Uma Dobra No Tempo
Uma Dobra No Tempo
Uma Dobra No Tempo
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
O SVALDO B ARRETO F ILHO - S ECRETÁRIO
DIRETORA DA EDITUS
RITA VIRGINIA ALVES SANTOS ARGOLLO
Conselho Editorial:
Rita Virginia Alves Santos Argollo – Presidente
André Luiz Rosa Ribeiro
Andrea de Azevedo Morégula
Adriana dos Santos Reis Lemos
Dorival de Freitas
Evandro Sena Freire
Francisco Mendes Costa
Guilhardes de Jesus Junior
José Montival de Alencar Júnior
Lúcia Fernanda Pinheiro Barros
Lurdes Bertol Rocha
Nelson Dinamarco Ludovico
Rita Jaqueline Nogueira Chiapetti
Samuel Leandro Oliveira de Mattos
Sílvia Maria Santos Carvalho
Nelson De Luca Pretto
Ilhéus-Bahia
2015
CC BY - Nelson Pretto
Esta obra está sob a licença Creative Commons Atribuição 2.5 (CC-BY).
REVISÃO
Licia Maria Freire Beltrão
Sylvia Maria Campos Teixeira
Sueli Vasconcelos
ISBN: 978-85-7455-392-4
CDD 923.7
EDITORA FILIADA À
dedicatória versão nome e sobrenome
in memoriam
Uma singela homenagem a dois mestres-colegas
e amigos: Mário Osório, da UNIJUI, e Felippe
Serpa, da UFBA, que com seus constantes e belos
escritos, mesmo sem o saberem, me estimularam
a escrever estas quase-memórias, como diria
Carlos Heitor Cony.
Ana Tijoux1
1
http://letras.mus.br/ana-tijoux/somos-todos-erroristas/#ra-
dio. Acesso em 3 out. 2014. Grato, Hermano Viana, pela su-
gestão naquela que era uma sempre instigante coluna sema-
nal no jornal O Globo.
Apresentação
E
ste é um texto que precisa ser lido. Começo, assim, a
minha nota de introdução com a afirmação de que
a leitura deste texto é uma partilha do percurso, das
experiências e das intervenções sociais e académicas de um
querido amigo, Nelson Pretto, que agora nos revela no seu
jeito muito próprio de nos contar e dizer de si, de como se
fez professor para mudar o pensamento e a forma de ensi-
nar, e transformar as práticas da educação num processo de
descoberta para o mundo e o conhecimento.
Este é um texto que deverá ser lido por quem sabe e se
atreve a pensar por si e, deste modo, irá partilhar, ao longo
dos diferentes momentos da narrativa, as paisagens da razão
e do conhecimento, o sentido de ser e intervir, como cida-
dão e acadêmico, na comunidade e na universidade.
Uma razão construída na vontade e participação na
construção da voz social, uma forma de agir e atuar que des-
de cedo, nos tempos de menino ainda, aluno no colégio, se
afirmou no compromisso da solidariedade para questionar
o poder estabelecido, e no envolvimento ativo para a mu-
dança, mais tarde, como aluno na universidade. Um com-
promisso social que se afirmou também na inovação dos
percursos do investigador e membro da academia, que ele-
geu como o seu campo principal de pesquisa na refundação
do pensamento da universidade para a educação na socie-
dade digital.
Esta é uma narrativa que tem de ser lida sem reser-
vas para assim seguirmos, na ausência das fronteiras que
decorrem do discurso aberto que nos apresenta, o percur-
so do pensamento e da ação do investigador e do acadê-
mico, e, em particular, do ativista social profundamente
envolvido na construção da cenarização da mudança e da
inovação.
Através da presença continuada na coordenação e
participação em programas de comunicação e inovação na
educação, domínio de estudos em que centrou a sua ativida-
de científica ainda no âmbito dos trabalhos do doutoramen-
to e, após este, desenvolveu a sua intervenção como acadê-
mico na UFBA e nas demais instituições internacionais com
as quais colaborou como pesquisador, diz-nos, de forma por
vezes íntima, porque o faz com descrições próximas do sen-
tido do vivido, mas sempre afirmativa face aos obstáculos
com que se deparou, como se aproximou da educação vindo
da física, como sempre pensou a educação como o percurso
para a mudança individual e coletiva na construção de uma
sociedade inclusiva a que sempre procurou e soube dar for-
ma nas suas inúmeras iniciativas, como investigador, pro-
fessor e Diretor da Faculdade de Educação da Universidade
Federal da Bahia.
Esta é uma narrativa que sabe trazer o informal para
reconstruir o formal, no tom consciente de quem está en-
volvido e é um ativista para a mudança, e sabe fazer da voz
social a voz para antecipar o futuro. Por isto mesmo precisa
de ser partilhada, pois são enormes os contributos para pen-
sarmos a universidade de amanhã.
Introdução ...............................................................................15
Como tudo começou..............................................................19
Rito de passagem: entrada na universidade ........................35
Duas experiências marcantes no ensino médio .................49
A vida de professor da UFBA ...............................................63
Dos livros didáticos à televisão .............................................89
O retorno à Bahia .................................................................111
Da Física à educação ............................................................151
A direção da Faculdade de Educação da UFBA ...............185
Na terra de Robin Hood ......................................................229
Uma dobra no tempo ...........................................................257
Introdução
F
oram vários começos, será que terá um fim?!
Sempre escrevi. Anotações, diários, blogues, pá-
ginas na internet. Sou um aficionado por guardar coi-
sas, nas memórias, nos armários, nos Hds, nas nuvens, mas
também nos velhos cadernos, alguns Moleskines originais...
A progressão para professor titular foi a provocação/
necessidade última. Um dos documentos para a referida
progressão era um Memorial Acadêmico. Assim, resgatando
todos os materiais disponíveis, comecei a maratona em vá-
rios tempos, e a concluí em dezembro de 2014.
Entre os achados, um arquivo com um primeiro texto,
iniciado em 1998, já como se fosse um memorial, com a
ideia de fazer um relato de minhas atividades na Universi-
dade Federal da Bahia, desde o momento em que me trans-
feri do Instituto de Física para a Faculdade de Educação. Ti-
nha como objetivo, naquela época, anexá-lo ao meu pedido
de afastamento para um pós-doutoramento que terminei
realizando na Universidade de Londres, entre 1998 e 1999.
Não consegui concluir minhas anotações, elas não foram
necessárias naquela época, e as deixei guardadas na minha
memória, e também em alguma nuvem que ainda nem exis-
tia. À época, a ideia de escrever sobre os últimos dois ou três
Nelson Pretto
Julho de 2015.
