
1 30
2 20
3 20
4 20
5 20
6 10
7 10
8 10
9 10
10 10
40
Frequência
30
20
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Quantidade de defeitos
Figura 6 - Exemplo de histograma de dados discretos / Fonte: o autor.
77
Vejamos, agora, a construção de um histograma com dados contínuos.
UNIDADE 2
78
5,098 4,981 5,041 5,138
UNICESUMAR
5,021 5,005 5,104 5,124
Tabela 4 - Medidas de peso de 100 sacos de arroz com peso nominal de 5kg / Fonte: o autor.
79
Classe Limites da classe Frequência
UNIDADE 2
1 4,875 | 4,925 12
2 4,925 | 4,975 15
3 4,975 | 5,025 21
4 5,025 | 5,125 11
5 5,075 | 5,125 23
6 5,125 | 5,178 18
25 LIE LSE
20
Frequência
15
10
0
4,875 | 4,925 4,925 | 4,975 4,975 | 5,025 5,025 | 5,075 5,075 | 5,125 5,125 | 5,178
Peso (kg)
80
Interpretando histogramas
UNICESUMAR
Basicamente, os histogramas apresentam seis comportamentos diferentes, con-
forme é ilustrado pela figura a seguir:
a) b)
c) d)
f)
e)
81
O exemplo da letra d) é um histograma de ilhas isoladas. Observe que, apa-
UNIDADE 2
pensando juntos
explorando Ideias
Estratificar significa dividir algo em estratos ou em conjuntos diferentes. Por exemplo, se você
inspecionar todas as peças produzidas por cem costureiras(os) em uma indústria de con-
fecção e contar o número de defeitos nos lotes produzidos, terá um conjunto agrupado de
dados, representando o número de defeitos. Você pode estratificar esses dados conforme
alguns critérios, tais como: idade do trabalhador, sexo do trabalhador, tempo de empresa,
horário da produção etc. Assim, se você estratificar o número de defeitos por tempo de em-
presa, por exemplo, separando os dados dos trabalhadores com um ano de empresa daque-
les que possuem mais de um ano, talvez, encontre diferenças significativas, evidenciando que
o tempo de empresa influencia, positivamente ou negativamente, no número de defeitos.
Fonte: o autor.
82
4
GRÁFICO DE
UNICESUMAR
PARETO
Embalagem
322 322 51,27% 51,27%
mal selada
Embalagem
com peque- 145 467 23,09% 74,36%
nos furos
Data de
validade em 67 534 10,67% 85,03%
falta
Embalagem
com a barra 53 587 8,44% 93,47%
partida
Embalagem
21 608 3,34% 96,82%
rasgada
84
Descrição Frequência Porcentagem
UNICESUMAR
Frequência Porcentagem
do defeito acumulada acumulada
Embalagem
com as cores 10 618 1,59% 98,41%
esborratadas
Tabela 6 - Registro de defeitos e estatísticas descritivas / Fonte: adaptada de Louzada et al. (2013).
Agora, com os dados da tabela, pode-se elaborar o gráfico. Foi utilizado o software
Microsoft Excel para a sua confecção, a qual pode ser visualizada a seguir:
350 120,00%
300 100,00%
250
80,00%
200
60,00%
150
40,00%
100
50 20,00%
0 0,00%
Embalagem Embalagem Data de Embalagem Embalagem Embalagem Outros
mal selada com validade em com a barra rasgada com as cores
pequenos falta partida esborratadas
furos
Observe que, no gráfico, fica evidente que os defeitos I) embalagem mal selada,
II) embalagem com pequenos furos e III) data de validade em falta são os três
principais, representando cerca d e 80% do total das ocorrências. Isso significa
que eles são os mais frequentes, porém, podem não ser, necessariamente, os de-
feitos mais importantes. Talvez, os defeitos embalagem rasgada e embalagem com
as cores esborratadas, os quais ocorrem com menor frequência, sejam os que
causam maior prejuízo. Assim, o gráfico de Pareto serve como uma ferramenta
85
para categorizar as causas de um problema, conforme a sua frequência, dando
UNIDADE 2
CONSIDERAÇÕES FINAIS
86
na prática
70 18,0
72 17,8
74 17,6
76 17,4
78 17,2
80 17,0
82 16,8
84 16,6
86 16,4
88 16,2
90 16,0
92 15,8
94 15,6
96 15,4
87
na prática
98 15,2
100 15,0
73 17,0
75 16,8
77 16,6
79 16,4
81 16,2
83 16,0
85 15,8
87 15,6
89 15,4
91 15,2
93 15,0
95 14,8
97 14,6
99 14,4
88
na prática
4. O que se pode afirmar ou deduzir sobre o processo que produz peças cujas dimen-
sões estão representadas na figura a seguir?
300 LSE
LIE
250
200
Frequência
150
100
50
0
1,25-1,30 1,30-1,35 1,35-1,40 1,40-1,45 1,45-1,50 1,50-1,55
Largura (mm)
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
89
aprimore-se
Uma meta para manter constitui uma faixa aceitável de valores para o item de con-
trole considerado, representando as especificações de produtos provenientes dos
clientes internos e externos da empresa. Como exemplos de meta padrão, é possí-
vel citar: I) fabricar uma peça de aço cuja dureza, sempre, atende à faixa de especi-
ficação; e II) entregar o produto ao cliente no prazo máximo de dois dias. Portanto,
as metas padrão são as metas a serem mantidas.
90
aprimore-se
91
eu recomendo!
livro
conecte-se
O site Plotly possui ferramentas on-line para a criação de diversos tipos de gráfi-
cos, tais como histogramas, gráficos de dispersão e box-plot. Para usá-lo, acesse
o link a seguir.
https://plot.ly
92
anotações
3
CONTROLE ESTATÍSTICO
DO PROCESSO
por atributos
PROFESSOR
Me. Maílson José da Silva
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Controle da frequência de itens
defeituosos • Controle do número de defeitos por item • Leitura e análise de gráficos de controle por
atributos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Explicar a confecção de alguns gráficos utilizados no controle da frequência de itens defeituosos.
• Explanar a elaboração de alguns gráficos utilizados no controle do número de defeitos por item.
• Analisar os dados e as informações dos gráficos de controle por atributos.
INTRODUÇÃO
FREQUÊNCIA
DE ITENS
defeituosos
Você já passou pela situação em que foi usar uma caneta recém-comprada ou re-
cém-ganhada (geralmente, de brinde) e ela não funcionou? Caso você não tivesse
outra caneta disponível no momento, provavelmente, ficaria muito nervoso(a).
Agora, para evitar esse problema, você acredita que a indústria que fabricou a
caneta deveria inspecionar todas as canetas que ela fabrica? Provavelmente, você
concordará com a ideia de que inspecionar tudo o que é produzido é muito caro.
Dado esse tipo de problema, gostaríamos de apresentar uma solução. Tra-
ta-se do uso do gráfico de controle, a fim de verificar a frequência de itens
defeituosos. Por meio desse gráfico, sem necessariamente inspecionar todos os
itens produzidos, é possível conhecer a probabilidade de o processo produtivo
produzir um item defeituoso.
Um gráfico de controle nada mais é do que um conjunto de dados que re-
presenta uma característica de interesse (que pode ser o tamanho de uma peça,
para dados contínuos, ou o número de defeitos em peças que estão dentro de
uma caixa, para dados discretos). Esses dados que representam a característica
de interesse aparecem dentro ou fora dos limites de controle no gráfico. Caso os
dados apresentem comportamentos anormais no gráfico (o que explicaremos
posteriormente), pode-se concluir que existe uma possibilidade de haver altera-
ções nas condições do processo representado pelo gráfico. Essas alterações ocor-
rem devido a causas especiais, mas é possível eliminar ou minimizar a atuação
96
dessas causas ou, ainda, neutralizar seus efeitos. Assim, por meio do gráfico de
UNICESUMAR
controle, pode-se gerenciar um processo, identificando as possíveis causas que
geram defeito nos produtos.
pensando juntos
Antes de explicar como se dá a elaboração desse gráfico, é importante fazer uma dis-
tinção acerca dos tipos de gráficos de controle existentes. Há, basicamente, dois tipos:
defeituosos.
30
Quantidade de defeitos
25
20
15
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Amostras
Figura 1 - Número de itens defeituosos / Fonte: o autor.
