Trabalho Bioetica

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


INSTITUTO DE ENSINO A DISTÂNCIA

Tema: Bioética

Nome do Estudante: Suzete José

Código do Estudante: 708192279

Disciplina: Fundamentos da Teologia Católica

Ano de Frequência: 2º ano

Nome do Docente: Jeremias do Rosário

Nampula, Abril de 2020


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Índice
Introdução................................................................................................................................3

BIOÉTICA..............................................................................................................................4

1.Conceito da Bioética............................................................................................................4

2. Fundamentos Históricos da Bioética...................................................................................4

3. A bioética e a vida dos seres...............................................................................................5

4. Dimensões da Bioética........................................................................................................6

5. A Vida Humana...................................................................................................................7

5.1. O início da Vida Humana.................................................................................................7

5.1.1. Sexualidade Humana.....................................................................................................8

5.1.2. Desvios sexuais.............................................................................................................8

5.1.3 Pecados de natureza sexual............................................................................................9

5.2. Actos contra a vida Humana............................................................................................9

5.2.1. A Contracepção.............................................................................................................9

5.2.2. O Aborto......................................................................................................................10

CONCLUSÃO......................................................................................................................11

Referencias Bibliográficas....................................................................................................12
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Introdução

De um modo geral, o mundo pós-moderno está perdendo as referências humanitárias.


Deparamo-nos com um movimento de ideias e comportamentos que defende um humanismo
sem Deus voltado para a produção e lucro, centrado no consumo e na busca de prazer
denominado secularismo.

Talvez uma das fraquezas mais gritantes da civilização actual resida numa visão adequada do
ser humano. Certamente é a era em que valores humanos estão sendo pisoteados como nunca.

A busca de uma dimensão interior do ser humano que transcende a razão, que não é visível,
mensurável, mas é real e move a vida de forma determinante é a espiritualidade.

Sem espiritualidade, valores como compaixão, solidariedade, amor, justiça, compreensão


desaparecem e perdem-se os limites de distinguir o que é certo e o que é errado. São esses
valores que inspiram o nosso modo de ser e agir, tornando nossa conduta profícua e sábia,
portanto ética.

Na nossa contemporaneidade, em que a razão atingiu seu ápice de forma globalizada


alicerçada na tecnociência, o paradigma não é o servir, mas o competir, mesmo que para isso
sejam ignoradas as necessidades e os direitos do outro.
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BIOÉTICA

1.Conceito da Bioética

A palavra Bioética é uma junção dos radicais “bio”, que advém do grego bios e significa vida
no sentido animal e fisiológico do termo (ou seja, bio é a vida pulsante dos animais, aquela
que nos mantém vivos enquanto corpos), e ethos, que diz respeito à conduta moral.

A bioética e o estudo sistemático da conduta humana, no âmbito das ciências da vida e da


saúde, considerando à luz de valores e de princípios morais.

A bioética é a orientação que diz respeito às intervenções sobre a vida, d em sentido extensivo
que deve compreender também as intervenções sobre a vida e saúde humana.

2. Fundamentos Históricos da Bioética

A bioética surgiu na década de 70 como um novo campo de conhecimento, onde o interesse


era de resgatar as ciências humanas, na área das ciências duras: matemática, física, química,
principalmente nas ciências biológicas e na medicina.

Isso se deu após um período de pensamento crítico em relação ao do capitalismo


inconsequente, que gerou grandes males à civilização, no sentido de fortalecimento de valores
individualistas, no sentimento de posse e poder.

Historicamente, sabemos que a aventura do conhecimento na civilização ocidental é


estabelecida pela maioria dos pensadores como tendo sua origem na Grécia antiga, com o
aparecimento dos primeiros pensadores. Foi lá que pela primeira vez houve uma tentativa de
sistematização do conhecimento para se explicar o mundo.

Após um período de obscuridade, durante a idade média, houve o surgimento do desejo de


explicação racional do mundo. Até então, não havia distinção entre ciência, filosofia e arte,
pode-se dizer que eram praticamente sinónimos, englobados pela filosofia.

Por volta do século XIX, a nova ciência empírica que nascera dentro da filosofia, adquiriu
maioridade e buscou sua independência das ciências humanas. Um movimento filosófico,
chamado positivismo, tomou força e fortaleceu a supremacia das ciências empíricas sobre as
metafísicas, das quais faziam parte principalmente as ciências que hoje conhecemos como
ciências humanas ou humanidades.
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Nesse período criou-se uma dicotomia entre ciência e as ciências humanas, que
posteriormente viria a solidificar-se em ciência verdadeira. As únicas disciplinas que
poderiam ostentar o título de ciência seriam aquelas que partilhassem do método científico, ou
seja, passíveis de comprovação empírica, pensamento esse que representa o cerne do
positivismo.

