Manual - Hidrologia e Drenagem
Manual - Hidrologia e Drenagem
Manual - Hidrologia e Drenagem
2ª Edição
Rio de Janeiro
2005
REVISÃO
Engesur Consultoria e Estudos Técnicos Ltda
EQUIPE TÉCNICA:
Eng° José Luis Mattos de Britto Pereira Tec° Marcus Vinícius de Azevedo Lima
(Coordenador) (Técnico em Informática)
Eng° Zomar Antonio Trinta Tec° Alexandre Martins Ramos
(Supervisor) (Técnico em Informática)
Eng° Roberto Young Tec° Reginaldo Santos de Souza
(Consultor) (Técnico em Informática)
COMISSÃO DE SUPERVISÃO:
Eng° Gabriel de Lucena Stuckert Eng° José Carlos Martins Barbosa
(DNIT / DPP / IPR) (DNIT / DPP / IPR)
Eng° Mirandir Dias da Silva Eng° Elias Salomão Nigri
(DNIT / DPP / IPR) DNIT / DPP / IPR)
EQUIPE TÉCNICA:
Eng° Paulo Romeu de Assunção Gontijo Eng° Otto Pfasfstetter
(DNER / IPR) (Consultor)
Eng° Saul Birman Eng° Haroldo Stwart Dantas
(DNER / IPR) (Consultor)
Est. Julio César de Miranda Eng° Renato Cavalcante Chaves
(DNER / IPR) (Consultor
Engª Carmen Sylvia Mendes Teixeira Eng° João Maggioli Dantas
(DNER / IPR) (Consultor
Eng° José Helder Teixeira de Andrade
(Consultor
Eng° Guioberto Vieira de Rezende
(Consultor
COLABORAÇÃO:
GEPEZ – Consultoria de Engenharia Ltda.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5
APRESENTAÇÃO
A presente edição do Manual Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem tem por objetivo
principal a divulgação dos procedimentos a serem adotados no dimensionamento dos
equipamentos de drenagem rodoviária envolvendo os bueiros, pontes e demais dispositivos de
modo a que se venham a adotar as soluções mais eficientes e uniformes possíveis.
Com esta ótica, no Manual de Hidrologia Básica serão apresentados os critérios usualmente
adotados pelos projetistas de drenagem rodoviária tratando tanto das estruturas de drenagem de
talvegues como daqueles destinados a evitar a erosão da plataforma e da proteção do tráfego,
durante as precipitações mais significativas, buscando a simplificação destes procedimentos e a
facilidade de sua aplicação.
Para atingir este objetivo o Manual de Hidrologia Básica é orientado para a consolidação de
critérios, apresentados na vasta bibliografia já publicada sobre o assunto, sem pretender tornar-se
um documento acadêmico, de grande profundidade teórica, mas, simplesmente, tratar-se de uma
súmula onde sejam descritos os métodos de cálculo usuais, cuja larga aplicação, permitiu o seu
aprimoramento, comentando-se os seus pontos positivos e suas deficiências.
1 INTRODUÇÃO
O Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem tem por objetivo principal a
divulgação dos procedimentos a serem adotados no dimensionamento dos equipamentos de
drenagem rodoviária envolvendo os bueiros, pontes e demais dispositivos de modo a que se
venham a adotar as soluções mais eficientes e uniformes possíveis.
Com esta ótica, no Manual de Hidrologia Básica serão apresentados os critérios usualmente
adotados pelos projetistas de drenagem rodoviária tratando tanto das estruturas de
drenagem de talvegues como daqueles destinados a evitar a erosão da plataforma e da
proteção do tráfego, durante as precipitações mais significativas, buscando a simplificação
destes procedimentos e a facilidade de sua aplicação.
Para atingir este objetivo o Manual de Hidrologia Básica é orientado para a consolidação de
critérios, apresentados na vasta bibliografia já publicada sobre o assunto, sem pretender
tornar-se um documento acadêmico, de grande profundidade teórica, mas, simplesmente,
tratar-se de uma súmula onde sejam descritos os métodos de cálculo usuais, cuja larga
aplicação, permitiu o seu aprimoramento, comentando-se os seus pontos positivos e suas
deficiências.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 6
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 7
Assim, como os efeitos negativos dos aguaceiros sobre as rodovias dizem respeito aos
danos que possam ser causados pela erosão ou pela influência direta na segurança do
tráfego, durante as chuvas, os métodos de cálculo usuais visam o estabelecimento da
descarga máxima suportável, sendo desprezíveis as perdas que possam ocorrer por
absorção pela vegetação ou pela evapotranspiração.
3 TEMPO DE RECORRÊNCIA
usada e que, em muitos casos deverá ser mais elevada, como nos casos de canais
navegáveis, onde deve ser respeitado o gabarito.
Deve-se levar em conta, entretanto, que quando os bueiros trabalham com carga hidráulica,
lâmina d’água acima da geratriz superior, ocorrem velocidades elevadas que, na boca de
saída, provocam erosões, desagregando o aterro da estrada. Para combater este problema,
quando inevitável, são executados dissipadores, sendo o mais comum o uso de
enrocamento próximo à boca de saída da galeria.
No caso das pontes rodoviárias, como antes foi dito, costuma-se adotar a folga mínima de
1,00 m entre o nível máximo da enchente de projeto e a face inferior da superestrutura,
representada normalmente pela face inferior das longarinas, a fim de permitir a passagem
de material flutuante, geralmente muito abundante durante as enchentes. No caso de
longarinas com inércia variável, o nível d’água máximi deve situar-se 1,00 m abaixo da base
dos aparelhos de apoio.
n
⎛ ⎞
J = 1 − ⎜1 − ⎟
1
⎜ T ⎟
⎝ R ⎠
A Fig. 3.1 ilustra as relações entre risco, tempo de recorrência e vida útil.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 11
⎡ ⎛ 1 ⎞ ⎤
n
J = 100 ⎢1 − ⎜ 1 − ⎟ ⎥
⎣⎢ ⎝ TR ⎠ ⎦⎥
n = vida útil (anos)
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 12
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 13
Para o projeto de canais de drenagem ou bueiros pode ser necessário conhecer o nível
d’água a jusante da obra para a descarga de projeto. Quando o nível de jusante é
controlado pelo mar, uma Lagoa ou um lago, é necessário efetuar urna análise estatística
dos níveis altos que podem ocorrer simultaneamente com as descargas máximas da obra
em questão.
Havendo um rio ou canal natural a jusante- de obra seria, a rigor, necessário calcular o
remanso num longo trecho para a descarga de projeto, necessitando de numerosas seções
transversais numa extensão que por vezes atinge vários quilômetros.
Para o caso de pontes de rodovias sobre cursos d’água naturais, nas alterações por
dragagens ou retificações, a fixação do nível da superestrutura depende da determinação do
nível máximo das águas em função da descarga de projeto.
O coeficiente de rugosidade do leito do rio e de suas margens pode ser avaliado por
tentativas procurando ajustar a linha de remanso calcula com uma ou várias enchentes de
maior porte.
Esse registro normalmente não é associado a um tempo de recorrência bem definido porém,
sendo um dos .maiores observados, segundo a memória de moradores locais, pode servir
razoavelmente de base para um projeto de engenharia.
Marcas de níveis máximos de enchentes mais recentes são naturalmente mais merecedoras
de confiança porque os vestígios em árvores muros ou paredes ainda permanecem visíveis,
evitando o risco de informações enganosas.
Uma série de marcas de níveis altos, com a indicação de seus anos de ocorrência, permite
mesmo uma avaliação do seu tempo de recorrência. Marcam-se em papel com graduação
de probabilidade normal os níveis em função das probabilidades dadas pela idade da marca
mais antiga em anos dividida pelos números de ordem dos níveis dispostos em ordem de
magnitude decrescente.
Para pontes construídas sobre trechos de rio canalizados, a obtenção do nível máximo das
águas para determinada descarga de projeto decorre diretamente das fórmulas de cálculo
hidráulico de canais regulares.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 15
5 MÉTODOS ESTATÍSTICOS
Normalmente o posto fluviométrico cujos dados devam servir ao projeto não se situa no
próprio local da obra. Há necessidade de corrigir os valores das descargas observadas para
se referirem ao local da obra. Essa correção é tanto mais imprecisa quanto maior a distância
entre o posto e o local da obra.
Não se recomenda urna relação maior que dois nem menor que um meio entre as áreas
controladas nesses dois pontos do curso d’água. Para tempos de recorrência de até 10 a 20
anos basta corrigir as descargas segundo a relação das áreas das bacias hidrográficas.
Para tempos de recorrência próximos de 100 anos urna relação proporcional à área elevada
ao expoente 0,75 parece mais indicada.
a
+0 ,5
Q1 ⎛ A1 ⎞ Tr + 2 a
=⎜ ⎟
Q 2 ⎝ A2 ⎠
5.2. VALIDADE
Por isso os resultados dos estudos estatísticos de descargas máximas de rios devem ser
aceitos com muita reserva e precaução, pois é grande a irregularidade que pode ocorrer na
sua secessão natural, sendo freqüente o aparecimento de uma descarga tão
excepcionalmente maior que as outras, da série observada, que se tem duvida do tempo de
recorrência a ser atribuído ou qual o grau de influência a ser adotado na curva de
ajustamento estatístico.
Como exemplo pode ser citado o caso do vale do rio Itajaí, em Santa Catarina, onde as
enchentes de 1983 e 1984 superaram extraordinariamente a todas as observadas a partir de
1911. Em conseqüência julgou-se inicialmente que os níveis d'água máximos registrados em
Blumenau de 1853 a 1911 fossem semelhantes aos de 1983 e 1984, com intervalos
regulares de 28 a 31 anos.
Uma análise mais cuidadosa mostrou que a enchente de 1911 e, com muita probabilidade
outras precedentes, eram referidas ao mesmo nível que as de 1983 e 1984, tendo apenas
decorrido um período de 72 anos sem registros mais severos, o que compromete
seriamente qualquer estudo estatístico de descargas desenvolvido nessa região em época
mais recente. Fenômeno semelhante se observou na bacia do alto Rio Iguaçu, vizinha do
Itajaí.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 17
Outro fator que as vezes prejudica de maneira grave e insuspeita a análise estatística das
descargas máximas de um rio é a má definição da relação cota-descarga para níveis
elevados devido à de se efetuar as medições de descarga para enchentes
excepcionalmente altas, o que condua às imperfeições na extrapolação da relação cota-
descarga na maioria dos rios, o que vem prejudicar a definição no segmento mais sensível
da curva de probabilidade, diminuído sua confiabilidade.
Para bacias maiores que cerca de 400km2 pode-se efetuar o estudo estatístico das
descarnas máximas anuais com dados médios diários baseados em duas observações
diárias. Para bacias de menor extensão é necessário recorrer a dados de aparelhos
registradores de níveis, os quais são disponíveis muito mais raramente, devido ao seu alto
custo.
No caso de bacias menores, não havendo dados linigráficos para conhecer com precisão os
valores das descargas máximas instantâneas, deve-se recorrer a registros de outros rios
semelhantes com os quais se pode avaliar a relação entre esses valores máximos e as
descargas médias diárias.
q máx 2 ,66
= 1 + 0 ,3
q méd A
−y
P = e − e (equação 5.3.1)
Onde
y = variável reduzida.
onde:
∑Q
Q=
n
onde:
Q = descarga média;
∑(Q − Q) 2
σ=
n −1
onde:
Y − Yn
K( t ) =
σn
onde:
Y = variável reduzida;
De acordo com a equação 5.3.1 e considerando que o tempo de recorrência, TR, é o inverso
da probabilidade. P, a variável reduzida pode ser calculada pela expressão:
onde:
TR = tempo de recorrência.
ΣY
Yn =
n
e o desvio padrão
Σ ( Y − Yn ) 2
σn =
n
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 20
m 100
P = 100( 1 − ) E TR =
n+1 100 − P
onde:
O quadro Qd-5.3, apresentado como exemplo ilustrativo, tem como objetivo facilitar a
compreensão do método apresentado.
Esses elementos se encontram na quinta, sétima, oitava e nona colunas do quadro Qd-5.3.
A rela de ajustamento estatístico pode ser marcada de modo a passar por dois ou mais
pontos calculados segundo a equação 5.3.2.
Método Estatístico
GUMBEL
Número Vazões em * **
Ano de Vazões Variavel
de ordem 2 P = 100⎛⎜1 − m ⎞⎟
ocorrên Q
ordem decrescente
Q − Q (Q − Q ) T =
1
⎝ n − 1 ⎠ R 100 − P
× 100 Reduzida y - yn ( y- y n )2
cia (m3/s) y
m (m3/s)
(%) (anos)
1955 333 1 1,005 433,53 187.991,62 96,00 25,00 3,199 2,669 7,124
1956 588 2 863 291,58 85.018,90 92,00 12,50 2,484 1,954 3,818
1957 1,005 3 739 167,58 28.083,06 88,00 8,33 2,057 1,527 2,332
1958 570 4 734 162,58 26.432,26 84,00 6,25 1,747 1,217 1,481
1959 474 5 684 112,58 12.674,26 80,00 5,00 1,500 0,970 0,941
1960 674 6 674 102,58 10.522,66 76,00 4,17 1,294 0,764 0,584
1961 863 7 666 94,58 8.945,38 72,00 3,57 1,113 0,583 0,340
1962 571 8 661 89,58 8.024,58 68,00 3,13 0,955 0,425 0,181
1963 263 9 614 42,58 1.812,06 64,00 2,78 0,808 0,278 0,077
1964 614 10 588 16,58 274,90 60,00 2,50 0,672 0,142 0,020
1965 562 11 588 16,58 274,90 56,00 2,27 0,543 0,013 0,000
1966 739 12 572 0,58 0,34 52,00 2,08 0,422 -0,108 0,012
1967 684 13 571 -0,42 0,18 48,00 1,92 0,307 -0,223 0,050
1968 588 14 570 -1,42 2,02 44,00 1,79 0,201 -0,329 0,108
1969 536 15 562 -9,42 88,74 40,00 1,67 0,091 -0,439 0,193
1970 391 16 536 -35,42 1.254,58 36,00 1,56 -0,024 -0,554 0,307
1971 734 17 474 -97,42 9.490,66 32,00 1,47 -0,131 -0,661 0,437
1972 572 18 456 -115,42 13.321,78 28,00 1,39 -0,240 -0,770 0,593
1973 438 19 438 -113,42 17.800,90 24,00 1,32 -0,349 -0,879 0,773
1974 305 20 422 -149,42 22.326,34 20,00 1,25 -0,476 -1,006 1,012
1975 666 21 391 -180,42 32.551,38 16,00 1,19 -0,607 -1,137 1,293
1976 661 22 338 -233,42 54.484,90 12,00 1,14 -0,741 -1,271 1,615
1977 456 23 305 -266,42 70.979,62 8,00 1,09 -0,914 -1,444 2,085
1978 422 24 263 -308,42 95.122,90 4,00 1,04 -1,181 -1,711 2,928
N = 24 Q = 571,42
∑ Q = 65,6828 σ n -1 = 172,89
∑ (Q − Q ) 2 = 180,1975 yn = 0,53
∑ y = 12,730 Sn = 1,11
∑ (y - yn )2 = 28,304
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 22
Figura 5.3
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 23
Segundo Hazen, a distribuição das descargas máximas anuais dos registros de um curso
d'água distribuem-se, em uma representação logarítmica, segundo a distribuição de
frequência normal de Gauss.
Com isto, a partir dos registros fluviométricos de um posto pode-se organizar uma série de
máximas anuais, dispondo-as em ordem decrescente, com seus respectivos números de
ordem, a partir do qual são calculados os períodos de recorrência pela expressão seguinte:
n
TR =
m −1/ 2
onde:
100
P= (em porcentagem)
TR
onde:
TR = tempo de recorrência.
A variação dessa probabilidade pode ser representada com relação às descargas máximas
observadas num gráfico com graduação apropriada, segundo critério introduzido por Hazen.
Esse gráfico é estabelecido com a marcação das descargas em ordenadas, em escala
logarítmica, e os períodos de recorrência e probabilidades de superação, nas abscissas com
graduação tal que as distâncias são proporcionais às freqüências acumuladas de uma
distribuição estatística normal de Gauss. (Ver Fig.5.4).
As descargas de projeto, ou os pontos que irão facilitar o ajustamento da curva média para a
determinação das descargas de projeto, para os diversos tempos de recorrência e sua
probabilidade de ocorrer ou ser superada devem ser calculadas através da expressão:
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 24
Q( t ) = Q + σK (equação 5.4.1)
onde:
σ = desvio padrão; e
ΣQ Σ(Q − Q) 2
Q= ;σ =
n n −1
onde:
σ = desvio padrão; e
σ nΣ(Q − Q) 3
CV = E CA =
Q (n − 1)(n − 2)σ 3
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 25
onde:
CV = coeficiente de variação;
CA = coeficiente de assimetria;
8 ,5
CS = CA( 1 + )
n
Tempo de Probabilidade
Vazões em
Número recorrência
Vazões ordem
Ano de
Q
de
decrescent (Q − Q ) (Q − Q ) 2 (Q − Q) 3 n 100
ocorrência ordem TR = P = %
(m3/s) e m − 1
m 2 TR
(m3/s)
N = 24 Q = 571,42
∑ Q = 13,714 σ n-1 = 172,89
∑ (Q − Q) 2 = 687.482,92 C V = 0,302
∑ (Q − Q)3 = 44.403,258 C A = 0,374
C S = 0,506
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 28
VALORES OBSERVADOS
Figura 5.4 PROBABILIDADE DE OCORREREM DESCARGAS MAIORES - P (%)
X VALORES CALCULADOS
99,8 98,5 98 95 90 80 70 60 50 40 30 20 15 10 5 1 0,5 0,2
10.000
DESCARGA - Q (m³/s)
1.000
100
1,002 1,005 1,01 1,25 2 2,5 5 10 20 60 100 200 500
cx
x −
f ( x) = p(1 + ) a
a
onde:
onde:
ΣX
X=
n
onde:
2
Σ( X − X ) ΣX 2 − ( ΣX ) 2 / n
σ= =
n−1 n−1
em que:
n 2 ( ΣX 3 ) − 3n( ΣX )( Σx 2 ) + 2( Σx 3 )
CA =
n( n − 1 )( n − 2 )σ 3
onde:
CA = coeficiente de assimetria;
8 ,5
CS = CA +
n
m 1
P = 100( 1 − ) em %, e TR = ( ) × 100
n−1 100 − P
onde;
Os quadros 5.5.1, 5.5.2, 5.5.3 apresentados como exemplo ilustrativo, tem como objetivo
facilitar a compreensão da metodologia exposta.