1 12
2 19
3 10
4 5
5 29
98
Amostra (com 30 unidades) Total de camisetas defeituosas
UNICESUMAR
6 16
7 26
8 15
9 11
10 15
Tabela 1 - Número de itens defeituosos / Fonte: o autor.
Gráfico p
1 m
p pˆ i
m i 1
Em que:
1 12 0, 4
2 19 0, 6
3 10 0, 3
4 5 0, 2
5 29 1, 0
6 16 0, 5
7 26 0, 9
8 15 0, 5
9 11 0, 4
10 15 0, 5
ˆ i / Fonte: o autor.
Tabela 2 - Cálculo de p
100
Faça os cálculos para conferir os resultados!
UNICESUMAR
Sabemos que m é igual a 10 , pois há 10 amostras. Agora, temos todos os
dados para calcular o valor de p :
1 m 1 10 1
p pˆ i pˆ i (0, 4 0, 6 0, 3 0, 2 1, 0 0, 5 0, 9 0, 5 0, 4 0, 5) 0, 5
mi 1 10 i 1 10
p (1 p )
desvio padrão
n
p (1 p ) 0, 5(1 0, 5)
desvio padrão 0, 09
n 30
p (1 p )
LIC p 3
n
p (1 p )
LSC p 3
n
Para os dados do nosso exemplo, temos:
101
UNIDADE 3
LIC 0, 5 (3 0, 09) 0, 23
LSC 0, 5 (3 0, 09) 0, 77
1,2
1,0
Proporção de itens defeituosos
0,8
X X X XX X XX X X
0,6
0,4
0,2
0,0
13 2 45 67 89 10
Amostras
102
UNICESUMAR
explorando Ideias
O valor esperado da proporção de defeitos p pode ser calculado, mas também pode ser
estimado, de acordo com o conhecimento prévio sobre o processo. Dessa forma, o gráfico p
pode ser elaborado com base tanto no valor calculado quanto no valor estimado. Essa regra
também vale para os outros tipos de gráficos de controle que estudaremos, nesta unidade.
Além disso, na elaboração do gráfico p, é possível utilizar amostras de tamanho constante
ou variável. O exemplo mostrado, nesta unidade, foi o de amostra com tamanho constante.
Fonte: o autor.
Gráfico np
1 m
np npˆ i
m i 1
desvio padrão np (1 p )
103
Em que:
UNIDADE 3
1 m 1
np
m i 1
npˆ i (12 19 10 5 29 16 26 15 11 15) 15, 8
10
Pelo fato de que já calculamos o valor de p (0, 5) , o desvio padrão fica igual a:
LIC np 3 np (1 p )
LSC np 3 np (1 p )
104
De posse desses dados, elaboramos o gráfico np, conforme é representado na
UNICESUMAR
figura a seguir:
pi Valor esperado LIC X LSC
35
30
Proporção de itens defeituosos
25 X X X XX X XX X X
20
15
10
0
1 2 34 5 67 8 9 10
Amostras
Figura 3 - Gráfico np / Fonte: o autor.
105
2
CONTROLE DO
UNIDADE 3
NÚMERO DE
DEFEITOS
por item
Como você pode verificar se uma caneta não possui defeito? Ora, basta fazer um
teste de escrita. Se sair tinta da caneta, ela não possui defeito. Contudo, e para o
caso de um computador montado por uma indústria? Como saber se ele possui
defeito? Você concordará que, para esse tipo de produto, podem existir mais de
um tipo de defeito: o aparelho não liga, o sistema operacional não opera, as portas
USB não funcionam etc. Ainda, esse tipo de produto é construído com redun-
dância em seus sistemas, ou seja, se um componente falhar, outro funcionará e
substituirá, temporariamente, o componente falho.
Portanto, esses tipos de produtos não podem ser julgados quanto à qualidade,
fazendo-se um julgamento de produto com defeito ou sem defeito. Nesse caso,
é preciso inspecionar um item (ou n itens) para verificar o número de defeitos
contidos nele(s). É nesse momento que é inserida a utilização do gráfico de con-
trole de atributos da quantidade de defeitos por item.
A quantidade de defeitos por item segue uma distribuição estatística de dados
chamada Poisson. Além disso, utilizamos dois tipos de gráfico para verificar o
número de defeitos: gráfico c e gráfico u. Compreenda como elaborar cada um.
106
Gráfico c
UNICESUMAR
O gráfico c demonstra o número de defeitos por item ou por lote. Para elaborá-lo,
assim como se dá na produção dos demais gráficos de controle que estudamos,
inicialmente, deve-se decidir qual será o tamanho da amostra. Pode-se utilizar
uma amostra de uma única unidade ou de cem unidades, por exemplo: o tama-
nho da amostra dependerá do custo do produto a ser inspecionado. Assim, itens
caros demandam uma inspeção cuidadosa e, portanto, o tamanho da amostra
será de uma unidade.
Utilizamos as seguintes estatísticas na confecção do gráfico:
Lembre-se que trabalhamos com o padrão de qualidade seis sigmas, ou seja, o in-
tervalo dos limites de controle compreende um valor total de seis desvios padrão
, ou seja, três desvios padrão acima do valor médio e três desvios padrão abaixo
do valor médio. Portanto, os limites de controle desse gráfico são definidos por:
LIC c 3 c
LSC c 3 c
Em que:
107
que compra componentes de diversos fornecedores, constrói computadores e os
UNIDADE 3
entrega em lotes de 5 peças. Em outras palavras, nesse caso, cada amostra possui
o tamanho de 5 unidades. Cada computador da amostra é inspecionado quanto
a alguns tipos de defeitos e, em seguida, o inspetor registra o número de defeitos
encontrados. Os resultados para 20 amostras é apresentado pela tabela a seguir:
1 1
2 3
3 2
4 2
5 2
6 3
7 3
8 0
9 1
10 3
11 2
12 0
13 3
14 3
15 1
16 2
17 3
18 1
19 2
20 2
UNICESUMAR
ração do gráfico c. Qual é o valor médio de defeitos por amostra? Calcularemos
por meio da seguinte equação:
1 m
c ci
m i 1
Em que:
desvio padrão c 1, 95 1, 40
Assim, os limites de controle serão:
LSC c 3 c 1, 95 3 x1, 40 6, 15
109
pi Valor esperado LIC X LSC
UNIDADE 3
6 XX XX XX XX XX XX XX XX XX XX
Quantidade de defeitos
0
13 2 45 67 8 91 01 11 21 31 41 51 61 71 8 19 20
Amostras
Figura 4 - Gráfico c / Fonte: o autor.
Gráfico u
110
amostra menor de n = 25 , a qual é multiplicada por 4 , uma vez que a amostra
UNICESUMAR
maior possui 4 amostras menores.
O número médio de defeitos, em cada amostra menor, é calculado por:
Xi
ui =
ni
Em que:
Para o caso da caixa com 100 unidades (amostra maior) e que possui quatro
caixas com 25 unidades cada (amostra menor ou subamostra), inspecionare-
mos cada um dos 100 produtos. Dessa forma, suponha que, na primeira caixa
com 25 unidades, tenham sido encontrados 10 defeitos; na segunda, 5 defeitos;
na terceira, 12 defeitos; e, na quarta, 3 defeitos. Nesse caso, o número médio de
defeitos por subamostra é de:
10
u=
1 = 0, 40
25
5
u=
2 = 0, 20
25
12
u=
3 = 0, 48
25
4
u=
4 = 0, 16
25
Com esses valores, é possível calcular o número médio de defeitos esperado, o
qual é dado pela média dos valores médios de defeitos em cada subamostra. Em
termos matemáticos, temos:
1 m
u u ui
m i 1
111
Em que:
UNIDADE 3
DP u u
n
Em que:
LIC u 3 u
n
LIC u 3 u
n
1 1 2 12,5
1 2 13
1 3 19
1 4 16
2 1 24 11,5
2 2 7
112
Número Média
UNICESUMAR
Amostra Subamostra
de defeitos da amostra
2 3 0
2 4 15
3 1 6 12,25
3 2 5
3 3 15
3 4 23
4 1 5 11
4 2 8
4 3 13
4 4 18
5 1 20 14,25
5 2 7
5 3 16
5 4 14
6 1 21 13,25
6 2 2
6 3 25
6 4 5
7 1 14 16,75
7 2 14
7 3 21
7 4 16
8 1 16 10,25
8 4 15
8 3 5
18,00
17,00
16,00
X XXXX XX XX X
Quantidade de defeitos
15,00
14,00
13,00
12,00
11,00
10,00
9,00
8,00
1 2 34567891 0
Amostras
Figura 5 - Gráfico u / Fonte: o autor.