E
m março de 1973, cheguei pela primeira vez ao Ins-
tituto de Física da Universidade Federal da Bahia
(UFBA), como ex-aluno do Colégio Antônio Vieira,
aprovado no vestibular de janeiro daquele ano, colégio que
frequentei durante sete anos, desde que cheguei à Bahia, aos
11 anos de idade, vindo do Rio Grande do Sul. No Vieira,
além dos anos escolares, que segui sem repetir do primeiro
ginasial até o terceiro, fui muito envolvido com o Centro
de Ciências, Grupo de Escoteiros e Grêmio (naquela época,
por causa da repressão militar, chamávamos de CORESA -
Conselho de Representantes de Sala), do qual fui Secretário
e depois Presidente.
Retornar um pouco aos meus primeiros anos pode
ajudar na compreensão do meu percurso formativo.
Nasci em Porto Alegre/Rio Grande do Sul, em 19 de no-
vembro de 1954. Lá vivi até os meus cinco anos. Iniciei meus
estudos no Colégio Santa Teresinha, no bairro de Petrópolis,
onde morávamos. Quando estava com cinco anos e meio, nos-
sa família mudou-se para a pequena cidade de Joaçaba, vizinha
de Herval do Oeste, divididas pelo rio do Peixe, bem no centro
do Estado de Santa Catarina. Em Joaçaba, vivemos por mais
ou menos cinco anos. Foi uma rica experiência aquele período,
1
Letra do jingle da referida propaganda. Entre outros sites, encontrei
a vinheta aqui: https://www.youtube.com/watch?v= YOJIvWHyEd4.
Acesso em 12 ago. 2014.
2
A cerimônia de outorga do título foi muito bacana. Um querido amigo,
diretor de teatro e colega da UFBA, Paulo Dourado, tomou a iniciativa
de dirigir o evento, sim porque uma simples sessão da Câmara virou um
verdadeiro evento. Muitos, muitos amigos, colegas, ex-alunos participa-
ram da preparação e do momento propriamente dito, que se encerrou
com o querido bloco O Povo Pediu, que praticamente nasceu em mi-
nha casa nos anos 1978/1979, tocando e animando a todos. Participaram
da montagem teatral criada por Paulo Dourado, Meran Vargens, Joana
Schinitnan, Carlô Borges, o querido e saudoso Wilson Melo, entre vários
outros queridos(as) que colaboram com aquela magnífica performance.
Matéria da TVUFBA sobre a cerimônia disponível http://ripe.ufba.br/
nlpretto/videos/np-cidadao-baiano. Acesso em 20 out. 2014.
3
O discurso integral foi incluído em meu livro Escritos sobre educa-
ção, comunicação e cultura, publicado pela Papirus em 2008.
4
PRETTO, N. L. Mídia, currículo e o negócio da educação. In: MOREI-
RA A.F.; ALVES M.P.; GARCIA R.L. (Orgs.). Currículo, cotidiano e
tecnologias. Araraquara-SP: Junqueira & Marin, 2006. p. 111-148.
5
JCH, 04/06/2004, pag. 03, grifos meus.
6
PRETTO, N. L. Mídia, p. 148.
N
o Instituto de Física, a surpresa e o medo de aden-
trar no ensino superior. O rito de passagem do en-
sino médio para a universidade é uma marca deste
momento da formação da juventude. É o novo espaço de
convivência quando deixamos de lado a estrutura do ensi-
no médio7, com controles, orientações psicológicas e peda-
gógicas, de quase nenhuma autonomia, para a entrada em
uma instituição onde, desde cedo, passamos a conviver com
a pesquisa e os pesquisadores, cientistas e professores que,
contava a lenda, pouco ligavam para os alunos. A ideia que
nos passavam era de que, diferente do colégio de onde ví-
nhamos, na universidade, cada um tinha que cuidar de si
próprio e pronto. Na Física, algo diferente parecia acontecer
7
O leitor já deve ter percebido um uso das expressões colegial, segun-
do grau e ensino médio ao longo do texto. Essas são, nessa ordem,
as denominações do atual ensino médio ao longo dos últimos anos.
Peço, portanto, licença ao leitor para essas oscilações, uma vez que
em alguns momentos, por conta da época em que me refiro ao nível
escolar, uso uma ou outra denominação.
8
RISÉRIO, A. Edgard Santos e a reinvenção da Bahia. Rio de Janeiro:
Versal, 2013.
9
PRETTO, N. L. A UFBA e a sociedade. A Tarde, 2005.
10
PISCITELLI, A. Meta-cultura: el eclipse de los medios masivos en la
era de Internet. Buenos Aires: La Crujía, 2002. p. 99
11
PRETTO, N. D. L. O Fim da Universidade. A Tarde, [S.l.], 21 Jun
2011. p. 2.
12
Veja a substância do remédio de marca que ficou marcante na socie-
dade moderna no verbete da wilkipedia Metilfenidato, localizado em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metilfenidato. Acesso em 24 out. 2014.
13
Professora da Faculdade de Educação da UFBA, pesquisadora sobre
a medicalização da educação. A nossa Revista entreideias: educação,
cultura e sociedade, da qual sou editor, publicou em seu volume 3, no
1 (2014), um dossiê por ela coordenado e intitulado "A medicalização
da vida escolar: enfoque multidisciplinar".
14
Já havia trabalhado com carteira assinada como vendedor de uma em-
presa que representava os motores elétricos da Eberle, em Caxias do
Sul, e também de uma máquina de jateamento de esferas de vidro, em
São Paulo. Tinha em torno de 16 anos nesta época, mas importante
salientar que a empresa de representação era de meu próprio pai, o que
facilitou minha vida. Mas foi uma rica experiência de ir todo o dia ao
bairro do Comércio, em Salvador, conviver com aquela parte histórica
da cidade, hoje tão degradada, que vibrava e era a marca da Bahia. Para
a venda dos dois produtos – que, aliás, não consegui concretizar nem
mesmo uma venda! - fui encaminhado, por meu pai, obviamente, para
visitas técnicas nas duas empresas, em Caxias do Sul e em São Paulo.
Visitas essas que me fizeram viajar pela primeira vez de avião – um
luxo! e ter a possibilidade de conhecer duas empresas tecnológicas que,
absolutamente me encantaram. Mais uma vez, a dimensão ciência e
tecnologia de mim aproximava-se. E eu dela.
15
Conforme: http://www.al.ba.gov.br/deputados/Deputados-Inter-
na.php?id=324 Acesso em 29 jun. 2014.