Naquele momento havia realmente necessidade da afirmação das novas ciências nascentes,
para que essas se libertassem das amarras impostas pela religião e pela própria metafísica.
Esse processo de divórcio entre as ciências empíricas e a filosofia, representou uma forma de
busca de legitimidade e auto-afirmação das ciências empíricas. Porém, essa separação e
podemos dizer até esse antagonismo, entre o saber empírico e o saber reflexivo trouxe
também consequências maléficas para ambos.

No momento em que as ciências empíricas se distanciaram das ciências humanas, perderam a


capacidade de percepção e auto-reflexão sobre si mesmas, perderam a capacidade de
autocrítica e principalmente a possibilidade de gerar sentido em suas actividades.

Em 1970 o oncologista americano Van Rensselaer Potter cunhou o neologismo Bioética para
expressar uma nova ciência que deveria ser o elo de religação entre as ciências empíricas

e as ciências humanas, mais especificamente a ética. Essa união teria como finalidade a
preservação da vida no planeta, visto que o desenvolvimento científico sem sabedoria poderia
por em risco a própria vida na terra.

3. A bioética e a vida dos seres

Van Potter alarga o âmbito de estudo da bioética ao fenómeno ainda em toda a sua amplitude,
presente nas relações dos viventes entre si e deles com o ambiente. Podemos subdividir a
disciplina em 3 (três) âmbitos:

 A bioética humana (bioética medica ou ética biomédica),


 A biomédica animal (que se ocupa com temas próprios da vida animal, tais como:
direitos dos animais, problemas éticos relacionados com a experimentação biomédica,
ética das intervenções sobre o património genético das espécies…)
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 A bioética ambiental, que se interessa com as questões de valor relacionados com o


impacto do homem sobre o ambiente natural (ecologia e justiça, desenvolvimento
sustentável, biodiversidade, alimentação transgénica…).

4. Dimensões da Bioética

Van Rensselaer Potter formulou sua definição que trazia o sentido de ética da terra: “Nós
temos uma grande necessidade de uma ética da terra, uma ética para a vida selvagem, uma
ética de populações, uma ética do consumo, uma ética urbana, uma ética internacional, uma
ética geriátrica e assim por diante (...) Todas elas envolvem a bioética, (...)”.

Potter depois traria a visão original do compromisso global frente ao equilíbrio e preservação
da relação dos seres humanos com o ecossistema, e a própria vida do planeta com uma nova
definição: “Eu proponho o termo Bioética como forma de enfatizar os dois componentes mais
importantes para se atingir uma nova sabedoria, que é tão desesperadamente necessária:
conhecimento biológico e valores humanos”. Potter VR. Bioethics. Bridge to the future.

A corrente principialista iniciou-se com o Relatório Belmont (1979), com princípios básicos
na solução dos problemas éticos surgidos na pesquisa com seres humanos. No mesmo ano,
Beauchamp & Childress apresentaram a bioética sob o mesmo prisma.

Baseada nos quatro princípios prima facie (não absolutos):

 - Princípio do respeito da autonomia


 - Princípio da não-maleficência
 - Princípio da beneficência
 - Princípio da justiça

O principialismo é uma das várias formais mais principialismo utilizadas da expressão da


bioética.

Hoje em dia tendemos a buscar uma visão mais globalizada, mas ao mesmo tempo mais
específica na análise de cada caso, dentro do seu contexto social, económico e cultural. É
conhecido como o modelo de Georgetown, ou americano, por ter sido lançado e defendido na
Universidade dessa cidade norte-americana.
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Buscava-se soluções para os dilemas éticos baseados em uma perspectiva aceitável para as
pessoas envolvidas, por meio de dois princípios de carácter deontológico: do grego deon,
obrigação, dever (não maleficência e justiça) e dois de carácter teleológico: do grego telos,
fim, finalidade (beneficência e autonomia).

Então, podemos redefinir que, Bioética se refere a um estudo sistemático da conduta humana
examinada à luz dos valores e dos princípios morais.

Trata-se de um "braço" da ética geral.

Sua tarefa não é elaborar novos princípios éticos gerais, mas aplicar esses princípios ao
âmbito das ciências da vida e do cuidado da saúde, em especial aos novos problemas que
estão surgindo.

