TCC Final - Lucas Campelo
TCC Final - Lucas Campelo
TCC Final - Lucas Campelo
SÃO LUÍS/MA
2019
LUCAS SÁ GUIMARÃES CAMPELO
____________________________________
PROF. ME. ANTÔNIO PEREIRA E SILVA
ORIENTADOR
SÃO LUÍS/MA
2019
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA CENTRAL - UEMA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA E PRODUÇÃO
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
A ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida
acadêmica do aluno.
São Luís/MA, 27 de junho de 2019
i
DEDICATÓRIA
ii
AGRADECIMENTOS
iii
EPÍGRAFE
iv
RESUMO
v
ABSTRACT
The belt conveyor is a material handling equipment in bulk through a reinforced rubber strip,
moving over drums and rollers in order to provide a continuous flow more quickly, low cost,
operating safely, being versatile and with a wide variety of capabilities. Such components
require maintenance for longer life and to achieve production goals by combining technical
and administrative actions designed to maintain or replace an item in a state in which it can
perform its required function. Using the maintenance to increase the reliability of the assets,
one can measure the probability of an asset performing its function adequately within a time
interval, identifying the variation of the probability of failures that may occur, visualizing how
the failures occur and as they are statistically distributed, so the investigation of fault behavior
is essential in identifying the actions to be taken. This equipment is subject to several failures,
among them, belt misalignment and roll change are the main anomalies found in the studied
transporters, through action plans and through methodologies such as PDCA, A3 and FMEA,
it was possible increase the reliability of these assets, designing strategies to combat and
prevent such failures, making inspection and maintenance more assertive, accomplished in
less time and reducing costs.
Keywords: Belt conveyors; Maintenance; Reliability; Misalignment; Change of Rolls.
vi
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
vii
Figura 31: Vista frontal a correia do escoamento no chute de alimentação do TR-315K-33 45
Figura 32: Vista lateral a correia do escoamento no chute de alimentação do TR-315K-33 46
Figura 33: Vista de topo do escoamento no chute de alimentação do TR-315K-33 46
viii
LISTA DE GRÁFICOS
ix
LISTA DE TABELAS
x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
xi
SUMÁRIO
FOLHA DE APROVAÇÃO.............................................................................................. i
DEDICATÓRIA ............................................................................................................... ii
EPÍGRAFE ...................................................................................................................... iv
RESUMO ..........................................................................................................................v
ABSTRACT .................................................................................................................... vi
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................1
2. OBJETIVOS .................................................................................................................3
3. JUSTIFICATIVA ..........................................................................................................4
4.11.4 Guias..............................................................................................................29
5. METODOLOGIA .......................................................................................................32
5.3 PRINCIPAIS FALHAS NOS TRANSPORTADORES DE CORREIA ...............32
6.2.2 Gráfico de evolução de temperatura dos rolos das mesas de impacto ............52
7. CONCLUSÃO .............................................................................................................55
1
A partir da definição do objeto de estudo e da metodologia utilizada, identificando os
problemas a partir das técnica e ferramentas disponíveis, pode-se iniciar as tratativas a fim de
analisar e monitorar a confiabilidade, mantenabilidade e disponibilidade de sistemas, com
foco na assertividade da inspeção e execução da manutenção.
2
2. OBJETIVOS
3
3. JUSTIFICATIVA
4
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O estudo das falhas mais recorrentes dentro do processo produtivo industrial tem sido
uma excelente ferramenta utilizada pelas organizações de modo a alcançar um diferencial
competitivo. Diversas metodologias estão sendo desenvolvidas de modo a mensurar o
comportamento da falha e como este se relaciona com outras variáveis do contexto da
manutenção. A partir de tal entendimento é possivel estabelecer uma linha lógica de atuação
que permitirá atingir objetivos como mínima indisponibilidade operacional de ativos, maior
segurança para os usúarios e pouco ou nenhum impacto ambiental, segundo Oliveira (2003).
4.1.1 Falhas
Siqueira (2005) define a maneira como ocorre a falha em um ativo ou a maneira que
uma falha é observada em uma função de subsistema ou componente é chamada de modo de
falha. Prossegue argumentando que enquanto a falha é associada à função do sistema, o modo
de falha é associado ao evento que provoca a transição para o estado de falha. Para se
determinar os modos de falhas existem duas abordagens: a estrutural e a funcional.
A abordagem funcional é genérica, não necessita de especificações de projeto ou de
engenharia. Pode ser tratada como uma não-função, ou seja, qualquer alteração do
5
desempenho desejado. A abordagem estrutural é bem mais abrangente, muitas vezes
necessitando de participação de um corpo técnico bem experiente para sua identificação.