16
Esse estranho nome era dado ao setor que cuidava da impressão das
apostilas e provas, utilizando os mimeógrafos (a tinta e a álcool).
17
http://www.ripe.ufba.br Comunidade memória da educação na Bahia.
C
omecemos pelo trabalho que foi desenvolvido no
Colégio Nossa Senhora da Vitória – Marista – em
Salvador, nos anos de 1976 a 1978.
Iniciei os meus trabalhos no Colégio Marista de Sal-
vador em 1º de março de 1976. Fui contratado para ser pro-
fessor de Física de duas turmas, das quatro oferecidas, do
primeiro ano do segundo grau. A primeira dificuldade vi-
nha por conta de algo muito simples: das quatro turmas eu
ensinava apenas em duas. E nas outras, o professor era um
colega mais preocupado, desde o primeiro ano, em preparar
os alunos para o vestibular. Consequência: suas aulas eram
essencialmente centradas na aplicação de fórmulas. As mi-
nhas, ao contrário, nas não-fórmulas. Até aí não teríamos
grandes problemas se, por uma opção mais dele do que mi-
nha, mas que muito me agradava, como as provas de uni-
dades eram únicas, ele me pedia para elaborá-las. Sempre
permiti aos alunos consultar livros nas avaliações, pois não
estávamos preocupados, repito, com as respostas prontas e,
sim, com os raciocínios. Obviamente que, no momento de
uma avaliação unificada para as quatro turmas, sendo eu o
18
PRETTO, N. L. Um projeto experimental para o segundo grau. Re-
vista de Ensino de Física, v. 2, no 2, p. 30-41, 1980.
19
FREIRE, P. Educação como prática de liberdade. 4ed. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1974, p. 30.
20
PRETTO, N A SBPC e a ciência na Bahia, Salvador: A Tarde,
14.07.2011, p. 2.
T
ão logo me formei, ainda dando aulas no segundo
grau, comecei meu envolvimento com o Instituto de
Física. Havia convidado o professor Cláudio Guedes
para dar aulas no segundo grau no Social e lá trabalhamos
juntos por um pequeno período. Esta foi a oportunidade para
que ele, percebendo a necessidade de professores para o Ins-
tituo de Física, indicar o meu nome e, então, fui convidado,
já em março de 1978, a entrar no Instituto para ser profes-
sor-colaborador21. Retomando, ou melhor, quase nem saindo
do Instituto, agora como professor, percebi que havia muita
coisa a ser realizada na disciplina para a qual fui contratado:
Física Geral e Experimental I (FIS001). Junto com os colegas,
21
O professor-colaborador era uma categoria criada nas universidades públi-
cas para poder contar com professores contratados por tempo determina-
do e sem concurso público, em princípio em caráter emergencial, para dar
aulas complementares em função da ausência temporária de professores
nos Departamentos, como gravidez, afastamento para pós-graduação, do-
ença, entre outros. Mais adiante, veremos o quanto essa categoria de profes-
sor de eventual passou a ser permanente, até os dias de hoje.
22
CASTRO, J. A. O processo de gasto público na área de educação no
Brasil: o Ministério da Educação e Cultura nos anos 80. Tese (Douto-
rado), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas-SP,
1987, p. 160.
23
Não consegui localizar nos meus arquivos funcionais a confirmação
desta informação e as leituras que fiz não me permitiram confirmar
se foi neste período mesmo. O colega Arthur Matos me ajuda nesta
lembrança, mas também sem muita certeza. Tudo indica que formos
incorporados através do decreto 85.487, de 11 de dezembro de 1980.
24
No meu segundo pós-doutorado, na Universidade Trend de Nottin-
gham trabalhei com essa temática.
25
PRETTO, N. A SBPC e a ciência na Bahia, Salvador: A Tarde,
14.07.2011, p. 2.
26
Idem, ib.
27
PRETTO, N. L. Os livros de ciências da primeira à quarta série do pri-
meiro grau. Dissertação (Mestrado), UFBA/Faced. Salvador/BA, 1983.
28
HORTON, R. Diferenças entre culturas tradicionais e culturas de
orientação científica. In: DEUS, J. A crítica da ciência. Rio: Zahar,
1974. p. 187-205.
29
No Facebook: https://www.facebook.com/movimentodafabrica. Aces-
so em 10 nov. 2014; no Youtube, um vídeo, fruto de um audiovisual que
eu mesmo produzi a partir dos slides que tinha: http://bit.ly/movimen-
todafabrica. Acesso em 18 nov. 2014.
30
Documento “Uma proposta de intervenção no Rio Vermelho: Assu-
ma a Fábrica”, versão em cópia reprográfica, em maio de 1984.
31
PRETTO, N.L. A ciência nos livros didáticos. Salvador; Campinas:
UFBA; Unicamp, 1985. p. 25.
32
Idem, ib., p. 77.
33
Idem, ib. p. 36.
34
No encarte que publiquei posteriormente, intitulado “Como foi en-
frentada a burocracia para se produzir este livro – ufa!” foram listadas
nas revistas: Veja de 30/09/1083, Isto É de 08/08/1984, e Leia de ou-
tubro de 1986, entre outros.
35
PRETTO, N.L. Encarte Como foi enfrentada a burocracia para se produ-
zir este livro– ufa!, Ilustrações. Girafa. Brasília/DF, maio de 1987.
36
http://ripe.ufba.br/nlpretto/videos/encontro-livro-didatico-1985.avi
e http://bit.ly/livrodidaticobahia, Acesso em 25 set. 2014.
37
Sistema implantando pelo CNPq com o registro acadêmico da vida
dos professores brasileiros (http://lattes.cnpq.br)
38
Depoimentos no vídeo mencionado na nota 32.
P
ermaneci em Brasília entre 1986 e 1987. Rica experi-
ência que me possibilitou ter uma visão mais amplia-
da de como se constroem as políticas públicas no país.
Os desafios foram enormes, e o trabalho original com livros
didáticos sofria todo tipo de pressão das grandes editoras e
reações dentro do próprio governo. A relação que tentáva-
mos estabelecer com a FAE - Fundação de Assistência ao
Estudante ‒ órgão do MEC responsável pela política do li-
vro didático no país ‒ era muito difícil e não conseguimos
avançar muito. Do ponto de vista funcional, para poder ficar
à disposição necessitava de um cargo no INEP e fui, então,
designado para a Coordenação de Estudos e Análises, apesar
da portaria oficial referir-se a outro departamento, que era o
que estava disponível para o momento. Nessa Coordenação,
tive a alegria de trabalhar com inúmeras pessoas que vinham
de universidades ou eram funcionários de carreira do pró-
prio MEC e aqui, também, não foi nada fácil a coordenação
dos trabalhos. Outras temáticas da educação faziam parte do
conjunto de preocupações da Coordenação, contudo, o velho
tema do livro didático estava sempre presente. Para qualquer
ação do INEP nesta seara, não havia alternativa senão a de
trabalhar articulado com a FAE, até porque concordávamos
39
PRETTO, N. L. Escritos sobre Educação, Comunicação e Cultura.