Na figura apresentada, é perceptível que existem dois pontos fora dos limites de
controle. Quando isso acontece, devemos investigar se existem causas especiais
atuando no processo. Para tanto, aprenderemos, no tópico a seguir, como inter-
pretar os gráficos de controle por atributos e fazer as devidas investigações.
114
3
CONTROLE DO
UNICESUMAR
NÚMERO DE
DEFEITOS
por item
115
De acordo com a análise desses quatro itens, é possível deduzir se o processo
UNIDADE 3
está sob controle ou não, ou seja, se existe algum problema cujas causas pre-
cisam ser identificadas.
Em relação ao primeiro comportamento, ele diz respeito a como os dados
variam para cada amostra, em relação ao valor esperado. Você se lembra qual
é esse valor esperado para cada tipo de gráfico? Vejamos: para o gráfico p, o
valor esperado é o p estimado ou o p calculado, representando a proporção
esperada de itens defeituosos em cada amostra. Para o gráfico np, o valor
esperado é o np estimado ou o np calculado, representando a quantidade de
itens defeituosos por amostra. Para o gráfico c, o valor esperado é o c estimado
ou o c calculado, representando o número de defeitos por item ou por amostra.
Por fim, para o gráfico u, o valor esperado é o u estimado ou o u calculado,
representando o número médio de defeitos por amostra.
Para analisar os dados quanto ao seu comportamento em relação a um
valor médio, observe a figura a seguir, que ilustra os quatro gráficos que cons-
truímos nesta unidade:
esperado esperado
Proporção de itens defeituosos
1,2 35
1,0 30
0,8 25 XX XX XX XX XX
20
0,6
15
0,4 10
0,2 5
0,0 0
12 34 56 78 91 0 12 34 56 78 91 0
Amostras Amostras
7 7
6 XX XX XX XX XX XX XX XX XX XX 6
5 5 XX XX X XX XX X
4 4
3 3
2 2
1 1
0 0
12 34 56 78 91 0 1112 13 14 151617 18 1920 12 34 56 7 8 91 0
Amostras Amostras
116
Analisemos o item 1 para o gráfico p: é possível observar que os valores de p para
UNICESUMAR
cada amostra variam de forma aleatória em torno do valor central. Isso acontece,
porque ora o valor está acima do valor central, ora está abaixo. Se aparecerem
muitos valores, continuamente, acima ou abaixo do valor central, é um indício
de falta de aleatoriedade. O mesmo ocorre para os demais gráficos.
Agora, analisemos o segundo tipo de comportamento. Existe algum padrão
nos dados? Esse padrão pode ser uma repetição cíclica dos dados. Novamente,
não observamos nenhum tipo de padrão nos gráficos, com exceção para o gráfico
c. Observe que existem pontos consecutivos com o mesmo valor, o que pode ser
um indício de que o processo não está sob controle.
O terceiro tipo de comportamento relacionado à tendência dos dados não é
identificado, tão claramente, nos gráficos apresentados. Observamos, por exem-
plo, que, no primeiro gráfico (gráfico p), os valores de p para as amostras 2, 3 e
4 apresentam valores decrescentes, mas para a amostra 5 o valor sobe. Assim,
não é possível afirmar que existe uma tendência.
O quarto tipo de comportamento, ou seja, os dados fora dos limites de tole-
rância, é o mais fácil de ser identificado. Basta verificar se existe algum dado acima
do LSE ou abaixo do LIE. Consegue identificar? Para o gráfico p, os valores das
amostras 4 , 5 e 7 estão fora dos limites de controle. Para o gráfico np, são
observáveis valores fora dos limites nas amostras 4 , 5 e 7 . Para o gráfico c, não
há valores fora dos limites, enquanto, para o gráfico u, há valores fora dos limi-
tes para as amostras 7 e 8 . Portanto, agora, é possível deduzir que os processos
monitorados pelos gráficos p, np e u podem não estar sob controle, o que indica
que causas especiais podem estar ocorrendo. O que fazer?
Bem, quando um processo está fora de controle estatístico significa que, pos-
sivelmente, alguma causa especial atua no processo. Essa causa pode ser de vários
tipos: falta de treinamento de trabalhadores, descalibragem dos equipamentos de
medição, falta de manutenção de máquina etc.
Além da atuação de causas especiais, há outra observação importante. Ob-
serve que calculamos os valores de p, np, c e u, os quais foram considerados as
estimativas para cada gráfico. Contudo, na verdade, eles só podem ser consi-
derados estimativas corretas se os dados usados em seu cálculo estiverem
dentro de uma situação de controle estatístico. Em outras palavras, os dados
calculados nos gráficos anteriores, com exceção do gráfico c, não podem ser
usados como estimativas.
117
Então, o que fazer? Será preciso seguir o procedimento descrito por Louzada
UNIDADE 3
118
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Estudamos, nesta unidade, como se dá a elaboração e a interpretação de gráfi-
cos de controle de atributos. Para tanto, trabalhamos quatro tipos de gráficos que
podem ser utilizados para monitorar um processo, quanto ao número e quanti-
dade de defeitos em seus produtos.
Para monitorar a frequência de itens defeituosos, utilizamos os gráficos p e
np. Cada um possui um valor estimado da proporção de defeitos ou do número
de defeitos, respectivamente. Esse valor pode ser estimado por meio de cálculo
ou pode ser utilizado um valor conhecido do processo. Após a elaboração des-
ses gráficos, entendemos que é preciso verificar o comportamento dos dados
em relação à aleatoriedade, existência de padrões, de tendência e pontos fora
dos limites de controle. Caso exista algum desses comportamentos, é preciso
identificar se existe alguma causa especial atuando no processo, eliminá-la(s) e
refazer os cálculos, caso haja o desejo de utilizar o mesmo gráfico para monitorar
o processo no futuro.
Para monitorar a frequência de defeitos, utilizamos os gráficos c e u. Cada
um possui um valor estimado do número de defeitos ou do número médio de
defeitos, respectivamente. Esse valor pode ser estimado por meio de cálculo ou
pode ser utilizado um valor conhecido do processo. Após a elaboração desses
gráficos, compreendemos que, assim como se dá nos gráficos p e np, é preciso
verificar o comportamento dos dados em relação à aleatoriedade, existência de
padrões, de tendência e pontos fora dos limites de controle. Caso exista algum
desses comportamentos, é preciso identificar se existe alguma causa especial
atuando no processo, eliminá-la(s) e refazer os cálculos, caso se deseja utilizar o
mesmo gráfico para monitorar o processo no futuro.
Agora, procure mais exemplos de gráficos de controle e foque seus esforços
em fazer a sua interpretação. Pergunte-se: o gráfico demonstra que o processo está
sob controle? Qual é a probabilidade de o processo produzir itens defeituosos?
Os limites de controle do número de defeitos esperados são muito altos? O que se
espera desse processo em termos de qualidade? Procure extrair essas informações
ao visualizar um gráfico de controle. Boa sorte!
119
na prática
18,00
17,00
Quantidade média de defeitos
16,00
15,00 X X XX X X X X X X
14,00
13,00
12,00
11,00
10,00
9,00
8,00
12 34 56 7 89 10
Amostras
a) Gráfico p.
b) Gráfico np.
c) Gráfico c.
d) Gráfico u.
e) Gráfico de controle de variáveis.
35
Quantidade de itens defeituosos
30
25 XX XX X XX XX X
20
15
10
0
1 2 34 56 78 91 0
Amostras
a) Gráfico p.
b) Gráfico np.
c) Gráfico c.
d) Gráfico u.
e) Gráfico de controle de variáveis.
120
na prática
pi Valor LICL X SC
esperado
Proporção de itens defeituosos
1,2
1,0
0,8 XX XX XX XX XX
0,6
0,4
0,2
0,0
12 34 56 78 91 0
Amostras
4. Explique qual gráfico de controle pode ser utilizado para monitorar a quantidade
de defeitos e qual gráfico pode ser utilizado para monitorar o tamanho de peças
produzidas por uma máquina.
121
aprimore-se
Desenvolvimento
Este estudo foi realizado em uma empresa do ramo administrativo cujo principal
objetivo é gerenciar um shopping do Estado do Paraná.