Uns conflitos frequentes em Cuidados Paliativos é o de decidir, junto com o paciente e família
ou seu responsável, que condutas ou estratégias de cuidados devam ser tomadas frente ao
óbito iminente ou quando medidas clínicas não controlam os sintomas.

Distanásia (morte lenta e com muito sofrimento). Para manter o paciente vivo, é
submetido, não intencionalmente, a tratamentos fúteis (inúteis), não prolongando
propriamente a vida, mas o processo de morrer, seja aplicando novas biotecnologias à
medicina ou retomando o desejo humano de superar a morte;
Eutanásia, prática que busca abreviar sem dor e sofrimento a vida de um doente
reconhecidamente incurável, pelo sentido literal de “boa morte”;
Ortotanásia, morte no seu tempo aparentemente certo, sem tratamentos
desproporcionados e sem abreviação do processo de morrer.

5. A Vida Humana

5.1. O início da Vida Humana

O primeiro homem na terra não surgiu através de uma reprodução natural, mas sim pela obra
de Deus. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e
domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra,
e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à
imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (Bíblia Sagrada, Géneses 1: 26-27). A
partir dais começa a surgir a reprodução natural.
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a) Reprodução natural

O ser humano começa a existir quando no acto sexual o óvulo que sempre tem cromossoma X
fica fecundado pelo espermatozóide X ou Y, resultando numa menina XX, ou num rapaz XY.

5.1.1. Sexualidade Humana

A regulamentação da sexualidade humana é firmemente radicada na carne e no sangue e toca


um conjunto de factores:

1) Sexo cromossómico: Distingue cromossomas diferentes, XX na Mulher e XY ao


homem.
2) Sexo gonádico: distingue na mulher órgãos genitais do tipo feminino (ovários), e no
homem, os testículos, órgãos do tipo masculino (Laverin, 755)
3) Sexo endócrino: concerne as secreções hormonais das glândulas endócrinas que ficam
derramadas directamente no sangue do individuo para permear todo o organismo
(Laversin, 755).
4) Sexo morfológico: concerne as características sexuais secundarias exteriores - órgãos
genitais externos, estatura, abundancia, disposição do pêlo, o tom da voz, etc. trata –
se do sexo do estado civil (Laversin, 755).
5) Sexo psicológico: constituído pelas características afectivas e intelectuais de cada sexo
(Levirsin, 755).
6) Sexo funcional: toca o papel do individuo de realizar um acto sexual seguido ou nãos
por procriação (Levrsin, 756).
7) Sexo social: refere à vida na sociedade, segundo o papel de cada sexo do acto sexual,
por exemplo, na vida familiar, no campo profissional.

5.1.2. Desvios sexuais

São considerados desvios sexuais todas as condutas sexuais contrarias as normas


comummente estabelecidas numa sociedade, no ponto de vida da teologia não estabelecidas
no contexto da criação divida do ser humano.

a) Homossexualidade: atracção erótica predominante e persistente entre pessoas do


mesmo sexo.
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Pratica esta detestável nos olhos de Deus. Porque dEle criou o homem e a mulher (indivíduos
de sexo oposto). Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne (Géneses 2:24).

b) Pederastia ou pedofilia – actividade sexual entre um (a) adulto (a) e um (a) menor
(Peschke, 1989,454).
c) Zoofilia – coito com um animal.
d) Sadismo - prazer sexual conseguido mediante crueldade exercida sobre outro.
e) Masoquismo - prazer sexual conseguido mediante suporte da crueldade e humilhação.

5.1.3 Pecados de natureza sexual

a) Prostituição - é a prática do acto sexual como moeda comercial.


b) Adultério – é a prática do acto sexual fora do matrimónio. Ele é ofende a justiça e a
fidelidade (Peschke, 1989, 444) e pecado diante de Deus, (Deuteronómio 5:1-21).
c) Violação - é a prática do acto com uma pessoa contra a sua vontade. O violador usa a
forca física, e o engano ou busca uma pessoa sem o uso da razão.
d) Incesto - prática sexual entre pessoas com afinidade de parentesco.
e) Formicação - toda a relação sexual fora do quadro social do matrimónio ou do
casamento.
f) Concubinato é o estado do homem e da mulher que vivem como cônjuges sem contrair
o matrimónio cristão.

