Ebook Mercado Livre de Energia - Me Jocemar Bueno - Lehrplan

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Mercado Livre de Energia

2021

e-Book
Me. Jocemar Felicio Bueno

Lehr
Mestre em Engenharia de Energia;
Graduado em Física;

plan Técnico em Eletrotécnica - CFT: 2208240790;


Lehrplan | Consultoria e Treinamentos.
www.lehrplan.tech

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO

RESUMO DA HISTÓRIA DO SETOR ELÉTRICO NO BRASIL

ANEEL, CEEE e ONS

CCEE

ONS

ANEEL

MERCADO LIVRE DE ENERGIA

EMPREENDIMENTOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

GERAÇÃO PRÓPRIA DE ENERGIA

AUTOPRODUÇÃO DE ENERGIA EM BAIXA TENSÃO

COMERCIALIZAÇÃO ATACADISTA DE ENERGIA

COMERCIALIZAÇÃO VAREJISTA DE ENERGIA

'HEDGE' DE ENERGIA

'TRADING' DE ENERGIA

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INTRODUÇÃO
No Brasil, o setor de energia pode ser dividido em dois
ambientes de comercialização. Um deles é o Ambiente de Contratação
Regulado (ACR), e o outro é o Ambiente de Contratação Livre (ACL). E
podemos verificar suas diferenças através da tabela a seguir.

ACL ACR
Micro e Minigeração, distribuidoras e
Geradores, Autoprodutores, comercializadoras.
PARTICIPANTES comercializadoras, consumidores
livres e especiais.

Livre negociação entre os Cota de Itaipu Binacional;


CONTRATAÇÃO compradores e vendedores. Cota de Angra 1 e 2;
Cota de Concessões Renovadas;
Cota do PROINFA;
Contratos Bilaterais;
Geração Distribuída (RES 167/2005
ANEEL);
Leilões de Energia Existente;
Leilões de Energia Nova;
Leilões de Fonte Alternativa;
Leilão de Ajuste;
Geração Própria.
Regulado pela ANEEL, denominado
TIPO DE Acordo livremente estabelecido Contrato de Comercialização de
CONTRATO entre as partes (CBL), MCP, Energia Elétrica no Ambiente
Cotas, Exportação e Importação. Regulado (CCEAR).

PREÇO Acordo entre comprador e Estabelecido no leilão.


vendedor.

Atualmente, chamamos o ACL de “Mercado Livre de Energia”,


e o ACR de “Mercado Cativo”. O Mercado Livre de Energia é composto
de outros mercados como, por exemplo: o Mercado de Curto Prazo, o
Mercado Atacadista de Energia, o Mercado Varejista de Energia, o
Mercado de Importação e Exportação de Energia, e o Balcão Brasileiro
de Comercialização de Energia (BBCE), que permite o ‘Trading’ de
energia e o Mercado de Derivativos de Energia. E ainda, podemos
adicionar os modelos de Comercialização de Energia baseados nos
Contratos de Repasse de Autoprodução para SPE de Geração, e os
Contratos de Repasse de Cotas para SPE de Consumo de energia
elétrica, e outros modelos baseados em locação de usinas.

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INTRODUÇÃO
Podemos elencar alguns países e classificar por ordem de
‘Liberdade’, e verificar na tabela a seguir a posição do Brasil nesta
classificação:

POSIÇÃO PAÍS QUEM PODE SER LIVRE POSIÇÃO PAÍS QUEM PODE SER LIVRE
1º JAPÃO TODOS OS CONSUMIDORES 30º ESTÔNIA TODOS OS CONSUMIDORES
2º ALEMANHA TODOS OS CONSUMIDORES 31º LUXEMBURGO TODOS OS CONSUMIDORES
3º CORÉIA DO SUL TODOS OS CONSUMIDORES 32º LETÔNIA TODOS OS CONSUMIDORES
4º FRANÇA TODOS OS CONSUMIDORES 33º EL SALVADOR TODOS OS CONSUMIDORES
5º REINO UNIDO TODOS OS CONSUMIDORES 34º CRIPRE TODOS OS CONSUMIDORES
6º ITÁLIA TODOS OS CONSUMIDORES 35º MALTA TODOS OS CONSUMIDORES
ESTADOS UNIDOS DA
7º ESPANHA TODOS OS CONSUMIDORES
36º AMÉRICA 16 ESTADOS TODOS LIVRES
8º AUSTRÁLIA TODOS OS CONSUMIDORES EM ONTARIO E ALBERTA TODOS
37º CANADÁ LIVRES
9º POLÔNIA TODOS OS CONSUMIDORES
38º RÚSSIA TODOS EXCETO RESIDENCIAL
10º SUÉCIA TODOS OS CONSUMIDORES
39º TURQUIA ACIMA DE 0,5 kW
11º NORUEGA TODOS OS CONSUMIDORES
40º SINGAPURA ACIMA DE 4,5 kW
12º HOLANDA TODOS OS CONSUMIDORES
41º COLÔMBIA ACIMA DE 100 kW
13º BÉLGICA TODOS OS CONSUMIDORES
42º GUATEMALA ACIMA DE 100 kW
14º FINLÂNDIA TODOS OS CONSUMIDORES
43º PANAMÁ ACIMA DE 100 kW
15º AUSTRÁLIA TODOS OS CONSUMIDORES
44º PERÚ ACIMA DE 200 kW
16º REPÚBLICA TCHECA TODOS OS CONSUMIDORES
45º URUGUAI ACIMA DE 250 kW
17º SUÍÇA TODOS OS CONSUMIDORES
46º ARGENTINA ACIMA DE 300 kW
18º GRÉCIA TODOS OS CONSUMIDORES
47º CHILE ACIMA DE 500 kW
19º ROMÊNIA TODOS OS CONSUMIDORES
48º EQUADOR ACIMA DE 650 kW
20º PORTUGAL TODOS OS CONSUMIDORES
49º TAIWAN ACIMA DE 750 kW
21º NOVA ZELÂNDIA TODOS OS CONSUMIDORES
50º FILIPINAS ACIMA DE 750 kW
22º HUNGRIA TODOS OS CONSUMIDORES
51º MÉXICO ACIMA DE 1000 kW
23º BULGÁRIA TODOS OS CONSUMIDORES
52º ÍNDIA ACIMA DE 1000 kW
24º DINAMARCA TODOS OS CONSUMIDORES
REPÚBLICA
25º ESLOVÁQUIA TODOS OS CONSUMIDORES 53º DOMINICANA ACIMA DE 1000 kW
26º IRLANDA TODOS OS CONSUMIDORES 54º BOLÍVIA ACIMA DE 1000 kW
27º CROÁCIA TODOS OS CONSUMIDORES 55º BRASIL ACIMA DE 1500 kW
28º ESLOVÊNIA TODOS OS CONSUMIDORES 56º CHINA EM PROCESSO DE ABERTURA
29º LITUÂNEA TODOS OS CONSUMIDORES

No entanto, a posição do Brasil está para mudar em função da


expansão do Mercado Livre de Energia, promovido pelo Ministério de
Minas de Energia (MME), e isso é muito importante para prover liquidez
ao setor de energia.

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INTRODUÇÃO

FONTE: https://www.electricchoice.com/

Para entender o processo de expansão no Brasil, podemos analisar dois


países do Ranking anterior. Por exemplo, os EUA estão expandindo o Mercado Livre de
Energia aos poucos, em função da independência dos estados. Já Portugal, extinguiu as
tarifas reguladas em um processo iniciado em 2011.