Oliveira (2003) define os efeitos da falha como a exteriorização do que acontece quando
um modo de falha ocorre. Em outras palavras, o efeito é a forma ou maneira de como o modo
de falha se manifesta ou como é percebido em nível de sistema. O modo de falha ocorre
internamente, em nível de componentes, subsistemas, gerando efeitos externos, efeitos estes
que podem ter consequências catastróficas em sistemas complexos.
Moubray (2000) classifica as falhas sobre aspectos como: origem, extensão, velocidade,
manifestação, criticidade e idade.
6
Figura 1: Classificação das falhas (Adaptação de Siqueira, 2005)
7
Gráfico 1: Curva da Banheira (Adaptação de Gutiérrez, 2005)
9
contribui para a verificação dos resultados das ações e, consequentemente à tomada de
decisão, tendo em vista que a medida que se acompanha a execução das atividades torna-se
imprescindível o aprimoramento das ações destoantes. O controle permanente dos processos é
condição básica para a manutenção da qualidade de bens e serviços, segundo Costa (2003).
Planejar e controlar se tornam indispensáveis dentro do contexto operacional da
manutenção, de modo a permitir o alcance da qualidade, a diminuição dos custos e a
segurança que o mercado exige.
4.3 PDCA
10
4.4 A3 DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
4.5 MANUTENÇÃO
11
Atualmente, a manutenção tem se incorporado ao planejamento estratégicos das grandes
organizações, nessa perspectiva Zaions (2003) defende a associação da manutenção tanto com
as atividades de gestão quanto com as atividades operacionais sempre visando garantir a
maior disponibilidade e a confiabilidade do ativo, de modo a assegurar que as funções dos
sistemas sejam mantidas dentro do planejado, sempre primando pela segurança humana e a
integridade ambiental.
Como pode ser observado, conceituar a manutenção envolve diversos aspectos, mas de
maneira geral a manutenção busca a conservação de todos os ativos, de forma que todos
estejam em condições ideais de operação ou, em caso de falhas, estes possam ser reparados no
menor tempo possível e da maneira tecnicamente mais correta.
12
percepção de que as falhas poderiam ser evitadas, foi o início do manutenção preventiva,
associado as técnicas como Manutenção Produtiva Total (TPM – Total Productive
Maintenance) e técnicas de qualidade total, que emergiram principalmente na indústria
japonesa e revolucionaram a maneira de manutenir.
Terceira geração: Automatização praticamente completa dos processos industriais.
Aspectos como segurança, meio ambiente e qualidade se incorporaram aos planos de
manutenção.
13
Tabela 1: Métodos e Técnicas da Manutenção (Adaptação de Mortelari, 2011)
Primeira geração: caracterizada pelo reparo após a falha, não havendo nenhuma
preocupação com sua prevenção.
Segunda geração: surgimento das primeiras manutenções programadas, trazendo uma
maior atenção em relação à disponibilidade operacional e à vida útil dos equipamentos,
sempre privando por custos menores.
Terceira geração: desenvolvimento das parametrizações no processo de manutenção
trazendo uma abordagem sistemática das maneiras de ocorrência de falhas através de estudos
sobre riscos, modos de falha e análise dos efeitos destas, de modo a alcançar maior
disponibilidade, confiabilidade, segurança e vida útil, sem danos ao meio ambiente, pessoas
envolvidas e consequente redução dos custos.
Quarta geração: baseada na engenharia da confiabilidade, fundamentando-se na
gestão estratégica de ativos com uma visão holística da manutenção, através de
monitoramentos, controles e interação de metodologias de gestão para o aprimoramento das
técnicas preventivas e preditivas.
As duas abordagens sobre a evolução temporal da manutenção são semelhantes, porém
a apresentada por Mortelari (2011) destaca a Engenharia de Confiabilidade como pilar da
quarta geração. Atualmente, todas as grandes organizações utilizam técnicas de confiabilidade
de modo a melhorar a disponibilidade de seus ativos.
14
4.7 CLASSIFICAÇÃO DA MANUTENÇÃO
As manutenções programadas são quelas que seguem critérios de tempo e condições pré
definidas, podendo ser executadas periodicamente, ou seja, dentro de intervalos fixos de
tempo, e aperiodicas, sendo realizadas por oportunidades. As manutenções não programadas
são aquelas executadas em função da necessidade, ou seja, na ocorrência da falha a
manutenção é realizada, segundo Siqueira (2005).