Campinas: Papirus, 2008. p. 115.
40
SANTANA, B.; ROSSINI, C.; PRETTO, N. L. Recursos Educacionais
Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas. Salvador: Edufba, 2012.
Livro disponível em: http://www.livrorea.net.br. Acesso em 3 nov. 2014.
41
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/10/07/cotidiano/5.html.
Acesso em 27 out. 2014.
42
SANTOS, L. G. Desregulagens, educação, planejamento e tecnologia
como ferramenta social. São Paulo: Brasiliense, 1981.
43
A experiência do Projeto SACI pode ser vista, entre outros, em ANDRA-
DE, A. A. M. Política e afeto na produção de identidades e instituições:
a experiência potiguar. Scielo, 2005. 30 v. Disponível em <http://www.
scielo.br/pdf/rbedu/n30/a11n30>. Acesso em 31 out. 2014.
44
PRETTO, N. L. Uma escola sem/com futuro: educação e multimí-
dia. 1ed. Campinas: Papirus, 1996.
45
PRETTO, N. L. Uma escola sem/com futuro: educação e multimí-
dia. 8ed., revista e atualizada. Salvador: Edufba, 2013. Esta é uma
versão atualizada (a 8ª versão do livro) e, o mais importante, licen-
ciado em Creative Commons by NC, 2.5, estando, portanto, dispo-
nível para cópia, remixagem, adaptações e criação de obras derivas,
conforme a especificação deste tipo de licença. Retornaremos à te-
mática do licenciamento mais adiante no corpo do texto.
46
1o Encontro Brasileiro de Educação e Televisão, folheto de divulgação,
Brasília, junho, 1987.
47
Conforme troca de e-mails em fevereiro de 2015.
48
PRETTO, N. L. Educação, comunicação e informação: uma das tantas
histórias. Revista Linhas. v. 10, no 2, dez. 2009: 17-33, p. XX.
49
https://www.youtube.com/watch?v=3Bx8-5UJUgY. Acesso em 03 fev.
2015.
50
Aquino, Wilson. Verão da Lata: um verão que ninguém esqueceu.
Rio de Janeiro: LeYa, 2012.
dar nas praias do Rio de Janeiro. O sol batia nas latas e re-
luzia. Via-se uma correria de nadadores e surfistas para o
resgate do material precioso, e a festa estava feita. Ser da
lata virou adjetivo, o chope era da lata, a festa da lata, tudo
significando que era bom demais. Como disse, vivíamos a
euforia da construção da nova Constituição, pós um duro
período ditatorial e essas latas caíram do céu, ou melhor, do
mar. Foi um período sensacional.
Mas nem só da lata o Rio vivia. E eu estava como no-
vato nesta cidade, aprendendo a conviver com o meu novo
ambiente de trabalho, no histórico e boêmio bairro da Lapa.
Na FUNTEVÊ, trabalhei na consolidação do Projeto
Universidade Vídeo e na criação de um programa mensal, em
rede nacional, chamado Universidade. Afora estes dois projetos
específicos, convivia, diariamente, com toda a equipe e todos os
demais projetos da casa, entre os quais o projeto de formação
de professores, denominado Qualificação Profissional para o
Magistério, carro chefe deste período da diretoria de educação
da FUNTEVÊ. O programa Universidade era veiculado, men-
salmente, pela rede de Televisões Educativas, que compunham
o SINRED (Sistema Nacional de Rádio e Televisão Educativa),
de agosto de 1988 a março de 1989, com objetivo de discutir o
ensino, a pesquisa e a extensão universitária. Esse programa,
coordenado por mim e dirigido e apresentado pelo jornalista
Mounir Sfatli, foi uma experiência rara em duas grandes di-
mensões. De um lado, a experiência do fazer televisão, de estar
mais próximo do incrível processo de produção e edição de um
programa mensal, dentro de uma emissora de televisão que não
tinha o menor interesse nos chamados programas da área de
educação. Como já mencionei, ficávamos do outro lado da
51
Importante discussão sobre televisão pública e televisão estatal que
começava a ocupar as minhas reflexões muito ajudadas pelos tra-
balhos de Regina Mota, que depois veio a publicar um belo traba-
lho sobre a Fundação Padre Anchieta e, mais recentemente, uma
importante análise sobre o processo de implantação da televisão
digital no país. Entre outros: MOTA, R. Televisão Pública: a de-
mocracia no ar. Dissertação (Mestrado), UFMG, Belo Horizonte/
MG,1992.; MOTA, R. Uma pauta pública para uma nova televisão
brasileira. Revista Sociologia Política, no 22, p. 77-86, 2004.
A
pós este período, retornei para o Instituto de Física,
com um universo muito grande de informações e
experiências, introduzindo os novos elementos vi-
vidos nos cursos de Física Geral e Experimental I, que ainda
eram oferecidos quase que nos mesmos moldes de quando
eu havia deixado a UFBA para essa peregrinação entre Bra-
sília e Rio. Retorno, portanto, para o mesmo Departamento,
para convívio com os mesmos colegas e alegria de estar de
volta, agora com outras coisas na cabeça.
A UFBA vivia uma crise institucional muito séria,
pois o reitor empossado tinha sido o quinto colocado na
lista sêxtupla que fora encaminhada pelo Conselho Uni-
versitário ao Ministério da Educação. Segundo pesquisa de
doutorado de Maria Inez Marques, o novo reitor nomeado
“foi menos votado que a soma de votos em branco (1,57%)
e nulos (3,08%)”52 o que, obviamente gerara uma crise sem
precedentes. Rogério Vargens, mesmo assim, assumiu o pos-
to em função da forte pressão política exercida diretamente
52
MARQUÊS, M. I. C.. UFBA na memória: 1946-2006. Tese (Douto-
rado), Universidade Federal da Bahia. Salvador/BA, 2005, p.279.
53
FRANCO. M. TV: políticas, teorias e práticas acadêmicas. Revista
da USP, no 61 (maio de 2004): 116-27, p. 8-9.