FONTE: ERSE

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INTRODUÇÃO

No Brasil, essa expansão acelerou a partir de 12 de dezembro de


2019, quando o Ministério de Minas de Energia publicou a Portaria MME nº
465, no Diário Oficial da União, que alterou a Portaria MME nº 514, de 27 de
dezembro de 2018, referente a abertura total do Ambiente de Contratação Livre
de Energia (ACL), com a seguinte configuração:

✓a partir de 1º de janeiro de 2021, os consumidores com carga igual ou


superior a 1.500 kW;
✓a partir de 1º de janeiro de 2022, os consumidores com carga igual ou
superior a 1.000 kW;
✓a partir de 1º de janeiro de 2023, os consumidores com carga igual ou
superior a 500 kW, atendidos em qualquer tensão, poderão optar pela
compra de energia elétrica a qualquer concessionário, permissionário ou
autorizado de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional.

No entanto, até 31 de janeiro de 2022, a ANEEL e a CCEE deverão


apresentar estudo sobre as medidas regulatórias necessárias para permitir a
abertura do mercado livre de energia para os consumidores com carga inferior
a 500 kW, com cronograma de abertura iniciando em 1º de janeiro de 2024.

Ou seja, novas oportunidades de negócios estão chegando para todas


empresas que trabalham no setor elétrico. Mas, as empresas precisam se
preparar para aproveitar e otimizar os seus novos modelos de negócios.

A Liberdade de se comercializar energia combinada com a flexibilidade


de se produzir a própria energia resulta numa vasta lista de opções de negócios
que envolvem: comercialização, locação, O&M, monitoramento, e inteligência
de mercado para operações estruturadas de ‘Hedge’ e ‘Spread’de Energia.

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Resumo da História do Setor Elétrico no Brasil
A energia elétrica chegou ao Brasil através de pequenos
Autoprodutores de Energia (APE), na forma de pequenas centrais hidrelétricas.
A primeira hidrelétrica brasileira e da América do Sul foi construída em 1889 na
cidade de Juiz de Fora (MG), e desativada em 2 de abril de 2020.

Em 1933 ocorre a reorganização ao Serviço Geológico e Mineralógico


do Brasil, e a criação da Diretoria de Águas, posteriormente, transformada no
Serviço de Águas. No ano seguinte, surgiu o Departamento Nacional Da
Produção Mineral - DNPM, abrangendo, entre outros o Serviço de Águas, em
consequência da Reforma Juarez Távora. Em 1939, surge o Conselho Nacional
de Águas e Energia Elétrica – CNAEE, Decreto-lei nº 1.285/1939, que ficou
diretamente subordinado à Presidência da República, para consulta, orientação
e controle quanto à utilização dos recursos hidráulicos e de energia elétrica,
com jurisdição em todo o território nacional, e mais tarde também com
atribuições executivas.

Em 1950, ocorreu a primeira apresentação estruturada do setor


elétrico pelo Decreto no 28.545/1950, sob o título "Classificação de Contas para
Empresas de Energia Elétrica“. No ano seguinte, através da Lei nº 3.782/1960,
criou-se o Ministério das Minas e Energia, subordinando o CNAEE ao
Ministério. E posteriormente, o DNPM foi desligado do Ministério da Agricultura,
passando a integrar o Ministério das Minas e Energia, e neste mesmo ano
ocorreu a constituição da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - ELETROBRÁS,
autorizada pela Lei nº 3.890-A/1961, e que acabou absorvendo várias
atribuições anteriormente da competência do CNAEE.