A curva de ajustamento estatístico pode se apresentar com três formas distintas em função
do coeficiente de assimetria obtido,a saber: se for nula a forma será de uma reta; se o
coeficiente de assimetria for positivo, a curva terá sua concavidade voltada para cima, e se
negativo, a curva terá sua concavidade voltada para baixo.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 32
1,01 1,0 -2,326 -2,253 -2,178 -2,104 -2,029 -1,955 -1,880 -1,806 -1,733 -1,660 -1,588 -1,449 -1,318 -1,197 -1,087 -0,990 -0,905 -0,799 -0,667
1,05 5,0 -1,645 -1,616 -1,586 -1,555 -1,524 -1,491 -1,458 -1,423 -1,389 -1,353 -1,317 -1,243 -1,168 -1,093 -1,020 -0,949 -0,881 -0,790 -0,665
1,25 20,0 -0,842 -0,846 -0,850 -0,853 -0,855 -0,856 -0,857 -0,857 -0,856 -0,854 -0,851 -0,844 -0,832 -0,817 -0,799 -0,777 -0,752 -0,711 -0,606
2,00 50,00 0,0 -0,017 -0,033 -0,050 -0,067 -0,083 -0,099 -0,116 -0,132 -0,148 -0,164 -0,195 -0,225 -0,254 -0,282 -0,307 -0,330 -,0360 -0,396
5,00 80,0 0,842 0,836 0,830 0,824 0,816 0,808 0,800 0,790 0,780 0,769 0,758 0,733 0,705 0,675 0,643 0,609 0,574 0,518 0,420
10,00 90,0 1,282 1,292 1,301 1,309 1,317 1,323 1,329 1,333 1,336 1,339 1,340 1,341 1,337 1,329 1,318 1,303 1,284 1,250 1,180
20,00 95,0 1,645 1,673 1,700 1,726 1,750 1,774 1,797 1,819 1,839 1,859 1,877 1,910 1,938 1,962 1,981 1,995 2,006 2,012 2,003
25,00 96,0 1,751 1,785 1,818 1,849 1,880 1,910 1,939 1,967 1,993 2,018 2,043 2,088 2,128 2,163 2,193 2,219 2,239 2,262 2,278
50,00 98,0 2,054 2,107 2,159 2,211 2,261 2,311 2,359 2,407 2,453 2,498 2,542 2,626 2,706 2,780 2,848 2,912 2,970 3,048 3,152
100,00 99,0 2,326 2,400 2,472 2,544 2,615 2,686 2,755 2,864 2,891 2,957 3,023 3,149 3,271 3,388 3,499 3,605 3,705 3,845 4,051
200,00 99,5 2,576 2,670 2,763 2,856 2,949 3,041 3,132 3,223 3,312 3,401 3,889 3,661 3,829 3,990 4,147 4,298 4,444 4,651 4,970
500,00 99,8 2,878 3,000 3,122 3,244 3,366 3,487 3,609 3,730 3,850 3,969 4,088 4,323 4,553 4,779 4,999 5,215 5,424 5,728 6,205
1.000,00 99,9 3,090 3,233 3,377 3,521 3,666 3,811 3,956 4,100 4,245 4,388 4,531 4,815 5,095 5,371 5,642 5,908 6,168 6,548 7,152
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 33
1,01 1,0 -2,400 -2,472 -2,544 -2,615 -2,686 -2,755 -2,824 -2,891 -2,957 -3,023 -3,149 -3,271 -3,388 -3,499 -3,605 -3,705 -3,845 -4,051
1,05 5,0 -1,673 -1,700 -1,726 -1,750 -1,774 -1,797 -1,819 -1,839 -1,859 -1,877 -1,910 -1,938 -1,962 -1,981 -1,996 -2,006 -2,012 -2,003
1,25 20,0 -0,837 -0,830 -0,824 -0,816 -0,808 -0,800 -0,790 -0,780 -0,769 -0,758 -0,733 -0,705 -0,675 -0,643 -0,609 -0,574 -0,518 -0,420
2,00 50,00 0,0166 0,033 0,050 0,067 0,083 0,099 0,116 0,132 0,148 0,164 0,195 0,225 0,254 0,281 0,307 0,330 0,360 0,396
5,00 80,0 0,846 0,850 0,885 0,855 0,856 0,858 0,857 0,856 0,854 0,852 0,844 0,832 0,817 0,799 0,777 0,752 0,844 0,636
10,00 90,0 1,270 1,258 1,245 1,231 1,216 1,200 1,183 1,166 1,147 1,128 1,086 1,041 0,994 0,945 0,895 0,711 0,770 0,660
20,00 95,0 1,616 1,586 1,555 1,524 1,491 1,458 1,423 1,389 1,353 1,317 1,243 1,168 1,093 1,019 0,949 0,882 0,790 0,665
25,00 96,0 1,716 1,679 1,643 1,606 1,567 1,528 1,489 1,448 1,407 1,366 1,282 1,198 1,116 1,035 1,959 0,888 0,793 0,665
50,00 98,0 2,000 1,945 1,890 1,834 1,777 1,720 1,663 1,606 1,549 1,492 1,379 1,270 1,116 1,069 0,980 0,900 0,798 0,666
100,00 99,0 2,253 2,178 2,104 2,029 1,955 1,880 1,806 1,733 1,660 1,588 1,449 1,318 1,197 1,087 0,990 0,905 0,799 0,667
200,00 99,5 2,482 2,388 2,294 2,201 2,108 2,016 1,926 1,837 1,749 1,664 1,501 1,351 1,216 1,097 0,995 0,907 0,800 0,667
500,00 99,8 2,757 2,637 2,517 2,399 2,283 2,169 2,057 1,948 1,842 1,740 1,550 1,380 1,231 1,105 0,998 0,908 0,800 0,667
1.000,00 99,9 2,948 2,808 2,669 2,533 2,399 2,268 2,140 2,017 2,899 2,786 1,577 1,394 1,238 1,107 0,999 0,909 0,800 0,667
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 34
**
Número
Vazões em
Logarítmos *
Vazões ordem
Ano de de das P = 100 −
m
% 1
Q decrescent X2 X3 n +1 TR = × 100
ocorrência ordem vazões 100 − P
(m3/s) e
m X = Log Q
(m3/s)
(anos)
1955 338 1 1,005 3,0022 9,0132 27,0594 96,00 25,00
1956 588 2 863 2,9360 8,6202 25,3089 92,00 12,50
1957 1,005 3 739 2,8686 8,2291 23,6064 88,00 8,33
1958 570 4 734 2,8657 8,2122 23,5337 84,00 6,25
1959 474 5 684 2,8351 8,0375 22,7869 80,00 5,00
1960 674 6 674 2,8287 8,0013 22,6330 76,00 4,17
1961 863 7 666 2,8235 7,9720 22,5088 72,00 3,57
1962 571 8 661 2,8202 7,9535 22,4306 68,00 3,13
1963 263 9 614 2,7882 7,7739 21,6749 64,00 2,78
1964 614 10 588 2,7694 7,6695 21,2396 60,00 2,50
1965 562 11 588 2,7694 7,6695 21,2396 56,00 2,27
1966 739 12 572 2,7574 7,6032 20,9652 52,00 2,08
1967 684 13 571 2,7566 7,5960 20,9478 48,00 1,92
1968 588 14 570 2,7559 7,5948 20,9004 44,00 1,79
1969 536 15 562 2,7497 7,5610 20,7909 40,00 1,67
1970 391 16 536 2,7292 7,4483 20,3277 36,00 1,56
1971 734 17 474 2,6758 7,1598 19,1580 32,00 1,47
1972 572 18 456 2,6590 7,0701 18,7991 28,00 1,39
1973 438 19 438 2,6415 6,9774 18,4306 24,00 1,32
1974 305 20 422 2,6253 6,8923 18,0944 20,00 1,25
1975 666 21 391 2,5922 6,7194 17,4178 16,00 1,19
1976 661 22 338 2,5289 6,3954 16,1735 12,00 1,14
1977 456 23 305 2,4843 6,1717 15,3325 8,00 1,09
1978 422 24 263 2,4200 5,8562 14,1717 4,00 1,04
N = 24 X = 2,7368
∑ X = 65,6828 σ n-1 = 0,1380
∑ X2 = 180,1975 CA = 0,4518
3
∑ X = 495,5334 CS = 0,6118
Rio: Muriaé Posto: Cardoso Moreira
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 35
Para esse procedimento anota-se, para cada enchente observada, o intervalo de tempo entre o
início do período de ascensão das descargas e o pico da enchente, construindo-se o
fluviograma tipo com o acréscimo de deflúvio de certa freqüência, segundo a sua ocorrência
mais freqüente.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 36
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 37
6.1. GENERALIDADES
O hidrograma unitário sintético, proposto por Snyder, possui uma formulação muito complexa,
porém com suas principais características definidas a partir do comprimento e da declividade
do curso d’água, cujas validados sãos duvidosas em regiões onde os modelos não tenham sido
suficientemente comprovados. Para aplicação prática, devido à sua formulação mais simples e
ser suficientemente preciso, adota-se com mais freqüência o hidrograma unitário triangular,
desenvolvido pelo U.S. Soil Conservation Serviço, que posteriormente será apresentado.
A aplicação do hidrograma unitário sintético compreende três fases principais distintas, que
são:
O procedimento B tem sido utilizado com mais freqüência nos meios técnicos do Brasil.
6.2. VALIDADE
Por outro lado, para as enchentes maiores predomina o efeito de amortecimento das pontas de
descargas, decorrente do transbordamento das calhas fluviais, nos rios de margens baixas.
Esse é um efeito contraditório ao comportamento do deflúvio superficial direto e do sub-
superficial, antes descrito.
Com a descrição desses efeitos cuja predominância, em diversos níveis de descargas, varia a
cada caso, verificam-se as imperfeições da aplicação do hidrograma unitário sintético. Somente
um modelo paramétrico bem estruturado pode simular as enchentes de uma bacia mais
próxima de seu comportamento real, levando em conta, além do efeito amortecimento das
margens baixas, a participação desigual do deflúvio superficial direto e do sub-superficial, como
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 39
Tal procedimento, no entanto, somente toma-se com dados fluviométricos confiáveis, o que em
geral não se dispõe nos projetos de drenagem superficial, pontes e bueiros, das obras
rodoviárias, de importância hidrológica pouco significativa.
Essa análise pode ser complementada com o estudo estatístico das chuvas de: 2, 4, 6 e 8 dias
consecutivos, obtidas de registros em pluviômetros. Por vezes essa análise estatística já foi
elaborada para o posto de interesse do projeto.
Quando não há dados pluviográficos nas proximidades do local da obra deve-se recorrer a
dados bibliográficos, entre os quais destaca-se o livro "Chuvas Intensas no Brasil", do Engº
Otto Pfafstetter, que desenvolveu equações de chuva para diversos postos pluviográficos no
Brasil, procurando o posto mais próximo e com características meteorológicas mais
semelhantes às da área em estudo.
Para facilitar o uso dos dados foram organizadas tabelas, fornecendo para os 98 postos
pluviográficos tratados, a precipitação relativa, para diversas durações e períodos de
recorrência da chuva.
sendo
α + β / TR 0 , 25
K = TR
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 40
α 0,108 0,122 0,138 0,156 0,166 0,174 0,176 0,17 0,166 0,156 0,152
β 0 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08
Para os diversos postos do Brasil, consoante a equação 6.3.1, foram estabelecidas na figura
6.3.1, a seguir, as linhas de tendência das precipitações relativas de 24 horas duração de 1
hora, e de 15 minutos, referidas ao número do posto analisado.
Quando não existem dados pluviográficos nas proximidades da obra, mas dispõe-se de pelo
menos um pluviômetro com o mínimo de 10 a 15 anos de observações, pode-se correlacionar
a precipitação a um posto pluviográfico através de um estudo estatístico de um posto
representativo, com dados diários de leituras de pluviômetro.
Um procedimento mais consistente seria interpolar uma curva, entre um grupo de curvas
regionais representativo do caso em estudo,. Essa curva interpolada deve conter a precipitação
relativa achada para 24 horas.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 41
74
1,6 1,6
93
75
1,4 1,4
53
94
52 93
1 94
88 92
2 64
1,2 1,2
73 50 4 64 75
77
38
57 58 16 53
57
90 9 64
29
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem
50 4
16 55 46
72 56
22 15
96
47
36
96 43
47
42 42
0,6 0,6
0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
Dessa forma fez-se a análise estatística das precipitações observadas em diversas durações e
pertencentes a uma mesma tempestade, consultando-se os registros originais de vários postos
que serviram para sua elaboração. Comparando-se esse resultado com a análise estatística
das precipitações de várias durações que não pertenciam necessariamente às mesmas
tempestades, pode-se avaliar a redução da potencialidade da chuva de uma tempestade tendo
valor crítico para uma duração diferente da considerada.
Para esclarecer esse conceito são apresentados a seguir exemplos ilustrativos referidos aos
postos pluviográficos estudas pelo Engº Otto Pfafstetter, iniciando com o posto nº 48 - -Niterói.
pluviográfica para as tempestades em que, pelo menos, para uma das durações analisadas, a
precipitação excedeu os valores base indicados no alto do quadro.
Nos campos ressaltados, onde foi apresentado um risco, os dados originais não fornecem as
precipitações correspondentes, pois os valores observados não excedem à base escolhida
naquela coleta, a qual é próxima de 50%, portanto menor que a base usada na presente
seleção. No quadro Qd-6.3.2.1 os valores de uma mesma coluna são numerados em ordem de
magnitude decrescente, conforme se vê no exemplo.
Para cada duração, designada por duração de referência DR, são selecionadas nesse quadro
de 3 a 10 tempestades cujas precipitações foram as maiores para essa duração. Assim, no
exemplo de Niterói, os quadros Qd-6.3.2.2.1 e Qd-6.3.2.2.2 reúnem as 4 maiores tempestades
para as durações de referência de 5 minutos a 48 horas, obtidas do quadro geral Qd- 6.3.2.1.
Nota-se que algumas tempestades aparecem simultaneamente para duas ou mais durações de
referência, DR, porém, geralmente, entram em cada grupo novas tempestades cujas
precipitações na duração DR passam a participar das 4 maiores selecionadas.
No exemplo de Niterói, as médias para as quatro maiores tempestades figuram no quadro Qd-
6.3.2.3, para as diversas durações, cujas precipitações foram analisadas e para várias
durações de referência, DR. Quando aparece um traço nos quadros Qd- 6.3.2.2.1 ou Qd-
6.3.2.2.2 admitiu-se, para o cálculo da média, que nesse campo figurava a base adotada para
a coleta de dados originais.
Observa-se nesse quadro que o valor máximo em cada coluna corresponde a uma duração de
referência, DR, igual ou próxima da duração analisada. Isso significa que a potencialidade para
a formação de chuvas intensas decresce com a duração de referência DR, afastando-se da
duração considerada. Isso acontece porque, conforme afasta-se da duração de referência, as
tempestades que forneceram as precipitações máximas, com duração DR, participam em
menor número entre as tempestades escolhidas.
Dividindo as precipitações médias do quadro Qd- 6.3.2.3 pelas máximas das médias da mesma
coluna, correspondentes à linha em diagonal, onde a duração de referência é igual à duração
considerada, obtem-se os fatores de simultaneidade, FS, relacionadas no quadro Qd-6.3.2.4.
Esses fatores de simultaneidade dão assim a redução das precipitações de uma tempestade
para diversas durações em relação ao valor máximo, o que corresponde à duração de
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 45
A unidade para a medida dessa potencialidade é a precipitação média na coleta efetuada para
uma duração de referência igual à duração considerada e é representada pelo valor máximo de
cada coluna do quadro Qd- 6.3.2. 3.
Os fatores de simultaneidade são, portanto, os fatores pelo quais devem ser multiplicadas as
precipitações de certa duração D e período de recorrência, TR para que elas possam
corresponder em média, simultaneamente, a uma tempestade que produza uma enchente com
o mesmo período de recorrência TR O fator de simultaneidade para uma determinada duração
D depende do valor da duração de referência DR. Seu valor é máximo (FS=1) quando essas se
igualam (D = DR). A duração de referência deve ser escolhida de modo a ser a mais
representativa para a bacia hidrográfica em estudo, recomendando-se um valor igual á metade
do tempo de concentração.
C1 ( 1 − C 2 )
FS = + C2
⎛ D ⎞
C1 + log 2 ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ DR ⎠
Para os postos individuais com tempo de recorrência próximo de 7 anos resultaram os valores
médios C1 = 1,5 e C2 = 0,40. Para tempos de recorrência entre 5 e 200 anos pôde se
estabelecer a lei geral aproximada, com o aspect:
−0 ,18
C1 = 1,5 e C 2 = 0 ,57 TR
Os valores dessa expressão para TR= (31,5/4) ou TR= 7,9 anos, que é o tempo de recorrência
aproximado do 4° valor dos dados de Niterói, aparecem destacados na Fig. 6.3.2, para que se
possa apreciar a qualidade do ajustamento.
Convém notar que o estudo de simultaneidade das precipitações forneceu resultados bastante
dispersos, representando a expressão citada apenas uma situação media.
O efeito da simultaneidade das chuvas numa mesma tempestade não tem sido considerado no
procedimento de cálculo B .