Para o gerenciamento das informações, a empresa utiliza um processo automati-
zado que é realizado por um sistema. No sistema, são inseridas as informações do lo-
catário em conjunto com os valores e as cláusulas especiais acordadas na negociação
feita com o coordenador comercial e superintendente. Esse sistema, então, redirecio-
na todas as informações para uma empresa de advocacia terceirizada que confeccio-
na os contratos, os quais são encaminhados ao shopping para a coleta das assinatu-
ras das partes interessadas. Posteriormente, o contrato é validado por advogados e é
compreendido como contrato assinado pelo sistema. Dessa forma, o departamento
intitulado Faturamento, localizado na sede da Holding, é o responsável por fazer uma
última conferência entre os dados imputados e os descritos no instrumento, para que
não haja divergência no sistema, que, automaticamente, gerará os boletos.
Além disso, cada negociação imputada gera um número de registro, o qual faci-
lita a busca e o armazenamento das informações referentes a cada loja. Um cola-
borador ou estagiário comercial do shopping é o responsável por concluir todos os
122
aprimore-se
estágios de vendas até o contrato cadastrado pela área de faturamento. Para tanto,
deve consultar o número de negociação, diariamente, verificando se houve alguma
alteração, a qual pode ser tanto positiva (cadastro) quanto negativa (reprovação).
Caso a alteração seja negativa, uma análise deve ser feita, a fim de que o problema
seja resolvido e reencaminhado para o faturamento o quanto antes. Essa análise
deve ser descrita no campo observações, para que o colaborador possa entender
os reajustes e reavaliar.
Neste estudo, para análise do processo, foram utilizados dados de outubro de
2015 até fevereiro de 2016, restringindo apenas as negociações de lojas novas e as re-
novações. O responsável pela coleta dos dados foi o estagiário comercial do shopping,
o qual tem acesso ao sistema, que deve ser alimentado com todos os dados correta-
mente, a fim de que sejam integrados conforme o desejado pelo sistema de geração
de boletos. A conferência diária das negociações para verificação de alterações é feita
logo no início do período de trabalho, das 09:00 às 10:00. A partir do entendimento
das etapas que a negociação-faturamento, 20 negociações foram analisadas.
Para que se possa investigar, estatisticamente, se o processo está em controle, de
acordo os parâmetros da qualidade, utilizou-se o gráfico de controle para atributos,
mais especificamente a carta para o número de não conformidades por unidade,
visto que serão investigadas negociações isoladas, sem dependência uma da outra.
Conclusão
123
eu recomendo!
livro
filme
124
anotações
4
CONTROLE
ESTATÍSTICO
DO PROCESSO
por variáveis
PROFESSOR
Me. Maílson José da Silva
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Gráficos x e S • Gráficos x eR
• Leitura e análise de gráficos de controle por variáveis
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar os gráficos x e S e a sua importância no CEP • Trabalhar os gráficos xe R e a sua
importância no CEP • Analisar dados e informações dos gráficos de controle por variáveis
INTRODUÇÃO
x E S
128
informada na embalagem? Talvez, você sugira que o fabricante pese todas as
UNICESUMAR
embalagens produzidas antes de serem despachadas. Isso, certamente, evitaria a
entrega de produtos fora das especificações. Todavia, apesar de estar correto, o uso
da inspeção oferece resultados limitados, uma vez que ela, simplesmente, separa
um produto em duas classes: bons ou ruins em relação à característica que está
sendo avaliada. Além disso, apesar de ser útil, a inspeção não consegue identificar
se um processo está apresentando sinais de que está começando a produzir itens
fora do controle, já que atua apenas no final do processo. Talvez, você se pergunte:
é possível prever que um processo fabricará itens defeituosos antes mesmo de
um item defeituoso ser produzido? A resposta é sim e isso é possível por meio
dos gráficos de controle. No caso do peso da embalagem, seria por intermédio
de um gráfico de controle por variáveis.
pensando juntos
129
UNIDADE 4
explorando Ideias
Além dos gráficos da média, desvio padrão e amplitude, podem ser utilizados outros dois gráfi-
cos no controle de variáveis: o gráfico da soma acumulada (Cusum) e o gráfico da média móvel,
exponencialmente, ponderada (MMEP). Esses gráficos, segundo Louzada et al. (2013), agregam
informações que não seriam obtidas por meio dos gráficos de Shewhart para a análise.
Fonte: o autor.
1 1 2
1 2 2
130
Amostra Observação Valor (mm)
UNICESUMAR
1 3 2
1 4 2
1 5 3
2 1 2
2 2 3
2 3 3
2 4 4
2 5 2
Tabela 1 - Diâmetros de peças de duas amostras com tamanho igual a 5 / Fonte: o autor.
Amostra 2:
n 5
xj xj
j 1 j 1 (2 3 3 4 2)
xi x2 2, 8mm
n 5 5
131
Entendido? Esse tipo de cálculo é o que faremos nesta unidade.
UNIDADE 4
explorando Ideias
Além do valor calculado de referência, existe o valor especificado de referência. Nesse caso,
não é necessário calcular os valores de referência para a média e para o desvio padrão.
Basta utilizar os valores que são especificados no projeto do produto e que atendem às
necessidades dos clientes. Os limites do gráfico de controle da média com especificações
σ 0
, em que ∝ é o valor especificado da média, σ é o desvio padrão
0
são dados por: ∝ 3
n
especificado e n é o número de elementos da amostra . Já os limites do gráfico de controle
do desvio padrão com especificações são dados por: c σ
4 3σ (1 c42 ) , em que c4 é um
valor tabelado conforme o tamanho da amostra e σ é o desvio padrão especificado.
Fonte: adaptado de Louzada et al. (2013).
Quando não existem valores especificados para a média e para o desvio padrão
das amostras, é possível calcular seus valores, seguindo o passo a passo proposto
por Louzada et al. (2013).
pensando juntos
Caso um produto não tenha um valor especificado para uma característica de qualidade
significa que ele pode ter qualquer valor? Os clientes aceitarão?
UNICESUMAR
de observações
Foram medidos os tempos de atendimento, em segundos, para cada uma das 350
observações. Cada observação é representada por xij , sendo i o valor que indica
a amostra e j o valor que indica a observação. A tabela, a seguir, apresenta os re-
sultados medidos até a quarta amostra (nem todos os dados foram apresentados
por uma questão de espaço):
1 1 53 3 1 72
1 2 78 3 2 76
1 3 57 3 3 72
1 4 52 3 4 72
1 5 46 3 5 86
1 6 71 3 6 77
1 7 90 3 7 64
133
Amostra Observação Valor Amostra Observação Valor
UNIDADE 4
1 8 87 3 8 82
1 9 79 3 9 55
1 10 66 3 10 45
1 11 51 3 11 90
1 12 76 3 12 88
1 13 60 3 13 84
1 14 88 3 14 60
2 1 69 4 1 69
2 2 84 4 2 42
2 3 45 4 3 90
2 4 51 4 4 90
2 5 74 4 5 57
2 6 50 4 6 81
2 7 42 4 7 70
2 8 89 4 8 90
2 9 53 4 9 66
2 10 40 4 10 48
2 11 61 4 11 49
2 12 57 4 12 89
2 13 44 4 13 79
2 14 54 4 14 46
UNICESUMAR
amostra. Depois, foram coletadas mais 13 observações, totalizando 14 observações
da amostra. O próximo valor medido é a primeira observação da amostra dois.
Cada amostra possui um valor médio. O valor médio é obtido por meio da di-
visão da soma dos valores da amostra pelo número de elementos da amostra.
Matematicamente, a média da i-ésima amostra é dada por:
n
xj
j 1
xi
n
Em que:
Esse cálculo deve ser feito para cada amostra. A tabela, a seguir, expõe o resultado
das médias das 25 amostras:
Amostra Média ( x ) Amostra Média ( x )
1 68 13 65
2 58 14 61
3 73 15 61
135
Amostra Amostra
UNIDADE 4
Média ( x ) Média ( x )
4 69 16 64
5 61 17 66
6 68 18 71
7 67 19 65
8 60 20 64
9 58 21 65
10 66 22 74
11 63 23 64
12 63 24 59
/ / 25 70
Cada amostra possui um valor de desvio padrão dado pela seguinte equação:
n
1 i
Si ( xij xi )2
ni 1 j 1
Em que:
Si : desvio padrão da i-ésima amostra.
ni : número de elementos da i-ésima amostra.
xij : valor do j-ésimo elemento da i-ésima amostra.