15
Manutenção Corretiva: é a manutenção executada após a falha ocorrer. O uso da
manutenção corretiva justifica-se em situações onde a ocorrência da falha do equipamento
não gera riscos de segurança do usuário e nem do ambiente; onde existe um bom
almoxarifado e peças sobressalentes e onde os custos da manutenção corretiva são menores
que outros metodologias. A norma NBR 5462 (1994) descreve como a manutenção efetuada
após a ocorrência de uma pane destinada a recolocar um item em condições de executar uma
função requerida. Para Filho (2008) a manutenção corretiva pode ser dividida em duas
classes: corretiva planejada, onde o reparo ou remoção da falha é realizado em função do
acompanhamento das condições operacionais do equipamento e corretiva não planejada ou de
emergência, onde o reparo ocorre após a falha. Dillhon (2006) apresenta este tipo de
manutenção como toda a ação de reparo, decorrente de uma falha ou defeito, restabelecendo
um item a uma condição operacional satisfatória. Para Bloom (2006) a manutenção corretiva
é todo trabalho executado a fim de reparar uma falha em uma máquina ou equipamento.
Manutenção Preventiva: tem o propósito de prevenir e evitar que a falha aconteça.
Indicada em situações onde a manutenção preditiva é inviável técnica ou financeiramente,
onde as ocorrências de falhas comprometem seriamente a segurança dos envolvidos, existem
oportunidades de paradas, pois não se trata de equipamentos de operação contínua. A NBR-
5462 (1994) define como “Manutenção preventiva a atividade efetuada em intervalos
predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de
falha ou a degradação do funcionamento de um item”. O objetivo da manutenção preventiva é
identificar falhas potenciais antes de sua ocorrência ou desenvolvimento, evitando a
deterioração dos sistemas abaixo dos níveis de segurança e confiabilidade desejados,
mantendo um bom estado de funcionamento. A manutenção preventiva é realizada através de
tarefas periódicas que incluem: inspeções e verificação das condições, serviços de operação,
atividades de calibração e ajustes, alinhamentos, testes, reparos e substituições de
componentes.
Manutenção Preditiva: é aquela baseada no acompanhamento das reais condições de
funcionamento do ativo buscando a prevenção ou antecipação da falha, medindo parâmetros
que indiquem a evolução de uma falha a tempo de serem corrigidas. Sua aplicação permite o
máximo aproveitamento da vida útil e o mínimo de necessidade de intervenções (paradas) nos
equipamentos. Para Filho (2008) a manutenção preditiva é toda a ação de monitoramento das
condições de um sistema, seus parâmetros operacionais e sua eventual degradação, sendo
16
realizada através de medições ou inspeções que não interfiram na operação do sistema.
Raposo (2004) por sua vez, caracteriza a manutenção de preditiva de duas perspectivas
distintas: a primeira ele a considera como integrante da manutenção preventiva de
acompanhamento, onde a supervisão dos parâmetros é realizada de maneira contínua, mas a
degradação do sistema é desconhecida, a outra abordagem assume uma análise sistemática do
processo já sendo considerada uma forma especifica de manutenção. Cumpre destacar que, a
intervenção fruto do acompanhamento preditivo, é chamada de Manutenção Corretiva
Planejada.
Manutenção Detectiva: busca identificar as falhas que já tenham ocorrido, mas que
não foram percebidas, ou seja, é a atuação efetuada em sistemas de proteção buscando
detectar falhas ocultas ou não-perceptíveis ao pessoal de operação e manutenção. A
identificação de falhas ocultas é primordial para garantir a confiabilidade. Uma característica
peculiar da manutenção detectiva é a possibilidade de ser realizada com o sistema em
operação o que garante uma maior disponibilidade do equipamento, apresentando apenas
como desvantagem a necessidade de profissionais bem treinados e habilitados para execução
da atividade. É muito semelhante a manutenção preditiva, a principal diferença é que na
preditiva o diagnóstico é feito a partir da medição e acompanhamento dos parâmetros
operacionais do sistema, na manutenção detectiva o diagnóstico é automático a partir do
processamento das informações colhidas junto ao sistema, de acordo com Hansen (2002).
Manutenção Produtiva: focada em otimizar a produtividade e disponibilidade dos
equipamentos. Pode ser considerada como um modelo de gestão que busca a eficiência
máxima do sistema produtivo através da eliminação de perdas e do desenvolvimento do
usuário (qualificação) e sua relação com o equipamento. A literatura pouco conceitua a
manutenção produtiva, porém a União Brasileira para a Qualidade (UBQ) define como uma
filosofia e uma coleção de práticas e técnicas desenvolvidas na indústria japonesa e destinados
a maximizar a capacidade dos equipamentos e processos, não se destinando somente para a
manutenção dos equipamentos, mas também para todos os aspectos relacionados à sua
instalação e operação e sua essência reside na motivação e no enriquecimento pessoal das
pessoas que trabalham dentro de uma companhia. (UBQ, 2007).
