Epi - Durabiliidade - Professor Samir Gerges
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1 RELATÓRIO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de recurso
ordinário, oriundos da Primeira Vara do Trabalho de Marabá, em que
são partes as acima identificadas.
Nos termos da sentença de mérito de fls. 473/477, a
reclamação trabalhista foi julgada procedente, em parte. O juízo “a
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2 FUNDAMENTOS
2.1 CONHECIMENTO
O recurso é tempestivo (sentença de mérito publicada em
15/03/2012 – fls. 483, apelo interposto em 23/03/2012 – fls. 485),
procuração às fls. 43, preparo às fls. 498/500.
Conheço do recurso ordinário.
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Frequência (Hz): 125 250 500 1000 2000 3150 4000 6300 8000 NRRsf
Atenuação (dB): 14 15,6 18 20,7 25,1 - 29,2 - 31,5 10
Desvio Padrão: 9 10 9,8 9,5 7,6 - 9 - 14 0
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http://www.mte.gov.br/Empregador/segsau/Pesquisa/CA_DET.asp?
vNRCAProc=14471+&Equipamento=00&NOEquipamento=&Fabricante=00&NOFabricante=
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Frequência (Hz): 125 250 500 1000 2000 3150 4000 6300 8000 NRRsf
Atenuação (dB): 15,9 21,2 27,7 29,2 32,3 - 35,8 - 37,1 24
Desvio Padrão: 4,1 2,7 3,3 2,7 2,9 - 3 - 3,6 -
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AUSÊNCIA DO RECLAMANTE
A ausência do reclamante, quando adiada a
instrução após contestada a ação em
audiência, não importa arquivamento do
processo.
CONFISSÃO
I - Aplica-se a confissão à parte que,
expressamente intimada com aquela
cominação, não comparecer à audiência em
prosseguimento, na qual deveria depor.
II - A prova pré-constituída nos autos
pode ser levada em conta para confronto
com a confissão ficta (art. 400, I, CPC),
não implicando cerceamento de defesa o
indeferimento de provas posteriores.
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http://www.lari.ufsc.br/publicacoes/cipa_288.pdf
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(sublinhados meus)
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reclamada.
Assim, afasto o reconhecimento do adicional de
insalubridade quanto ao agente insalubre ruído.
Quanto ao agente insalubre calor, como restou reconhecido
na sentença de mérito, somente há a previsão desse, no exercício da
função de operador I, II, III e IV (fls. 401v.), segundo o PPRA
elaborado, que define, como índice real do IBUTG, o índice 35,74.
IBUTG (índice de bulbo úmido-termômetro de globo) é o
índice usado para avaliação da exposição ao calor. A reclamada
admite como máximo, para reconhecer a atividade como salubre, o
índice 26 (fls. 401v., idem).
Aí começa o primeiro problema, referente à ausência de
uma perícia específica para o reclamante: o cálculo do IBUTG leva em
consideração o metabolismo de cada um, isto é, tal índice não é de
um todo firme, porque, para se encontrar uma exatidão, necessário
seria a aferição da taxa de metabolismo do reclamante, em
quilocalorias, para fins de cálculo do IBUTG, o que não ocorreu. Não
há prova técnica nesse sentido.
Contudo, como é possível partir de um raciocínio com base
na média, tal questão deve ser superada, até porque,
independentemente da quantidade de quilocalorias aferida em medição
do metabolismo, o máximo permitido quanto ao IBUTG é o índice 30,5,
o que restou superado, eis que o PPRA indica o índice real como o de
35,74, ainda que calculando tal índice com o valor de 400
quilocalorias, segundo se depreende da análise criteriosa do quadro
nº 2 do Anexo nº 3 (limites de tolerância para exposição ao calor)
da Norma Regulamentadora nº 15, que define didaticamente tal
cálculo, nesses termos:
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2.3 PREQUESTIONAMENTO
A fim de se evitar desnecessários embargos de declaração,
registre-se que ficam prequestionadas as matérias e questões
trazidas nas razões de recorrer do recurso ordinário e expressamente
tratadas neste acórdão, com tese explícita a respeito de cada
pedido, na forma da Súmula nº 297 do colendo Tribunal Superior do
Trabalho, com a ressalva de que não existe, no ordenamento jurídico
pátrio, o “prequestionamento numérico”, na forma da Orientação
Jurisprudencial nº 118 da Subseção 1 Especializada em Dissídios
Individuais, daquela Corte Superior, bastando ao juízo “ad quem”
adotar, como dito, tese explícita sobre a matéria, sendo
desnecessário que se contenha referência expressa a cada dispositivo
legal para se ter como prequestionado este.
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3 CONCLUSÃO
ISTO POSTO,
ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA TERCEIRA TURMA DO EGRÉGIO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA OITAVA REGIÃO, À UNANIMIDADE,
CONHECER DO RECURSO ORDINÁRIO; NO MÉRITO, SEM DIVERGÊNCIA, DAR TOTAL
PROVIMENTO AO APELO PARA, REFORMANDO A SENTENÇA DE MÉRITO, EXCLUIR
DA CONDENAÇÃO A PARCELA DE ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E REFLEXOS,
JULGANDO A RECLAMAÇÃO TRABALHISTA TOTALMENTE IMPROCEDENTE.
INDEFERIDO O PEDIDO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, TUDO CONSOANTE
FUNDAMENTOS. FICAM INVERTIDOS OS ÔNUS QUANTO ÀS CUSTAS, QUE PASSAM À
RESPONSABILIDADE DO RECLAMANTE, NO MONTANTE FIXADO NA R. SENTENÇA,
DE CUJO RECOLHIMENTO FICA ISENTO O RECLAMANTE, DIANTE DA CONCESSÃO
DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA (FLS. 477 E VERSO). APÓS O
TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO E NÃO HAVENDO MAIS PENDÊNCIAS,
DEVOLVAM-SE OS DOCUMENTOS ÀS PARTE E ARQUIVEM-SE OS AUTOS, COM AS
CAUTELAS DE PRAXE.
Sala de Sessões da Terceira Turma do egrégio Tribunal
Regional do Trabalho da Oitava Região. Belém, 13 de junho de 2012.
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ODETE DE ALMEIDA ALVES - Desembargadora Relatora
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