Conteúdo Unidade I

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Lição 

1 de 9
Apresentação

Esta disciplina tem como principal objetivo prepará-la(o) para a elaboração e a apresentação de
trabalhos científicos, colocando em evidência as principais características dos gêneros
acadêmicos, os quais carregam especificidades e a  necessidade de cuidados, de observação de
critérios e rigores,  já que há normas estabelecidas que devem ser compreendidas e seguidas por
todos os que pretendem elaborá-los em qualquer etapa de sua formação acadêmica. 

As normas aqui mencionadas referem-se não só àquelas que compreendem as estruturas


textuais, a linguagem predominante, a formatação exigida, mas também aos aspectos que fazem
parte da comunicação científica como um todo.

Desde orientações sobre leitura científica, técnicas de estudo e pesquisa, os gêneros textuais
relacionados, a organização, até a apresentação de cada um deles, espera-se que os métodos
expostos tragam a segurança de que poderá oferecer aos seus avaliadores trabalhos carregados
de qualidade e correção.

AUTORES

A professora Elisabete Ana da Silva é pós-graduada em Língua Portuguesa – Programa de


Estudos Pós-graduados em Língua Portuguesa – Departamento de Português da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo – PUC – conclusão em 2002; graduada em Letras – Curso
de Língua Portuguesa e Literatura Portuguesa, na Pontifícia Universidade Católica – PUC,
concluído em 1985.

Trabalha ministrando aulas no Ensino Fundamental II, no Ensino Médio e no Curso de


Magistério (Gramática, Redação, Literatura e Entendimento de Texto) desde 1986, junto à rede
particular de ensino, em São Paulo, capital; é docente nos cursos de Pedagogia e Recursos
Humanos em Centro Universitário, ministrando aulas de Leitura e Produção Textual, desde
2017.

CURRÍCULO LATTES
O professor Wheslley Rimar Bezerra possui especialização em Tecnologias e Inovações Web
pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC (2019) e é bacharel em Ciência
da Computação pela Universidade Nove de Julho – UNINOVE (2012).

É professor de linguagens de programação nas disciplinas de Desenvolvimento Web, Mobile e


Desktop.

Lição 2 de 9

Objetivos

UNIDADE 1.  
Técnicas de estudo, artigo científico, gêneros acadêmicos e apresentação
gráfica
Elisabete Ana da Silva e Wheslley Rimar Bezerra

OBJETIVOS DA UNIDADE
 Conhecer os diversos tipos de trabalhos científicos;

 Compreender as características dos gêneros acadêmicos;

 Conhecer os elementos que compõem a comunicação científica;

 Compreender os elementos que fazem parte da apresentação gráfica de um


artigo científico;

 Entender a organização dos elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais.

TÓPICOS DE ESTUDO 
Técnicas de estudo

Leitura científica e redação científica

// Estilo da redação técnico-científica

// Parágrafo no texto técnico-científico


Textos científicos: leitura, compreensão de contextos e compreensão de intertextos

Trabalhos científicos

Gêneros acadêmicos

// Resumo

// Resenha

// Esquema

// Fichamento

// Paper

// Artigo científico

Ensaio científico

// Apresentação gráfica

Normas metodológicas e elementos da estrutura do artigo científico

// Elementos pré-textuais

// Elementos textuais

// Elementos pós-textuais

// Apresentação de ilustrações e tabelas

Lição 3 de 9

Técnicas de estudoo de um trabalho técnico-científico exige uma postura diferenciada no que


se tapas e ela deve ter início desde as primeiras decisões.

A partir da escolha do objeto de estudo, da questão da pesquisa de seu interesse, você deve
organizar um plano de atividades, pois faz-se necessária a máxima organização para que tenha
sucesso ao final de todo seu empenho. 
Gilberto Andrade Martins, no livro Manual para elaboração de monografias e dissertações, de
2002, propõe um roteiro inicial de pesquisa, visto que a organização dos passos a serem dados é
de extrema importância, e, levando-se em conta as características individuais de cada trabalho,
podemos observar a síntese dos itens desse roteiro como um procedimento de abertura: 

 1

Escolha do tema-problema;

 2

Identificação das limitações sobre o que será abordado;

 3

Formulação de objetivos;

 4

Levantamento bibliográfico;

 5

Leitura do material selecionado com registros;

 6

Análise e interpretação dos dados coletados;

 7

Elaboração de conclusões;

 8

Elaboração de introdução;

 9

Registro de bibliografias e anexos;

 10

Revisão geral;

 11

Digitação;

 12
Entrega e/ou apresentação.

No entanto, outras preocupações devem ficar em evidência, entre elas, temos as técnicas de
estudo e você pode lembrar-se de ações como grifar trechos lidos, fazer releituras, fazer uso
de mnemônicos, elaborar resumos etc.; entretanto, não se trata disso neste momento.   

EXPLICANDO 
Mnemônico, segundo Houaiss (2004, p. 500), é relativo à memória, aquilo que ajuda a
reter na memória; relaciona-se a técnicas para desenvolver a memória por meio de
processos de combinação e associação de ideias. Isso quer dizer que a elaboração de
esquemas, mapas mentais, símbolos ou frases de efeito, assim como o uso de palavras
que permitam essa rápida associação e assimilação fazem parte da mnemônica. 

Obviamente, as formas mencionadas são bastante usadas pelos estudantes em geral, porém, é
preciso evidenciar que existem diferentes formas de pesquisa que geram diferentes tipologias de
estudos, pois estamos tratando da elaboração de um texto técnico-científico e, de acordo com o
seu objeto de interesse, podem ser combinadas duas ou mais modalidades, não recaindo sobre
um único indicativo. 

Temos quatro gêneros de técnicas de estudo, intercomunicados, são eles:


Clique nos cards para saber mais 

Aquela que se dedica ao estudo de teorias; 

Aquela que se dedica aos modos de fazer-se ciência;

Aquela que se dedica a codificar o que é possível ser medido dentro da realidade social;

Aquela voltada para a intervenção na realidade social. 