Manutenção Proativa: focada em aumentar a vida útil do ativo em detrimento da
realização de reparos e correções, buscando as causas que ocasionaram a indisponibilidade
operacional do ativo, em uma atitude proativa de melhoria contínua, evitando as condições
17
subjacentes que levam a falhas e degradação do sistema. Ao contrário da manutenção
preditiva/preventiva, a manutenção proativa cria ações conetivas que objetivam as causas da
falha-raiz, não apenas sintomas. A manutenção proativa consiste na identificação e eliminação
sistemática dos problemas potenciais relacionados com todos os aspectos de confiabilidade,
disponibilidade e sustentabilidade, para Hansen (2002).
4.8 CONFIABILIDADE
18
A função Taxa de Falhas λ (t) também é importante e representa o número de falhas
ocorridas em um determinado período de tempo, e se comporta de maneira diferente no
decorrer da vida do equipamento (curva da banheira).
Existem outros parâmetros utilizados nas análise de confiabilidade, que são:
a) Tempo Médio para Falha (MTTF) – É o tempo médio para falha de componentes que não
podem ser reparados.
b) Tempo Média entre Falhas (MTBF) – É o tempo médio de falha de componentes
reparáveis.
c) Tempo Médio para Reparo (MTTR) – É o tempo para reparo de componentes.
19
NPR = Gravidade x Frequência x Detectabilidade (4.1)
4.11.1 Roletes
O nome é dado pela união de dois componentes, os rolos e o cavalete, que é o seu
suporte, onde os rolos conseguem exercer livre rotação em torno de seus eixos suportando o
peso da correia e do material transportado, além de guia-la segundo o fluxo desejado,
conforme Strebel (2009).
21
4.11.1.1 Rolete de carga
22
Figura 5: Roletes de impacto (Autor, 2019)
Normalmente um rolo com revestimento metálico e/ou com anéis de borracha que apoia
a área de retorno da correia, que não possui material, devido a isso, há um espaçamento maior
entre os cavaletes. Também evita o acúmulo de material e gera o desprendimento do material
preso na correia, conforme figura 6.
23
Figura 6: Roletes de retorno (Autor, 2019)
Conjunto de rolos que ficam próximos aos tambores de descarga para ajuste da
mudança de concavidade que ocorre nesta região, como visto na figura 7.
Conjunto de rolos ligados a um cavalete com mecanismo móvel que visa controlar o
deslocamento lateral da correia tanto na área de carga quanto na de retorno, de acordo com a
figura 8.
Rolos de tamanho inferiores aos demais que ficam verticalmente em relação a borda da
correia, dando suporte aos roletes auto-alinhantes no controle de deslocamento lateral da
correia, como visto na figura 9.
25
Figura 9: Rolos guias (Autor, 2019)
4.11.2 Tambores
26
Figura 10: Tambor de acionamento (Autor, 2019)
Também conhecido por “turnovers”, servem para girar a correia em 180º a fim de
eliminar problemas causados por uma correia suja, evitando o contato de material morto com
as roldanas. São distribuídos com um tambor de 45º de entrada, dois tambores de 90º
intermediários e um tambor de 45º de saída, de acordo com a figura 11.
27
Figura 11: Tambores viradores de correia (Autor, 2019)
Os demais tambores servem para mudar o curso da correia, realizar o retorno da mesma
e dar a tensão necessária para evitar o surgimento de folgas durante o fluxo, na figura 12 é
exemplificado o tambor de retorno.
4.11.4 Guias
As guias e chapas defletoras devem conter o material na saída do chute até que o mesmo
se adeque a velocidade da correia, de forma a evitar que transborde, sem entrar em contato
com os rolos, como visto na figura 14.
29
Figura 14: Guias (Autor, 2019)
4.11.5 Raspadores
São dispositivos de limpeza que têm como função retirar todo material agregado no
retorno da correia, protegendo rolos e tambores de sofrerem desgaste prematuro por contato
direto com o material. Na figura 15 é possível verificar dois tipos de raspadores, o primário e
o secundário.
31
5. METODOLOGIA
Para entender a metodologia utilizada neste trabalho, antes é preciso entender acerca das
principais falhas dos componentes estudados.