Como esse procedimento só leva em conta as chuvas antecedentes num período muito curto
do pico da tempestade, o efeito da simultaneidade reflete pouco sobre o valor da descarga
máxima.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 47
Valores Base ( mm )
Data de Início
14,5 26,0 40,0 53,5 66,0 82,5 98,7 118,0 115,0 131,0
da Chuva
Precipitações ( mm ) para intervalos de tempo de:
ano mês dia 5 min 15 min 30 min 1h 2h 4h 8h 12 h 24 h 48 h
21 1 13 9,7 19,5 24,5 30,1 49,8 80,4 102,2 118,1 122,1 125,0
1 1 2 3 4
22 3 30 10,2 20,4 40,8 72,8 107,1 116,5 127,0 130,5 135,8 136,9
3 2
22 4 7 - - - 26,0 40,4 54,1 93,5 126,7 150,5 188,8
24 1 30 - - - - - - - - 113,8 132,7
3 1 1 1 1 1
24 4 3 9,6 22,1 33,0 53,8 86,7 144,,0 214,4 229,4 229,4 229,4
3
25 2 3 11,2 29,0 46,8 65,7 74,9 84,3 84,9 86,0 86,0 86,0
3
27 1 14 16,8 26,4 30,5 33,9 33,9 - - - - 63,4
1 3 4 4
28 2 26 21,0 36,5 47,0 59,0 66,0 113,5 113,5 122,2 122,2 122,7
28 3 2 13,2 24,0 40,5 46,3 49,8 83,0 50,3 51,3 65,3 69,7
29 2 21 9,7 18,0 33,9 50,0 70,5 79,0 79,3 79,3 79,3 79,3
31 2 6 15,5 27,2 32,1 33,0 35,9 36,8 - - - -
35 4 27 14,5 19,7 27,1 53,5 69,2 83,9 85,2 85,2 85,2 124,5
1 1 4
36 3 3 13,5 40,0 55,5 61,0 76,0 82,5 98,7 104,7 115,5 126,9
39 11 7 16,0 27,0 38,0 45,0 49,0 49,6 53,7 54,1 54,1 70,2
40 11 27 15,2 23,8 30,5 33,0 34,0 35,3 41,5 - - 70,5
2 2 2 4
42 1 30 20,0 38,0 52,0 61,1 64,0 66,0 66,0 66,0 96,1 96,2
44 1 17 - - 22,0 37,5 64,0 88,3 107,1 112,9 114,4 140,4
4 3
47 1 24 - - - - 34,2 57,2 71,7 121,9 146,0 172,8
48 1 30 9,7 26,0 40,7 51,0 52,6 53,8 53,8 53,8 53,8 56,1
50 4 3 10,0 18,0 26,2 33,0 37,3 46,3 88,8 105,5 109,8 150,6
2 2 3 4 3
50 4 26 11,7 22,8 40,8 70,0 106,5 116,0 122,5 138,4 145,8 149,0
2 2 2 4
50 12 6 9,0 20,0 32,0 50,0 65,0 90,2 129,4 150,0 152,0 161,4
4 4 3
51 5 3 16,0 31,0 52,0 58,5 61,2 61,2 61,2 61,2 61,2 67,9
52 4 23 15,0 21,4 27,5 27,8 - - - - 59,9 80,2
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 48
21,0 36,5 47,0 59,0 66,0 113,5 113,5 122,2 122,2 122,7
20,0 38,0 52,0 61,1 64,0 66,0 66,0 66,0 96,1 96,2
5 min
16,8 26,4 30,5 33,9 33,9 - - - - 63,4
16,0 31,0 52,0 58,5 61,2 61,2 61,2 61,2 61,2 67,9
13,5 40,0 55,5 61,0 76,0 82,5 98,7 104,7 115,5 126,9
20,0 38,0 52,0 61,1 64,0 66,0 66,0 66,0 96,1 96,2
15 min
21,0 36,5 47,0 59,0 66,0 113,5 113,5 122,2 122,2 122,7
16,0 31,0 52,0 58,5 61,2 61,2 61,2 61,2 61,2 67,9
13,5 40,0 55,5 61,0 76,0 82,5 98,7 104,7 115,5 126,9
20,0 38,0 52,0 61,1 64,0 66,0 66,0 66,0 96,1 96,2
30 min
16,0 31,0 52,0 58,5 61,2 61,2 61,2 61,2 61,2 67,9
21,0 36,5 47,0 59,0 66,0 113,5 113,5 122,2 122,2 122,7
10,2 20,4 40,8 72,8 107,1 116,5 127,0 130,5 135,8 136,9
11,7 22,8 40,8 70,0 106,5 116,0 122,5 138,4 145,8 149,0
1h
11,2 29,0 46,0 65,7 74,9 84,3 84,9 86,0 86,0 86,0
20,0 38,0 52,0 61,1 64,0 66,0 66,0 66,0 96,1 96,2
10,2 20,4 40,8 72,8 107,1 116,5 127,0 130,5 135,8 136,9
11,7 22,8 40,8 70,0 106,5 116,0 122,5 138,4 145,8 149,0
2h
9,6 22,1 33,0 53,8 86,7 144,0 214,4 229,4 229,4 229,4
13,5 40,0 55,5 61,0 76,0 82,5 98,7 104,7 115,5 126,9
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 49
9,6 22,1 33,0 53,8 86,7 144,0 214,4 229,4 229,4 229,4
10,2 20,4 40,8 72,8 107,1 116,5 127,0 130,5 135,8 136,9
4h
11,7 22,8 40,8 70,0 106,5 116,0 122,5 138,4 145,8 149,0
21,0 36,5 47,0 59,0 66,0 113,5 113,5 122,2 122,2 122,7
9,6 22,1 33,0 53,8 86,7 144,0 214,4 229,4 229,4 229,4
9,6 22,1 33,0 53,8 86,7 144,0 214,4 229,4 229,4 229,4
8h
10,2 20,4 40,8 72,8 107,1 116,5 127,0 130,5 135,8 136,9
11,7 22,8 40,8 70,0 106,5 116,0 122,5 138,4 145,8 149,0
9,6 22,1 33,0 53,8 86,7 144,0 214,4 229,4 229,4 229,4
9,0 20,0 32,0 50,0 65,0 90,2 129,4 150,0 152,0 161,4
14 h
11,7 22,8 40,8 70,0 106,5 116,0 122,5 138,4 145,8 149,0
10,2 20,4 40,8 72,8 107,1 116,5 127,0 130,5 135,8 136,9
9,6 22,1 33,0 53,8 86,7 144,0 214,4 229,4 229,4 229,4
9,0 20,0 32,0 50,0 65,0 90,2 129,4 150,0 152,0 161,4
24 h
- - - 26,4 40,4 54,1 93,5 126,7 150,5 188,8
9,6 22,1 33,0 53,8 86,7 144,0 214,4 229,4 229,4 229,4
9,0 20,0 32,0 50,0 65,0 90,2 129,4 150,0 152,0 161,4
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 50
5 min 18,5 33,0 45,4 53,1 56,3 68,9 70,2 74,1 83,6 87,6
15 min 17,6 36,4 51,6 59,9 66,8 80,8 84,9 88,5 98,8 103,4
30 min 17,6 36,4 51,6 59,9 66,8 80,8 84,9 88,5 98,8 103,4
1h 13,3 27,6 45,1 67,4 88,1 95,7 100,1 105,2 115,9 117,0
2h 11,3 26,3 42,5 64,4 94,1 114,8 140,7 150,8 156,6 160,6
4h 13,1 25,5 40,4 63,9 91,6 122,5 144,4 155,1 158,3 159,5
8h 10,1 21,3 36,7 61,7 91,3 116,7 148,3 162,1 165,8 169,7
14 h 10,1 21,3 36,7 61,7 91,3 116,7 148,3 162,1 165,8 169,2
24 h 8,6 18,0 26,3 38,7 56,6 86,4 127,3 157,0 169,5 188,1
48 h 8,6 18,0 26,3 38,7 56,6 86,4 127,3 157,0 169,5 188,1
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 51
5 min 100 91 88 79 62 56 47 45 49 47
1h 72 76 87 100 94 78 67 65 68 62
2h 61 72 82 96 100 94 95 93 92 85
4h 71 70 78 95 97 100 97 96 93 85
8h 55 59 71 92 97 95 100 100 98 90
14 h 55 59 71 92 97 95 100 100 98 90
24 h 47 48 51 57 60 71 86 97 100 100
48 h 47 49 51 57 60 71 86 97 100 100
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 52
As precipitações de várias durações, definidas pela análise estatística das observações num
posto pluviográfico, não podem ser usadas diretamente no estudo de uma bacia hidrográfica,
pois a precipitação média sobre uma área de certa extensão ê menor do que a de um ponto
isolado.
No Brasil têm sido realizados alguns estudos de precipitação média sobre bacias hidrográficas
de maior extensão, analisando as precipitações diárias simultâneas em dois ou mais postos
pluviométricos.
Y
FA = , sendo
A
Y = log ( R )
2
0 ,5
Y = 35 log( 0 ,7 D + 1 )
As curvas originais referem-se apenas às durações de 30 min, 1h, 3h, 6h e 24h, enquanto a
expressão ajustada foi estabelecida criteriosamente para durações maiores e menores, de
modo a atender à sua aplicação mais ampla em conjunto com o hidrograma unitário sintético.
Enquanto as curvas originais foram apresentadas para áreas de até 1000 km2, a expressão
deve fornecer resultados satisfatórios até 5000 km2.
Acredita-se que essa expressão, generalizada para durações maiores e menores, atende com
suficiente precisão ao objetivo do trabalho•
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 53
Examinando os resultados obtidos no Brasil para chuvas diárias, observa-se que eles fornecem
valores de FA menores do que os indicados para a curva ajustada para 24h , especialmente
para as bacias maiores.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 54
y
AJUSTAMENTO ÀS CURVAS DO WEATHER BUREAU: FA = onde y = 35Log (0,7 D + 1)
Figura 6.3.3 y + Log² (AR / 5)
100
24h W.B.
0,90 D = 48h
D = 48h
D = 24h
6h W.B.
0,80
3h W.B. D = 6h
D = 3h
0,70
1h W.B.
0,60
30min. W.B.
D = 1h
0,50
0,40 D = 30min.
D = 15min.
D = 5min.
A expressão antes apresentada é válida somente para áreas AR maiores que 5Km². Para áreas
menores admite-se que a chuva é uniformemente distribuída, isto é, FA=1.
A
FA = 1 − 0 ,10 log( )
25
e que não depende da duração da chuva e assume o valor mínimo de FA=1 para áreas A, com
bacias hidrográficas inferiores a 25km².
A disposição desses acréscimos ê um tanto discutível, devendo-se notar que ela afeta
consideravelmente os resultados, especialmente devido à alteração das condições de umidade
do soio, antecedentes ao pico da enchente.
Por outro lado maiores deflúvios totais e maiores descargas máximas resultam de
precipitações máximas após a metade da ocorrência total da chuva. Isso acontece porque as
chuvas iniciais, mais fracas, proporcionam coeficientes de deflúvios maiores para os
segmentos mais intensos que as sucedem.
Para reduzir o trabalho de cálculo, os intervalos de tempo, para os quais são determinadas as
precipitações cujos acréscimos são agregados simetricamente em torno do valor máximo,
podem crescer gradativamente. No procedimento A escolheu-se para estes intervalos de
tempo uma progressão geométrica de razão 2.
Essa indicação, embora com pouca clareza, pode indicar que o intervalo entre o início das
chuvas e o pico de tempestade deverá crescer, conforme aumenta o tempo de concentração
da bacia hidrográfica.
Na apresentação do presente trabalho admite-se que esse tempo de ponta seja igual a 4 vezes
a duração da chuva unitária usada para compor os hidrogramas e que essa, por sua vez, é
igual a 1/5 do tempo de concentração, no máximo. Para durações unitárias inferiores a 15
minutos o tempo de ponta do pluviograma permanece constante, no mínimo igual a 1 hora.
A retenção de parte da chuva nas depressões do solo e sua infiltração são os principais fatores
que afetam a relação chuva-deflúvio, determinando a porção escoada como deflúvio
superficial, muitas vezes também designada como precipitação efetiva.
A taxa de infiltração decresce lentamente durante a chuva, vindo a se reabilitar nos períodos
secos.
Outros fatores como o depósito de detritos vegetais na superfície e a textura superficial do solo
também influem no valor do coeficiente de deflúvio, variando para cada tempestade de acordo
com o histograma das precipitações, mas, de modo geral, pode-se dizer que são crescentes
com as precipitações.
( P − 0 ,2 S ) 2
D=
P + 0 ,8 S
onde S è um índice que traduz a capacidade de infiltração máxima do solo. Segundo extenso
levantamento feito pelo U. S. Soil Conservation Service, pode-se relacionar o valor de S,
expresso em milímetro, com o número de curva, CN, através da expressão:
100
S = 254( )
CN − 1
Pobre 72 81 88 91
Terreno Cultivado
Boa 51 67 76 80
Pobre 68 79 86 89
Pasto
Boa 39 61 74 80
Pobre 45 66 77 83
Mata ou Bosque
Boa 25 55 70 77
Pobre 74 80 87 90
Área Urbana
Boa 70 76 83 86
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 59
Nesse quadro os quatro grupos hidrológicos do solo são relacionados com a permeabilidade
relativa das camadas inferiores, após um período prolongado de chuvas intensas,
independentemente da cobertura vegetal, conforme descrito em seguida.
GRUPO B - Principalmente solos arenosos menos espessos que no grupo A e loess menos
profundo ou menos agregado que no grupo A, porém apresentam infiltração acima da média,
apôs intenso umedecimento prévio.
GRUPO C - Compreende solos pouco profundos e solos contendo bastante argila e colóides,
no entanto, menos que no grupo D. O grupo apresenta infiltração abaixo da média, apôs pré-
saturação.
GRUPO D - Potencial máximo para formação do deflúvio superficial. O grupo inclui em sua
maioria argilas de alto valor de expansão, incluindo também alguns solos pouco profundos,
com sub-horizontes, quase impermeáveis, próximo da superfície. Qualquer tipo de solo em
terreno plano com fraca rede de drenagem acaba enquadrando-se nesse grupo, após um
período prolongado de chuvas que eleva o nível do lençol freático para a superfície.
Em terreno cultivado, essa retenção superficial é influenciada pelo tipo de tratamento agrícola,
como sulcos de arado que podem ser mais ou menos profundos, paralelos ou não às curvas de
nível, e degradados ou não pela erosão da chuva e do vento. Em terrenos não cultivados, a
retenção superficial é influenciada pela quantidade de detritos vegetais, como folhas e galhos
depositados sobre o solo, e o grau de decomposição desse material.
Conforme já foi mencionado, no caso de projetos de obras de engenharia deve ser levado em
conta que o tipo de vegetação e as condições de retenção superficial dificilmente serão
mantidos constantes, ao longo da vida útil da obra.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 60
Por isso é prudente admitir-se que mantenham por tempo mais prolongado as condições em
terreno não cultivado sem vegetação do que em terreno cultivado, pasto ou mata. Para a
escolha do número de curva CN, de acordo com o quadro Qd- 6.4.1.1, predomina o efeito da
classificação do grupo hidrológico do solo, ditado pela permeabilidade das camadas inferiores.
Resta, no entanto, uma apreciável incerteza na escolha do CN, dependendo bastante da
experiência e do bom senso do projetista.
O trabalho original do Soil Conservation Service recomenda uma alteração do número de curva
CN para características diferentes da condição II, que consta do quadro Qd- 7.4.1.1 e
representa a situação média correspondente a enchentes anuais. A condição l representa a
situação com solos pouco acima do ponto de murchamento e com terrenos cultivados e recém-
arados.
A condição III aplica-se a solos quase saturados após cinco dias de chuvas fortes ou baixas
temperaturas precedendo à tempestade de projeto. O quadro que se segue, Qd- 7.4.1.2,
fornece o resumo da transformação do CN para as três condições mencionadas.
Constam também deste quadro os valores de CNo recomendados para uso em conjunto com o
procedimento de cálculo A, que inclui as chuvas antecedentes à parte mais intensa da
tempestade, conforme será descrito adiante.
Ê difícil definir o valor inicial das precipitações acumuladas no começo da tempestade, o qual
depende das precipitações antecedentes e que, no caso de projeto, são preferencialmente
incluídas na própria tempestade.
As chuvas que precedem a intensidade máxima de uma intensa da tempestade têm grande
efeito sobre o deflúvio resultante, de modo que convêm atribuir-lhes valores condizentes com a
freqüência da enchente de projeto. Assim, enchentes mais raras devem levar em conta a
ocorrência de precipitações antecedentes mais severas.
Desse modo convém considerar a chuva que antecede o pico da tempestade num período de,
pelo menos 5 dias, para estabelecer mais criteriosamente os valores a serem adotados para o
número da curva de infiltração, CN, do solo, conforme sejam considerados maiores períodos
de recorrência. Com o uso das chuvas antecedentes» o coeficiente de deflúvio passa a ser
também menos da área da bacia Hidrográfica.
Isso ocorre porque com chuvas de menor duração e menores precipitações acumuladas, mais
significativas nas bacias de menor porte, para a mesma curva CN, resultam deflúvio menores
do que para as durações e precipitações acumuladas maiores, correspondentes às bacias
maiores.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 62
Esse estudo da relação entre os números de curva CN a serem usados nos dois
procedimentos de cálculo foi efetuado para um posto de características médias do Brasil. Para
um posto com características diferentes, a relação mencionada entre os números de curva CN
altera-se devido ao uso de condições de chuvas antecedentes diferentes no procedimento A.
Isso mostra que o procedimento A é de aplicação mais geral do que acontece com o
procedimento B (convencional), levando-se em conta maior número de particularidades da
potencialidade na formação de chuvas intensas de curta duração de cada posto.
A consideração das chuvas antecedentes ou de sua exclusão dos cálculos conduz assim aos
dois procedimentos mencionados. O primeiro procedimento, A, aqui proposto, admite uma
tempestade de projeto mais prolongada, seja qual for a extensão da bacia de drenagem em
questão, considerando-se os 5 dias de chuvas precedente à precipitação de máxima
intensidade e um número de curva CN0 relacionado com CNII, conforme indicado
aproximadamente pela tabela anterior.
O segundo, B.convencional, adota o número de curva CNII de período chuvoso, sem considerar
as chuvas antecedentes ao pico da tempestade, a não ser num período curto de duração
aproximadamente igual à metade do tempo de concentração da bacia hidrográfica.