Assim, levando em consideração que você deverá observar o objeto de estudo de seu trabalho, a
seguir, serão evidenciadas algumas modalidades de pesquisa geradas a partir dos gêneros
mencionados, para que seja possível decidir quais os procedimentos mais adequados a esse
estudo:

Análise de conteúdo

Com a ocorrência de análise de conteúdos escritos em jornais e revistas e que são


usados como fontes de informações;

Bibliográfico

Estudo das contribuições científicas sobre determinado assunto;

Censo

Levantamento de informações de todos os integrantes do universo pesquisado;

Clínico

Baseado em técnicas de entrevistas, da história de vida, do aconselhamento, de


psicodiagnósticos;

Comparativo

Trata-se de um procedimento científico que examina casos, fenômenos ou coisas por


analogia, descobrindo aspectos em comum, regularidades e princípios;

Crítico-dialético

Apoia-se na dinâmica da realidade e na relação teoria e prática; suas propostas são


críticas e com o objetivo de desvendar conflitos de interesses; 

De campo

Corresponde à coleta direta de informações em locais nos quais acontecem os


fenômenos em estudo;

Dedutivo
Apresenta um conjunto de proposições particulares contidas e verdades universais,
partindo de uma premissa de valor universal para uma particularidade, justifica-se pela
verdade, pela coerência e não contradição;

Descritivo

Tem como objetivo a descrição das características de determinado fenômeno ou


população;

Documental

Reúne, classifica e distribui documentos de todo gênero das atividades humanas;

Empírico-analítica

Faz utilização de técnicas de coleta, analisando dados quantitativos para validação de


provas científicas;

Entrevista

Ocorre um processo de interação social, baseada em interlocutores que assumem


papéis, respectivamente de entrevistador e de entrevistado; pode ocorrer em
profundidade, em grupo ou de forma não diretiva;

Estatístico

Leva em conta a obtenção, organização, análise e apresentação de dados numéricos;

Estudo de caso

Refere-se ao estudo de interações ambientais de uma unidade social, num recorte


temporal;

Experimental

É aquele que tenta descobrir relações causais;

Fenomenológico

Consiste em uma visão intelectual do objeto, com base e intuição, propondo uma
reflexão contínua sobre a importância dos processos adotados;

Fenomenológico-hermenêutica
Faz utilização de técnicas não quantitativas, trabalhando com estudos teóricos e análise
de documentos e textos, apresentando propostas críticas, busca processos lógicos de
interpretação;

Histórica

Reconstruindo o passado de forma sistemática, faz-se a verificação de evidências e


delineação de conclusões; 

Indutivo

Parte do particular para a generalização como produto de um trabalho de coleta de


dados particulares;

Laboratório

Realizado em recinto fechado, exige instrumentação, objetivos, manipulação de


instrumentos;

Levantamento

Caracterizado pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento deseja-se


conhecer;

Método redutivo

Observam o que, através da ciência, é permitido conhecer, descobrir, descrever e


predizer em relação a fenômenos de ocorrência real;

Observacional

Trata-se de procedimentos empíricos, ou seja, baseados na experiência;

Pesquisa de avaliação

Trata-se de um tipo especial de pesquisa aplicada, elaborada para avaliar programas de


melhoramentos dentro da sociedade;

Semiótico

Estuda os sinais e seus significados, dando relevância à importância e precisão dos


símbolos.
Outros procedimentos ainda poderiam ser elencados, tais como correlacional,
desenvolvimentista, projetivo, psicodrama, sociodrama, história de vida, história oral,
etnográfico, estudo de mercado, exploratório etc.; entretanto, a enumeração feita engloba a
maioria utilizada. 

Assim, as modalidades de estudo podem ocorrer de forma simultânea durante a realização de


suas pesquisas, sua escolha quanto às técnicas adequadas dependerá do objeto de estudo e dos
objetivos que desejará alcançar. 

VAMOS REFORÇAR O QUE APRENDEMOS ATÉ


AGORA?

Iniciando o desenvolvimento de um trabalho técnico-científico, precisamos considerar


o item técnicas de estudo; a que esse item se refere nesse caso específico?

 Refere-se a marcações que fazemos nos textos durante a leitura e

releitura desses.

 Refere-se à necessidade de escolha de uma única modalidade

específica de estudo e pesquisa.  

 Refere-se às possibilidades de estudo e pesquisa, ou seja, teórica,

metodológica, empírica ou prática.

Lição 4 de 9

Leitura científica e redação científica


Marshall McLuhan, na obra Os meios de comunicação com extensão do homem, de 1964,
classificou como de informação fria ou de informação quente ao referir-se aos meios de
comunicação, mas conseguimos transpor essa classificação para quaisquer tipos de textos
escritos, pois as noções de quente e frio relacionam-se à concentração de informações,
respectivamente, com baixo grau de tensão e complexidade e com alto grau. 

Evidentemente, essas concentrações exigem menos ou mais do leitor e de seu repertório.


Estando nessa situação, procure realizar uma leitura global que lhe permita uma ideia geral do
texto e de como está estruturado. 

Em seguida, preocupe-se em destacar ideias, fazendo anotações, tentando observá-las de forma


mais crítica, verificando, de modo mais reflexivo, como aparecem os argumentos que dão base
às mesmas, ou seja, como o autor defende os seus pontos de vista. Assim, evite fazer anotações
logo de início, seja paciente e permita-se a releitura para maior assimilação do que é
apresentado. 

A redação científica deve ter elaboração que se caracterize pela objetividade, visto que aquilo
que se pretende destacar é o conteúdo das afirmações que são feitas, ou seja, o que é enunciado
deve ter destaque e não o enunciador; isso quer dizer que a subjetividade deve ser deixada de
lado, neutralizando a presença desse enunciador. 

O texto de caráter científico deve apresentar um discurso  de persuasão e, nesse caso, torna-se
mais convincente quando elaborado de modo a criar efeitos de sentido de objetividade, sem a
presença de verbos e pronomes que indiquem a primeira pessoa do singular, explorando verbos
que indicam a certeza e o valor conotativo das palavras, além de fazer uso da língua padrão na
sua expressão formal.  