Com uma operação contínua e com um fluxo de material elevado, é normal que
apareçam falhas ao longo do processo. Deve-se evitá-las ou amenizá-las ao máximo para
reduzir custos e diminuir impactos na produção. Para isso a prioridade fundamental é proteger
a correia transportadora, pois ela é o componente mais caro do conjunto. Serão
exemplificados os modos de falha que ocorrem em “P0”, falhas tratadas em manutenção
corretiva.
Dentre estas falhas, podemos destacar o desalinhamento da correia, que pode causar
danos a borda, sendo causado pelo desnivelamento dos tambores, por roletes empenados, falta
de centralização do fluxo de material na saída das áreas de transferência ou caso a correia não
esteja totalmente tensionada. Este tipo de falha é identificado através de chaves de
desalinhamento localizadas nos extremos de cada lado da correia, estando a uma distância
pré-definida fora do alcance normal do fluxo, somente sendo acionada em condições
extremas, como é ilustrado na figura 17.
O sistema de contrapeso também pode apresentar falhas, como avarias nos cabos de
aço, devido as elevadas cargas a que estão submetidos, desgastes nas polias e trincas nas
estruturas de sustentação.
Assim como os rolos, os tambores estão sujeitos a degradação com o contato direto com
o material transportado, perdendo seu revestimento e danificando sua carcaça. A falta de
abastecimento no sistema de lubrificação pode causar danos as suas estruturas internas.
O sistema de cabeça móvel deve ser bem projetado para que seus motores e freios
funcionem de forma sincronizada, pois são um conjunto de quatro acionamentos, respeitando
seus limites de fim de curso e transladando na velocidade adequada, evitando falhas de
posicionamento. A mesma preocupação ocorre nos demais acionamentos dos transportadores,
33
para que não haja falhas elétricas nos motores, falta de lubrificação nos redutores e desgastes
excessivos nas pastilhas dos freios.
Os chutes podem apresentar furos em suas paredes com o desgaste ocorrido pelo
impacto contínuo com o material, que também pode causar queda das chapas internas com a
corrosão de suas soldas. Caso o fluxo de material exceda a capacidade do chute, pode ocorrer
o entupimento do mesmo.
Gráfico 2: Ranking de Falhas Mecânicas – Linhas de Saída do Pátio Sul (2017 e 2018)
34
trabalho. Em seguida foi elaborado o diagrama de Pareto para relacionar estes modos de falha
com os equipamentos, propondo quais ativos seriam priorizados.
Desta forma, obteve-se o gráfico 3 para o modo de falha desalinhamento, em relação
aos transportadores estudados:
35
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dessa forma, identificando quais são os principais problemas e onde eles ocorrem, é
possível prosseguir com a metodologia PDCA para corrigir estas falhas.
Sabendo quais são os problemas, desalinhamento e troca de rolos, e onde eles estão
ocorrendo com mais frequência, nos TR-315K-33 e TR-315K-36, pode-se começar o
planejamento e o plano de ação. Destrinchando ambas as falhas e tratando cada uma
separadamente, é possível dar uma tratativa mais rápida e assertiva.
6.1 DESALINHAMENTO
Prioridade 1 1 1 2 2
Prevenir danos
Diminuir Sanar a correia,
tempo de desalinhament verificar Tratar causa do Tratar causa do
Benefício
paradas o de forma possíveis desalinhamento desalinhamento
corretivas imediata desbalanceame
ntos
36
Responsável Inspeção Manutenção Inspeção Terceirizada Engenharia
Após a
Quando o
eliminação das
Início Rotina Rotina Rotina transportador
outras
Fazer
estiver parado
possibilidades
Em até uma
Fim Rotina Rotina Rotina Em até um mês
semana
Desalinham
Caso seja Caso seja
ento se
alinhado algum readaptado os
tornar Rolos podem Avarias não
tambor, deve-se mortos do
Riscos acentuado e danificar a serem
atentar para as chute, deve-se
causar correia percebidas
tensões nos evitar casos de
Checar
danos a
rolos próximos entupimento
correia
Monitorar Inspecionar
Evitar mover
princípios chutes,
Manter rotina Manter rotina muito os
Estratégias de verificando as
de inspeção de inspeção tambores em
desalinhame medidas
caso de ajustes
nto internas
Providenciar
Focar em Não acrescentar
Lições Rotina de troca ou Mover
bordas chapas que
aprendidas inspeção reposição de tambores
Agir
37
6.1.2 Layouts dos transportadores (Gestão visual dos gatilhos de desalinhamento)
38
Figura 20: Layout do TR-315K-36
43
Tabela 4: Dados dos TR-313K-88 e TR-315K-33
Para a simulação foi utilizado o software Bulk Flow Analyst – BFA, versão 1.2630, que
permite a modelagem de escoamento de partículas através do Método dos Elementos
Discretos (DEM – Discrete Element Method).