136
Para que você compreenda melhor a aplicação da equação, calcularemos o desvio
UNICESUMAR
padrão da primeira amostra do nosso conjunto de dados:
(53 68)2 (78 68)2 (57 68)2
1
ni
1 14
1 (52 68)2 (46 68)2 (71 68)2
Si
ni 1 j 1
( xij xi )2 S1
14 1 j 1
( xij xi )2
14 1 (90 68)2 (87 68)2 (79 68)2
15, 14 s
(66 68)2 (51 68)2 (76 68)2 (60 68)2 (88 68)2
Observe que o cálculo foi feito com os dados da Tabela 1 para a média da amostra
1, a qual é de, aproximadamente, 68s , assim como fora calculado no passo anterior.
A tabela, a seguir, apresenta os valores de desvio padrão para cada amostra:
1 15, 14 13 13, 93
2 15, 50 14 15, 00
3 13, 22 15 15, 72
4 18, 02 16 14, 82
5 16, 62 17 16, 88
6 10, 27 18 12, 43
7 15, 58 19 15, 17
8 11, 44 20 15, 51
9 14, 37 21 14, 22
10 17, 71 22 15, 95
11 15, 36 23 16, 92
12 15, 43 24 11, 18
/ / 25 12, 09
Tabela 4 - Desvio padrão das amostras / Fonte: o autor.
Não se assuste com o cálculo! Caso você não o compreenda, leia, novamente, a unidade
em que explicamos o cálculo do desvio padrão. Consulte também seu professor e tutor.
137
Selecionar um valor de C4, conforme o tamanho
UNIDADE 4
das amostras
n c4 n c4 n c4
Tabela 5 - Constante C4 usada na construção do gráfico S / Fonte: Louzada et al. (2013, p. 27).
S
x±3
c4 n
138
Em que:
UNICESUMAR
x : média das médias amostrais.
S : média dos desvios padrão.
c4 : valor tabelado conforme número de elementos da amostra.
n : número total de amostras.
x 64, 83
S 14, 74
S 14, 74
LSC x 3 64, 83 3 76, 88 s
c4 n 0, 9810 14
x 64, 83s
S 14, 74
LIC x 3 64, 83 3 52, 78 s
c4 n 0, 9810 14
Os valores das três linhas e os valores das médias amostrais devem ser plotados
em um gráfico de linha, conforme é visualizado a seguir:
139
90
UNIDADE 4
80 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
70
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Esse é o gráfico que monitora as médias amostrais. É observável que todos os va-
lores de x barra ( x - médias amostrais) estão dentro dos limites de controle. Além
disso, os valores das médias se alteram em torno da linha central. No último tópico,
realizaremos a interpretação desse gráfico. Agora, construiremos o gráfico S.
Construir o gráfico S
140
Em que:
UNICESUMAR
LIC : limite inferior de controle.
LSC : limite superior de controle.
S : média dos desvios padrão.
c4 : valor tabelado conforme o número de elementos da amostra.
n : número total de amostras.
Observe que os cálculos foram feitos com base nos valores já obtidos. De posse dos
limites e dos valores de desvio padrão de cada amostra, foi construído o gráfico S:
25,00
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
explorando Ideias
141
2
GRÁFICOS
UNIDADE 4
xER
142
Por exemplo, para uma amostra de 5 peças cujos pesos foram medidos e
UNICESUMAR
obtidos os seguintes valores: 2, 3kg , 2, 3kg , 2, 5kg , 2, 5kg e 2, 6kg , a amplitude
amostral é igual a:
Ri max j ( xij ) min j ( xij ) 2, 6 2, 3 0, 3kg
Vejamos, agora, um passo a passo proposto por Louzada et al. (2013) para a
construção dos gráficos x e R. Utilizaremos, como exemplo, o caso de um fabri-
cante de peças metálicas que utilizará os gráficos da média e da amplitude para
monitorar a largura de peças usinadas. As peças são comercializadas em caixas
que possuem 2 peças.
Pelo fato de que cada caixa contém 2 peças, a amostra considerada será uma
caixa com duas observações. Para a construção do gráfico, utilizaremos os dados
de 25 amostras, ou seja, m = 25 e n = 2 .
Coletar os dados
Neste passo, é preciso obter as medidas das unidades amostrais. Para cada peça
das 25 amostras, as quais possuem 2 peças cada, foi feita a medição de largura
(em mm ). Os resultados são apresentados na tabela a seguir:
1 1 71 13 2 71
1 2 70 14 1 73
2 1 71 14 2 71
2 2 73 15 1 73
3 1 73 15 2 73
143
Amostra Observação Valor Amostra Observação Valor
UNIDADE 4
3 2 70 16 1 73
4 1 71 16 2 70
4 2 69 17 1 69
5 1 69 17 2 72
5 2 69 18 1 69
6 1 71 18 2 71
6 2 72 19 1 72
7 1 72 19 2 70
7 2 69 20 1 70
8 1 71 20 2 72
8 2 71 21 1 72
9 1 71 21 2 69
9 2 71 22 1 69
10 1 72 22 2 69
10 2 69 23 1 81
11 1 70 23 2 70
11 2 70 24 1 90
12 1 70 24 2 72
12 2 69 25 1 48
13 1 72 25 2 70
144
Observa-se que há um total de 50 valores de dimensões de peças.
UNICESUMAR
Calcular o valor da média de cada amostra
Para cada amostra, será necessário calcular o valor médio. Ele é dado por:
1 n
xi xij
n j 1
1 2 1
x2
2 j 1
xij (71 73) 72, 0mm
2
A tabela, a seguir, apresenta os valores das médias de cada amostra:
1 70, 5 13 71, 5
2 72, 0 14 72, 0
3 71, 5 15 73, 0
4 70, 0 16 71, 5
5 69, 0 17 70, 5
6 71, 5 18 70, 0
7 70, 5 19 71, 0
8 71, 5 20 71, 0
145
Amostra Média (mm) Amostra Média (mm)
UNIDADE 4
9 71, 5 21 70, 5
10 70, 5 22 69, 0
11 70, 0 23 70, 5
12 69, 5 24 72, 5
/ / 25 70, 0
Tabela 7 - Médias amostrais / Fonte: o autor.
1 m 1
x
m i 1
xi (70, 5 72 71, 5 70 69 71, 5 70, 5
25
71 71 70, 5 70 69, 5 71, 5 72 73 71, 5
70, 5 70 71 71 70, 5 69 70, 5 72, 5 70) 70, 8mm
explorando Ideias
Os cálculos apresentados são utilizados quando não existe um valor especificado da mé-
dia do processo. Caso esse valor seja especificado, devemos utilizar outras fórmulas para
construir o gráfico x.
Fonte: o autor.
146
Calcular a amplitude R
UNICESUMAR
Agora, é preciso calcular a amplitude de cada amostra. A seguir, detalhamos as
amplitudes das duas primeiras amostras:
R1 max j ( x1 j ) min j ( x1 j ) 71 70 1mm
1 1 13 1
2 2 14 2
3 3 15 0
4 2 16 3
5 0 17 3
6 1 18 2
7 3 19 2
8 0 20 2
9 0 21 3
10 3 22 0
11 0 23 1
12 1 24 1
/ / 25 0
147
Se as amostras fossem de tamanho unitário, não seria possível calcular a amplitu-
UNIDADE 4
de por meio da diferença entre o maior e o menor valor. Nesse caso, a amplitude
pode ser calculada por meio da amplitude móvel, que é dada pela diferença entre
o valor da amostra posterior e o valor da amostra anterior.
Utilizando os dados de amplitude amostrais da Tabela 8, calcularemos a am-
plitude média:
1 m 1
R Ri 25 (1 2 3 2 0 1 3 0 0 3 0 1 1 2 0 3 3 2 2 2 3 0 1 1 0) 1, 44mm
m i 1
Construção do gráfico x
Para a construção dos gráficos, além dos valores que calculamos da média e da
amplitude, é preciso selecionar dois valores chamados de constantes d2 e d3 ,
conforme é visualizado na tabela a seguir:
n d2 d3
2 1,1296 0,8541
3 1,6918 0,8909
4 2,0535 0,8800
5 2,3248 0,8674
6 2,5404 0,8508
7 2,7074 0,8326
8 2,8501 0,8209
9 2,9677 0,8102
10 3,0737 0,7978
11 3,1696 0,7890
Tabela 9 - Constantes usadas na construção dos gráficos R e x / Fonte: Louzada et al. (2013, p. 35).