ESTILO DA REDAÇÃO TÉCNICO-


CIENTÍFICA
O texto técnico-científico caracteriza-se por abordar temática referente à ciência, na qual se usa
o instrumental teórico com o propósito de possibilitar a discussão científica na área para qual o
texto se remete.

É importante notar que o estilo de redação usado em artigos científicos não segue as mesmas
características dos artigos jornalísticos ou até mesmo dos textos literários e publicitários.

A linguagem da discussão científica tem suas próprias características por empregar a linguagem
técnica em seu nível padrão, respeitando as regras gramaticais e com estilo próprio, de acordo
com a especificidade de cada área. 

Sobre o estilo de redação na comunicação científica:

[...] um artigo científico exige que o autor expresse o que sabe sobre o tema, utilize
a língua vernácula de maneira precisa e exponha as ideias de maneira simples e com
palavras que não sejam rebuscadas. Deve-se usar linguagem padrão (por exemplo:
homem) e não a expressão coloquial (por exemplo: camarada) e nunca gíria (por
exemplo: cara, careta). Atenção especial ao uso, ou não, do jargão (termos
técnicos), pois influencia a compreensão do leitor do periódico em que irá publicar
(SECAF, 2004, p. 47).

Alguns aspectos devem ser observados na redação técnico-científica, como ensina Israel
Azevedo, no livro O prazer da produção científica (1998), seu texto terá de perseguir os
princípios básicos de qualquer comunicação, como clareza, concisão, correção, encadeamento,
consistência, contundência, precisão, originalidade e fidelidade, entre outros compromissos.

Após essas definições teóricas, é importante priorizar algumas características na hora de


produzir o seu artigo:

a) Coerência

Via de regra, em cada etapa do artigo científico se imprime uma sequência que deve ser
repetida. Por exemplo, a sequência de ideias que foi anunciada no resumo deve estar
detalhada na introdução e seguir o mesmo ordenamento no desenvolvimento. Nas
considerações finais, deve-se evidenciar os aspectos essenciais do artigo, na ordem em
que foram apresentados no desenvolvimento. Isso quer dizer que, entre as etapas do
texto, não pode ocorrer contradição de ideias, elas devem estar organizadas de tal forma
que não ocorram trechos que apresentem falta de sentido diante de algo que já foi
mencionado, por isso, a releitura do texto deve ser constante.  

b) Objetividade

Os assuntos em pauta, na linguagem científica, devem ser abordados de maneira


simples, evitando expressões evasivas, com significados dúbios e palavras de difícil
compreensão. Na redação técnico-científica, deve-se perseguir com afinco a
objetividade, como reforça Antônio Gil, em Métodos e técnicas em pesquisa social, de
2002, o texto deve ser escrito em linguagem direta, evitando-se que a sequência seja
desviada com considerações irrelevantes. A argumentação deve apoiar-se em dados e
provas e não em considerações e opiniões pessoais.

c) Concisão:

Procure dizer o máximo com o menor número de palavras. Novamente de acordo com
Azevedo (1998, p. 113), a concisão se obtém com o exercício de reescrever. A cada vez
que se faz isso, descobre-se uma repetição de ideias ou de palavras, nota-se vocabulário
supérfluo, encontra-se uma maneira de dizer a mesma coisa com menos palavras.

d) Clareza

O texto científico deve primar pela redação clara, não deixando margem às diferentes
interpretações. É fundamental que se evitem comentários irrelevantes e redundantes. 

Um bom teste para a clareza de seu texto é solicitar sua leitura por outra pessoa. Se ela
fizer alguma pergunta, não responda. Tome o texto e o reescreva. Depois, repita o teste
(AZEVEDO, 1998, p. 112).

e) Precisão

Toda palavra utilizada deve traduzir exatamente a ideia a ser tratada. Um vocabulário
preciso é aquele que evita linguagem rebuscada, prolixa e atinge seu propósito. Deve-se
utilizar uma nomenclatura aceita no meio científico de cada área.

f) Imparcialidade:
O trabalho científico deve evitar ideias preconcebidas. Todo posicionamento adotado
em um texto deve amparar-se em fatos e dados evidenciados pela pesquisa. O autor
deve primar por manter seu posicionamento e suas escolhas de pesquisa sem assumir
uma postura unilateral.

g) Encadeamento:

O texto deve ter uma sequência lógica e fluida para não prejudicar o entendimento do
público. indica > público, indicando como deve ser uma boa redação técnico-científica: 

[...] encadeie as frases, os parágrafos, os tópicos e os capítulos entre si.


Procure tornar cada frase um desenvolvimento do que veio antes, numa
sequência lógica, tanto para explicar, quanto para demonstrar, detalhar,
restringir ou negar. Cada parágrafo deve estar em harmonia e em tranquila
transição com o anterior e com o posterior. O mesmo vale para tópicos e
capítulos (AZEVEDO, 1998, p. 119).

h) Impessoalidade:

O texto deve ser impessoal, por isso é conveniente que seja redigido na terceira pessoa
e que se evitem afirmações como: “a minha pesquisa”, “o meu estudo”, “o meu artigo”. O
que se postula é que se use “esta pesquisa”, “este estudo”, “este artigo”.

PARÁGRAFO NO TEXTO TÉCNICO-


CIENTÍFICO

Escrever na linguagem exigida pela comunidade científica não é nenhum bicho de sete cabeças.
Mesmo assim, é comum isso gerar desconfortos.

// Como devo iniciar a escrita? Como se deve iniciar um parágrafo?

De acordo com Victoria Secaf, no livro Artigo cientifico: do desafio à conquista, publicado em


2004: o parágrafo tem por finalidade expressar etapas do raciocínio e, portanto, conter uma
única ideia; não se trata de divisões estáticas e sim que o parágrafo seguinte tenha uma relação
com anterior.

Cada parágrafo tem um objetivo a ser cumprido e cada qual com etapas de raciocínio. E cada
raciocínio existente no parágrafo deve ter sequência lógica. Ou seja, não pode ser disposto de
qualquer maneira, pois se isso ocorrer, pode levar o leitor a não compreender seu raciocínio ou,
até mesmo, levá-lo a se perder no raciocínio exposto. 