O conceito da simultaneidade das chuvas, exposta no item 6.3.2, afeta os valores das
descargas máximas através das chuvas antecedentes na parte mais intensa da tempestade de
projeto.
No fim de uma tempestade significativa, a expressão de Mockus tende a definir deflúvios acima
dos que são normalmente observados, sendo necessário admitir uma perda mínima por
infiltração no solo para aproximá-los dos valores reais.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 64
A relação entre a infiltração mínima, Pmin e o número de curva de infiltração, CN, é menos
explícita pois nessa relação intervém a retenção superficial além do grupo hidrológico do solo.
CN 0 1mm
PM = 21 − 〉
2 ,5 h
CN II 1mm
PM = 15 − 〉
5 h
Essas perdas mínimas por infiltração no solo, certamente, não podem ser superiores ao
acréscimo de precipitação atribuído ao intervalo de tempo considerado.
Em terrenos planos, com drenagem deficiente, onde o nível do lençol freático aflora após longo
período chuvoso, as perdas mínimas restringem-se à evapotranspiração e à descarga base e
podem ser estimadas em Pmin = 0,2 mm/h.
O tempo de concentração de uma bacia hidrográfica é definido pelo tempo de percurso em que
a cheia em curso d'água leva para atingir o curso principal desde os pontos mais longínquos
até o local onde se deseja definir a descarga. Esse tempo caracteriza a forma do hidrograma
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 65
ou fluviograma unitário, sendo ainda definido com o intervalo de tempo entre o início da
precipitação e o instante em que todos os pontos da bacia estão contribuindo para a vazão e
conseqüentemente é um fator importante na conformação e na descarga máxima da enchente
de projeto,
Para chuvas com duração inferior ao tempo de concentração, somente os deflúvios de parte da
bacia hidrográfica se somam para formar o fluviograma da enchente, enquanto que para
chuvas de duração maior que o tempo de concentração, os deflúvios de todas as partes da
bacia estão contribuindo para a enchente, embora com o pico de cheia já atenuado.
Isto se deve ao fato das intensidades de chuva para igual freqüência decrescerem com a sua
duração, assim as chuvas com duração próxima ao tempo de concentração da bacia fornecem
maiores vazões para um determinado tempo de recorrência.
Em casos excepcionais, com bacias muito alongadas junto das cabeceiras e no trecho muito
largas a jusante, o aumento do tempo de concentração ao longo das partes mais estreitas e
sua conseqüente redução da intensidade de chuva de igual freqüência não compensa o
acréscimo de deflúvio proveniente dessas partes. Nesse caso convém comparar a enchente da
parte mais larga da bacia isoladamente com a de toda a bacia, escolhendo-se a maior.
Normalmente considera-se que nas pequenas bacias hidrográficas, menores que 1 km2, o
deflúvio superficial escoa em grande parte de seu sobre o terreno sem chegar os canalículos
ou pequenos cursos d'água e a velocidade de escoamento é fortemente influenciada pela
rugosidade do terreno, sua cobertura vegetal e detritos sobre o solo.
Como nas bacias maiores, com áreas maiores que 8 km² , o deflúvio superficial escoa na maior
parte do tempo através de canais ou canalículos erodidos no solo pela própria passagem da
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 66
água, e com isso a textura superficial do solo, a permeabilidade e a cobertura vegetal, têm
efeito cada vez menos pronunciado sobre o tempo de concentração.
A magnitude da enchente numa mesma bacia influencia o tempo de concentração, pois a onda
de enchente se propaga com maior velocidade num rio mais cheio, com maior profundidade,
embora esse efeito não seja normalmente considerado devido à falta de dados mais
detalhados. Por outro lado, para as enchentes muito grandes, o amortecimento das pontas das
enchentes, com o transbordamento pelas as margens baixas, tende a aumentar o tempo de
concentração.
No estudo de enchentes para projetos de pontes e bueiros, com se trata de bacias de maior
porte, é exigida a definição do tempo de concentração por procedimentos mais cuidadosos.
Para ilustrar este aspecto fez-se a analise comparativa dos tempos de concentração,
calculados através de procedimentos diferentes, bastante difundidos, para diversas bacias
hidrográficas reais, com área, comprimento e desnível conhecidos. Nesta análise gruparam-se
essas bacias analisadas em dois conjuntos com 15 amostras cada um (Qd- 6.5.1), sendo o
primeiro conjunto, designado por bacias pequenas, com áreas de 0,03 a 2,5 km², comprimento
do curso principal de 0,12 a 3,6 km e desnível máximo de 20 a 380m.
O segundo conjunto, designado no comentário por bacias médias e grandes, tem áreas de 4,6
a 3476 km²; comprimento do curso principal de 2,6 a 105 km e desnível máximo de 150 a 1130
m. Para comparação foram determinadas as velocidades médias, dadas pelo ,---quociente
entre o comprimento ( L ) do curso principal e o tempo de concentração (TC), porque esse
valor varia menos de uma bacia para outra do que o próprio tempo de concentração.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 67
Os resultados para as bacias menores que 2,5 km² demonstram valores extremamente
diversos, mantendo uma relação freqüentemente maior que 5 entre os máximos e os mínimos
para as diferentes fórmulas na mesma bacia hidrográfica. Mesmo a média para as 15 bacias
analisadas fornece uma relação de aproximadamente 5 entre os valores máximos e mínimos
do tempo de concentração, ou da velocidade média calculados segundo as diversas fórmulas.
Isso mostra a dificuldade e a importância na escolha da formula a adotar e por outro lado
recomenda a adoção de uma fórmula que se aplique satisfatoriamente também a bacias
maiores, mesmo que tenham sido estabelecidos pêlos seus autores somente para pequenas
bacias.
Essa grande variação dos resultados do tempo de concentração, conforme a fórmula adotada,
talvez possa ser explicada pela diversidade de rugosidade do terreno e sua cobertura vegetal,
que têm pronunciado efeito em bacias pequenas, para as quais essas fórmulas foram
desenvolvidas na sua maioria.
Em bacias pequenas o máximo do deflúvio subsuperficial, mesmo sendo mais lento, ocorre
logo depois do pico do deflúvio superficial direto, confundindo-se os dois deflúvios e
dificultando a definição do tempo de concentração. O mesmo não acontece com as bacias
maiores onde o deflúvio subsuperficial chega com grande atraso em relação ao deflúvio
superficial direto, não prejudicando a definição do tempo de concentração. Nas bacias maiores
com extensão e desnível semelhantes, as diferenças entre os tempos de concentração de um
caso para outro devem ser menores.
a) Fórmula de Kerby
0 ,47
⎛L a⎞
TC = 37 ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ I ⎠
I = declividade, em %, e
Essa fórmula forneceu velocidade média de 6,3 km/h para as bacias pequenas, crescendo
essa velocidade rapidamente para as bacias maiores, não sendo assim aplicável para estas.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 69
Velocidades Médias V = ( Km / h )
Qd. -.6.5.1 Para Cálculo do Tempo de Concentração TC = L / V
VEM TE CHOW
US CORPS OF
Nº DE CURVA
MODIFICADA
MÉTODO DO
MÉTODO DO
ENGINEERS
( Kn = 0,07 )
GIANDOTTI
( P = 0,60 )
( CN = 60 )
VENTURA
GEORGE
COLLINS
PICKING
RIBEIRO
KIRPICH
KIRPICH
D.N.O.S.
(K=4)
KERBY
PASINI
ROSSI
JOHN
A L H
LAG
2
( km ) ( Km ) ( m )
0,03 0,12 20 2,7 4,5 3,1 3,4 2,7 2,4 3,0 3,9 3,0 2,2 0,4 0,5 1,0 1,3 1,1
0,05 0,40 50 4,5 5,5 4,1 4,3 3,9 4,9 3,6 3,9 4,9 4,9 1,0 1,5 1,5 1,5 1,2
0,07 0,34 70 5,3 6,4 4,7 4,6 4,2 4,8 4,2 3,9 5,0 4,6 0,9 1,4 1,5 1,5 1,5
0,10 0,60 25 3,3 3,9 3,3 3,8 3,1 3,6 2,6 3,7 2,9 3,0 1,1 1,1 1,4 1,6 0,7
0,15 0,50 20 3,0 3,7 3,1 3,7 2,9 2,7 2,5 3,7 2,2 2,0 1,0 0,8 1,3 1,6 0,7
0,28 1,40 200 9,4 7,7 6,6 6,0 6,3 8,4 5,1 3,9 6,8 7,9 2,4 3,8 2,3 1,7 1,7
0,50 0,70 45 4,6 4,8 4,1 4,3 3,8 2,9 3,2 3,7 2,3 2,0 1,3 0,9 1,6 1,8 1,0
0,58 1,50 1,6 8,5 7,0 6,1 5,8 5,9 6,4 4,7 3,8 4,8 5,1 2,4 2,9 2,2 1,9 1,5
0,73 1,30 220 9,8 8,1 6,8 6,1 6,5 6,4 5,4 3,9 5,1 4,9 2,4 2,9 2,3 1,9 1,8
0,89 1,70 380 6,7 9,5 8,2 6,8 7,8 8,3 6,4 3,9 6,5 6,7 3,0 4,2 2,0 1,9 2,2
1,00 1,60 50 4,9 4,4 4,2 4,6 4,1 3,5 2,9 3,7 2,3 2,2 2,1 1,4 1,9 1,9 0,8
1,60 2,60 180 8,9 6,7 6,4 6,0 6,1 5,9 4,5 3,8 4,0 4,2 3,4 3,1 2,5 2,1 1,3
1,80 1,81 195 9,4 7,3 6,6 6,0 6,3 5,3 4,9 3,8 3,8 3,5 2,8 2,5 2,4 2,1 1,5
2,20 2,26 200 9,6 7,1 6,6 6,1 6,5 5,5 4,7 3,8 3,7 3,6 3,2 2,7 2,5 2,1 1,5
2,50 3,60 40 4,7 3,6 3,9 4,6 3,9 3,3 2,4 3,5 1,7 1,9 3,3 1,6 2,1 1,7 0,6
4,6 2,6 240 10,6 7,5 7,0 6,4 6,8 5,0 5,0 3,8 3,2 2,9 3,5 2,5 2,6 2,3 1,6
8,0 3,5 150 8,6 6,0 6,0 5,9 6,0 4,0 4,0 3,7 2,2 2,0 3,9 2,1 2,5 2,4 1,1
16,8 7,0 280 12,1 6,8 7,4 6,9 7,5 5,4 4,5 3,7 2,7 2,7 6,3 3,5 3,2 2,6 1,2
20,5 7,5 175 9,7 5,6 6,3 6,3 6,4 4,3 3,8 3,6 2,0 2,0 6,1 2,7 3,0 2,5 1,0
36,5 11,0 350 13,8 6,9 8,0 7,4 8,2 5,6 4,6 3,7 2,5 2,6 8,4 4,0 3,5 2,8
45,0 10,5 500 16,3 8,0 9,0 7,9 8,9 5,9 5,3 3,7 2,7 2,7 8,6 4,4 3,7 2,9 1,5
54,0 15,0 470 16,1 7,4 8,8 7,9 9,1 6,3 4,9 3,7 2,7 2,8 10,4 5,0 2,9 2,9
71,1 21,5 450 16,2 6,9 8,7 8,0 9,1 5,1 4,6 3,6 2,5 2,5 12,6 5,5 4,1 2,7 1,1
120 36 650 19,8 7,3 4,4 8,8 10,4 8,0 4,9 3,6 2,8 3,5 17,7 7,5 4,8 2,8
165 28 515 17,5 7,8 9,1 8,3 9,6 6,0 5,2 3,6 2,1 2,3 14,9 5,4 4,4 2,9
248 36 780 21,6 7,8 10,4 9,1 11,1 6,4 5,2 3,6 2,4 18,2 6,9 4,9 3,1 1,3
291 39 809 22,0 7,8 10,6 9,2 11,2 6,9 5,2 3,6 2,2 19,1 7,0 5,0 3,1
683 810 21,8 8,1 10,6 9,1 11,2 5,0 5,4 3,6 4,9 3,6
1293 70 1130 8,2 11,8 12,8 3,6 27,9
3476 11,1 34,1 6,6 6,1
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 70
0 ,385
⎛ L3 ⎞
TC = 0 ,95⎜⎜ ⎟⎟
⎝H ⎠
H = desnível máximo, em m.
Essa formula forneceu uma velocidade média de 6,0 km/h para as 15 bacias menores analisadas
e uma média de 7,3 km/h para as bacias médias e grandes, indicando sua aplicação para ambos
os casos, embora velocidades muito altas comparadas com as outras fórmulas.
c) Formula de PICKIMG
1
⎛ L2 ⎞ 3
TC = 5 ,3⎜⎜ ⎟⎟
⎝ I ⎠
H = declividade, em m/m.
A média das velocidades para as bacias pequenas resultou em 5,4 km/h, crescendo para uma
média de 8,6 km/h para as bacias maiores, não sendo por isso indicada para estas bacias.
0 ,76
⎛ ⎞
⎜ L ⎟
TC = 0 ,30⎜ 1 ⎟⎟
⎜ 4
⎝H ⎠
H = desnível, em mm.
Para as bacias pequenas resultou em média uma velocidade de 5,1 km/h, crescendo para uma
média de 8,1 km/h para bacias maiores, não sendo por isso indicada para estas bacias.
0 ,64
⎛ L ⎞
TC = 25 ,2⎜ ⎟
⎝ I⎠
I = declividade, em %.
A média das velocidades para as bacias pequenas resultou em 4,9 km/h, crescendo para 9,4 km/h
para as bacias maiores, não sendo por isso recomendado para estas bacias.
f) Fórmula do DNOS
10 A0 ,3 ⋅ L0 ,2
TC = ⋅
K I 0 ,4
I = declividade, em %.
Para condições médias, com K= 4, resultou, na média, uma velocidade de 4,9 km/h para bacias
pequenas e 5,7 km/h para bacias maiores, portanto aceitável para qualquer tamanho de bacia.
Estudos em bacias médias e grandes, com dados de enchentes observadas, demonstraram que a
aplicação do fluviograma unitário triangular do U.S. Sói l Conservation Service fornece resultados
pertinentes às observações, se forem adotados tempos de concentração 50% maiores do que os
calculados pela expressão proposta por KIRPICH. Sugere-se assim a adoção da seguinte formula:
0 ,385
⎛ L3 ⎞
TC = 1,42⎜⎜ ⎟⎟
⎝H⎠
H = desnível máximo, em m.
16 L
TC =
( 1,05 − 0 ,2 P )( 100 × I )0 ,04
I = declividade, em m/m.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 73
Para um valor de P= 0,60 resultou uma velocidade de 3,8 km/h para as bacias menores e de 3,6
km/h para bacias maiores, sendo assim aplicável para qual quer tamanho de bacia.
i) Fórmula de PASINI
0 ,107 3 AL
TC =
I
I = declividade, em m/m.
Resultou uma velocidade de 3,9 km/h, na média, para as bacias pequenas e 2,3 km/h para as
bacias maiores, sendo assim aplicável a bacias de qualquer tamanho.
j) Fórmula de VENTURA
A
TC = 0 ,127
I
I = declividade, em m/m.
Resultou a média das velocidades de 3,9 km/h para bacias pequenas e 2,4 Km/h para bacias
maiores, sendo aplicável a qualquer tamanho de bacia.
k) Fórmula de ROSSI
0 ,295
⎛ L ⎞
TC = 0 ,77 ⎜ ⎟
⎝ I⎠
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 74
I = declividade, em %
Resultaram, em media, uma velocidade muito baixa, de 2,0 km/h, para as bacias pequenas, sendo
muito altas para as bacias grandes, contra-indicando sua aplicação para ambos os casos.
l) Fórmula de GIANDOTTI
4 A + 1,5 L
TC =
0 ,8 H
H = desnível máximo, em m.
Resultou a aplicação desta expressão, em média, a velocidade de 2,1 km/h para bacias
pequenas, e 5,0 km/h para bacias maiores. As velocidades para as bacias pequenas são abaixo
da média das outras fórmulas, parecendo por isso pouco recomendável sua aplicação nestas
áreas.
m) Método do Lag
O atraso da onda de cheia em relação â chuva que a produziu, é designado por "lag",
considerando-se o tempo decorrido entre o centro do hietograma da chuva unitária e o momento
em que ocorreram 50% do volume do fluviograma unitário correspondente; ê dado pela
expressão:
0 ,33
⎛ L Lc ⎞
Lag = 14 ,43 Kn⎜⎜ 0 ,5 ⎟⎟
⎝ I ⎠
Lc = comprimento, em km, ao longo do mesmo curso do posto de medição até o ponto mais
próximo ao centro de gravidade da bacia de drenagem,
Kn = média dos coeficientes de Manning (Rugosidade) ao longo dos cursos d'água mais
importantes da bacia.
0 ,33
⎛ L2 ,5 ⎞
Lag = 11,48 Kn⎜⎜ 0 ,5 ⎟⎟ = 0 ,716TC
⎝H ⎠
ou
0 ,33
⎛ L2 ,5 ⎞ L0 ,833
TC = 16 ,0 Kn⎜⎜ 0 ,5 ⎟⎟ = 16 ,0 Kn
⎝H ⎠ H 0 ,167
Existem gráficos que indicam a variação do coeficiente Kn, em geral, de 0,030 a 0,150. No caso
de tempestades espalhadas, Kn pode atingir o valor 0,260 e em áreas urbanas seu valor vai de
0,013 a 0,033. A grande variação do coeficiente Kn requer a análise detalhada das características
das bacias cujos dados serviram de base para a elaboração dos gráficos mencionados.
Como se vê, sem a consideração da fisiografia peculiar da região que corresponde a cada família
de curvas dos gráficos mencionados, e os tempos de concentração calculados para uma bacia
podem variar enormemente na proporção de 1 para 3 e até 1 para 5.
L A2
TC = 44 5
D I
isto é, D = 4A .
π
A média das velocidades para bacias pequenas resultou em 1,8 km/h e para bacias maiores em
3,1 km/h. As velocidades para bacias pequenas são reduzidas, comparadas com a media das
outras fórmulas, não se recomendando por isso seu emprego para estas.