A simulação consiste, primeiramente, em analisar a geometria do chute considerando
somente as taxas nominais das correias. Com base na análise, a geometria do chute pode ou
não receber sugestões de modificação. Após essa etapa, a condição final (com ou sem
modificação) será avaliada com a taxa nominal e a taxa de projeto.
44
6.1.5.1 Escoamento através do chute na condição nominal – original
45
Figura 32: Vista lateral a correia do escoamento no chute de alimentação do TR-315K-33
Nota-se que, apesar das partículas preencherem as três caixas de pedra (mortos), o
sistema de caixas de pedra não é suficiente para direcionar o escoamento de tal forma que o
fluxo de minério chegue na correia receptora, centralizado e com velocidade aproximada.
46
6.1.5.2 Tendência ao entupimento
47
Gráfico 6: Fator de desalinhamento na correia do TR-315K-33
Verificando assim, que o projeto do chute analisado, não desempenha sua função de
forma satisfatória, pois a correia apresenta um fator de desalinhamento acima do tolerável,
sendo necessário a aplicação de melhorias no chute, readequando suas caixas de pedras
(mortos), para diminuição do desalihamento, partindo da premissa que o escoamento ocorra
de forma satisfatória, ou seja, de forma centralizada, no mesmo sentido e com velocidade
aproximada ao da correia receptora.
48
No segundo passo, foi desdobrado o problema, verificando que a queda de material
descentralizada no chute e o comprimento da correia com medidas acima do padrão de
projeto, influenciariam diretamente na causa desse desalinhamento.
Pode ser observado que o desgaste excessivo nas chapas defletoras do chute seriam o
ponto de ocorrência do problema priorizado, seguindo o fluxo do processo após a
identificação na inspeção.
No terceiro passo foi estabelecido a meta para reduzir a frequência de eventos de
desalinhamento, com a troca sistemática das chapas defletoras sendo a contenção do
problema.
No quarto passo foi feito a análise da causa raiz, onde foi verificado no campo de
material o desgaste prematuro das chapas defletoras e no método a falha na identificação
durante o processo de inspeção. Sendo a causa raiz identificada como o material fugitivo pelo
desgaste nas chapas do chute.
No passo cinco e seis foi desenvolvido a contramedida de programar pitstop (paradas
mais curtas) de limpeza da região do chute, para facilitar a inspeção e as ações são para
mapear e trocar as chapas defletoras desgastadas.
No passo 7 foi verificado que o processo está funcionando de acordo com as
contramedidas. Enquanto no passo 8, foi definido que será padronizado a rotina de pitstop de
limpeza para todos os transportadores do pátio.
49
6.2 TROCA DE ROLOS
Para troca de rolos deve-se iniciar o planejamento com a identificação do que levou ao
desgaste prematuro do rolo para que o mesmo seja trocado, a partir disso pode-se definir o
plano de ação na tabela 5:
Verificar
Identificar Verificar
presença e Verificar guias Realizar troca
Ação rolos acumulo de
eficiência de dos chutes do rolo
Planejar
desgastados materiais
raspadores
Prioridade 1 1 2 2 1
Aumentar Evitar acúmulo Evitar acúmulo
Evitar danos Evitar danos a
Benefício vida útil dos de material de material
a correia correia
rolos sobre os rolos sobre os rolos
Responsável Inspeção Inspeção Inspeção Inspeção Manutenção
Fazer
Tentar trocar
Posicionar os a maior
Realizar
raspadores Realizar a troca quantidade de
limpeza
Realizar estrategicamente das guias assim rolos em
frequente
Estratégias rotina de para que que preventiva,
nos pontos
inspeção desempenhem apresentarem desde que não
de acúmulo
bem a sua desgaste ofereçam
de material
função risco para a
correia
Providenciar
mudanças Verificar Posicionar
Aproveitar Evitar trocar
Lições para fixações dos adequadamente
oportunidades rolos que não
Agir
50
6.2.1 Revisão dos Planos de Inspeção
Após a execução do plano de ação, percebeu-se que a quantidade de inspeções com foco
em itens de desgaste, não estava sendo suficiente para identificar os rolos que precisavam ser
trocados, antes de evitar algum dano a correia ou um aumento de temperatura de forma que
evitasse princípios de incêndio.