5.2. Actos contra a vida Humana

5.2.1. A Contracepção

É o mecanismo de interferência no processo natural da fecundação. Esta pode ser preventiva,


impedindo a fecundação, ou abortivo, impedindo o desenvolvimento do óvulo fecundado.

Reprodução assistida

Consiste na assistência médica do processo de reprodução humana. Existem várias técnicas de


assistência de acordo com os motivos da necessidade da assistência.
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a) Inseminação artificial

Consiste na colocação do esperma na vagina ou numa parte do aparelho reprodutivo feminino


por meios artificiais. Este método e usado para responder a questões ligadas a esterilidade ou
impotência masculina. Em princípio, esta prática não apresenta dificuldades morais quando o
esperma prove do cônjuge.

Quando por outras razões o esperma e de um doador, há dificuldade de manutenção dos


princípios matrimoniais, ou seja, a unidade matrimonial, a dignidade dos cônjuges, a vocação
dos pais de ficar pai e mãe exclusivamente através um do outro e o direito do filho de ser
concebido e nascer no matrimónio e através do matrimónio.

b) Fecundação in vitro e transferência de embriões

Esta técnica consiste em colocar o esperma do marido ou do doador e os óvulos em contacto


num vaso para realizar a fecundação, em um laboratório. Este processo responde a questões
de esterilidade feminina ou em ambos cônjuges. Esta técnica coloca um problema de base que
e o do futuro dos embriões já fecundados e não alocados a uma mão. Por isso a Igreja
desencoraja esta técnica.

c) Maternidade substitutiva

Trata-se de uma prática de contratação de mulheres que com pagamento assumem a gestão de
embriões fecundados in vitro com óvulos e espermatozóides de outras pessoas ou dos bancos
de embriões (Screccia, 2007,p,552). Esta técnica e igualmente desencorajada pela Igreja.

5.2.2. O Aborto

O aborto e a interrupção da gestação que pode ser espontânea ou provocada.

O aborto espontâneo e aquele que acontece sem concorrência humana.

O aborto provocado pode ser terapêutico ou por outros motivos. O aborto terapêutico e
interrupção da gravidez para salvar a vida salvável da mãe ou da criança, trata-se daqueles
casos em que se deve escolher entre deixar as duas vidas morrer ou salvar uma das vidas
(Haring, 1982, p.32). A Igreja apenas condena o aborto provocado por outros motivos que não
sejam a questão terapêutica.
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CONCLUSÃO

Existe hoje um grande número de produções nessa área que ajudam a nortear nossa acção
enquanto cidadãos, que buscam qualidade de vida e a preservação da vida no planeta.

Ampliar nosso conhecimento nesse sentido é buscar evoluir num posicionamento crítico, isto
é, preocupar-se com o modo de ser: pensamento-julgamento-acção, em relação aos seres
humanos entre si e com a natureza.

A bioética portanto, coloca-se na contínua busca da sabedoria, da crítica, do uso da


informação e do conhecimento para melhorar as condições de vida e preservação da mesma.

É poder combinar humildade, responsabilidade e racionalidade, voltados tanto para o bem-


estar do indivíduo, quanto da colectividade.

Para finalizar, colocamos o pensamento de Mill(2) em relação à preservação da


individualidade na busca desse bem estar, que está intrinsecamente ligado ao ser e conviver
em sociedade: Liberdade consiste em ser inteiramente si próprio, fazer o próprio bem do seu
próprio jeito, sem privar o outro do bem deles.
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Referencias Bibliográficas

_______de LAVERSIN, ´´I Fondamenti Sazridell`` Ordinedellaaa Creaazionenel


Matrimonio Naturale´´ p.755.

_______de LAVERSIN, ´´I Fondamenti Sazridell`` Ordinedellaaa Creaazionenel


Matrimonio Naturale´´ p.756.

Apostila da II semana filosófica, Seminário S. José (Diocese de Uruaçu –  GO) Pe. Wagner.

BOFF, Leonardo. Ética e moral: a busca dos fundamentos. Petrópolis,. Ed. Vozes. Rio de
Janeiro 2003. pág, 37

Sapato, Cunlela e Maria (2014), Manual de fundamentos de teologia católica, 1ª ed, Beira.

SAgreccia, E. (2002). Manual de Bioetica I – Fundamentos e Etica Biometrica, 2ª ed. São


Paulo: Ed Loyola.

Joao Paulo II (1992). Catecismo da Igreja católica. São Paulo: Editora Loyola.

Biblia sagrada, Escrituras Sagradas do Antigo Testamento.

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