148
Para o nosso exemplo, o valor de n é igual a 2 , pois é o número de observações
UNICESUMAR
em cada amostra. De acordo com a Tabela 9, devemos usar os valores d2 = 1, 1296
e d3 = 0, 8541 .
O gráfico x é composto pelas médias amostrais e possui três linhas hori-
zontais, semelhante ao gráfico que explicamos anteriormente. Existe a linha do
Limite Superior de Controle (LSC), uma linha central do padrão de referência e a
linha do Limite Inferior de Controle (LIC). O LSC é obtido pela seguinte equação:
R
LSC x 3
d2 n
72,0
71,0
70,0
69,0
68,0 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
67,0
66,0
65,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
temos os seus valores médios. Observe que todos os valores das médias amostrais
estão dentro do intervalo delimitado pelos limites superior e inferior de controle.
Construção do gráfico R
d3 R
LSC R 3
d2
d3 R 0, 8541.1, 44
LSC R 3 1, 44 3 4, 7 mm
d2 1, 1296
d3 R 0, 8541.1, 44
LIC R 3 1, 44 3 1, 8mm
d2 1, 1296
150
Pelo fato de que não usamos limites de controle negativos, adotaremos que
UNICESUMAR
LIC = 0mm .
De posse desses dados e dos valores das amplitudes amostrais dadas pela
Tabela 8, é possível construir o gráfico de controle:
5
4,5
3,5
3 Amplitude
2 LSC
1,5 X LIC
0,5
0 X X X XX X X X X XX X X X X X X X X X X X X X X
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25
151
3
LEITURA E ANÁLISE DE
UNIDADE 4
GRÁFICOS DE
CONTROLE
por variáveis
Agora que você já conheceu os cálculos para a construção dos gráficos de controle
por variáveis, explicaremos como se dá a sua leitura e análise. Consideramos este
tópico como o principal desta unidade, uma vez que o nosso foco é lhe explicar
como ler e entender um gráfico de controle.
Os gráficos de controle por variáveis são utilizados para verificar se os resultados
para uma determinada variável do processo são aceitáveis, do ponto de vista do con-
trole estatístico. Quando conseguimos controlar, estatisticamente, o desempenho de
um processo, é possível afirmar que ele sofre influências apenas de causas comuns,
inerentes a todos os processos. Todavia, se o processo não está sob controle, significa
que os resultados de uma variável são influenciados por causas especiais. É desejável
que os processos sejam influenciados apenas por causas comuns.
Em termos gerais, em todos os gráficos de controle por variáveis, o interesse
é o de comparar os resultados da variável com um valor de referência e com os
limites de controle inferior e superior. Assim, os resultados das variáveis precisam
se enquadrar dentro do seguinte intervalo:
µ0X ± 3σ X
0
O valor de µX se refere ao valor de referência, que pode ser a média, o desvio
padrão médio ou a amplitude média, de acordo com o gráfico utilizado. O valor
de ±3s X diz respeito às faixas que delimitam os limites superior e inferior de
152
controle, a partir do valor de referência. Observe que, sempre, trabalhamos com
UNICESUMAR
um padrão de qualidade seis sigma ( 6s ).
Esses valores dos gráficos podem ser definidos por critérios técnicos ou espe-
cificações de clientes ou, ainda, por meio de cálculos, assim como fora estudado
nos dois tópicos anteriores. Dessa forma, por exemplo, para construir um gráfico
de controle, pode-se definir, previamente, o valor da média e do desvio padrão
de uma variável. Nesse caso, deveremos utilizar outras fórmulas que não apre-
sentamos nesta unidade.
Uma habilidade importante a ser desenvolvida, nesta disciplina, é o de saber in-
terpretar um gráfico de controle. Portanto, realizaremos a interpretação dos gráficos
das Figuras 1, 2, 3 e 4, as quais são reproduzidas, novamente, em conjunto, a seguir
Gráfico da média
80
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
75
70
65
60
55
50
45
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
x barra x duas barras LIC X LSC
Gráfico do desvio-padrão
25,00
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
x barra x duas barras LIC X LSC
153
Gráfico da média (2)
UNIDADE 4
74,0
72,0
70,0
68,0 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
66,0
64,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Gráfico da amplitude
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
UNICESUMAR
Deve-se, portanto, analisar, basicamente, três características dos gráficos:
a) Pontos fora dos limites de controle.
b) Pontos não aleatórios em torno da linha central.
c) Tendências crescente ou decrescente dos valores ou existência de padrão
cíclico.
A primeira característica foi a que comentamos, ou seja, é preciso verificar, nos
gráficos de controle, se os valores tanto da média quanto do desvio padrão não
estão acima do LSC ou abaixo do LIC . É perceptível, nos quatro gráficos, que
não existe nenhum ponto fora dos limites.
A segunda característica diz respeito à aleatoriedade dos dados. Para verificar
se os dados são aleatórios, deve-se observar se eles estão distribuídos entre valores
acima e abaixo da linha central. Em outras palavras, não podem existir muitos
valores abaixo e poucos valores acima da linha central ou vice e versa: é preciso
ter um equilíbrio. Para todos os gráficos, é possível observar, visualmente, que há
uma distribuição aleatória em torno da linha central. Apenas, no último gráfico,
o da amplitude, é visível que, nas amostras 18, 19 e 20, há um mesmo valor de
amplitude, o que pode indicar um comportamento anormal.
A terceira característica diz respeito aos padrões na sequência dos dados
dos gráficos. Assim, é preciso observar se uma sequência de dados nos gráficos
é crescente ou decrescente. Ainda, é preciso analisar se há sazonalidade nos da-
dos, ou seja, repetições de valores a intervalos de tempo regulares. Nos gráficos,
é perceptível que os valores aumentam e diminuem, alternadamente. Em outras
palavras, não há uma grande sequência de dados, crescendo ou decrescendo.
Se alguma das três características que mencionamos for observada nos gráfi-
cos? Primeiramente, deve-se considerar a hipótese de que o processo não está sob
controle estatístico. Em seguida, é preciso verificar o que causou os valores com
aquelas características nas amostras. Portanto, deve-se verificar se alguma causa
especial ocorreu no processo, para que a variável da amostra tivesse aquele valor
anormal. Caso haja, realmente, alguma causa especial, como uma inadequação de
máquina, alteração na qualidade de matéria-prima ou alteração da temperatura do
processo, por exemplo, será necessário eliminar essa causa. Além disso, os dados
das amostras que sofreram a influência dessa causa especial deverão ser eliminados
do nosso banco de dados e os gráficos deverão ser refeitos sem essas amostras. Os
gráficos resultantes podem ser usados para monitorar o processo.
Para uma melhor análise dos gráficos, podemos utilizar regras sensibilizantes.
155
Regras sensibilizantes
UNIDADE 4
Assim como já fora explicado, utilizamos um padrão de controle seis sigma. Isso
significa que delimitamos os limites superior e inferior de controle, dentro de uma
faixa de três desvios padrão acima e abaixo do valor de referência. No entanto,
podemos plotar, no gráfico, faixas delimitadas por um desvio padrão e por dois
desvios padrão, e analisar o controle do processo por meio delas. Um exemplo
de gráfico com essas faixas é apresentado a seguir:
74,0
3
73,0 ZONA A
2
ZONA B
72,0 1
ZONA C
71,0
ZONA C
70,0 1
ZONA B
69,0 2
ZONA A
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 3
X
68,0
67,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Figura 6 - Zonas do gráfico de controle sem nenhuma violação das regras sensibilizantes
Fonte: o autor.
O gráfico possui três zonas delimitadas, de acordo com o valor do desvio padrão
(sigma - s ). Um sigma delimita a zona C; dois sigmas delimitam a zona B; já três
sigmas delimitam a zona A.
As regras sensibilizantes definem padrões de valores nessas zonas que indi-
cam que o processo pode não estar sob controle. Algumas dessas regras, segundo
Louzada et al. (2013), são:
1. Pontos fora dos limites superior ou inferior de controle: no
gráfico da Figura 6, é observável que não existem pontos fora
dos limites. Portanto, o processo estaria sob controle, conside-
rando essa regra.