Os itens a seguir foram revisados e readaptados dos planos de inspeção existentes para
que as ocorrências fossem evitadas. Onde as seguintes questões devem ser verificadas:
Inspeção de Desgaste dos Rolos:
- Condições inadequadas de limpeza:
- Ruído anormal:
- Vibração excessiva:
- Travamento, avarias e/ou ausência de rolos de carga, retorno e impacto:
- Corrosão, avarias e/ou ausência de cavaletes de carga, retorno e impacto:
- Parafusos, arruelas e porcas de cavaletes de carga, retorno e impacto folgados, avariados
e/ou ausentes:
- Ausência, corrosão, deformações, empenos, trincas, defeitos em cordões de solda e/ou
avarias em telas e/ou chapas de proteção instaladas na região de retorno:
- Parafusos, arruelas e porcas externas folgados, avariados e/ou ausentes de telas e/ou chapas
de proteção instaladas na região de retorno:
- Incompatibilidade de dimensões e/ou componentes de telas e/ou chapas de proteção
instaladas na região de retorno com especificações de projeto:
- Cavaletes auto-alinhantes de carga e de retorno com altura inadequada em relação aos
cavaletes fixos:
- Distância entre cavaletes de impacto:
- Travamento, avarias e/ou ausência de rolos de proteção de estrutura:
- Corrosão, avarias e/ou ausência de suportes de rolos de proteção de estrutura:
- Parafusos, arruelas e porcas de suportes de rolos de proteção de estrutura folgados,
avariados:
Após a inspeção desses itens, o inspetor deverá fazer observações gerais de cada anomalia
identificada e inserir o número da nota de manutenção para sanar o problemas.
51
Inspeção de Rolos Desaguadores e Suportes:
- Condições inadequadas de limpeza de rolos desaguadores e de seus suportes:
- Regulagem:
- Ruído anormal:
- Vibração excessiva:
- Travamento, avarias e/ou ausência de rolos desaguadores:
- Corrosão e/ou avarias de cavaletes suportes de rolos desaguadores:
- Parafusos, arruelas e porcas de suportes de rolos desaguadores folgados, avariados e/ou
ausentes:
Foi identificado a partir de uma análise mais detalhada das falhas, uma grande
quantidade de eventos de troca de rolos devido a princípios de incêndio nas mesas de impacto.
Para evitar novos casos, aumentou-se a quantidade de inspeções termográficas e gerou o
gráfico 7 de evolução da temperatura dos rolos, daqueles que apresentassem alguma variação
significativa, dessa forma pode-se verificar que em casos com material acumulado próximo
aos rolos, o mesmo levava em média quatro semanas até apresentar sinais de temperatura
elevada, sendo necessário a troca imediata.
52
6.2.3 Sistema de Gestão de Rolos
Para controlar os gastos com troca de rolos, foi desenvolvido um sistema de gestão de
rolos, uma planilha que serviria para mapear falhas e criar um histórico de todas as trocas de
rolos realizadas. Ela consiste no número da ordem de manutenção, o ativo (transportador), o
tipo de rolo, o número da baliza, do cavalete e a posição do rolo, se é necessário a montagem
de andaime ou realizar limpeza no local da troca, o status da falha, a data de abertura da nota,
para acompanhar a criticidade da falha e o tempo para a tratativa, o fabricante, caso seja
preciso acionar a garantia, se a troca foi feita em manutenção corretiva (P0), manutenção de
oportunidade (P1) ou manutenção preventiva (P2), quando será a previsão para a troca do rolo
e a data de atualização do controle por cada inspetor, sendo estabelecido uma rotina de
atualização semanal, sendo observado na tabela 6.
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7. CONCLUSÃO
A partir dos conceitos estudados e das tratativas dos problemas encontrados, é possível
ver a eficácia dos planos de ação empregados e suas respectivas contramedidas. Dessa forma
é possível replicar as ações para os demais transportadores, com o intuito de tratar as
anomalias encontradas através das metodologias de qualidade exploradas, utilizando os planos
do PDCA e do A3 para alcançar resultados imediatos.
Desta forma, pode-se utilizar o FMEA como ferramenta de manutenção para prevenir
possíveis falhas de desalinhamento e troca de rolos prematuras em outros transportadores e
até mesmo para as máquinas recuperadoras de minério e empilhadeiras.
Evitando que novas ocorrências aconteçam e dando tratativas mais rápidas e eficazes
para algum gatilho pontual, é possível aumentar a confiabilidade dos ativos estudados,
reduzindo gastos, tempo e utilizando a mão de obra de maneira mais adequada.
Reduziu-se a quantidade de eventos de princípios de incêndio em mesas de impacto de
quatro para zero e diminui-se os gastos com troca de rolos em corretiva em 12% no primeiro
trimestre de 2019 em relação ao mesmo período de 2018 ao acionar a garantia de rolos
trocados prematuramente.