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Resumo da História do Setor Elétrico no Brasil
Em 1965, a Coexistência do CNAEE e o DNAE ocasionavam
dificuldades para a política energética nacional. Com isso, em 1968 ocorreu a
transformação em Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica –
DNAEE, pelo Decreto nº 63.951/1968, e logo no ano seguinte a extinção do
CNAEE e transferência de atribuições para o DNAEE.
Em 1976 através da Lei no 6.404/1976 (Lei das Sociedades por
Ações), inicia-se uma tentativa da criação de um novo plano estruturado. Com
isso, em 1978 foi implantado o Plano de Contas do serviço Público de Energia
elétrica, através do decreto 82.962/1978, para vigência a partir de 1º de janeiro
de 1979, e foi considerado um Marco Histórico.
No Entanto, este plano era complexo e trabalhoso, e precisava ser
simplificado, e com isso nasce em 1996, a Agência Nacional de Energia
Elétrica – ANEEL, com objetivo de simplificar o Plano de Contas, e em 1998
nasce o Operador Nacional do Sistema – 𝑶𝑵𝑺 . Assim, são criadas
segmentações das contas por tipo de atividade: produção, transmissão e
distribuição. Em 2002 é criado o Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE,
mas em 15 de Março de 2004 é substituído pela Câmara de Comercialização
de Energia - CCEE, que segue em operação até hoje.
Com o trabalho conjunto 𝐴𝑁𝐸𝐸𝐿 + 𝑂𝑁𝑆 + 𝐶𝐶𝐸𝐸, surgem alguns novos
mercados:
• Em 1995 Produção Independente de Energia e Autoprodução de
energia (Lei 9074);
• Em 1998 a Comercialização Atacadista de Energia;
• Em 2005 a Geração Distribuída (REN 167 ANEEL);
• Em 2005 os Leilões de Energia Elétrica;
• Em 2012 a Micro e Minigeração Distribuída (REN 482 ANEEL);
• Em 2013 o Mercado Varejista de Energia (REN 570 ANEEL);
• Em 2021 o Mercado de Derivativos de Energia.

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ANEEL, CCEE, e ONS
Atualmente, a estrutura do setor elétrico pode ser exemplificada conforme a
figura a seguir.

FONTE: ANEEL

Na figura percebe-se que o papel da ANEEL é bastante amplo, e impacta


diretamente na função das outras instituições que atuam no setor elétrico.
Na primeira camada, quando o governo precisa intervir neste mercado, ele
faz isso através de um projeto de lei ou medida provisória. Com isso, descemos
para a segunda camada onde a ANEEL precisa normatizar como a lei irá
funcionar na prática. E na terceira camada temos o Mercado Livre e o Cativo,
onde os participantes são contabilizados e monitorados pela CCEE e operados
pelo 𝑂𝑁𝑆, e regulados e fiscalizados pela ANEEL.
Na última camada temos os agentes institucionais, onde a Empresa de
Pesquisa Energética – EPE, tem por finalidade prestar serviços ao Ministério de
Minas e Energia (MME) na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o
planejamento do setor energética. A Eletrobras promove estudos, projetos de
construção e operação de usinas geradoras, linhas de transmissão e
subestações. E por fim, o BNDES que apoia programas, projetos, obras e
serviços que se relacionem com o desenvolvimento econômico e social.

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CCEE

FONTE: CCEE

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, tem o papel de


contabilizar as operações de compra e venda de energia elétrica, apurando
mensalmente as diferenças entre os montantes contratados e os montantes
efetivamente gerados ou consumidos pelos agentes de mercado. A CCEE registra
os contratos de comercialização, e fazem a medição dos montantes físicos de
energia através do Sistema de Coleta de dados de Energia - SCDE. Além disso,
ela também determina os débitos e créditos entre compradores e vendedores de
energia, executando a liquidação financeira das operações. Os preços são
valorados ao Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) no chamado Mercado de
Curto Prazo, ou Mercado Spot.

Na figura acima, podemos perceber o volume de energia monitorado pela


CCEE, e como cada setor se destaca neste momento.

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CCEE

FONTE: CCEE

Na figura acima, observamos as etapas para o cálculo do PLD horário,


iniciado em 2021. No entanto, este modelo pode evoluir conforme a figura abaixo,
onde relaciona-se a forma de cálculo do preço e tempo para realizar o processo
de formação, onde em algum momento no futuro vamos passar a ter preços
variáveis em períodos de minutos e não mais em horas.