54
Biografia de Mário Fanucchi disponível em http://www.museudatv.
com.br/biografias/Mario%20Fanucchi.htm
55
Pretto, N. L. A Ciência nos meios de comunicação. Revista Inter-
com, XVI, no 2. 1993, p. 90.
56
Vera Carletti foi uma importante ajuda dentro da Capes, para de-
sembrulhar as confusões burocráticas para a concessão desta bolsa.
57
PRETTO, N. L. Universidade e o mundo da comunicação: análise
das práticas audiovisuais das universidades brasileiras. Tese (Dou-
torado), ECA-USP, 1994.
58
Boletim Anped, 1990, p. 84
59
PRETTO, N. D. L. Educação, comunicação e informação: uma das
tantas histórias. Revista Linhas, [S.l.], dez. 2009. v. 10, n. 2, p. 17–33.
ISSN 1984-7238, p. 22.
60
Idem, ib.
61
Creio ser importante, neste aspecto, a leitura do livro: RAVITCH,
Daiane. Vida e morte do grande sistema escolar americano: como
os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação.
Porto Alegre: Sulina, 2011.
C
omo já mencionado, tão logo retornei do doutorado,
me reapresentei tanto ao Departamento de Física
Geral do Instituto de Física como na Pós-graduação
em Educação. Ao mesmo tempo em que dava as aulas de Fí-
sica Geral e Experimental I no Instituto, já atuava de forma
intensa na pós-graduação em Educação, onde comecei atu-
ar no NEPEC, primeiramente chamado de Núcleo de Ensi-
no, Pesquisa e Extensão em Currículo e, já agora denomina-
do de Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Currículo,
Comunicação e Cultura (NEPEC).
Neste retorno, encontro a administração central da
UFBA sob o comando do reitor eleito professor Luiz Feli-
ppe Perret Serpa que me convida para ser seu assessor, o
que de pronto aceitei. Sempre estive muito próximo de Fe-
lippe, como meu mestre, colega e amigo. Calmo, mas com
um pensamento absolutamente irrequieto, ele me provoca-
va cotidianamente. Durante o meu tempo de Itália, conver-
sávamos bastante sobre o futuro da UFBA.
Após o trágico mandato de Rogério Vargens (1988-
1992), os movimentos docentes, discentes e dos técnicos admi-
nistrativos e artísticos conseguiram se aglutinar em torno do
nome da professora Eliane Azevedo (Medicina) e de Felippe
62
Lamentavelmente não tivemos nenhuma preocupação com o registro
da marca e, desta forma, o nome Rede Bahia, foi utilizado por uma
rede de televisão implantada no estado da Bahia.
63
Um espelho do servidor ainda pode ser localizado em um site italiano,
conforme pode ser visto aqui: http://ospiti.peacelink.it/zumbi/home.
html. Como parte deste trabalho também foi construída a Biblioteca
Comboniana Afro-brasileira, em 1982, e depois colocada disponí-
vel na internet recém-implantada. Veja aqui: http://ospiti.peacelink.
it/zumbi/org/comboni/home.html, Acesso em 30 out. 2014. Pe. Hei-
tor, falecido em 2008, é hoje nome de um centro pastoral no bairro de
Sussuarana, em Salvador-BA.
64
DIAS, Leila Christina. Redes: emergência e organização. In: CASTRO,
Iná Elias; GOMES, Paulo Cesar da Costa; CORRÊA, Roberto Lobato
(Orgs.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
1995. p. 141-162.
65
http://memoria.rnp.br/rnp/backbone-historico.html. Acesso em 10
out. 2014.
66
Belo projeto de reconstituição desta história começou a ser implantado
quando a internet no Brasil fez 20 anos, mas que não está mais sendo atu-
alizado. O site estava em: http://www.memoriainternet.org.br. É possível
ver uma tela do projeto em https://web.archive.org/web/20130521001627/
http://memoriainternet.org.br. Acesso em 16 out. 2014.
67
PRETTO, N. L.; BANDEIRA, M. A Bahia e as redes planetárias de
comunicação. Revista Análise & Dados, v.1, Salvador-BA: jun.1995.
68
http://www.ibase.br/pt/2011/07/alternex. Acesso em 30 out. 2014.
69
Artigo no jornal A Tarde de 17/09/2003:
70
Sobre o tema, ver o site da campanha: http://tocom.pretto.info. Aces-
so 18 nov. 2014.
71
Portaria UFBA no 525/96, de 8/3/96.
72
Página do projeto ainda hoje na rede: http://www2.ufba.br/~pretto/
proext/projeto1.htm. Acesso em 02 nov.2014.
73
PRETTO, N.L (Org.) Globalização & educação. IJUI-RS: Unijuí, 2000.
74
http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/portais.html.
Acesso em 10 out. 2014.
75
Pretto, Nelson De Luca.“Linguagens e Tecnologias na Educação”. In: CAN-
DAU, Vera Maria (Org.). Cultura, linguagem e subjetividade no ensinar
e aprender. 161–82. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
76
idem.
77
http://www.arede.inf.br/edicao-n-35-abril-2008/3957-contra-o-
-portal-curral, Acesso em 31 out. 2014.
78
Veja em http://www2.ufba.br/~pretto/crise%20prossiga.htm.
79
http://www.bvanisioteixeira.ufba.br
80
Do folheto da época: “Bruna Lima de Souza Santos (não frequenta a escola,
trabalha vendendo canetas no posto do Banco do Brasil do Campus do
Canela, 10 anos e 14 irmãos), Claudemir dos Santos Junior (13 anos, cursa
a 7ª série, gosta de jogar bola, passear no shopping e paquerar gatinhas),
Gabriel Muricy dela Plata (10 anos e estuda no ISBA, mora em Salvador no
bairro de Ondina, onde também fica a sua escola; já tem endereço eletrôni-
co [email protected]); Indi Nascimento Figueiredo (cursa a 2ª série
do ensino fundamental, tem oito anos e mora na Fazenda Moita da Onça,
Feira de Santana, há oito meses.); Júlia Carolina Cerqueira Dias (tem cinco
anos, estava morando em Lisboa/Portugal com sua mãe; Julia adora ver fil-
mes e desenhos animados); Mariane Moreira da Silva (11 anos, cursando a
4ª série do ensino fundamental na escola municipal Beatriz Bispo Miranda,
mora em Feira de Santana); Osvaldo Pereira da Silva (Ticó) (tem 5 anos,
mora com sua mãe e mais sete irmãos na Boca do Rio. Está na 2ª série, ado-
ra videogames e passa a maior parte do tempo jogando, principalmente os
jogos de guerra e futebol) e Tatiane de Andrade Matos (14 anos, está na 8ª
série, é estudiosa, interessada, meiga. Aluna da escola municipal Alexandre
Leal Costa, cursa a 7ª série).”