156
2. Oito pontos consecutivos em mesmo lado da linha central:
UNICESUMAR
observa-se, no gráfico da Figura 6, que, no máximo, existem qua-
tro pontos de um mesmo lado em relação à linha central. Por-
tanto, o processo estaria sob controle, considerando essa regra.
158
na prática
Gráfico x barra
130
125
120
115
Dimensão (mm)
110 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X XX XX X x barra
105
x duas barras
100
LIC
95
90 X LSX
85
80
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25
Amostra
159
na prática
30
25
Dimensão (mm)
Desvio-padrão da amostra
20
Desvio médio
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
15 LIC
10 X LSC
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25
160
aprimore-se
161
aprimore-se
30
25
Dimensão (mm)
Desvio-padrão da amostra
20
Desvio médio
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
15 LIC
10 X LSC
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25
162
aprimore-se
Observando-se a carta Xbarra-R, percebe-se que nem todos os pontos estão den-
tro do limite e nenhuma configuração aleatória está presente. Pelo fato de que so-
mente uma dessas duas condições é satisfeita, é possível afirmar que o processo está
fora do controle estatístico, sendo necessário determinar quais pontos devem ser ma-
nipulados, a fim de que seja alcançado o controle estatístico do processo.
O fato de existirem pontos fora do limite de controle justifica a identificação da(s)
respectiva(s) causa(s) especial(is) que causa(m) essa anomalia. Ao observar os limites
de especificação, constata-se que o processo não atende ao limite superior de especi-
ficação, uma vez que dois dos pontos no gráfico de controle apresentam valor igual ou
superior a 1030, caracterizando um processo superior ao limite de especificação. Con-
sequentemente, o processo está fora de controle e fora dos limites de especificação:
1028 =
X=1027,725
1026
LIC= 1025,461
1024 1 1
1
1022 1
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
Amostra
LSC= 3,329
3
? da amostral
2 -
s=1.594
1
0 LIC= 0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
Amostra
163
aprimore-se
164
eu recomendo!
conecte-se
Recomendamos que você faça os cálculos para a construção dos gráficos da mé-
dia e do desvio padrão apresentados no primeiro tópico. Para isso, utilize os da-
dos das amostras apresentadas, os quais estão disponíveis no link a seguir. Ele
também apresenta o detalhamento dos cálculos realizados.
https://drive.google.com/open?id=1L3QDCA6h7T1U0rXAFqvaGIeXrHzyLe9l
165
5
CAPACIDADE DE
PROCESSOS
PROFESSOR
Me. Maílson José da Silva
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O que é capacidade de processos
• Índices de capacidade de processos • Interpretação dos dados de capacidade de processos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Explicar o conceito de capacidade de processos • Explanar o cálculo dos índices de capacidade de
processos • Analisar dados gráficos e numéricos de capacidade de processos.
INTRODUÇÃO
CAPACIDADE
de processos
UNICESUMAR
empresa A, geralmente, chegam ao ponto no intervalo de 5h55 min e 6h05 min ,
enquanto os ônibus da empresa B, geralmente, chegam ao ponto no intervalo de
5h 45 min e 6h15 min . Qual empresa consegue atender melhor o horário progra-
mado de 6h ? É possível observar que a empresa A consegue atender à especifica-
ção de tempo, pois, no máximo, os ônibus chegam às 6h05 min e, no mínimo, às
5h55 min : esses valores estão dentro do intervalo de especificação de 5h50 min
e 6h10 min . Já a empresa B não consegue atender ao intervalo de especificação,
visto que, no máximo, os ônibus chegam às 6h15 min e, no mínimo, às 5h 45 min
, ou seja, existem valores fora das especificações. Assim, é plausível afirmar que o
processo da empresa A é um processo capaz, pois atende, satisfatoriamente, à ne-
cessidade dos clientes, que é a de esperar um ônibus por, no máximo, 10 minutos
de diferença em relação ao horário programado. Já o processo da empresa B não
é capaz, dado que não atende às especificações.
Conseguiu entender o conceito de capacidade de processos? Assim, sempre
que um processo produz itens dentro das especificações, pode-se afirmar que ele
possui capacidade. Entretanto, quando não produz itens dentro das especifica-
ções, não possui capacidade. Constataremos adiante que essa capacidade pode
ser medida, ou seja, existem processos que são mais capazes do que outros.
Quando estudamos os gráficos de controle, aprendemos que, para gerenciar,
adequadamente, um processo, é preciso que ele esteja sob controle estatístico. Esse
controle indica que o processo é previsível, ou seja, que seus resultados estarão
dentro de uma faixa esperada. No entanto, mesmo que o processo seja previsível,
ele pode não ser capaz, ou seja, é possível prever a faixa de resultados do processo,
mas ela não está dentro do intervalo de especificações dos clientes.
Um processo previsível é considerado estável, por estar sob controle estatístico.
Contudo, nem sempre ele é capaz. Por outro lado, quando o processo é previsível e
capaz, atingimos um grande objetivo do CEP: ter um processo que atende às espe-
cificações dos clientes e com variabilidade conhecida. A verificação da capacidade
de processos é feita apenas para processos estáveis. Se o processo em estudo possuir
uma variabilidade desconhecida, fora dos limites superior e inferior de controle,
não faz sentido verificar a sua capacidade. Portanto, há um trabalho em conjunto,
a fim de tornar o processo previsível e que atenda às especificações dos clientes.
Você precisa estar atento aos resultados de um processo para verificar a sua
capacidade. Constataremos, agora, se você entendeu bem o conceito. Observe as
figuras a seguir, as quais apresentam o histograma do processo de fabricação de
uma peça realizada pelas empresas A e B: 169
25
UNIDADE 5
20
15
Frequência
10
0
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80
25
20
15
Frequência
10
0
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80
170
inadequado. É preciso identificar as causas que atuam no processo da empresa B
UNICESUMAR
e geram peças fora das especificações.
Embora o processo da empresa A seja capaz, cabe a seguinte pergunta: a capa-
cidade atual é adequada? É possível melhorá-la? Responderemos essas perguntas
por meio do cálculo dos índices de capacidade apresentado no tópico a seguir.
explorando Ideias
Todo processo possui uma faixa característica. Se a distribuição de dados é do tipo nor-
mal, é possível afirmar que 99, 73% dos valores estarão dentro de uma faixa de µ 3 σ ,
em que µ é o valor médio da distribuição e σ é o desvio-padrão. Se essa faixa caracterís-
tica do processo estiver dentro dos limites de especificação, o processo é capaz.
Fonte: adaptado de Werkema (2006).
2
ÍNDICES DE
CAPACIDADE
de processos
171
Índice C p
UNIDADE 5
172
desvio padrão é de 0, 1°C . A distribuição dos dados é do tipo normal e o pro-
UNICESUMAR
cesso produz itens fora dos limites de controle. Nessas condições, qual é o índice
de capacidade do processo? Os dados apresentados poderiam ser aplicados na
equação do índice de capacidade do processo, desde que ele estivesse sob controle
estatístico. Assim como fora informado, o processo gera valores fora dos limites
de controle, o que indica que ele não está sob controle estatístico. Portanto, não
faz sentido calcular o índice de capacidade do processo. Primeiro, é preciso tornar
o processo estável para, depois, verificar o seu índice de capacidade.
Índice C pk
173
Observe que foram calculados dois valores ( 1, 10 , 1, 16 ) e o índice é o menor
UNIDADE 5
entre eles.
Exemplo 2: o processo de fabricação de peças da empresa B, ilustrado pela
Figura 2, possui LIE 20µm e LSE 60µm. O valor da média do processo é
de 39, 73µm, com desvio padrão estimado de 8, 62 µm . Portanto, o valor do
índice de capacidade real é:
explorando Ideias
174
3
INTERPRETAÇÃO
UNICESUMAR
DOS DADOS DE
CAPACIDADE
de processos
Comparação do Proporção de
Classificação Valor
Histograma com Defeituosos
do processo de C p
as Especificações p
LIE LSE
Capaz ou
adequado C p ≥ 1, 33 p ≤ 64 ppm
(verde)
LIE LSE
Aceitável
1< C p < 1, 33 64 ppm < p < 0, 27%
(amarelo)
175
UNIDADE 5
Comparação do Proporção de
Classificação Valor
Histograma com Defeituosos
do processo de C p
as Especificações p
LIE LSE
Incapaz ou
Inadequado Cp < 1 p > 0, 27%
(vermelho)
pensando juntos
UNICESUMAR
apresentado no exemplo 1 do tópico anterior? Seu valor foi de 1, 25 : portanto, o
processo é aceitável. Todavia, será necessário atuar sobre as causas do processo
para reduzir a sua variabilidade, melhorando a sua capacidade. Quanto maior for
o índice obtido, mais capaz será o processo.
