Escolas Iniciaticas 2
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REGIONAL CAMPINAS
“Não deis aos cães as coisas santas, nem deites aos porcos
as vossas pérolas, para que não aconteça que as pisem
com os pés, e, voltando-se vos despedacem”.
(Matheus, 6:6)
“Um homem está na prisão: Qual é o seu desejo predominante? Provavelmente, é sair
do confinamento, fugir da prisão. Mas pode ser que não queira fugir. Se alimentar este
desejo, começa a ver as possibilidades de fugas e compreende que, sozinho, não tem
condições de consegui-la, seja porque é necessário cavar por baixo da muralha ou
outras coisas desse tipo. Dá-se conta de que, antes de tudo, deve ter algumas pessoas
que gostariam de fugir com ele. Um pequeno grupo de pessoas que trabalhe em rodízio,
ajudando-se, pode terminar o túnel e evadir-se. Dessa forma, dá-se conta de que
determinado número de pessoas talvez possa fugir. Mas todos não podem, pois
chamaria a atenção e produziria imediatamente uma reação da guarda da prisão. Ou
seja, um não pode e todos não podem, mas um pequeno grupo pode. Além disso, em
que condições? Chega-se à conclusão de que é necessária uma ajuda. É preciso ter
mapas, ferramentas, etc. Devem, portanto, receber ajuda exterior.”
segurança, fugir sozinho é muito difícil. E promover uma rebelião para uma fuga em
massa é pior ainda. Então, a saída restante é a de integrar-se a um pequeno grupo de
pessoas que desejem fugir (porque é preciso cavar túneis ou serrar grades e, quase
sempre, um homem sozinho não consegue fazer isso).
Diante das dificuldades, o grupo que se prepara para a fuga precisa encontrar notícias
e, talvez, auxílio, daqueles que escaparam antes, que descobriram as rotas e os meios
para escapar. Há muitas razões pelas quais um homem não consegue fugir sozinho. Mas
um pequeno grupo de pessoas tem condições, pois cada um aproveita o trabalho dos
demais. O que um ganhar, todos do grupo ganham.
Portanto, ninguém escapa da prisão sem a ajuda daqueles que já escaparam. Só eles
têm condições de contar de que modo é praticável a evasão e fazer chegar aos
cativeiros os recursos necessários. Mas um prisioneiro isolado não consegue encontrar
esses homens livres sem entrar em contato com eles. É preciso uma organização (escola
iniciática).
CONTINUA...
CURSO PARA FORMAÇÃO DE DIRIGENTES DE EAE –
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Perg. 919: “Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao
arrastamento do mal?
Resp.: Um sábio da antiguidade já vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”.
(Allan Kardec – Livro dos Espíritos)
Prosseguimos com a segunda parte deste artigo, que apresenta a metáfora da prisão,
como alusão às restrições que a condição da materialidade impõe à consciência do
homem, como ser espiritual.
Ninguém escapa da prisão sem a ajuda daqueles que já escaparam. Só eles têm
condições de contar de que modo é praticável a evasão e fazer chegar aos cativos os
recursos necessários. Mas um prisioneiro isolado não consegue encontrar esses homens
livres, nem entrar em contato com eles. É preciso uma organização.
Assim, ele deve dar-se conta de ser prisioneiro; depois, ele deve fugir; além disso, ter
parceiros que também queiram fugir e, finalmente, receber ajuda de fora e fazer
esforços para escapar. Nenhuma dose de fé ou oração cava o túnel para ele. E há um
detalhe muito importante: aquele que foge não sabe o que encontrará do lado de fora.
Sem uma escola não se consegue os meios para escapar do cativeiro da ilusão da
matéria. Uma escola significa que há pessoas que já estão fugindo, ou, de certo modo,
estão se preparando para fugir. Uma escola só começa com a ajuda de outra escola,
daqueles que se evadiram antes. Eles transmitem certas idéias, um plano definido,
determinado conhecimento – são as ferramentas.
Eis o essencial: um grupo é o começo de tudo. Um homem só, nesse processo de fuga,
dificilmente alcança algum resultado. Um grupo dirigido tem capacidade de fazer
muito por sua libertação.
Um ponto importante a considerar e que, sem uma maior observação de si, parece
difícil saber que o nosso objetivo é fugir. A questão é que a ilusão é poderosa e, sem
esforço e observação atenta de si mesmo, o homem não percebe que é um prisioneiro
da matéria.
Liberdade, liberação. Esta deve ser a meta do homem. Tornar-se livre, escapar da prisão
– eis aquilo porque um homem deve lutar, assim que se torna consciente da sua
situação, mesmo que por breves momentos. Para ele, é a única saída, pois nada mais
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É por isso que, nos ensinamentos antigos, a primeira exigência feita àquele que se
iniciava no caminho da libertação era: “Conhece-te a ti mesmo”.