81
http://ripe.ufba.br/nlpretto/videos/criancas-faced-felippe-ago97p08.
mpeg, Acesso 19 nov. 2014.
82
Artigo com minha orientanda Lynn Rosalina Alves a partir do even-
to: PRETTO, Nelson De Luca; ALVES, Lynn Rosalina Gama. Escola:
um espaço de aprendizagem sem prazer? Comunicação & Educação,
no 16, p. 29–35.
83
Matéria sobre o evento na TV Band: http://ripe.ufba.br/nlpretto/
86
http://www2.ufba.br/~pretto/posdoc.htm, Acesso em 20 out.2014.
87
Respectivamente http://www.gold.ac.uk/ e http://www.gold.ac.uk/
cultural-studies.
88
PRETTO, N. L. Internet de graça... em Londres. A Tarde, 1999, p.3.
89
http://pt.wikipedia.org/wiki/Blog. Acesso 30 out. 2014.
90
FEYERABEND, P. K. Matando o tempo: uma autobiografia. São
Paulo: Unesp, 1996.
91
http://www3.faced.ufba.br/~pretto/london/smog/smog.htm, Acesso
em 30 out.2014.
92
PRETTO, N.L. Smog: crônicas de viagens. Salvador/BA: Arcádia,
2004. Mais recentemente, o livro foi reeditado como um livro digital
que se encontra a venda pelo preço simbólico de menos de dólar nas
lojas Amazon , Kobo e Indigo.
93
http://www.serpentinegallery.org
94
Andreas Gursky, arquiteto e fotógrafo, nasceu em Leipzig, em 1955.
Suas imagens são incomuns, em todos os sentidos, e não importa o
que registrem, elas propagam uma visão do mundo.
95
Inicio o relatório com uma imagem de Escher e a explicação: “Maurits
Cornelis Escher nasceu em Leeuwarden/Holanda em 17 de junho de
1898. Eu muito depois. Mas desde pequeno sempre fiquei muito im-
pressionado com os seus trabalhos gráficos. Escher é um dos grandes
nomes das artes gráficas da Europa sendo conhecido no mundo todo.
Sua Torre de Babel (1928), um dos seus primeiros trabalhos, penso
que já virou cartaz em todos os lugares do mundo”.
96
http://www2.ufba.br/~pretto/relatopr.htm, onde é possível encontrar
as referência bibliográficas citadas no texto.
97
PRETTO, N.L.; LIMA Jr. A S.. Information and communication tech-
nology in education: challenges for the curriculum. Goldsmiths Jour-
nal of Education, v. 2, p. 46–53, 2000.
98
PRETTO, N. L. O futuro da escola. Disponível em <http://www2.ufba.
br/~pretto/ textos/jb2 81 1 99. htm> Acesso em 20 out. 2014.
A
Faculdade de Educação da Universidade Federal
da Bahia, assim como todas as demais instituições
educacionais públicas, vinha passando por profun-
das transformações, considerando as exigências do mundo
contemporâneo: um mundo de imagens e comunicação ge-
neralizado, ainda marcado por imensas desigualdades. Fo-
ram essas premissas que, durante o período londrino, me
faziam dialogar intensamente, via cartas, com o sempre pre-
sente em minha vida, Felippe Serpa. Diálogos proveitosos e
ricos academicamente.
Certa feita visitava, como fazia sempre que podia, o
Museu de Ciência da Inglaterra, localizado em Londres99.
Meu vínculo com a divulgação científica continua muito
forte, e tenho uma verdadeira fascinação por estes magní-
ficos museus, como o da Inglaterra, a Cidade da Ciência
La Villete, em Paris, o Museu de Ciência de São Francisco
e, no Brasil, o Estação Ciência, em São Paulo e o Museu
99
http://www.sciencemuseum.org.uk/
100
Matérias e artigos sobre o tema podem ser vistas aqui: http://www.
secti.ba.gov.br/noticias/resgaste-do-museu-de-ciencia-e-tecnologia-
da-bahia-e-discutido-em-audiencia-na-secti; http://cienciasbahia.
org.br/2012/12/26/academico-nelson-pretto-cobra-reativacao-do-
museu-de-ciencia-e-tecnologia-da-bahia/; http://www.correio24ho-
ras.com.br/detalhe/noticia/fechados-ha-mais-de-uma-decada-
museus-sofrem-com-abandono/?cHash=8254367f678c0c7cf5ae-
2359783ba2f1; Artigo meus sobre o tema: PRETTO, N. L. Não matem
o Museu de C&T da Boca do Rio. A Tarde, 2013.
101
http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital. Acesso em 23 out.2006.
102
Escrevi um pouco sobre este diálogo com Felippe numa Tertúlia da
revista Presente! chamada: Felippe Serpa: “nosso Pajé”. Presente! Re-
vista de educação dez2006 / fev 2007 – pag. 54-59.
103
Carlos Heitor Cony. Quase-memória, quase-romance. São Paulo:
Cia. das Letras, 1995, p. 54.
104
PRETTO, N. L.; SERPA, L. F. P. Universidade Corporation: início do
fim. Folha de São Paulo, p. 3, 29 jun.2000.
105
http://www.faced.ufba.br/tipo-de-documento/planos, Acesso em 31
out. 2014.
Escola foi feita pra isso. E para muito mais. E será. Por
que não?!
Que Oxóssi me proteja.
Que o Senhor do Bonfim, proteja a todos nós, nessa
São Salvador da Bahia, de todos os santos e orixás106.
Fomos protegidos, com certeza. Foram muitos os de-
safios, mas também muitas as alegrias. Trabalhamos lado
a lado, eu e a professora Mary, num compartilhamento de
responsabilidades, tarefas e alegria. Solidários, discutindo e
debatendo cada aspecto do nosso caminhar. Um caminhar
conjunto, que nos possibilitava ir às reuniões dos Conse-
lhos Superiores quase sem precisar combinar posições ou
estratégias. Foi confortável trabalhar desta forma e, mais do
que isso, uma enorme oportunidade de crescimento. Mary
merece todo o meu respeito, carinho e admiração.