Agora, realizaremos a interpretação dos valores de índices de capacidade de
processos, em gráficos que representam a distribuição de dados de processos.
Assim como já fora estudado, podemos calcular tanto o índice C p quanto o C pk .
Dependendo de como a distribuição de dados se encontra em relação ao valor
médio de especificações, os valores dos índices podem ser iguais ou diferentes
entre si. Observe a figura a seguir:
38 44 50 56 62
S=2
C p = 2,0
C pk = 1,5
38 44 50 53 56 62
mente, é perceptível que o gráfico está deslocado para a direita. Embora o valor
de C p seja alto ( 2 ), ele não especifica, corretamente, a capacidade do processo,
pois a sua média não coincide com a da faixa de especificações (a média da faixa
de especificações é 50 e a do processo é 53 ). O índice C pk indica a capacidade
real do processo, que, se comparada com a da figura anterior, é menor ( 1, 5 ).
Observe um terceiro caso, na figura, a seguir:
LIE LSE
S=2 C p = 2,0
C pk = -0,5
38 44 50 56 62 65
UNICESUMAR
médio, reduzindo a sua variabilidade.
Caso exista um deslocamento do valor médio do processo em relação ao valor
médio da especificação, talvez, seja necessária uma investigação e um trabalho
mais profundos. Um processo com essa característica pode até ter uma baixa
variabilidade, porém o seu valor médio precisa ser corrigido. Nesse sentido, o
ciclo PDCA pode ser aplicado, a fim de estabelecer novas metas de desempenho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. Imagine a situação em que você é gestor de processos. Seu superior vai até você
e lhe diz: precisamos melhorar a capacidade do processo. Explique o que ele quis
dizer com essa frase.
2. Um processo produz peças com medidas com média de 64mm . Os limites inferior
e superior de especificação são, respectivamente, 55mm e 65mm . Qual índice
de capacidade de processos é o mais recomendado para calcular a capacidade do
processo?
4. Suponha que um processo sob controle estatístico possui distribuição normal e bilateral,
com média centrada no valor médio da faixa de especificações, sendo LSE = 30mm ,
LIE = 25mm e ˆ
σ 0, 8 mm . Nessas condições, o processo é capaz?
180
aprimore-se
As técnicas estatísticas podem ser úteis em todo o ciclo do produto, inclusive no desen-
volvimento de atividades anteriores à fabricação, para quantificar a variabilidade do
processo, analisar essa variabilidade em relação às exigências ou especificações do pro-
duto e para promover o desenvolvimento e a fabricação na eliminação ou redução des-
sa variabilidade. Essa atividade geral é chamada de análise da capacidade do processo.
A capacidade do processo diz respeito a sua uniformidade. Obviamente, a va-
riabilidade de características críticas para a qualidade no processo é uma medida
da uniformidade da produção. Há duas maneiras de se encarar essa variabilidade:
i) variabilidade natural ou inerente a uma característica crítica para a qualidade em
um instante específico, isto é, a variabilidade “instantânea”; ii) a variabilidade em
uma característica crítica para a qualidade ao longo do tempo.
A determinação da capacidade do processo é uma parte importante no proces-
so DMAMC (D-Definir; M- Medir; A-Analisar; M-Melhorar; C-Controlar). Ela é usada
principalmente no passo A, mas pode ser útil em outros passos, tais como no M. É
costume tomar, como medida da capacidade de um processo, a dispersão de seis
sigmas na distribuição da característica da qualidade do produto. A figura a seguir
mostra um processo em que a característica da qualidade tem distribuição normal,
com média µ e desvio padrão σ:
0,9973
0,00135 0,00135
µ
LINT 3σ 3σ LSNT
Média do processo
181
aprimore-se
182
aprimore-se
183
eu recomendo!
livro
184
conclusão geral
conclusão geral
185
referências
CORSI, A.; BOSSONARIO, A. C.; MARTINS, G. R.; CULCHESK, A. Aplicação de Gráficos de Controle
de Atributos para Análise de Processo Administrativo. Revista Produção Industrial & Servi-
ços, v. 2, n. 2, p. 45-61, 2015.
LARSON, R.; FARBER, B. Estatística Aplicada. 6. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2015.
LOUZADA, F.; DINIZ, C.; FERREIRA, P.; FERREIRA E. Controle Estatístico de Processos: uma
abordagem prática para cursos de Engenharia e Administração. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
VELOSO, R. de M.; OLIVEIRA, G. de; REIS, G. F.; BORGES, L. G. X.; RAMOS, R. F. Controle Estatís-
tico de Processos em uma indústria de laticínios: um estudo de caso no setor de empacota-
mento da Capil. In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 22., 2015, Bauru. Anais [...].
Bauru: SIMPEP, 2015.
REFERÊNCIA ON-LINE
186
gabarito
UNIDADE 1
1. C.
2. B.
3.
X
X (10 75 75 80 85)
325 / 5 65%
Média:
n 5
Mediana: 10 75 75 80 85 , ou seja, 75% .
Pelo fato de que existe o valor de 10% na distribuição dos dados que se distanciam mui-
to dos demais, pode-se concluir que a média não seria a melhor medida para representar
a produtividade do trabalhador, durante as cinco semanas. Assim, a mediana ou a moda
poderiam ser utilizadas.
4.
s
( X X )2
(10 65)2 (75 65)2 (75 65)2 (80 65)2 (85 65)2
n 1 5 1
3850
962, 5 31%
4
5. C.
UNIDADE 2
187
gabarito
2. O histograma descreve uma variável discreta, pois o número de defeitos não é uma va-
riável contínua. Além disso, o histograma não está adequado, pois foram coletadas ape-
nas 20 observações e o recomendado é que se colete, no mínimo, 50 observações.
i xi yi xi2 yi2 xi yi
188
gabarito
i xi yi xi2 yi2 xi yi
n
1 n n 1
S xy xi yi xi yi 41115,8 2564 483,8 232, 97
i 1 n i 1 i 1 30
n 2
1 n 1 2
S xx xi xi 221414 2564 2277, 47
2
i 1 n i 1 30
n 2
1 n 1 2
S yy yi yi 7829,56 483,8 27, 48
2
n i 1 30
i 1
S xy 232, 97
r 0, 93
S xx S yy 2277, 47 27, 48
189
gabarito
4. O processo produz itens cujas medidas variam cerca de 1,25mm a 1,55mm. O histo-
grama é do tipo despenhadeiro e a maior frequência de valores está fora do intervalo
delimitado pelos limites de especificação. Pelo fato de que o histograma é do tipo
despenhadeiro, deduz-se que o processo não está sob controle estatístico, o que exi-
ge inspeção cem por cento. Além disso, o processo não é capaz de atender às especi-
ficações de clientes e é preciso encontrar as causas dos desvios.
5. C.
UNIDADE 3
1. D.
2. C.
5. Os gráficos de controle por atributos podem ser usados para identificar um problema
antes que as situações se tornem caóticas. Dessa forma, a interpretação desses gráfi-
cos, assim como um médico interpreta os resultados de um exame sanguíneo, serve
para identificar a atuação de causas ou de fatores que tiram o processo de controle.
Tudo isso permite uma atuação do gestor de processo, a fim de eliminar ou neutrali-
zar as causas que produzirão muitos defeitos ou muitos itens defeituosos. Além disso,
os gráficos permitem que se faça a inspeção de algumas amostras para representar o
desempenho de todo o processo.
190
gabarito
UNIDADE 4
191
gabarito
UNIDADE 5
2. De acordo com os dados apresentados, o processo se encontra com valor médio des-
locado em relação ao valor médio da faixa de especificações. A média do processo é
de 64mm e o valor médio da faixa de especificações é de 60mm . Portanto, nessa
situação, é recomendado calcular o índice C pk que é aplicado para o caso em que a
média do processo se difere do valor médio das especificações.
LSE LIE 30 25
Cˆ p 1, 04
6σˆ 6.0, 8
O processo não é considerado capaz, mas aceitável. Para ser capaz, o valor do índice deve
ser igual ou superior a 1, 33 .
5. O índice de capacidade do processo é igual a:
192