O parágrafo é uma parte do texto que tem por finalidade expressar as etapas do raciocínio. Por
isso, a sequência dos parágrafos, seu tamanho e sua complexidade dependem da própria
natureza do raciocínio.

Enfim, pode-se dizer que o parágrafo tem estrutura semelhante à de um texto composto por
vários parágrafos. Ou seja, é composto por introdução, desenvolvimento e conclusão. Cada
parágrafo contém uma argumentação completa, levando a uma conclusão. Após concluir esse
argumento, mude de parágrafo. 

EXPLICANDO
O argumento é um tipo de enunciado que fundamenta o ponto de vista e aumenta o
poder de persuasão do texto, contribui para o trabalho de neutralização da figura do
enunciador e para o efeito de objetividade do texto. Os tipos de argumentos mais
usados na redação técnico-científica são os argumentos de autoridade, aqueles
apoiados na consensualidade, os de comprovação pela experiência ou pela observação
e de fundamentação lógica, entre outros encontrados durante a realização das
pesquisas (FIORIN; PLATÃO, 2005).

VAMOS REFORÇAR O QUE APRENDEMOS ATÉ


AGORA?
Sabemos que algumas características do texto devem ser tratadas como de grande
importância durante a elaboração de um texto técnico-científico. Relacione cada
característica à informação adequada. 

 Objetividade

 Concisão

 Coerência

 Não entrar em contradição.

 Não apresentar considerações pessoais.

 Dizer muito com poucas palavras.

Lição 5 de 9

Textos científicos: leitura, compreensão de contextos e compreensão de


intertextos

A leitura de um texto compreende mais do que a mera decodificação do código vigente, isto é,
não basta que o leitor consiga identificar letras, palavras, frases e períodos; ler significa
conseguir apreender e compreender o seu conteúdo, ou seja, ocorrem processos cognitivos que
permitem que esse leitor apodere-se das ideias registradas por outros. 

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, utilizados para a tomada de decisões sobre os caminhos


da educação em nosso país, declaram que:

[...] a leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a
partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua:
características do gênero, do portador, do sistema de escrita etc (2001, p. 53).

Assim, precisamos entender que nenhum texto é isolado em si mesmo e também não representa
uma manifestação da individualidade do seu produtor:

De uma forma ou de outra, constrói-se um texto para, através dele, marcar uma
posição ou participar de um debate de escala mais ampla que está sendo travado na
sociedade. Até mesmo uma simples notícia jornalística, sob a aparência de
neutralidade, tem sempre alguma intenção por trás (FIORIN; PLATÃO, 2005, p.
13). 

Isso quer dizer que uma boa leitura não pode estar baseada em observação de fragmentos de um
texto, pois determina-se cada parte do mesmo pelo contexto em que se encaixa. 

Ainda, aquele que produz o texto tem em mente que encontrará um leitor capaz de entender as suas partes e
relacioná-las ao todo, assim como relacionar esse texto à sua situação de produção, ou seja, ao seu contexto. 

Entendem-se por contexto as circunstâncias que podem ser relativas aos fatos, a recortes num
período histórico, a conjunturas específicas etc.; o produtor do texto pressupõe que a leitura
conseguirá atingir as informações que estão por trás dele.

Também, em muitos momentos, o leitor tem que lidar com a intertextualidade, isto é, a relação
entre textos, ocorrendo citações explícitas ou implícitas, exigindo que seu universo cultural e o
conjunto de informações que carrega permitam-lhe o reconhecimento dessas relações. É,
portanto, do repertório do leitor, do seu acúmulo de conhecimentos, que depende a sua
percepção das relações intertextuais e das referências que são feitas de um texto para outro. 

Faz-se necessário, desse modo, que ampliemos nossa capacidade de leitura, buscando não só a
sua prática constante, mas também a aquisição de conhecimentos diversos, para que ampliemos
nossa compreensão dos diversos contextos e das relações intertextuais. 

Evidentemente, durante a realização de um trabalho de caráter técnico-científico, ressalta-se essa


necessidade.  

Lição 6 de 9

Trabalhos científicos

Na vida acadêmica, o estudante depara-se com diversos tipos de trabalhos científicos, dentre
eles: trabalhos de graduação, trabalho de conclusão de curso, monografia, dissertação e tese.
Cada um deles apresenta peculiaridades, como a sistemática, a investigação ou a
fundamentação. Contudo, mesmo que cada trabalho seja elaborado com finalidades específicas,
é possível visualizar neles um padrão que compreende – de modo geral – introdução,
desenvolvimento e conclusão. A seguir, conheceremos algumas características específicas dos
trabalhos científicos.

Trabalhos de graduação

No decorrer da sua graduação, é bem provável que o estudante tenha elaborado


trabalhos para disciplinas diversas. Eles não necessariamente tinham como pretensão
atingir o cunho científico dos trabalhos de excelência da área em que estudou, mas
oportunizar o desenvolvimento de um raciocínio aos moldes das pretensões científicas.
É possível mencionar que os trabalhos de graduação também têm como propósito
permitir uma revisão bibliográfica ou literária de um determinado assunto ou assimilar
conteúdo específico de uma área científica.”

Trabalhos de conclusão de curso

O trabalho de conclusão de curso (TCC) é tido como uma monografia sobre um assunto
específico. Este trabalho possibilita a investigação sobre determinados temas ou
fenômenos por meio da análise, reflexão e produção textual, bem como, muitas vezes,
da defesa oral da pesquisa perante uma banca examinadora. 

Na monografia de graduação, é suficiente a revisão bibliográfica, ou revisão de literatura.


É mais um trabalho de assimilação de conteúdo, de confecção de fichamentos e,
sobretudo, de reflexão. É uma pesquisa bibliográfica, o que não exclui a capacidade
investigativa de conclusões ou afirmações de autores consultados.

Monografia

Como se pode verificar literalmente, monografia é um trabalho intelectual concentrado


em um único assunto. A monografia, exigida para a obtenção do título de especialista
em alguns cursos de pós-graduação lato sensu, é semelhante ao TCC, apresentado em
cursos de graduação. Por isso, alguns pensadores, acreditam que não há razão para falar
em três níveis: monografia, dissertação e tese. Todos são trabalhos monográficos,
dissertativos, mas com características distintas. 
A diferença entre eles está no grau acadêmico:   o graduando faz a monografia,
enquanto quem busca o mestrado faz a dissertação e o doutorando desenvolve a tese.
Apesar da diferenciação, o texto não deixa de ser monografia, cada qual com a sua
peculiaridade.