Mas este projeto não teve início somente com a posse
na direção. Antes mesmo de estar pensando na possibilidade
de assumi-la, contribuímos com a elaboração de dois grandes
projetos estruturantes para a faculdade. O primeiro, mais es-
pecificamente, para uma reforma da nossa Biblioteca Anísio
Teixeira, foi conduzido pela professora Iracy Picanço, dire-
tora no período, e contribuímos com ele não só na concep-
ção do projeto do ponto de vista conceitual, como também
no arquitetônico, pois, por coincidência, nesta época estava
comigo a estudante Alexandra Mariano, do curso de Arqui-
tetura, bolsista PIBIC de um projeto de pesquisa nosso sobre
106
http://www.faced.ufba.br/administracao/posse/nelson-pretto-di-
retor, Acesso em 31 out. 2014.
107
O resultado desta pesquisa foi o site Centro de Referência Anísio Tei-
xeira ‒ CRAT www.faced.ufba.br/crat. Lamentavelmente o site não
está mais acessível, era um site muito primitivo em função das condi-
ções que tínhamos à época.
108
PRETTO, N. L. Anísio Teixeira e a escola do novo milênio. p. 2,
1996. Outro artigo sobre o tema: PRETTO, N. L.. Escolas espremidas.
A Tarde, 2010.
109
FREIRE, M. R. Arquitetura na interface com a educação: outras refe-
rências. Universidade Federal da Bahia/Faculdade de Arquitetura/Pro-
grama de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Salvador/Bahia,
2006 e MAGRIS, P. Escola-Cidade, Cidade-Escola: espaços de aprendi-
zagem do tempo agora. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal da
Bahia/Faculdade de Educação, Salvador, Bahia, 2004, respectivamente.
110
CURY, C. R. J. Quadragésimo ano do parecer CFE no 977/65. Revista
Brasileira de Educação, no 30. 2005, p. 7-20.
111
Vídeo sobre o episódio http://bit.ly/invasaoufba_grifo, Acesso 10 nov. 2014.
112
http://www2.ufba.br/~pretto/textos/atarde%20entrevista%20sbpc/
sbpc%20entrervista%20180701.htm Acesso em 20 out. 2014.
113
SBPC Cultural. http://www.sbpccultural.ufba.br/identid/seman11/
dragao.html Acesso em 10 out. 2014
114
PRETTO, N. L. A expansão da UFBA. A Tarde. 2/12/ 2005.
115
Algumas das reflexões sobre esta experiência estão no capítulo BO-
NILLA, M. H. S; PRETTO, N. L. Formação de professores: as TIC
estruturando dinâmicas curriculares horizontais. In: ARAUJO, Bhou-
mila; FREITAS, Kátia (Org.). Educação a Distância no contexto bra-
sileiro: experiências em formação inicial e formação continuada. Sal-
vador: ISP; UFBA, 2007. p. 73-92.
116
PRETTO, N. L. Tecnologia e novas educações. Salvador: Edufba, 2005.
117
http://www.irece.faced.ufba.br/twiki/bin/view/UFBAIrece/WebPrograma
118
Projetos: Formação em nível superior dos professores de Irecê/Bahia,
Projeto bibliotecas virtuais, Projeto Ciberparques, Projeto Centro de
Cultura e Comunicação, Projeto de formação em gestão escolar, Pro-
jeto de reestruturação das edificações escolares e Projeto de capaci-
tação de professores da região de Irecê. Integra do projeto disponível
em http://www.irece.faced.ufba.br/twiki/pub/UFBAIrece/WebPro-
grama/projeto_versao_atualizada.pdf, Acesso em 10 nov. 2014.
119
http://www.projetosalvador.faced.ufba.br. Acesso em 19 nov. 2014.
120
http://www.unidiversidade.ufba.br, Acesso em 12 set. 2014.
121
http://www.unidiversidade.ufba.br/material/o_futura_da_ufba.htm,
Acesso em 12 nov. 2014. Artigo: PRETTO, N.L. O futuro da UFBA.
A Tarde. 11/04/2006.
122
http://listas.dcc.ufba.br/pipermail/dacomp-l/2006-May/028274.
html. Acesso em 10 nov. 2014.
123
http://www.fisl.org.br, Acesso 10 jul. 2013.
124
O servidor era denominado de McLuhan, e foi instalado pelo meu
bolsista Messias Bandeira, à época aluno da Facom.
125
E-mail pessoal no momento da escrita desse memorial, em 05 nov. 2014.
126
http://www.tabuleirodigital.org. Acesso em 19 nov. 2014.
127
http://ripe.ufba.br/dansaas/videos/tensoes-e-dinamicas-no-tabulei-
ro-digital-parte-1.mp4, Acesso em 04.02.2015.
128
PRETTO, N. L. Tecnologia e novas educações. Salvador: Edufba,
2005. p. 21.
129
PRETTO, N. L. Nelson Pretto fala sobre as novas tecnologias den-
tro do ambiente escolar. Disponível em: <http://educacao.atarde.uol.
com.br/?p=9497>.
130
PRETTO, N. L. O desafio de educar na era digital: educações. Revista
Portuguesa de Educação, 24, no 1 (2011): p. 95-118.
131
Título: A Fronteira Tríplice entre Informática na Educação, Inclusão
Digital e Inclusão Social. Slides disponíveis em: http://twiki.ufba.br/
twiki/pub/Pretto/PrettoSlides/inclusao _exp_ baianas0_3.pdf, Acesso
em 01 nov. 2014.
132
PRETTO, N. L. O papel da educação e o das políticas de cultura no
desenvolvimento da Bahia. SEI/Governo da Bahia, junho de 2006.
133
SERPA, L. F. P. Rascunho digital: diálogos com Felippe Serpa. Salva-
dor: Edufba, 2004.
134
PRETTO, N. L. Redes colaborativas, ética hacker e educação. Educa-
ção em Revista, [S.l.], 2010. v. 26, p. 305-316. ISSN 0102-4698, p. 310.
135
Participaram das transmissões do SEMPEQ 2007 Géssica Aragão
(Faced), Tiago Figueiredo (Faced), Fabrício , Santana (DCC), Darlene
Almada Oliveira Soares (Faced), Dart Clea Rios Andrade Araújo (Fa-
ced), Joseilda Sampaio de Souza (Faced), Moíses Gwannael (Voluntá-
rio/GEC) e Mônica Paz (Voluntário/GEC).
136
PRETTO, N. L.; TOSTA, S. P. (Org.). Do Meb à Web: o rádio na edu-
cação. Cultura, Mídia e Educação. São Paulo: Autêntica, 2010.