TC =
(
1,80 L1,3 1000
CN − 9
) 0 ,7
H = desnível máximo, em m, e
As velocidades médias resultaram próximo de 1,3km/h tanto para bacias pequenas como grandes,
sendo seus valores os mais baixos que os encontrados para todas as outras expressões
analisadas, e assim menos recomendável na avaliação do tempo de concentração.
Recomenda-se que deva ser dada preferência às fórmulas que conduzem a valores razoáveis
tanto para bacias pequenas quanto para as médias e grandes, e que são as de KIRPICH, DNOS,
KIRPICH MODOFICADA, GEORGE RIBEIRO, PASINI e VENTURA.
Destas a fórmula de KIRPICH fornece velocidades acima da média das outras fórmulas,
especialmente para bacias médias e grandes, enquanto as fórmulas de PASINI e VENTURA
geram as menores velocidades desse grupo, resultando descargas máximas menores, que são
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 77
O método do Lag com Kn= 0,07 pode ser considerado para bacias com áreas superiores a 10
km², para as quais os resultados se aproximam bastante da fórmula de KIRPICH MODIFICADA e,
portanto, da media de todas as fórmulas analisadas.
Com essa análise parecem mais indicadas as fórmulas do D.N.O.S e de KIRPICH MODIFICADA
para qualquer tamanho de bacia e o MÉTODO DO LAG para bacias maiores que 10 km2.
Em seguida são apresentadas as fórmulas antes citadas com as unidades iguais para melhor
comparação.
No caso das fórmulas que contêm a área A, da bacia apresentou-se ainda, ao lado direito, uma
segunda expressão onde essa área, em km², foi substituída pela expressão A = 0,4 L, em função
do comprimento do curso d'água L, em km. Essa relação resultou como média de mais de 200
bacias estudadas pelo DNER em várias regiões do Brasil. Praticamente todos os casos mostrados
situam-se dentro da faixa definida pelas expressões A= 0,16 L' e A= 1,00 L1'86, representando
áreas, entre, 2,5 vezes menores a 2,5 vezes maiores do que a média A.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 78
1000
L - COMPRIMENTO DO TALVEGUE
H - DESNÍVEL
I - DECLIVIDADE
100
L - ( km)
5%
0,
I=
2%
0,
2%
I=
1%
I=
2
l 1/
I=
50
H=
10
5%
I=
%
10
I=
%
20
I=
%
50
I=
1 10 100 1000
H - ( m)
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 79
0 ,8 L0 ,5 H 0 ,5
l) GIAHDOTTI = V=0,1538 L-0,500 H0,500
4 A + 1,5 L
m) MÉTODO DO LAG V=0,8951 L0,1667 H0,1667
n) JOHN COLLINS V = 0,9709 A 0,1 L -0,2 H 0,2 V=0,8858 L-0,014 H0,200
o) MÉTODO DO NUMERO DE CURVA (para CN=60) V=0,1336 L-0,30 H0,500
Para comparar essas expressões convém notar que, segundo a formula de Chézy de escoamento
em canais, a velocidade deveria ser proporcional â raiz quadrada do produto do raio hidráulico. R,
pela declividade, I. Como rios maiores têm geralmente declividade menor e raio hidráulico maior
por causa da maior profundidade média, o raio hidráulico varia em função inversa da declividade.
Substituindo o raio hidráulico pelo inverso de uma potência da declividade, a velocidade resulta
proporcional ã declividade elevada a uma potência entre 0,3 a 0,5. aproximadamente. Como a
declividade ê dada pelo quociente entre o desnível, H. e o comprimento do curso d'água, L, essas
grandezas deveriam aparecer nas fórmulas com expoentes próximos de 0,3 a 0,5 para H e -0,3 a -
0.5 para L, respectivamente.
Para as três fórmulas antes recomendadas, por fornecer velocidades mais próximas ã média do
conjunto delas, os expoentes de L e H são próximos desses valores, com exceção da
estabelecida por GEORGE RIBEIRO. Aliás esta fórmula fornece velocidades sempre próximas a
3,7 km/h, para qualquer bacia, porque os expoentes de L e H são muitos baixos, dispensando na
realidade qualquer cálculo.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 80
Para bacias com igual comprimento do curso d'água. L, e igual desnível. H, o aumento da área. A,
significa uma bacia mais larga, resulta maior concentração de água no curso principal. Em
conseqüência, a maior profundidade dos cursos d'água deveria fornecer velocidades crescentes
com o aumento da área. Todas as fórmulas apresentadas, menos a de JOHN COLLINS, indicam,
no entanto, uma variação inversa desta descrita.
A tempestade analisada deve ser de curta duração, porém não muito menor que o tempo de
concentração, para considerar grande parte da bacia contribuinte da enchente. Em tempestades
prolongadas a aplicação da lei de infiltração de Mockus costuma ser evidente.
Não podendo ser empregados estes procedimentos, comumente, adota-se a fórmula KIRPICH
MODIFICADA que fornece valores médios para o tempo de concentração, porém sujeitos a um
erro apreciável em relação ao valor real.
Quando a bacia possui partes com declividades muito diferentes, é razoável determinar o tempo
de concentração separadamente para cada parte, totalizando-se o tempo final pela simples soma
das parcelas.
Especial atenção deve ser dado aos trechos de rio onde existe transbordamento significativo pelas
margens baixas, tendo-se observado velocidades de propagação de ondas de cheia nessas
condições entre 1 km/h e 2 Km/h, portanto duas a três vezes menores que as indicadas pela
fórmula de KIRPICH MODIFICADA.
Nessa metodologia o tempo de concentração da bacia é igual ao tempo entre o fim da chuva e o
ponto de inflexão no ramo descente do hidrograma unitário. O atraso da onda ou "Lag" é aqui
definido pelo tempo entre o centro da chuva unitária e o pico do fluviograma unitário, valendo 0,6
TC para condições médias de bacia hidrográfica e deflúvios com distribuição aproximadamente
uniforme sobre a área.
Também recomenda-se que a "duração unitária" da chuva usada com o fluviograma unitário
próximo de 0,20 TP, não devendo ter valores maiores que 0,25 TP. Recomenda-se a adoção de
durações unitárias até um quinto do tempo de concentração, para reduzir o trabalho de cálculo.
Este valor é bem maior que um quinto do tempo de pico e a análise comparativa dos resultados
para durações unitárias iguais a um quinto do tempo de ponta e a um quinto do tempo de
concentração demonstrando que as diferenças entre as descargas máximas correspondentes
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 82
geralmente não excedem 10% do seu valor médio, a não ser para números de curva de infiltração
CN muito baixos, quando os erros relativos são mais altos mas seu valor absoluto é pequeno, em
conseqüência dos baixos coeficientes de deflúvio.
Desse modo os erros conseqüentes do emprego de uma duração unitária diferente de um quinto
do tempo de ponta, TP, são pequenos, comparados com as incertezas na escolha do número de
curva CN e do tempo de concentração TC. Deve-se, no entanto, procurar usar uma duração
unitária inteira múltipla de 5 minutos ou de 7,5 minutos mais próxima de um quinto do tempo de
ponta TP para uniformidade dos resultados do tempo de concentração TC. Deve-se, no entanto,
procurar usar uma duração unitária inteira múltipla de 5 minutos ou de 7,5 minutos mais próxima
de um quinto do tempo de ponta TP para uniformidade dos resultados.
DU
TP = + 0 ,6 TC
2
8TP
TB =
3
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 83
EXCESSO DE PICO
CHUVA
1,0
0,9
“ LAG “
0,8 0,6.TC
0,7
PONTO DE INFLEXÃO
0,6 DU
QP
AR (km²)
0,5 QP (m³/s/mm) =
0,03 . TB (min)
0,4
FLUVIOGRAMA TRIANGULAR
TC
0,3
0,2
FLUVIOGRAMA
ADIMENSIONAL
0,1
1 2 3 4 5
t / TP
TP
8
TB = TP
3
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 84
AR
QP =
0 ,03TB
Usando uma duração unitária DU, igual a um quinto do tempo de ponta TP, a expressão adequada
é:
DU
TP = + 0 ,6 TC = 5 DU
2
fornece a relação
TC = 7 ,5 DU
As ordenadas do hidrograma unitário devem, por isso, corresponder às abscissas com intervalos
iguais à duração unitária. As ordenadas dos hidrogramas parciais, que serão assim também
espaçadas de DU, serão somadas com deslocamento de um intervalo DU cada vez que se
considere o acréscimo de precipitação efetiva seguinte.
( p − 0 ,2 S ) 2
D=
P + 0 ,8 S
Onde
⎛ 100 ⎞
S = 254⎜ − 1⎟
⎝ CN ⎠
Repetindo o procedimento que se segue para diversas durações unitárias DU, procurou-se a
solução que forneceu o melhor ajustamento do hidrograma calculado com o observado e
especialmente proporcionando descargas máximas semelhantes. Aqui é reproduzido apenas o
caso mais próximo da solução ótima, com a duração unitária DU = 35 minutos. Na segunda linha
do quadro que se segue (Qd - 6.5.3 ) figuram as precipitações acumuladas P1, correspondentes
aos tempos t da primeira linha, obtidas pela interpolação linear entre os valores acumulados das
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 86
20 100
AR = 66,5 km²
CD = 24,2 %
30 DEFLÚVIO 90
CN = 66,85
PERDAS
40 80
50 70
DESCARGA - (m³/s)
PRECIPITAÇÃO
CALCULADO
60 60
DU=35min.
50
DESCARGA - (m³/s)
50
OBSERVADO
40 OBSERVADO 40
CALCULADO
30 30
20 20
10 10
0 35 70 105 140 175 210 245 280 315 350 385 420 455 490 525 560 595 630 665 700
t - (minutos)
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 88
Neste caso o hidrograma unitário triangular ê caracterizado pêlos seguintes elementos. Para uma
duração unitária DU = 35 minutos e um tempo de ponta TP = 5 x DU ou TP = 175 minutos,
resultando uma base do hidrograma igual a TB= 467 minutos e um tempo de concentração de TC =
7,5 DU e TC= 262 minutos. A descarga de ponta é dada por:
AR
QP = = 4 ,75 m 3 / s / mm
0 ,03TB
Os triângulos são defasados, com atrasos sucessivos do seu início, pico e fim, de um intervalo de
tempo igual â duração unitária, DU primeiro triângulo é disposto de modo que a defasagem final da
descarga máxima do hidrograma calculado em relação ao observado seja menor que o intervalo
DU adotado. Estão destacados na Fig. 6.5.3 os hietogramas das precipitações observadas e os
excessos de precipitação, como também é ressaltada a soma dos hidrogramas parciais, que se
ajusta satisfatoriamente ao hidrograma observado.
O tempo de concentração resultante desta enchente é assim TC = 262 minutos para essa bacia
cujo comprimento do curso principal é de 16,5 km. A parte superior da bacia situa-se nas escarpas
íngremes, cobertas de matas da Serra do Mar, e a parte inferior é pouca inclinada, onde as águas
das enchentes transbordam pelas margens.
Para reduzir o trabalho de soma dos fluviogramas parciais recomenda-se associar os excessos de
precipitação no fim da chuva de projeto em grupos com duração múltipla de DU, sendo necessário
calcular-se novas características do hidrograma unitário, a partir da duração unitária
correspondente, múltipla de DU procedimento não é muito exato, fornecendo hidrogramas parciais
10% mais baixos e com base 10% maior que no caso de durações unitárias menores, quando o
grupamento é de 4 a 6 elementos.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 89
Essa simplificação não tem grande vantagem na maioria dos casos, pois a infiltração mínima do
solo, superior a 1 mm/h, é geralmente adotada, costumando-se suprimir os acréscimos de deflúvio
no fim da tempestade, tornando o número de hidrogramas parciais a serem somados bastante
reduzido.
Em geral o somatório das ordenadas dos hidrogramas parciais é feito sob forma de tabelas, como
descrito no capítulo 6.6.3.
A seguir são descritos com os procedimentos de cálculo para obtenção dos valores das descargas
de projeto a serem utilizados nos projetos rodoviários, ressaltando-se as diferenças de adoção
das duas metodologias de cálculo adotadas:
Para exemplificação considerou-se uma bacia com área de 32 km² tempo de concentração de
150 minutos e duração unitária de 20 minutos. Considerou-se ainda o número de curva CN = 60,
na metodologia A, e CN = 74, para a metodologia, adotando-se o período de recorrência de TR =
10 anos.
6.6.2.1. METODOLOGIA A
O cálculo desenvolvido deve ser acompanhando no Quadro Q1-A, tomando como exemplo o
posto pluviográfico de referência, que representa a média dos 98 postos do Brasil com a perda
mínima por infiltração 1 mm/h. Esses parâmetros acham-se indicados no alto do quadro, assim
como as características da relação chuva-duração-frequência, de simultaneidade da chuva e
distribuição da chuva em área.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 90
Nas três primeiras colunas da primeira parte do quadro aparecem as durações D, expressas em
minutos, horas e dias, para maior comodidade da análise dos resultados. O penúltimo valor de D
foi escolhido de modo que as durações antecedentes ao pico somem os 5 dias fixados para ela.
Devido à disposição simétrica dos acréscimos de precipitação, essa duração antecedente resulta
da soma dos intervalos de D entre pares sucessivos dos valores anotados nas primeiras colunas
da parte superior do quadro. Esses intervalos encontram-se também na 8a coluna da segunda
parte. O último valor de D corresponde aos 15 dias admitidos para a duração total da tempestade
de projeto.
Aparecem em seguida as precipitações PO, para o tempo de recorrência TR = 1 ano, que, no caso
dos postos analisados na Ref. 4, são definidas pela expressão:
P0 = aD + b log( 1 + cD )
Nas colunas seguintes aparecem os valores de "α", "β" e "γ", que são parâmetros que dependem
da duração, D, da chuva e são relacionados na Ref. 4 para 98 postos do Brasil.
α + β / tr 0 , 25
K = TR
onde K significa o fator pelo qual deve ser multiplicada a precipitação Po, com tempo de
recorrência de 1 ano, para obter a precipitação com o tempo de recorrência de projeto, TR, em
anos.
Como em geral os valores de "α" e "β" não são relacionados para as durações. D, usadas no
quadro, é necessário efetuar interpolações lineares entre aqueles valores e mesmo extrapolações,
para durações maiores que 6 dias.
Em seguida, nessa parte do quadro, aparece o fator de simultaneidade das chuvas, FS, calculado
pela expressão:
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 91
C1 ( 1 − C 2 )
FS = + C2
C1 + log 2 ( D / D R )
sendo
−0 ,18
C1 = 1,5 e C 2 = 0 ,57TR E
Y
FA =
Y + log ( AR / C 6 )
2
sendo
Y = C 3 log( C 4 D + C 5 )
A 10a coluna da primeira parte do quadro fornece as precipitações de projeto, P1, para as
durações D, que resultam do produto das precipitações Po, para o tempo de recorrência de l ano,
pelo fator de probabilidade K, pelo fator de simultaneidade, FS, e finalmente pelo fator de redução
em área, FA isto é:
P1 = P0 ⋅ K ⋅ FS ⋅ FA
Na última coluna dessa parte do quadro aparecem os acréscimos das precipitações de projeto, P1,
nos sucessivos intervalos de tempo entre as durações do início dessa parte. Esses acréscimos de
precipitações devem ser reordenados, conforme descrito adiante.
6.6.2.2. METODOLOGIA B
Em seguida as durações D crescem em progressão aritmética até o tempo máximo para cálculo,
Tmax, escolhido de modo a definir satisfatoriamente o ramo descendente do fluviograma resultante.
O fator de simultaneidade das chuvas não é considerado nesse procedimento, resultando FS = 1.
O efeito das chuvas antecedentes ao pico da tempestade já está considerado, em grande parte,
na escolha mais judiciosa do número de curva CN.
Na metodologia de cálculo B, normalmente o fator de redução das chuvas na área é definido pela
Expressão:
FA = 1 − 0 ,1 log( AR / 25 ) ≤ 1
São a seguir tratados os casos onde dispõe-se de observações pluviográficas locais, ou mesmo, a
partir de dados pluviométricos que sejam significativos da área local.
Havendo dados pluviográficos de postos diferentes dos estudados pelo Eng° Otto Pfafsletter e
que sejam representativos da bacia em estudo, convém fazer-se a análise estatística das
precipitações de curta duração desse posto. Se consistente, esse estudo poderá fornecer o valor
das precipitações para o tempo de recorrência de projeto e para durações que, em geral não
coincidem com as durações D, usadas na composição da primeira parte do quadro.
Nesse caso efetuam-se interpolações lineares entre os valores dados por método estatístico para
definir as precipitações correspondentes às durações D do quadro.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 93
6.6.2.3.1. METODOLOGIA A
A primeira parte do quadro Q2-A exemplifica uma bacia situada na Baixada Santista, no Estado de
São Paulo, onde obteve-se a seguinte relação entra precipitações e durações para chuvas com
TR= 10 anos de tempo de recorrência.
Com esses valores foram obtidas, por interpolação, as precipitações PK da quarta coluna da
primeira parte do quadro Q2-A. Nas colunas seguintes dessa parte figuram os valores não
utilizados de "a", "p" e o fator de probabilidade K = 1. O restante dessa parte do quadro é
semelhante à do quadro Q1-A, sendo a precipitação de projeto, P1, resultante do produto das
precipitações PK pelo fator de simultaneidade, FS, e pelo fator de redução da chuva em área, PA.
6.6.2.3.2. METODOLOGIA B
Nos quadros Q2-B1 e Q2-B2 encontram-se os mesmos exemplos, calculado pelo procedimento B,
diferindo pelas durações D, que nesse caso crescem em progressão, pêlos fatores de
simultaneidade, FS= 1, que não são considerados, e pelos fatores de redução da chuva em área,
Admitiu-se no caso um solo com permeabilidade acima da média, com um número de curva CNo=
40, no procedimento A, e CN1 = 55, no procedimento B. Nesse caso a tabela de correspondência
dos números de curva CN0 e CN1 não é valida, pois a potencialidade na formação de chuvas de
curta duração é muito diversa da representada para o posto de referência. Por esse motivo as
descargas máximas, através das duas metodologias de cálculo são um pouco divergentes. As
demais características da bacia acham-se representadas no quadro.