Dissertação

A dissertação, que ultimamente se destina aos trabalhos de cursos de pós-graduação


stricto sensu (mestrado), busca principalmente a reflexão acerca de um determinado
tema ou problema, o que ocorre pela exposição das ideias de maneira ordenada e
fundamentada. Dessa forma, como resultado de um trabalho de pesquisa, a dissertação
deve ser um estudo mais completo possível em relação ao tema escolhido. 

De acordo com a NBR 14724 (2011, p. 2), dissertação é um documento que representa
o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico
retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de
reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura
existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato.

Tese

A tese, a exemplo da dissertação dirigida para o mestrado, cumpre o papel do trabalho


de conclusão de pós-graduação stricto sensu (doutorado). Caracteriza-se como um
avanço significativo na área do conhecimento em estudo. De acordo com a NBR 14724
(2011, p. 4), tese é um documento que representa o resultado de um trabalho
experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado.
Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real
contribuição para a especialidade em questão. 

A tese tem a finalidade de abordar algo novo em um determinado campo do


conhecimento, de forma a promover uma descoberta ou dar uma real contribuição para
a ciência. Para Odilia Fachin, na obra Fundamentos de metodologias, publicada em 2003,
a tese é entendida como um trabalho científico habitualmente exigido nos cursos de
pós-graduação e que deve ser defendido oralmente em público. A tese deve apresentar
um estudo original que traga uma contribuição para a sociedade científica, com rigor na
argumentação, apresentação de provas das afirmações e profundidade das ideias.
Lição 7 de 9

Gêneros acadêmicos

São os tipos de trabalhos de curta duração, que servem para o aluno desenvolver seu
conhecimento sobre determinado assunto durante o curso e reforçar seu aprendizado. 

A seguir, você conhecerá as peculiaridades dos gêneros mais utilizados tanto durante a
graduação como na pós.

RESUMO
O resumo é a apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto. Seu objetivo é fornecer
elementos capazes de permitir ao leitor decidir sobre a necessidade de consulta ao texto original
e/ou transmitir informações de caráter complementar.

É a condensação de um texto, colocando em destaque os elementos de maior interesse e


importância. Sua finalidade é difundir as informações contidas em livros, artigos ou outros
documentos e auxiliar o estudante nos seus estudos teóricos, assim como ajudar o profissional a
relembrar o assunto e praticar da melhor forma possível. 

Uma modalidade específica desse tipo de trabalho é o resumo crítico. Ele é uma redação
técnica que avalia de forma sintética a importância de uma obra científica ou literária. O que
difere o resumo do resumo crítico é sua estrutura, que apresenta a crítica como quarta etapa,
logo após introdução, desenvolvimento e conclusão.

RESENHA
A resenha é uma descrição que faculta o exame e o julgamento de um trabalho (teatro, cinema,
obra literária, experiência científica, tarefa manual etc.). A apresentação do conteúdo deve ser
elaborada de maneira impessoal, sem demonstração satírica ou cômica, contendo
posicionamentos de ordem técnica diante do objeto de análise, seguidos de um resumo do
conteúdo e possível demonstração de sua importância. 
Em geral, a resenha crítica é elaborada por um cientista que, além do conhecimento sobre o
assunto, tem capacidade de juízo crítico. Mas, naturalmente, como no caso desta disciplina,
também pode ser realizada por estudantes, como um exercício de compreensão e crítica. A
resenha visa apresentar uma síntese das ideias fundamentais da obra.

Dicas de como fazer uma resenha:

 1

Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais;

 2

Apresente a obra: situe o leitor, descrevendo em poucas linhas o conteúdo do


texto;

 3

Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o


foco narrativo;

 4

Descreva o conteúdo: aqui sim, utilize de três a cinco parágrafos para resumir
claramente o texto;

 5

Analise de forma crítica: nessa parte, e apenas nessa parte, você opina.
Argumente baseando-se em teorias de outros autores e faça comparações. Dê
asas ao seu senso crítico;

 6

Recomende a obra: você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora analise o
público que se interessará pela obra;

 7

Identifique o autor: fale brevemente da vida e de algumas outras obras do


escritor ou pesquisador;

 8

Assine e identifique-se: no último parágrafo você escreve seu nome e resume


seu currículo.
ESQUEMA
Os esquemas são enunciados de palavras-chave em torno das quais é possível organizar grandes
quantidades de conhecimento. Representam uma enorme economia de palavras e oferecem a
vantagem de destacar e visualizar o essencial do assunto em análise, podendo ainda ser
facilmente reformulados.

Sua utilização nos ajuda a compreender e recordar os acontecimentos, a estabelecer relações


entre eles ou entre diversos fatores e a entender a influência que esses acontecimentos ou fatores
exercem uns sobre os outros. 

Há vários tipos de esquemas, entre eles:

Quando organizam a informação na horizontal e na vertical;

Que organizam a informação em círculo;

Caso a informação dispõe-se em forma hierárquica, de pirâmide;

Quando a informação se organiza em forma de quadro, representando as relações de


interdependência de um fenômeno.

Para fazer um esquema, a primeira meta deve ser identificar as ideias-chave do texto e ordená-
las, escolhendo para isso o modelo mais adequado para a situação. Use setas para estabelecer
relações entre os conceitos.

Exemplo: esquema para uma história em quadrinhos.

 Pense em alguma história e registre-a no bloco de anotações como se fosse


um roteiro;

 Crie os diálogos entres os personagens da história;

 Em um papel, desenhe as cenas da história. Desenhe balões e escreva com o


lápis dentro deles as falas de cada personagem;

 Se for necessário, faça esclarecimentos sobre a cena no rodapé da folha;

 Cole as cópias do seu rosto no espaço reservado;

 Faça o acabamento com carvão preto e trabalhe os detalhes com nuances de


cinza.
FICHAMENTO

O fichamento é um valioso recurso de estudo que os pesquisadores lançam mão para a


realização de uma obra didática, científica ou de outra natureza. É um recurso de memória,
imprescindível, sobretudo na elaboração de monografias. É usado, também, em seminários e em
aulas expositivas. 

