Salmo 46 Deus É o Nosso Refugio

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Exposições Bíblicas

TEXTO- SALMO 46

TEMA- DEUS – REFÚGIO EM DIAS DE ANGÚSTIA

EDUARDO GRACIANO CAVALCANTE

DATA- 11/04/2021

A maioria dos leitores das Escrituras conhece o Salmo 46. Quem nunca
leu este belo Salmo? Convido você, prezado leitor [a] a mergulhar neste Salmo
comigo, e ver a profundidade que encontramos nele. Um dos “segredos” de
uma boa exegese de um texto, é conhecer o sentido histórico em que o texto
foi escrito. Quando sabemos o que se passava quando o texto foi escrito,
falamos com muito mais propriedade e segurança, trazendo luz e entendimento
aos ouvintes.
Há um consenso entre os estudiosos que este salmo serviu de
inspiração para o hino “Castelo Forte é Nosso Deus”, composto por Martinho
Lutero. Há uma possibilidade muito grande que o contexto histórico em que foi
escrito este salmo, seja a ocasião em que Deus livrou Jerusalém dos assírios
no tempo do rei Ezequias (II Rs 18-19; II Cr 32; Is 36-37). Será bastante
proveitoso ler estes textos para um melhor entendimento deste salmo.
O rei Ezequias era poeta, e é possível que tenha escrito
não apenas este salmo, mas também o 47 e o 48, provavelmente no mesmo
contexto histórico, onde a vitória do Senhor é celebrada sobre o inimigo.

Ler o Salmo.

INTRODUÇÃO.

Por definição ANGÚSTIA é um estado emocional caracterizado por uma


sensação penosa, é um mal estar profundo. Essa sensação é causada por uma
impressão de um perigo, porém esse medo é confuso e vago. É diferente do
medo real, que você sabe definir.
A angústia começa quando nascemos na separação da mãe com o filho.
A Angústia é uma reação do indivíduo, ele sempre está relacionado com uma
situação de traumas, sendo de origem internas (insatisfação, culpa, carência
afetiva, agressividade reprimida) ou externa (decepção, susto) sem que
consiga controlá-la. A angústia surge então como um meio de defesa desses
traumas. Sendo assim, podemos ligar a angústia com a perda e à
separação, ela pode surgir em vários momentos da vida. No bebê ao 8º mês,
ele chora muito pela ausência da mãe, estranha qualquer pessoa diferente da
mãe, esse é um sinal positivo da angústia, o bebê reconhece a separação, ou
seja, ele não é mais o mesmo que a mãe. É um ser diferente. Isso é importante
para o seu desenvolvimento pessoal.
A Angústia é um sentimento de espera de alguma coisa que não
se sabe nomear. “É verdade: quando se está angustiado, não se consegue
definir o que se sente. É uma coisa ruim, uma dor no peito, um nó…” Não há
como explicar esse sentimento, só quem o sente sabe como o é. A angústia
paralisa o corpo, a mente e o indivíduo fica sem ação produtiva.
Vejamos uma explicação prática de como a angústia funciona: “imagine
uma represa com as comportas fechadas, – a água vai subindo, a pressão
dessas águas vai apertando as paredes, vai aumentando, aumentando…
chega um momento em que esse acúmulo de tensão tem que haver uma
saída: ou abrem-se as comportas para produzir energia ou a pressão das
águas arrebenta tudo e sai causando inundações”.
Assim será o indivíduo que estiver passando pela angústia, como
não há uma explicação em forma de linguagem para se explicar o que sente,
surge essa sensação de algo perdido. Falta algo que não se sabe explicar o
que é. Essa “coisa” que falta que faz o homem sentir-se
vazio, incompleto é consequência da separação do homem com Deus. Fomos
criados para sermos a imagem do criador, fomos criados para sermos
completos, total. Fomos criados para a graça, equilíbrio, alegria, saúde,
felicidade, criatividade, liberdade (inclusive sua escolha).
Exatamente ai houve a quebra do homem e
Deus, o homem desobedeceu a Deus e pecou. O pecado rompeu com todo
esse projeto de Deus para o homem. Nesse momento instalou-se esse “FALTA
ALGO”. A partir daí tivemos que trabalhar, correr atrás do prejuízo, tentar suprir
essa falta que nos incomoda. A Bíblia nos mostra várias passagens onde as
pessoas que falam da busca, da angústia, e dessa falta.
A ANGÚSTIA é um ponto importante na vida do homem, na
angústia o ser humano se depara com duas saídas, duas opções: a depressão
(que já estudamos) ou a decisão por Jesus. Deus é misericordioso, poderoso, e
nesse momento difícil da batalha Ele está conosco e quer nos tirar dessa. A
igreja nesse momento funciona como comunidade de terapia. “Suportai-vos
uns aos outro.” (Colossenses 3:13)
Quero desafiar você a crer que, em tempos de angústia, podemos
contar com Deus em todo momento.