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ONS

FONTE: ONS

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é responsável pela


coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão
de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) e pelo planejamento da
operação dos sistemas isolados do país, sob a fiscalização e regulação da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Também desenvolve estudos para gerenciar as diferentes fontes de energia


e a rede de transmissão com os objetivos de promover a otimização da operação,
visando ao menor custo para o sistema, e garantir que todos tenham acesso à
rede de transmissão de forma não discriminatória, além de contribuir para a
expansão do SIN.

Na figura acima, podemos ver um exemplo de monitoramento do SIN para a


geração de Energia de origem Solar, que está disponível no site do 𝑂𝑁𝑆.

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ONS

FONTE: ONS
A produção elétrica de uma usina está associada ao despacho centralizado
realizado pelo 𝑂𝑁𝑆. Esse despacho considera as disponibilidades de cada uma
das usinas em condições de operação no Sistema Interligado Nacional (SIN).

As usinas são despachadas com o objetivo de se chegar ao menor custo


marginal possível - 𝐶𝑀𝑂 , relacionando as afluências hidrológicas, o
armazenamento nos reservatórios, além dos preços ofertados pelas usinas
térmicas e as restrições operacionais. Dessa forma, os agentes proprietários de
usinas sujeitas ao despacho centralizado pelo ONS não tem controle sobre seu
nível de geração, independentemente de seus compromissos de venda de
energia realizados com base nas garantias físicas. Dadas as grandes dimensões
territoriais do Brasil, ocorrem os períodos secos e úmidos em períodos
coincidentes e, portanto, uma região em período seco deve armazenar água e,
dessa forma, produz energia em níveis abaixo da média, enquanto uma região
úmida produz acima da média.

Por isso, a CCEE em conjunto com a 𝑂𝑁𝑆 utiliza o Mecanismo de


Realocação de Energia (MRE), que foi concebido para compartilhar entre seus
integrantes os riscos financeiros associados à comercialização de energia pelas
usinas hidráulicas despachadas de forma otimizada pelo 𝑂𝑁𝑆.

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ANEEL

FONTE: ANEEL

A ANEEL é responsável por fiscalizar e regular a produção, transmissão,


comercialização e distribuição de energia elétrica no território nacional.

Na figura acima, podemos perceber como a matriz já está bastante


diversificada, inclusive estamos entre os países que possuem a geração de
energia mais limpa do mundo.

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ANEEL

FONTE: ANEEL

Outra função da ANEEL é conceder, autorizar ou permitir instalações e


serviços de energia elétrica. Onde temos os procedimentos de registro de usinas
e Outorga.

Na figura acima, percebemos como a energia de origem Solar, com base no


processo Fotovoltaico está entre as mais visadas para investimentos. Temos mais
da metade dos empreendimentos que vão entrar em operação sendo do tipo
Fotovoltaico. No entanto, verificamos que atualmente mais de 58% da potência
do sistema ainda depende do sistema hidráulico, ou seja, ainda há muito espaço
para investimentos em usinas FV.

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ANEEL

FONTE: ANEEL

Outra atribuição da ANEEL é a definição das tarifas que serão aplicadas nas
contas de energia, no Mercado Cativo.

A tarifa de energia elétrica é composta por diversos componentes, dentre


eles: custos dos encargos setoriais, da compra de energia, da transmissão e
distribuição, uso da rede de distribuição, dentre outros. Anualmente, a ANEEL
promove o ajuste das tarifas para todas as distribuidoras do país, seguindo os
Procedimentos de Regulação Tarifários – PRORET, considerando as regras
definidas nos contratos de concessão assinados.

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ANEEL

FONTE: ANEEL

Na figura acima, podemos verificar quais são as componentes para a Tarifa


do Uso do Sistema de Distribuição – TUSD.

No Mercado Livre de Energia, a TUSD é paga às Distribuidoras de Energia


pelos participantes deste mercado que se conectam à rede local dentro das áreas
de concessão.

Basicamente, podemos dividir em três partes principais: o transporte da


energia ou Frete, as perdas associadas ao transporte da energia, e os encargos
que tem função de subsidiar serviços ancilares e demais custos provenientes do
setor, além de remunerar a ANEEL e o 𝑂𝑁𝑆.