A prática contínua do fichamento contribui para que o estudante aprimore pontos de vista e
julgamentos, percebendo que é possível reverter um pequeno trabalho inicial em ganho de
tempo futuro, quando for preciso escrever sobre determinado assunto. Os fichamentos podem
ser os seguintes: de citação, de resumo, de esboço e de indicação bibliográfica, entre outros. 

O mais utilizado nas avaliações na universidade é o fichamento de citação, que obedece


cinco normas:1

Toda citação deve vir entre aspas;  

 2

Após a citação, deve constar o número da página de onde foi extraída a


citação;

 3

A transcrição tem de ser textual;      

 4

A supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada, utilizando-se, no local


da omissão, três pontos, precedidos e seguidos por espaços, no início ou no
final do texto e, entre parênteses, no meio;            

A supressão de um ou mais parágrafos deve ser assinalada, utilizando-se uma


linha completada por pontos.

PAPER
É um pequeno texto elaborado sobre um tema pré-determinado, resultado de estudos ou de
pesquisas científicas, no qual o aluno irá desenvolver análises e argumentações, com
objetividade e clareza, orientando-se em fatos ou opiniões de especialistas. O objetivo do paper
é estimular o aluno no aprofundamento de um assunto, já exercitando a elaboração de trabalhos
sob uma linguagem acadêmico-científica. Espera-se o desenvolvimento de um ponto de vista
acerca de um tema, uma tomada de posição definida e a expressão dos pensamentos de forma
original. Deve ser escrito em terceira pessoa.

Os propósitos de um paper são quase sempre os de formar um problema, adequar hipóteses,


cotejar dados, prover uma metodologia própria e, finalmente, concluir.

// O paper é

 uma síntese de suas descobertas sobre um tema e seu julgamento, avaliação,


interpretação sobre essas descobertas;

 um trabalho que deve apresentar originalidade quanto às ideias;

 um trabalho que deve reconhecer as fontes que foram utilizadas, que mostra
que o pesquisador é parte da comunidade acadêmica.

// O paper não é

 um resumo de um artigo ou livro (ou outra fonte);

 ideias de outras pessoas, repetidas não criticamente;

 um conjunto de citações;

 opinião pessoal não evidenciada, não demonstrada;

 cópia do trabalho de outra pessoa.

ARTIGO CIENTÍFICO
A principal característica do artigo científico é que suas afirmações devem estar baseadas em
evidências, sejam elas oriundas de pesquisa de campo ou comprovadas por argumentos que
sustentem as conclusões expostas no artigo e que passaram pelo crivo da comunidade científica.
O autor pode expressar seu parecer, desde que demonstre ao leitor qual o processo lógico que o
levou a chegar à aquela conclusão.

Algumas falhas mais comuns na investigação científica são:

 falta de clareza dos propósitos;


 falta de originalidade do material;

 má organização no material expositivo;

 repetição de palavras, conceitos e informações;

 desatualização bibliográfica;

 excessiva dependência das fontes;

 incorreção ou incoerência no sistema de referenciação das fontes;

 inadequação na definição dos termos.

Os artigos podem se apresentar de duas formas, conforme a ABNT (sigla de Associação


Brasileira de Normas Técnicas, um órgão privado e sem fins lucrativos que se destina a
padronizar as técnicas de produção feitas no país).

ARTIGO ORIGINALARTIGO DE REVISÃO

Apresenta temas ou abordagens próprias. Via de regra, estes artigos relatam resultados de
pesquisa, bem como desenvolvem e analisam dados não publicados.

ASSISTA 
Para a compreensão da importância da ABNT para toda a sociedade, sugerimos que
assista ao vídeo 7- Institucional ABNT e Sebrae, que expõe o processo de
normatização e de elaboração de regras, sendo explicado por analistas que cuidam
disso.

Certamente, compreenderá a relevância do atendimento às regras para acrescentar


valor ao seu trabalho técnico-científico.

Lição 8 de 9

Ensaio científico
Diante disso, você poderá pensar de que forma se deve organizar o artigo científico. Por isso,
veremos como elaborar um artigo científico para sua pesquisa ou conclusão de curso,
respeitando as normas de organização, formatação e características do texto técnico-científico,
as quais estão em consonância com a ABNT.

APRESENTAÇÃO GRÁFICA

Para a apresentação gráfica do artigo científico, é necessário se atentar às seguintes


indicações:

 Papel: folha branca de tamanho A4 (21 cm x 29,7 cm);

 Margens: esquerda e superior de 3 cm; direita e inferior de 2 cm;

 Espaçamento entrelinhas: 1,5;

 Parágrafo: de 1,25 cm (geralmente 1 tab), com uma linha em branco entre


um parágrafo e outro;

 Formato do texto: justificado;

 Tipo e tamanho da fonte: Times New Roman, tamanho 12.

 Título: tamanho 18 e negrito;

 Subtítulo: tamanho 16 e negrito;

Paginação: as páginas são numeradas com algarismos arábicos, colocados no


canto superior direito da página, a 2 cm da borda superior:

 A primeira folha, que apresenta a identificação do artigo, não é


paginada, embora seja contada;

 A paginação é iniciada na segunda folha e segue até o final do trabalho,


inclusive nos elementos pós-textuais opcionais (apêndices e anexos).

 Extensão do artigo: de 8 a 12 páginas. Veja a proporção dos elementos do


artigo sugerida no Quadro 1;
 Títulos e subtítulos internos: os títulos de primeiro nível devem ser
colocados em letras maiúsculas e em negrito (por exemplo: 3
ADMINISTRAÇÃO); subtítulos de segundo nível devem iniciar com a
primeira letra maiúscula e seguir com letras minúsculas em negrito (por
exemplo: 3.1 Administração científica); e subtítulos de terceiro nível, em
letras minúsculas e apenas a primeira letra do título maiúscula (salvo nomes
próprios) e sem negrito (por exemplo 3.1.1 Histórico da administração
científica). A numeração de títulos e subtítulos deve ser alinhada à margem
esquerda;

 Itálico: utiliza-se para grafar as palavras em língua estrangeira,


como checkin, resumen e workaholic, por exemplo.