No caso em que se julgue que os postos relacionados não sejam suficientemente representativos
das chuvas na bacia em estudo e se disponha de pelo 10 a 15 anos, pelo menos, de dados
pluviométricos diários para um posto mais próximo pode-se proceder do modo a seguir.
Efetua-se a análise estatística das precipitações máximas diárias observadas, definindo o valor
para o período de recorrência TR = 10 anos. A precipitação de 24 horas é definida pelo produto
deste valor por 1,13. Dividindo-se este valor pela precipitação de 24 horas e 10 anos de
recorrência do posto de referência, equivalente a 139 mm, obtém-se o quociente que representa a
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 94
precipitação relativa do posto considerado para 24 horas e pode ser marcada por um ponto num
dos gráficos, correspondente à região do Brasil mais representativa da área em estudo.
Traça-se no gráfico escolhido uma linha passando pela precipitação relativa achada para o posto
considerado e que seja paralela à curva do posto regional mais representativo. As vezes essa
linha traçada deve ser interpolada entre duas outras do anexo B, correspondentes a postos que
possam adequar-se à estimativa das precipitações de curta duração no posto pluviométrico
considerado. Com as ordenadas dessa curva paralela ou interpolada são avaliadas as
precipitações relativas para diversas durações.
Essas precipitações pontuais do posto considerado devem ser multiplicadas pelo fator de
simultaneidade FS, e pelo fator de redução em área FA, para obter as precipitações de projeto P1.
Esse procedimento pressupõe que as precipitações de várias durações mantêm a mesma relação
para as de 24 horas como a que se observou no posto tomado como base de comparação no
Anexo B.
6.6.2.4.1. METODOLOGIA A
Supôs-se, neste caso uma bacia no sul do estado de Goiás onde o posto n° 32 - Goiânia é
razoavelmente representativo, mas não se dispõe de um pluviômetro próximo com dados de
chuvas diárias. Feita a análise estatística das precipitações diárias máximas anuais chegou-se, a
um valor de 135 mm, para o período de recorrência TR = 10 anos. A precipitação de 10 anos de
recorrência e duração de 24 horas corresponde assim a 1,13 x 135 = 152,55mm.
Dividindo-se esse valor por 139, que é a precipitação de 24 horas e 10 anos de recorrência do
posto de referência, resulta a precipitação relativa de 152,55/139 ≤ 1,10 para o posto
pluviométrico considerado e uma duração de 24 horas.
A paralela à curva de n° 32 - Goiânia situa-se 0,04 mm acima, e suas ordenadas PR, para várias
durações B, constam do quadro que se segue.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 95
As três colunas seguintes, contendo os valores de "α", "β" e K = 1, não são representativas neste
caso. No restante o quadro assemelha-se aos anteriores, aparecendo o fator de simultaneidade
FS, o fator de redução na área FA, a precipitação de projeto, P1= PK x FS x FA, e seus acréscimos.
6.6.2.4.2. METODOLOGIA B
Nesse caso as durações D crescem segundo uma progressão aritmética até o tempo máximo de
cálculo TMAX. Os fatores de simultaneidade FS = 1 não são considerados e os fatores de redução
da chuva em área, FA. São igualmente ignorados os valores de "α", "β" e K = 1, da 5a à 7a coluna
da primeira parte do quadro.
Os números de curva CNo= 60 e CN= 64, usados nas metodologias A e B, respectivamente, não
obedecem à tabela do subcapítulo 6.4.1 pois as potencialidades para formação de chuvas de
curta duração no posto considerado diferem bastante daquelas do posto de referência utilizado
para organizar a tabela.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 96
6.6.3.1. METODOLOGIA A
Precedendo o cálculo dos deflúvios, devem ser rearranjados em ordem mais provável de
ocorrência na natureza, os acréscimos de precipitação que constam da última coluna da parte
superior do quadro dos exemplos.
Para maior clareza, figuram nas duas primeiras colunas, da segunda parte, as durações que
definem o inicio e o fim de cada intervalo de tempo correspondente ao acréscimo de precipitação
rearranjado, cuja extensão cresce conforme afasta-se do centro da tempestade.
( P1 − 0 ,2 S ) 2
PE =
P1 + 0 ,8 S
Na 7a coluna da segunda parte do quadro são anotadas as perdas, dadas pela diferença entre os
acréscimos de precipitação rearranjados da 3a coluna e os acréscimos de precipitação efetiva da
6a coluna. Após o pico da tempestade essas perdas, costumam diminuir excessivamente,
tornando-se menores do que a capacidade de infiltração mínima do solo, Pmin
Assim, logo que os valores das perdas da 7a coluna se tomarem menores que os da perda
mínima, Pmin, prevalecem os valores correspondentes a esta. Por outro lado, essas perdas
mínimas não podem exceder os valores dos acréscimos de precipitação rearranjados da 3a coluna
porque não ha água para isso. Nesse caso, que aliás costuma ser o mais freqüente no fim dos
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 97
Toda vez que as perdas da 7a coluna são substituídas pela perda mínima referente a Pmin ou
pelo acréscimo de precipitação da 3a coluna, as precipitações efetivas da 5a coluna deverão ser
recalculadas. Elas resultam da soma da precipitação efetiva no intervalo de tempo anterior com o
acréscimo de precipitação efetiva da 6a coluna, recalculado no intervalo considerado. A segunda
parte dos quadros Q1-A, Q2-A e Q3-A ilustra o procedimento de cálculo.
A soma dos intervalos da 8a coluna da segunda parte do quadro, antes da ocorrência do pico da
tempestade, fornece a duração das chuvas antecedentes DA conforme foi citado na primeira parte.
6.6.3.2. METODOLOGIA B
Em geral os seis maiores acréscimos de precipitação, dados pela última coluna da primeira parte
do quadro, são dispostos com valores decrescentes na ordem 6, 4, 3,1, 2 e 5. Os acréscimos de
precipitação seguintes serão acrescentados na sua ordem decrescente primitiva, igual à última
coluna da parte superior do quadro.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 98
Essa regra fornece picos de tempestade /muito próximos do seu início, quando as durações
unitárias DU são curtas. Dos valores disponíveis esse pico da tempestade pode chegar a 1h após
o início para chuvas de trovoada. Nesse caso o tempo de pico da chuva, TPC, pode ser fixado em
60 minutos e, com o rearranjo sugerido, haveriam quatro intervalos antes do pico, ou DU = TPC / 4
= 15 minutos. Para durações unitárias menores, preferivelmente submúltiplos inteiros de 15
minutos, cada bloco de 15 minutos seria desdobrado em outros com duração menor, dispondo-se
os acréscimos de precipitação com magnitude crescente antes do pico e decrescente apôs o pico.
Pode-se perceber essa metodologia acompanhando o exemplo do quadro Q2-B, onde a duração
unitária escolhida é de DU= 5 minutos.
Para durações unitárias DU maiores que 15 minutos o pico da tempestade não ê mais orientado
pelo valor de TPC e sim pela posição do acréscimo de precipitação maior, que sempre fica no
quarto intervalo de tempo.
Às vezes prefere-se utilizar tempestades com o pico mais afastado do início, mesmo para bacias
de pequenas extensões. Nesse caso basta aumentar o tempo de pico da chuva TPC para um
período maio que 60 minutos, fazendo-se a subdivisão dos blocos quando a duração unitária for
menor que TPC / 4. Deve-se nesse caso escolher um tempo de pico da chuva TPG, de modo que a
sua quarta parte represente um múltiplo inteiro de durações unitárias DU. Observe-se que esse
deslocamento do pico da tempestade, conduz a um acréscimo de chuvas antecedentes e um
conseqüente aumento do deflúvio, vindo gradualmente de encontro à metodologia de calculo A,
que considera os 5 dias de chuvas antecedentes.
Como a soma dos intervalos de tempo processados no procedimento B costuma ser mais curta
que no procedimento A, por vezes não se chega à situação em que as perdas atinjam o valor
mínimo, dado por PM, ou o valor limite, dado pelo acréscimo de precipitação rearranjado da 39ª
coluna dessa parte do quadro.
intervalo, conforme avança-se para o acréscimo seguinte. Essa defasagem corresponde ao atraso
com que os hidrogramas parciais, correspondentes a cada acréscimo de precipitação efetiva,
chegam ao ponto onde busca-se conhecer a descarga.
Os exemplos na terceira parte os quadros Q1-A, Q2-A e Q3-A, para o procedimento de cálculo A
e dos quadros Q1-B, Q3-B, e o quadro Q2-B2 para o procedimento de cálculo B, esclarecem os
passos a seguir, com pequenas diferenças de um caso para o outro.
Na primeira linha dessa parte dos quadros anotam-se as ordenadas do hidrograma padrão, cuja
descarga de ponta é igual a 100 m³/s, e no qual as outras características como tempo de ponta e
tempo de base são iguais ao hidrograma unitário triangular do Soil Conservation Service. O uso
desse hidrograma padrão permite a representação dos elementos centrais dessa parte com
números inteiros de três algarismos significativos, no máximo, seja qual for o tamanho da bacia,
sem prejudicar a precisão dos resultados. As descargas resultantes terão de ser multiplicadas
pela descarga de ponta QP, do hidrograma unitário, dividido-se por 100, que é a descarga de
ponta do fluviograma padrão utilizado.
As ordenadas H do hidrograma padrão podem ser calculadas por semelhança de triângulos com
as abscissas crescentes a partir de zero em intervalos iguais à duração unitária DU. Como
recomenda-se utilizar durações unitárias entre 1/5 e 1/8 do tempo de concentração ou 1/9,33 a
1/14,13 do tempo de base, as 13 ordenadas previstas nessa parte do quadro são suficientes.
Nas duas primeiras colunas dessa terceira parte dos quadros aparecem os números de ordem N e
os tempos dos intervalos múltiplos da duração unitária DU considerada. Em seguida aparecem os
acréscimos de precipitação efetiva, calculados na segunda parte dos quadros.
valores nulos que costumam aparecer no inicio. No restante o desenvolvimento da terceira parte
do quadro é semelhante.
Em seguida são apresentados no corpo da terceira parte do quadro os produtos das ordenadas H
do hidrograma padrão de cada coluna pelo acréscimo de precipitação efetiva de cada linha. Ter-
se-á, no entanto, que anotar os resultados de modo que, para cada coluna que se avança nas
ordenadas, todos os valores dessa coluna desçam de uma linha em relação à coluna anterior.
A soma dos elementos no corpo dessa terceira parte do quadro, ao longo de cada linha,
multiplicada pela relação, QP/100, fornece as ordenadas do hidrograma total, indicadas na
penúltima coluna dessa terceira parte. Convém prolongar o quadro até perto de 13 linhas além do
ultimo valor significativo dos acréscimos de precipitação efetiva usados, para definir
adequadamente o ramo descendente do hidrograma de projeto.
A essas ordenadas devem ser adicionados os valores da descarga base, caso essa seja
apreciável , comparada com a descarga máxima da enchente. A descarga base a adotar será a
indicada como normal no período das enchentes.
A descarga de ponta, QP, do hidrograma unitário, usado nos cálculos da terceira parte dos
quadros descritos, resulta da expressão:
AR
QP =
0 ,03TB
8
TB = ( DU / 2 + 0 ,6TC )
3
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 101
Na última coluna da terceira parte dos quadros descritos aparecem os volumes acumulados das
enchentes de projeto para os diversos tempos dados na 29ª coluna. Esses volumes referem-se ao
fim do intervalo, admitindo-se em cada intervalo uma descarga média igual ã indicada na
penúltima coluna dessa parte do quadro.
Esse volume pode ser utilizado para saber se a obra é capaz de amortecer a ponta da enchente
com o represamento temporário causado a montante. Em primeira aproximação a redução da
descarga de ponta pode ser calculada pela expressão
R
Q1 − Q2 = Q1
V
O volume máximo retido, R, pode ser avaliado grosseiramente por plantas topográficas ou
inspeção local até o nível admissível de inundação.
Q1 − Q2 R
=
Q1 V
Caso esse cálculo aproximado indique uma redução apreciável, superior a 20%, por exemplo,
convém considerar o amortecimento e efetuar um cálculo mais minucioso considerando a forma
detalhada do hidrograma, a relação cota-volume do terreno a montante da obra e a capacidade
desta para vários níveis d'água a montante.
Na última linha da terceira parte dos quadros é ainda destacado o valor máximo do hidrograma
das descargas de projeto.
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 102
CN = 60
Intervalo - (MIN) P1 P1 PE ACR. DE PE Perda Intervalo (ACR. PE) /N
N
de A Rearranjado Acumulado (MM) (MM) (MM) (MIN) (MM)
10240.0 14040.0 18.7965 18.7965 0.0000 0.0000 18.7965 3800.0 190 0.0000
2560.0 5120.0 13.1615 31.9579 0.0000 0.0000 13.1615 2560.0 128 0.0000
640.0 1280.0 4.0331 35.9910 0.0000 0.0000 4.0331 640.0 32 0.0000
160.0 320.0 8.4497 44.4407 0.6215 0.5952 7.8545 160.0 8 0.0744
40.0 80.0 17.7299 62.1706 4.0534 3.4320 14.2979 40.0 2 1.7160
0.0 20.0 27.0274 89.1980 13.6272 9.5738 17.4536 20.0 1 9.5738
20.0 40.0 16.7375 105.9360 21.5156 7.8884 8.8491 20.0 1 78.864
80.0 160.0 13.7665 119.7020 26.8739 7.3582 6.4082 80.0 4 1.8396
320.0 640.0 4.5830 124.2850 28.8739 0.0000 4.5830 320.0 16 0.0000
1280.0 2560.0 7.3582 131.6430 28.8739 0.0000 7.3582 1280.0 64 0.0000
5120.0 10240.0 25.9789 157.6220 28.8739 0.0000 25.9789 5120.0 256 0.0000
14040.0 21600.0 36.1523 193.7740 28.8739 0.0000 36.1523 7560.0 378 0.0000
QD - Q1-A
Nome da Bacia: Metodologia A - Posto de Referência de "Chuvas Intensas no Brasil"
Tempo de Recorrência TR = 10 ANOS
Duração Unitária da Chuva DU = 20.0 MINUTOS
Tempo de Concentração TC = 150.0 MINUTOS
Duração da Chuva Antecedente DA = 5.00 DIAS
Área da Bacia Hidrográfica AR = 32.00 KM2
Número da Curva de Infiltração do Solo CN = 60
Perda Mínima por Infiltração PM = 1.00 MM/H
Número do Posto no Livro NP = 0
Parâmetros Precipitação-Duração a = 0.4 b = 28 c = 20
Parâmetros Precipitação-Freqüência BETA 5 = 0.00 BETA 15 = 0.08 BETA 30 = 0.08 BETA 60 = 0.08
Parâmetros de Simultaneidade da Chuva C1 = 1.5 C2 = 0.3766
Parâmetros de Redução da Chuva em Área C3 = 35 C4 = 0.70 C5 = 1 C6 = 5
D D D P6 P1 ACR. DE P1
ALFA BETA K FS FA
(MIN) (H) (DIAS) (MM) (MM) (MM)
20.0 0.33 0.014 24.9023 0.1273 0.0800 1.4870 0.8787 0.8306 27.0274 27.0274
40.0 0.67 0.028 32.6444 0.1440 0.0800 1.5452 0.9645 0.8996 43.7650 16.7375
80.0 1.33 0.056 40.9081 0.1593 0.0800 1.6007 1.0000 0.9391 61.4948 17.7299
160.0 2.67 0.111 49.6485 0.1687 0.0800 1.6355 0.9645 0.9610 75.2613 13.7665
320.0 5.33 0.222 59.0316 0.1747 0.0800 1.6583 0.8787 0.9732 83.7110 8.4497
640.0 10.67 0.444 69.5372 0.1750 0.0800 1.6595 0.7804 0.9804 88.2940 4.5830
1280.0 21.33 0.889 82.2043 0.1710 0.0800 1.6443 0.6936 0.9848 92.3270 4.0331
2560.0 42.67 1.788 99.1522 0.1669 0.0800 1.6288 0.6249 0.9877 99.6852 7.3582
5120.0 85.33 3.556 124.6410 0.1582 0.0800 1.5966 0.5730 0.9897 112.8470 13.1615
10240.0 170.67 7.111 167.1990 0.1506 0.0800 1.5687 0.5340 0.9912 138.8260 25.9789
14040.0 234.00 9.750 196.3700 0.1475 0.0800 1.5576 0.5196 0.9917 157.6220 18.7965
21600.0 360.00 15.000 252.0070 0.1429 0.0800 1.5412 0.5026 0.9923 193.7740 36.1523
CN = 60
Descarga de Ponta do Fluviograma UQP = 4.000000 M3/S/MM
TEMPO DESC. VOL.