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ANEEL

A ANEEL regula o setor elétrico principalmente através de suas resoluções


normativas - REN. Na figura acima, podemos verificar que o volume de novas
resoluções aumentou muito em um intervalo de oito anos a partir da publicação
da REN 414.

O Mercado Regulado está em um processo contínuo de mudanças, e como


o preço da tarifa nunca diminuiu desde de sua criação é difícil de aceitar que
essas mudanças foram benignas.

O Mercado Livre de Energia vem cada vez mais se mostrando um modelo


mais correto de se comercializar energia, e seu processo de expansão
provavelmente irá causar a extinção do Mercado Regulado no Brasil em pouco
tempo.

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MERCADO LIVRE DE ENERGIA

O Mercado Livre, a cada dia que passa mostra ser o caminho natural para
vigorar como modelo comercial mais apropriado. O Mercado regulado além de
ineficiente, ainda só produz elevados preços da energia no Brasil independente
do cenário de sobra de energia ou alívio do risco hidrológico. O Mercado Livre de
energia se consolidou como a solução para a saída da crise para algumas
empresas, onde utilizaram da flexibilidade dos contratos para adequar os custos
operacionais de suas unidades consumidoras.

Enquanto empresas aproveitaram a compra de energia barata, outras


estavam vendendo seus excedentes de contrato ou de Autoprodução, uma vez
que estavam impedidas de operar em função das restrições da pandemia.

Para qualquer mercado a liberdade de escolha é a principal condição para


assegurar seu desenvolvimento. O Mercado Livre de Energia irá se tornar
acessível a todos os consumidores, de acordo com o cronograma de expansão, o
que irá fortalecer o comercializador varejista e simplificar o processo de migração.

O aprimoramento do processo de formação de preços de energia elétrica é


outro fator importante. Com isso, garante-se a sustentabilidade de uma operação
real do SIN, eliminando as volatilidades artificiais e a intervenção humana.

A robustez das operações financeiras e eletroenergéticas do Mercado Livre


de Energia atraí cada vez mais as instituições financeiras para o segmento. Em
paralelo temos a abertura de mercado, permitindo que a cada ano novos
consumidores também tenham acesso aos benefícios dessa liberdade.

E diante de muitas mudanças, temos a chegada do mercado de derivativos


de energia, que representa mais um passo na direção da modernização setorial,
permitindo eliminar ineficiências de negociações em relação a entrega física da
energia. Assim como o Mercado de Gás Natural, com a Nova Lei do Gás, que irá
contribuir para o desenvolvimento e a retomada do crescimento do país.

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Empreendimentos de Geração de Energia
No Brasil, você pode comercializar a energia proveniente de
usinas que se enquadram na categoria de Produtor Independente de
Energia (PIE), Decreto 2003/1996. Neste caso, a usina será um
empreendimento com CNPJ e emitirá Nota Fiscal sobre a venda de
energia elétrica, e celebrará junto ao comprador um contrato
chamado de Contrato de Comercialização de Energia em Ambiente
Livre (CCEAL). Existem outras formas de vender energia, como os
Contratos de Repasse de Autoprodução, quando temos uma usina
PIE explorada por um conjunto de consumidores que se organizaram
em uma Sociedade de Propósito Específico de geração (SPE-G).
Em uma SPE-G, o empreendimento é explorado a partir de
um modelo de negócio que pode ser otimizado, sempre em acordo
com a Lei 11.488 de 2007, Artº 26.

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Empreendimentos de Geração de Energia
Na figura a seguir, exemplificamos um modelo de
administração centralizado, com prestadores de serviços
decentralizados. A administração concentra o fluxo positivo do
fluxo de caixa em fundos de investimentos, desta forma o gestor
do fundo apresenta o investimento na forma de cotas do fundo,
podemos apresentar os indicadores de risco e rentabilidade mais
facilmente. Os investidores podemos verificar o lastro do fundo e
analisar o volume de cotas que querem adquirir ou então fazer
um “aluguel de cotas”.