A seguir, apresentaremos um exemplo da organização, formato e apresentação do artigo


científico:

TÍTULO DO ARTIGO

Subtítulo

Nome do Autor

Nome do Coautor

Resumo

Palavras-chave:

TITLE

Subtitle

Abstract

Keywords:

1 INTRODUÇÃO

2 ESTRATÉGIAS PARA IDENTIFICAR O PAPEL DO CANDIDATO

2.1 Entrevista

2.2 Testes

2.2.1 Avaliação da entrevista


2.2.2 Avaliação dos testes

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

Lição 9 de 9

Normas metodológicas e elementos da estrutura do artigo

O modelo de apresentação do artigo científico seguirá, por razões de normatização, a


estrutura de artigos científicos apresentada nesta unidade, que está em consonância com a NBR
6022 (2003), sendo imprescindível o uso e o cumprimento das normas estabelecidas a seguir.

Pré-textuais
 Título;

 Subtítulo (opcional);

 Autores;

 Resumo;

 Palavras-chave.

Textuais
 Introdução;

 Desenvolvimento;

 Considerações finais.

Pós-textuais
 Referências (obrigatório);

 Apêndice(s) (opcional(is) e não recomendado(s);

 Anexo(s) opcional(is) e não recomendado(s.


ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
Os elementos pré-textuais são compostos por informações essenciais, conforme explicação e
modelo a seguir.
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Título do trabalho

Letra 18, centralizado, maiúsculas e negrito.

Subtítulo, se houver

Letra 16, centralizado, negrito, maiúsculas e minúsculas. Após o subtítulo, deixar duas
linhas de tamanho 12 em branco.

Estudante

Nome do estudante, com letra 12, centralizado, negrito, maiúsculas e minúsculas, com
nota de rodapé indicando a titulação e o e-mail.

Coautor

Nome do orientador, com letra 12, centralizado, negrito, maiúsculas e minúsculas, com
nota de rodapé indicando a titulação (especialista, mestre, doutor) e o e-mail; (deixar
duas linhas de tamanho 12 em branco).

Resumo

A palavra "resumo"  deve ser em letra 12, negrito, alinhado à esquerda. Após a palavra
“resumo”, deixar uma linha de tamanho 12 em branco. Esse item deve ter apenas um
parágrafo de, no máximo, 250 palavras (aproximadamente 15 linhas), sem recuo na
primeira linha. Use espacejamento simples, justificado, tamanho 12.

Palavras-chave

É preciso escolher de três a seis palavras ou termos mais importantes do conteúdo,


frequentemente já expressos no resumo. São separados entre si, finalizados por ponto e
iniciados com letra maiúscula. A expressão “Palavras-chave” deve ser em fonte 12,
negrito, alinhada à esquerda. Por exemplo: 

Palavras-chave: Conhecimento. Ciência. Metodologia Científica.

Atenção: Após as palavras-chave, deixar duas linhas de tamanho 12 em branco.


Título e subtítulo do trabalho em inglês

Utilizar as mesmas regras de formatação do texto em português. Após, deixar duas


linhas em branco em fonte tamanho 12.

Abstract (resumo em inglês)

Escrever “Abstract” em fonte Times New Roman, tamanho 12, negrito, alinhado à


esquerda. Deixar uma linha em branco. O abstract deve ter a mesma formatação do
resumo em português. Deixar 1 linha em branco.

Keywords

Palavras-chave em inglês. Devem ter a mesma formatação do resumo em português.


Deixar uma linha em branco.

ELEMENTOS TEXTUAIS
// Introdução

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, a introdução é a parte inicial do texto, na


qual devem constar a delimitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos
necessários para situar o tema do trabalho.

A introdução deve anunciar a ideia central do trabalho, delimitando o ponto de vista enfocado
em relação ao assunto e à extensão. Deve situar o problema ou o tema abordado, no tempo e no
espaço, enfocar a relevância do assunto e apresentar o objetivo central do artigo.

[...] na introdução não se deve repetir ou parafrasear o resumo, nem antecipar conclusões e recomendações, mas é
um convite para a leitura do texto integral. Assim, esta parte é importante para que o leitor penetre na
problemática abordada, familiarizando-se com os termos e o conteúdo da pesquisa (MARTINS, 2002, p. 221).

A finalidade da introdução é situar o leitor no tema, definindo conceitos, apresentando os


objetivos do artigo e as linhas de pensamento relevantes para o estudo do assunto e as possíveis
controvérsias, explicitando qual dessas linhas o autor seguirá e a justificativa para sua escolha.
Também é aconselhável que o autor, nos últimos parágrafos da introdução, apresente a estrutura
do artigo. 

A introdução é a apresentação inicial do trabalho, a qual possibilita uma visão global do assunto
tratado (contextualização), com definição clara, concisa e objetiva do tema. E a delimitação
precisa das fronteiras do estudo em relação ao campo selecionado, ao problema e aos objetivos a
serem estudados.

// Desenvolvimento

O desenvolvimento é a parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e


pormenorizada do assunto. Divide-se em seções e subseções, que variam em função da
abordagem do tema e do método. Não existe exatamente uma norma rígida que oriente esta
seção do artigo.

O texto, no desenvolvimento, poderá conter ideias de autores, dados da pesquisa (caso for
pesquisa de campo, colocar gráficos e tabelas auxiliares) e interpretações.

O desenvolvimento do assunto é a parte mais importante e extensa do texto em que é exigido raciocínio lógico e
clareza. Seu objetivo é proporcionar uma exposição clara da ideia principal, fundamentando-as de modo racional
com os resultados da investigação (MARTINS, 2002, p. 221).

O desenvolvimento do trabalho é a parte principal, mais extensa e consistente. São apresentados


os conceitos, teorias, citações das autoridades do assunto que você está abordando, principais
ideias sobre o tema focalizado, além de aspectos metodológicos, resultados e interpretação do
estudo.