Nos dias de angústia você pode contar com a…

1. PROTEÇÃO de Deus.

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.


Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se
transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem,
ainda que os montes se abalem pela sua braveza.” (Salmo 46.1-3)

A palavra traduzida por “refúgio”, no verso 1, significa “um abrigo, uma


rocha de refúgio”, enquanto essa mesma palavra, nos versos 7 e 11, quer dizer
“um baluarte, uma torre alta, uma fortaleza”. É isso que Deus estava dizendo
para o povo: “Quando o inimigo vier, Eu serei o vosso abrigo, serei uma rocha,
é como se o povo, estivesse escondido dentro da rocha, num lugar inatingível!”
Os dois termos declaram que Deus é um refúgio confiável para seu povo
quando tudo ao seu redor parece estar desmoronado (Sl 61.3; 62.7,8; 142.5).
Mas Ele não nos protege a fim de nos mimar. Não. Antes, abriga-nos a
fim de nos fortalecer para que voltemos à vida com suas responsabilidades e
perigos.
A palavra “tribulações” refere-se a pessoas em lugares apertados,
encurraladas num canto e incapazes de sair dessa situação. Veja que
estratégia maligna dos exércitos assírios, eles queriam encurralar o povo de
Deus, deixarem sem recursos para uma saída. Talvez, você leitor [a] se
encontra nessa mesma situação, em que o inimigo quer te encurralar, lhe
deixar à mercê de seus ataques. Mas a Palavra de Deus para estas situações
é: “Não temas!”. Quando os oficiais assírios ameaçaram Jerusalém, Isaías
disse ao rei: “Não temas por causa das palavras que ouviste” (II Rs 19.6). Esta
é a palavra de Deus para você. Talvez você não veja o livramento, tudo parece
perdido, o inimigo se agiganta, mas ouça a Palavra de Deus – “não temas!” A
terra pode mudar, as montanhas podem ser arremessadas violentamente no
mar, podem vir terremotos e maremotos, mas todas as coisas estão sob o
controle de nosso Deus. Ele é nossa fortaleza e nosso refúgio em meio às
incertezas da vida.

Nos dias de angústia você pode contar com a…

2. PRESENÇA de Deus.

“Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas
do Altíssimo. Deus está no meio dela; não se abalará. Deus a ajudará, já ao
romper da manhã. Os gentios se embraveceram; os reinos se moveram; ele
levantou a sua voz e a terra se derreteu. O Senhor dos Exércitos está conosco;
o Deus de Jacó é o nosso refúgio.” (Salmo 46.4-7)