➢ AUTOPRODUTORES ➢ SPE-GERAÇÃO
➢ USINAS PARA EXPORTAÇÃO DE ENERGIA ➢ SPE-CONSUMO
➢ LOCAÇÃO DE USINAS ➢ CONSUMIDORES LIVRES/ESPECIAIS
➢ INOVAÇÃO ➢ IMPORTADORES
➢ CONSUMIDORES REPRESENTADOS POR
VAREJISTAS

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Geração Própria de Energia
O Autoprodutor de Energia, de acordo com a Lei 9.074/1995, o Decreto
2.003/1996, é definido como a “Pessoa física ou jurídica ou empresas reunidas em
consórcio que receba concessão ou autorização para produzir energia elétrica
destinada ao seu uso exclusivo”, podendo, mediante autorização da ANEEL,
comercializar seus excedentes de energia, Lei 9.648/1998, Art. 26.

No Mercado Livre de Energia há dois tipos de modelagem para usina e


carga, (I) usina modelada juntamente com a carga sob a figura de um mesmo
agente, e (II) usina modelada separadamente da carga sob a figura de agentes
distintos, que possuam um contrato bilateral de repasse de autoprodução da usina
para a carga, como os casos de alguns consórcios ou de algumas Sociedades de
Propósito Específico, por exemplo.

Para os agentes autoprodutores ou produtores independentes que possuam


cargas próprias e sejam contabilizadas juntamente com a respectiva usina na CCEE
sob a figura de um mesmo agente, toda geração mensal é contabilizada juntamente
com o consumo mensal, excetuando-se eventual “geração vendida”. Neste caso,
anualmente, será realizado um ‘balanço’ entre a quantidade de energia vendida e a
quantidade comprada deste mesmo tipo de energia.

Exemplo de Definição
dos Percentuais de Propriedade do
Agente na Usina. Fonte: AGP
2021, regra 21 da CCEE, pg. 35.

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Geração Própria de Energia
A Comercialização de energia excedente de Autoprodutores é garantida por
lei, e não há limitação geográfica como podemos verificar na legislação a seguir.

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Autoprodução de Energia em Baixa Tensão
A Autoprodução de Energia não requer limite de potência mínima e máxima,
podendo inclusive ser feita em redes de baixa tensão, como podemos verificar a
seguir REN 759 ANEEL.

Algumas Distribuidoras de
Energia já atualizaram seus padrões
técnicos, e existem orientação para as
forma de conexão.
Um exemplo é a figura ao
lado, que representa diagrama unifilar
orientativo e esquema de proteção
mínima para interligação de Clientes
Autoprodutores atendidos em Baixa
Tensão (BT) na rede de distribuição de
energia da Light, RJ, versão 2019.

FONTE: IT 01/2019: Interligação de Autoprodutores e


Produtores Independentes de Energia em Paralelo com o
Sistema da Light Serviços de Eletricidade S/A em Baixa e
Média tensão.

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Autoprodução de Energia em Baixa Tensão
Por se tratar de uma conexão em baixa tensão, alguns critérios são especificados
pelo distribuidor, onde temos alguns exemplos abaixo, novamente tomando a Light como
referência.

FONTE: IT 01/2019: Interligação de Autoprodutores e Produtores Independentes de Energia em Paralelo com o


Sistema da Light Serviços de Eletricidade S/A em Baixa e Média tensão.

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Comercialização de Energia
Através da REN 678/2015 e 570/2013 da ANEEL, são estabelecidos os
requisitos e os procedimentos atinentes à obtenção e à manutenção de autorização
para comercializar energia elétrica no Sistema Interligado Nacional - SIN.