Em relação as horas de P0 causadas pelo desalinhamento no TR-315K-33, reduziu-se
em 28,13% no primeiro trimestre de 2019 em relação ao mesmo período de 2018.
Gerando disponibilidade física para o equipamento de forma que ele execute suas
atividades sem imprevistos, atingindo metas e consequentemente alavancando a produção,
dando mais lucros e tornando a empresa mais competitiva no mercado.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DHILLON, B. S. Engineering maintenance: a modern approach. 2ª. ed. Florida: CRC Press,
2002.
FALCONI, V. O PDCA focado nos resultados. Edição 271, BQualidade, Janeiro de 2015.
56
INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISSION'S. IEC 60812: Analysis
techniques for system reliability – procedure for failure mode and effects analysis (FMEA).
Switzerland, 2006.
SAE STANDART. Potential Failure Mode and Effects Analysis in Design (Design
FMEA), Potential Failure Mode and Effects Analysis in Manufacturing and Assembly
Processes (Process FMEA). SAE Standard. Surface Vehicle Recommended Practice SAE
J1739. 2000.
SOBEK II, D. K.; SMALLEY, A. Entendendo o pensamento A3. 1. Ed. Bookman, 2010.
UBQ (União Brasileira da Qualidade – MG). Coletânea dos Estudos de Caso apresentado
na 7º Convenção Mineira de TPM / 4º Convenção Brasileira de TPM. Belo Horizonte,
2007.
57
ZAIONS, D. R. Consolidação da Metodologia de Manutenção Centrada em
Confiabilidade em uma Planta de Celulose e Papel. 2003. 219 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.
58
APÊNDICE A – A3 DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS: DESALINHAMENTO
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60
FMEA
PROPOSTA
MODO DE RESULTADOS PONTOS
EQUIPAMENTO MEDIDAS O QUE POR QUE COMO ONDE RESPONSÁVEL STATUS DE NOVAS NPR
FALHA ALCANÇADOS PROBLEMÁTICOS
AÇÕES
Fazendo o Tratativas
Para evitar que o
preenchimmento realizadas nos
Identificar pontos de Acompanhar gatilhos desalinhamento se Em todos os
dos layouts de Inspetores Concluído locais de maior 16
desalinhamento de desalinhamento agrave e trate a causa transportadores
identificação dos incidência de
raiz
transportadores desalinhamento
Desenvolver
Medir a distância de novos
Diminuição da Dificuldade de
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63
APÊNDICE D – FMEA: TROCA DE ROLOS
FMEA
EQUIPAMENT MODO DE RESULTADOS PONTOS PROPOSTA DE
MEDIDAS O QUE POR QUE COMO ONDE RESPONSÁVEL STATUS NPR
O FALHA ALCANÇADOS PROBLEMÁTICOS NOVAS AÇÕES
Identificar desgastes Diminuição de
Evitar quebra de Evitar que a parede Aumentando a Controlar vida útil
acentuados no Em todos os eventos que
revestimento dos do revestimento frequência das Inspetores Concluído dos rolos e acionar 48
revestimento do transportadores danificam a
rolos venha romper inspeções a garantia
rolos correia
Identificar pontos
Diminuição de
em que a carga não Evitar esforço Verificar o Controlar vida útil
Evitar quebra de Ao longo dos casos de rolos
está distribuída de excessivo de algum alinhamento da Inspetores Em andamento dos rolamentos e 96
rolamento dos rolos transportadores com temperaturas
forma equivalente rolamento correia acionar a garantia
elevadas
Transportador de Troca de entre os rolos
correia Rolos Idenficar os pontos Evitar desgaste do Diminuição de Aumentar a
Evitar acúmulo de Aumentando a Falta de mão de obra de
de acúmulo de revestimento e Em todos os pontos com quantidade de
material sobre os eficiência dos Inspetores Em andamento manutenção em 160
material sobre os esforço excessivo transportadores acúmulo de raspadores em
rolos raspadores raspadores
rolos no rolamento material locais estratégicos
Utilização de
Proteger a correia, Parando o
Diminuição da ferramentas e
Evitar que rolos Identificar rolos que evitando que a equipamento em Diminuição de
Em todos os produção, caso o dispositivos para
danificados avariem oferecem risco a mesma entre em P0 para troca Manutenção Em andamento casos de rasgos na 240
transportadores número da paradas seja diminuição do
a correia correia contato com rolos imediata dos correia
elevado tempo de
danificados rolos danificados
manutenção
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