N ACR. PE H=20 H=40 H=60 H=80 H=100 H=88 H=76 H=64 H=52 H=40 H=28 H=16 H=4
(MIN) (M3/S) (DAM3)
1 20 0.0744 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.06 0
2 40 0.0744 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.16 0
3 60 0.0744 1 3 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.36 1
4 80 0.0744 1 3 4 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.60 1
5 100 0.0744 1 3 4 6 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0.89 2
6 120 0.0744 1 3 4 6 7 7 0 0 0 0 0 0 0 1.15 4
7 140 0.0744 1 3 4 6 7 7 6 0 0 0 0 0 0 1.38 6
8 160 0.0744 1 3 4 6 7 7 6 5 0 0 0 0 0 1.57 7
9 180 1.7160 34 3 4 6 7 7 6 5 4 0 0 0 0 3.04 11
10 200 1.7160 34 69 4 6 7 7 6 5 4 3 0 0 0 5.76 18
11 220 9.5738 191 69 103 6 7 7 6 5 4 3 2 0 0 16.09 37
12 240 7.8884 158 383 103 137 7 7 6 5 4 3 2 1 0 32.62 76
13 260 1.8396 37 316 574 137 172 7 6 5 4 3 2 1 0 50.52 137
14 280 1.8396 37 74 473 766 172 151 6 5 4 3 2 1 0 67.72 218
15 300 1.8396 37 74 110 631 957 151 130 5 4 3 2 1 0 84.23 319
16 320 1.8396 37 74 110 147 789 842 130 110 4 3 2 1 0 90.00 427
17 340 0.0000 0 74 110 147 184 694 728 110 89 3 2 1 0 85.70 530
18 360 0.0000 0 0 110 147 184 162 600 613 89 69 2 1 0 79.08 625
19 380 0.0000 0 0 0 147 184 162 140 505 498 69 48 1 0 70.15 709
20 400 0.0000 0 0 0 0 184 162 140 118 410 383 48 27 0 58.89 780
21 420 0.0000 0 0 0 0 0 162 140 118 96 316 268 27 7 45.32 834
22 440 0.0000 0 0 0 0 0 0 140 118 96 74 221 153 7 32.31 873
23 460 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 118 96 74 52 126 38 20.12 897
24 480 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 96 74 52 29 32 11.27 911
25 500 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 74 52 29 7 6.48 919
26 520 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 52 29 7 3.53 923
DESCARGA MÁXIMA Q = 90.0 M3/S
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 103
D D D P0 P1 ACR. DE P1
ALFA BETA K FS FA
(MIN) (H) (DIAS) (MM) (MM) (MM)
20.0 0.33 0.014 24.9023 0.1273 0.0800 1.4870 1.0000 0.9893 36.6336 36.6336
40.0 0.67 0.028 32.644 0.1440 0.0800 1.5452 1.0000 0.9893 49.9016 13.2681
60.0 1.00 0.042 37.4221 0.1560 0.0800 1.5885 1.0000 0.9893 58.8078 8.9062
80.0 1.33 0.056 40.9081 0.1593 0.0800 1.6007 1.0000 0.9893 64.7812 5.9734
100.0 1.67 0.069 43.6667 0.1627 0.0800 1.6131 1.0000 0.9893 69.6824 4.9012
120.0 2.00 0.083 45.9580 0.1660 0.0800 1.6255 1.0000 0.9893 73.9038 4.2214
140.0 2.33 0.097 47.9234 0.1673 0.0800 1.6305 1.0000 0.9893 77.3013 3.3975
160.0 2.67 0.111 49.6485 0.1687 0.0800 1.6355 1.0000 0.9893 80.3303 3.0290
180.0 3.00 0.125 51.1892 0.1700 0.0800 1.6405 1.0000 0.9893 83.0778 2.7475
200.0 3.33 0.139 52.5838 0.1713 0.0800 1.6456 1.0000 0.9893 85.603 2.5257
220.0 3.67 0.153 53.8598 0.1727 0.0800 1.6506 1.0000 0.9893 87.9504 2.3468
240.0 4.00 0.167 55.0376 0.1740 0.0800 1.6557 1.0000 0.9893 90.1499 2.1996
QD - Q1-B
CN = 74
Intervalo - (MIN) P1 P1 PE ACR. DE PE Perda
de A Rearranjado Acumulado (MM) (MM) (MM)
100.0 120.0 4.2214 4.2214 0.0000 0.0000 4.2214
60.0 80.0 5.9734 10.1948 0.0000 0.0000 5.9734
40.0 60.0 8.9062 19.1010 0.0173 0.0173 8.8888
0.0 20.0 36.6336 55.7345 11.2904 11.2731 25.3605
20.0 40.0 13.2681 69.0026 18.6380 7.3476 5.9204
80.0 100.0 4.9012 73.9038 21.6257 2.9877 1.9135
120.0 140.0 3.3975 77.3013 23.7708 2.1451 1.2524
140.0 160.0 3.0290 80.3303 25.7305 1.9597 1.0691
160.0 180.0 2.7475 83.0778 27.5443 1.8139 0.9336
180.0 200.0 2.5257 85.6035 29.2406 1.6963 0.8295
200.0 220.0 2.3468 87.9504 30.8403 1.5997 0.7471
220.0 240.0 2.1996 90.1499 32.3594 1.5190 0.6805
CN = 74
Des carga de Ponta do Fluviogram a UQP = 4.000000 M3/S/MM
TEMPO DESC. V OL.
N A CR. PE H=20 H=40 H=60 H=80 H=100 H=88 H=76 H=64 H=52 H=40 H=28 H=16 H=4
(MIN) (M3 /S) (DA M3 )
1 20 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
2 40 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
3 60 0.0173 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.01 0
4 80 11.2731 225 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9.05 11
5 100 7.3476 147 451 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 23.96 40
6 120 2.9877 60 294 676 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 41.26 89
7 140 2.1451 43 120 441 902 2 0 0 0 0 0 0 0 0 60.27 161
8 160 1.9597 39 86 179 588 1127 2 0 0 0 0 0 0 0 80.84 258
9 180 1.8139 36 78 129 239 735 992 1 0 0 0 0 0 0 88.42 365
10 200 1.6963 34 73 118 172 299 647 857 1 0 0 0 0 0 87.96 470
11 220 1.5997 32 68 109 157 215 263 558 721 1 0 0 0 0 84.95 572
12 240 1.5190 30 64 102 145 196 189 227 470 586 1 0 0 0 80.41 669
13 260 0.0000 0 61 96 136 181 172 163 191 382 451 0 0 0 73.36 757
14 280 0.0000 0 0 91 128 170 160 149 137 155 294 316 0 0 63.99 833
15 300 0.0000 0 0 0 122 160 149 138 125 112 120 206 180 0 52.45 896
16 320 0.0000 0 0 0 0 152 141 129 116 102 86 84 118 45 38.87 943
17 340 0.0000 0 0 0 0 0 134 122 109 97 78 60 48 29 26.95 975
18 360 0.0000 0 0 0 0 0 0 115 102 88 73 55 34 12 19.19 998
19 380 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 97 83 68 51 31 9 13.56 1015
20 400 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 79 64 47 29 8 9.09 1025
21 420 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 61 45 27 7 5.60 1032
22 440 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 43 26 7 3.00 1036
23 460 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 24 6 1.23 1037
24 480 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 0.24 1038
CN = 40
Intervalo - (MIN) P1 P1 PE ACR. DE PE Perda Intervalo (ACR.PE) / N
N
de A Rearranjado Acumulado (MM) (MM) (MM) (MIN) (MM)
10240.0 14030.0 35.1959 35.1959 0.0000 0.0000 35.1959 3790.0 758 0.0000
2560.0 5120.0 28.7638 63.9596 0.0000 0.0000 28.7638 2560.0 512 0.0000
640.0 1280.0 13.4033 77.3629 0.0000 0.0000 13.4033 640.0 128 0.0000
160.0 320.0 10.5079 87.8708 0.0000 0.0000 10.5079 160.0 32 0.0000
40.0 80.0 18.8081 106.6790 2.2576 1.9107 16.8973 40.0 8 0.2388
10.0 20.0 18.0872 124.7660 5.4908 3.2332 14.8540 10.0 2 1.6166
0.0 5.0 13.3620 136.1280 8.6585 3.1677 10.1943 5.0 1 3.1677
5.0 10.0 11.1917 149.3200 11.773 3.1148 8.0768 5.0 1 3.1148
20.0 40.0 21.1870 170.5070 18.7116 6.9383 14.2487 20.0 4 1.7346
80.0 160.0 12.7514 183.2580 23.4838 4.7722 7.9793 80.0 16 0.2983
320.0 640.0 8.7336 191.9920 23.4838 0.0000 8.7336 320.0 64 0.0000
1280.0 2560.0 19.8975 211.8890 23.4838 0.0000 19.8975 1280.0 256 0.0000
5120.0 10240.0 53.7746 265.6640 23.4838 0.0000 53.7746 5120.0 1024 0.0000
14030.0 21600.0 65.9675 331.6310 23.4838 0.0000 65.9675 7570.0 1514 0.0000
QD - Q2-A
D D D PK P1 ACR. DE P1
ALFA BETA K FS FA
(MIN) (H) (DIAS) (MM) (MM) (MM)
5.0 0.08 0.003 17.0000 0.000 0.000 1.0000 0.8787 0.8787 13.3620 13.3620
10.0 0.17 0.007 27.0000 0.000 0.000 1.0000 0.9645 0.9645 24.5537 11.1917
20.0 0.33 0.014 44.0000 0.000 0.000 1.0000 1.0000 0.9691 42.6409 18.0872
40.0 0.67 0.028 67.3333 0.000 0.000 1.0000 0.9645 0.9828 63.8279 21.1870
80.0 1.33 0.056 95.0000 0.000 0.000 1.0000 0.8787 0.9900 82.6360 18.8081
160.0 2.67 0.111 123.0000 0.000 0.000 1.0000 0.7804 0.9937 95.3874 12.7514
320.0 5.33 0.222 153.3330 0.000 0.000 1.0000 0.6936 0.9957 105.8950 10.5079
640.0 10.67 0.444 184.0000 0.000 0.000 1.0000 0.6249 0.9969 114.6290 8.7336
1280.0 21.33 0.889 224.0000 0.000 0.000 1.0000 0.5730 0.9976 128.0320 13.4033
2560.0 42.67 1.778 277.5560 0.000 0.000 1.0000 0.5340 0.9981 147.9300 19.8975
5120.0 85.33 3.556 350.6670 0.000 0.000 1.0000 0.5047 0.9984 176.6930 28.7638
10240.0 170.67 7.111 478.4450 0.000 0.000 1.0000 0.4824 0.9986 230.4680 53.7746
14030.0 233.83 9.743 561.2020 0.000 0.000 1.0000 0.4740 0.9987 265.6640 351.959
21600.0 360.0 15.000 715.000 0.000 0.000 1.0000 0.4640 0.9988 331.6310 659.675
CN = 40
Descarga de Ponta do Fluviograma Unitário QP = 1.132080 M3/S/MM
TEMPO DESC. VOL.
N ACR. PE H=19 H=38 H=57 H=75 H=94 H=92 H=81 H=69 H=58 H=47 H=35 H=24 H=13
(MIN) (M3/S) (DAM3)
1 5 0.2388 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.05 0
2 10 0.2388 5 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.15 0
3 15 0.2388 5 9 14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.31 0
4 20 0.2388 5 9 14 18 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.51 0
5 25 0.2388 5 9 14 18 23 0 0 0 0 0 0 0 0 0.77 1
6 30 0.2388 5 9 14 18 23 22 0 0 0 0 0 0 0 1.01 1
7 35 0.2388 5 9 14 18 23 22 19 0 0 0 0 0 0 1.23 1
8 40 0.2388 5 9 14 18 23 22 19 17 0 0 0 0 0 1.42 2
9 45 1.6166 31 9 14 18 23 22 19 17 14 0 0 0 0 1.87 2
10 50 1.6166 31 61 14 18 23 22 19 17 14 11 0 0 0 2.59 3
11 55 3.1677 60 61 92 18 23 22 19 17 14 11 8 0 0 3.90 4
12 60 3.1148 59 120 92 122 23 22 19 17 14 11 8 6 0 5.79 6
13 65 1.7346 33 118 179 122 153 22 19 17 14 11 8 6 3 7.97 8
14 70 1.7346 33 65 176 239 153 149 19 17 14 11 8 6 3 10.11 11
15 75 1.7346 33 65 98 235 299 149 131 17 14 11 8 6 3 12.10 15
16 80 1.7346 33 65 98 131 294 292 131 112 14 11 8 6 3 13.56 19
17 85 0.2983 6 65 98 131 164 287 256 112 94 11 8 6 3 14.05 23
18 90 0.2983 6 11 98 131 164 160 252 220 94 76 8 6 3 13.90 27
19 95 0.2983 6 11 17 131 164 160 140 216 184 76 57 6 3 13.25 31
20 100 0.2983 6 11 17 23 164 160 140 120 181 148 57 39 3 12.10 35
21 105 0.2983 6 11 17 23 28 160 140 120 101 146 112 39 21 10.45 38
22 110 0.2983 6 11 17 23 28 27 140 120 101 81 110 77 21 8.63 41
23 115 0.2983 6 11 17 23 28 27 24 120 101 81 62 75 41 6.97 43
24 120 0.2983 6 11 17 23 28 27 24 21 101 81 62 42 40 5.46 44
25 125 0.2983 6 11 17 23 28 27 24 21 17 81 62 42 22 4.31 46
26 130 0.2983 6 11 17 23 28 27 24 21 17 14 62 42 22 3.55 47
DESCARGA MÁXIMA Q = 14.05 M3/S
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 105
D D D PK P1 ACR. DE P1
ALFA BETA K FS FA
(MIN) (H) (DIAS) (MM) (MM) (MM)
5.0 0.08 0.003 17.0000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 17.0000 17.0000
10.0 0.17 0.007 27.0000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 27.0000 10.0000
15.0 0.25 0.010 37.0000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 37.0000 10.0000
20.0 0.33 0.014 44.0000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 44.0000 7.0000
25.0 0.42 0.017 51.0000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 51.0000 7.0000
30.0 0.50 0.021 58.0000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 58.0000 7.0000
35.0 0.58 0.024 62.6667 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 62.6667 4.6667
40.0 0.67 0.028 67.3333 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 67.3333 4.6667
45.0 0.75 0.031 72.0000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 72.0000 4.6667
50.0 0.83 0.035 76.6667 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 76.6667 4.6667
55.0 0.92 0.038 81.3333 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 81.3333 4.6667
60.0 1.00 0.042 86.0000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 86.0000 4.6667
65.0 1.08 0.045 88.2500 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 88.2500 2.2500
70.0 1.17 0.049 90.5000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 90.5000 2.2500
75.0 1.25 0.052 92.7500 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 92.7500 2.2500
80.0 1.33 0.056 95.0000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 95.0000 2.2500
85.0 1.42 0.059 97.2500 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 97.2500 2.2500
90.0 1.50 0.063 99.5000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 99.5000 2.2500
95.0 1.58 0.066 101.7500 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 101.7500 2.2500
100.0 1.67 0.069 104.0000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 104.0000 2.2500
105.0 1.75 0.073 106.2500 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 106.2500 2.2500
110.0 1.83 0.076 108.5000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 108.5000 2.2500
115.0 1.92 0.080 110.7500 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 110.7500 2.2500
120.0 2.00 0.083 113.0000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 1.0000 113.0000 2.2500
QD - Q2-B1
CN = 55
Intervalo - (MIN) P1 P1 PE ACR. DE PE Perda
de A Rearranjado Acumulado (MM) (MM) (MM)
85.0 90.0 2.2500 2.2500 0.0000 0.0000 2.2500
80.0 85.0 2.2500 4.5000 0.0000 0.0000 2.2500
75.0 80.0 2.2500 6.7500 0.0000 0.0000 2.2500
55.0 60.0 4.6667 11.4167 0.0000 0.0000 4.6667
50.0 55.0 4.6667 16.0633 0.0000 0.0000 4.6667
45.0 50.0 4.6667 26.7500 0.0000 0.0000 4.6667
40.0 45.0 4.6667 25.4167 0.0000 0.0000 4.6667
35.0 40.0 4.6667 30.0833 0.0000 0.0000 4.6667
30.0 35.0 4.6667 34.7500 0.0000 0.0000 4.6667
10.0 15.0 10.0000 44.7500 0.0481 0.0481 9.9519
5.0 10.0 10.0000 54.7500 0.7868 0.7387 9.2613
0.0 5.0 7.0000 71.7500 3.8286 3.0418 13.9582
15.0 20.0 7.0000 78.7500 5.6441 1.8155 5.1845
20.0 25.0 7.0000 85.7500 7.7476 2.1035 4.8965
25.0 30.0 2.2500 92.7500 10.1156 2.3682 4.6318
60.0 65.0 2.2500 95.000 10.9297 0.8139 1.4361
65.0 70.0 2.2500 97.2500 11.7682 0.8384 1.4116
70.0 75.0 2.2500 99.5000 12.6305 0.8623 1.3877
90.0 95.0 2.2500 101.7500 13.5162 0.8856 1.3644
95.0 100.0 2.2500 104.0000 14.4245 0.9084 1.3416
100.0 105.0 2.2500 106.2500 15.3551 0.9305 1.3195
105.0 110.0 2.2500 108.5000 16.3072 0.9521 1.2979
110.0 115.0 2.2500 110.7500 17.2804 0.9732 1.2768
115.0 120.0 2.2500 113.0000 18.2742 0.9938 1.2562
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 106
QD - Q2-B2
CN = 55
Descarga de Ponta do Fluviograma Unitário QP = 1.132080 M3/S/MM
TEMPO DESC. VOL.