A cena seguinte mostra Jerusalém, onde o povo encontrava-se sitiado


pelo exército assírio. A água era um bem precioso na Palestina, especialmente
em Jerusalém, uma das poucas cidades da Antiguidade não construída à beira
de um rio. Ezequias havia usado de sabedoria e construído um sistema
subterrâneo de abastecimento que ligava os mananciais de Giom, no vale de
Cedrom, ao tanque de Siloé, dentro da cidade, de modo que havia água
disponível (II Rs 20.20; II Cr 32.30). Que fantástico! Ezequias estava querendo
dizer: “Ainda que ele [inimigo] corte nosso suprimento de água, e aí, poderia
ser caracterizada a derrota do povo de Jerusalém, Ezequias diz:” Há um rio,
cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do
Altíssimo”. O poeta sabia que Deus era o seu rio, aquele que supre a água da
vida (Sl 36.8; 65.9; 87.7 e Jo 7.37-39). No tempo do rei Acaz, Isaías comparou
uma invasão dos assírios a um rio transbordante, mas lembrou o povo que seu
Deus era como um rio tranqüilo (Siloé) que lhes traria a paz (Is 8.1-10).

O verso 5 diz: “Deus está no meio dela” – ainda que eles estivessem
encurralados, sem saída, o Deus Eterno está no meio dela. Ou seja, ninguém
os derrotaria, pois Deus era aquele que comandava tudo!
Sem dúvida, Jerusalém era uma cidade santa, separada por Deus, e que
abrigava seu santuário, mas isso não era garantia alguma de vitória (Jr 7.1-8).
A fim de que o Senhor os ouvisse e salvasse, o rei e o povo precisavam voltar-
se para o Senhor com uma atitude de contrição e fé – foi o que fizeram. Deus
socorreu Jerusalém quando o dia amanheceu (“desde antemanhã”; vs 5), pois
o Anjo do Senhor matou 185 mil soldados assírios e mandou Senaqueribe de
volta para casa (Is 37.36).

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3. AÇÃO poderosa de Deus.

“Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra! Ele
faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança;
queima os carros no fogo. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei
exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. O Senhor dos Exércitos
está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.” (Salmo 46.8-11)
A terceira cena mostra os campos ao redor de Jerusalém, em que
os soldados assírios estão mortos, suas armas e equipamentos espalhados e
quebrados. Não havia ocorrido batalha alguma, mas o Anjo do Senhor deixara
esses vestígios, a fim de estimular a fé do povo de Deus.
“Vinde, contemplai as obras do Senhor, que assolações efetuou na
terra” (vs 8). O Senhor derrotou e desarmou seus inimigos e destruiu suas
armas, de modo que não podiam mais atacar.
“Aquietai-vos” quer dizer, literalmente: “Não mexam em nada!
Descansem!”.
Nós gostamos de “mexer em tudo” e de dirigir nossa vida a nossa
maneira, mas Deus é Deus, enquanto nós não passamos de servos do Senhor.
Pelo fato de Ezequias e de seus líderes terem permitido que Deus fosse Deus,
Ele os livrou de seus inimigos. Foi assim que o rei Ezequias orou: “Agora, pois,
ó Senhor, nosso Deus, livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da
terra saibam que só tu és o Senhor Deus” (II Rs 19.19).
O Senhor chama a si mesmo de “Deus de Jacó”, e lembramos
como Jacó meteu-se em apuros em várias ocasiões por tentar intervir nas
circunstâncias e fazer o papel de Deus. Há um momento certo para obedecer a
Deus e agir, mas até que chegue essa hora, devemos deixar Ele trabalhar
livremente, a seu tempo e a seu modo. Em outras palavras, deixe Deus ser
Deus em sua vida.

Conclusão:

O salmista conclui esta canção, repetindo a seguinte declaração: “O


Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.” (Salmo
46.7,11)
Se o Deus Todo-Poderoso está conosco, não precisamos ter medo; se o
Deus de Jacó, é o nosso refúgio, jamais precisamos viver abalados. Milênios
passam, séculos ficam para trás e anos voam, mas Deus continua sendo o
nosso refúgio e a nossa fortaleza de geração em geração.

Nos dias de angústia você pode contar com a…


1. PROTEÇÃO de Deus.
2. PRESENÇA de Deus.
3. AÇÃO poderosa de Deus.

LOCAL DA DATA ULTIMA REVISÃO


PREGAÇÃO
IP BETEL CULTO 11/04/2021

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