Assim, temos as seguintes possibilidades:


✓ Comercialização Atacadista de Energia (REN 678 ANEEL);
✓ Comercialização Varejista de Energia (REN 570 ANEEL);
✓ Contratos de Cotas de Repasse de Autoprodução (CCEE, AGP);
✓ Importação e Exportação de Energia (𝑂𝑁𝑆, IO-CG.BR.05);

Uma empresa de Comercialização de Energia pode celebrar contratos de


compra e venda de energia no mercado atacadista e varejista, participar do
Mercado Spot de energia, realizar serviços de Gestão de Consumidores, e
Gestão de usinas.

Caso você tenha interesse em abrir uma Comercializadora de Energia, você


pode seguir o Manual para obtenção da autorização para comercialização de
energia elétrica, neste link (Clique aqui!).

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Comercialização Varejista de Energia
Já a Comercialização Varejista caracteriza-se pelas relações comerciais
entre o varejista e as pessoas físicas ou jurídicas, representados. Para tanto, devem
ser seguidos os critérios da Resolução Normativa ANEEL n° 570/2013.

Além disso, para ser habilitado como Comercializador Varejista a empresa


deve possuir:
• limite operacional não inferior a R$ 1.400.000,00;
• Patrimônio líquido mínimo de R$ 4.000.000,00;
• Índices de liquidez geral, liquidez corrente e solvência geral superiores a 1;
• Possuir sede social em endereço comercial;

Existem outros critérios, mas são voltados a documentação e processos,


então atendendo os parâmetros destacados anteriormente, sua empresa possui um
ótimo potencial para operar neste mercado. Um exemplo de operação otimizada
pode ser observada nas operações na figura a seguir, onde temos geração própria e
comercialização das sobras de produção.

Exemplo de
Definição dos Percentuais
de Propriedade do Agente
na Usina. Fonte: AGP,
regra 21 da CCEE, pg. 35.

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‘HEDGE’ DE ENERGIA
No Mercado Livre de Energia, existem os Contratos Derivativos de
Energia, operacionalizados pelo Balcão Brasileiro de Comercialização de
Energia - BBCE.

Por exemplo, se um empresário deseja aumentar sua produção, mas o


preço da energia elétrica aumentar muito no futuro no Mercado Spot, o projeto
poderá ficar inviável e/ou sua competividade ameaçada devido ao custo
imprevisível com a energia. No entanto, utilizando os Contratos Derivativos de
Energia é possível ‘travar’ o custo da energia elétrica, bastando emitir um
contrato de compra de energia ao preço máximo vinculado a viabilidade do
projeto, com vencimento para o próximo mês, por exemplo. Desta forma, se
protegendo do risco de aumento dos preços, e garantindo o travamento dos
seus custos com consumo de energia, movimento este chamado de ‘Hedge’ de
Energia.

Outra forma de executar um ‘Hedge’ de Energia é vendendo as sobras


de produção de usinas de Autoprodução de energia, complementando o fluxo de
caixa de sua empresa, e/ou, subsidiar um investimento momentâneo.

Fonte: www.bbce.com.br

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‘TRADING’ DE ENERGIA

Atualmente, a BBCE permite atividades de compra e venda de energia de


forma online, como está identificado na figura a seguir. Esse processo de
comprar e vender energia é chamado de ‘Trading’ de energia, e é um
segmento que está em ampla expansão no mundo.

Uma possibilidade interessante é a combinação entre o ‘Trading’ de


energia com as operações estruturadas dos Derivativos de Energia. Ou seja, é
possível executar ações de ‘Hedge’ alinhadas com o perfil de tomada de risco
da empresa, e assim garantir a execução de projetos de custo energético
relevante. E também, é possível fazer uma ‘aposta’ contra o mercado e vender
energia a um preço mais elevado com contratos futuros aproveitando as
operações com Contratos de Opções Futuras.

Em resumo, muitas oportunidades diferenciadas neste mercado, muito


além do pensamento clássico de economia de energia, ou as formas
tradicionais de comercialização de energia no mercado atacadista, por
exemplo.

Fonte: www.bbce.com.br

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