N ACR. PE H=19 H=38 H=57 H=75 H=94 H=92 H=81 H=69 H=58 H=47 H=35 H=24 H=13
(MIN) (M3/S) (DAM3)
1 5 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
2 10 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
3 15 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
4 20 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
5 25 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
6 30 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
7 35 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
8 40 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
9 45 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
10 50 0.0481 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.01 0
11 55 0.7387 14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.18 0
12 60 3.0418 57 28 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.00 0
13 65 1.8155 34 115 42 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2.20 1
14 70 2.1035 40 69 172 56 5 0 0 0 0 0 0 0 0 3.86 2
15 75 2.3682 45 79 103 230 70 4 0 0 0 0 0 0 0 6.01 4
16 80 0.8139 15 89 119 137 287 68 4 0 0 0 0 0 0 8.15 6
17 85 0.8384 16 31 134 159 171 280 60 3 0 0 0 0 0 9.66 9
18 90 0.8623 16 32 46 179 198 167 246 51 3 0 0 0 0 10.62 13
19 95 0.8856 17 33 47 61 223 194 147 211 43 2 0 0 0 11.07 16
20 100 0.9084 17 33 49 63 77 218 170 126 177 35 2 0 0 10.94 19
21 105 0.9305 18 34 50 65 79 75 191 146 106 142 26 1 0 10.57 22
22 110 0.9521 18 35 51 67 81 77 66 164 122 85 108 18 1 10.12 25
23 115 0.9732 18 36 53 69 84 79 68 57 138 98 64 73 9 9.58 28
24 120 0.9938 19 37 54 70 86 82 70 58 47 111 75 44 39 8.95 31
25 125 0.0000 0 38 55 72 88 84 72 60 49 38 84 51 23 8.06 33
26 130 0.0000 0 0 56 73 90 86 73 61 50 39 29 57 27 7.27 38
27 135 0.0000 0 0 0 75 92 88 75 63 51 40 30 20 30 6.39 37
28 140 0.0000 0 0 0 0 94 90 77 65 53 41 31 20 10 5.44 39
29 145 0.0000 0 0 0 0 0 92 79 66 54 43 31 21 11 4.38 40
30 150 0.0000 0 0 0 0 0 0 80 68 55 44 32 21 11 3.52 41
31 155 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 69 57 45 33 22 11 2.68 42
32 160 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 58 46 34 22 12 1.94 43
33 165 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 47 35 23 12 1.31 43
34 170 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 35 24 12 0.80 43
35 175 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 24 12 0.41 44
36 180 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 13 0.14 44
DESCARGA MÁXIMA Q = 11.07 M3/S
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 107
D D D PK P1 ACR. DE P1
ALFA BETA K FS FA
(MIN) (H) (DIAS) (MM) (MM) (MM)
60.0 1.00 0.042 100.000 0.0000 0.0000 1.0000 0.8583 0.7491 63.9617 63.9617
120.0 2.00 0.083 128.6000 0.0000 0.0000 1.0000 0.9572 0.8313 102.3280 38.3658
240.0 4.00 0.167 158.5000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 0.8825 139.8820 37.5541
480.0 8.00 0.333 183.8000 0.0000 0.0000 1.0000 0.9572 0.9139 160.7940 20.9119
960.0 16.00 0.667 211.8000 0.0000 0.0000 1.0000 0.8583 0.9337 168.8420 8.0484
1920.0 32.00 1.333 240.2670 0.0000 0.0000 1.0000 0.7354 0.9466 167.2700 -1.5716
3840.0 64.00 2.667 274.3330 0.0000 0.0000 1.0000 0.6308 0.9556 165.3620 -1.9082
7680.0 128.00 5.333 318.1330 0.0000 0.0000 1.0000 0.5481 0.9621 167.7400 2.3780
12360.0 206.00 8.583 368.6710 0.0000 0.0000 1.0000 0.5031 0.9655 179.1040 11.3636
21600.0 360.00 15.000 468.4500 0.0000 0.0000 1.0000 0.4607 0.9689 209.0780 29.9748
QD - Q3-A
CN = 60
Intervalo - (MIN) P1 P1 PE ACR. DE PE Perda Intervalo (ACR.PE) / N
N
de A Rearranjado Acumulado (MM) (MM) (MM) (MIN) (MM)
7680.0 12360.0 11.3636 11.3636 0.0000 0.0000 11.3636 4680.0 78 0.0000
1920.0 3840.0 -1.9082 9.4554 0.0000 0.0000 -1.9082 1920.0 32 0.0000
480.0 960.0 8.0484 17.5038 0.0000 0.0000 8.0484 480.0 8 0.0000
120.0 240.0 37.5541 55.0579 2.3570 2.3570 35.1971 120.0 2 1.1785
0.0 60.0 63.9617 119.0200 28.4928 26.1358 37.8260 60.0 1 26.1358
60.0 120.0 38.3658 157.3850 52.0976 23.6048 14.7610 60.0 1 23.6048
240.0 480.0 20.9119 178.2970 66.4838 14.3682 6.5257 240.0 4 3.5966
960.0 1920.0 -1.5716 176.7260 66.4838 0.0000 -1.5716 960.0 16 0.0000
3840.0 7680.0 2.3780 179.1040 66.4838 0.0000 2.3780 3840.0 64 0.0000
12360.0 21600.0 29.9748 209.0780 66.4838 0.0000 29.9748 9240.0 154 0.0000
CN = 60
Descarga de Ponta do Fluviograma Unitário QP = 9.751770 M3/S/MM
TEMPO DESC. VOL.
N ACR. PE H=21 H=43 H=64 H=85 H=96 H=83 H=71 H=58 H=45 H=32 H=20 H=7 H=0
(MIN) (M3/S) (DAM3)
1 60 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
2 120 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
3 180 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
4 240 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
5 300 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
6 360 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
7 420 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
8 480 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
9 540 1.1785 25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2.45 9
10 600 1.1785 25 50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7.34 35
11 660 2.1358 556 50 75 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 66.45 274
12 720 23.6048 502 1112 75 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 174.55 903
13 780 3.5966 77 1004 1668 100 113 0 0 0 0 0 0 0 0 288.93 1943
14 840 3.5966 77 153 1507 2224 113 98 0 0 0 0 0 0 0 406.86 3408
15 900 3.5966 77 153 230 2009 2513 98 83 0 0 0 0 0 0 503.49 5220
16 960 3.5966 77 153 230 306 2270 2180 83 68 0 0 0 0 0 523.34 7104
17 1020 0.0000 0 153 230 306 346 1969 1846 68 53 0 0 0 0 484.75 8849
18 1080 0.0000 0 0 230 306 346 300 1667 1513 53 38 0 0 0 434.22 10413
19 1140 0.0000 0 0 0 306 346 300 254 1366 1179 38 23 0 0 371.75 11751
20 1200 0.0000 0 0 0 0 346 300 254 208 1065 845 23 8 0 297.34 12821
21 12.0 0.0000 0 0 0 0 0 300 254 208 162 763 512 8 0 215.26 13596
22 1320 0.0000 0 0 0 0 0 0 254 208 162 116 462 178 0 134.65 14081
23 1380 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 208 162 116 70 161 0 70.00 14333
24 1440 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 162 116 70 24 0 36.42 14464
25 1500 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 116 70 24 0 20.60 14538
26 1560 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 70 24 0 9.25 14571
27 1620 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 24 0 2.39 14580
28 1680 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 14580
DESCARGA MÁXIMA Q = 523.34 M3/S
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 108
Qd - Q3-B
CN = 64
Intervalo - (MIN) P1 P1 PE ACR. DE PE Perda
de A Rearranjado Acumulado (MM) (MM) (MM)
300.0 360.0 7.0633 7.0633 0.0000 0.0000 7.0633
180.0 240.0 13.5380 20.6013 0.0000 0.0000 13.5380
120.0 180.0 13.5380 34.1393 0.2086 0.2086 13.5380
0.0 60.0 90.5552 124.6940 38.6576 38.4490 52.1062
60.0 120.0 25.8988 150.5930 56.2055 17.5479 8.3509
240.0 300.0 7.0633 157.6570 61.2673 5.0618 2.0015
360.0 420.0 4.3919 132.0490 63.6593 2.3919 2.0000
420.0 480.0 4.3919 166.4400 66.0512 2.3919 2.0000
480.0 540.0 4.3919 170.8320 68.4431 2.3919 2.0000
540.0 600.0 4.3919 175.2240 70.8350 2.3919 2.0000
600.0 660.0 4.3919 179.6160 73.2270 2.3919 2.0000
660.0 720.0 4.3919 184.0080 75.6189 2.3919 2.0000
D D D PK P1 ACR. DE P1
ALFA BETA K FS FA
(MIN) (H) (DIAS) (MM) (MM) (MM)
60.0 1.00 0.042 100.0000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 0.9056 90.5552 90.5552
120.0 2.00 0.083 128.6000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 0.9056 116.4540 25.8988
180.0 3.00 0.125 143.5500 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 0.9056 129.9920 13.5380
240.0 4.00 0.167 158.5000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 0.9056 143.5300 13.5380
300.0 5.00 0.208 166.3000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 0.9056 150.5930 7.0633
360.0 6.00 0.250 174.1000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 0.9056 157.6570 7.0633
420.0 7.00 0.292 178.9500 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 0.9056 162.0490 4.3919
480.0 8.00 0.333 183.8000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 0.9056 166.4400 4.3919
540.0 9.00 0.375 188.6500 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 0.9056 170.8320 4.3919
600.0 10.00 0.417 193.5000 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 0.9056 175.2240 4.3919
660.0 11.00 0.458 198.3500 0.0000 0.0000 1.0000 1.0000 0.9056 179.6160 4.3919
CN = 60
Descarga de Ponta do Fluviograma Unitário QP = 9.751770 M3/S/MM
TEMPO DESC. VOL.
N ACR. PE H=21 H=43 H=64 H=85 H=96 H=83 H=71 H=58 H=45 H=32 H=20 H=7 H=0
(MIN) (M3/S) (DAM3)
1 60 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
2 120 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 0
3 180 0.2086 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.43 2
4 240 38.4490 818 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 80.64 292
5 300 17.5479 373 1636 13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 197.26 1002
6 360 5.0618 108 747 2454 18 0 0 0 0 0 0 0 0 0 324.38 2170
7 420 2.3919 51 215 1120 3572 20 0 0 0 0 0 0 0 0 456.25 3812
8 480 2.3919 51 102 323 1493 3698 17 0 0 0 0 0 0 0 554.32 5808
9 540 2.3919 51 102 153 431 1688 3207 15 0 0 0 0 0 0 550.51 7790
10 600 2.3919 51 102 153 204 487 1464 2716 12 0 0 0 0 0 505.86 9611
11 660 2.3919 51 102 153 204 230 422 1240 2225 9 0 0 0 0 452.02 11238
12 720 2.3919 51 102 153 204 230 199 358 1016 1734 7 0 0 0 395.20 12661
13 780 0.0000 0 102 153 204 230 199 169 293 792 1243 4 0 0 330.44 13850
14 840 0.0000 0 0 153 204 230 199 169 138 228 568 753 1 0 257.74 14778
15 900 0.0000 0 0 0 204 230 199 169 138 108 164 343 262 0 177.22 15416
16 960 0.0000 0 0 0 0 230 199 169 138 108 77 99 119 0 111.24 15817
17 1020 0.0000 0 0 0 0 0 199 169 138 108 77 47 34 0 75.42 16088
18 1080 0.0000 0 0 0 0 0 0 169 138 108 77 47 16 0 54.19 16283
19 1140 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 138 108 77 47 16 0 37.72 16419
20 1200 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 108 77 47 16 0 24.22 16506
21 12.0 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 77 47 16 0 13.70 16556
22 1320 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 47 16 0 6.15 16578
23 1380 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16 0 1.59 16583
24 1440 0.0000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00 16583
DESCARGA MÁXIMA Q = 554.32 M3/S
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 109
7 MÉTODO RACIONAL
Consiste o método racional no cálculo da descarga máxima de uma enchente de projeto por uma
expressão muito simples, relacionando o valor desta descarga com a área da bacia e a
intensidade da chuva através de uma expressão extremamente simples e facilmente
compreensiva. Entretanto, por sua simplicidade, o método exige a definição de um único
parâmetro expressando o comportamento da área na formação do deflúvio, conseqüentemente
reunindo todas as incertezas dos diversos fatores que interferem neste parâmetro, conhecido
como coeficiente de deflúvio.
Contudo, por sua extraordinária facilidade de cálculo, esta expressão é, dentre todos os métodos
de avaliação de descargas de projeto para os sistemas de drenagem, aquele que é utilizado com
maior freqüência, não só no Brasil, mas em todo o mundo, principalmente nas bacias de pequeno
porte ou em áreas urbanas.
c.i. A c.P. A
Q= = sendo:
3,6 3,6 t C
c o coeficiente de deflúvio;
Para estabelecer a fórmula usada nesse método, admite-se uma chuva de intensidade constante
e uniformemente distribuída sobre a superfície da bacia e, com isto, para todas as partes da bacia
contribuírem simultaneamente com seus deflúvios no ponto onde se está avaliando a descarga, a
duração de chuva deverá ser igual ou maior que o seu tempo de concentração. Como a
intensidade da chuva decresce com o aumento da duração, a descarga máxima resulta de uma
chuva com duração igual ao tempo de concentração da bacia.
Como a intensidade pluviométrica é a chuva precipitada por unidade de área, a expressão pode
ser também apresentada em função da altura de chuva precipitada, com a duração igual ao tempo
de concentração da bacia, como foi apresentada na segunda parte da expressão.
Nesta obra, que se constitui em um conjunto bastante significativo para as chuvas em todo o
território nacional são apresentados os parâmetros e as equações que indicam a variação da
precipitação para os diversos períodos de recorrência para 98 postos pluviográficos que, em
função de terem sido exaustivamente testados, são do domínio público e sua utilização pode ser
generalizada. Nota-se que as precipitações relativas a cada posto variam muito pouco para
diferentes tempos de recorrência e estas diferenças são ainda menores para as durações de
precipitação mais longas.
Quando se dispõe de dados pluviográficos de chuvas de curta duração, para um posto que se
considere mais representativo para a bacia em estudo, convém efetuar sua análise estatística
para deduzir a precipitação com a duração igual ao tempo de concentração e recorrência de
projeto.
Esse procedimento admite que as curvas de chuva não se alteram apreciavelmente com a
mudança do tempo de recorrência, o que se pode constatar como verdadeiro examinando-se as
diversas curvas obtidas para os 98 postos catalogados.
O método racional tem sido usado de preferência para bacias de pequena área, mas nada indica
que não seja aplicável a bacias maiores, como usualmente é usado em projetos rodoviários em
outros países. Naturalmente para bacias maiores torna-se necessário corrigir as precipitações
através do fator de redução para a área, uma vez que a distribuição na superfície da bacia não é
uniforme e por isso é denominado normalmente como fator de distribuição. De qualquer forma o
método racional define apenas a descarga máxima e não a forma completa do hidrograma
requerido para alguns casos.
tc - tempo de concentração;
Quando se usam dados pluviográficos, obtém-se primeiro a precipitação desse posto para
diversas durações e período de recorrência de 10 anos. Dividindo-se esses valores pelas
precipitações do posto de referência para TR = 10 anos e diversas durações e marcando-se esses
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 112
valores correspondentes à região mais representativa da área de projeto, pode ser escolhido o
posto que tenha as precipitações relativas mais próximas das obtidas para o posto em estudo.
Para analisar dois postos com curvas de precipitações relativas semelhantes ao posto
considerado procura-se o fator de precipitação do posto de comparação ou dos dois encontrados
no anexo B como sendo mais semelhantes ao posto em estudo, efetuando-se a correção ou
interpolação de acordo com a posição das respectivas curvas de precipitações relativas. A
duração unitária será DU = tC / 8.
Quando se usam dados diários de um posto pluviométrico muito mais próximo da área em estudo
que os postos analisados e que disponham de 10 a 15 anos de observações, efetua-se uma
análise estatística para definir a precipitação para o período de recorrência de 10 anos,
multiplicando-se o resultado por 1,13 para obter a precipitação de 24 horas de igual freqüência de
ocorrência.
Acham-se primeiro as precipitações relativas, PR, do posto escolhido para diversas durações,
dividindo-se as precipitações de períodos de recorrência de 10 anos de desse posto, PK , dadas
pela análise estatística, pelas precipitações de igual duração e freqüência do posto de referência,
P10, conforme o quadro que se segue:
Adotando-se o fator de precipitação NP= 75, o número de curva CN= 40, TR = 10 anos e a duração
unitária DU = 40 / 8 = 5 minutos, resulta um fator de precipitação de FP = 1,68.
66
I = 67,33 = 101,0mm / h
40
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 113
valor que não difere muito dos 14,34 m3/s obtidos com a aplicação direta dos fluviograma unitário
triangular, conforme o exemplo do sub-capítulo 6.6.1.2.
Trata-se o exemplo de uma bacia situada na baixada fluminense, entre Niterói e Campos, no
Estado do Rio, com A = 10,5 km2, tc = 75 minutos, TR= 100 anos e CN= 72.
Com o fatot FP = 1,454, tc = 75 minutos, A = 10,5 km² e CN 72, o coeficiente de deflúvio c = 0,385.
A média dos fatores de precipitação para a duração de 48 horas nos postos de nº 48 Niterói e nº
17-Campos é próxima de FP= 0,90. Ressalta-se ainda que foi escolhida essa duração porque as
chuvas prolongadas influem de modo predominante o fator de precipitação.
60
64,1 = 96,1mm / h
40
a. Coeficiente de Distribuição
Para corrigir os efeitos da distribuição das chuvas nas bacias hidrográficas, consideradas uniforme
no Método Racional, principalmente nas bacias de médio porte, áreas superiores a 1 km² ,
gerando vazões relativamente superiores às que realmente ocorrem, são introduzidos coeficientes
redutores das chuvas de ponta que são designados Coeficientes ou Fatores de Distribuição.
O mais comum destes fatores, normalmente utilizado em projetos rodoviários é dado por:
n = A-0,10, onde
n = coeficiente de distribuição e
Para obras urbanas, como é recomendado pela Fundação Rio Águas, por exemplo, utiliza-se o
coeficiente definido por Burkli-Ziegler que define:
n = A-0,15, onde
A = área da bacia em ha
QUADRO - 7.1
COEFICIENTE
DESCRIÇÃO DAS ÁREAS DAS BACIAS TRIBUTÁRIAS
DE DEFLÚVIO
Comércio:
Residencial:
Industrial:
Ás vezes é conveniente obter o coeficiente de deflúvio de uma bacia pela média ponderada dos
coeficientes das diferentes superfícies que a compõem, sendo os pesos proporcionais às áreas
dessas superfícies. A tabela que se segue fornece os coeficientes de deflúvio para algumas
superfícies típicas.
QUADRO - 7.2
COEFICIENTE
TIPO DE SUPERFÍCIE
DE DEFLÚVIO
Ruas:
Íngreme, 7%
Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem 117
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- "Design of Small Dams" - U.S. Bureau of Reclamation - Depart-ment of the Interior, 1974
- Time Distribution of Rainfall in Heavy Storms -• F.A. Huff -lllinois State Water Survey,
Urban-Water Resources Research Fourth Quarter 1987 - Vol. 3, n? 04
- "Flood Hydrology Manual" - U.S. Department of the Interior, Bureau of Reclamation - 1989
- "Applied Hydrology", R.K. Linsley, M.A. Kohier e J.L.H. Paul hus, 1949
- Guidelines For Determining Flood Flow Frequency, U.S. Water Resources Council,
Bulletin 17, 1976.