137
O site do projeto não está mais na rede. Para uma descrição e análise
do projeto feita pelos próprios autores veja LEMOS, A.; CARDOSO,
C.; PALÁCIOS, M. Uma sala de aula no ciberespaço: reflexões e su-
gestões a partir de uma experiência de ensino pela internet. Dispo-
nível em: <http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/
sala.htm#_ftnref2>, Acesso em 01 nov. 2014.
138
PRETTO, N. L.; PICANÇO, A. A. Internet e educação a distância. In:
JAMBEIRO, O.; RAMOS, F. (Orgs.). Salvador: Edufba, 2002, p. 388.
PRETTO, N. L.; PICANÇO, A. A. Reflexões sobre EAD: concepções
de educação. In: ARAÚJO, B.; FREITAS, K. S. (Orgs.). Educação a
distância no contexto brasileiro: algumas experiências da UFBA.
Salvador: ISP; UFBA, [s.d.]. Disponível em http://www.proged.ufba.
br /ead /EAD%2031-56.pdf
F
oram oito anos na direção da Faculdade de Educação,
período muito rico e que não me impediu de continuar
atuando academicamente, com minhas pesquisas, cur-
sos e atividades de extensão. Terminado o segundo mandato,
em janeiro de 2008, chegava o momento de pensar em mais
um período sabático. Mais uma vez, os contatos estabelecidos
ao longo da vida terminaram ajudando a viabilizar a minha
ida para a terra de Robin Hood, a cidade de Nottingham, a
cerca de 200 km ao norte de Londres, Inglaterra.
Interessado no estudo das transformações na pro-
dução do conhecimento a partir das práticas colabora-
tivas, resgatei antigos contatos como o que já tinha com
Mike Featherstone, que estava agora na Nottinghan Trent
University. A bem da verdade, a retomada desse contato
se deu por uma destas felizes coincidências, pois estava
a ver meus e-mails, quando recebo um convite de um
lançamento de livro organizado pela amiga de quem não
mais tinha notícias, Olga Guedes Bailey. Ao ver o convite,
percebo que Olga estava justamente na mesma universi-
dade de Mike e, mais do que isso, lá também estava como
professor o amigo Andreas Wittel, com quem convivi du-
rante o meu primeiro pós-doc, em Londres, no Centre for
139
http://cgi.br/
140
De acordo com o texto: Sobre a ICANN, ver http:/www.icann.org.
O processo WSIS pode ser acompanhado em http://www.itu.int/
wsis/index.html. Sobre o IGF, ver http://www.intgovforum.org.
AFONSO, C. A. “CGI.br: história e desafios atuais.” PoliTICs, de-
zembro de 2011. Acesso em 22 ago.2014.
141
PRETTO, N. L. Do UCA a tabuletas: onde está a banda larga?. Terra
Magazine, 11 de novembro de 2001. http://terramagazine.terra.com.
br/interna/0,,OI5465701-EI17985,00-Do+UCA+ a+tabuletas+on-
de+esta+a+banda+larga.html
142
http://colivre.coop.br/
143
Relatório final da pesquisa em https://repositorio.ufba.br/ri/bitstre-
am/ri/2723/1/artigo _ripe_edital_ 008-2009enviado_repositorio.pdf.
Artigo sobre a pesquisa: BONIILLA, M. H. S.; PRETTO, N. D. L.;
ALMADA, D. Produção colaborativa e descentralizada de imagens e
sons para a educação básica: criação do e Implantação do RIPE – Rede
de Intercâmbio de Produção Educativa. Revista do IAT, [S.l.], [S.d.].
v. 2, no 1, p. 202–219. ISSN 2178-2962.
144
http://ripe.ufba.br/memoria-da-educacao-na-bahia, Acesso em 12
nov.2014.
145
http://www.radio.faced.ufba.br
146
Todos os programas, vinhetas e materiais podem ser encontrados em:
http://www.eticahaker.faced.ufba.br
147
Para saber mais, ver Do regime de propriedade intelectual: estudos antro-
po Internet lógicos, organizado por Ondina Fachael Leal e Rebeca Hen-
nemann Vergara de Souza, publicado pela Tomo editorial, em 2010.
148
ASSANGE, J. et al. Cypherpunks: liberdade e o futuro da internet, [s.d.].
149
Vide: http://www.temple.edu/oll/fips/participants.htm, Acesso em 19
out. 2014.
150
http://www.boaaula.com.br/iolanda/Capesfipse/brazilpg.html,
Acesso em 15 nov. 2014.
151
Conforme Portaria nº68 de 02/05/2014 Vide em: http://www.capes.
gov.br/ images/ stories/ download/legislacao/PORTARIA-No-68-DE-
2-DE-MAIO-DE-2014.pdf, Acesso em 20 out. 2014.
152
Documento disponível na minha home page: https://blog.ufba.br/nlpret-
to/?page_id=3960
153
http://tocomprettoeserpa.wordpress.com/2014/03/23/carta-a-comu-
nidade-da-ufba, Acesso em 4 ago. 2014.
154
MATERU, P. N. Open Source Courseware: A Baseline Study, THE
WORLD BANK, November 2004, p. 5.
C
hegamos, pois, ao final de 2014.
Tudo aqui dito e escrito correspondeu a um intenso
movimento de vida, pessoal e acadêmica. Uma vida de
muitas vidas vividas. De certa forma, uma vida de correria, de co-
nexão, e, para ser bem atual, uma vida em permanente on. Talvez
esse seja o nosso maior desafio. Compreender a importância do
off-line. Como mencionei anteriormente, trazendo um acadêmi-
co argentino, Alejandro Piscitelli, estamos num tempo alucina-
do, um tempo medido pelos nanossegundos. Talvez, pensar em
Manoel de Barros, pode ser, se não tranquilizador, pelo menos
balizador do que pode e deve ser o futuro.
A Tartaruga
Eu tenho.
A gente só chega ao fim quando o fim chega!
Então pra que atropelar?155
Manoel de Barros
155
BARROS, Manoel de. Tratado das grandezas do ínfimo. 3ed. Rio de
Janeiro; São Paulo: Record, 2005. p. 33.
156
JECUPÉ, K. W. A Terra dos mil povos: história indígena do Brasil con-
tado por um índio. São Paulo: Peirópolis, 1998. p. 25 (negrito meu).
157
REIS, A. B. dos (org) Arteducação, vida cotidiana e Projeto Axé.
Salvador, Bahia: Edufba, 2008.
P.S.: Ah! Me dou conta que muito prometi, jogando neste texto expectativas
de debates outros. Não cumpri. Oxalá possamos retomar, nas redes e fora de-
les, esses e outros desafios.