// Considerações finais

A conclusão é a parte final do texto, na qual se apresentam conclusões correspondentes aos


objetivos ou hipóteses. As considerações finais devem limitar-se a uma síntese da argumentação
desenvolvida no corpo do trabalho e dos resultados obtidos. É importante lembrar que elas
devem estar fundamentadas nos resultados obtidos na pesquisa:

[...] deve ser breve, clara, objetiva, apresentar visão analítica do corpo do trabalho, inter-relacionando-o e
levando em conta o problema inicial do estudo. É redigida tendo em vista os resultados obtidos. É decorrente dos
dados obtidos ou fatos observados, portanto não se deve introduzir novos argumentos, apenas demonstrar o que
foi encontrado no decorrer do estudo (FACHIN, 2003, p. 165).

Nesta parte do trabalho, podem ser discutidas recomendações e sugestões para o prosseguimento
no estudo do assunto. 

As considerações finais devem apresentar deduções lógicas correspondentes aos propósitos


previamente estabelecidos do trabalho, apontando o alcance e o significado de suas
contribuições. Também podem indicar questões dignas de novos estudos, além de sugestões
para outros trabalhos.

ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
Agora, vamos falar um pouco sobre os elementos pós-textuais do artigo científico:

DICA
Sugere-se que os elementos pós-textuais – apêndices e anexos – não sejam incluídos
no artigo.

// Referências

As referências são definidas como um conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados


de um documento, que permite sua identificação individual.

As referências fazem parte do todo, em virtude de que o corpo do artigo está sustentado em
informações pesquisadas também nas autoridades do assunto em questão, os quais foram citados
no corpo do trabalho. E, dessa forma, as referências permitirão que o leitor tenha acesso às
obras, aos documentos e aos artigos científicos que foram citados no interior do trabalho.

// Apêndice (opcional)

Texto ou documento elaborado pelo autor que visa complementar o trabalho. Os apêndices são
identificados por letras maiúsculas consecutivas, seguidas de travessão e respectivo título.

// Anexo (opcional)

Texto ou documento não elaborado pelo autor do trabalho, que complementa, comprova ou
ilustra o seu conteúdo. Os anexos são identificados por letras maiúsculas consecutivas, seguidas
de travessão e respectivo título. Por exemplo: ANEXO B – Estrutura organizacional da Empresa
Alfa.
APRESENTAÇÃO DE ILUSTRAÇÕES E
TABELAS

Ao elaborar um artigo, o estudante não fará necessariamente somente o uso da argumentação


para um enfoque contrário ao já postulado sobre o assunto ou para oferecer soluções para
assuntos controversos à sua área de estudo. Também não usará somente citações de autoridades
do assunto para embasar o que tende a defender ou refutar.

No decorrer do artigo, o aluno pode usar outros elementos para ilustrar ou, até mesmo, dar mais
credibilidade às ideias que tenciona defender. Para isso, poderá fazer o uso de ilustrações,
tabelas e até mesmo gráficos. Sendo assim, veja a seguir como esses itens devem aparecer no
artigo científico.

// Formato de apresentação de elementos do texto:


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Ilustrações (desenhos, fotografias, organogramas, quadros e outros)

As ilustrações devem ser centralizadas, com legenda numerada partindo de 1. O título


da ilustração deve ser precedido pela palavra que a identifique (exemplo: Figura) e pelo
seu respectivo número. A posição do título é centralizada e a seguir da ilustração.

A fonte ou nota explicativa deve estar centralizada e abaixo da figura, em fonte Times


New Roman, tamanho 10.

Tabelas

A legenda da tabela deve ser precedida pela palavra “Tabela” e pelo seu respectivo
número. A posição do título é centralizada e acima da tabela. A fonte fica no final da
tabela, também centralizada, tamanho 10, espaçamento simples entrelinhas e seguindo
os padrões estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Gráficos
Os gráficos apresentam dados numéricos em forma gráfica para melhor visualização. O
mesmo procedimento de títulos deve ser adotado para os gráficos, ou seja, usar a
palavra “Gráfico”, seu respectivo número e seu título.  A posição do título é centralizada
e acima do gráfico. A fonte fica no final do gráfico, também centralizada, tamanho 10 e
espaçamento simples entrelinhas.

Notas de rodapé

As notas de rodapé devem ter o propósito de servir como apoio explicativo e devem
ficar sempre no pé da página. A nota deverá estar separada do resto do texto por uma
linha. As notas, a exemplo das figuras, também devem ser numeradas partindo de 1.
Sugere-se utilizar o recurso de notas do próprio Word para inserir notas de rodapé no
texto (comando: inserir notas). O próprio Word administrará a numeração. A posição do
texto da nota no pé da página deve ser alinhada à esquerda.

Palavras estrangeiras

Sempre que possível, evite o estrangeirismo. Se for inevitável, use termos em língua
estrangeira, estes deverão ser escritos usando o modo itálico.

SINTETIZANDO
Muitas são as dificuldades mencionados pelos estudantes diante das exigências estabelecidas
para a elaboração de textos técnico-científicos. As normas que regem a elaboração e a
apresentação dessas produções exigem rigor em sua observação, por isso os critérios precisam
ser compreendidos e a obediência às normas deve prevalecer. 

Sendo assim, iniciamos esta unidade abordando as principais técnicas de estudo, expondo
detalhes sobre como é feita a leitura e a redação científica para que não reste dúvidas quanto aos
termos. Na sequência, nos voltamos para os textos científicos, com enfoque na leitura e
compreensão dos mesmos.
Nos tópicos seguintes, abordamos os gêneros de trabalho acadêmico – resumo, resenha,
esquema, fichamento, paper e artigo científico – explorando detalhes sobre cada um deles, com
informações necessárias para diferenciá-los e produzi-los. 

Um dos pontos principais do conteúdo desta unidade também é apresentação gráfica, na qual
expomos os detalhes de formatação exigidos conforme a norma ABNT, algo primordial em
qualquer conteúdo acadêmico.

Por fim, focamos nas normas metodológicas e elementos estruturais de um artigo científico, algo
que também denota muita atenção e faz parte das exigências técnicas. 

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